por Associação dos Fundadores
A leitura e análise dos jornais das últimas semanas torna claro o crescimento das tensões na América Latina, onde se trava uma batalha político-ideológica de grandes dimensões e de importante relevância para o destino de todos os países da região, de modo muito particular do Brasil.
Por um desses paradoxos da História, é na pequena Honduras que esse embate tem, no presente momento, seu cenário mais encarniçado.
A iniciativa – capitaneada pelo venezuelano Hugo Chávez – do retorno clandestino a Honduras do presidente deposto, Manuel Zelaya, e a subseqüente transformação da embaixada brasileira em quartel-general deste último e de seu grupo de seguidores mais próximos, elevaram as tensões a um grau inimaginável e fizeram nosso País transpor, nas relações internacionais, um umbral extremamente perigoso.
A diplomacia brasileira, num gesto inaudito e na contramão de suas tradições, decidiu intervir diretamente na situação de Honduras, numa agressão à soberania do país, em desrespeito às suas instituições, bem como às leis internacionais e numa inequívoca subserviência ao expansionismo chavista na região.
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Conclusão
A crise hondurenha é altamente reveladora e constitui um grave sinal de alerta. O governo do Presidente Lula, apesar de certas aparências, não está interessado em solucioná-la pela via institucional. Está desejoso, isso sim, de impor ao pequeno país centro-americano uma rendição ao chavismo.
Em sua subserviência aos desígnios de uma ideologia de esquerda, a diplomacia nacional não reflete o pulsar de coração do Brasil como um todo, pois as políticas oficiais de há muito deixaram de levar em conta a fibra conservadora e cristã, uma das mais prestigiosas e incontestáveis componentes da mentalidade nacional.
A agressividade e a radicalização que, de modo crescente, marcam nossa política diplomática, além de poderem afetar nossa Nação, arrastando-a a uma indesejável posição de beligerância, são avessas à mentalidade do brasileiro médio.
O que pensarão nossos compatriotas quando se virem envolvidos em conflitos que eles nunca buscaram, apenas porque o fanatismo ideológico de alguns os levou a aventuras como a presente?
Que estranheza, que desconcerto, que sensação alucinante de estarem desidentificados da missão histórica da Terra de Santa Cruz, sentirão os brasileiros quando notarem que os recursos táticos da configuração geográfica do País, as infindáveis riquezas de seu subsolo, de sua pujante agricultura e de sua dinâmica indústria, estarão sendo úteis à implantação de uma ideologia estranha a seus anseios e contrária a seus princípios cristãos?
Torna-se urgente que Manuel Zelaya abandone a legação brasileira e deixe de fazer dela o quartel-general de onde lança seus apelos a uma insurreição que pode conduzir a uma luta fratricida entre hondurenhos. Luta da qual será responsável, em grande medida, nosso governo, se continuar a ser o patrocinador da aventura chavista de Manuel Zelaya.
Honduras necessita de paz e de respeito à sua soberania e não de gritos de guerra partidos da embaixada brasileira em Tegucicalpa.
Mais do que tudo importa que a pequena Honduras, o Brasil e toda a América Latina fiquem a salvo das intrigas, das ameaças, das incursões e, de futuro, de uma possível hegemonia do “socialismo do século XXI”.
A nosso ver, é necessário que se forme uma frente ampla no País – fundada não tanto em filiações partidárias mas nos autênticos interesses do Brasil – a qual se oponha de modo efetivo aos desmandos de uma política diplomática que há muito deixou para trás os legítimos interesses nacionais e os trocou por uma ideologia imperialista. Ideologia esta que tenta ressuscitar em nosso continente, habitualmente pacífico, a esteira de humilhações, de confrontos, de misérias e de dores que as idéias marxistas impuseram à Rússia, aos países do Leste Europeu, à China, à Coréia do Norte e a Cuba, para mencionar apenas alguns deles.
Encerramos este pronunciamento elevando nossas preces a Nossa Senhora Aparecida, Rainha do Brasil, suplicando-Lhe que não permita que ideologias alienígenas perturbem a paz da América Latina e transformem a Terra de Santa Cruz em foco de insegurança e de desagregação.
São Paulo, 3 de outubro de 2009
Adolpho Lindenberg
Caio Xavier da Silveira
Celso da Costa Carvalho Vidigal
Eduardo de Barros Brotero
Paulo Corrêa de Brito Filho
Plinio Vidigal Xavier da Silveira
Caio Xavier da Silveira
Celso da Costa Carvalho Vidigal
Eduardo de Barros Brotero
Paulo Corrêa de Brito Filho
Plinio Vidigal Xavier da Silveira
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