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sábado, 24 de setembro de 2011

O barato da impunidade: lança-perfume na festa de arromba dos poderosos que deveriam zelar pela lei




A VEJA desta semana traz uma reportagem impressionante de Daniel Pereira e Rodrigo Rangel intitulada “A festa dos bodes”, sobre a impunidade no Brasil, suas origens e suas causas.

Uma festa de arromba ocorrida em Minas foi mesmo um espanto.

Reproduzo um trecho.

(…)
Relator do caso que resultou no arquivamento do processo que investigou a família Sarney, o ministro Sebastião Reis Júnior foi empossado em junho passado no STJ.

Um de seus amigos diletos é o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro. Kakay, como o advogado é conhecido em Brasília, também é amigo de Sarney e defensor do clã maranhense há tempos. (…)

“O Sebastião é meu amigo há muito tempo, mas não atuei nesse caso, não conheço os detalhes do processo nem sabia que ele era o relator”, diz Kakay.

Em fevereiro, o advogado organizou uma feijoada na mansão em que mora, em Brasília, que reuniu ministros, senadores e advogados famosos.

Sebastião Reis era um dos convidados. Na ocasião, apesar de ainda ser aspirante à vaga no STJ, já era paparicado como “ministro” por alguns convivas. O ministro do Supremo Tribunal Federal José Dias Toffoli também participou da feijoada, que varou a madrugada.

Ah, as festas e os quartos de hotel em Brasília…


No dia 17 passado, um sábado, Toffoli, Kakay e representantes de famosas bancas de advogados de Brasília voltaram a se encontrar em uma festa, em Araxá, Minas Gerais, no casamento de um dos filhos do ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence.

O aeroporto da cidade não via um movimento assim tão intenso fazia muito tempo. Os convidados mais famosos chegaram a bordo de aviões particulares, inclusive o ministro Dias Toffoli. Em nota, ele explicou que o avião lhe fora cedido pela Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro, onde dá aulas.

Naquele dia, por coincidência, o ministro, que estava junto de sua companheira, informou que tinha um compromisso de trabalho no campus que a instituição mantém em Araxá.

Sepúlveda Pertence é o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência - uma espécie de vigilante e fiscal do comportamento das autoridades do Executivo.

Além de Kakay e Toffoli, ele recebeu como convidados o ex-senador Luiz Estevão (condenado a 31 anos de prisão e que deposita suas últimas esperanças em se safar da cadeia nos recursos que serão julgados no STJ e no Supremo) e o empresário Mauro Dutra (processado por desvio de dinheiro público) - e advogados que defendem ou já defenderam ambos.

Toffoli é relator de um dos processos de Luiz Estevão no Supremo.


Os quartos do hotel mais luxuoso da cidade foram ocupados, portanto, por juízes, réus e advogados que atuam em processos comuns.

A feijoada de Brasília terminou na madrugada do dia seguinte, com um inofensivo karaokê. A festa de Araxá também avançou a madrugada, embalada por música eletrônica. Havia, porém, uma surpresa guardada para o final.”

Era a farta distribuição de lança-perfume, o que é crime, segundo as leis vigentes no país, pelas quais boa parte daqueles convivas — exceção feita aos criminosos, claro! — deveria zelar.

Leia a íntegra da reportagem na revista.

24/09/2011

Descontente com a Lei Geral da Copa-2014, Fifa ameaça utilizar cláusula para tirar o evento do Brasil





Copa do Mundo

  Panorama Esportivo


RIO - Há mais de uma década acompanhando os bastidores da Fifa, a coluna desconfiou que o silêncio de Zurique em relação à Lei Geral da Copa-2014 não era um bom sinal. Se tivesse gostado, logo elogiaria, como sempre faz a Fifa nesses casos. Fomos apurar e descobrimos que a situação é mais grave. Existe, sim, a ameaça de rompimento, amparada pela cláusula 7.7 do Host Agreement (Contrato para Sediar).

Hoje, não seria surpresa se a Fifa anunciasse, até o próximo dia 5, o cancelamento do evento de 20 de outubro - quando o Comitê Executivo da entidade planeja divulgar o calendário de jogos nas cidades-sedes tanto da Copa das Confederações-2013 quanto do Mundial-2014.

A cláusula 7.7, do contrato, assinado pelo governo brasileiro, estabelece o dia 1 de junho de 2012 - exatamente 2 anos e 11 dias antes da partida de abertura do Mundial-2014 - como prazo final para a Fifa rescindir o contrato e tirar a Copa-2014 do Brasil, sem pagamento de multa.

Diz o texto da 7.7 que a rescisão será aplicada caso as leis e regulamentos necessários para a organização da Copa do Mundo-2014 não tenham sido aprovados, ou caso as autoridades competentes não estejam cumprindo as garantias governamentais exigidas.

As garantias e responsabilidades exigidas pela Fifa também fazem parte do Acordo de Candidatura, entregues em 31 de julho de 2007, pelo presidente Lula, três meses antes de o país ter sido confirmado como sede do Mundial.

A Lei Geral da Copa, enviada ao Congresso no último dia 19 pela presidente Dilma Rousseff, é o ponto de discórdia.

A coluna pôde apurar em Zurique que itens como ingressos, credenciamento, proteção ao marketing de emboscada, gratuidades e até transmissão de TV foram editados em desacordo com o que foi discutido e acertado em fevereiro deste ano, em Brasília, durante reunião do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, com o ministro do Esporte, Orlando Silva, e técnicos do governo.

Além disso, a infraestrutura dos aeroportos e os projetos de mobilidade urbana são considerados incipientes pela entidade.

Pudemos apurar que a Fifa argumenta não ter como garantir aos patrocinadores a proteção às suas marcas.

E a entidade teme inviabilizar o modelo da Copa do Mundo, que responde por 89% de sua arrecadação de quatro anos, se aceitar a Lei Geral da Copa-2014 como foi mandada pela presidente brasileira para o Congresso.

As duas partes podem até negar, mas apuramos também que Valcke e o Comitê Organizador Local (COL-2014) perderam a confiança em Orlando Silva e não querem mais negociar com o ministro.

E que uma nação plano B já é pensada, para o caso de a Lei Geral da Copa não ser modificada.

Os próximos dias serão decisivos.
24/09/2011

Blatter ameaça tirar Copa do Brasil


JOSEPH BLATTER MANDOU RECADO

Por Claudio Humberto

Um episódio ainda não revelado e movido a tensão de ambos os lados mexe com os brios do governo federal e da FIFA.

Há 15 dias o presidente da entidade, Joseph Blatter, mandou carta em tom ameaçador à presidenta Dilma Rousseff.

Em outras palavras, disse que se o país não acelerasse as obras dos estádios e não enviasse a Lei Geral da Copa para o Congresso, a FIFA não terá outra alternativa a não ser cancelar o evento até ano que vem, prazo estipulado em acordo com o Brasil, e anunciar a Copa em outro país.
A Casa Civil deu celeridade, então, ao envio do projeto, mas aí a situação desandou de vez.

Os advogados da FIFA no Brasil não gostaram do que leram.

Eles esperavam outro projeto, já acordado com o governo.


Entre pontos polêmicos está a venda de meia-entrada para idosos, o que a FIFA veta e vetou em eventos anteriores.

Não há objetividade também sobre as regras para comércio e publicidade em torno dos estádios.

A FIFA tem exclusividade sobre esses termos, principalmente com a venda de uma cerveja estrangeira que é parceira da entidade, mas o governo não deixou claro se a cervejeira da FIFA terá exclusividade nos acessos aos estádios.

Nos corredores da FIFA, há quem diga que Estados Unidos e Alemanha, que sediaram Copas recentes, estão sob alerta.
24/09/2011

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Dilma faz o que Lula queria


Continuamos precisando de algo como um novo Plano Real, para derrubar juros e impostos de forma duradoura


POR CARLOS ALBERTO SARDENBERG
O GLOBO

Lula presidente não perdia a oportunidade de apresentar seu governo como o introdutor de tudo de bom que acontecia no país. Mas, enquanto atacava a herança maldita de FHC, mantinha intacto o tripé da política econômica herdada, o regime de metas de inflação com Banco Central independente, câmbio flutuante e superávit primário nas contas públicas.

A presidente Dilma está fazendo o contrário. Elogiou FHC pela estabilização do Real, diz que as bases macroeconômicas estão mantidas, mas na prática vai lentamente desmontando o tripé (ou flexibilizando, se quiserem).

Em comum, a mesma atitude: falar uma coisa e fazer outra.

Só que com os sinais trocados.

Alguns analistas entendem isso como uma manifestação de independência que Dilma estaria tomando em relação à herança lulista.

Errado.

Dilma está fazendo na política econômica o que Lula gostaria de ter feito há muito tempo. E que começou a fazer nos dois últimos anos de seu governo.
Com o (bom) pretexto de combater a crise internacional de 2008/09, Lula colocou de lado a contenção do gasto público e aumentou as despesas de várias maneiras, mantendo-as em expansão mesmo quando as coisas se acalmaram. Mais do que isso, recuperou o discurso de que gastar é sempre bom e que sempre é possível aumentar os impostos.
No ano passado, eleitoral, Lula finalmente conseguiu dobrar o Banco Central de Henrique Meirelles, levando a instituição a suspender a alta de juros para não atrapalhar a campanha de Dilma.
Lembrem-se: para fazer aquilo o BC construiu um cenário de queda de inflação que gerou muita desconfiança na ocasião e que não se materializou.

Veio, então, o BC de Dilma, com Alexandre Tombini na presidência, que começou subindo juros, diante da evidência de uma inflação em alta.

Mas logo deu um cavalo de pau e começou a reduzir a taxa, surpreendendo mesmo os analistas mais afinados com os argumentos oficiais.

Foi uma virada semelhante à de 2010 e com o mesmo conteúdo político de enquadrar-se na linha explicitada pelo governo.

O câmbio flutuante foi flexibilizado de diversas maneiras. E o superávit primário tem sido obtido até aqui graças a uma arrecadação excepcionalmente elevada. Os gastos governamentais continuam em alta e se programa mais elevação no ano que vem.


A volta do protecionismo explícito - como, por exemplo, a elevação abrupta do imposto sobre carros importados - é mais um dado a indicar que a presidente Dilma move sua política econômica na direção do chamado "desenvolvimentismo", com forte intervenção do governo, gastos públicos subindo, subsídios e proteção para determinados setores, os amigos da casa, e tolerância com a inflação.

O economista Mario Cimoli, diretor da Cepal, desenvolvimentista, disse uma vez que a melhor política econômica para a América Latina seria uma combinação brasileiro-argentina.

Do Brasil, a política industrial com seu braço principal, o BNDES.

Da Argentina, a política monetária e cambial, com juro baixo, moeda desvalorizada, não importando a inflação elevada.

Pode até não ser exatamente assim, mas que parece, parece.

E sabem qual a ironia dessa história?

É a política econômica que José Serra adoraria fazer.


Eis por que a presidente Dilma dificilmente enfrentará oposição nessa sua guinada.

Tucanos estão ou iludidos com os elogios formais feitos pela presidente ou gostando dessa política econômica ou interessados em embarcar em algumas canoas do governo (como faz o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin).


Os democratas podem fazer algum sucesso no combate ao aumento de impostos, mas não é muito.

Tudo considerado, não haverá uma guinada radical, mesmo porque muitas das normas de política econômica estão definidas em lei, como é o caso da responsabilidade fiscal.

É a nossa sorte.

Ninguém espera uma explosão da inflação, mas algo perto de 7% ao ano por um bom tempo (que é alta).


O governo estará sempre tratando de arrecadar cada vez mais para gastar mais.

E, sem reformas, ficaremos com uma economia irregular, com o custo Brasil muito elevado para todos e sendo aliviado para alguns setores, com muito consumo (inclusive do governo) e pouco investimento. Cresce aqui e ali, dependendo do mundo, mas não deslancha de modo consistente.

Continuamos precisando de algo como um novo Plano Real, para derrubar juros e impostos de forma duradoura.
 22/09/11


Charges



quem roubou o pirulito da criança?

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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O ruim pelo pior



Por José Serra

A democracia representativa é a celebração de um compromisso: o cidadão delega a um igual o privilégio de ser seu porta-voz.

Se esse vínculo se perde, se o representante se distancia do representado, então é o próprio modelo que se descaracteriza.

Depois de algum tempo, cerca de 70% dos eleitores brasileiros não se lembram do voto para deputado estadual e federal.

O custo de nossas eleições parlamentares é astronômico, o mais alto do mundo, e a vigilância que o votante exerce sobre o votado é praticamente nenhuma, o que concorre para a degeneração dos partidos.

Campanhas caras, falta de representatividade e frustração dos eleitores com os parlamentares: eis um tripé característico da política brasileira. Esses fatores têm raízes históricas e culturais. Resultam também da falta de controles legais, da impunidade e das falhas de informação.
E ainda, como nos últimos anos, da generalização do uso sem pudor das máquinas de governo, pela entrega de capitanias a partidos e grupos de partidos. Mas não há dúvida de que as regras político-eleitorais têm tido papel decisivo na manutenção desse tripé.

Pelas regras atuais, os partidos apresentam listas de candidatos que disputarão os votos de todos os eleitores do Estado (ou município, nas eleições para vereador).




Nesse sistema proporcional, quanto mais candidatos por legenda, melhor, pois a soma de votos deles vai definir o número de parlamentares eleitos por partido.
E elegem-se os individualmente mais votados.

O sistema exacerba o individualismo político, cria um fosso entre o eleito e o eleitor e implica gastos elevadíssimos.

Em São Paulo, por exemplo, cada candidato a deputado deve buscar votos entre 30 milhões de eleitores, em todo o Estado, competindo com centenas de rivais, inclusive os colegas de partido.

Note-se que os altíssimos custos dessas campanhas são, em boa parte, transferidos para os candidatos majoritários - a presidente, governador e senador (e prefeito, nas eleições municipais).
A partir da introdução da reforma política na agenda do Congresso, abriu-se o debate e vieram as ideias sobre mudar as regras de voto e introduzir o financiamento exclusivamente público das campanhas eleitorais. Isso acabou sendo um dos tópicos centrais do projeto preparado pelo relator da reforma na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS).

Para ele e seu partido, as campanhas deveriam ser pagas com recursos do Orçamento federal. Esses recursos iriam para um fundo público de campanha, sendo distribuídos pelo TSE aos partidos;

80% seriam alocados de forma proporcional aos votos que as agremiações obtiveram na eleição anterior para a Câmara de Deputados;

15%, de forma igualitária entre as que têm representantes na Câmara; e

5% igualmente entre todos os partidos.

Poderia haver contribuições privadas, de pessoas físicas e jurídicas, mas a esse fundo, e não diretamente a candidatos ou partidos.


Segundo seus defensores, as virtudes da mudança seriam duas:

primeira, baixar os custos de campanhas eleitorais, a partir da fixação do teto de despesas;

e, segunda, reduzir a influência do poder econômico nas eleições.


É sintomático que a proposta descrita beneficie diretamente os dois maiores partidos - PT e PMDB -, que detêm hoje o maior número de deputados federais e por isso ganhariam uma vantagem financeira insuperável.

Os partidos com bancadas grandes já dispõem da vantagem do maior tempo de TV no horário gratuito e de maior fatia anual do fundo partidário.

Essas regalias são caras: o horário eleitoral custa aos cofres do Tesouro pelo menos R$ 850 milhões, sob a forma de dedução do Imposto de Renda das TVs e rádios; o fundo partidário, previsto no Orçamento federal, custa mais R$ 300 milhões por ano.

Na sua essência, a proposta em debate pretende, no mínimo, congelar a correlação de forças. Eventuais mudanças nas preferências dos eleitores em quatro anos não terão nenhum reflexo nos recursos disponíveis para cada partido na eleição seguinte.

Mais ainda: um partido forte num Estado (ou município), mas modesto em termos de bancada federal, sofreria prejuízos ainda maiores na campanha estadual (ou municipal) seguinte.

Assim, uma nova distorção seria introduzida na política brasileira e não seria compensada pela redução dos custos das campanhas eleitorais ou pela maior igualdade de recursos entre os candidatos, pelo simples fato de que o financiamento público exclusivo só faria aumentar a tentação do "caixa 2".

Se ao lado das contribuições privadas legais hoje ainda existem suspeitas de persistir o financiamento paralelo, imagine-se o que aconteceria caso elas fossem proscritas.

Como disse o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), a proibição do financiamento privado só contribuirá "para esconder as relações dos partidos com entidades privadas e organizações da sociedade civil, mas não para impedi-las".

Na mesma linha, segundo o ex-ministro Nelson Jobim, o projeto do PT "empurraria os candidatos para a ilegalidade", até porque o anteprojeto apresentado à Câmara também prevê um novo sistema eleitoral que preservaria os altos custos atuais.

Segundo a proposta petista, o eleitor deveria votar duas vezes: numa lista partidária preordenada de um partido e num candidato com nome e sobrenome, de qualquer partido, escolhendo entre centenas de candidatos que concorrem em cada Estado (ou município).

Não há aqui espaço para explicar a nova metodologia, de tão confusa. Se o eleitor já entende pouco das regras atuais, a chance de compreender as novas seria menor ainda. Elas só fariam aumentar a opacidade e as taxas de manipulação do sistema político-eleitoral.

Trocar-se-ia o ruim pelo pior.


A redução de custos, a transparência, a maior vinculação entre eleitor e eleito e o fortalecimento dos partidos, tudo isso pode ser alcançado por outro caminho: introdução de um sistema eleitoral distrital, puro no caso dos vereadores dos municípios maiores e misto no caso dos deputados. Mas esse é assunto para outro artigo.

JOSÉ, SERRA, EX-PREFEITO, EX-GOVERNADOR, DE SÃO PAULO, JOSÉ, SERRA, EX-PREFEITO, EX-GOVERNADOR, DE SÃO PAULO
 22 de Setembro de 2011



quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Juízes e procuradores pedem aumento de salários



Juízes e procuradores cercam prédio do STF por aumento de salários


Fábio Fabrini
Valor Online


BRASÍLIA - O prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, foi cercado na tarde desta quarta-feira por juízes e procuradores que pedem aumento de salários.

Filas se formaram em todas as entradas da Corte e, segundo a Associação de Juízes Federais do Brasil (Ajufe), haviam mais de 2 mil manifestantes - a maioria de terno e blazer - no entorno do edifício, onde promoveram um "abraço" como forma de protesto.


Os juízes e procuradores defendem o reajuste do teto salarial do serviço público.

O salário equivale ao dos ministros do STF e está fixado hoje em R$ 26,7 mil.

Eles querem que o valor passe para R$ 30,6 mil.


Se o teto aumentar, juízes e promotores também vão passar a receber a mais, pois eles ganham um percentual em cima dos vencimentos dos ministros do STF.


Juízes federais cogitam greve até o fim do ano
Sarney declara apoio a reivindicações


Leia mais no O Globo

 21/09/2011

Os conflitos nos países árabes, Israel e a estupidez da política externa brasileira.




Ou: Cuidado!

Alguns críticos acham que o Brasil só acerta quando atua contra Israel!


Escrevi na segunda-feira um post demonstrando por que considero irresponsável o discurso da presidente Dilma Rousseff na ONU no que respeita à questão israelo-palestina.

Não vou repisar argumentos.

Meu ponto neste post é outro.

É inacreditável que a política externa brasileira seja vítima de uma obsessão: contrapor-se aos EUA, pouco importa o que pretenda aquele país: o Brasil acerta e erra na sua intervenção internacional sempre por maus motivos.

Se os EUA estiverem certos, o Brasil atua de modo estúpido para demonstrar que é independente. Se os EUA estiverem errados, o Brasil age de modo prudente para demonstrar que é independente.


Aquele que tem a pretensão de demonstrar independência pouco importando o que queira o interlocutor, se o certo ou o errado, comporta-se como escravo de sua liberdade.

Ora, tenham paciência!

Como pode um país como o Brasil, que tem uma importância mediana no mundo e exerce considerável liderança na América Latina, endossar a reivindicação palestina na forma como vem? A representação oficial palestina abriga hoje o Hamas e sua postulação essencial, que ainda não mudou: destruir Israel. Está escrito. “Ah, mas não atuam nesse sentido…” Não? Atuam, sim, dentro do que lhes é possível fazer. Quando mais for possível, mais farão. É o que indica a história do lugar. Sem um acordo bilateral, acatar a reivindicação palestina corresponde a uma aposta na violência. Para se contrapor aos EUA, o governo brasileiro já mergulhou fundo na abjeção - veja-se o caso de Honduras: investiu-se numa guerra civil, que, felizmente, não aconteceu.

O mundo, como tenho afirmado aqui, não é plano. Em seu discurso, Dilma repudiou a violência com que as ditaduras árabes têm tratado os protestos, mas também censurou a intervenção externa nesses países. Vocês sabem muito bem o que penso a respeito. Não estou entre os “encantados” com a “Primavera Árabe”.

Uma das “flores” do Egito, por exemplo, é o incêndio de casas e de igrejas dos cristãos. Houve efetiva colaboração de egípcios com terroristas palestinos em recente atentado no sul de Israel. A embaixada israelense no Cairo foi destruída diante da passividade cúmplice do novo governo. Na Síria, as minorias religiosas não-islâmicas já perceberam que, se o sanguinário Bashar Al Assad cair, sobrevirá a perseguição. Na Líbia, um dos chefões do staff militar é um ex-jihadista.

Mais um pouco: a atuação de EUA, França e Grã-Bretanha na Líbia desrespeitou a resolução da ONU de maneira flagrante, escancarada, vergonhosa até. A Otan deu seqüência ao trabalho, rasgando a cada dia o texto aprovado. Comece-se pelo óbvio: as potências estrangeiras entenderam que “proteção a civis” significava proteção aos adversários de Kadafi, mas não aos aliados. Os insurgentes também massacraram seus adversários de modo impiedoso. Contra a resolução, forneceram-se armas aos ditos rebeldes, e houve, obviamente, a tentativa de matar Kadafi. Há dias, como num desses filmes B, Nicolas Sarkozy e David Cameron apareceram para posar de libertadores. Com a devida vênia aos analistas que acreditam que a democracia cai da árvore da vida, acho que as (im)potências estão é colaborando, no médio prazo, com o extremismo islâmico. Se eu estiver errado, ficarei feliz. Se eu estiver certo, o mundo ficará infeliz…

Prestem atenção: nesse particular, eu ficaria satisfeito em poder chamar de “prudente” a atuação do Brasil. Eu não tenho razões, digamos, filosóficas para preferir os carniceiros de Benghazi ao ex-carniceiro de Trípoli. Vista a coisa em perspectiva, não é do meu interesse filosófico que o extremismo islâmico ganhe uma face humana. Pois bem. E por que a minha insatisfação? Porque a escolha feita pelo Brasil nada tem a ver com essa mirada de mais longo prazo.

A abordagem do Itamaraty foi bronca, simplista, boçal:
“O que querem os EUA?

Estão atuando para derrubar aqueles regimes?

Estão!

Então a gente é contra.

Afinal, precisamos provar a nossa independência!”

E faço aqui uma nota à margem: a estupidez é de tal ordem que o Brasil houve por bem integrar um grupo para “dialogar” com Bashar Al Assad…

Que coisa!

É mais uma evidência de que o Itamaraty não escolhe a prudência.

Seu único norte é o antiamericanismo.


E é essa mesma postura que leva o país a se posicionar, mais uma vez, contra Israel. Trata-se de uma política externa que não distingue o erro do acerto. E é assim porque ela não é autônoma. Depende da escolha que faz o seu suposto adversário — como se houvesse mesmo essa polaridade. É o samba-do-nanico-doido.

E só para encerrar: é curioso que algumas vozes que censuram severamente o Brasil por não integrar, moralmente ao menos, os esforços de “democratização” da Líbia, da Síria ou do Egito se calem diante da postura de Dilma no caso do conflito israelo-palestino. Fica parecendo que o antimaericanismo brasileiro é ruim quando não coincide com o que eles pensam, mas é bom quando coincide.

Tudo bem pesado, tem-se a impressão de que o Itamaraty só acerta quando se posiciona contra Israel.

Talvez esses analistas devam investigar mais a fundo essa inclinação anti-israelense para saber se ela não deriva de algo que antecede em muito a própria existência de Israel…
21/09/2011

E-Jornal da Resistência Democrática





R e s i s t ê n c i a   D e m o c r á t i c a

7º Edição

MATÉRIAS EM DESTAQUE


EM CIMA DO FATO


AMÉRICA – DA PROSPERIDADE À
RUÍNA?



O tremendo crescimento econômico no século XX
pode ser atribuído a um único fato:

petróleo abundante e barato.


Por Francisco Vianna

Leia o E-Jornal da Resistência Democrática



SÉTIMA  EDIÇÃO DO JORNAL VIRTUAL

RESISTÊNCIA DEMOCRÁTICA


E-Jornal da Resistência Democrática,
o mais original e politicamente incorreto do Brasil


LEIA E DIVULGUE!

Ato anticorrupção na Cinelândia reúne 2,5 mil pessoas, diz PM



 
  Mobilização



Cerca de 2,5 mil manifestantes, segundo estimativa da Polícia Militar, estiveram concentrados na Cinelândia, no Centro do Rio, para participar do protesto "Todos Juntos Contra a Corrupção".

Para os organizadores, este número chegou a cinco mil.


Cássio Bruno e Juliana Castro
globo



Durante o evento circulou um documento para recolher assinaturas com a intenção de acelerar um projeto que tramita no Congresso e que prevê que a corrupção se torne um crime hediondo. Até o início da noite não havia estimativa de quantas assinaturas foram recolhidas.

O policiamento na região foi reforçado, mas a Polícia Militar não divulgou o efetivo, alegando "uma questão estratégica". Além da PM, havia homens da Guarda Municipal e da CET-Rio para garantir a segurança da população.




Onde está a união do povo brasileiro?


Basta de corrupção
Entre os manifestantes, André Luiz dos Santos, 50 anos, chamava a atenção. De braços abertos diante de uma cruz posicionada bem em frente à Câmara dos Vereadores, André, que já havia feito uma greve de fome durante três dias no STF por conta da aprovação da Lei da Ficha Limpa, veio de Monte Nova, em Minas Gerais, especialmente para protestar, desta vez contra a corrupção.

- Onde está a união do povo brasileiro? Basta de corrupção - dizia o manifestante.

O carro de som dos manifestantes estava estacionado em frente à escadaria da Câmara dos Vereadores, onde algumas pessoas empunhavam faixas pedindo o fim da corrupção e do nepotismo. Adesivos também foram distribuídos a quem passava pelo local.

A organização do movimento contou com a participação de alguns artistas, entre eles, Frejat, Zé Renato, Dado Villa-Lobos, Fernanda Abreu e Tim Rescala.



Políticos se juntam a manifestantes
no ato

O ex-deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) esteve presente no ato "Todos Juntos Contra a Corrupção", na Cinelândia, Centro do Rio. Gabeira andou entre os manifestantes com uma máquina fotográfica fazendo fotos para o próprio blog.

- O Brasil tem crescido e pode crescer muito mais. A corrupção é um obstáculo para este crescimento. Perdemos muito dinheiro com a corrupção. Alguns dados indicam que em sete anos perdemos o equivalente ao PIB da Bolívia, algo em torno de R$ 40 bilhões de reais. Isso significa dinheiro que poderia ir para a luta contra a miséria, por exemplo
- afirmou.



Fernando Peregrino, que foi candidato ao governo do Rio pelo PR no ano passado, também esteve presente no ato e disse que o deputado federal Anthony Garotinho não compareceu ao evento porque está em Brasília. Outro partido, o PSTU, aproveitou para distribuir folhetos.

Alguns manifestantes chegaram ao local com vassouras e, em frente à Câmara, gritavam "faxina, faxina".

Do carro de som, as palavras de ordem eram "cambada de ladrão, cadê o dinheiro para a Saúde e a Educação"?

Soldados do Corpo de Bombeiros aderem à manifestação e aproveitam para protestar contra Cabral

No início da noite, manifestantes do Corpo de Bombeiros chegaram à Cinelândia e uniram-se ao ato e aproveitaram a ocasião para protestar contra o governador Sérgio Cabral.

O deputado estadual Marcelo Freixo e o vereador Elyomar Coelho, ambos do PSOL, também estiveram presentes no ato.

Freixo foi censurado por uma manifestante que virou para ele e disse:

- É uma vergonha, isso é uma manifestação apartidária!

O deputado respondeu:

- Minha senhora, estou aqui como cidadão. Isso é um movimento popular. A senhora é uma autoritária.

Ato termina com manifestantes cantando Hino Nacional

Os organizadores encerraram o ato às 19h50m e, junto com os manifestantes, cantaram o Hino Nacional Brasileiro. Antes, discursaram os cantores Fernanda Abreu, Tico Santa Cruz e Frejat.

O ex-Barão Vermelho foi bastante aplaudido ao afirmar em cima do carro de som que o brasileiro não vai mais tolerar a corrupção.

Já o cantor Tico Santa Cruz disse que os políticos deveriam começar a usar o Sistema de Saúde público para saber o que o povo passa.

- Quando encontrarmos um desses políticos na rua, temos de chamá-lo de corrupto porque se ele lê no jornal, não se envergonha. Mas se agente chama ele de corrupto na frente do filho, ele vai sentir.

Os organizadores da manifestação anunciaram que no dia 12 de outubro haverá um novo ato, desta vez na orla de Copacabana, mesmo dia marcado para manifestações em Brasília e em São Paulo.


20/09/2011


terça-feira, 20 de setembro de 2011

Protesto contra a corrupção no Rio reúne milhares de manifestantes


Com vassouras verdes e amarelas,
“Todos contra a corrupção”
no Centro do Rio de Janeiro.

Organizado e divulgado pela internet





Os manifestantes empunharam cartazes contra a corrupção.



PT PREPARA GOLPE DE ESTADO COMUNISTA!






Por Jorge Roriz
Blog de Aloizio Amorim

Enquanto a Oposição dorme de touca Lula e seus sequazes avançam naquilo que denominam “reforma política’, mas que não passa de mais uma armação para tentar eternizar o PT no poder.

Principalmente no que diz respeito ao tal voto em lista onde celerados esquerdistas que não têm nenhum voto acabarão obtendo mandato na Câmara dos Deputados e no Senado.

Já alertei aqui no blog que o PT vai tentar emplacar esse monstrengo. Em outras palavras, essa reforma que o PT tenta empurrar goela abaixo dos brasileiros em menos de quatro anos transformará o Brasil numa nova Venezuela.

Se a reforma do PT passar terão a maioria absoluta no parlamento e aprovarão qualquer lei que desejarem aprovar.



O esquema é para dar poder total ao PT, que então avançará no sentido de impor à Nação o seu projeto socialita do tipo chavista que inclusive contempla a abolição da propriedade privada.

Como na Venezuela, a propriedade será uma dádiva do Estado e destinada a uma corriola ligada ao poder e quem arbitrará sobre isso é um tal “conselho comunal”, do qual participarão CUT, MST e demais ditos “movimentos sociais”.

Na Venezuela a coisa já se encaminha para o seguinte: se o “conselho comunal” decidir expropriar uma propriedade privada, como um sítio, uma fazenda, uma casa, um automóvel, um caminhão ou um apartamento, o fará, já que reunirá todo o poder da lei e das armas!

Comunistas são fanáticos e, por isso mesmo, impiedosos. O que estou colocando aqui não é mero delírio. É isto que está no programa do PT.

Se a população brasileira continuar embalada no berço esplêndido petralha acordará dentro em breve num novo Estado Comunista desprovida de seus direitos e, sobretudo, de sua liberdade.

É hora da sociedade brasileira reagir se quiser que o Estado de Direito democrático sobreviva ao ataque sorrateiro dos comunistas do PT.



A rigor, o que está em marcha é um golpe de estado comunista.

Isto não é brincadeira!

Lula vaiado por estudantes pela segunda vez na semana





Protesto de estudantes causa tumulto durante homenagem a Lula

Cerca de 100 universitários ligados á UFBA realizaram manifestação para pedir aumento da verba destinada pelo governo federal para a Educação; ex-presidente recebeu título honoris causa



SALVADOR - Foi sob protestos de um grupo de cerca de 100 estudantes ligados ao Diretório Central da Universidade Federal da Bahia (UFBA) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, no início da tarde desta terça-feira, 20, o título de doutor honoris causa da instituição.

O grupo chegou ao prédio da reitoria da instituição para cobrar aumento para 10% do Produto Interno Bruto (PIB) o montante a ser obrigatoriamente investido em educação no País.

Roberto Stuckert/Instituto Lula

Estudantes gritaram palavras de ordem durante homenagem a Lula

Como não havia espaço no salão onde ocorria o evento, os estudantes tiveram de ficar do lado de fora.

Depois, conseguiram entrar no salão, onde acompanharam o fim das homenagens a Lula e voltaram a gritar palavras de ordem - enquanto pegavam autógrafos do ex-presidente nos próprios cartazes nos quais estavam escritas as reivindicações.
 

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20 de setembro de 2011

Cinelândia!


Como é que a quadrilha deles cantava:

"povo unido, jamais será vencido".


Quem mandou roubar o país?

Cinelândia é só o começo.

Vem aí o Vale do Anhangabaú...


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

“Todos Juntos Contra a Corrupção”




Por Reinaldo Azevedo

Está prevista para esta terça, no Rio, a manifestação “Todos Juntos Contra a Corrupção”, a partir das 17h, na Cinelândia.

É IMPORTANTE DESTACAR QUE QUEM DEU LARGADA AO PROTESTO É GENTE COMUM, QUE NÃO É LIGADA A PARTIDOS NEM REPRESENTA “ENTIDADES”.
A manifestação de amanhã conta com o apoio da OAB, da ABI e da ONG Contas Abertas. Apoio, nesse caso, quer dizer que essas entidades endossam a manifestação — nada além disso. E, como sempre digo tudo, então lá vai: a OAB e a ABI entram tarde nos protestos, não é mesmo? Em outros tempos, já teriam botado a boca no trombone. Ok. Antes tarde do que nunca. Mas quem senta na janelinha é o “povo”.

Faço esse registro para deixar claro que os protestos que estão pipocando no país não dependem de grifes para acontecer.

Melhor assim!

19/09/2011


domingo, 18 de setembro de 2011

As vaias para Haddad




Vaiados no ABC 
 
O Estado de S.Paulo

Uma semana depois de o Enem de 2010 ter mostrado uma acentuada queda no desempenho das 50 melhores escolas de São Paulo, a cidade na qual pretende candidatar-se a prefeito em 2012, o ministro da Educação, Fernando Haddad, foi vaiado na Faculdade de Educação da USP e se envolveu em bate-boca com estudantes que criticavam a situação de abandono de várias instituições federais de ensino superior.
A expansão das universidades federais é uma das bandeiras que Haddad pretende usar em sua campanha eleitoral e os estudantes que o vaiaram eram, justamente, supostos beneficiários de sua política.

Criadas com base mais em critérios de marketing político do que acadêmicos, tendo em vista a eleição presidencial de 2010, várias universidades federais foram inauguradas às pressas em instalações improvisadas, sem laboratórios e professores em número suficiente.

Por isso, os grupos e facções estudantis que não se deixaram cooptar pelo governo federal - que converteu a UNE numa entidade chapa branca, por meio de generosos repasses financeiros - definiram uma pauta de reivindicações e um cronograma de protestos contra Haddad.

Também acusam o ministro de não reivindicar um aumento mais expressivo do orçamento da educação.

Nesta década, o País tem investido, anualmente, 5% do PIB em ensino. No Plano Nacional de Educação, que tramita lentamente no Congresso, o governo propôs aumentar os investimentos para 7% do PIB.

As organizações estudantis reivindicam 10%. Para tentar granjear a simpatia dos estudantes da USP, Haddad chegou a invocar, sem sucesso, sua condição de ex-líder estudantil.

E ainda tentou comparar os gastos com educação dos governos Fernando Henrique e Lula. Segundo ele, o orçamento do MEC subiu de R$ 32,1bilhões para R$ 69,7 bilhões, nos seis anos em que está à frente da pasta.

O problema da gestão Haddad, portanto, não é de escassez de recursos, mas de falta de competência administrativa.

Com o objetivo de mudar o foco do noticiário, que destacava o quadro desolador em que se encontra o ensino médio, revelado pelo último Enem, Haddad agora defende o aumento do tempo de permanência dos alunos na escola, seja ampliando de 200 para 220 o número de dias do ano letivo, seja elevando a carga horária diária.

Pedagogos e dirigentes de escolas afirmaram que a ampliação da jornada diária é a medida mais recomendada para a melhoria de qualidade do ensino fundamental e médio, mas lembraram que ela é de difícil implementação, pois não houve investimento na melhoria da infraestrutura da rede pública nem na mudança dos currículos.

O ministro disse que já começou a discutir sua proposta com especialistas e secretários de educação, mas entidades do setor informaram que não foram procuradas para tratar do tema.

Esta tem sido a característica da gestão de Haddad à frente do MEC. Ele agita bandeiras vistosas, que lhe permitem sonhar com voos políticos mais altos, mas que carecem de eficácia e desperdiçam recursos escassos em programas sem a necessária conexão entre si.

O ministro já defendeu a democratização do acesso ao ensino superior, sem tratar seriamente do ensino fundamental.

Ele defendeu propostas irrealistas, como a adoção do tempo integral no ensino básico, quando deveria cuidar de questões fundamentais, como melhorar a qualidade do ensino de português, matemática e ciências.

Endossou a introdução de filosofia e sociologia no ensino médio, sem que o País disponha de professores dessas disciplinas em número suficiente.

Estimulou a ampliação desenfreada de escolas técnicas, sem que a rede já existente tivesse recursos suficientes para atender às despesas de custeio.


E, ao tentar utilizar o Enem para unificar os vestibulares das universidades federais, desmoralizou esse mecanismo de avaliação.

A constrangedora vaia dos alunos da USP para Haddad não causa surpresa. Ela é a reação natural a uma gestão errática, demagógica e, principalmente, inepta.
18 de setembro de 2011