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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Força bruta contra a oposição


O Estado de S.Paulo


Nunca se viu em algum país civilizado, na vigência do regime democrático, o que o governo fez na manhã da quarta-feira para impedir que o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, fosse chamado a explicar ao Congresso como conseguiu multiplicar o seu patrimônio por 20 enquanto exercia mandato de deputado federal, entre 2006 e 2010. Cumprindo a sua parte na operação decidida na véspera no Palácio do Planalto, o líder do governo na Câmara, o petista Cândido Vaccarezza, acionou os serviços da Casa, com a provável cumplicidade da presidente em exercício, Rose de Freitas, do PMDB, para bloquear - pela força - o acesso dos membros de duas comissões legislativas permanentes às respectivas salas.


Representantes da oposição na Comissão de Finanças e Tributação e na de Fiscalização e Controle pretendiam aprovar requerimentos convocando Palocci a depor sobre as atividades que mantivera em segredo até a divulgação das vultosas transações imobiliárias feitas em nome de uma empresa de consultoria que também se ignorava que ele houvesse criado depois de perder o Ministério da Fazenda. Numa iniciativa equivalente, no plano simbólico, ao fechamento do Poder Legislativo, políticos transformados em cães de guarda do principal quadro do governo Dilma Rousseff mandaram trancar os plenários das citadas comissões - e chamaram a Polícia Legislativa para, no papel de leão de chácara, barrar a passagem dos parlamentares.

A truculência chegou a ponto de impedir um deputado do PPS, Rubens Bueno, de colar cartazes nos corredores da Câmara com a inscrição "Blindagem do Palocci". Quando os oposicionistas se deslocaram para a Comissão de Agricultura, chefiada pelo DEM, para apresentar ali o requerimento que não puderam votar nos locais bloqueados, mais do que depressa Vaccarezza recorreu ao rolo compressor do poder, a modalidade mais costumeira de violência política no Congresso: fez a presidente Rose convocar uma insólita sessão deliberativa matinal da Câmara. Nessas circunstâncias, conforme o seu regimento, nenhuma das 16 comissões da Casa pode se reunir. Em plenário, os pedidos de convocação de Palocci foram rejeitados por ampla maioria.

Na votação mais importante, que o Planalto venceu por 266 a 72, apenas 6 integrantes da base governista não quiseram blindar o ministro. Do lado da oposição, foram 66 votos pela convocação e 6 contrários. O resultado foi atribuído a um acordo fechado com o próprio Palocci, em seu gabinete. Em troca de ele ser poupado da inquirição parlamentar, o governo não apenas permitiria que enfim fosse votado o polêmico projeto de reforma do Código Florestal - o que a presidente se recusava a fazer diante da perspectiva líquida e certa de derrota -, como ainda cederia em um ponto crítico do texto, duramente combatido pelos ambientalistas: a autorização para que continue o plantio em Áreas de Preservação Permanente (APP), iniciado até 22 de julho de 2008. O projeto deverá ser votado na próxima terça-feira.

A conduta dos operadores do Planalto no episódio das comissões da Câmara foi de uma gravidade inconcebível. O trato, uma desmoralização para a presidente da República. "O governo dizia que não aceitaria proposta que ampliasse o desmatamento", lembrou a ex-ministra Marina Silva. O afã que levou o governo a extremos para proteger o titular da Casa Civil é desconcertante. O fato de ser ele, reconhecidamente, o homem forte da atual administração - e sem ninguém a lhe fazer sombra - não é uma explicação satisfatória. Afinal, depois que a sua benevolente Comissão de Ética concluiu que Palocci estava limpo, não vive o governo alardeando que o assunto está encerrado?

Se não há nada que o desabone, se ele não transgrediu nem a legislação nem as normas que regem a conduta dos agentes públicos federais, não se entende por que o governo apelou para a brutalidade e ainda fez um acordo pusilânime para preservar uma figura política que, de mais a mais, raros deputados terão interesse em destruir. Nesse quadro, a política de aversão ao risco adotada pelo Planalto só faz adensar as suspeitas sobre o seu "primeiro-ministro" tão excepcionalmente bem-sucedido nos negócios.

20 de maio de 2011

Era pior do que se pensava


Reyes

A análise de 5700 mensagens encontradas nos arquivos de um chefe das Farc morto em 2008 revela as conexões do grupo com Chávez, Correa e o PT


Por Diogo Schlep e Duda Teixeira

A divulgação de um pacote com 5700 documentos dos arquivos dos computadores do narcoterrorista Raúl Reyes, na semana passada, é de deixar um Julian Assange, australiano fundador do site WikiLeaks, dedicado a revelar segredos de estado, verde de inveja.

O colombiano Reyes, cujo nome verdadeiro era Luis Edgar Devía, coordenava a Cominter, a rede internacional de representantes e colaboradores das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Ele foi morto em 2008 em um ataque do governo democrático colombiano contra seu acampamento, no Equador, onde foram encontrados três laptops, dois discos rígidos e três cartões de memória - ou seja, um arquivo completo sobre as atividades da guerrilha que, no passado, aspirava a tomar o poder para instalar na Colômbia uma ditadura comunista e hoje não passa de um bando criminoso que sobrevive de sequestros e tráfico de cocaína e armas.

Reyes

Uma pequena parcela dos documentos de Reyes vazou para a imprensa desde então, entre os quais algumas dezenas que davam indícios das ligações das Farc com o Brasil e, em especial, com militantes e políticos de esquerda.

Após ter sua autenticidade certificada pela Interpol, a íntegra do material foi entregue pelo governo do presidente Alvaro Uribe ao Instituto de Estudos Internacionais Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), uma entidade de credibilidade inabalável com sede em Londres.

Na semana passada, o IISS divulgou um relatório com uma análise dos documentos. Há revelações devastadoras, como as de que o governo Hugo Chávez encomendou às Farc o treinamento de milícias e o assassinato de opositores venezuelanos e prometeu ao grupo 300 milhões de dólares para comprar armas.

Também vieram à tona indícios de que o presidente do Equador, Rafael Correa, recebeu 400 000 dólares das Farc para financiar sua campanha eleitoral, em 2006, Possivelmente para evitar as cobranças que receberia de jornalistas ou de sua colega Dilma Rousseff, Chávez cancelou sua visita ao Brasil poucas horas antes da divulgação do relatório, na semana passada. As revelações são, em tese, suficientes para justificar uma ação penal contra Chávez em um tribunal internacional.

“Há dois crimes em suas ações: conspiração e formação de quadrilha para delinqüir”, diz Maristela Basso, professora de direito internacional da Universidade de São Paulo.


Os pesquisadores ingleses concentraram-se em analisar as relações das Farc com a Venezuela e o Equador. Junto com seu relatório, contudo, divulgaram um CD com grande parte dos e-mails, das transcrições de gravações e das prestações de contas encontradas no computador de Reyes, num total de 1 500 páginas de documentos em estado bruto.

VEJA passou um pente fino nesse vasto material e cruzou-o com sete dezenas de documentos sobre as Farc entregues por Uribe ao governo Lula, em 2008. Há, no conjunto da obra, muitas informações que confirmam velhas suspeitas sobre os tentáculos das Farc no Brasil .

Os e-mails do arquivo de Reyes mostram que as Farc agem com bastante liberdade em território brasileiro. Aqui, os narcoterroristas conseguem documentos falsos (frequentemente, com a ajuda de diplomatas venezuelanos), recebem o apoio de políticos e militantes de partidos de esquerda para arrecadar dinheiro, compram armas e fazem proselitismo para conquistar simpatizantes e, quem sabe, novos recrutas.

Esse fato, aliás, foi confirmado por Marli Machado Bittar, de São Paulo. Marli tem um filho, Vladimir, que se tornou guerrilheiro das Farc, com o codinome Rafael Spindola. Ela disse em depoimento à Polícia Federal ter ouvido de um amigo comum que foi o colombiano Olivério Medina quem o recrutou.



Medina, nome de guerra de Francisco Cadenas Collazos, é um dos representantes das Farc no Brasil. Até 2006, tinha como companheiro no país Orlay Jurado Palomino, codinome Hermes, acusado de ter participado do sequestro e do assassinato da filha do ex-presidente paraguaio Raúl Cubas, Cecilia, em 2005.

Medina foi preso a pedido da Colômbia em 2005 e no ano seguinte recebeu status de refugiado político do governo brasileiro e foi solto. Ele era um dos principais interlocutores de Reyes e os e-mails mostram que continuou defendendo os interesses das Farc no Brasil até a morte do chefe, em 2008.


Os e-mails das Farc mostram que, até ser preso, Medina contava com a ajuda providencial da diplomata Eloisa Lagonell da embaixada da Venezuela em Brasília, e do artista plástico Pavel Égüez, adido cultural do Equador no Brasil .

Em uma correspondência, Medina chega a relatar informações sobre um encontro entre Chávez e Lula, que teriam sido repassadas por Lagonell.

O episódio revela o grau de intimidade das Farc com a burocracia venezuelana e quando o governo Chávez estava disposto a intermediar os interesses do grupo na região - fato comprovado por inúmeros outros e-mails do arquivo.

Outro personagem que servia de conexão entre as Farc no Brasil e na Venezuela era o deputado chavista Amilcar Figueroa Salazar, codinome Tino. Em uma mensagem de 27 de janeiro de 2006, portanto escrita na cadeia, Medina conta a Reyes sobre um trambique que estava planejando para conseguir uns trocados para as Farc.

O conteúdo era: “Por meio de Viana (o bancário Antônio Carlos Viana, que em 2002 esteve presente ao churrasco em Brasília em que Medina supostamente prometeu 5 milhões de dólares para ajudar a eleger Lula), Tino ficou sabendo sobre os Telecentros montados no MST e nos povoados de pescadores artesanais, que funcionam via satélite.

Em Caracas gostaram da ideia. Tino ligou para Viana para contar-lhe e propor que faça um projeto. Quando Viana me comentou sobre isso, propus que o façamos por meio do Cela, para ver se sobra algum centavo. Te manterei informado”.


Tudo indica que o núcleo brasileiro da guerrilha movimentava altas somas em dinheiro. Em uma mensagem de outubro de 2003, o chanceler das Farc, Rodrigo Granda, baseado em Caracas e posteriormente também envolvido no sequestro de Cecilia Cubas, conta que Tino cruzou a fronteira com 60 000 (possivelmente dólares), enquanto, “no cofre, 150 ficaram com Albertão”.
 

Trata-se aqui de Edson Antônio Albertão, ex-vereador petista de Guarulhos. No mesmo e-mail, Granda conta que Tino, Camilo (outro codinome de Medina) e um terceiro companheiro chamado Zé Maria foram assaltados no centro de São Paulo. O trio de terroristas perdeu 250 reais e um celular. Ficaram indignados pelo fato de tudo ter ocorrido “em plena luz do dia, às 10 horas”. Ladrão malvado.

Albertão não era o único petista que se relacionava com as Farc. No CD divulgado pelo IISS, há uma menção reveladora ao ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira. Em mensagem de 19 de junho de 2003, Granda descreve o encontro que teve com Ferreira em Quito, no Equador. “Conversamos muito com ele”, escreveu Granda.

Ferreira era secretário de relações internacionais do PT, portanto tinha autoridade para falar em nome do partido do recém-empossado Lula. Em março de 2005, Ferreira disse a VEJA que, se havia ligações entre membros do PT e as Farc, ocorriam à revelia do partido. “Posso dizer que são até criminosas”, declarou.

Na sexta-feira passada, perguntado sobre o encontro citado nos e-mails, Ferreira adequou o discurso. Disse que a reunião aconteceu no Foro de São Paulo, um encontro de organizações esquerdistas da América Latina, em Quito, e que só depois ele ficou sabendo que Granda era das Farc.

Granda, é bom lembrar, era então a face mais conhecida das Farc no exterior e um ano antes havia sido incluído na lista de criminosos procurados pela Interpol. A seu favor, Ferreira tem o fato de que enganar brasileiros parecia ser especialidade de Granda. O relatório do IISS destaca uma mensagem eletrônica em que ele diz ter sido interrogado pela Polícia Federal no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em 2002.

Granda conta que conseguiu esconder um arquivo que o incriminaria antes de ser levado para a sala da PF e explica como, por fim, se safou da encrenca com uma solução sui generis: “Liguei para Caracas”, diz ele.

Em outro e-mail, o chanceler das Farc revela que o cônsul da Venezuela em Manaus deu “vistos de cortesia” para alguns guerrilheiros viajarem do Brasil para a Venezuela, em 2003, e até indicou o contato de um chefe de imigração que poderia resolver problemas com documentação.

Está comprovado: os interesses das Farc estendiam-se pelo território brasileiro como os muitos e longos tentáculos de um molusco pegajoso.



Credito: Diogo Schlep e Duda Teixeira

  16/05/2011

“É porque Palocci é petista, e você não é”




Há perguntas que já trazem em si a resposta, não é? Leiam o que informa Mirella D’Elia, na Veja Online.


Volto em seguida:

Assim que pisou em casa, na quente manhã desta quinta-feira, Francenildo dos Santos Costa, de 28 anos, correu para pegar no colo a pequena Amanda, 3 meses. “Meu patrimônio são meus filhos, eles são a minha riqueza”, diz, semblante de felicidade, referindo-se, também ao mais velho, Thiago, de 11 anos.

Fora a chegada da caçula, pouca coisa mudou desde que o então caseiro teve o sigilo bancário quebrado ilegalmente, em 2006. O episódio derrubou Antonio Palocci do Ministério da Fazenda, no governo Lula.

Enquanto Palocci multiplicou por 20 seu patrimônio em quatro anos, o piauiense diz ter como único bem - além dos filhos - um lote na cidade de Nazário, a 25 quilômetros de Teresina, onde nasceu.

O terreno, comprado por 2.500 reais, hoje vale cerca de 8.000. Cinco anos depois, Francenildo continua morando de aluguel em São Sebastião, a cerca de 30 quilômetros do Congresso Nacional. Caseiro não é há tempos. Vive de bicos como jardineiro e ganha pouco mais de 1.000 reais por mês. Diz que parou de pagar 60 reais por mês ao INSS para comprar fraldas.

“Por que ele não explicou de onde veio o dinheiro? Na minha época eu tive que explicar”, disse ao site de VEJA, indagado sobre o que achava do salto patrimonial do ministro da Casa Civil. Aqui


Voltei

Muitos tenderiam a responder a Francenildo: “É porque você é pobre, e ele é rico”.

Trata-se de uma explicação velha e incompleta.

Muitos ricos já se deram mal na política e quebraram a cara por, digamos, ações até mais modestas do que Palocci.

A resposta é esta, Francenildo:


“É porque Palocci é petista, e você não é”.


19/05/2011



Só a identificação dos clientes poderá esclarecer se Palocci enriqueceu como consultor ou traficante de influência


Lula disse durante oito anos e Dilma Rousseff repete há quatro meses que, desde 1° de janeiro de 2003, o Brasil é governado por gente que só pensa em resolver os problemas dos pobres.

Desde que não atrapalhem a vida dos ricos de estimação criando problemas que o governo é obrigado a resolver, confirma a entrevista de Francenildo Costa ao site de VEJA.

O apego à verdade custou ao caseiro da República de Ribeirão Preto o estupro do sigilo bancário, um interrogatório na Polícia Federal, a acusação de ter recebido de partidos de oposição os R$ 30 mil depositados pelo pai biológico e a perda do emprego.

A opção pela mentira tornou ainda melhor a boa vida de Antonio Palocci.

Aconselhado a afastar-se do Ministério da Fazenda depois da violação da conta de Francenildo na Caixa Econômica Federal, jamais confessou que foi o mandante do crime.

Apesar disso, ou por isso mesmo, elegeu-se deputado federal em outubro do mesmo ano, reforçou as ligações com o Planalto, aproximou-se ainda mais de Dilma Rousseff durante a campanha e voltou ao coração do poder como chefe da Casa Civil.

Entre 2006 e 2010, soube-se agora, encontrou tempo para multiplicar por 20 o patrimônio.


O médico sanitarista que nunca clinicou virou consultor financeiro sem diploma de economista. E ficou rico.

O destino só foi inclemente com a vítima.


Por ter confirmado que Palocci frequentava regularmente a mansão que jurou não conhecer, Francenildo nunca mais conseguiu emprego fixo. Continua pobre. Sobrevive com trabalhos temporários, que lhe rendem mensalmente pouco mais de R$ 1 mil, e segue à espera da indenização que a Caixa tenta não pagar, fixada pela Justiça em R$ 500 mil.

Só o apartamento novo de Palocci, comprado por R$ 6,6 milhões, vale 13 vezes mais que isso.

Francenildo parece menos intrigado com o preço do imóvel do que com o estridente silêncio do ministro.

Cinco anos depois do estupro da conta do caseiro, Palocci invoca a cláusula de confidencialidade inserida nos contratos para manter em sigilo a lista dos clientes que o transformaram num dos mais prósperos consultores do país. “Por que ele não explicou de onde veio o dinheiro? Na minha época eu tive de explicar”, lembra o antigo caseiro da mansão em que Palocci descansava dos serviços prestados à nação.

Com a naturalidade dos que não têm culpa no cartório, Francenildo deduz que isso é coisa de culpado.

“O cara que não diz de onde veio o dinheiro é porque o dinheiro é suspeito”
, resume. Se não tivesse nada a esconder, raciocina, bastaria a Palocci revelar os nomes dos clientes.

Ao escondê-los, reforça a versão segundo a qual quase todos os fregueses tiveram ou têm pendências a resolver com o governo de que Palocci sempre fez parte, com ou sem gabinete no Planalto.

Para localizar o caminho das pedras, contrataram não o consultor financeiro que o ex-ministro nunca foi, mas o político que sempre será.

A carta endereçada aos congressistas que o infiltrou na seleção de craques do mercado financeiro foi outra má ideia. “Persio Arida, André Lara Rezende, Pedro Malan e Mailson da Nóbrega têm atividade privada de conhecimento público, Palocci manteve atividade secreta no exercício da função pública”, replicou o deputado baiano Jutahy Magalhães.

Nenhum deles foi deputado nem se interessou pela carreira política, poderia ter acrescentado o parlamentar tucano. Já eram economistas respeitados antes da passagem pelo poder. E, por serem identificados com a oposição, não têm a chave das portas secretas que Palocci carrega há mais de oito anos.

Nesta quarta-feira, em seu blog, o ex-governador Alberto Goldman pôs o dedo na ferida que a oposição oficial finge não enxergar: “Palocci não apenas usou de seus conhecimentos adquiridos, o que seria legal e moralmente aceitável, mas usou de sua influência sobre um governo que, mesmo fora dele, ainda em grande parte comandava”, constatou Goldman.

O que Palocci fez é muito parecido com o que faz José Dirceu. Se não divulgar a lista de clientes, o chefe da Casa Civil estará confessando que enriqueceu não como consultor, mas como traficante de influência.

Isso é mais que uma ilegalidade.

É uma obscenidade criminosa
.
Direto ao Ponto

19/05/2011

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Charge

só por vinte

www.sponholz.arq.br

Colegas de aluno assassinado na USP distribuem panfletos

Violência

Felipe Ramos de Paiva, 24 anos, foi morto na noite de quarta-feira no estacionamento da Faculdade de Economia Administração e Contabilidade (FEA), no campus do Butantã da USP


Alunos fazem manifestação em frente à FEA após morte de colega
(Nelson Antoine/Fotoarena)

Colegas de Felipe Ramos de Paiva, 24 anos, não foram à aula na manhã desta quinta-feira.

Eles distribuíram uma carta aberta em protesto contra a morte do estudante – e planejavam seguir até a reitoria da universidade.

"Hoje é um dia de luto e homenagem. Perda, respeito e indignação permeiam o nosso sentimento",
dizia o texto.

Aluno da USP, Paiva foi assassinado, na noite de quarta-feira, no estacionamento da faculdade. Ele cursava o 5º ano de Ciências Atuariais, na Faculdade de Economia Administração e Contabilidade (FEA).

Por luto, a direção da faculdade suspendeu as aulas.

O crime aconteceu às 22h no campus Butantã. De acordo com o relato de testemunhas à polícia, o assassino seguiu Ramos da faculdade até o carro, parado no estacionamento ao lado do prédio.

O estudante chegou a tentar entrar no veículo, um Passat azul marinho blindado. O criminoso disparou contra a cabeça do rapaz e fugiu sem levar nada. Felipe morreu no local. O corpo foi encontrado por um vigia da faculdade, que ouviu os disparos. Conforme as primeiras informações, as câmeras do local não flagraram o crime.

"Estou sem chão", disse Zélia Ramos, mãe do estudante, em entrevista à TV Globo. "Eu tenho que seguir, tenho uma filha, mas não vai ser fácil", afirmou. "Não vai ser nada fácil".

O caso foi registrado no 93º Distrito Policial, do Jaguaré. Peritos examinaram o veículo do estudante. De acordo com os técnicos, a maçaneta estava forçada – o que pode indicar que Ramos a pressionou na tentativa de fugir ou que um ladrão tentou arrombar o carro. Após o crime, a PM chegou a fazer buscas na região, mas não localizou nenhum suspeito.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A pedagogia da ignorância



Ao anunciar que o Ministério da Educação (MEC) não recolherá o livro didático com erros gramaticais distribuído a 485 mil estudantes, o ministro Fernando Hadad voltou a ser protagonista de confusões administrativas.

Depois das trapalhadas que cometeu na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio em 2009 e 2010, agora ele afirma que não pode interferir no conteúdo das publicações adquiridas pelo Programa Nacional do Livro Didático nem julgar o que é certo ou errado em matéria de português, cabendo-lhe apenas decidir o que é "adequado" em política pedagógica.

Com isso, embora tenha por diversas vezes prometido melhorar a qualidade do ensino fundamental, Haddad, paradoxalmente, endossou a pedagogia da ignorância.

Produzido por uma ONG e de autoria da professora Heloísa Ramos, o livro Por uma vida melhor defende a supremacia da linguagem oral sobre a linguagem escrita, admitindo que "é certo falar errado". Corrigir o erro é "preconceito".

A tese não é nova, já foi rechaçada pela Academia Brasileira de Letras e sempre foi duramente criticada nas faculdades de pedagogia. Além disso, o livro do MEC que admite erro de português não é uma obra de linguística, mas uma publicação pedagógica. Não foi escrito para linguistas, mas para quem precisa de um bom professor de português para ler, falar e escrever de modo correto - condição básica para que se possa emancipar culturalmente.

"Não tem de se fazer livros com erros. O professor pode falar na sala de aula que temos outra linguagem, a popular. Os livros servem para os alunos aprenderem o conhecimento erudito", diz a professora Míriam Paura, do Programa de Pós-Graduação em Educação da UERJ. "Uma coisa é compreender a evolução da língua, que é um organismo vivo. A outra é validar erros grosseiros. É uma atitude de concessão demagógica. É como ensinar tabuada errada. Quatro vezes três é sempre doze, seja na periferia ou no palácio", afirma o escritor Marcos Vilaça, presidente da ABL.

Sem argumentos para refutar essas críticas, o MEC alegou que a aquisição do livro Por uma vida melhor foi aprovada por "especialistas", com base em parecer favorável de docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e afirmou que o edital para a aquisição de livros didáticos enfatiza a importância de "novos tipos de reflexão sobre o funcionamento e as propriedades da linguagem em uso" e da "sistematização dos conhecimentos linguísticos correlatos mais relevantes". Isso dá a medida da falta de rigor do processo de escolha, que "desperdiça dinheiro público com material que emburrece, em vez de instruir", como diz a procuradora da República Janice Ascari.

A autora do livro politizou a discussão. "No tempo em que só a elite ia para a escola, talvez a norma culta bastasse. Hoje, com o acesso da classe popular, a formação tem de ser mais ampla. Nosso livro é direcionado para aquele que pode ter sido discriminado por falar errado", disse ela. Em outras palavras, exigir a correção de linguagem é ser preconceituoso. A reação foi imediata. "É um absurdo esse paternalismo condescendente de não corrigir erros gramaticais.

Com isso, consolida-se o conceito de coitadinho, pernicioso e prejudicial ao desenvolvimento dos cidadãos.

Qualquer um pode cometer os barbarismos linguísticos que quiser, mas deve saber que eles só se sustentam dentro de um contexto e têm preço social", diz a escritora Ana Maria Machado, doutora em Linguística e Semiologia, integrante da ABL e ganhadora do Prêmio Hans Christian Andersen - o Nobel da literatura infantil.

Como o País tem um padrão de ensino reconhecidamente baixo, o que se deveria esperar do MEC é um mínimo de responsabilidade na escolha dos livros didáticos distribuídos na rede pública. Ao impor a pedagogia da ignorância a pretexto de defender a linguagem popular, as autoridades educacionais prejudicam a formação das novas gerações.

É por isso que um grupo de membros do Ministério Público, liderado pela procuradora Janice Ascari, anunciou que processará o MEC por "crime contra a educação".
18 de Maio de 2011

Comissão da Câmara que votaria convocação de Palocci para explicar evolução patrimonial é cancelada

Sem sessão
Isabel Braga
O Globo

BRASÍLIA - A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara cancelou a sessão que seria realizada a partir das 9h30m desta quarta-feira, na qual poderiam ser votados requerimentos de convocação do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. O presidente da comissão é Sérgio Brito (PSC-BA), que pertence à base governista. A oposição quer que o ministro explique sua evolução patrominial , já que ele fez a aquisição, em nome de sua empresa de consultoria, de um apartamento de R$ 6,6 milhões e de um escritório de R$ 882 mil em São Paulo, no ano passado.

Os deputados e os jornalistas que chegavam para acompanhar a sessão eram informados, por meio de um cartaz fixado na porta da sala, que ela não seria realizada, por conta de uma sessão extraordinária no Plenário, convocada na terça-feira à noite, para as 9h desta quarta-feira. Esta não é uma prática comum, já que a praxe é dar início às comissões e, caso tenha quórum no Plenário, as sessões são interrompidas.

No entanto, às 9h50m, quando a sessão na Comissão de Fiscalização Financeira já estava cancelada, o Plenário ainda não tinha quórum. Apenas 102 dos 513 deputados tinham marcado presença. Ou seja, a sessão na comissão poderia ser realizada.

Outras comissões também foram canceladas, como a de Desenvolvimento Econômico. A estratégia do governo é evitar qualquer tipo de surpresa com uma convocação inesperada de Palocci.


Oposição espalha cartazes contra Palocci e seguranças retiram

Ao saberem dos cancelamentos em algumas comissões, membros da oposição começaram a colar cartazes com o dizer "Blindagem do Palocci". No entanto, logo depois, seguranças da Câmara começaram a tirar os cartazes, informando que, sem a permissão da direção da Casa, não é possível fazer esse tipo de protesto. A colagem de cartazes só é permitida na porta do gabinete do próprio deputado.

- Vocês estão abusando de sua autoridade, isso é censura - disse o líder do PPS, Rubens Bueno, que colava alguns cartazes.

O líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), disse que foi chamado pela presidente em exercício da Casa, Rose de Freitas (PMDB-ES), para uma reunião de líderes. O deputado, no entanto, disse que não iria ao encontro, a exemplo do que seria feito também pelos líderes do PSDB e PPS. A oposição ficou irritada com a atitude do governo e chamou a estratégia de cancelar as comissões de golpe.
 

Segundo ACM, a oposição não senta mais à mesa com o governo enquanto continuar o que eles chamam de "golpe".

Mais cedo ou mais tarde as sessões serão retomadas e o requerimento será votado

- A presidente Rose me chamou para conversar, mas eu disse a ela que o diálogo está suspenso. Não conversamos com golpes - disse o líder do DEM.

- Mais cedo ou mais tarde as sessões serão retomadas e o requerimento será votado. O governo joga com a lógica do esquecimento, mas é pior para o Palocci, que continuará em evidência. Se o governo tem maioria, que nos derrote, mas que não tente ganhar por WO, porque isso é um golpe no Parlamento.


A indignação do líder do DEM foi reforçada por outros companheiros de oposição.

- É golpe. Isso nunca aconteceu antes - disse Vanderlei Macris (PSDB - SP), que apresentaria um requerimento para a convocação de Palocci na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.

PSDB, DEM e PPS tentam convocação de Palocci em várias comissões

A oposição abriu várias frentes para tentar aprovar a convocação de Palocci. Além da tentativa na Comissão de Fiscalização Financeira, o PSDB, DEM e PPS querem apresentar requerimentos na Comissão de Finanças e Tributação, na Comissão de Agricultura, sob o argumento de que Palocci fale sobre o Código Florestal, e até na Comissão de Defesa do Consumidor.

Enquanto algumas comissões presididas por governistas foram canceladas, a oposição correu para a Comissão de Agricultura, que estava sendo comandada por Lira Maia (DEM - PA).

Quando os deputados estavam na Comissão, o governo conseguiu quórum no Plenário, dando início à ordem do dia às 10h45m. Com isso, a comissão foi interrompida temporariamente.

18/05/2011

Crise política(2)


Por O EDITOR
Coturno Noturno



O governo acaba de cancelar todas as reuniões de Comissões da Câmara Federal, para impedir uma eventual convocação do Ministro da Casa Civil, Antônio Palocci Filho, sob suspeita de enriquecimento rápido demais.

O governo está acuado e completamente perdido na arena politica.

É a crise.

É o governo e o PT desconfiando de tudo e de todos.


18 de maio de 2011


Crise política


Por O EDITOR
Coturno Noturno

Uma presidente adoentada e enfurnada no Palácio do Planalto, um ministro da Casa Civil sob suspeita, um lider de governo na Câmara que é um desastre político, um líder do PT na Câmara que é um segundo desastre político, pois não consegue nem mesmo dialogar com o primeiro, um ministro das Relações Institucionais que é um fantoche sem a mínima credibilidade, um presidente da Câmara que não cumpre acordos e uma base aliada dilacerada, confrontando o governo em diversos temas.

Isto configura ou não uma crise política no país?

Código Florestal, kit gay, livros do MEC, PEC da homofobia, restos a pagar...

Nunca a oposição teve tanta chance de ser oposição, mesmo que só tenha uns 90 votos no plenário, que contrastam com 399 a favor do Código Florestal.

O PT é apenas 17% dos votos da Câmara Federal.

Que os partidos acordem nos dois sentidos do verbo e façam valer a sua força contra a ditadura da minoria petista.

Ela está em crise.

18 de maio de 2011

A ”ética Jaqueline” do governo


Opinião do Estadão:
A ”ética Jaqueline” do governo




Silêncio:
O pouco que ele se dignou a tornar público é insatisfatório, assim como os seus sinais exteriores de riqueza são manifestamente incompatíveis com o seu histórico de rendimentos declarados

Lula ensinou muita coisa aos seus companheiros – e eles aprenderam muito bem pelo menos uma. Há dois anos, no auge das denúncias sobre os podres do Senado, o então presidente saiu em defesa do acossado titular da Casa com palavras que mereciam ser gravadas no mausoléu da ética política nacional.

"O Sarney", afirmou, "tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum." Nem o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, a julgar pelo que dele disse o fidelíssimo ex-chefe de gabinete de Lula e atual secretário-geral da Presidência, o companheiraço Gilberto Carvalho.

Palocci, entoou, "é muito importante para o nosso governo e para o País", deixando subentendido que uma figura assim incomum não deve ser importunada com revelações sobre os seus negócios no passado recente.

Como a esta altura até os caseiros da capital federal devem saber, no período de quatro anos iniciado em 2006, quando voltou a se eleger deputado federal, depois de seu profícuo interregno como ministro da Fazenda, prematuramente encerrado pelo escândalo Francenildo, Palocci conseguiu a estupenda proeza de multiplicar por 20 o seu patrimônio.

Segundo noticiou a Folha de S.Paulo, uma empresa de consultoria, a Projeto, com 99% do capital de R$ 102 mil registrado em nome dele, comprou por R$ 882 mil um escritório de 183 m² nas proximidades da Avenida Paulista e um apartamento de 502 m² na mesma região, pelo qual pagou R$ 6,6 milhões, em duas parcelas quitadas em pouco tempo.

A primeira transação data de 2009. A segunda é do ano seguinte, quando Palocci coordenava a campanha presidencial de Dilma Rousseff.

O patrimônio declarado por ele em 2006 à Justiça Eleitoral somava R$ 375 mil, em valores corrigidos. Como deputado, recebeu um total de R$ 974 mil, brutos.

As contas da pessoa física, portanto, não fecham. Palocci se recusa a informar quais foram, quanto custaram e para quem a Projeto – ou seja, a pessoa jurídica – prestou os alegados serviços de consultoria que lhe permitiram faturar o suficiente para adquirir aqueles imóveis.

Convidado para ser o número um da equipe de Dilma, ele a teria posto a par dos seus negócios e teria sido aconselhado por Gilberto Carvalho a mudar a razão social e o ramo de atuação da firma. Ela passou a se chamar Projeto Administração de Imóveis e ficou sob o controle de um banco. Nomeado ministro, ele teria informado a Comissão de Ética Pública do Planalto da existência da Projeto.

O silêncio de Palocci sobre os negócios da consultora é atordoante. O pouco que ele se dignou a tornar público é insatisfatório, assim como os seus sinais exteriores de riqueza são manifestamente incompatíveis com o seu histórico de rendimentos declarados.

O ministro não tem contas a ajustar com a Justiça. As suspeitas de que teria se envolvido, quando prefeito de Ribeirão Preto, com a "máfia do lixo" que operava no município não foram provadas.

E o Supremo Tribunal Federal (STF) o absolveu da acusação de ter ordenado a quebra do sigilo bancário do caseiro que testemunhou as suas visitas à mansão do Lago Sul usada para festas e negócios escusos.

Mas Palocci, como diria Lula, não é uma pessoa comum: é um homem público, de quem o público pagante tem o direito de saber tudo que possa ou tenha podido marcar o seu desempenho ético.

À falta disso, cada qual fica livre para especular sobre a origem dos recursos do ministro. Nesse sentido, é um escândalo dentro do escândalo a afirmação de Gilberto Carvalho de que "sobre o passado (de Palocci), não cabe ao governo fazer nenhum tipo de investigação".

Carvalho é tido pela companheirada como pessoa íntegra (além de religiosa). Para declarar o caso encerrado, inspirou-se no titular da comissão de ética do governo e ex-presidente do STF, Sepúlveda Pertence, outro de quem falam bem.

"Não nos cabe indagar", disse ele, "a história da fortuna dos pobres e dos ricos que se tornaram ministro."

É a "ética Jaqueline" deste governo.

Jaqueline, a deputada filha do notório Joaquim Roriz, é aquela que diz que os seus pares não podem processá-la por quebra de decoro porque, ao ser flagrada recebendo uma bolada ilícita, não havia ainda sido eleita.

Além de Palocci, outros 5 ministros possuem empresas de consultoria



Titulares da Indústria e Comércio, Justiça, Integração Nacional, Portos e Assuntos Estratégicos mantêm em atividade empresas de consultoria; chefe da Casa Civil justificou aumento significativo do patrimônio devido a rendimentos de sua empresa

Leandro Colon
O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Pelo menos cinco ministros do governo federal têm empresas de consultoria que continuam ativas em pleno exercício do cargo. Enquanto o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, mudou o ramo de atividade de sua antiga empresa de consultoria, a Projeto, atendendo à recomendação da Comissão de Ética da Presidência, os colegas de Esplanada não fizeram o mesmo. São eles: Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Comércio e Indústria), José Eduardo Martins Cardozo (Justiça), Moreira Franco (Assuntos Estratégicos), Leônidas Cristino (Portos) e Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional).

Dados da Receita Federal mostram que as empresas em nome desses cinco ministros estão com o registro "ativo" para atividades de consultoria.

Em declaração à imprensa na segunda-feira, 16, o presidente da Comissão de Ética, Sepúlveda Pertence, afirmou que recomendou a Palocci que alterasse o objeto social de sua empresa do ramo de consultoria para o de administração imobiliária.

Na avaliação de Pertence, a descrição "consultoria" era ampla demais e abriria possibilidade de conflito de interesse com um cargo de ministro de Estado - no caso do ministro Palocci, especialmente pelo fato de ele ser chefe da Casa Civil, espécie de núcleo central por onde transitam todas as ações estratégicas do governo.

Nesta terça-feira, 17, procurado pelo Estado por intermédio de sua assessoria de imprensa, o presidente da Comissão de Ética Pública não quis se manifestar sobre os casos dos outros cinco ministros que mantêm empresas de consultoria.
17 de maio de 2011

terça-feira, 17 de maio de 2011

General Heleno - Programa Canal Livre - Band 15/05/2011

Leia o jornal mais original e politicamente incorreto do Brasil: Jornal da Resistência Democrática

TERCEIRA EDIÇÃO DO JORNAL VIRTUAL RESISTÊNCIA DEMOCRÁTICA



 17 de maio de 2011


TERCEIRA EDIÇÃO DO JORNAL VIRTUAL RESISTÊNCIA DEMOCRÁTICA

LANÇADA A TERCEIRA EDIÇÃO

DO JORNAL VIRTUAL

RESISTÊNCIA DEMOCRÁTICA


GRITA, MEU POVO!






Para acessá-lo entrem no "link" abaixo e boa leitura.


http://www.newsflip.com.br/pub/resistenciademocratica


EDITOR RESPONSÁVEL:
ANDRÉ BERETEC



COLUNISTAS:

FRANCISCO VIANNA

RIVADAVIA ROSA

SUELI GUERRA

VALFRIDO M .CHAVES

IRACEMA PEDROSA

ARI

GERALDO ALMENDRA

RAY PINHEIRO

THOMAS FENDEL

MARIO FORTES

JOÃO BATISTA GUERRA

DIOGO CW

SILVANE SABOIA

FERNANDO BHIARI

DALVA AGNE LYNCH

ESTER AZOUBEL

ALCIDES RIBEIRO

SPIT SWANN

ALVARO P. DE CERQUEIRA

CARMEM GOMES

GEN.VALMIR FONSECA AZEVEDO PEREIRA

MARIA DA GRAÇA FERRAZ

CONVIDADO: THOMAS KORONTAI
DO PARTIDO FEDERALISTA

enviada por Gracias a La Vida

segunda-feira, 16 de maio de 2011

“A mão que balança o berço” contra Palocci

Eu não gosto desse expediente de ficar especulando sobre quem é a fonte dessa ou daquela reportagem. Até porque, convenham, é um truísmo: raramente o jornalista tropeça num fato ou num indício relevante. Também não é corriqueiro que, movido a pura imaginação ou tomado por um insight, decida: “Ah, vou ver como anda o patrimônio de Palocci”. Nesse caso, interessa o fato de que se está diante de uma verdade, admitida pelo próprio ministro. Ele tem uma justificativa que considera boa para explicar a sua mansão suspensa. Até agora, só convenceu os seus amigos.

Não vou, reitero, especular sobre as fontes. É claro que foi algum adversário de Palocci que passou a coisa adiante. É assim quase sempre. A notícia deste post está no conteúdo das especulações, no “talk of the town” da rua política.

Há dois candidatos à “mão que balança o berço”.

Um é José Dirceu — “como sempre”, eu ousaria dizer. Os simpatizantes de Palocci são muito hábeis em usar o Maquiavel de Passa Quatro como um fantasma ameaçador… A coisa é mais ou menos assim: “Não reclamem de Palocci, não! Ele é a garantia contra Dirceu!”. E Dirceu também é muito hábil em fazer cara de culpado. Para um “consultor de empresas privadas”, é uma boa fama; sinal de que ele faz e acontece.

O outro é Ricardo Berzoini, um petista graúdo que vive dias de desprestígio. Como noticiou VEJA no fim do mês passado, ele anda ensaiando botar a boca no trombone. Até escrevi o post Vai, Berzoniev, conta tudo. Eu o chamo assim porque ele tem cara de burocrata soviético da década de 70…

Palocci, e ele sabe disso, só não tem o direito é de desconfiar das oposições, onde seu trabalho — o do político, não o do consultor — costuma ser mais apreciado do que no PT. No próximo post, eu lhes proponho um exercício de imaginação.


16/05/2011

De onde veio o dinheiro, Palocci? (2)


Antônio Palocci ficou milionário durante o seu mandato como deputado federal pelo PT, na legislatura 2007-2010.

Foi demitido do cargo de ministro da Fazenda em final de março de 2006.

Coturno Noturno





 Pelo Código de Ética da Alta Administração Pública, Palocci, durante quatro meses, não poderia prestar consultoria de espécie alguma. Chegamos a julho de 2006. Ora, a partir deste período, começou a campanha eleitoral e, com toda a certeza, o ex-ministro dedicou-se integralmente a buscar um mandato, até porque isto lhe garantiria imunidade parlamentar, já que enfrentava processo pela quebra do sigilo fiscal e bancário do caseiro Francenildo.

Como ex-ministro, portanto, Palocci não poderia ter amealhado o patrimônio a partir de consultoria, como alega. Estava impedido legalmente ou estava, teoricamente, em campanha eleitoral.

Chegamos a 2007 e Palocci assume o mandato de deputado federal, passando a ter sua vida pública regida pelo Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.

Um capítulo inteiro é dedicado ao que um deputado pode e deve fazer, no que se refere ao seu patrimônio. Vejamos:


CAPÍTULO VII
DAS DECLARAÇÕES OBRIGATÓRIAS

Art. 18. O deputado apresentará à Mesa ou, no caso do inciso III deste artigo, quando couber, à comissão, as seguintes declarações:

I - ao assumir o mandato, para efeito de posse, e noventa dias antes das eleições, no último ano da legislatura, declaração de bens e rendas, incluindo todos os passivos de sua responsabilidade de valor igual ou superior à sua remuneração mensal como deputado;

II - até o trigésimo dia seguinte ao encerramento do prazo para entrega da declaração do imposto de renda das pessoas físicas, cópia da declaração feita ao Tesouro;

III - durante o exercício do mandato, em comissão ou em Plenário, ao iniciar-se a apreciação de matéria que envolva direta e especificamente seus interesses patrimoniais, declaração de impedimento para votar.

§ 1o As declarações referidas nos incisos I e II deste artigo serão autuadas em processos devidamente formalizados e numerados seqüencialmente, fornecendo-se ao declarante comprovante da entrega, mediante recibo em segunda via ou cópia da mesma declaração, com indicação do local, data e hora da apresentação.

§ 2o Uma cópia das declarações de que trata o parágrafo anterior será encaminhada ao Tribunal de Contas da União, para os fins previstos no § 2o do art. 1o da Lei no 8.730, de 1993.

§ 3o Os dados referidos nos parágrafos anteriores terão, na forma da Constituição Federal (art. 5o, XII), o respectivo sigilo resguardado, podendo, no entanto, a responsabilidade pelo mesmo ser transferida para o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, quando este os solicitar, mediante aprovação do respectivo requerimento pela sua maioria absoluta, em votação nominal.

§ 4o Os servidores que, em razão de ofício, tiverem acesso às declarações referidas neste artigo ficam obrigados a resguardar e preservar o sigilo das informações nelas contidas, nos termos do parágrafo único do art. 5o da Lei no 8.730, de 1993, e art. 116, inciso VIII, da Lei no 8.112, de 1990.


Portanto, nem é necessário que Antônio Palocci, ministro da Casa Civil, hoje milionário,abra o seu sigilo bancário e fiscal para justificar os seus ganhos extraordinários.

Basta liberar o acesso aos documentos arquivados na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, cujas cópias estão no TCU. E abrir a contabilidade da sua empresa, informando quais clientes que atendeu e que lhe renderam esta fortuna, para comprovar que não agiu em interesse próprio ou que não praticou tráfico de influência.

16 de maio de 2011

De onde veio o dinheiro, Palocci?


Coturno Noturno

Total de bens do ministro da Casa Civil cresceu 20 vezes de 2006 a 2010.

PSDB, DEM e PPS pedem que Palocci explique a compra de apartamento de R$ 6,6 milhões e escritório de R$ 882 mil.

Não importa se tem empresa, se fez consultoria.

Na posição de ex-ministro da Fazenda e deputado federal, tem a obrigação moral de informar quem foram os seus clientes.

Se tiveram negócios com o governo.

Que tipo de serviço foi prestado para render tão assombrosa soma.

Houve tráfico de influência?

Estes clientes acessaram dinheiro público por meio de empréstimos ou de operações comerciais?

Estes clientes foram beneficiados com concessões?

Eles já tinham ligações com o ex-ministro, quando ele exercia o cargo?

Já chega um ministro da Casa Civil que montou o Mensalão e que virou um super consultor que recebe dinheiro de empresas para facilitar a sua vida junto ao governo petista.

É preciso transparência.

É preciso que Palocci responda: de onde veio o dinheiro?


A matéria abaixo é da Folha de São Paulo.

A Ordem dos Advogados do Brasil e os três maiores partidos de oposição cobraram ontem esclarecimentos ao ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, sobre a evolução de seu patrimônio, 20 vezes maior que o total declarado em 2006. Ontem, a Folha revelou que o ministro adquiriu dois imóveis em área nobre de São Paulo: um apartamento de R$ 6,6 milhões e um escritório de R$ 882 mil. Em 2006, quando foi candidato a deputado federal, Palocci declarou à Justiça Eleitoral possuir um total de R$ 375 mil em bens -em números corrigidos.

Nos quatro anos de mandato, quando se destacou na bancada do PT em debates importantes da Câmara, como o da reforma tributária, Palocci recebeu em salários R$ 974 mil, brutos. "A notícia preocupa, e muito. Para um aumento de patrimônio em tão pouco tempo, de um homem público, exige-se explicação", declarou Ophir Cavalcante, presidente da OAB. O DEM instou a Receita Federal a apurar o caso. "Impõe-se uma manifestação sobre o assunto. Se as justificativas não forem suficientes, tomaremos providências", disse o presidente do partido, senador Agripino Maia (RN). "Não vamos fazer prejulgamento. Mas é melhor o ministro esclarecer qual a renda da empresa, quais os serviços prestados e qual o lucro que obteve. Como homem público, não tem razão para não dar explicações", disse o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE).

O PPS prometeu acionar o Conselho de Ética da Câmara. "Dinheiro não nasce no chão. Muito me estranha esses enriquecimentos tão rápidos", afirmou Roberto Freire (SP), deputado e presidente nacional da legenda.O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), defendeu ontem o ministro. "Confio no Palocci. Ele deu uma explicação e, para mim, isso é página virada", declarou. Os dois imóveis foram comprados por Palocci por meio da empresa Projeto, da qual ele é sócio principal, com 99,9% do capital. Segundo o ministro, as transações, feitas diretamente com as construtoras, foram bancadas com recursos próprios da empresa.

A Projeto foi criada em 2006 como consultoria e foi transformada em administradora de imóveis em 2010. A Folha foi duas vezes à sede da empresa -o escritório de 183 m2, comprado em 2009 por R$ 882 mil- e encontrou a sala fechada, sem placa na porta nem identificação na recepção do prédio. A única pessoa que atendeu os telefonemas diz não saber a atividade da Projeto. O apartamento fica perto dali. Ocupa um andar inteiro do edifício e tem 502 m2 de área útil (quatro suítes e cinco vagas na garagem). Palocci deixou o cargo de ministro da Fazenda em março de 2006, depois de se envolver no escândalo da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.