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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Lula decide que o “poste” Padilha será o candidato do PT ao governo de SP. Ou: Disputa no estado está na raiz do transe que fez de Dilma, por enquanto, a principal vítima



Luiz Inácio Lula da Silva bateu o martelo

O candidato do partido ao governo de São Paulo será mesmo Alexandre Padilha, ministro da Saúde



Por Reinaldo Azevedo

É o que informa reportagem de Natuza Nery, na Folha. Nenhuma novidade.

Quem toma as decisões relevantes no dito “único partido de massas” no Brasil é um homem só: Lula.

Ele acredita que poderá repetir com sucesso a fórmula que resultou na eleição de Fernando Haddad para a Prefeitura de São Paulo. O titular da Saúde, há tempos, era o seu preferido.

Os critérios adotados por Lula já na disputa de 2012, na capital paulista, afastavam, de saída, os dois pré-candidatos a 2014 mais conhecidos: Aloizio Mercadante e Marta Suplicy. São nomes considerados “velhos demais” e excessivamente identificados com o PT. Ao escolher Padilha, o Apedeuta pretende apresentar o velho como o novo. Há um viés cínico na escolha. Explico.

O núcleo duro do PT, Lula incluído, detesta São Paulo. Seus “inteliquituais”, a exemplo de Marilena Chaui, consideram que o estado reúne a nata do reacionarismo nacional. Marta e Mercadante, por exemplo, que trazem na testa a marca petista, tenderiam a despertar de imediato um forte sentimento de rejeição. Essas considerações já eram feitas antes mesmo das “Jornadas de Junho”. Depois delas, Lula reforçou a convicção de que o partido precisa apresentar um nome mais “neutro”, com um perfil mais supostamente “técnico”. Padilha é um virtual desconhecido do grande eleitorado. O seu grande ativo seria a baixa rejeição.

É uma estratégia de risco? É, sim! E isso só revela as dificuldades do partido. Um dos motes das manifestações de rua é “hospitais padrão Fifa”. A penúria em que vive o setor — mais por falta de competência do que de dinheiro — responde, certamente, em grande parte, pelo apoio popular aos protestos.

Lula quer que o ministro de uma área que se tornou foco especial de atenção vá para uma disputa eleitoral. O senso comum — e até o bom senso — recomendaria que se fizesse outra escolha. Mas, para tanto, forçoso seria que houvesse alternativas. Não há. A aposta, informa a reportagem, é que o tal programa de importação de médicos estrangeiros produza efeitos nas urnas. Vamos ver.

Confirmado o nome de Padilha, o marketing petista certamente tentará opor o “novo” Padilha ao “velho” Alckmin. Pode não ser assim tão fácil. As “Jornadas de Junho” foram muito mais cruéis com a reputação do prefeito Fernando Haddad, por exemplo, do que com a do governador. Haddad passou a ser visto como uma espécie de emblema do embuste petista. A sua gestão, que deveria ser exemplar, funciona mais como uma advertência sobre os perigos da inexperiência administrativa.
Cardozo fora
Tudo bem pensado, a eleição em São Paulo está na origem do transe vivido pela política brasileira. Nunca se esqueçam: os ditos protestos começaram na capital paulista, com meia dúzia de gatos-pingados, que adotaram, desde o início, a tática da violência.

Eram todos aliados tradicionais do petismo, que ajudaram a eleger Fernando Haddad. Até aquele momento, os petistas eram os principais beneficiários da “política fora dos partidos”; da “política como movimento da rua”; da “política fora dos espaços tradicionais de representação”.

Uma ligeira pesquisa no noticiário político de 2010 e 2012 (eleições, respectivamente, de Dilma e Haddad) vai indicar a mobilização, em favor dos petistas, dos ditos “coletivos” — esse nome de sotaque saborosamente soviético para designar movimentos supostamente espontâneos, mas que sempre votavam com “o partido”.

Quando a baderna de extrema esquerda — e era disso que se tratava — enfrentou a reação mais forte da polícia, amplos setores da imprensa (a mesma que os petistas adoram demonizar) compraram a causa dos manifestantes, que passaram a ser tratados como heróis da cidadania.

Os petistas tentaram, imediatamente, “liderar as massas” e jogá-las contra o governo de São Paulo. Quem não se lembra de José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, a tirar uma casquinha dos confrontos? Chegou a oferecer “ajuda federal” a Alckmin por intermédio da imprensa. Cuidava, isto sim, de sua própria pré-candidatura ao governo do Estado.

Menos de duas semanas depois, o governo federal demonstrava que não conseguia responder pela imposição da ordem nem em Brasília. O processo de demonização das Polícias Militares, que ainda está em curso, resultou numa espécie de “ocupe a rua que está dentro de você”.

Todas as insatisfações se juntaram e resolveram ganhar o espaço público. De fato, não era mais “pelos 20 centavos”. Começava-se a assistir a uma jornada contra a política e contra os políticos. Como os petistas estão no poder, sofreram o maior desgaste.

A popularidade de Dilma, mais do que a de Alckmin (alvo inicial da súcia), despencou. O tiro saiu pela culatra de maneira espetacular.

E a pré-candidatura de Cardozo — aquele que resolveu fazer proselitismo em meio à pancadaria — foi para o brejo. Ele já contava com um adversário poderoso: Lula o detesta e nunca o quis como o nome do partido na disputa pelo governo do estado. Era o preferido de Dilma — talvez uma boa forma de se livrar de sua incompetência…

Lula volta a seu plano original, ao tempo em que ele dizia que, “de poste em poste”, iria “iluminar todo o país”.

O poste da hora é Padilha.

Ocorre que a má consciência do PT acabou gerando um curto-circuito na política.

Ninguém entendeu muito bem o que está em curso, mas os mais perplexos são mesmo os petistas.

Não deixa de ser divertido assistir ao desespero da turma.

02/08/2013  

 

Perfil do vândalo: arruaceiro médio, segundo a polícia, faz parte da elite


vandalismo 


Fábio Augusto Morales Soares é mestre e doutor em em História Social pela USP. Tem 30 anos de idade, é solteiro e dá aulas como professor substituto na PUC de Campinas.

A rigor, seu invejável curriculum não tem pontos de intersecção com o da massoterapeuta Diana Parisi Dias de Moraes, 28 anos, uma ativista social cujo perfil no Facebook é utilizado para a convocação à participação em atos de hostilidade à mídia convencional e em apoio aos moradores da Favela do Moinho, na Barra Funda, em São Paulo.

É possível que Natini Pérola de Barros Oliveira, uma estudante de 24 anos de idade, não conheça o professor Fábio Augusto nem a massoterapeuta Diana Parisi.

Mas é certo que se relacione com Jorge Eduardo Hechert, 27 anos de idade, também estudante, igualmente solteiro, com quem divide um apartamento no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo.

Mas todos eles estavam no mesmo lugar, na mesma hora e, segundo a Polícia Militar, fazendo a mesma coisa: depredando concessionárias de veículos, agências bancárias, pichando prédios e ônibus, apedrejando policiais na Avenida Rebouças.

Os nomes dos quatro constam do boletim de ocorrência lavrado na noite do último dia 30 pelo Décimo-quarto Distrito Policial, em Pinheiros, São Paulo. Juntamente com os de 16 outras pessoas flagradas pela PM ‘vandalizando’ tudo o que estava ao alcance de suas mãos, martelos, pedras e latas de spray de tinta.

O grupo era estimado em cerca de 200 pessoas por observadores da polícia. Os manifestantes atendiam a uma convocação da página do Black Bloc, que se autointitula uma estratégia anarquista que não dá suporte a nenhum tipo de bandeira política.

Mas tem servido para a arregimentação de vândalos que migraram das redes sociais para as ruas, pagando carona nas manifestações.

A lista dos que depredaram patrimônio público e privado — e foram liberados depois de fichados — é composta por 15 nomes e permite construir um perfil médio desse novo persoangem.

A primeira constatação possível é a de que não se tratam de alienados políticos, não se enquadram na categoria marxista do lumpemproletariado e bem poderiam ser classificados como “eites”– na acepção lulopetista do termo.

O arruaceiro médio tem 23 anos de idade, é branco, mora em um bairro central e, na maioria dos casos, já passou por alguma universidade. Todos se declaram solteiros — apenas o companheiro de Natini se diz “convivente”. Apenas dois declararam ter a pele parda. Nenhum é negro.

A maior parte do grupo de supostos vândalos é formada por estudantes sem qualquer outro tipo de atuação profissional. São seis casos entre os 15 detidos que foram autuados em flagrante e liberados em seguida.

Mas há dois professores, um bancário, um empresário, um editor, um estoquista, um operador de telemarketing, a massoterapeuta e outro que não declarou em que trabalha.

Três dos 15 acusados de vandalismo têm curso superior completo. Outros nove declaram não ter ainda terminado o ensino superior. Os que já passaram por alguma faculdade, portanto, representam 75% dos que foram presos em flagrante.

E metade mora em bairros ricos da cidade de São Paulo. Na relação de endereços fornecidos há bairros como a Vila Madalena, Vila Mariana e o Centro.

Quanto aos meios utilizados para a depredação, o personagem proeminente é justamente a massoterapueta Diana Parisi. Com ela foram apreendidos um martelo, um cabo de madeira, um rolo de fita adesiva e peças automotivas. A PM também apreendeu toucas ninjas, bandanas e latas de spray.

O blog tentou falar com as pessoas citadas neste post. O professor Fábio Augusto Soares e Diana Parisi não atenderam. Natini afirmou que não iria fazer comentários. O companheiro dela, Jorge Hechert, ligou em seguida. Ele confirmou ter participado do protesto e disse que foi vítima de uma arbitrariedade, pois não esteve em nenhum ato violento.

Abaixo, você vai encontrar a relação de nomes e a qualificação dos indiciados. O Blog não vai divulgar a fac-símile do boletim de ocorrência para não devassar os endereços e telefones dos acusados, que constam do documento.
Nome Idade Estado civil Profissão Bairro cor da pele instrução
Antero Augusto Martins Filho 18 solteiro Estudante Tremembé branca segundo grau completo
Bruno Dias Ferreira 24 solteiro
Vila Nova Cachoeirinha parda superior incompleto
Diana Parisi Dias de Moraes 28 solteiro masso-terapueta Belém branca superior completo
Diego Gonçalves da Silva 24 solteiro bancário Moóca parda superior incompleto
Fábio Augusto Morales Soares 30 solteiro Professor Parque das Uiversidades – Campinas branca superior completo
Fernando Correa de Sá 24 solteiro empresário Vila Dom Pedro branca superior incompleto
Guilherme Magalhães Chelles 18 solteiro Estudante Vila Galvão branca superior incompleto
Henrique Montezano Lopes 18 solteiro Estudante Jardim dos Bichinhos branca segundo grau completo
Jorge Eduardo Hechert 27 convivente Estudante Largo do Paissandu branca superior incompleto
Natini Pérola de Barros Oliveira 24 solteiro Estudante Largo do Paissandu branca superior incompleto
Raael Loureço de Albuquerque 19 solteiro estoquista Itaquera pardo primeiro grau completo
Rodrigo Ferreira Viana 20 solteiro Estudante Ermelino Matarazzo branca superior incompleto
Thiago Rosa Vignoto 23 solteiro Editor Vila Invernada branca superior incompleto
Victor Leite de Oliveira 21 solteiro Professor Vila Mariana branca superior incompleto
Wilson Fernandes Raposo 26 solteiro Operador de telemarketing Jardim Londrina branca superior completo

Adeus, fascistas mascarados!



Por Fábio Pannunzio
Blog do Pannunzio

Ontem fui destacado para cobrir a manifestação convocada pela página Black Bloc do Facebook. Estive com os manifestantes desde as cinco horas da tarde, quando eles começaram a se concentrar em frente à Prefeitura de São Paulo.

Acompanhei todo o trajeto da marcha até a Avenida Paulista. Vi quando um policial agrediu, sem nenhum motivo e de forma covarde, pelas costas, uma manifestante que subia a Brigadeiro Luís Antônio.

Anotei um fato importante, que deveria inspirar alguma reflexão por parte da entidade que comanda os jovens que, de rosto coberto, protestam contra… Contra o que, mesmo ?

Percebi que alguma coisa mudou radicalmente desde o início da safra de protestos. Quando saiu do Centro, a manifestação tinha cerca de 500 participantes. Quando chegou à Paulista, tinha os mesmos 500.

Um bando de mascarados forma uma imagem bastante simbólica. Uma imagem forte, que atrai o olhar de quem passa ao lado. Por isso, muita gente ao longo do trajeto parava sobre os viadutos, se debruçava sobre as fachadas dos prédios, para ver o cortejo.

Mas ninguém aderia. Não era como antes, quando o coro “vem pra rua, vem, você também” funcionava como um catalisador e ia agregando milhares à multidão. Agora, os mascarados formam um grupo monolítico, hermético, impermeável à sociedade. Um grupo cuja beligerância mais afasta do que congrega. Por isso eles saíram e chegaram do mesmo tamanho.

Mais uma vez, houve muitas hostilidades contra jornalistas e técnicos das empresas de comunicação. A primeira vítima da ira dos arruaceiros foi o motociclista da equipe de moto-link da Band. Ele foi empurrado e derrubado. Ameaçaram linchá-lo e depredar seu equipamento. Isso só não aconteceu porque um grupo de manifestantes contrários à prática da violência (contra pessoas) interveio.

Logo adiante, eu mesmo acabei me transformando em alvo da ira daquela turba. Um grupo me cercou, tentou tomar meu microfone e passou a me atacar fisicamente. Deram cotoveladas, caneladas e chutaram meu joelho. É horrível ser cercado por uma alcateia raivosa, que baba de ódio de tudo e te enxerga como inimigo a ser eliminado.

Senti-me ultrajado com a intimidação. Não é possível que um jornalista não possa exercer seu ofício em plena rua de um País livre e democrático. Resolvi resistir ao expurgo, finquei pé e enfrentei os arruaceiros. O clima ficou péssimo. E só não foi pior porque, mais uma vez, alguns anjos-da-guarda mascarados vieram em meu socorro. Agradeço imensamente sua intervenção.

Mas ela só aconteceu depois que os vândalos já haviam danificado o microfone, impossibilitando a continuação do meu trabalho.

Quando me deitei, horas depois, a imagem daqueles pares de olhos de onde crispavam ofensas por detrás de capuzes e balaclavas não me saía da cabeça. Os gritos, as ameaças, a coação, as estocadas. A covardia de quem tapa o rosto para ganhar coragem de enfrentar o que não consegue enfrentar de cara limpa.

Sabe o que parece ? A Ku Klux Klan vestida de preto. É isso que parece: a KKK pós-moderna – um grupamento fascista e antidemocrático que não tem nenhuma proposta construtiva. Destruir é a palavra-chave. Destruir os governos, as instituições, o capitalismo, a liberdade de imprensa. Para por o que no lugar ? Eles não sabem. Só querem destruir.

O que é o Black Bloc ? Uma “estratégia”, como essa gente se auto-define. Mas uma estratégia sem um objetivo. O meio sem um fim, sem um propósito que se possa vislumbrar.

Para mim, são apenas um bando de idiotas comandados por alguém que de longe inspira suas mentes. São robôs a serviço de uma página do Facebook, um exército de mentes vazias que atende prontamente ordens de comando vindas de uma entidade eletrônica incorpórea. Uma tropa sem general, um exército de Don Quixotes que confunde uma bacia de barbeiro da democracia com o Elmo de Mambrino do fascismo. E que vai compondo sua “Má Figura” como um mosaico assustador, que as pessoas têm medo de enxergar.

Quem é que constrói suas bandeiras ? Quem é que constrói a agenda que os pauta ? Eles mesmos não sabem. São uns robozinhos teleguiados pela internet fazendo arruaças niilistas.

Pois bem. Entendi, finalmente, que nós, jornalistas, não somos bem-vindos à República dos Mascarados. Nela, não vigora a nossa Constituição. Não existem as salvaguardas do Artigo Quinto. A liberdade é tão escassa quanto os negros e pardos.

Não é apenas a ordem jurídica e o sistema que eles querem suplantar. Se pudessem, revogariam a Lei de Talião, o Código de Hamurabi, o processo civilizatório. Em seu lugar, instaurariam um sociedade de bárbaros, uma colmeia de abelhas em que as operárias não trabalham, as soldados não combatem, as rainhas não põem ovos.

Por tudo isso, estou fora dessas manifestações. É uma capitulação assumida. Falo isso com a autoridade moral de quem foi o primeiro jornalista a declarar apoio às manifestações do Movimento Passe Livre.

Desejo aos equivocados de boa-fé sorte na construção de seu projeto político, seja ele qual for. Não vou mais a essas marchas, nem como cidadão, nem como jornalista. Se não me querem, agora eu também não os quero mais.

E antecipo uma promessa: se um dia se saírem vitoriosos, hipótese que beira o absurdo, há de restar para mim um canto neste planeta imenso em que as pessoas não estejam suscetíveis a esse vírus fascista que se espalha pela internet para contaminar mentes humanas. Que reduz cérebros humanos a meras extensões de uma virtualidade deletéria, como se fossem HDs externos rodando um software alienígena.


Charge





Chico Caruso
 
 

Mistério no Rio de Janeiro: o que fazia Gilberto Carvalho na manifestação contra o aliado Sérgio Cabral?





Divulgado com exclusividade pela coluna, o vídeo de 5:19 registra imagens e sons da manifestação contra Sérgio Cabral promovida em 26 de julho em Copacabana.

Um olhar superficial não vê nada de mais.

Cenas de hostilidade ao governador fazem parte desde junho da rotina do Rio, e as palavras de ordem berradas pelos ativistas já soam familiares aos cariocas.

O que faz a diferença é a presença de Gilberto Carvalho no ato de protesto.

O secretário-geral da Presidência da República, que estava no Rio para acompanhar a visita do Papa Francisco, faz quatro aparições na gravação feita com um celular.

Na primeira, o rosto risonho sugere que está gostando do que vê e ouve.

Na segunda, ele olha para o alto sem desfazer o sorriso abobalhado.

Na terceira, circula entre a multidão caprichando na pose de sherloque paraguaio.

Na última, parece desconfiar que talvez esteja no lugar errado.

Somadas, as fugazes entradas em cena deixam sem resposta a pergunta intrigante: o que fazia Gilberto Carvalho no meio da manifestação contra um aliado do Planalto?

O coroinha decaído começou a ganhar notoriedade em janeiro de 2002, quando participou ativamente da trama destinada a fantasiar de crime comum a execução do prefeito de Santo André, Celso Daniel, e sepultar as investigações sobre os autores do assassinato consumado por motivações políticas.

De lá para cá, acumulou anotações no prontuário suficientes para transformá-lo na mais valorizada caixa preta do PT.

O espião flagrado no vídeo invariavelmente esteve do lado errado das coisas.

Embora ainda não se saiba o que o levou ao meio da manifestação, é certo que estava lá para tramar contra alguém.

E para servir a Lula, como tem feito desde que deixou o seminário para cair na vida.


02/08/2013


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O Hipotálamo da Presidente



Por Mônica de Bolle
 O Globo a Mais

O hipotálamo é a região do cérebro responsável pelas sensações de fome e saciedade.

Quando o sujeito sente fome e se alimenta, o estômago se dilata gradualmente, enviando mensagens ao hipotálamo que culminam na sensação de satisfação e saciedade.

A essa altura, a pessoa para de comer. Contudo, quando o indivíduo come em demasia, quando tem por hábito insistir no “olho maior do que a barriga”, as mensagens de saciedade vão sendo progressivamente diluídas até que o hipotálamo não mais seja capaz de interpretá-las para frear o ímpeto da gula.

Nesses tempos de recente passagem do Papa Francisco pelo Rio de Janeiro, não custa lembrar que a gula é um dos sete pecados capitais.

Todos os outros seis – a avareza, a inveja, a luxúria, a soberba, a ira, a preguiça – podem ser caracterizados, de um modo ou de outro, pelas falhas do hipotálamo, pela ausência da sensação de saciedade.

A Presidente Dilma claramente não entende o conceito de saciedade.

“Democracia gera desejo de mais democracia. Inclusão social exige mais inclusão. Qualidade de vida gera anseios por mais qualidade de vida”, e por aí vai.

A ladainha, articulada pelo ex-Presidente Lula na sua mais recente coluna para o New York Times, tem sido repetida à exaustão.

Foi dita ao Papa Francisco.

Foi novamente entoada, palavra por palavra, na entrevista concedida à Folha de São Paulo do último domingo.

A saciedade do povo, por assim dizer, amplamente evidenciada na queda da popularidade de seu governo, foi sumariamente ignorada pela chefe da Nação.

Por enquanto, só há espaço para a soberba: “quando a gente (sic) nesses dez anos cria condições para milhões de brasileiros ascenderem, eles vão querer mais”;

para a avareza, ou ganância: “Querida, olha, vou te falar uma coisa – eu e o Lula somos indissociáveis. Então, esse tipo de coisa, entre nós, não gruda, não cola. Agora falar volta Lula e tal… eu acho que o Lula não vai voltar porque ele não foi. Ele não saiu”;

a ira: “cumpriremos a meta de inflação pelo décimo ano consecutivo. Sabe em quantos anos o Fernando Henrique não cumpriu a meta?”;

a luxúria: “eu propus cinco pactos. E, eu tenho um sexto, sabe?”; finalmente, a preguiça:

“o Guido está onde sempre esteve: na Fazenda”.

E, enquanto está na Fazenda, o Ministro Guido Mantega escreve cartas para o FMI, solicitando alterações no cálculo da dívida bruta brasileira.

Segundo ele, o organismo internacional, que formula a sua metodologia de cálculo com base no princípio da comparabilidade, da capacidade de comparar o mesmo dado entre diversos países, deveria alterá-la para favorecer a leitura das contas públicas brasileiras – sacrificando, por óbvio, a sua utilidade como uma métrica comparativa de desempenho.

O Ministro quer que o Fundo exclua da estatística os títulos do Tesouro emitidos e adquiridos pelo Banco Central que não são usados nas operações compromissadas da autoridade monetária, as transações com os mercados securitizadas por esses títulos.

Ocorre que o FMI trata toda a emissão de títulos do Tesouro de um País como criação de dívida bruta, independentemente do seu uso, ou não uso.

A solicitação, além de insólita, remonta ao patético, fruto de um hipotálamo desgovernado.

A falta de acuidade mental, afinal, é um dos sintomas desse tipo de patologia.

Neste ínterim, as estatísticas brasileiras continuam a piorar.

O mercado de trabalho dá sinais de fadiga, com a alta do desemprego e o número de demissões registrado pelo Caged, as contas externas seguem em trajetória de deterioração e as contas públicas desvelaram o pior resultado no primeiro semestre desde 2009.

O único alento de curto prazo é a inflação.

Contudo, com o frio que se abateu sobre o País nas últimas semanas, com as geadas, as chuvas e as quebras de safra dos alimentos in natura que despontaram por aí, agosto promete ser um mês bem mais salgado do que junho, no que diz respeito à evolução dos preços.

“Querida, o desemprego… Olha aqui ó, é fantástico. Tem dó de mim, né? Como não podem falar de inflação porque o IPCA-15 deu 0,07% neste mês… E nós temos acompanhamento diário da inflação, tá? Hoje deu menos 0,02%, tá? Ela é cadente, assim, ó.” Dilma sabe a estatística do tomate.

O que talvez não saiba é que o hipotálamo da economia brasileira, que regula o crescimento, a pressão arterial, a temperatura corporal, as glândulas suprarrenais, está completamente disfuncional.

O resultado é a fadiga, a perda de visão, a impotência, a ausência de acuidade mental…
 30/07/2013

Dilma, a ex-dona de uma lojinha chamada “Pão & Circo”, decide agora estuprar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Não tem jeito: ela é ruim de doer!



Malhar agora o governo Dilma é fácil.

Todo mundo faz isso.

Difícil era considerá-lo “ruim de doer” (expressão a que recorri algumas vezes) quando sua popularidade estava nos píncaros da glória, né?


Por Reinaldo Azevedo

Leio alguns e algumas colunistas, que se especializaram na nobre arte de puxar o saco, e constato, quem diria?, até mesmo laivos de indignação com o poder de turno!

Tenho certo espírito de porco, confesso…

Quase, só quase, me vem a vontade de defender a governanta. Mas não dá. Afinal, esse é mesmo um… governo ruim de doer!!!

Tão ruim quanto o jornalismo que dosa seus elogios e suas críticas segundo as vagas da opinião pública.

Quero ver é chutar cachorro com as presas à mostra, não os de boca banguela. Mas isso é com os leitores, certo? Se há os que prestigiam os analistas que ora pensam uma coisa, ora o seu contrário, não há mesmo nada a fazer.

Dilma só não está mais perdida porque, de fato, nunca havia se encontrado.

Gostamos de pensar, porque isso nos conforta intelectualmente, que existe uma “razão da história”. Mas não há. Dilma é só uma personagem acidental de um — este, sim, existe — projeto de poder.

Num dado momento, ela se transformou na figura mais adequada para representá-lo, para encarná-lo, até porque não ameaçava o seu principal narrador: Lula!

Mas é fato que ela própria nunca soube bem por que estava lá e por que, a exemplo de toda dádiva, também esta lhe caiu no colo.

O temperamento irascível foi transformado pelo marketing em convicção. E ela foi engabelando a turma. O fato, no entanto, é que a aparência severa escondia um deserto de ideias.

Parafraseando a um só tempo os poetas Carlos Drummond e Ascenso Ferreira, pergunto: “Pra que tanta severidade, meu Deus?”. E respondo: “Pra nada!”.

Dilma — muito provavelmente estimulada por Aloizio Mercadante, ministro da Educação alçado a primeiro-ministro in pectore — decidiu ter outra grande ideia depois que as ruas começaram a gritar: quer retirar os gastos de estados e municípios com mobilidade urbana do cálculo do endividamento de estados e municípios, em mais um exercício de contabilidade criativa, matéria em que Guido Mantega se tornou especialista.

É um despropósito!

A parte sensata das pessoas que ocupam as praças está cobrando mais seriedade do governo e do estado brasileiros.

E a presidente decide responder como?

Estuprando a Lei de Responsabilidade Fiscal, que serviu para pôr alguma ordem nas contas públicas. A LRF só não é melhor porque, infelizmente, o maior de todos os gastadores — o próprio governo federal — não está submetido aos mesmos rigores que vigem para estados e municípios.

Ora, ora…

A Lei de Responsabilidade Fiscal só foi criada para que prefeitos e governadores, sob o pretexto de fazer o bem, não estourassem os cofres, largando dívidas impagáveis para seus sucessores — na certeza de que, afinal de contas, entes da federação não quebram, não entram em falência; não no Brasil ao menos.

Nos Estados Unidos, por exemplo, a coisa é diferente. Evidentemente não se fecham prefeituras e governos, mas eles ficam impedidos de gastar, e isso vale também para o governo federal.

A LRF levou alguma ordem às contas públicas.

Prefeitos e governadores podem ser legalmente responsabilizados por gestão temerária e perdem algumas vantagens na renegociação de dívidas com o governo federal. Se Dilma retirar da conta os “gastos com mobilidade”, vai acontecer o óbvio: abre-se uma vereda para que desembolsos efetuados em outras áreas entrem nessa rubrica.

E lá vai para o vinagre a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Não custa lembrar que o petismo primitivo recorreu ao Supremo contra a LRF. Quando Lula chegou ao poder, a ação do partido tramitava no tribunal, embora Antonio Palocci, então ministro da Fazenda, a considerasse essencial para governar o Brasil… Isso é o PT!

Então não havia o que o governo pudesse fazer para incentivar a tal mobilidade?

Ora, dá para fazê-lo por intermédio da abertura de linhas de crédito ou da desoneração fiscal, mas isso não surtiria o efeito desejado. O que o governo está tentando fazer é menos resolver o problema do que dar uma folga para governadores e prefeitos gastarem mais.

Sim, o governo Dilma é ruim de doer!

Bem ou mal, a gestão petista tinha um tripé de credibilidade: política de meta da inflação, câmbio flutuante e controle fiscal.

A propaganda sempre foi mais efetiva do que os fatos, é bem verdade. Mas ainda era melhor do que o descrédito.

Em dois anos e meio, a gestão Dilma fez intervenções desastradas nos dois primeiros itens e, agora, anuncia que vai jogar uma pá de cal no terceiro. Antes, o pretexto era o crescimento. Não cresceu. Agora, diz que está está a responder à reivindicação das ruas…

Ai, ai…

As praças pedem mais saúde e mais educação, e Dilma dá autorização para que se arrombem os cofres públicos e se enterre a LRF.

Então a gente volta à origem das coisas, não é?

Em 1994, entre uma função pública e outra, Dilma abriu uma lojinha de bugigangas importadas do… Panamá!!!

O negócio durou um ano e meio.

Teve de ser fechado, sob ameaça de falência.

O empreendimento tinha um nome, que fornece uma piada pronta, embora seja verdade: “Pão & Circo”.

01/08/2013

Por que alguém gosta do Foro de São Paulo?





 
Escrito por Olavo de Carvalho
Agosto 2013
Notícias Faltantes - Foro de São Paulo


Ilmo. Sr.
Breno Altman
Opera Mundi
Editor

Tendo sido mencionado em termos altamente ofensivos num seu artigo recente, peço e exijo, no uso do meu direito de resposta, a publicação do texto que se segue.

Atenciosamente,

Olavo de Carvalho



Por que alguém gosta do Foro de São Paulo?


Por Olavo de Carvalho

A propósito do XIX Encontro da coordenação estratégica do movimento comunista no continente, um sr. Breno Altman indaga no “Opera Mundi” de 31 de julho, com ares de perplexa indignação: “Por que a direita odeia o Foro de São Paulo?” A resposta, como não poderia deixar de ser em obra de tão criativa inteligência, vem pronta, copiada de qualquer manual de marxismo-leninismo: é “ódio de classe”, é a maldita burguesia inconformada de que após a queda da URSS o socialismo não morresse, mas prosperasse de vitória em vitória.

O próprio sr. Altman reconhece, no entanto, que nenhum sinal de hostilidade ao Foro se viu na “grande mídia”, porta-voz por excelência da “burguesia” segundo o ensinamento esquerdista repetido em todas as escolas. Em vez disso, os protestos direitistas, vindos de “grupos de distintos naipes” (sic), pipocaram por toda parte na blogosfera. Nem de longe ocorre a esse gênio da estupidez perguntar por que raios a burguesia enraivecida, em vez de fulminar o Foro de São Paulo pelos possantes meios de comunicação de massas que ela mesma possui e comanda, preferiu sussurrar seu “ódio de classe” em blogs raquíticos de alcance limitado e orçamento nulo, como por exemplo o “Mídia Sem Máscara”, que sobrevive das rebarbas do meu salário.

Muito menos notou o arguto mentecapto que, inversa e complementarmente, a sua própria opinião, em vez de ocultar-se em tão paupérrimas e frágeis publicações de quintal, brilha num site protegido pelo bilionário Grupo Folha e subsidiado pela Petrobrás, empresa onde uma parte substantiva da nossa burguesia investe o seu querido capital.

Com toda a evidência, as respectivas “ideologias de classe”, no caso, não correspondem à posse ou falta de posse dos meios de produção. Estão sociologicamente invertidas. Mas no Brasil de hoje isso é normal entre intelectuais de esquerda (e suponho que o sr. Altman se creia um deles): sendo incapazes de discernir sua própria posição de classe, e sentindo-se inibidos de perguntá-la ao papai ou à mamãe, encontram alívio de tão angustiante desorientação inventando estereótipos amáveis e detestáveis e os vestem em quem bem desejem, acreditando que com isso estão fazendo análise sociológica.

É assim que os pés-rapados da blogosfera se transmutam na “burguesia” e os potentados da Folha e da Petrobrás no povão oprimido.

A resposta do sr. Altman vale o que vale o seu conhecimento das classes sociais no Brasil.

Mas, antes mesmo disso, a pergunta mesma já veio errada.

Ao longo de duas décadas e picos, o Foro de São Paulo acumulou uma folha de realizações que ninguém deveria ignorar:

1) Deu abrigo e proteção política a organizações terroristas e a quadrilhas de narcotraficantes e seqüestradores que nesse ínterim espalharam o vício, o sofrimento e a morte por todo o continente, fazendo mesmo do Brasil o país onde mais cresce o consumo de drogas na América Latina.

2) Ao associar entidades criminosas a partidos legais na busca de vantagens comuns, transformou estes últimos em parceiros do crime, institucionalizando a ilegalidade como rotina normal da vida política em dezenas de nações.

3) Burlou todas as constituições dos seus países-membros, convidando cada um de seus governantes a interferir despudoradamente na política interna das nações vizinhas, e provendo os meios para que o fizessem “sem que ninguém o percebesse”, como confessou o sr. Lula, e sem jamais ter de prestar satisfações por isso aos seus respectivos eleitorados.

4) Ocultou sua existência e a natureza das suas atividades durante dezesseis anos, enquanto fazia e desfazia governos e determinava desde cima o destino de nações e povos inteiros sem lhes dar a mínima satisfação ou explicação, rebaixando assim toda a política continental à condição de uma negociação secreta entre grupos interessados e transformando a democracia numa fachada enganosa.

5) Gastou dinheiro a rodo em viagens e hospedagens para muitos milhares de pessoas, durante vinte e três anos, sem jamais informar, seja ao povo brasileiro, seja aos povos das nações vizinhas, nem a fonte do financiamento nem os critérios da sua aplicação. Até hoje não se sabe quanto das despesas foi pago por organizações criminosas, quanto foi desviado dos vários governos, quanto veio de fortunas internacionais ou de outras fontes. Nunca se viu uma nota fiscal, uma ordem de serviço, uma prestação de contas, um simulacro sequer de contabilidade. A coisa tem a transparência de um muro de chumbo.

Diante desses fatos, perguntar por que alguém odeia o Foro de São Paulo é perguntar por que a chuva molha ou por que as vacas dão leite em vez de botar ovos.

É pergunta idiota de quem se faz de desentendido porque tem algo, e muito, a ganhar com uma cínica afetação de inocência.

O que toda inteligência normal e honesta deve perguntar, diante das obras e feitos do Foro de São Paulo, é, isto sim, como é possível alguém, sem ser parte interessada, gostar de uma porcaria dessas.


***

Devo acrescentar, a essas considerações, uma nota pessoal. No artigo do sr. Bruno Altman fui chamado, sem maiores explicações, de “filósofo de bordel”. Embora o julgamento do sr. Altman sobre quaisquer filósofos valha tanto quanto a sua sociologia, devo reconhecer que o rótulo não é totalmente descabido, de vez que tenho, de fato, dedicado bastante atenção filosófica a vários bordéis, lupanares, prostíbulos, alcoices, casas de tolerância, casas da tia ou como se queira chamá-los, cujas atividades espantosas requerem explicação. Há, entre inumeráveis outros, o bordel internacional do Foro de São Paulo, o bordel federal da sra. Dilma Rousseff, o bordel ao ar livre da “Marcha das Vadias” e, agora, o bordel jornalístico do “Opera Mundi”.


Charge






IMPRENSA LATINOAMERICANA ELOGIA O PARAGUAI PELA SUA POSTURA DIGNA PERANTE O O MERCOSUL



Tradução de FRANCISCO VIANNA

Jornais do Brasil, da Argentina, do Equador e da Costa Rica destacam a dignidade nacional do Paraguai.

O jornal ‘O Globo’ do Brasil criticou ontem a diplomacia brasileira do Itamaraty por tentar sem êxito submeter o Paraguai e impedir o julgamento político do deposto Fernando Lugo, em junho de 2012. Além desse, o jornal argentino ‘La Nación’, de Buenos Aires, qualificou de digna e altaneira a postura paraguaia ao exigir que se cumpra o estado de direito no MERCOSUL. Também o jornal ‘El Comercio”, do Equador, lembrou num artigo a incoerência bolivariana.

O chanceler brasileiro, Antônio Patriota (esq.), e a presidente Dilma Rousseff tentaram impedir o julgamento político de Fernando Lugo pelo Congresso e pela Suprema Corte de Assunção, afirma o jornal brasileiro ‘O Globo’. (ABC COLOR)

“Nem o Papa pode unir BRASIL e PARAGUAI”, disse o diário ‘O Globo’ do Rio de Janeiro sobre a desculpa esfarrapada dada pelo presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, para não assistir a missa central do papa Francisco, no último domingo na capital carioca. O jornal assinala que o governo de Dilma Rousseff, “contrariando 143 anos de estratégia diplomática, decidiu intervir internamente nos assuntos do Paraguai e submeter o país à humilhação política em 22 de junho do ano passado”, quando enviou a Assunção seu chanceler Antonio Patriota com a missão de “impedir a votação do julgamento político de Fernando Lugo pelo Congresso, como reza a Constituição guarani”. A publicação qualificou o fato como “uma derrota sem precedentes” da atual vergonhosa diplomacia brasileira.

Por sua vez, o diário bonairense ‘La Nación’ aponta que a circunstância de que os mandatários da região hajam comprometido a sua assistência à posse presidencial de Cartes em 15 de agosto próximo, “dá à Argentina a oportunidade de se por ao lado do Paraguai para lhe oferecer a presidência do bloco durante o semestre que se iniciará, a partir de 1º de janeiro de 2014”. No entanto, a posição de Cartes é a de aceitar a volta ao MERCOSUL, apenas na eventualidade da saída da Venezuela.

Deixa ver que tal abordagem argentina seria uma mudança de atitude na política externa dos últimos oito anos, inusitadamente agressiva e até ríspida com seus vizinhos e, além disso, uma espécie de desagravo tardio pelo que ocorreu em 2012.

“Tomara que essa seja a maneira de se estabelecer uma ponte para sair rapidamente de uma situação incômoda que continua causando mal estar e agravos a um país irmão”, textualiza o jornal portenho.

“A Dignidade Tem Nome: PARAGUAI” é o título do comentário do jornalista José María Penabad, do jornal ‘La Nación’ da Costa Rica. O artigo diz que Assunção não entrou no jogo bolivariano porque a decência é emblema de sua honorabilidade. “Por decoro, o Paraguai disse que o atual MERCOSUL é um retrato de vícios de convivência e de um jogo de desprezo e falta de respeito à democracia”, relata o jornal costarriquenho.

Por seu turno, o jornalista argentino Benjamín Fernández Bogado escreveu um artigo para o jornal diário equatoriano ‘El Comercio’ no qual compara a condenação de alguns governos à intromissão norteamericana e europeia em outros países, como a Líbia, o Iraque e o Afeganistão, “mas se esquecem do que dizem quando fazem o que fizeram com o Paraguai, que tentaram castigar, sem conseguir, pelo fato do país se ater ao que determina a sua Constituição e suas leis”.

NOTA DO TRADUTOR: Brasileiros e paraguaios, em sua maioria, estão na expectativa de saber de o novo presidente paraguaio manterá ou não a sua decisão de só voltar ao MERCOSUL se a Venezuela sair. Mesmo que isso não ocorra, o Paraguai foi admitido como “membro observador” da Aliança do Pacífico, um novo bloco na América do Sul que por enquanto é formado pelo Chile, Peru, Colômbia e Panamá e, após um ano, será elevado à categoria de “membro pleno”, uma situação bem mais promissora de livre comércio do que a oferecida pelo decadente MERCOSUL, onde nunca teve palavra ativa.

Fonte: Jornal argentino ABC COLOR

31 DE JULHO DE 2013

terça-feira, 30 de julho de 2013

A bagunça vai se instalando




Editorial
 O Estado de S.Paulo

As manifestações que começaram no mês de junho não só perderam envergadura, como se tornaram mais raras, mas os atos de vandalismo promovidos por pequenos grupos, que nelas se infiltram, continuam com o mesmo ímpeto.

Muitas vezes eles agem sozinhos, sem buscar a cobertura da grande maioria dos manifestantes pacíficos. Como não são reprimidos pela polícia - ou só o são, e ainda assim de forma tímida, quando sua violência ameaça escapar a todo controle -, sua ousadia vem num crescendo.

Eles voltaram a atacar na sexta-feira, deixando em São Paulo um rastro de destruição por onde passaram e, no Rio, amedrontando peregrinos reunidos à noite na Praia de Copacabana, onde se realizava um show promovido pela Jornada Mundial da Juventude.

Na capital paulista, a manifestação - em apoio aos jovens que no Rio protestam contra o governador Sérgio Cabral - começou pacífica por volta das 18 horas no vão livre do Masp, na Avenida Paulista.

Mas logo desandou, quando entrou em ação um grupo de participantes dos Black Blocks, que se intitulam anarquistas.

Eles ignoraram os apelos dos organizadores da manifestação para que não houvesse vandalismo e logo começaram um quebra-quebra. Depredaram 13 agências bancárias e picharam as Estações Trianon e Brigadeiro do metrô. Os poucos PMs ali presentes assistiram a tudo passivamente. Um tenente disse à reportagem do Estado que a ordem era não intervir.

Quando um manifestante pediu a outro PM que agisse contra os vândalos, ouviu como resposta: "Se você for até a delegacia e identificar (o suspeito de vandalismo) eu levo. Senão, não posso". Os Black Blocks se dirigiram em seguida para a Avenida 23 de Maio, onde usaram um ônibus biarticulado para interromper o trânsito. Só então a PM interveio, liberando o trânsito, e conseguiu dispersar o grupo quando ele retornou à Paulista.

No Rio, dessa vez não houve destruição, mas em compensação o susto foi grande. Cerca de 300 manifestantes, gritando "Fora Cabral" e "Não vai ter Copa", tentaram invadir a área que dá acesso ao palco onde pouco antes estivera o papa Francisco. Os peregrinos reagiram com medo e, se o show que se realizava ali no momento não tivesse sido encerrado antes da hora por causa dos gritos dos manifestantes, favorecendo sua dispersão, eles poderiam ter provocado pânico, com as consequências facilmente previsíveis.

A agressividade crescente desses grupos e o comportamento hesitante da polícia, que só intervém em último caso, quando o mal já está feito, criam uma situação altamente perigosa. Ela combina o medo da população - que, quando não presencia, assiste pela televisão às cenas impressionantes de destruição - com a ousadia dos vândalos, alimentada pela impunidade de seus atos.

A essa altura, nada mais justifica a hesitação e a timidez da polícia. Se a própria maioria dos manifestantes deixa clara sua discordância com a violência, o que os governantes ainda esperam para determinar às forças da ordem que ajam com o rigor que a situação exige? Ao contrário do que afirmaram algumas autoridades policiais, não há dificuldade alguma em distinguir os grupos violentos dos demais manifestantes. Basta ver o que fazem.

A passividade da polícia só se explica pelos receios dos governantes de serem acusados de violentos. O que se exige deles é a firmeza que tem faltado, porque a violência hoje está do outro lado - o dos grupos de vândalos. Nenhum deles - sejam os autoproclamados anarquistas como os Black Blocks, os skinheads, os funqueiros ou os simples bandidos - esconde sua clara adesão aos atos violentos para atingir objetivos tão vagos que a violência em si parece satisfazê-los.

Como o governo pode tolerar isso? Sua omissão só estimula os quebra-quebras e, a continuar assim, é grande o risco de que a situação fuja ao controle nas grandes cidades. Evitar isso, mantendo a ordem, é a atitude mais democrática a ser adotada pelos governantes. A bagunça não combina com a ordem democrática. É o seu oposto.

30 de julho de 2013


Charge





Chico



segunda-feira, 29 de julho de 2013

Reynaldo-BH e a visita do Papa: é emocionante ver a história em movimento, sendo escrita sob nossos olhos


Por Ricardo Setti


Papa Francisco durante cerimônia na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro
(Foto: Evaristo Sá / AFP)

Post do leitor e amigo do blog Reynaldo-BH


A história da Igreja se confunde com a da civilização ocidental. Este fato é inquestionável. Até mesmo as diversas religiões cristãs hoje existentes são derivadas de cisões ou cismas na Igreja Católica.

É a instituição mais longeva na construção humana.

É sob este prisma que gostaria de tentar analisar a visita do Papa Francisco ao Brasil. Não pelo ângulo da presença política ou social da visita, mas – de novo, tentar – a partir de um entendimento das primeiras declarações e orientações de um papa frente a uma Igreja que sempre se renova. Mesmo com atraso.

Francisco pôde dizer a que veio. E se mostrou – teologicamente – muito mais próximo de Roncalli (nosso inesquecível João XXIII) do que de Ratzinger (o papa ainda vivo, Bento XVI). Não se aprofundou em temas teológicos de complexidade, em que Ratzinger é um dos maiores e admirados teólogos, mas com uma postura de pastor que não se via desde João XXIII.

O ponto alto foi – a meu ver – a reunião com os bispos e cardeais da CELAM horas antes de partir. E as posições claras adotadas. Completou-as com a entrevista no voo de volta a Roma.

Foram declarações fortes. E por isso, claras. Sem renúncia à Igreja e sem espaços aos que desejam uma igreja incoerente com a doutrina católica.

Após anos de intensa divisão, houve um aproveitamento do que de bom tinha a Teologia da Libertação, de Gustavo Gutiérrez, Leonardo e Clodovis Boff.

De pouca teologia, mas de muita inspiração sociológica. Ou política. Como Francisco deixou clara ser uma das tentações da Igreja. Mas negar um houve um avanço evidente a partir da inserção de temas sociais na visão católica, é fazer uma hermenêutica equivocada.

Isto Francisco aproveita. E despreza os aspectos políticos de atuação de uma Igreja que tem que ser além dos valores humanos do presente. Equipara o liberalismo econômico à doutrina marxista, deixando claro que qualquer tentativa de uso da fé pela “sociologia política” é maléfica.
  
A colossal multidão que se juntou na Praia de Copacabana, no Rio, para ver e ouvir o papa Francisco no sábado, 27 (Foto: EFE)

Afirma que a Igreja é HOJE. Não de promessas nem de passado, quando este não é somente indicativo de futuro.

O catolicismo iluminado (que como sabemos, tende a criar um “catolicismo” para cada um, obedecendo a conceitos que não são os da Igreja), o clericismo que afasta a Igreja dos fiéis e o “complexo de príncipe” que acomete o carreirismo de alguns padres que se materializa quando são bispos.

A interpretação dogmática não afasta uma outra, de inserção na vida de quem faz a Igreja: o povo de Deus.

O peligianismo ainda existente – egocêntrico e reducionista – em todas as correntes ditas “sociais” (políticas ou de atuação) foi combatido.

Desde Santo Agostinho (combatente feroz de Pelágio) esta comparação não tinha sido claramente explicitada. A fé cristã (para os que a tem, naturalmente) não isola o homem de um Criador. Antes, integra os mesmos. A dita salavação passa por esta interação. Negar a divindade de Cristo ataca os valores essências da fé cristã. E ser “pelágio” em nome de valores políticos e/ou sociais– até defensáveis – menores frente a quem crê.

A Conferência da CELAM (Aparecida, 2007) parece ser decisiva na trajetória de Bergoglio. Ele foi um dos condutores do documento que não mereceu atenção no passado e hoje é referência. Resgatado por Francisco, explica até o pedido de visita ao Santuário.

É um documento forte. De autocrítica e – nota-se claramente – de uma adequação hermenêutica da teologia da libertação, em seus aspectos pastorais.

No retorno a Roma, Francisco não se escondeu de posições incômodas. Desde a homossexualidade – que ele se recusa a julgar – ao pré-anúncio de mudanças na liturgia em relação a divorciados.

Foi além. Em entrevistas afirmou que o roubo merece cadeia. Mesmo para um monsenhor. Que – palavras do papa – desonra a Igreja. A reforma da Cúria foi reforçada, anunciada e garantida.

Não se muda o rumo de um transatlântico com guinadas. Mas quando este muda de rumo, é impossível pará-lo.

A Igreja está em mudanças. Talvez – espero! – a mais intensa desde o Concílio Vaticano II.

Todos nos surpreendemos com Francisco. Pela renúncia de Bento. Pela escolha de um papa “do fim do mundo”. Pela pouca visibilidade que tinha como bispo de uma cidade da América Latina.

A partir de agora, não se pode alegar surpresa. Francisco é revolucionário.

Vai desagradar a muitos. Conservadores e até progressistas. Ele parece saber exatamente o tamanho da encrenca.

E ficou claro que em um mundo conectado, de novos desafios, paradigmas e aspirações, Francisco é um papa que entende o recado que muitos quiseram ignorar ou reinterpretar de acordo com as próprias posições.

Que Francisco complete o que começou. E é sempre emocionante ver a história em movimento. Sendo escrita sob nossos olhos.

Benvindo, de novo, Papa Francisco!



29/07/2013

Se demorou nove anos para inventar uma versão sobre o bombom de cupuaçu, Lula vai querer falar do caso Rose só em 2022




Por Augusto Nunes

As plateias amestradas de Lula aplaudem as bazófias de um presunçoso patológico com a mesma aplicação exibida quando endossam com lágrimas de esguicho as pieguices recitadas pelo coitadinho de araque. O bom entendimento entre o canastrão e a claque foi reiterado no Festival da Mulher Afro, Latino-Americana e Caribenha, realizado em Brasília na semana passada.

Deslumbrado com a narrativa das façanhas do maior dos governantes desde Tomé de Souza, o auditório teve de arquivar temporariamente o entusiasmo para comover-se com a entrada em cena do nordestino perseguido por preconceituosos cruéis. Desta vez, Lula resolveu emocionar o público com a ressurreição de um episódio ocorrido há nove anos em Tucuruí.

Pouca gente se lembrava da história. O homem que nunca lembra o que importa, soube-se agora, guardou-a na gaveta da memória reservada a casos exemplares de preconceito. Ao resgatá-la, como de praxe, Lula deturpou o que efetivamente aconteceu com a versão malandra abaixo transcrita:

“A maldade comigo era tanta que eu ganhei uma bala, mas eu estava sentado na cadeira e não tinha onde guardar. Desembrulhei a bichinha e coloquei o papel com muito cuidado no pé da cadeira (…). Tamanha foi minha surpresa que a capa do jornal era só o papel de bala”.

Conversa fiada, informam as fotos e berra o noticiário dos jornais sobre aquela tarde de 2004 em que o palanque ambulante estacionou no interior do Pará para inaugurar três turbinas da hidrelétrica de Tucuruí. No centro da mesa das autoridades, o que Lula desembrulhou e engoliu gulosamente, como atesta a imagem à esquerda, não foi uma bala. Foi um bombom de cupuaçu que acabara de ganhar de presente.

Teria pedido mais um se não descobrisse que estava com um problema na mão esquerda: a bolinha de papel a que fora reduzida a embalagem. Poderia tê-la guardado num bolso, para depois jogá-la no lixo. Poderia repassá-la ao ajudante-de-ordens. Em vez disso, sem notar que nada encobria o que o se passava debaixo da mesa, fez a opção pela esperteza.

Péssima ideia, constatou ao topar com a sequência de fotos, publicadas pela Folha no dia seguinte, que registrou todas as etapas da operação. Primeiro, caprichando na cara de paisagem, Lula passou a bolinha de papel da mão direita para a esquerda. Em seguida, estendeu o braço sobre o encosto da cadeira ocupada pelo governador tucano Simão Jatene.

“Coloquei o papel com muito cuidado no pé da cadeira”, fantasiou na discurseira em Brasília. O registro fotográfico grita que não. O que ele fez, fingindo-se absorvido por reflexões sobre os superiores interesses da pátria, foi deixar o papel cair no chão ─ e atrás do governador. Milhões de brasileiros jogam lixo na rua. Mas não se sabe de outro presidente da República que, sem testemunhas por perto, é capaz de jogar uma casca de banana na frente de um asilo.

Lula passou nove anos sem comentar o episódio. Resolveu exumá-lo agora apenas para tentar enterrar publicamente a verdade. Faz quase 300 dias que não abre a boca sobre o escândalo que estrelou ao lado de Rosemary Noronha. Se mantiver o padrão, só tratará do caso em 2022. Como é certo que vai contar mentiras, deveria ao menos aprender a assassinar fatos e fotos com mais criatividade.


Barbosa afirma que não sai candidato à Presidência em 2014


Presidente do STF diz que 'País não está preparado para ser governado por um negro', nega planos na política e faz críticas à mídia e ao Itamaraty

O Estado de S.Paulo

Brasília - O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, afirmou que não disputará as eleições do ano que vem, avaliou que o Brasil não estaria preparado para ser governado por um negro e classificou o Itamaraty como "uma das instituições mais discriminatórias do Brasil". Ele também fez críticas à imprensa.

Desde o julgamento do processo do mensalão e a condenação de 25 dos 38 réus, o nome do ministro começou a ser lembrado em pesquisas de opinião. "Sou muito realista. Nunca pensei em me envolver em política", afirmou o ministro em entrevista publicada ontem pelo jornal O Globo.

O presidente do STF não foi filiado a partidos políticos no passado e, reservadamente, mantém críticas a legendas que considera de direita, como o DEM, que contestou a política de cotas raciais. "Não tenho laços com qualquer partido político." Barbosa se declarou "social-democrata à europeia".

Como ministro do Supremo, ele teria de deixar o tribunal no ano que vem caso decidisse concorrer às eleições e renunciar à presidência da Corte quase sete meses antes de terminar seu mandato. Barbosa acredita que o Brasil não está pronto para ter um presidente negro. "Acho que ainda há bolsões de intolerância muito fortes e não declarados no Brasil", disse.

Itamaraty.
Barbosa afirmou ter sido vítima de preconceito ao ser reprovado no concurso para diplomata. Foi eliminado na fase de entrevistas. "O Itamaraty é uma das instituições mais discriminatórias do Brasil", disse. E afirmou que "todos os diplomatas" do País queriam estar hoje na sua posição, na presidência da mais alta corte brasileira. O Itamaraty não comentou as declarações, mas disse que a instituição mantém um programa de ação afirmativa.

O ministro também criticou a imprensa. Sobre o fato de ter mandando um repórter do Estado "chafurdar no lixo" em março, Barbosa disse que o jornalista "se encontra num conflito de interesses no tribunal". Em nota, o Estado afirmou que "a manifestação atual do presidente do STF parece mostrar que seu pedido de desculpas, à época do episódio, foi no mínimo insincero".

Barbosa também acusou o jornal Folha de S.Paulo de violar sua privacidade e sugeriu motivação racial. O jornal respondeu que o ministro ainda não está acostumado à exposição que o atual cargo de presidente do STF lhe confere.

Internamente, as declarações do ministro foram vistas como uma estratégia de comunicação. Assessores defendiam a versão de que matérias críticas a ele eram publicadas depois que pesquisas de opinião eram divulgadas com o nome de Barbosa.

Mensalão. Com o retorno do tribunal ao trabalho nesta semana, Barbosa afirmou que submeterá ao plenário o calendário de sessões para julgar os recursos do mensalão. Pelos planos do ministro, isso começaria em 14 de agosto.

Assim que forem encerrados os julgamentos dos embargos de declaração, Barbosa deve defender a prisão imediata de parte dos condenados. Os réus que eventualmente tenham direito a novo julgamento, se aceitos os embargos infringentes - recurso contra decisões não unânimes -, seriam presos posteriormente, se mantidas as condenações.
29 de julho de 2013