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sábado, 4 de junho de 2011

Serviços NÃO PRESTADOS!


É impossível acreditar no Palocci
Por O EDITOR

Vamos lá.

Palocci tem uma consultoria e presta serviços para uma grande empresa.

Ele tem, obviamente, um contrato mensal, baseado em horas de consultoria, como cobram todas as grandes empresas do mundo.

Ele dá conselhos sobre economia, tendências, investimentos.

Ele é o melhor, é uma fera, mesmo sendo médico e não tendo nenhuma informação privilegiada.
Todo o final do mês, Palocci envia uma nota fiscal e cobra o valor estipulado em contrato, pois ninguém faz consultoria no mundo sem um contrato assinado.

É assim que todas as empresas prestadoras de serviço agem. Esta é a praxe de mercado.


De repente, Palocci pára de trabalhar e vai ser um dos coordenadores da campanha presidencial da então candidata do atual presidente.

A candidata oficial.


A candidata que é do governo.

É junho de 2010.

Obviamente, o contrato é automaticamente interrompido, pois o serviço de consultoria deixa de ser prestado.

Em final de outubro, acaba a campanha, Palocci ajuda a eleger a nova Presidenta, o cliente vibra e imagina que Palocci voltará a trabalhar.

Não, ele não volta!

Palocci é nomeado o Coordenador Geral do Governo de Transição, responsável pela montagem do novo governo.

O contrato continua interrompido.

O tempo passa e chegamos a novembro, quando Palocci passa a ser cotado e para ser o mais importante ministro do novo governo.


Assim sendo, Palocci ficou sem trabalhar para o seu cliente durante seis meses.

Desde junho não fez jus a nenhum centavo.


Quando iria retornar, foi obrigado a encerrar a empresa, tendo em vista que iria assumir o ministério mais importante do novo governo.

Em vez de mandar uma carta de agradecimento, Palocci envia uma fatura ao seu cliente.


E cobra valores futuros, por serviços não prestados.

Cobra, além de seis meses sem trabalhar, cinco anos para frente, sobre serviços que prestaria até 2015.


O cliente, mesmo sem ser atendido nos seis meses passados e nos cinco anos à frente, aceita pagar pelos serviços que não recebeu e que não irá receber de Palocci.

É esta a justificativa dada por Palocci para, em novembro e dezembro, ter faturado sabe-se lá quantas vezes mais do que faturou nos três anos anteriores.

Sabe o que Palocci quer que o povo brasileiro acredite?


Que ele quebrou contratos e, mesmo assim, recebeu uma bolada de R$ 10 milhões de indenização...por serviços NÃO PRESTADOS!

Ele pede que os brasileiros tenham boa fé.

Mesmo que ele não mostre os contratos.

Mesmo que ele não informe quem são os clientes.


Você acredita?




OS NEGÓCIOS DO MINISTRO


Dilma já discute como será governo sem Palocci

Reações às explicações dadas pelo ministro podem selar seu futuro no governo

Paulo Bernardo, Miriam Belchior e Maria das Graças Foster são nomes cotados para possível troca-troca na Casa Civil

VALDO CRUZ
FSP DE BRASÍLIA

Diante do agravamento da situação do ministro Antonio Palocci (Casa Civil), a presidente Dilma Rousseff passou a analisar não só nomes para substituí-lo como a estudar mudanças no perfil dos titulares do cargos núcleo-duro do Palácio do Planalto.

Segundo a Folha apurou, ela cogita, num cenário de queda de Palocci, trocá-lo por um ministro de perfil "técnico", o que assessores da presidente tratam reservadamente como escalar uma "Dilma da Dilma".
Os nomes citados são o da ministra Miriam Belchior (Planejamento) e de Maria das Graças Foster, diretora da Petrobras. Foster, no início do ano, durante a montagem do governo, constou da lista de ministeriáveis.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, também é cotado entre assessores presidenciais como possível substituto de Palocci.

Apesar de considerar o momento delicado e grave, Dilma mantém seu apoio ao ministro, mas avalia que o futuro dele vai depender da repercussão das entrevistas dadas à Folha e à TV Globo.

Caso a repercussão seja negativa e a crise se agrave, Dilma, segundo assessores, espera que Palocci peça demissão, principalmente se a Procuradoria-Geral da República decidir abrir inquérito para investigá-lo.
Na hipótese de Palocci sair e a Casa Civil voltar a ser mais técnica, a presidente também deverá trocar o ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais) por um nome com mais trânsito político.

Nesse caso, o ministro Alexandre Padilha, hoje na Saúde e que já comandou a pasta no governo Lula, é considerado o nome ideal.

Outro cotado é o líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (PT-SP), abrindo espaço para uma composição interna dentro do PT, em guerra desde o início do ano por conta da disputa pela presidência da Câmara.

Outra hipótese, defendida por aliados, é a presidente entregar a articulação política a outro partido da base que não o PT. A pasta poderia ser entregue ao PMDB, na busca de evitar que o aliado trabalhe contra o governo como ocorreu na votação do Código Florestal na Câmara.

Essa solução esbarra na desconfiança de Dilma em relação aos peemedebistas, mas é considerada a ideal por alguns aliados para comprometer de vez o PMDB com o governo no Congresso.

Segundo assessores, a presidente sente falta de um ministro voltado para o comando do dia-a-dia do governo, papel que ela desempenhou no governo Lula.

Dilma confidenciou a assessores ter ficado surpresa com as informações sobre os negócios de Palocci, reveladas pela Folha há 21 dias -o patrimônio do ministro multiplicou por 20 nos últimos quatro anos por conta de seus trabalhos de consultor.
Em conversa reservadas, diz que foi avisada da existência da empresa de consultoria, mas não da dimensão dos negócios de Palocci, que faturou R$ 20 milhões apenas em 2010, ano da campanha presidencial. Por isso, ela tende a se preservar e evitar defesas enfáticas do ministro da Casa Civil.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

NA MARCA DO PÊNALTI


NA MARCA DO PÊNALTI


A sucessão de episódios, esta semana, relacionados com Antônio Palocci, leva a crer um desfecho próximo para a crise eclodida a partir das informações sobre o súbito enriquecimento do chefe da Casa Civil. Tudo indicava, ontem, que Palocci dificilmente entrará a próxima semana como ministro do governo Dilma. Está na marca do pênalti, ainda que a experiência demonstre a hipótese de o goleiro defender ou de a bola ir para fora. A dúvida é saber quem baterá a falta. Pode ser o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, pedindo ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito contra o ministro, pode ser a própria presidente da República, exigindo seu afastamento, mas o mais provável é que o próprio Palocci tome a iniciativa de abandonar a meta.

Do jeito que estão é que as coisas não poderão continuar. Senão o país, ao menos o governo parou, bastando registrar a dificuldade que tiveram os jornais para manter na primeira página o noticiário sobre o lançamento do plano “Brasil Sem Miséria”. Tudo gira em torno do caso Palocci, com direito à chantagem desenvolvida por grupos parlamentares contra o governo, a leniência da base oficial em evitar sua convocação, a divisão no PT a respeito da questão, a vigarice do PMDB em exigir mais espaços na administração federal para depois definir-se, a crescente influência do vice-presidente Michel Temer na questão e até os conselhos dados pelo ex-presidente Lula para que o chefe da Casa Civil se explique.

Virou praxe a hesitação dos governos dos companheiros ao enfrentar crises. Lula perdeu tempo no afastamento do próprio Palocci do ministério da Fazenda, no episódio do caseiro, depois ao não aceitar a evidência do mensalão e na demissão de José Dirceu da chefia da Casa Civil. Dilma segue pelo mesmo caminho, perdendo tempo. É tolice supor que o governo dela acabou e que o Lula já é o candidato para 2014, mas, continuando o processo como vai, não demora para as suposições virarem realidade.

Não tem solução



Por Dora Kramer

O Estado de S.Paulo

O ministro Antonio Palocci não tem mais como ficar no governo e quem diz isso não é a oposição. A esta provavelmente interessaria que ele ficasse na Casa Civil ao ponto de desgaste tão insustentável que se efetivasse o funcionamento de uma CPI.


Confirmada a convocação aprovada ontem na Comissão de Agricultura na Câmara, são quase nulas as chances de Palocci dar um show de convencimento. Não depois de tanta luta para se esconder. Derrubar a convocação, faltar? É pior.

Quem diz que Antonio Palocci não tem como ficar no governo é a situação. Aí entendida tanto quanto à posição dos governistas quanto ao agravamento das circunstâncias.

O exame dessas duas variantes resulta numa conclusão: a saída de Palocci da Casa Civil, e provavelmente da vida pública, no momento só depende da definição de quando e como ocorrerá o desfecho.

Pelo menos dois ministros já são vistos na cabeceira da pista para assumir a Casa Civil: Paulo Bernardo, das Comunicações, e José Eduardo Cardozo, da Justiça. Se a escolha realmente recairá sobre um dos dois, é algo ainda fora do campo de visão.

O que a paisagem nos mostra claramente é a perda de condições de Palocci de funcionar como o previsto pelo governo:

politicamente frágil, não pode fazer articulação política;

moralmente baqueado, perdeu credibilidade para atuar na interlocução intra e extraministérios;


na berlinda, não pode frequentar uma solenidade oficial sem que seja o foco de todas as atenções.

Em resumo: toma, e de forma negativa, todo o espaço da cena. Tornou-se um problema quando era para ser uma solução. E para enfrentar um problema só há dois caminhos: resolvê-lo ou livrar-se dele.

A possibilidade de uma solução razoavelmente indolor ficou perdida neste quase um mês de carência de explicações e abundância de suspeições. Se o procurador-geral da República resolver abrir investigações, confirma-se a razão das suspeitas. Se não, a oposição ganha mais um argumento em favor da abertura da investigação parlamentar.

Pergunte-se a qualquer governista na posse plena de serenidade mental o motivo de Palocci não ter-se defendido e a resposta é uma só: não há explicação que não suscite novos e mais graves questionamentos.

Portanto, não há remédio. A respeito dessa sinuca falam os petistas que nos últimos dias resolveram compartilhar com o público suas impressões sobre o episódio e a falta de cerimônia dos demais partidos da base em manifestar suas opiniões.

Uma nítida sinalização de que não há mais o que salvar e, portanto, salve-se quem puder conseguir agora posição melhor na fotografia desse cenário adverso.

Quando uma defensora do governo como a senadora Gleisi Hoffmann aborda o afastamento do ministro durante uma reunião cujo conteúdo obviamente acabaria vindo a público, é de se imaginar que não se motive pelo mero desejo de ver o marido, Paulo Bernardo, como substituto dele na Casa Civil.

Além de não falar sozinha, a senadora não é tola nem primária.

A justificativa apresentada por ela ao alegar que o caso Palocci é "pessoal", e que no mensalão houve motivação coletiva, mais a informação do senador Eduardo Suplicy sobre uma consultoria de R$ 1 milhão, com taxa de sucesso para uma fusão de empresas, mostram que quanto mais se fala nesse episódio mais complicado fica.

Por isso, a cada dia se dilui a veemência das defesas, bem como na mesma proporção se animam os oportunistas a dar vazão aos seus baixos instintos.

O deputado Anthony Garotinho confere folclore ao chantagear o governo sabendo perfeitamente que o Planalto não pode mais resolver a questão no varejo e ao ironizar chamando as suspeitas que pesam sobre Palocci de "diamante de R$ 20 milhões". Sem maiores preocupações com detalhes como compostura e nome a zelar, diverte-se.

Em tese, a demissão de Palocci não deveria encerrar a questão, pois o caso em si do enriquecimento suspeito permanece em aberto.

Mas, olhando as coisas sob o prisma do pragmatismo governamental, hoje o preço da retirada é o mais barato que o Planalto poderia conseguir para tirar o assunto de pauta.


02 de junho de 2011

“Lula demitiu Palocci. Não deveria pedir a Dilma para mantê-lo”


Uma geração de predadores


Olavo de Carvalho
Diário do Comércio
3 de junho de 2011

Desde que me distanciei do Brasil, tenho visto a inteligência dos meus compatriotas cair para níveis que às vezes ameaçam raiar o sub-humano. Não posso medi-la pela produção literária, que veio rareando até tornar-se praticamente inexistente num país que já teve alguns dos melhores escritores do mundo. Meço-a pelas teses universitárias que me chegam, cada vez mais repletas de solecismos e contra-sensos grotescos, pelos comentários de jornal, pelos pronunciamentos das chamadas “autoridades” e, de modo geral, pelas discussões públicas. Em todo esse material, o que mais salta aos olhos não é o vazio de idéias, não é a estupidez dos raciocínios, não é nem mesmo a miséria da linguagem: é a incapacidade geral de distinguir entre o essencial e o acessório, o decisivo e o irrelevante. Não há problema, não há tema, não há assunto que, uma vez trazido ao palco – ou picadeiro –, não seja infindavelmente roído pelas beiradas, como se não tivesse um centro, um significado, um sentido em torno do qual articular uma discussão coerente. Cada um que abre a boca quer externar apenas algum sentimento subjetivo deslocado e extemporâneo, exibir bom-mocismo, angariar simpatias ou votos, como se se tratasse de uma rodada de apresentações pessoais num grupo de psicoterapia e não de uma conversa sensata sobre – digamos – alguma coisa. A coisa, o objeto, o fato, o tema, este, coitado, fica esquecido num canto, como se não existisse, e depois de algum tempo cessa mesmo de existir. A impressão que me sobra é a de que toda a população legente e escrevente está sofrendo de síndrome de déficit de atenção. Ninguém consegue fixar um objeto na mente por dez segundos, a imaginação sai logo voando para os lados e tecendo, embevecida, um rendilhado de frivolidades em torno do nada.


Se me perguntarem quais são os problemas essenciais do Brasil, responderei sem a menor dificuldade:

1) A matança de brasileiros, entre quarenta e cinqüenta mil por ano.

2) O consumo de drogas, que aumenta mais do que em qualquer país vizinho, e que alguns celerados pretendem aumentar ainda mais mediante a liberação do narcotráfico – o maior prêmio que as Farc poderiam receber por décadas de morticínio.

3) A absoluta ausência de educação num país cujos estudantes tiram sempre os últimos lugares nos testes internacionais, concorrendo com crianças de nações bem mais pobres; num país, mais ainda, onde se aceita como ministro da Educação um sujeito que não aprendeu a soletrar a palavra “cabeçalho” porque jamais teve cabeça, e onde se entende que a maior urgência do sistema escolar é ensinar às crianças as delícias da sodomia – sem dúvida uma solução prática para estudantes e professores, já que o exercício dessa atividade não requer conhecimentos de português, de matemática ou de coisa nenhuma exceto a localização aproximada partes anatômicas envolvidas.

4) A falta cada vez maior de mão-de-obra qualificada de nível superior, que tem de ser trazida de fora porque das universidades não vem ninguém alfabetizado.

5) A dívida monstruosa acumulada por um governo criminoso que não se vexa de estrangular as gerações vindouras para conquistar os votos da presente, e que ainda é festejado, por isso, como o salvador da economia nacional.

6) A completa impossibilidade da concorrência democrática num quadro onde governo e oposição se aliaram, com o auxílio da grande mídia e a omissão cúmplice da classe rica, para censurar e proibir qualquer discurso político que defenda os ideais e valores majoritários da população, abomináveis ao paladar da elite.

7) A debilitação alarmante da soberania nacional, já condenada à morte pela burocracia internacional em ascensão e pelo cerco continental do Foro de São Paulo (aquela entidade que até ontem nem mesmo existia, não é?).

8) A destruição completa da alta cultura, num estado catastrófico de favelização intelectual onde a função de respiradouro para a grande circulação de idéias no mundo, que caberia à classe acadêmica como um todo, é exercida praticamente por um único indivíduo, um último sobrevivente, que em retribuição leva pedradas e cuspidas por todo lado, especialmente dos plagiários e usurpadores que vivem de parasitar o seu trabalho.

Se me perguntam a causa desses oito vexames colossais, digo que é a coisa mais óbvia do mundo: quarenta anos atrás, as instituições que se gabam de ser as maiores universidades brasileiras lançaram na praça uma geração de pseudo-intelectuais morbidamente presunçosos, que na juventude já se pavoneavam de ser “a parcela mais esclarecida da população”. Hoje essas mentes iluminadas dominam tudo – sistema educacional, partidos políticos, burocracia estatal, o diabo –, moldando o país à sua imagem e semelhança. Matança, dívidas, emburrecimento geral, debacle do ensino, é tudo mérito de um reduzido grupo de cérebros de péssima qualidade intoxicados de idéias bestas e vaidade infernal. Dentre todas as gerações de intelectuais brasileiros, a pior, a mais predatória, a mais destrutiva.

Se querem saber agora por que os temas fundamentais não podem ser enxergados e discutidos na sua essência, por que as atenções são sempre desviadas para detalhes laterais e por que, em suma, nenhum problema neste país tem solução, a resposta também não é difícil: quem molda os debates públicos, por definição, é a elite dominante, e esta não permite que nada seja discutido exceto nos moldes do seu vocabulário, dos seus interesses, da sua agenda, da sua irresponsabilidade psicótica, da sua ambição megalômana, da sua auto-adoração abjeta.

Enquanto vocês não perderem o respeito por essa gente, nada de sério se poderá discutir no Brasil.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Dinheiro ou cheque?


Corre em Brasília o boato de que o pior problema de Antônio Palocci Filho, ministro da Casa de Irene, notabilizada pelo mensalão, corrupção, prevaricação, dossiês e tamiflus, seria outro, em meio a todas as denúncias: os cheques que pagaram o seu estupendo apartamento de R$ 6,6 milhões não seriam dele ou da sua empresa.

Lembram que ele informou que pagou o imóvel com dois cheques, um de R$ 3,6 milhões e outro de R$ 3 milhões?

Pois bem.

Os cheques seriam de empresas diferentes, ambas doadoras da campanha de Dilma Rousseff.


Os cheques, assim sendo, não teriam caído na conta de Palocci, não havendo movimentação financeira captada pelo COAF, pois teriam sido repassados diretamente à construtora.

Recordar é viver...

Lembram da cartinha abaixo?




Logo no início de novembro, com Dilma já eleita, os companheiros realizaram uma nova campanha para doações.

O mais estranho de tudo é que não havia, na carta, uma conta oficial onde deveriam ser depositadas as doações.

Tudo era feito com base em um telefonema ou em um pedido de informações por email.



Se escapar do castigo, Palocci poderá juntar em 17 anos todo o dinheiro do mundo


Se enriqueceu sem pecar, Antonio Palocci poderia ter esclarecido o caso da multiplicação do patrimônio no mesmo dia em que foi divulgado pela Folha de S. Paulo.

Bastaria solicitar aos clientes da Projeto que, para livrar o chefe da Casa Civil de constrangimentos e poupar o país de outra crise política, abrissem mão da cláusula de confidencialidade e permitissem a divulgação de informações básicas.

Todos certamente o autorizariam a revelar os nomes das empresas que contrataram seus serviços e dizer quanto cobrou de cada uma.

A opção pelo silêncio que já dura 17 dias foi o primeiro indício veemente de culpa.

O segundo foi a contratação do advogado José Roberto Batochio sem ter virado réu oficialmente.

A terceira evidência de que Palocci tem culpa no cartório ocorreu nesta quarta-feira, assim que circulou a notícia de que o ministro fora convocado para depor na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados (veja o vídeo abaixo).

Apavorados com a rachadura na blindagem, os chefes da aliança governista prometem fazer coisas de que até Deus duvida para impedir o depoimento.

É provável que Palocci escape da ameaça.

Mas algum dia terá de explicar-se. E não há explicações plausíveis.

“A crise é de inteira responsabilidade do Palocci”, diz o senador Walter Pinheiro, do PT baiano. “Não é do governo nem do PT”.

Talvez seja, sugere a inquietação dos parceiros da base alugada.

Sabe-se que a Projeto ganhou pelo menos R$ 20 milhões em quatro anos.

Desse total, R$ 7,4 milhões foram gastos na compra de um apartamento e um escritório.

Sobram R$ 12,6 milhões.

Onde estão?

Guardados em bancos?

Embaixo de colchões?

Foram aplicados de alguma forma?

Não sobrou nenhum centavo para o partido?

Só depois das respostas a tais perguntas o senador baiano saberá se pode mesmo dormir sem sobressaltos.


A destinação do dinheiro é tão nebulosa quanto a origem. Na reunião com Dilma Rousseff e os senadores do PT, o médico sanitarista admitiu que ganhou muito dinheiro como consultor econômico e financeiro.

Mas limitou-se a revelar um único trabalho pesadamente remunerado (recebeu R$ 1 milhão em troca de “consultas” a duas empresas interessadas em fundir-se) e o preço de cada palestra que andou ministrando: entre R$ 20 mil e R$ 30 mil.

É improvável que tenha conseguido como palestrante os R$ 19 milhões que faltam.

Nos últimos quatro anos, dispôs de 1.040 dias úteis (incluídos feriados e feriadões). A conta só fecharia se, paralelamente às atividades de deputado federal, Palocci tivesse feito 633 palestras, duas a cada três dias, cobrando o preço máximo por apresentação.

Caso consiga safar-se das evidências de que subiu na vida como traficante de influência, o ministro terá consumado um segundo milagre de espantar os santos mais poderosos.

O primeiro foi a própria multiplicação do patrimônio, comprova a nota divulgada pelo jornalista Ancelmo Gois em sua coluna no jornal O Globo.

Diz o seguinte: “A conta, de brincadeira, claro, é do consultor Maurício Hissi, o Bastter.

Se Palocci multiplicasse seu patrimônio por 20 a cada quatro anos, bastariam 17 anos para acumular R$ 129 trilhões (ou US$ 80 trilhões) e ser dono de todo o dinheiro do mundo”.

É difícil entender o apego de Palocci ao emprego.

Não vai recuperar o poder que tinha.

Melhor aproveitar a vida e disputar a liderança do ranking dos homens mais ricos do planeta.

01/06/2011 




Oposição saboreia pizzas ‘Palocci’, ‘Luiz Garçon’ e ‘MPs’ no Senado

por Lilian Venturini
Andrea Jubé Vianna
Estadão
A oposição organizou um protesto bem-humorado nesta noite, no cafezinho do plenário do Senado, a fim de chamar a atenção para a possibilidade de que o recente escândalo envolvendo a evolução patrimonial do ministro Antonio Palocci acabe em pizza. O senador Cyro Miranda (PSDB-GO) encomendou três pizzas para amenizar a fome da oposição, que permanece há seis horas no plenário debatendo a Medida Provisória 517, conhecida como MP Frankenstein.

Os senadores batizaram as pizzas de “Palocci”, “Luiz Garçon” e “MPs”.

“São os sabores do momento
.

As pizzas simbolizam o quê o governo quer, que não se investigue nada”, resumiu Miranda. “As pizzas foram enviadas pela Casa Civil”, provocou o líder do DEM, Demóstenes Torres (GO).

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) – um dos governistas que assinou o pedido de CPI contra Palocci – foi um dos primeiros a experimentar as pizzas.

“A qualidade [da pizza] está sendo examinada pelo Ministério Público”, brincou Requião. As explicações de Palocci sobre o aumento de seu patrimônio foram encaminhadas ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e aguardam o seu parecer.

A pizza “Palocci” remonta à tentativa da oposição de investigar a evolução patrimonial do ministro, que aumentou 20 vezes em quatro anos.

A “Luiz Garçon” brinca com o apelido que o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, ganhou nos bastidores do Congresso, porque tem a função de “anotar os pedidos da base aliada”.

A terceira faz alusão ao excesso de Medidas Provisórias, que monopolizam a pauta do Congresso e são invariavelmente alvo de protestos da oposição.
01.junho.2011

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Oposição dribla governo e consegue convocar Palocci


MARIA CLARA CABRAL
 FOLHA PODER
DE BRASÍLIA

A oposição conseguiu driblar o governo e aprovou, após duas semanas de tentativas, um requerimento convocando o ministro Antonio Palocci Filho (Casa Civil) para depor sobre seu enriquecimento como consultor.

A aprovação ocorreu na manhã desta quarta-feira na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, quando os governistas estavam concentrados em outras comissões da Casa.

O governo agora corre para tentar convencer o presidente da comissão, Lira Maia (DEM-PA), a reverter a decisão ou transformá-la em convite --para o qual não é obrigatória a presença.

A reunião da comissão foi suspensa até as 13 horas e, neste momento, líderes da base e da oposição estão trancados tentando chegar a um acordo.

" O entendimento do DEM é que a matéria está vencida, agora respeitamos a autonomia do presidente da comissão", disse o líder do DEM, ACM Neto (BA).

A convocação ocorre na véspera de a Procuradoria Geral da República se pronunciar sobre as explicações enviadas por Palocci.

A base já informou que apresentará uma questão de ordem ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT- RS), questionando o método de votação feito por Lira Maia.

Eles querem que a votação seja refeita.

Apesar de o presidente ser do Dem, a maioria dos deputados na Comissão de Agricultura é da base.
Sérgio Lima
31.mai.2011
Folhapress

Oposição consegue driblar o governo e aprova requerimento convocando o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) para depor


No dia 15 passado, a
Folha revelou que o ministro tinha comprado um apartamento de R$ 6,6 milhões, numa evolução patrimonial declarada de 20 vezes desde 2006. O governo entrou em crise política e paralisia, já que Palocci é o seu ministro mais forte.

Ele justificou a evolução por seu trabalho de consultoria. A Folha então revelou que, só no ano passado, ele ganhou R$ 20 milhões com os trabalhos para clientes que não revelou. Metade disso foi ganha quando Palocci coordenava o grupo de transição do governo e tinha acesso a dados sigilosos.
PATRIMÔNIO

Entre 2006 e 2010, o patrimônio de Palocci passou de R$ 375 mil para cerca de R$ 7,5 milhões.

Depois disso, a liderança do PSDB na Câmara levantou suspeitas de que pagamentos feitos pela Receita Federal à incorporadora WTorre, no valor de R$ 9,2 milhões, durante as eleições do ano passado, estejam relacionados ao trabalho de Palocci, e a doações para a campanha presidencial de Dilma Rousseff.

O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) apresentou à imprensa registros públicos do Siafi (o sistema de acompanhamento de gastos da União) e da Receita Federal que indicariam uma relação entre pagamentos feitos pela Receita à WTorre Properties, um braço do grupo WTorre, e o trabalho do ministro na incorporadora.

No dia 24 de agosto, a WTorre protocolou na Receita um pedido de restituição de Imposto de Renda de pessoa jurídica relativo ao ano de 2008. Na mesma data, a incorporadora fez uma doação de R$ 1 milhão para a campanha presidencial de Dilma --outra parcela de R$ 1 milhão foi depositada à campanha no mês de setembro.

A restituição da Receita ocorreu apenas 44 dias depois do protocolo, no valor de R$ 6,25 milhões. Segundo Francischini, o prazo da devolução é recorde.

Segundo reportagem da Folha, a WTorre foi uma das clientes da empresa do ministro, a Projeto Consultoria Financeira, que teve um faturamento de R$ 20 milhões somente no ano passado.
FUNDAÇÃO

De acordo com levantamento feito pelo PPS na Câmara dos Deputados, a Fundação Feira do Livro de Ribeirão Preto, entidade que tem como vice-presidente uma cunhada de Palocci, recebeu, entre 2008 e 2010, R$ 1 milhão do governo federal.

O PPS anunciou ontem que vai pedir cópia de toda a documentação dos convênios firmados entre os ministérios do Turismo e da Cultura e a Fundação Feira do Livro de Ribeirão Preto.

A entidade tem como vice-presidente Heliana da Silva Palocci. Ela é mulher de um irmão de Palocci.

Do total repassado, R$ 550 mil vieram de convênios cujos recursos foram garantidos por meio de duas emendas apresentadas pelo então deputado federal Antonio Palocci em 2008 e 2009.
01/06/2011

QUEM GOVERNA?


Por Maria Lucia Victor Barbosa

A aparição do ex-presidente Luiz Inácio com objetivo de socorrer sua afilhada política, Dilma Rousseff, por conta do escândalo provocado pelo meteórico enriquecimento do ex-trotskista, ex-prefeito de Ribeirão Preto, ex-ministro da fazenda, ex-deputado federal, atual chefe da Casa Civil e braço direito da presidente, Antonio Palocci, merece algumas reflexões.


Em fotos estampadas em jornais Luiz Inácio apareceu eufórico entre senadores do PT quase genuflexos diante do chefe. De calça branca ao ex-presidente só faltavam os sapatos bicolores e o chapéu de panamá para completar o traje porque, como todos sabem, a política é feita de malandragem, assumindo frequentemente aspectos de capoeira.

Luiz Inácio, confortável em seu terceiro mandato, reuniu-se com partidos satélites do PT, almoçou com sua afilhada e o reincidente Palocci, deu muitos conselhos a Rousseff que prontamente obedeceu aos ditames do tutor. Ela deixou por breves momentos seu silêncio sepulcral, seu recolhimento misterioso e veio a público defender o risonho Palocci, mudo como a ex-primeira-dama Marisa Letícia que parece ter feito escola.



Não se sabe, porém, se a aparição de Rousseff apaziguou os ânimos das bases aliadas, que andam um tanto desalinhadas, se despistou as incríveis fábulas ganhas por um de seus “três porquinhos” de campanha.

A presidenta, como Rousseff gosta de ser chamada sendo, portanto, uma governanta e não uma governante, não pronunciou a famosa frase petista quando a situação aperta: “assunto encerrado”. Não conseguiu acabar com a encrenca Palocci e, pior, lançou dúvidas sobre o cargo presidencial sendo lícito perguntar: quem governa?

Como se sabe foi Luiz Inácio quem praticamente compôs o atual ministério indicando, pelo menos, os ministros mais importantes. E se chegou a dizer, segundo a imprensa, que sem Palocci o governo de Rousseff se arrastaria até o fim, isto significa que não confia tanto assim na eficiência de sua sucessora como apregoava na campanha. Por que, então, a colocou lá?

Bem, em primeiro lugar, porque os possíveis quadros de seu partido não tinham condição de disputar nenhum cargo eletivo, ainda mais a presidência da República. Entre eles, José Dirceu, outro ministro da Casa Civil que teve sérios problemas com algo chamado eufemisticamente de “mensalão”, que na linguagem usual é denominado de suborno e punido como crime nos países onde as leis funcionam. Dirceu voltou à Câmara de deputados, foi cassado e chamado por uma autoridade do Judiciário de “chefe da quadrilha” do “mensalão”, o que não o impediu de ser feliz em suas consultorias e de ter continuado a exercer influência no PT. Dirceu está certo de que será perdoado de todas suas culpas na Justiça, como Palocci o foi e todos os “mensaleiros” serão. Então, quem sabe, alcançará seus sonhos mais elevados.

Entre os muitos “quadrilheiros” do “mensalão” estava também Delúbio Soares, tesoureiro do PT, que por ter seguido a lei omertá e assumido todas as culpas dos companheiros durante muito tempo teve em sua recente volta ao partido calorosa recepção. Impressionante contraste com o PT de outrora que se dizia o único partido ético, aquele que viria para mudar o que estava errado, inclusive, a corrupção.

Nos mandatos de Luiz Inácio a avalanche de escândalos nunca antes havida neste país foi bem assimilada pela sociedade, enquanto o presidente da República dizia nada saber a respeito dos fatos mesmo quando as falcatruas eram praticadas por seus subordinados mais próximos e mais íntimos.

Agora, no governo PT/Rousseff, o escândalo inicial atingiu novamente a Casa Civil, que teve como inquilina anterior a ministra chamada jocosamente de Erê 6%, conhecida por suas práticas nada edificantes no exercício da função e que foi o braço direito da atual governanta. Também Erê parece seguir seu caminho sem medo de ser feliz.

Em segundo lugar, Luiz Inácio, sem opção para indicar seu sucessor entre companheiros de partido, parece ter pinçado Dilma Rousseff não por suas qualidades de excelência gerencial, mas, exatamente pela falta destas. Desse modo, se a herança maldita lulista na economia e na política seguir pesada demais, em quem o povo porá a culpa? Em Rousseff e não naquele que virá novamente para salvar pobres e oprimidos em 2014.

Afinal, o PT não pretende sair do poder pelo menos nos próximos 20 anos e já traçou seus caminhos facilitados pela ausência de oposições coerentes e firmes, pela falta de Poder Judiciário que puna crimes e abusos e da eficácia da propaganda que mantém a bestificação popular.




Palocci pode até ser beatificado junto com irmã Dulce, contudo, as ciladas do poder não garantem que roteiros traçados de antemão se realizem. Os aliados de hoje podem ser os adversários de amanhã no jogo pesado das ambições. Diante dos acontecimentos é cedo ainda para saber quem governa ou governará, se Luiz Inácio, Dilma Rousseff ou Michel Temer.


Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

mlucia@sercomtel.com.br
www.maluvibar.blogspot.com

31/05/2011

Chantagem



Por Merval Pereira

O Globo

Não poderia haver exemplo mais claro da degradação do poder político do que a frase do deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), mais uma vez chantageando o governo para conseguir aprovar uma emenda constitucional que aumenta o salário dos policiais militares:

"O momento político é esse. Temos uma pedra preciosa, um diamante que custa R$20 milhões, que se chama Antonio Palocci".

Segundo a lógica política primária de Garotinho, "a bancada evangélica pressionou e o governo retirou o kit gay. Vamos ver agora quem é da bancada da polícia. Ou vota, ou o Palocci vem aqui", disse o deputado da base governista, ameaçando o governo com a convocação do ministro da Casa Civil para explicar no Congresso seu enriquecimento, o que vem sendo impedido sistematicamente pelos governistas em diversas comissões na Câmara.


Temos nesse episódio todos os ingredientes que explicam como o governo Dilma Rousseff saiu de repente do céu de brigadeiro para a zona de turbulência que parece não ter fim.

O mais grave sintoma revelado pela fala de Garotinho é a perda de respeito de parte ponderável da base aliada pela principal figura política do governo, o ministro Palocci.

Primeiro foi o vice-presidente Michel Temer que gritou com ele, reagindo a uma desastrada ameaça de demitir os ministros do PMDB, caso não votassem contra o Código Florestal.

Agora, vem Garotinho referindo-se a ele ironicamente como uma "pedra preciosa" que vale R$20 milhões, valor revelado de seu patrimônio que precisa ser explicado à opinião pública, e só não o é porque ainda funciona a maioria preventiva do governo, que existe apenas para ocasiões como essas.

Mas a que custo, político e moral?

Este é outro aspecto do caso que se evidencia na fala do ex-governador do Rio, de triste memória. A chantagem grosseira que está explícita na fala de Garotinho é o retrato fiel de como o governo mantém uma base parlamentar de 70% do Congresso, que não lhe vale como instrumento de governo, mas sim de proteção.


Garotinho está entre os que vendem proteção política ao governo cobrando alto preço, embora de maneira nada sutil, como é de seu estilo de atuar.
 

A fragilização do ministro da Casa Civil está provocando casos como esse, e um bom exemplo é o do kit anti-homofobia, em cuja revogação Garotinho teve papel importante à frente da bancada evangélica.

O governo acabou fazendo a coisa certa pela razão errada, pois não podia ceder à chantagem tão evidente da bancada das igrejas - aí incluída a Igreja Católica - mas também não deveria ter tomado a iniciativa de distribuir os tais kits que, mais do que fazer campanha necessária e correta contra a homofobia, fazia mesmo era o elogio ao homossexualismo, o que é muito diferente.


Em vez de refazer o material pela razão correta, isto é, admitir, como fez depois a presidente, que não é papel do governo incentivar inclinações sexuais, o governo deixou-se constranger por uma bancada supostamente aliada, mas que usou o caso do ministro Palocci para conseguir seus objetivos.

Este, por sua vez, em lugar de ser o encaminhador de soluções políticas para uma presidência chefiada por uma neófita no assunto, transformou-se em um complicador.
 

Mesmo no caso da discussão com o vice-presidente Michel Temer, a atuação de Palocci demonstra que ele está completamente sem condições mínimas de negociar até com seus companheiros de governo.

Melhor do que ninguém, Palocci certamente sabia que fazer uma ameaça desse nível ao PMDB, através do vice-presidente eleito na chapa com Dilma, seria quase um suicídio político.


Por que levou adiante tal iniciativa, que poderia ter sido proposta pela presidente, neófita e de estilo agressivo, mas deveria ter sido abortada pelo conselheiro político habilidoso?
Porque Palocci está fragilizado dentro do próprio governo e de seu partido, de onde partiram as denúncias e no qual poucos se sentem obrigados a defendê-lo.

A história da "consultoria" e do enriquecimento espantoso do então deputado Antonio Palocci ainda não está contada, e, portanto, enquanto ele não vier a público revelar a sua versão, todas as ilações são válidas, inclusive a que desconfia que parte dessa dinheirama é, na verdade, do PT, e não de Palocci.




Uma nova versão dos "recursos não contabilizados" que já apareceram no mensalão e voltam a assombrar as campanhas políticas do partido que, um dia, já se apresentou ao distinto eleitorado como exemplo de retidão moral na política, e hoje parece dominado por um bando de vorazes devoradores de recursos públicos, contabilizados ou não.



Seja como for, dificilmente o ainda ministro Antonio Palocci terá condições políticas de exercer suas funções dentro desse clima, e não serão fotos como as que o Palácio do Planalto divulgou que resolverão os problemas reais.



A foto oficial mostra a presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer cumprimentando-se olho no olho, mas a linguagem corporal revela uma distância intangível entre os dois, mostra mais as dificuldades que os separam do que eventuais aproximações.

Divulgar essa imagem, ao mesmo tempo em que esconde o pivô da crise para blindá-lo de prováveis complicações, revela uma atitude defensiva do governo que só se explica pela fragilidade das relações com o maior partido da base aliada.

A união do PMDB com o PT, na verdade, só se mostrou útil para a eleição da presidente, uma armação política bolada pelo instinto de Lula que pode, no entanto, inviabilizar o governo.

Junho 01, 2011

O impeachment de Collor é a exceção que confirma a regra da impunidade

Nesta segunda-feira, ao reinaugurar o “Túnel do Tempo” ─ conjunto de 16 painéis que registram os principais momentos da saga do Congresso ─ o senador José Sarney caprichou na pose de testemunha ocular da História para justificar o sumiço da imagem da votação do impeachment do presidente Fernando Collor.

“Esse episódio não é tão marcante como foram os fatos que estão aqui contados”
, ensinou. “Talvez seja apenas um acidente que não deveria ter acontecido”.

O prazo de validade da explicação de Sarney expirou nesta tarde. “Eu não fui curador nem autor dessa exposição”, começou por absolver-se. “Mas, para evitar interpretações equivocadas, determinei à seção competente do Senado e sua administração que faça constar da devida exposição o impeachment do presidente Collor”.

Atribuiu a mudança de ideia à leitura dos jornais do dia. Mas também é possível que tenha voltado atrás por ter revisto o vídeo em que Fernando Collor, na campanha de 1989, diz o que pensa de Sarney (confira na seção História em Imagens).


O Sarney de segunda-feira é o que tem razão: a paisagem humana do Congresso se afina muito mais com o Túnel do Tempo sem a queda de Collor.

A punição aplicada ao chefe de governo que desonrou o cargo foi mesmo um acidente singularíssimo. É a solitária exceção que confirma a regra da impunidade.

A Câmara e o Senado se transformaram em dois viveiros de delinquentes. Se o tratamento rigoroso dispensado a Collor fosse estendido a todos os fora-da-lei homiziados no Congresso, 90% dos gabinetes seriam imediatamente esvaziados.


Começando pelo gabinete de Sarney.

 Direto ao Ponto


31/05/2011

O jogo do PMDB


Editorial do Estadão

Com o enfraquecimento do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, em consequência da revelação de que, no ofício de consultor, depois que deixou a Fazenda e assumiu o mandato de deputado federal, ele multiplicou exponencialmente o seu patrimônio em apenas 4 anos, o PMDB está se articulando para rever com o governo do qual é o principal aliado a coordenação política com a sua base parlamentar, para preservar a administração Dilma Rousseff do contágio da crise instaurada.

É nisso que a caciquia peemedebista quer que a opinião pública acredite.

Trata-se de um engodo.

A origem das tensões entre o Planalto e a legenda do vice-presidente Michel Temer não está no enfraquecimento de Palocci.

O enfraquecimento do ministro-chefe da Casa Civil é apenas uma oportunidade com a qual os seus maiorais não contavam para transformar frustrações acumuladas nestes cinco meses de novo governo em pontiagudos instrumentos de pressão sobre a presidente.

Simples assim.



O partido e o governo até que se esforçaram para jogar areia nos olhos do público.

Foi um fiasco.


Desde logo, a ideia já ofendia a inteligência alheia.

Consistia em fazer de uma trivialidade na rotina oficial um espetáculo de congraçamento.

Na Base Aérea de Brasília, antes de embarcar para um bate e volta a Montevidéu, na manhã de segunda-feira, Dilma Rousseff posaria para uma photo op - como dizem os americanos para designar a encenação conveniente aos fotografados - com o vice que assumiria a interinidade por poucas horas.

Faltou combinar com o temperamento da dupla.



Em lugar do registro de um caloroso abraço, que é o que aconteceria fossem os atores, digamos, o exuberante ex-presidente Lula e o afável senador Aécio Neves, o que o aparato de comunicação do Palácio acabou oferecendo foi a imagem patética de duas figuras constrangidas que mal se tocavam, sem um vestígio de sorriso, numa expressão corporal perfeitamente adequada, afinal, à verdade que desejavam escamotear.

Nesse embate ninguém decerto é inocente.

Mas é fato que motivo para amargura quem tem é o PMDB, tratado a pão, água e desdém pelo governo do qual o partido se considera condômino e não visitante eventual.

Começou com a montagem da equipe.

Dilma subtraiu da sigla pastas importantes, como a da Saúde, dando-lhe de troco a raquítica Secretaria de Assuntos Estratégicos.

Seguiu-se a gafe inaugural da exclusão de Temer da primeira reunião do conselho político do governo com a presidente.

Ele teve de passar pelo constrangimento de fazer chegar ao Planalto o seu amuo.

A louvável decisão de Dilma de segurar verbas e cargos ficou azedada pela miopia política que a impedia de enxergar a obrigação de dialogar com o PMDB, por ter o partido uma bancada na Câmara incomumente coesa, como se veria na votação do salário mínimo, quando fechou com o governo, e na do Código Florestal, quando fechou contra.



E neste segundo episódio, combinando impertinência com incompetência, Dilma mandou, e Palocci topou, ameaçar o vice, pelo telefone, com a demissão dos 5 ministros da legenda.

Justo pelo telefone, que o ministro se recusava a atender quando do outro lado da linha estavam políticos da base.

Ainda assim, os líderes peemedebistas no Congresso, que bloquearam as tentativas da oposição de convocá-lo a se explicar, prometem continuar a poupá-lo, pelo menos enquanto esperam o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, se manifestar sobre as explicações do ministro a respeito de sua rendosa incursão pela esfera privada.

O PMDB, por saber que ele não é uma unanimidade no PT, ainda mais agora que pode ser criticado como um grão-burguês, não quer lançá-lo aos lobos. Mas quer que ajoelhe no milho, para aprender bons modos.

Com Palocci - ou, principalmente, sem, na hipótese de sobrevir o pior -, Dilma terá, por sua vez, de trocar sua louvável ojeriza pelos picaretas da política pelo abominável cinismo com que seu criador, Lula da Silva, se cercou deles para garantir-se no poder.

Sob pena de ter de institucionalizar a tutela do ex-presidente.


01 de junho de 2011

terça-feira, 31 de maio de 2011

O Ódio a Israel



“Não é possível discutir racionalmente com alguém que prefere matar-nos a ser convencido pelos nossos argumentos.”
(Karl Popper)

O anti-semitismo é praticamente tão antigo quanto o próprio judaísmo. Os motivos variaram com o tempo, mas oscilando, quase sempre, em torno da inveja. A prática da usura era condenada enquanto os judeus desfrutavam de sua evidente lógica. Shakespeare retratou de forma intensa o anti-semitismo de seu tempo, na sua clássica obra O Mercador de Veneza. Marx, constantemente tendo que buscar refúgio com agiotas por causa de sua irresponsabilidade financeira, demonstrou forte anti-semitismo, usando os judeus como bode expiatório. O Holocausto nazista, com amplo apoio dos principais líderes muçulmanos, foi o ponto alto do preconceito contra judeus. Atualmente, o ódio irracional ao povo judeu está novamente em alta, concentrado especialmente no próprio direito de existência de Israel.

Vários países existem por causa de decisões arbitrárias de governos, principalmente após guerras. São inúmeros exemplos, e Israel é apenas mais um. Só que, curiosamente, somente Israel não tem o direito de existir, segundo os muçulmanos, com o consentimento de muitos ocidentais – quase todos de esquerda. O que Israel faz de tão terrível para que mereça ser “varrido do mapa”, como fanáticos islâmicos defendem? Vou arriscar uma possível resposta nesse artigo.

Israel é um país pequeno, criado apenas em 1948, contando com pouco mais de 6 milhões de habitantes. Entretanto, o telefone celular foi desenvolvido lá, pela filial da Motorola, que possui seu maior centro de desenvolvimento em Israel. A maior parte do sistema operacional do Windows NT e XP foi desenvolvida pela Microsoft-Israel. A tecnologia do chip do Pentium MMX foi projetada na Intel em Israel. O microprocessador Pentium 4 e o processador Centrino foram totalmente projetados, desenvolvidos e produzidos em Israel. A tecnologia da “caixa postal” foi desenvolvida em Israel. A Microsoft e a Cisco construíram suas únicas unidades de pesquisa e desenvolvimento fora dos EUA em Israel. Em resumo, Israel possui uma das indústrias de tecnologia mais avançadas do mundo.

A economia de Israel, acima de US$ 150 bilhões por ano, é superior a soma de todos os seus vizinhos. A penetração de computador é uma das maiores do mundo. Mais da metade dos habitantes tem acesso a Internet. Israel possui ainda a maior proporção do mundo de títulos universitários em relação a população. Lá são produzidos mais artigos científicos per capita que qualquer outro país do mundo. Israel possui o maior Índice de Desenvolvimento Humano do Oriente. A renda per capita está chegando a US$ 25 mil. Cientistas israelenses desenvolveram o primeiro aparelho para diagnóstico de câncer de mama totalmente computadorizado e não radioativo. E por aí vai.

Não custa lembrar que tudo isso foi conseguido sob constante ameaça terrorista por parte dos vizinhos muçulmanos, forçando um pesado gasto militar por parte do governo israelense. Em relação ao PIB, Israel possui um dos mais elevados gastos militares do mundo. Ainda assim, o país despontou no campo científico e tecnológico, oferecendo enormes avanços para a humanidade.

Quando comparamos esta realidade com a situação caótica da maioria dos países com predominância islâmica, fica mais fácil entender uma parte do ódio patológico que é alimentado contra os judeus. Claro que fatores religiosos pesam. Mas as gritantes diferenças econômicas e sociais adicionam muita lenha na fogueira. Fora isso, os israelenses podem escolher seus governantes democraticamente, enquanto os muçulmanos vivem sob ditaduras. Isso para não falar das diferenças quanto a liberdade feminina. Com tanta miséria, falta completa de liberdade, mulheres submissas e com o corpo todo coberto, a tentação de morrer como mártir e ser recebido por dezenas de virgens no paraíso parece irresistível. Mas o ideal seria mostrarmos para os muçulmanos que isso não é necessário. Israel não é um paraíso – longe disso. Mas perto da realidade dos vizinhos islâmicos, está quase lá. Ao invés de cometer suicídio num ataque terrorista na tentativa de destruir Israel, os muçulmanos fariam melhor se pressionassem seus líderes para que Israel fosse copiado, não “varrido do mapa”. Todos, com a exceção dos seguidores do profeta que usam a existência de Israel como desculpa para todo tipo de atrocidade doméstica, sairiam ganhando.

Charge

como se diz lá em Ribeirão Preto..

www.sponholz.arq.br


LULA FOI À LIBIA PEGAR DINHEIRO COM KADAFI DURANTE REGIME MILITAR BRASILEIRO.



No dia 5 de maio de 2011, Jair Bolsonaro (PP-RJ) vai à tribuna da Câmara dos deputados cobrar omissão do Ministro Nelson Jobim em questões nacionais e expõe impressionante confissão de amigo de Lula confessando terem viajado à Líbia, em nome do PT, durante o Regime Militar Brasileiro, para pegar dinheiro com Kadafi.


A Comissão Imparcial da Verdade deveria investigar também estes fatos.


27/05/2011