Nas democracias pela metade, de forma descarada, onde, depois da eleição, e já no exercício do poder, o regime se torna autoritário, aberto ou disfarçado.
Imagem: Silsaboia
ATOMIZAR E POLARIZAR! OU DIVIDIR PARA REINAR!
1. A queda do Muro de Berlim (09/11/1989) é a data escolhida para o fim da Guerra Fria. A política foi se desideologizando e todos caminharam para o centro.
A esquerda ficou social-democrata, e a direita, social-liberal, ambas como faces do mesmo centro. O que não impede que se passe de um lado para o outro sem nenhuma cerimônia.
Essa indiferenciação crescente, entre partidos e entre governos, terminou por estimular a atomização partidária.
2. Os EUA são uma exceção, porque, nas primárias, permitem que forças que poderiam ser novos partidos aceitem disputar eleições pré-presidenciais e concordar com seus resultados.
O Uruguai é outra exceção, e pela mesma razão.
Até a Alemanha, com um sistema eleitoral feito para eliminar os extremos, hoje é parte dessa atomização, com o crescimento dos pequenos partidos e a criação de mais um, à esquerda.
Isso para não falar da nossa América Latina, onde a atomização é a regra.
O Chile adotou um sistema de grandes coalizões, transformando seis partidos em dois blocos, mas está às vésperas de desmontar o seu inteligente sistema binário.
3. Junto à atomização vem a tecnologia eleitoral, que permite a antipolíticos serem transformados em estrelas a golpes de ilhas de edição.
A performance dos presidentes-estrelas se descola da avaliação de seus governos.
Na América Latina é assim em geral.
Com isso, a oposição só é eficaz personalizando a crítica.
4. O presidente-estrela, com a atomização, joga todos para dentro do governo, fazendo sua maioria parlamentar. E tanto faz, pois seu governo não afeta sua popularidade.
Consolidada a maioria, governa de forma autocrática e provoca a oposição de forma a estimular a máxima polarização.
Um dos polos é ele, e nunca seu governo.
5. Essa é a fórmula. Nas democracias mais avançadas, suavemente.
Nas democracias pela metade, de forma descarada, onde, depois da eleição, e já no exercício do poder, o regime se torna autoritário, aberto ou disfarçado.
Eliminam-se assim os direitos políticos dos cidadãos.
Em economias mais fortes, como o Brasil, os excessos vêm disfarçados pelos riscos: a resistência é maior.
Mas, sublinhe-se: apenas disfarçados.
ATOMIZAR E POLARIZAR! OU DIVIDIR PARA REINAR!
Por Ex-Blog do Cesar Maia
1. A queda do Muro de Berlim (09/11/1989) é a data escolhida para o fim da Guerra Fria. A política foi se desideologizando e todos caminharam para o centro.
A esquerda ficou social-democrata, e a direita, social-liberal, ambas como faces do mesmo centro. O que não impede que se passe de um lado para o outro sem nenhuma cerimônia.
Essa indiferenciação crescente, entre partidos e entre governos, terminou por estimular a atomização partidária.
2. Os EUA são uma exceção, porque, nas primárias, permitem que forças que poderiam ser novos partidos aceitem disputar eleições pré-presidenciais e concordar com seus resultados.
O Uruguai é outra exceção, e pela mesma razão.
Até a Alemanha, com um sistema eleitoral feito para eliminar os extremos, hoje é parte dessa atomização, com o crescimento dos pequenos partidos e a criação de mais um, à esquerda.
Isso para não falar da nossa América Latina, onde a atomização é a regra.
O Chile adotou um sistema de grandes coalizões, transformando seis partidos em dois blocos, mas está às vésperas de desmontar o seu inteligente sistema binário.
3. Junto à atomização vem a tecnologia eleitoral, que permite a antipolíticos serem transformados em estrelas a golpes de ilhas de edição.
A performance dos presidentes-estrelas se descola da avaliação de seus governos.
Na América Latina é assim em geral.
Com isso, a oposição só é eficaz personalizando a crítica.
4. O presidente-estrela, com a atomização, joga todos para dentro do governo, fazendo sua maioria parlamentar. E tanto faz, pois seu governo não afeta sua popularidade.
Consolidada a maioria, governa de forma autocrática e provoca a oposição de forma a estimular a máxima polarização.
Um dos polos é ele, e nunca seu governo.
5. Essa é a fórmula. Nas democracias mais avançadas, suavemente.
Nas democracias pela metade, de forma descarada, onde, depois da eleição, e já no exercício do poder, o regime se torna autoritário, aberto ou disfarçado.
Eliminam-se assim os direitos políticos dos cidadãos.
Em economias mais fortes, como o Brasil, os excessos vêm disfarçados pelos riscos: a resistência é maior.
Mas, sublinhe-se: apenas disfarçados.
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