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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Voto sobre mensalão sai 'ainda neste semestre', diz revisor do caso no STF



Lewandowski: Não há cobranças pela liberação do processo porque nenhum juiz ‘pode ser pressionado' - Beto Barata/AE - 18/04/2012

Beto Barata/AE - 18/04/2012

Lewandowski refuta hipótese de prescrição de crimes e de que esteja retendo o processo

Felipe Recondo
O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Principal responsável por definir quando o processo do mensalão será julgado, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, afirma que vai liberar seu voto neste semestre, o que permitiria o julgamento a partir de agosto. Ele nega estar segurando o processo ou que pretenda aliviar a situação dos réus. E diz que não haver a “menor possibilidade de ocorrer a prescrição” enquanto o processo estiver em suas mãos. 

Lewandowski: Não há cobranças pela liberação do processo porque nenhum juiz ‘pode ser pressionado'


Quando o sr. vai liberar seu voto no caso do mensalão?
Pretendo liberá-lo ainda neste semestre. Agora que saí do Tribunal Superior Eleitoral terei mais tempo para estudar os casos complexos que se encontram em meu gabinete.
Por que não libera até maio?

Estou trabalhando com afinco nesse processo, que tem cerca de 60 mil páginas, desde quando recebi o relatório e o disquete com cópia integral dos autos do relator, ministro Joaquim Barbosa, momentos antes do recesso de janeiro deste ano. Na prática, estou com o processo digitalizado em mãos há pouco mais de 60 dias, descontado o período de recesso.

O sr. está deliberadamente segurando o processo?

Jamais retive nenhum processo em 22 anos de magistratura. Meu gabinete é um dos que têm o menor acervo de processos. Ressalto, ainda, que minhas liminares são apreciadas em 24 ou 48 horas no máximo. E mais: ingressei no ano de 2012 sem nenhum voto-vista (voto após pedido de vista) pendente.

Dizem que o sr. está entre aqueles que querem absolver...

Não há nenhum fundamento nessa afirmação. Somente depois de ler todas as provas é que farei um juízo de culpabilidade sobre os réus.

O sr. é revisor. Seu papel não seria secundário no processo?

Pelo contrário. O papel do revisor é dos mais importantes, segundo o próprio regimento interno do Supremo Tribunal Federal. Não se restringe apenas a revisar os procedimentos formais adotados pelo relator ou conferir o relatório que ele elaborou. Compete ao revisor preparar um voto completo, em pé de igualdade com o do relator, para trazer outro ponto de vista sobre o processo para os colegas. É importante deixar claro que a função do revisor não consiste em examinar o voto do relator. Aliás, nem sequer conheço o voto que o ministro Joaquim Barbosa está redigindo.



                         19 de abril de 2012



quinta-feira, 19 de abril de 2012

É preciso acabar com a alegação de que o mensalão foi uma farsa





Editorial

O Globo

A CPI do Cachoeira finalmente ganha corpo, com a reunião das assinaturas necessárias para o ato de instalação. Em boa hora.

Falando em homenagem que recebeu na Câmara dos Deputados, disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: “Acho que o país cansou. Então, talvez seja o momento de o Congresso crescer, e fazer uma CPI que vá à raiz das questões.”

Na raiz das questões estão fenômenos como o contraventor Cachoeira, instalado nas dobras do governo de Goiás, manipulando políticos como o senador Demóstenes, ou a empreiteira Delta, cujo proprietário, grande executor de obras do PAC, se gaba de dobrar políticos pondo 30 milhões nas mãos deles.

Já há tempos que o país anda com a corrupção entalada na garganta. De repente, parece que um limite é ultrapassado. E acontece o inédito: todos a favor da CPI, governistas e opositores igualmente sorridentes, mostrando listas de assinaturas.

Supõe-se que houve erro de cálculo, a começar pelo ex-presidente Lula, que tocou a ferro e fogo a ideia, porque achava que apanhava políticos da oposição — em especial o governador de Goiás, seu desafeto.

Mas a euforia petista já refluiu, porque, como se sabe, ninguém sabe como termina uma CPI.

Outra expectativa do PT era de que a CPI do Cachoeira atrapalharia o ritmo do julgamento, pelo Supremo, da questão do Mensalão.

Mas já se sabe que não vai ser assim. As duas coisas podem perfeitamente caminhar pari passu. Quem afirma é o novo presidente do STF, ministro Ayres Britto, que foi explícito ao dizer que é preciso andar rápido, porque há o risco de prescrição de alguns delitos.

Também há o risco de esse andamento conflitar com o calendário eleitoral, porque, a partir de julho, ministros do Supremo serão também ministros do Superior Tribunal Eleitoral. Mas isso não impedirá o julgamento.

Cobra-se pressa, no STF, do relator, ministro Lewandowski. Como já foi dito, ninguém quer passar à História como coveiro desse processo.

O julgamento é necessário, entre outros motivos, para extinguir a alegação esdrúxula de que toda a história não passa de uma farsa. Se fosse farsa, a Procuradoria Geral da República, que ofereceu a denúncia em 2006, e o Supremo Tribunal Federal, que no ano seguinte transformou a denúncia em processo, seriam coadjuvantes.

Mas não é assim: trata-se de um julgamento crucial, porque o que aconteceu em 2005 foi a mais audaciosa tentativa de que se tem notícia de comprar um Parlamento.

“O cruzamento dos dados bancários e a quebra de sigilos possibilitaram a verificação de repasses de verbas a todos os beneficiários”, disse o procurador, que usou o termo “sofisticada organização criminosa” para descrever a operação, citando nominalmente, como envolvidos, José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoíno.

É tudo isso que passará agora pelo crivo do STF, assim que o ministro Lewandowski entregar o seu relatório. O ministro Ayres Britto explica que colocar para julgar com brevidade não significa prejulgamento, ou predisposição para condenar.

Mas o necessário é que, sem perder a objetividade, as coisas sejam chamadas pelos seus próprios nomes.

É preciso acabar com a alegação de que o mensalão foi uma farsa.

Joaquim Barbosa reage: "Peluso se acha"


Em solenidade no TSE, ministro criticou entrevista concedida por seu colega nesta quarta.

Clima no STF esquenta às vésperas do julgamento do mensalão

Mirella D'Elia
A Toque de caixa: 
O ministro Joaquim Barbosa deverá concluir seu relatório no início do ano que vem para, ao contrário do que querem os mensaleiros, começar o julgamento em abril


(Andre Dusek/AE)
O ministro Joaquim Barbosa resolveu reagir aos ataques de seu colega Cezar Peluso, que está deixando a comando do Supremo Tribunal Federal nesta semana.

Durante a solenidade da posse da nova presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, na noite desta quarta-feira, o relator do Mensalão disparou: "O Peluso se acha", disse, muito irritado.

A entrevista é mais um indício que o clima entre os ministros do Supremo pode ficar ainda pior nesta quinta-feira.

Barbosa também saiu em defesa de Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça, que, segundo Peluso, "não mostrou a que veio". Eliana entrou em rota de colisão com Peluso por causa das discussões a respeito do limite de atribuições do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e foi duramente criticado. "A Eliana (Calmon) ganhou tudo. Ele (Peluso) não sabe perder".

Na bombástica entrevista, Barbosa foi tachado de inseguro por Peluso, que deixa o comando do Supremo nesta quinta-feira e será sucedido por Carlos Ayres Britto por apenas sete meses - em novembro, o próprio relator do mensalão assumirá o posto com a aposentadoria compulsória de Britto, que completará 70 anos. "Ele tem uma amargura. Em relação a mim então…", disse Barbosa.

Na entrevista, concedida ao site Consultor Jurídico, Peluso também criticou a presidente Dilma Rousseff (segundo Peluso, ela desrespeitou a Constituição ao retirar do Orçamento da União a proposta de reajuste do Judiciário). O ministro ainda disse estar preocupado com a possibilidade de o Supremo ser influenciado pela opinião pública.

Depois das declarações, Peluso preferiu ficar em silêncio nesta quarta.

Ao sair do plenário em sua última sessão presidindo o tribunal, ele apenas acenou para os jornalistas e disse: "Um abraço para vocês". Como de praxe, os demais ministros evitaram ataques - pelo menos na saída da sessão.

"O clima está absolutamente normal", desconversou o ex-presidente do STF Gilmar Mendes. "Acabou passando (o momento de fazer a homenagem)".

Barbosa, por sua vez, promete aumentar ainda mais o tom das declarações depois da posse de Ayres Britto, que ocorre nesta quinta-feira.

A conferir

Câmara dos Vereadores de SP aprova a absurda doação de um terreno público para o Instituto Lula contar mentiras aos paulistanos e ao conjunto dos brasileiros





A Câmara de Vereadores de São Paulo aprovou, por 37 votos a 10, a cessão de um terreno público no Centro de São Paulo para a construção do “Memorial da Democracia”, que será um braço do Instituto Lula



O ex-presidente reivindicou a área, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) gostou da ideia e mandou a proposta à Câmara. Haverá ainda uma segunda votação.
No dia 15 de fevereiro, escrevi o que penso desta patuscada.

O texto é este.

Tenho algumas perguntas a fazer a Lula, a Kassab e aos vereadores que querem doar patrimônio público para o falso “Memorial da Democracia” do PT.

Se houver resposta, juro que publico!


O Instituto Lula quer construir no Centro de São Paulo, num terreno que fica na antiga Cracolândia, o que chama “Memorial da Democracia”, que reunirá, com especial ênfase, um acervo de documentos e objetos dos oito anos de mandato do Apedeuta.

Os petistas agora dizem que pretendem dar atenção também a outros momentos importantes da história, como a luta contra a escravidão, a proclamação da República etc.

Para tanto, pediram à Prefeitura de São Paulo a cessão do tal terreno, com o que concordou o prefeito Gilberto Kassab (PSD), que já enviou o pedido à Câmara, onde tem folgada maioria.

Então ficamos com o roteiro completo para o triunfo da mistificação: Lula, um ex-presidente bastante popular, pede um terreno ao prefeito; este, que vive uma fase de aproximação com o PT, acha a idéia boa e envia a mensagem à Câmara, onde tem maioria.

A maioria dos vereadores tende a concordar: quem não é fiel a Lula é fiel a Kassab. Resta ao Ministério Público demonstrar se tem ou não vergonha na cara e memória histórica ou se também está rendido a um partido político.

E por que escrevo assim?

O escracho já começa no nome do empreendimento.

O inspirador do “Instituto Lula” - que quer privatizar uma área de mais de 4 mil metros quadrados, que pertence a todos os moradores de São Paulo - decidiu, como se vê, privatizar também a democracia.

Julga-se no papel de quem pode ser o inspirador de um “memorial”.

É uma piada grotesca, típica de asininos enfatuados, de exploradores da boa-fé pública.
Se Lula é o senhor de um “Memorial da Democracia”, o que devemos a Ulysses Guimarães, por exemplo?

A canonização?

Estamos diante de uma pantomima histórica, de uma fraude.


Tenho algumas perguntas a fazer a Lula, a Kassab e aos vereadores que estão doidos para cair de joelhos.

1: Constituição - A negativa dos petistas em participar da sessão homologatória da Constituição de 1988, uma das atitudes mais indignas tomadas até hoje por esse partido, fará parte do “Memorial da Democracia”, ou esse trecho será aspirado da historia, mais ou menos como a ministra da Mulher diz que aspirava úteros na Colômbia?

2: Expulsões - A expulsão dos três deputados petistas que participaram do Colégio Eleitoral que elegeu Tancredo Neves, pondo fim à ditadura - Airton Soares, José Eudes e Bete Mendes - fará parte do “Memorial da Democracia”, ou isso também será aspirado da história, como a Universidade Federal de Santa Catarina aspirou a entrevista da agora ministra da Mulher? Em tempo: vi dia desses Soares negar na TV Cultura que tivesse sido expulso. Diga o que quiser, agora que fez as pazes com a legenda. Foi expulso, sim!

3: Governo Itamar - A expulsão de Luíza Erundina do partido porque aceitou ser ministra da Administração do governo Itamar, cuja estabilidade era fundamental para a democracia brasileira, entra no Memorial da Democracia, ou esse fato será eliminado da história junto com os fatos, os fetos, as fotos e os homens que não são do agrado do petismo?

4: Voto contra o Real - A mobilização do partido contra a aprovação do Plano Real integrará o acervo do Memorial da Democracia, ou os petistas farão de conta que sempre apostaram na estabilidade do país?

5: Guerra contra as privatizações -
As guerras bucéfalas contra as privatizações - o tema anda mais atual do que nunca - e todas as indignidades ditas contra a correta e necessária entrada do capital estrangeiro em setores ditos “estratégicos” merecerá uma leitura isenta, ou o Memorial da Democracia se atreverá a reunir como virtudes todas as imposturas do partido?

6: Luta contra a reestruturação dos bancos - A guerra insana do petismo contra a reestruturação dos bancos públicos e privados ganhará uma área especial no Memorial da Democracia, ou os petistas farão de conta que aquilo nunca aconteceu? Terão a coragem, já que são quem são, de insistir na mentira e de tratar, de novo, um dos pilares da salvação do país como um malefício, a exemplo do que fizeram no passado?

7: Ataque à Lei de Responsabilidade Fiscal - Os petistas exporão os documentos que evidenciam que o partido recorreu à Justiça contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, tornada depois cláusula pétrea da gestão de Antônio Palocci no Ministério da Fazenda?

8: Mensalão -
O Memorial da Democracia vai expor, enfim, a conspiração dos vigaristas, que tiveram o desplante de usar dinheiro sujo para tentar criar uma espécie de Congresso paralelo, alimentado por escroques de dentro e de fora do governo? O prédio vai reunir os documentos da movimentação ilegal de dinheiro?

9: Duda Mendonça na CPI - Haverá no Memorial da Democracia o filme do depoimento de Duda Mendonça na CPI do Mensalão, quando confessou ter recebido numa empresa no exterior o pagamento da campanha eleitoral de Lula em 2002? O museu de Lula terá a coragem de evidenciar que ali estava motivo o bastante para o impeachment do presidente?

10: Dossiê dos aloprados - O Memorial da Democracia que tanto entusiasma Lula e Kassab trará a foto da montanha de dinheiro flagrada com os ditos aloprados, que tentavam fraudar as eleições - para não variar -, buscando imputar a José Serra um crime que não cometera? Exibirá a foto do assessor de Aloizio Mercadante, que disputava com Serra, carregando a mala preta?

11: Dossiê da Casa Civil - Esse magnífico Memorial da Democracia trará os documentos sobre o dossiê de indignidades elaborado na Casa Civil contra FHC e contra, pasmem!, Ruth Cardoso, quando a titular da pasta era ninguém menos do que Dilma Rousseff, e sua lugar-tenente, ninguém menos do que Erenice Guerra?

12: Censura à imprensa -
Kassab, que quer doar o terreno, se comprometeria a pedir a Lula que o Memorial da Democracia reunisse as evidências das muitas vezes em que o PT tentou censurar a imprensa, seja tentando criar o Conselho Federal de Jornalismo, seja introduzindo no Plano Nacional de Direitos Humanos mecanismos de censura prévia?

13: Imprensa comprada e vendida -
Teremos a chance de ver os contratos de publicidade do governo e das estatais com pistoleiros disfarçados de jornalistas, que usam o dinheiro público para atacar a imprensa séria e aqueles que o governo considera adversários nos governos dos Estados, no Legislativo e no Judiciário?

14 - Novo dossiê contra adversário -
O Museu da Democracia do Instituto Lula reunirá as evidências todas das novas conspiratas do petismo contra o candidato da oposição em 2010, com a criação de bunker para fazer dossiês com acusações falsas e a quebra do sigilo fiscal de familiares do candidato e de dirigentes tucanos?

15 - Uso da máquina contra governos de adversários -
A mobilização da máquina federal contra o governo de São Paulo em episódios como o da retomada da Cracolândia e da desocupação do Pinheirinho entrará ou não no Memorial da Democracia como ato indigno do governo federal?

16 - Apoio a ditaduras -
O sistemático apoio que os petistas empenham a ditaduras mundo afora estará devidamente retratado no Memorial da Democracia? Veremos Lula a comparar presos de consciência em Cuba a presos comuns no Brasil? Veremos Dilma Rousseff a comparar os dissidentes da ilha a terroristas de Guantánamo?

Fiz acima perguntas sobre 16 temas.

Poderia passar aqui a noite listando as vigarices, imposturas, falcatruas e tentativas de fraudar a democracia protagonizadas por petistas e por governos do PT. As que se lêem são apenas as mais notórias e conhecidas.

NÃO! ERRAM AQUELES QUE ACHAM QUE QUERO IMPEDIR LULA - E O PT - DE CONTAR A HISTÓRIA COMO LHE DER NA TELHA.

QUEM GOSTA DE CENSURA SÃO OS PETISTAS, NÃO EU!
O Apedeuta que conte o mundo desde o fim e rivalize, se quiser, com Adão, Noé, Moisés ou o próprio Deus, para citar alguém que ele deve julgar quase à sua altura. MAS NÃO HÁ DE SER COM O NOSSO DINHEIRO.
Kassab tem o direito de doar uma área pública para aquilo que será, necessariamente, um monumento à versão da história de um só partido, com especial ênfase no trabalho de um líder?

Não!

Essa conversa de que será uma instituição suprapartidária é mentirosa desde a origem.

Supor que Paulo Vannuchi - JUSTAMENTE O RESPONSÁVEL POR AQUELE PLANO SINISTRO QUE DIZIA SER DE DIREITOS HUMANOS E QUE PREVIA CENSURA PRÉVIA - e Paulo Okamotto possam ter qualquer iniciativa que não traga um viés petistas é tolice ou má fé.

Ou, então, o prefeito transforme o centro de São Paulo numa espécie de Esplanada dos Partidos.

Por que só para Lula?

Fique de olho, leitor! Se você for petista, deve achar a doação de um terreno a Lula a coisa mais normal do mundo, um presente merecido.

Se não for, veja lá o que vai fazer o vereador.

Se ele disser “sim” à proposta, estará sendo generoso com o seu dinheiro, com aquilo que lhe pertence.

Espalhe este texto. Herói é você, que sobrevive no Brasil mesmo com a classe política que aí está, não Lula.

Ele é só um contumaz sabotador de governos alheios, que agora pretende, com a ajuda do prefeito e dos vereadores, tomar um terreno que pertence à população de São Paulo para erguer no lugar o Museu das Imposturas.

De resto, basta que ele estale os dedos, e haverá empresários em penca dispostos a lhe encher as burras de grana.

Que compre o terreno!

E Kassab que transforme esse dinheiro em creches.

18/04/2012

A CPI DO FIM DO MUNDO.



Por Nilson borgres Filho (*)
Blog do Aluizio Amorim

Acendeu a luz de alerta nas hostes petistas.

Provocado pelo ex-ministro José Dirceu, chefe de uma sofisticada organização criminosa – segundo o Ministério Público Federal – o deputado Rui Falcão, presidente do PT nacional, empunhou a bandeira de que o mensalão não passou de uma farsa e que tudo foi protagonizado por Carlinhos Cachoeira, cujos interesses escusos não estavam sendo atendidos pelo governo.

Essa é a tese também defendida por Luiz Inácio Lula da Silva, para quem o mensalão não existiu.

Diz o ex-presidente que o mensalão tinha um único objetivo: desestabilizar o seu governo.

Por trás dessa “farsa” estariam, em cumplicidade, a oposição e o “partido da imprensa golpista”.


A ordem que vem da cúpula petista é no sentido de que essa tese seja difundida em todos os cantos do país, nas mais variadas formas de comunicação.

Prevalecendo esse entendimento teríamos a seguinte situação:

primeiro, que Marcos Valério nunca existiu, seria apenas uma peça de ficção;
segundo, que Delúbio Lexotam Soares seria apenas uma entidade que havia baixado por uns instantes, mas que já teria passado para outro plano;
terceiro, que os dez milhões de dólares que o publicitário Duda Mendonça recebeu no exterior, não é dinheiro sujo, mas uma mera contribuição do Exército da Salvação, tocado com a penúria financeira do PT;

quarto, que o entra e sai de parlamentares da base aliada petista, num edifício pra lá de suspeito em Brasília, recebendo dinheiro de funcionários de Marcos Valério, não passou de ilusão de ótica;

por último, que ao admitir a sua culpa como réu do mensalão e decidir cumprir pena alternativa, o petista Silvinho Land Rover estava apenas brincando de mocinho e bandido.


Não bastasse isso, tentar desqualificar o mensalão é atentar contra a lisura do inquérito policial, de menosprezar a autoridade do Procurador-Geral da República e de desconsiderar a formação jurídica e a imparcialidade do ministro do STF, Joaquim Barbosa, que aceitou a denúncia do MPF.


Na verdade, ao defender a criação de uma CPI para apurar a movimentação de Carlinhos Cachoeira, no intuito de melar o julgamento do mensalão, o PT deu um tiro no próprio pé.

Existem indícios fortíssimos de que o consórcio formado por Carlinhos Cachoeira e a construtora Delta, azeitou o caixa de campanha de cabeças coroadas do governo e da oposição, inclusive a do ex-presidente Lula.

O modus operandi – como manda o figurino dos bandalhas - se dava com a utilização de laranjas, para que não desse na vista que a bufunfa estava saindo dos cofres de Cachoeira e da Delta e, originariamente, do contribuinte brasileiro.


Com a CPI mista instalada, o governo tenta agora preencher os cargos da comissão com parlamentares da sua estreita confiança, para que não haja qualquer tipo de surpresa, quando abrirem-se os envelopes das licitações em que a Delta participou e levou.


Amigos de Carlinhos Cachoeira têm afirmado que o bicheiro é uma bomba próxima de explodir, cujas fitas gravadas, que estão confinadas nos arredores de Goiânia, contêm poder de destruição incalculável.


Dizem, no privado, que dos 15 milhões cobrados pelo advogado Márcio Thomas Bastos, para atuar na defesa de Carlinhos Cachoeira, apenas 5 milhões são de honorários, os outros dez milhões servirão para domesticar alguns bocudos.


(*) Nilson borges Filho é doutor em Direito, professor e articulista colaborador do blog

Abril 19, 2012

terça-feira, 17 de abril de 2012

CONVOCO UMA TESTEMUNHA PARA AJUDAR A MANDAR OS MENSALEIROS PARA A CADEIA: LULA!


Chega de mistificação!



Convoco uma testemunha de acusação para mandar para a cadeia os mensaleiros.

Chama-se Luiz Inácio Lula da Silva.

Convoco um petista para atestar as falcatruas cometidas pelos mensaleiros.

Chama-se Luiz Inácio Lula da Silva.

Convoco um protagonista daquela quadra da história para chamar pelo nome os mensaleiros.

Chama-se Luiz Inácio Lula da Silva.

No dia 12 de agosto de 2005, dois meses depois da entrevista concedida pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) à Folha, denunciando o esquema do mensalão, o presidente da República houve por bem se manifestar oficialmente a respeito na abertura da reunião ministerial, ocorrida na Granja do Torto.

Segue um vídeo com pequenos trechos.

Retomo em seguida.


             


Voltei
No post anterior, vocês encontram a íntegra do discurso. Sim, já havia ali, como você vão perceber, certa malandragem retórica ao destacar as “conquistas” do governo, como a sugerir certo mecanismo de compensação; como se a alegada eficiência da administração pudesse desculpar as falhar éticas. Afinal de contas, era um petista falando… Uma coisa, no entanto, resta inequívoca: o próprio Lula atestava a existência das lambanças. E, por isso mesmo, ele se desculpou. Mais ainda: no esforço — bem-sucedido, diga-se — de se livrar de um processo de impeachment, alegou que não sabia de nada e se disse… traído!

Assim se manifestava o Lula de 12 de agosto de 2005:

“Estou indignado pelas revelações que aparecem a cada dia e que chocam o país. O PT foi criado justamente para fortalecer a ética na política e lutar ao lado do povo pobre e das camadas médias do nosso país. Eu não mudei e, tenho certeza, a mesma indignação que sinto é compartilhada pela grande maioria de todos aqueles que nos acompanharam nessa trajetória.”



Já o Lula de abril de 2012 lidera uma pressão gigantesca sobre os ministros do Supremo para adiar o julgamento para 2013 — se possível, para que ele jamais seja julgado. A decisão, hoje, cabe a um único homem: Ricardo Lewandowski, o ministro revisor, em cujas mãos está a reputação do próprio tribunal, que pode ser desmoralizado.


O Lula de 12 de agosto de 2005 se dizia, além de indignado, empenhado em punir os responsáveis pelos crimes que “apareciam a cada dia e que chocavam o país”. Assim:

“Esta é a indignação que qualquer cidadão honesto deve estar sentindo hoje diante da grave crise política. Se estivesse ao meu alcance, já teria identificado e punido exemplarmente os responsáveis por esta situação.”



Já o Lula de abril de 2012 está indignado é com o eventual cumprimento da lei e aposta todas as suas fichas na impunidade. Antes mesmo da manifestação dos ministros do Supremo, o Apedeuta fez, sim, o que estava a seu alcance para passar a mão na cabeça dos criminosos. Os que deixaram o partido estão de volta à legenda. Os que permaneceram continuaram prestigiados.


Tão logo se deu o esfriamento da crise, o governo federal, com o concurso de Franklin Martins, armou uma operação para hostilizar a imprensa e acusá-la de golpismo. O Lula indignado, que pedia desculpas e se dizia traído cedeu lugar à personagem arrogante, que passou a tratar popularidade como sinônimo de inocência ou de absolvição.


O Lula de 12 de agosto de 2005 já exercitava a tese vigarista de que o mensalão era um mal decorrente do sistema político, que tinha de ser corrigido. Ainda assim, falava na necessidade de punir corruptos e corruptores.

Relembro:

“O Brasil precisa corrigir as distorções do seu sistema partidário eleitoral, fazendo urgentemente a tão sonhada reforma política. É necessário punir corruptos e corruptores, mas também tomar medidas drásticas para evitar que essa situação continue a se repetir no futuro.”


Já o Lula de abril de 2012 pretende usar a CPI destinada a investigar gangue de um bicheiro e suas conexões com o Poder Público para esconder os crimes de outra gangue, justamente a dos mensaleiros — aquela que o levou a pedir desculpas e a a dizer que se sentia traído. Há nove anos no poder, o partido pouco se moveu em favor da reforma política — e o pouco que fez apontava para um modelo ainda pior do que o que temos hoje.


O Lula de 12 de agosto de 2005 acenava para um Brasil livre de larápios:

“Queria, neste final, dizer ao povo brasileiro que eu não tenho nenhuma vergonha de dizer ao povo brasileiro que nós temos que pedir desculpas. O PT tem que pedir desculpas. O governo, onde errou, tem que pedir desculpas, porque o povo brasileiro, que tem esperança, que acredita no Brasil e que sonha com um Brasil com economia forte, com crescimento econômico e distribuição de renda, não pode, em momento algum, estar satisfeito com a situação que o nosso país está vivendo.”



Impressionante! Trezes meses e três dias depois desse discurso, os aloprados foram flagrados pela Polícia Federal tentando comprar um dossiê fajuto para incriminar o então candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra. Eram os tais “aloprados”, como o próprio Apedeuta os designou. Participaram da operação pessoas do círculo de confiança do então presidente:

- Jorge Lorenzetti - compadre de Lula e seu churrasqueiro;

- Freud Gody - segurança pessoal de Lula e seu faz-tudo;

- Oswaldo Bargas - sindicalista da CUT e amigo pessoal de Lula;

- Ricardo Berzoini - presidente do PT, indicado por Lula;

- Expedito Veloso - militante petista, membro do grupo de campanha de Lula e diretor do Banco do Brasil. Hoje, vejam que coisa!, ele trabalha no governo do Distrito Federal, do notório Agnelo Queiroz.

- Hamilton Lacerda - assessor pessoal de Aloizio Mercadante (que disputava o governo com Serra) e homem que carregava a mala com o dinheiro. Já está de volta ao partido e vai concorrer a vaga na Câmara Municipal de São Caetano;

- Valdebran Padilha - militante do PT. Em 2010, foi preso em outra operação da Polícia Federal.


Menos de quatro anos depois, em 2010, outro grupo de petistas é flagrado tentando montar um novo dossiê contra Serra. Na turma, ninguém menos do que Idalberto Matias Araújo, o tal Dadá, homem de Carlinhos Cachoeira, o que nos traz de volta a 2012.


Encerrando


Chegou a hora de pôr um fim a esse capítulo da história, com a punição dos culpados, segundo o testemunho do próprio Lula. Que o ministro Ricardo Lewandowski cumpra a tempo a sua obrigação para que aquele pedido de desculpas de 2005 encontre a devida correspondência na esfera jurídica.

Chega de mistificação!

Que Lewandowski honre logo a disposição para a justiça daquele presidente de 2005!!!


17/04/2012