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sábado, 21 de julho de 2012

Prefeito de Recife se prepara para deixar o PT



Prefeito João da Costa




O PT já dá como certa a desfiliação do prefeito de Recife, João da Costa, impedido de disputar reeleição após intervenção da executiva nacional em favor do senador Humberto Costa. João da Costa disse a políticos próximos que “não tem mais clima” para permanecer no PT após ter “sido rifado pela sigla”. O prefeito já articula filiação ao PSB de Eduardo Campos ou a partido aliado do governador em Pernambuco.


Apoio em vista
João da Costa deverá anunciar apoio a Geraldo Júlio, candidato do governador Eduardo Campos (PSB) à prefeitura de Recife.


Silêncio estratégico
Apontado com 53% de rejeição, o prefeito até agora não declarou voto em Recife. Combinará com Eduardo Campos o melhor momento.


Não falta motivo
Além de ter sido tratorado, João da Costa tem outro motivo para não apoiar o petista Humberto Costa: o vice é João Paulo, seu arqui-inimigo.


Tem espaço
Lideranças pernambucanas apostam que a melhor opção para João da Costa é o PDT, que não possui nenhum quadro forte hoje na capital.


Síria: Brasil não protestará retirando embaixador
A explosiva situação na Síria, com centena de mortos, entre eles autoridades da ditadura de Bashar al-Assad, que obrigou o governo Dilma a retirar brasileiros, não vai alterar a atuação do Itamaraty: ao contrário de seis países europeus, que convocaram seus embaixadores em sinal de reprovação, o governo se manterá alinhado à ONU e aos EUA na aplicação de sanções para resolver o conflito.


Falência
Ontem, os EUA consideraram a ONU “falida”, diante do fracasso das negociações para deter a fúria do tirano e ameaçam “agir por fora”.


Sem armas

O Itamaraty admite que retirar o embaixador seria “uma alternativa” em sinal de protesto, mas por ora só manterá o embargo de armas.


Sem saída
Elogia o papel “humanitário” do presidente da comissão da ONU, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, que considera a situação “dramática”.


Militares em Londres
Os Jogos Olímpicos de Londres terão a maior participação de militares do Brasil já vista, buscando medalhas em 12 competições. Serão 51 militares, entre os 259 atletas brasileiros. Ou seja, o efetivo das Forças Armadas representa 19,7% dos que buscarão medalha para o país.


Hora da verdade
Réu no mensalão, o deputado cassado Roberto Jefferson (PTB) será operado do câncer de pâncreas na sexta (28). Sua ausência não altera o julgamento no Supremo, mesmo porque não estaria presente.


Não foge da raia
O líder do PTB, Jovair Arantes (GO), garante que Roberto Jefferson “jamais usaria a doença para fugir do julgamento” do mensalão: “Ele estava muito focado e preparado, e também não é de fugir da raia”.


Mal na fita
Diante do desgaste de Jaques Wagner com a greve dos professores na Bahia, marqueteiros de Nelson Pellegrino (PT) orientaram a distribuição de panfletos apenas com sua foto e da vice, Olivia Santana (PCdoB).


Denúncia
O Ministério Público Federal denunciou à Justiça Federal o major Lício Augusto Maciel, conhecido como “doutor Asdrúbal”, acusado de sequestrar Divino Ferreira de Sousa, o Nunes, capturado e ilegalmente detido pelo Exército durante a repressão à guerrilha, em 1973.


Obras atrasadas
O presidente da Comissão Especial da Copa, Olair Francisco (PTdoB), diz que “não pretende intervir” sobre decisão do Tribunal de Contas do DF de suspender duas licitações de obras do Estádio Mané Garrincha.


É uma parada
A Presidência da República reservou R$2,4 milhões para o desfile de 7 de Setembro, com estimativa de 50 mil espectadores. Em 2011, gastou R$900 mil, para 30 mil. A empresa vencedora será aquela de sempre.


Coisa mais feia

Marconi Santana, diretor de Tecnologia da Informação da Advocacia-Geral da União, foi visto entre tapas e gritos com a namorada em pleno estacionamento da AGU. Foi necessário a segurança apartar a briga. Detalhe: ela é terceirizada no órgão e subordinada a Marconi.


Pergunta no tribunal

Será que já tem mensaleiro rindo com a “piada de salão” do Delúbio?

21/07/2012

Charges

o menino malufinho


 

O golpe dos mensaleiros

 

Morte e mistério à sombra de Cachoeira


Assassinato de agente federal, morte de escrivão e desaparecimento de delegado lançam mais controvérsias ao caso do bicheiro

Izabelle Torres e Claudio Dantas Sequeira

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ASSASSINADO
O agente da PF Wilton Tapajós foi morto na terça-feira 17. Ele monitorava a quadrilha de Cachoeira

O caso do bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, aos poucos vem ganhando os contornos de uma trama policial complexa e com vítimas reais. Desde que foi deflagrada no final de fevereiro, a Operação Monte Carlo é cercada de sinais que podem indicar uma violenta reação. Há registros de ameaças a juízes e procuradores, desaparecimento de integrantes do esquema e até mortes de policiais. O enredo atingiu seu ápice na terça-feira 17, com o assassinato do agente da Polícia Federal Wilton Tapajós. Ele foi executado com dois tiros na nuca quando visitava o túmulo dos pais num cemitério em Brasília, a menos de dois quilômetros da Superintendência da PF, onde estava lotado. O último grande trabalho de Tapajós tinha sido justamente o monitoramento da quadrilha de Cachoeira. Alguns dos relatórios produzidos pelo agente foram fundamentais para flagrar as negociações entre Lenine Araújo e Valmir José da Rocha, operadores do esquema, com policiais de Goiás. Os dois suspeitos, Araújo e Rocha, estão soltos.


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Fontes da Polícia Civil confirmaram à ISTOÉ que uma das linhas de investigação do assassinato apura a relação de Tapajós com Idalberto Matias, o Dadá, araponga que era o principal operador de Cachoeira para ações de espionagem. Dadá ficou preso por três meses e ganhou a liberdade em junho. No início das investigações da Monte Carlo, conforme apurou ISTOÉ, Tapajós morou durante algumas semanas no condomínio Santos Dumont, da Aeronáutica, localizado próximo à cidade-satélite de Santa Maria, no entorno de Brasília. Dadá, que voltou a operar desde que foi solto, mantinha em Santa Maria parte de sua base de operações.


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DESAPARECIDO
Suspeito de ser informante do grupo de Cachoeira, o delegado Hylo Marques está sumido desde o sábado 14

A associação da morte de Tapajós com o caso Cachoeira preocupa o governo. Na quinta-feira 19, em reunião com a cúpula da Polícia Civil do DF, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pediu “cautela” para evitar especulações antes que a investigação seja concluída. Seguindo essa orientação, a superintendente da PF em Brasília, Silvana Borges, alegou que ainda é cedo para classificar o crime como queima de arquivo. “Só as investigações vão mostrar quem são os responsáveis e se a morte de Tapajós tem relação com a Monte Carlo”, disse. Os acontecimentos, porém, não colaboram com a prudência policial. No mesmo dia em que amigos e policiais enterravam Tapajós, um escrivão que trabalhou com ele foi encontrado morto em casa. Fernando Sturi Lima, 34 anos, teria se suicidado com um tiro na cabeça.
As duas mortes se somaram ao desaparecimento do delegado da Polícia Civil de Goiás Hylo Marques Pereira, suspeito de ser informante do grupo de Cachoeira. O sumiço foi denunciado na semana passada pela família de Pereira, visto pela última vez no sábado 14, em frente a um hotel em Goiânia. No local, foi encontrado o carro do policial com uma nota escrita à mão com seu nome, dois números de telefone e um destino: São Paulo. ISTOÉ ligou para o celular, mas caiu na caixa postal. No telefone fixo, ninguém atendeu. Ao depor na Assembleia Legislativa de Goiás, no início de julho, o delegado admitiu conhecer Lenine Araújo, o contador de Cachoeira flagrado por Tapajós. A Polícia Civil goiana abriu uma investigação sobre o desaparecimento de Pereira. Não foi descartada a hipótese de que o delegado tenha se escondido para não ser morto. Pereira não é o primeiro do esquema de Cachoeira a desaparecer. O contador Geovani Pereira da Silva está foragido desde fevereiro e não compareceu nem sequer para prestar depoimento na 11ª Vara da Justiça Federal de Goiás.


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Ameaças de morte também rondam juízes e procuradores do caso. O juiz federal Paulo Augusto Moreira Leite, que iniciou as investigações e deu as primeiras ordens de prisão contra integrantes do grupo, pediu afastamento do caso em junho. Temendo por sua vida e de sua família, decidiu passar uma temporada no Exterior com a mulher e os filhos. A decisão de abandonar as investigações foi decorrente do que chamou de “periculosidade da quadrilha”. A onda de assassinatos e desaparecimentos levou a direção do Complexo Penitenciário da Papuda a transferir Carlinhos Cachoeira para o Pavilhão de Segurança Máxima (PSM). Os presidiários que vão para esse setor geralmente não retornam mais para a cela comum, porque correm risco de morte.

fotos: Adriano Machado/AG. ISTOÉ; WALTER ALVES/O Popular/Folhapress


21.Jul.12




TCU: decisão sobre Pizzolato não afeta caso do mensalão




Ana Arraes e Dilma


 Réu no processo, ex-presidente do BB não terá que pagar multa, por decisão do tribunal



BRASÍLIA - O Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou nota na noite de sábado para esclarecer que a decisão da corte de livrar da condenação o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, réu no processo do mensalão, e outros servidores da área.

Na última quinta-feira, o tribunal isentou Pizzolato de responsabilidade no desvio de dinheiro do BB para a DNA Propaganda, uma das agências de Marcos Valério que estão no centro do escândalo.

Esses desvios são investigados na ação do mensalão que tramita no Supremo Tribunal Federal e vai a julgamento no início de agosto. "A utilização posterior dos valores percebidos pela agência de publicidade foge do escopo da atuação do TCU. Eventual irregularidade deve ser apurada pelos órgãos competentes", diz a nota.

O tribunal esclareceu ainda que a decisão seguiu entendimento de que uma lei aprovada em 2010, que permitiu que agências não sejam obrigadas a devolver aos clientes recursos que venham a receber a título de bonificação por publicidade.

No processo, Pizzolato e outros dois integrantes da diretoria de marketing do BB foram acusados de não cobrar da DNA esses valores.

O contrato assinado entre a agência e o banco determinava que eventuais bonificações deveriam ser devolvidas para o BB.

A área técnica do TCU e também o Ministério Público defenderam que, por conta do descumprimento dessa cláusula contratual, Pizzolato e os dois assessores deveriam ser multados em cerca de R$ 5 milhões.

A relatora do caso, ministra Ana Arraes, discordou e liberou os acusados do pagamento da multa.

Segundo ela, a lei de 2010 contém artigo estabelecendo que contratos assinados anteriormente também estavam incluídos nas novas regras.

Ou seja, não era mais necessário cobrar de agentes públicos por recursos embolsados pelas agências de publicidade. Pizzolato é acusado em processo no STF de ter permitido o desvio de R$ 2,9 milhões em bonificações embolsadas pela DNA.
 
Leia mais em oglobo



21/07/12

Um tiro na nuca da nação



O GLOBO

Carlinhos Cachoeira disse que vai à CPI quando quiser, porque a CPI é dele. Quase simultaneamente, um dos agentes federais que o investigaram é executado num cemitério, enquanto visitava o túmulo dos pais. Al Pacino e Marlon Brando não precisam entrar em cena para o país entender que há uma gangue atentando contra o Estado brasileiro.

Em qualquer lugar supostamente civilizado, os dois tiros profissionais na nuca e na têmpora do policial Wilton Tapajós poriam sob suspeita, imediatamente, os investigados pela Operação Monte Carlo - alvos do agente assassinado. Mas no Brasil progressista é diferente.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se pronunciou sobre o crime. Declarou que "é leviano" fazer qualquer ligação entre a execução do policial federal e a operação da qual ele fazia parte. E mais não disse. Tapajós foi enterrado no lugar onde foi morto.

Se fosse filme de máfia, iam dizer que esses roteiristas exageram. No enterro, alguém de bom-senso poderia ter soprado ao ouvido do ministro: dizer que é leviano suspeitar dos investigados pela vítima, excelência, é uma leviandade.

Mas ninguém fez isso, e nem poderia. O ministro da Justiça não foi ao enterro. Wilton Tapajós era subordinado ao seu ministério, atuava na principal investigação da Polícia Federal e foi executado em plena capital da República, mas José Eduardo Cardozo devia estar com a agenda cheia.

(Talvez seja mais fácil desvendar o crime do que a agenda do ministro.) Por outro lado, o advogado de Cachoeira, investigado pelo agente assassinado, é antecessor de Cardozo no cargo de xerife do governo popular. Seria leviano contrariar o companheiro Thomaz Bastos.

Assim como o consultor Fernando Pimentel (ministro vegetativo do Desenvolvimento) e Fernando Haddad (o príncipe do Enem), Cardozo é militante político de Dilma Rousseff e ministro nas horas vagas.

O projeto de permanência petista no poder é a prioridade de todos eles, daí os resultados nulos de suas pastas. Cardozo anunciara que ia se aposentar da política, e em seguida virou ministro.

Lançou então seu ambicioso plano de espalhar UPPs pelo país e se aposentou (da função de cumpri-lo). Deixou de lado o abacaxi do plano nacional de segurança, que não dá voto a ninguém, e foi fazer política, que ninguém é de ferro.

Para bater boca com a oposição e acusá-la de politizar a operação da PF, por exemplo, o ministro não se sente leviano.

Carlinhos Cachoeira era comparsa da Delta, a construtora queridinha do PAC. O bicheiro mandava e desmandava no Dnit, órgão que, além de acobertar as jogadas da Delta, intermediava doações para campanhas políticas, segundo seu ex-diretor Luiz Antonio Pagot.

Entre essas campanhas estava a de Dilma Rousseff, da qual Cardozo fazia parte. O policial federal assassinado estava entre os homens que começaram a desmontar o esquema Cachoeira-Delta, e seus tentáculos palacianos.

O mínimo que qualquer autoridade responsável deveria dizer é que um caçador da máfia foi eliminado de forma mafiosa. Mas o falante ministro da Justiça preferiu ficar neutro, como se a vítima fosse o sorveteiro da esquina. Haja neutralidade.

Montar golpes contra o Estado brasileiro é, cada vez mais, um crime que compensa. Especialmente se o golpe é montado dentro do próprio Estado, com os padrinhos certos.

Exemplo: às vésperas do julgamento do mensalão, um conhecido agente do valerioduto acaba de ser inocentado, candidamente, à luz do dia.

Graças a uma providencial decisão do Tribunal de Contas da União - contrariando parecer técnico anterior do próprio TCU -, Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil que permitiu repasses milionários à agência de Marcos Valério, não deve mais nada a ninguém.

Os famosos contratos fantasmas de publicidade, que permitiram o escoamento sistemático de dinheiro público para o caixa do PT, acabam de ser, por assim dizer, legalizados.

Nesse ritmo, o Brasil ainda descobrirá que Lula tinha razão: o mensalão não existiu (e Marcos Valério se sacrificou por este país).

O melhor de tudo é que uma lavagem de reputação como essa acontece tranquilamente, sem nem uma vaia da arquibancada. No mesmo embalo ético, Delúbio Soares já mandou seu advogado gritar que ele é inocente e jamais subornou ninguém.

O máximo que fez foi operar um pouquinho no caixa dois, o que, como já declarou o próprio Lula, todo mundo faz. Nesse clima geral de compreensão e tolerância, o ministro do Supremo Tribunal Federal que passou a vida advogando para o PT já dá sinais de que não vai se declarar impedido de julgar o mensalão.

O Brasil progressista há de confiar no seu voto.

Esses ventos indulgentes naturalmente batem na cela de Cachoeira, que se enche de otimismo e fala grosso com a CPI.

Se o esquema de Marcos Valério está repleto de inocentes, seria leviano deixar o bicheiro de fora dessa festa.
GUILHERME FIUZA é jornalista

Julho 21, 2012


“Se politizarem o julgamento, Lula pagará a conta”





“Se politizarem o julgamento, Lula pagará a conta”

Por Augusto Nunes

Roberto Jefferson, capturado pelo Carlos Nascimento quando avisava que ainda tem bala na agulha e enviado ao Sanatório com o seguinte recado do nosso comentarista: “Ele pode estar com problemas no pâncreas, mas o fígado parece em ótimo estado”.



Os três amigos



Novas gravações da Polícia Federal mostram Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres fazendo negócios em nome do governador de Goiás, Marconi Perillo



MURILO RAMOS, MARCELO ROCHA

E DIEGO ESCOSTEGUY

ÉPOCA


ÉPOCA teve acesso a novas conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo – que, no final de fevereiro, deslindou a infiltração do crime organizado no governo de Goiás. A íntegra das conversas – 5,9 gigabytes de informação – corre sob segredo de Justiça na 11ª Vara Federal de Goiânia.

Nela, encontra-se fartura de trechos inéditos – e explicitamente reveladores, sobretudo sobre o envolvimento do tucano Marconi Perillo, que governa o Estado de Goiás, com o esquema liderado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira e pela construtora Delta.

Entre outras novidades, há diálogos em que se diz que Perillo “mandou passar” à Delta um contrato que poderia render R$ 1,2 bilhão. Noutros diálogos, cita-se Perillo como responsável por ordenar, por intermédio do ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM), que o diretor do Detran no Estado, indicado por Cachoeira, contratasse uma empresa de um amigo do governador.

Descobre-se, ainda, que um irmão de Perillo, chamado Antônio Pires Perillo, ou Toninho, tinha um celular Nextel habilitado nos Estados Unidos para conversar com Cachoeira – e que Toninho prestou serviços a ele.



ESCOLHA

O governador Marconi Perillo. De acordo com a Polícia Federal, ele se empenhou para que uma obra em Goiânia fosse entregue à construtora Delta

(Foto: Dida Sampaio/AE)

Desde que a existência da quadrilha de Cachoeira veio a público, em fevereiro, sabia-se que a força do grupo escorava-se, entre outros políticos, no senador Demóstenes. O envolvimento de Perillo aparecia, até então, por indícios.

Na semana passada, ÉPOCA revelou as evidências – contidas num relatório enviado pela PF à Procuradoria-Geral da República – de que a Delta firmara um “compromisso” político com Perillo: comprara a casa que o governador vendia, pagara R$ 500 mil a mais do que ela valia – e passara a receber em dia o que o governo de Goiás lhe devia.

De acordo com as gravações, outros acertos de Perillo com as empresas ligadas ao esquema de Cachoeira acontecem em março de 2011, logo após a venda da casa para a Delta. No dia 1º de março, Perillo vende a casa. No dia 2, começam os negócios. Às 21 horas, Demóstenes liga para Cachoeira. O assunto é urgente: Demóstenes tem um “recado” a transmitir a Cachoeira.


De quem?

De Perillo.

Descobre-se, portanto, que a relação de Perillo com a quadrilha de Cachoeira era ampla – envolvia não apenas seu assessor Wladmir Garcez, que acabara de intermediar os pagamentos da Delta pela casa, mas também Demóstenes. Diz Demóstenes: “Fala, professor. O seguinte: tava precisando falar com você. Ou se você não puder, manda o Wladmir (Garcez) falar comigo. Não é nada daquele assunto, não. É outro, que apareceu agora. É um recado do Marconi. Precisava te passar” (ouça o áudio). Cachoeira pergunta se Demóstenes está em Goiânia. “Tô aqui”, diz Demóstenes. “Se você puder vir aqui... Se não puder, manda o Wladmir que eu explico o que é.” Cachoeira não titubeia: “Vou aí agora então”.

Pouco mais de meia hora depois, após o encontro com Demóstenes, Cachoeira liga para o presidente do Detran de Goiás, Edivaldo Cardoso, conhecido como Caolho. Caolho fora nomeado para o cargo assim que Perillo assumiu o governo, segundo a investigação, por indicação de Cachoeira, que o encarregara de assegurar que a Delta e demais “empresas amigas” faturassem alto não somente no Detran, onde ele assinaria contratos e autorizaria pagamentos, mas também nas demais áreas do governo de Goiás.

Como Caolho faria isso?

Graças a seu acesso privilegiado à cúpula do governo tucano, Caolho tinha bom trânsito com Perillo e seus assessores. Deveria ainda manter Cachoeira a par de possíveis novos projetos do governo.

ESTRESSE
O senador Demóstenes Torres e o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Segundo escutas da PF, eles ficaram estressados com a pressão de Perillo

(Foto: Cadu Gomes/Reuters e Sergio
Lima/Folhapress)

É nesse contexto que transcorre o diálogo entre Cachoeira e Caolho naquela noite de março – um breve, porém claro, sinal do empenho de Perillo em ajudar a turma. Cachoeira diz a Caolho: “Tenho um recado do Marconi e do Demóstenes para você”. Caolho pergunta do que se trata. “Por telefone é ruim, né?”, afirma Cachoeira. Ato contínuo, Caolho pergunta se os dois podem se encontrar.

Cachoeira, cansado depois de um dia intenso e sem encontrar uma brecha na agenda do dia seguinte, acaba transmitindo o recado de Perillo por telefone. “Você teve com a Politec?”, diz Cachoeira. “Tive, ué”, responde Caolho.

Temendo uma bronca, Caolho se adianta e conta tudo: “Quem mandou, pediu para eu receber a Politec foi o Marconi (Perillo). Ligou e pediu para eu receber o cara (da empresa Politec)” (ouça o áudio). Cachoeira confirma: “Aí mas ele (Perillo) não lembra, não. O problema é esse. Ele falou lá que você tinha que fechar (com a Politec), o negócio deles lá”.

Caolho explica em detalhes a ordem de Perillo para contratar a Politec. “O homem (Perillo) que ligou para mim. O Barros (Carlos Alberto Barros, fundador da Politec) estava lá no palácio, ele (Perillo) me ligou, falou comigo pessoalmente para eu receber o cara lá”, diz. Cachoeira determina então que Caolho resolva logo o contrato com os executivos da Politec: “O Demóstenes falou para você nem chamar o Marcelo (Marcelo Augusto Gomes de Lima, gerente de projetos da empresa)”.

Caolho conta que a Politec já o procurara para oferecer serviços de vistoria para carros. Diz Caolho: “Esse negócio foi o Marconi que pediu. (...) Ele (Perillo) ligou e eu atendi. Não mandou recado, não. Ligou no telefone e falou assim, ó: ‘Eu tô aqui com o Barros (da Politec). Você conhece ele? Ele vai te procurar. Você pode receber ele aí hoje?’ Eu disse: ‘Posso, governador, manda ele vir aqui que eu falo com ele agora’”. Perillo, segundo o relato de Caolho, é direto: “(Perillo) falou: ‘Atende ele (Barros, da Politec) aí que é meu amigo, tá?’”.

Ao perceber que o assunto já estava encaminhado no Detran, Cachoeira se irrita com a pressão de Perillo e ordena que Caolho explique a situação aos executivos da Politec. Diz Cachoeira: “Fala para eles (Politec): ‘O que foi politicamente combinado já está fechado’”. Caolho também reclama: “Povinho estressado... E o Marconi também tem uma memória de grilo”. “Mas aí você já passa lá amanhã e resolve esse estresse”, diz Cachoeira. Em seguida, ele afirma que os executivos da Politec também pressionaram Demóstenes. Noutra ligação com Cachoeira, cinco minutos depois, Caolho está mais leve: “Amanhã resolvo isso. Hahaha! Eu acho divertido um negócio desses. O governador manda receber o cara, o cara chega para mim e diz que conversou com ele. (...) ‘O senhor (Barros, da Politec) só põe no papel aqui para mim que eu vou autorizar’: foi essa minha conversa com ele (da Politec)”.

Os interesses da Politec, do amigo de Perillo, foram atendidos. A empresa conseguiu prestar serviços ao Detran, presidido por Caolho, sem licitação nem contrato formal. O serviço de vistoria de carros, antes feito por múltiplas empresas credenciadas, passou a ser executado exclusivamente pela Politec.

Em fevereiro deste ano, o Departamento Nacional de Trânsito, o Denatran, detectou irregularidades no sistema oferecido pela Politec ao Detran de Goiás. Descobriu-se que a Politec não era homologada no Denatran nem repassava as informações das vistorias ao banco de dados do órgão – brecha que permitia, em tese, que carros roubados ou fora dos padrões de segurança fossem revendidos.

Diante dos fatos, o promotor Rodrigo Bolelli determinou ao Detran goiano que encerrasse a contratação informal da Politec.

A Politec, que nasceu em Goiânia, é uma grande empresa de tecnologia. Vale R$ 254 milhões e mantém contratos com governos estaduais, além do governo federal. Desde que Perillo virou governador, no ano passado, recebeu R$ 8 milhões do Estado de Goiás. Quando Barros abordou Perillo no ano passado, a Politec já estava encalacrada com a PF. Em 2009, ela e outras três empresas foram alvo da Operação Mainframe, ação conjunta da Polícia Federal e da Secretaria de Direito Econômico (SDE) contra o cartel que presta serviços de informática ao governo federal.

Num dos endereços vasculhados pelos agentes da PF foram encontradas anotações com nomes de políticos e valores anotados ao lado. Havia, segundo os investigadores, o nome de um senador – a identidade dele é mantida sob sigilo. As investigações desse caso ainda estão em curso.

Caolho era mesmo próximo a Perillo? Ao que tudo indica, sim. Semanas depois da pressão para a contratação da Politec, no dia 30 de março, Perillo foi jantar na casa de Caolho, ao lado de Cachoeira – e admite isso. Escutas da PF revelam que Cachoeira e Caolho esmeraram-se nos preparativos para o convescote.

Num dos áudios, Cachoeira afirma que levaria uma garrafa de vinho e uma de champanhe ao encontro. Pouco antes da tertúlia, Cachoeira liga para Garcez e pede que se apresse: Perillo deveria chegar antes do previsto. Esse jantar é um dos três encontros que Perillo admite ter tido com Cachoeira. O segundo foi na sede do governo goiano. O terceiro, na casa do ex-senador Demóstenes Torres (ouça o áudio).

As novas investigações da PF também se referem a um segundo caso: a instalação em Goiânia do VLT, veículo leve sobre trilhos. Na tentativa de criar uma agenda positiva, Perillo reuniu secretários na semana passada para definir o cronograma da licitação que escolherá a empresa responsável pela instalação do trem. Perillo espera que, na segunda quinzena de agosto, o edital seja lançado. O VLT deverá fazer a ligação leste-oeste da cidade, com 12,9 quilômetros de extensão, uma obra incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Segundo a investigação da PF, as articulações do governo, no ano passado, para implantar o VLT em Goiânia ficaram comprometidas porque o contrato fora dirigido para a Delta. Num diálogo interceptado no dia 30 de março de 2011, Garcez narra a Cachoeira uma conversa mantida com o presidente da Agência de Transportes e Obras Públicas (Agetop) e tesoureiro de Perillo na campanha de 2010, Jayme Rincón.

Nesse diálogo, segundo Garcez, Rincón disse que o governador escolhera a Delta para administrar as obras. “O governador já tinha falado com ele (Rincón) sobre o negócio do VLT e que é pra passar o negócio pra Delta”, afirmou (ouça o áudio).

Em entrevista a ÉPOCA, Rincón disse não ter conversado com Garcez sobre o VLT: “Não tem a menor consistência. Nem se cogitava o VLT. Esse assunto não é afeito a minha área”. ÉPOCA perguntou a ele por que participara da reunião com Perillo no início da semana, para tratar justamente desse assunto. Rincón afirmou que acompanha temas de infraestrutura do governo goiano e que a única participação da Agetop será ceder funcionários para elaborar uma carta-consulta ao BNDES.

As investigações da PF trazem ainda um terceiro assunto à tona: o envolvimento de Antônio Perillo, irmão do governador, com a quadrilha de Cachoeira. De acordo com os áudios, ele pertencia ao clube dos que usavam aparelho Nextel para falar com integrantes da turma do bicheiro.

Numa das ligações, Cachoeira pergunta onde Toninho está. Toninho diz que está na saída de Goiânia. Diante de um convite de Cachoeira para encontrá-lo na sede da Delta Construções, Toninho foi rápido: “Vamos agora” (ouça o áudio). Em outro telefonema, Cachoeira demonstra intimidade com ele. “Toninho, você me chamou aqui e desligou o telefone. Tá parecendo aquelas biscates”, diz Cachoeira.

Em 8 de abril do ano passado, Cachoeira conversa com Roberto Coppola, seu sócio argentino no ramo dos jogos de azar. Quando Cachoeira informa a Coppola sobre a possibilidade de ir a Buenos Aires na Semana Santa, Coppola diz que Toninho também iria à Argentina no período (ouça o áudio). Toninho chegou a acionar Garcez, em 14 de fevereiro deste ano, para perguntar por que seu Nextel não funcionava.

No mesmo dia, Eliane Pinheiro, ex-chefe de gabinete de Perillo, pede a Garcez que verifique a situação do aparelho, pois “Toninho está de viagem marcada para Miami”.

A mensagem


Para os políticos
As investigações da PF desnudam as conexões entre Cachoeira, Perillo e Demóstenes


Para o eleitor

É importante considerar esse tipo de informação na hora de votar


O governador Marconi Perillo afirmou que “jamais disse a quem quer que seja” para passar as construções do VLT de Goiânia para a Delta. “Esta afirmação é infame e irresponsável. Como é que o governador poderia pedir a alguém para ‘passar uma obra’ que não existia nem no papel nem se sabia ainda se seria executada?”, afirma.

Segundo Perillo, o projeto do VLT ainda está em fase de elaboração. Em relação à Politec, Perillo afirmou que “todos os empresários que o procuram são por ele encaminhados aos órgãos competentes para que se inteirem dos projetos e assuntos relacionados ao governo”. Tudo isso, segundo ele, de forma transparente.

“As informações são prestadas pelos responsáveis por cada área do governo sempre obedecendo aos princípios de ética, lisura e transparência.”

Perillo foi questionado também sobre as relações de seu irmão com Cachoeira, incluindo o aparelho Nextel doado pelo grupo do bicheiro. Perillo disse que a pergunta deveria ser formulada ao irmão e que não tem conhecimento desse assunto. No comunicado, Perillo disse que não mais se pronunciará a respeito de assuntos de ordem pessoal.

“Não cabe alimentar ilações retiradas fragmentadamente de mais de 30 mil horas de gravações, com o único intuito de criar polêmicas e estabelecer relações entre fatos que não se coadunam. Entre todas as gravações divulgadas, não existe nenhuma comprobatória de negócio ou contrato que efetivamente tenha beneficiado alguma pessoa ou empresa.”

A crer na versão de Perillo, o que se lê, ouve e se descobre a cada dia nas investigações da PF decorre não somente de uma sofisticada ação orquestrada “politicamente” pelo PT, mas também de uma extraordinária sucessão de coincidências e mentiras contadas por diferentes integrantes da turma de Cachoeira. Coincidências e mentiras corroboradas por cheques, transferências bancárias, atos de governo.

É verdade que Garcez poderia estar usando indevidamente o nome de Perillo e ter criatividade suficiente para inventar recados ou acertos. Mas era amigo de Perillo, frequentava seu gabinete e lhe entregava cheques de Cachoeira.

O mesmo vale para Cachoeira, Cláudio Abreu, da Delta, e para os demais personagens envolvidos nos repasses de dinheiro.

Como se descobre agora, o mesmo sinuoso raciocínio teria de ser aplicado ainda a Caolho, Demóstenes, ao irmão de Perillo...


Ouça
os áudios


20/07/2012

sexta-feira, 20 de julho de 2012

'Se politizarem julgamento, Lula pagará a conta', diz Jefferson



Após ser qualificado, pela defesa de Dirceu, como 'pessoa de abalada credibilidade', presidente do PTB se defende e diz que foi um 'grande equívoco' deixar Lula fora do processo

Christiane Samarco
O Estado de S. Paulo

Antes mesmo de o Supremo Tribunal Federal (STF) dar início ao julgamento do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson mostra que está disposto a arrastar com ele, ao banco dos réus, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Reeleito presidente nacional do PTB pela quarta vez consecutiva, Jefferson diz que foi "um grande equívoco" deixar Lula fora do processo e ameaça: "Se tentarem politizar esse julgamento, Lula vai pagar a conta. Vou à tribuna do Supremo".

Ed Ferreira/AE
Roberto Jefferson ameaça levar Lula ao banco dos réus do mensalão

O que deixou o autor da denúncia do mensalão furioso esta semana foi a informação de que os advogados do ex-ministro José Dirceu, apontado por Jefferson como "o chefe da quadrilha", referem-se a ele como "pessoa de abalada credibilidade" no memorial de defesa entregue ao STF. Tudo para desacreditar aquele que, segundo a defesa de Dirceu, teria criado o termo "mensalão".

"Qualquer ataque a mim será respondido no mesmo tom", avisa o ex-deputado. Embora tenha se surpreendido com um diagnóstico indicativo de câncer no pâncreas e já tenha agendado uma cirurgia para o próximo sábado, 28, Jefferson aposta que estará recuperado até o dia do julgamento de seu processo.

Se os demais réus fizerem uma "defesa técnica e jurídica", seu caso será conduzido pelo advogado Luiz Barbosa. Se politizarem o processo, ele faz questão de fazer pessoalmente sua defesa, como advogado que é, da tribuna do STF.

Não por acaso, Luiz Barbosa tem dito que vai usar metade da uma hora a que tem direito na sustentação oral do STF para bater na Procuradoria-Geral da República e desqualificar a denúncia, por não ter incluído o ex-presidente Lula.

Para a defesa do presidente do PTB, Lula que será apontado como comandante do esquema. A outra meia hora, Jefferson reserva para que ele mesmo possa se defender, partindo para o ataque.

O presidente do PTB lembrará que o Ministério Público sustenta a tese de que houve corrupção para favorecer o governo. E dirá que ministros são meros auxiliares, uma vez que a Constituição confere apenas ao presidente, chefe do Executivo, o poder de baixar decretos e propor projetos de lei autorizando ministros a fazer pagamentos e gastos. "O governo era o Lula, e não o Zé Dirceu", argumenta.

Ele quer rebater pessoalmente os argumentos do memorial de defesa de José Dirceu. Diz o documento que "a acusação de compra de votos é sustentada por um único e frágil pilar: Roberto Jefferson".

Em seguida, os advogados do ex-ministro afirmam que Jefferson estava "no foco de graves acusações relacionadas com a gravação de Maurício Marinho recebendo dinheiro nos Correios".

A defesa de Dirceu acrescenta, ainda, que foi esse contexto que levou Jefferson "a buscar o palanque da mídia e a inventar que parlamentares vendiam votos por uma mesada de R$ 30 mil.

Assinam o memorial entregue ao STF os advogados José Luís Oliveira Lima e Rodrigo Dall'Acqua.
20 de julho de 2012

EUA: Na estreia de “Batman” atirador matou 12 e feriu 59


ESTADOS UNIDOS


Na estreia de “Batman” atirador matou 12 e feriu 59

Um atirador usando uma máscara de gás e um colete à prova de balas matou 12 pessoas em uma première do novo filme do Batman, com início à meia-noite, em um subúrbio de Denver na madrugada de sexta-feira.

Ele provocou o caos ao lançar um tubo de gás na sala de cinema e abrir fogo contra a plateia

Foto: Reuters




Poster do filme "The Dark Knight Rises" diante do Warner Bros. studios em Burbank, California




A NBC News noticiou que 10 pessoas morreram no cinema e outras duas em um hospital em decorrência de ferimentos sofrido no ataque, ocorrido dentro de um shopping no subúrbio de Aurora.


        James Holmes, o atirador do cinema de Denver, Colorado

Dezenas de policiais foram às pressas para o local e autoridades desocuparam a área para verificar se havia algum explosivo.

Uma testemunha contou à CNN que viu "uma pessoa subindo lentamente as escadas e disparando, escolhendo as pessoas aleatoriamente" durante a exibição de "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge".

A polícia deteve James Holmes, um estudante de pós graduação da Escola de Medicina Universidade do Colorado, de 24 anos, como o provável atirador. O suspeito, vestindo um colete à prova de balas, foi preso sem oferecer resistência, no estacionamento atrás do cinema. Ao ser detido, informou que havia explosivos no se apartamento. Portava uma faca, um rifle e uma pistola. Outra pistola foi achada no cinema.

Segundo narrativa de testemunhas o homem "apareceu na frente da tela" e começou a atirar

Agora a polícia está concentrada no apartamento do atirador, que fica no terceiro andar de um alojamento para professores, alunos e funcionários da Universidade do Colorado, onde o suspeito estudava medicina, transformado por ele, em uma sofisticada "armadilha" de explosivos, que podem ser detonados se alguém entrar, segundo a polícia.


Foto: Ed Andrieski/AP

Imagens da TV local mostraram agentes da polícia em um guindaste tentando entrar por uma janela do apartamento do suspeito, em um terceiro andar


As autoridades esvaziaram cinco edifícios nas proximidades e formaram um perímetro de diversos quarteirões por questão de segurança.

A sala de estar do apartamento do suspeito estava lotada de fios conectados com o que pareciam ser garrafas plásticas contendo um líquido desconhecido, afirmou o chefe adjunto do Corpo de Bombeiros de Aurora, Chris Henderson. Noticia-se que as autoridades planejam detonar os supostos explosivos com um robô.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e seu rival Mitt Romney cancelaram na sexta-feira os discursos de campanha presidencial e algumas propagandas com críticas mútuas, substituindo-as por manifestações de pesar pelas vítimas do ataque letal no Colorado.

O caso ocorre a cerca de quatro meses antes da eleição geral de 6 de novembro.

Obama falou ao telefone com o governador do Colorado, John Hickenlooper, para saber notícias atualizadas do incidente e se solidarizar.
     

                  
       20.07.2012


Tirem Guido Mantega da Fazenda e coloquem no lugar uma cartomante; ela tem 50% de chance de acertar




E se Guido Mantega, ministro da Fazenda, fosse cartomante?

Seus clientes estariam lascados!


Mas, para sorte dos consulentes, ele é apenas ministro do Fazenda.

Sendo assim, pode fazer previsões nas quais ninguém acredita, e tudo bem!

Como não se leva a sério o que ele diz, então ninguém perde dinheiro, entenderam?

Mas isso também me leva a crer que, caso tivéssemos uma cartomante no Ministério da Fazenda, a chance de acertar seria maior — de 50% ao menos.

Por quê?

Esperta, ciente de sua ignorância — coisa que um economista nunca é… —, ela se limitaria a prever se a economia em 2012 cresceria menos ou mais do que em 2011, sem pagar o mico de fazer previsões com a precisão de quem tem uma espingarda com a mira fora do lugar e o cano torto…

Há míseros quatro meses — e não no ano retrasado! —, o ministro previa um crescimento da economia para 2012 que poderia chegar a 4,5%. Transcrevo, em vermelho, trecho de um texto publicado numa página oficial, a “Brasil.gov”… É de 6 de março. Vejam que maravilha:
PIB brasileiro crescerá entre 4% e 4,5% em 2012, estima Mantega

Apesar de o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no País, ter sido menor do que o esperado pelo governo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, manteve o tom otimista e prevê, para 2012, um crescimento médio próximo a 4,5%.

“O importante é que começamos 2012 com a economia se aquecendo. Isso pode ser visto pelo desempenho de novembro e dezembro. Essa trajetória continuará no primeiro e no segundo semestre de 2012, e [o crescimento do PIB] será maior do que o do ano passado, atingindo o ápice no segundo semestre de 2012, quando a economia estará crescendo mais de 5%. A média deverá ficar entre 4% e 4,5%”, disse Mantega nesta terça-feira (6), durante coletiva de imprensa.
(…)

Leiam, agora, o que publica nesta sexta a VEJA Online.

Volto em seguida:
O governo reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 de 4,5% para 3%, de acordo com informações do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias divulgado nesta sexta-feira pelo Ministério do Planejamento.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia revelado as novas estimativas do Planalto. Contudo, o número não havia sido oficializado em nenhum relatório até esta sexta-feira. O número, apesar de menor, continua otimista em relação a outras previsões de mercado.

Segundo o Banco Central e o Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia brasileira não deve avançar mais de 2,5% este ano. Já o mercado financeiro aguarda expansão de apenas 1,9% no período.

Em 2011, o PIB cresceu 2,7% – bem abaixo das expectativas do governo, sobretudo no primeiro semestre, que apontavam para alta de 5%.

O governo atribui o crescimento fraco à crise que persiste na Europa, nos Estados Unidos – e agora também resulta em desaceleração das economias emergentes, como a China.

“No cenário internacional, as mais recentes decisões dos líderes europeus afastaram a possibilidade de uma crise bancária no curto prazo, mas a falta de crescimento e o encolhimento do comércio continuam a predominar nas economias avançadas”, informou o relatório.

A crise tem sido usada como justificativa pelo governo desde o segundo semestre de 2011 – período em que o crescimento começou a desacelerar. Em 2012, após inúmeras medidas de estímulo propostas pelo governo, a economia tampouco deslanchou. No primeiro trimestre do ano, houve expansão de apenas 0,2%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Indicadores

Os novos parâmetros presentes no relatório também consideram o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,7% neste ano, mesma projeção divulgada no relatório orçamentário de maio. A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em 2012 passou de 4,9% para 6,19%.

O governo trabalha com uma taxa Selic média de 8,86% ao ano, abaixo dos 9,86% ao ano utilizados na revisão anterior. O Orçamento também considera câmbio médio de 1,95 real no final de 2012, ante 1,76 real utilizados em maio.

A projeção de crescimento da massa salarial nominal passou de 12,01% para 12,51%. A previsão para o preço médio do petróleo em 2012 subiu 2%, de 111,64 dólares para 113,87 dólares.

“A alteração dos parâmetros reflete a redução da projeção da taxa de crescimento real do PIB para 3,0%, da taxa de juros Selic e o aumento da Massa Salarial Nominal. Além disso, indica manutenção da projeção para o IPCA e depreciação cambial, que afeta as projeções para o IGP-DI e para o preço médio do petróleo”, diz o Ministério do Planejamento em nota.

Comento
Como se informa acima e vocês estão carecas de saber, Guido Mantega é o único a falar em 3%…

Para o FMI, fica abaixo dos 2,5%; para boa parte dos operadores do mercado financeiro, abaixo de 2%. O cartomante amador já errou feio, não é? Acho que está errando de novo.

Reitero algo que já escrevi aqui. Não é papel de Mantega sair por aí baixando o astral da turma. Mas também não tem de atuar como animador de auditório.

Um ministro não precisa fazer previsões pessimistas e certas, mas também deve evitar as otimistas e erradas. Num caso, passa por um realista desagradável; no outro, por um pândego bobalhão.


Essa história de que governos manejam, na verdade, expectativas é uma verdade relativa.

Afinal, existe a realidade.

Querem um exemplo?

Boa parte da indústria está com os estoques abarrotados, sinal de que não se deve estimular a produção. Imagino Mantega a discursar no pátio da fábrica: “Vocês vão acreditar em mim ou nos seus estoques?”

Adivinhem qual seria a resposta.

20/07/2012


Serra compara ação de petistas na internet a tropa nazista


Candidato tucano afirmou que força do PT está condicionada à permanência no poder: “O PT é um partido de máquina.

Tirou do governo acabou”



Carolina Freitas
José Serra em encontro com candidatos a vereador: artilharia (Alexandre Moreira/Brazil Photo Press/Folhapress)


O candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, subiu o tom contra o PT nesta sexta-feira. Em palestra para cerca de cem correligionários no diretório estadual tucano, na capital, Serra enumerou atos de “baixaria” cometidos por petistas durante campanhas eleitorais e criticou a forma de governar do partido adversário.

A reação de Serra acontece depois de integrantes da Juventude do PSDB terem se feito passar por estudantes de universidades federais e protestado com cartazes em evento de campanha de Fernando Haddad, candidato do PT à prefeitura, na quarta-feira.

O coordenador de campanha de Haddad, Antonio Donato, chamou a ação de "fascista". Nesta sexta, Serra revidou.

O tucano comparou os ativistas que o atacam nas redes sociais a nazistas. “Basta você olhar o jogo sujo na internet, uma verdadeira tropa de assalto na internet.

A SA nazista hoje tem outra configuração no Brasil atual. É via internet”, disse em referência à força paramilitar nazista que perseguia adversário na Alemanha dos anos 30.

A plateia era formada, sobretudo, por candidatos a vereador pela coligação e Serra disse que queria alerta-los para o modo de ação dos adversários. Ele rememorou os episódios do Dossiê dos Aloprados, das eleições de 2006, e do vazamento do sigilo fiscal de sua filha, em 2010.

Disse ainda ter sido alvo de recorrentes atos de violência dos petistas. “Eles têm tradição na violência e na baixaria.”

Serra disse ter sido atacado por um grupo de apoiadores de Aloizio Mercadante nas eleições de 2006, quando concorria ao governo do estado, após um debate na TV.

“Na saída de trás do prédio, tinha uma tropa do Mercadante que veio para o tapa, brigaram, teve socos. Vieram simplesmente agredir, empurrar o carro. O troço é violência.”

O tucano classificou o PT como um “partido de máquina”. “O PT é um partido de máquina. Tirou do governo acabou. Está inteiramente, de cima a baixo, na máquina.”

Acusou ainda os adversário de copiarem suas ideias – motivo pelo qual disse não ter divulgado todas as suas propostas de campanha.

“Não coloquei todas as ideias na internet porque os outros passam a mão.”

Ele rememorou os exemplos de um programa de assistência a gestantes e outro de educação técnica e profissionalizante que foram “copiados” pela hoje presidente Dilma Rousseff na campanha de 2010.

“Na campanha presidencial nós apresentamos a ideia da Mãe Brasileira. Quinze dias depois a Dilma veio com a Mãe Cegonha. Evidentemente, até hoje a cegonha não chocou o ovo.”

Serra pediu que os candidatos a vereador estejam atentos para a disseminação de boatos durante a campanha. “É um a cada dois ou três dias, para ver o que pega. A gente tem de estar sempre prevenido.” Aproveitou para rebater a informação de que há crise no PSDB.

“Há uma exploração permanente de divisão no nosso partido. Não tem divisão nenhuma. O que tem são dois ou três hortelões que ficam plantando. Como isso gera assunto, vai prosperando.”

Logo que apresentou seu nome para concorrer à prefeitura, Serra foi alvo de críticas de um grupo do partido ligado ao secretário estadual de Energia, José Aníbal.

Para o candidato, a questão está superada. “Estamos cada vez mais unidos. É todo mundo amigo desde criancinha.”

Bom humor – Apesar da fala mordaz, Serra estava de bom-humor.

Cumprimentou e tirou fotos com todos que o abordaram e não economizou nos sorrisos e apertos de mão.

Vestia um terno de lã recém-saído da loja – ainda com etiqueta no bolso interno e com a fenda da parte de trás alinhavada com linha branca.

Alertado sobre a gafe, arrancou a etiqueta do terno.

Em seguida, seguiu de helicóptero para a zona leste da cidade, para gravar imagens aéreas para a propaganda eleitoral gratuita, que começa em agosto.

Caso Cachoeira: um delegado desaparecido, outro assassinado, um juiz e uma procuradora ameaçados de morte: o que falta para que o ministro da Justiça decrete uma ação de emergência da Polícia Federal?






Por Ricardo Setti


O delegado Hylo, na foto concedendo uma entrevista à TV: citado em telefonemas de Cachoeira, está desaparecido desde o dia 14
(Foto: tvcmn.com.br)


O delegado da polícia de Goiás Hylo Marques Pereira, citado em conversas telefônicas do malfeitor Carlinhos Cachoeira gravadas com autorização da Justiça, está desaparecido há seis dias.
Este é o mais recente fato estranho e grave ligado, de alguma forma, às investigações sobre Cachoeira e seus tentáculos.

O agente da Polícia Federal Wilton Tapajós Macedo atuou na chamada Operação Monte Carlo, que levou à prisão de Cachoeira, participou desta prisão e, com seu trabalho, ajudou a por a nu as relações promíscuas do malfeitor com o mundo político políticos, além de contribuir para a desgraça política do ex-senador Demóstenes Torres.


Tapajós: importante na investigação da Operação Monte Carlos, e assssinado com dois tiros no cemitério de Brasília


(Foto: Perfil no Facebook)

Foi assassinado a tiros no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília. A PF diz já ter dois suspeitos, cuja captura estaria “próxima”. Sem mais detalhes.

Antes, recebera ameaças anônimas.


Ameaça de morte: o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, que decretou a prisão de Cachoeira, recebeu ameaças e à família e pediu remoção do posto

O juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, da 11ª Vara Federal de Goiás, o responsável pela decretação da prisão de Cachoeira e pela autorização à Polícia Federal para interceptar telefonemas de suspeitos de integrar a quadrilha, pediu afastamento devido a ameaças diretas e indiretas a si e sua família.

A procuradora Léia Batista, ativa no caso Cachoeira pelo Ministério Público de Goiás, pediu proteção ao Conselho Nacional de Justiça em razão das ameaças de morte que recebeu.


A procuradora de Justiça Léia Batista: ameaçada de morte, pediu proteção ao Conselho Nacional de Justiça

O que mais será necessário para que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, decrete uma emergência e coloque o que puder em matéria de recursos humanos, de informação e técnicos da Polícia Federal para verificar aonde levam os fios desse novelo?

Será preciso que ocorram oito mortes suspeitas ou homicídios de possíveis testemunhas, como desgraçadamente se deu com o caso do prefeito Celso Daniel, para que se note que há algo estranhíssimo e grave em andamento?

A propósito, as oito mortes do caso Celso Daniel — estamos no Brasil — ficaram, como sabemos, por isso mesmo.


20/07/2012

A reeleição dos corruptos




Na internet circula um texto de autoria indicada como sendo de Bill Cosby, "Tenho 74 anos e estou cansado", onde o mesmo descreve diversos desvios comportamentais que estão sendo assumidos pelas pessoas das gerações posteriores à dele, mas que as consequências acabam sendo suportadas por todos


  PT Corrupto 02



Conta que nada herdou e que trabalhou duro, desde 17 anos de idade e por 50 horas semanais, para chegar onde estava e agora ouvir que tinha de distribuir suas riquezas com as pessoas que não possuem sua ética de trabalho.

Que cansara de ver o governo ficar com seu dinheiro e entregá-lo de formas variadas a pessoas que tiveram preguiça de trabalhar como ele.

Diz que foi educado para ter tolerância com outras culturas, mas não entende a violência contra as mulheres praticada pelos seguidores do Islã em seus países e o assassinato de judeus e cristãos, simplesmente por não serem crentes em Alá e, mesmo assim, insistirem em declarações de que essa é a religião da paz.

Ou a permissão da construção de mesquitas e escolas madrassas islâmicas - que só pregam o ódio -, em diversos países do mundo, se nenhum deles pode construir uma igreja, templo, sinagoga ou escola religiosa em países árabes, para pregar o amor e a tolerância.

Fala sobre os tóxico dependentes, fumantes e alcoólatras que fizeram sozinhos a opção por seu estilo de vida, consumo ou vício, mas de alguma forma acabam prejudicando toda a sociedade e não assumem a responsabilidade por suas escolhas e atitudes, além de normalmente ainda culparem o governo de discriminação por seus problemas, como os tatuados e cheios de piercings, que por essas suas escolhas tornaram-se não empregáveis e reivindicam dinheiro do governo, dos impostos, pagos por quem trabalha e produz.

Que cansou, de ver atletas, artistas e políticos de todos os partidos confessarem erros inocentes, estúpidos ou da juventude, mas que na realidade pensam que seu único erro foi ser apanhado, e de pessoas que por não assumirem a responsabilidade por suas vidas e ações, culpam o governo de discriminação por seus problemas.

Alega que, por sua idade, não verá o mundo que essas pessoas estão criando, pois já está no caminho de saída e não de entrada deste, mas fica triste por seus descendentes e sugere que cada um faça sua parte, contrariando o caminho que esses péssimos governantes estão nos proporcionando, por essa ser a única chance de fazer a diferença.



Penso que com as eleições municipais brasileiras se aproximando, realmente temos, individualmente, a chance de mudar tudo o que aí está posto, como o Mensalão do PT, a CPMI do Cachoeira, as cotas universitárias, a demora generalizada do poder judiciário em julgar os processos, a aceitação da interferência de um ex Presidente em diversos Poderes e todas as outras falcatruas que diariamente lemos nos jornais ou assistimos pelos noticiários televisivos.

Independentemente de sermos jovens, adultos ou idosos, negros, brancos ou amarelos, de descendência europeia, asiática, americana ou africana, se hoje aqui vivemos e criamos nossos filhos, somos todos brasileiros e é no futuro das nossas próximas gerações de brasileiros é que devemos pensar.

Nada se constrói em um país republicano como o nosso sem o envolvimento de algum dos Três Poderes, ou dos três conjuntamente, mas a total independência destes é fundamental para a sobrevivência da democracia. Entretanto, no Brasil, o Poder Executivo têm, através de nomeações ou de corrupção, interferido diretamente nos outros dois de modo a alterar totalmente muitas decisões que seriam exclusivas destes.

Nos últimos anos, o que se vê nos órgão públicos, em todos os poderes, são a corrupção e o aumento de impostos para custear a roubalheira generalizada e as benesses públicas que buscam a reeleição dos que aí estão.



*João Bosco Leal é jornalista, escritor e produtor rural

20 de julho de 2012 


VERGONHA E IMPUNIDADE – Ana Arraes, mãe do governador Eduardo Campos, dá a sua grande contribuição à impunidade dos mensaleiros; TCU se desmoraliza!


                                        Por Reinaldo Azevedo

A história que vocês lerão abaixo tem aspectos verdadeiramente sórdidos e é coisa típica de República bananeira. A ministra Ana Arraes, ministra do Tribunal de Contas da União que foi, vamos dizer, “nomeada” pelo filho, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), armou uma patuscada no tribunal e foi seguida por seus pares. Leiam o que narra Marta Salomon, no Estadão. Volto depois.

O Tribunal de Contas da União considerou regular o contrato milionário da empresa de publicidade DNA, de Marcos Valério Fernandes de Souza, com o Banco do Brasil. O contrato é uma das bases da acusação da Procuradoria-Geral da República contra o empresário mineiro no julgamento do mensalão, marcado para agosto.

A decisão referente ao contrato de R$ 153 milhões para serviços a serem realizados pela agência em 2003 foi tomada pelo plenário do TCU no início deste mês, a partir de relatório da ministra Ana Arraes – mãe do governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos.
O acórdão do tribunal pode aliviar as responsabilidades de Marcos Valério no julgamento do Supremo Tribunal Federal. Principal sócio da agência DNA, o empresário mineiro é apontado como operador do mensalão.


De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República, contratos das agências de publicidade de Marcos Valério com órgãos públicos e estatais serviam de garantia e fonte de recursos para financiar o esquema de pagamentos de políticos aliados do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se da essência do escândalo, revelado em 2005.


As denúncias desencadeadas pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB) provocaram a queda das cúpulas do PT, do PP e do PL (hoje PR), além da cassação do mandato do denunciante e do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, segundo quem não houve compra de votos, apenas caixa 2 de campanha.
Em seu relatório, Ana Arraes argumenta que uma lei aprovada em 2010 com novas regras para a contratação de agências de publicidade pela administração pública esvaziara a irregularidade apontada anteriormente pelo próprio TCU.


Um dos artigos da lei diz que as regras alcançariam “contratos já encerrados”. Esse artigo foi usado pela ministra do tribunal para considerar “regulares” as prestações de contas do contrato do Banco do Brasil com a DNA Propaganda Ltda.
Divergência
O voto de Ana Arraes, acompanhado pelos demais ministros do TCU, contraria o parecer técnico do tribunal. Procurador do Ministério Público junto ao TCU, Paulo Bugarin, defendeu, assim como o relatório técnico, que fosse reafirmada a condenação das contas em decorrência da apropriação indevida das chamadas “bonificações de volume”, uma espécie de gratificação paga pelos veículos de comunicação, valores que a agência DNA deveria ter repassado ao Banco do Brasil.
“Não vislumbro no presente caso a aplicação da lei que alterou o ordenamento jurídico, indicando como receita própria das agências de publicidade os planos de incentivo concedidos por veículos de divulgação”, afirmou ontem o procurador. “Não somente porque o contrato foi formalizado e executado antes da edição da nova lei, como em face da existência de expressa cláusula contratual que destinava tal verba ao Banco do Brasil”, completou Bugarin.
(…)



O TCU investigou 17 contratos de publicidade com órgãos e empresas da administração pública no período de cinco anos, entre 2000 e 2005. Relatório consolidado apontou prejuízo aos cofres públicos de R$ 106,2 milhões, produto de falhas de contrato ou irregularidades, como o superfaturamento de serviços. O relatório, aprovado em 2006, chegou a pedir o fim das publicidades institucionais no País.

(…)
Voltei
De uma coisa essa gente não pode ser acusada: de falta de método. Ao contrário: a determinação com que se organiza para transformar o Brasil num curral é impressionante.

Que prova de talento!

Sabem quem foi o autor da lei que abriu a brecha para Ana Arraes dar o seu “parecer”?

 José Eduardo Cardozo, atual ministro da Justiça.

Sabem quem a sancionou?

Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010.


O que é a tal “bonificação por volume”? São descontos oferecidos pelos veículos de comunicação às agências para a veiculação de anúncios. Pela lei anterior, eles deveriam ser repassados às estatais . O TCU constatou que a agência de Marcos Valério — o empresário era a fonte dos recursos do mensalão — não fazia o repasse.

O prejuízo aos cofres públicos só nessa operação, segundo o TCU, foi de R$ 106,2 milhões. Pois bem, a “lei” inventada por Cardozo mudava a regra: as agências poderiam ficar com o dinheiro do desconto e pronto!

Pior: a lei passaria a valer também para contratos já encerrados. Entenderam? José Eduardo assinou um projeto, sancionado de bom grado por Lula, que, na prática, tornava legal a ilegalidade praticada por Valério.
José Eduardo Cardozo é magnânimo. Uma lei não pode retroagir para punir ninguém. Mas pode retroagir para beneficiar. E ele fez uma que beneficia Marcos Valério. É por isso que é considerado uma das reservas morais do petismo, ora essa! Dilma o chamava, carinhosamente, de um dos seus “Três Porquinhos”. Os outros dois eram Antonio Palocci, que deixou o governo, e José Eduardo Dutra, que está pendurado numa diretoria da Petrobras.
Qual é o busílis?
O desenho era óbvio, não? Marcos Valério pegava a dinheirama das estatais e depois fazia “empréstimos” para o PT. Uma das estatais era justamente o Banco do Brasil. Agora Ana Arraes, com endosso de outros ministros, diz que tudo foi regular, entenderam? Quer-se, assim, reforçar a tese de que o dinheiro do mensalão não era público. É evidente que os advogados dos mensaleiros tentarão usar isso a favor dos seus clientes. Eles não tinham uma notícia tão boa desde que o processo começou.
Ana Arraes demonstra que não foi nomeada por acaso e que Lula sabia bem o que estava fazendo quando entrou com tudo na sua campanha. Só para registro: Aécio Neves também foi um entusiasmado cabo eleitoral da ministra. Campos é apontado por muitos como uma espécie de novidade e de renovação da política. É mesmo? Eis um episódio a demonstrar que ele é jovem, mas não novo!
Nada mais antigo do que o que se viu no TCU.

Manobras dessa qualidade fariam corar a República Velha. A 15 dias do início do julgamento do mensalão, uma das operações mais descaradas de desvio de recursos públicos para os mensaleiros recebeu a chance de “nada consta” do TCU. É a nossa elite política “progressista”!

Caberá ao STF dizer se existe pecado do lado de baixo do Equador! Se decidir que não há, não vai adiantar Deus ter piedade dos brasileiros.



                                 20.07.2012



Dilma e o PIB





quinta-feira, 19 de julho de 2012

Os 10 mandamentos






Afinal o que você entende por ideologia?







Por Rivadavia Rosa


O que prevalece com relação à ideologia é uma confusão semântica instaurada em nosso mundão midiático. Somente as ideologias totalitárias tem uma solução pronta e acabada de tudo. Apenas para ilustrar as boas ideias formuladas pelo Sr. GERHARD ERICH BOEHME agrego:

Ideologia – ideologiepalavra formada na França na virada do século XVIII para o século XIX, como denominação da teoria do surgimento das ideias das experiências dos sentidos, hoje é tão vaga quanto controvertida.


Na linguagem cotidiana, i.é., em grande parte, sinônimo de “visão de mundo”, “filosofia”, “teoria” e semelhantes, quase sempre com uma conotação negativa, que não se refere apenas à suposta falta de provas de conteúdos afiançados, mas também ao modo como são feitas essas afirmações, que não raro têm traços de intolerância, de fanatismo ou da carência de autocrítica. Com efeito, a problemática de valorização e isenção de valor é central na interpretação do conceito e da causa da ideologia, o que se pode demonstrar nas principais posições filosóficas da compreensão da ideologia.

HISTORICAMENTE
– foi utilizada pela primeira vez na obra Eléments d’Idéologie (1801), de Destutt de Tracy que a define como o estudo científico das ideias, e estas representam o resultado da interação entre o organismo e o meio ambiente. Essa obra trata da formação das ideias por meio dos sentidos, da percepção sensorial.
Uma breve lista das definições de ideologia atualmente em circulação no mercado de ideias:
a) o processo de produção de significados, signos e valores na vida social;

b) um corpo de idias característico de um determinado grupo ou classe social;

c) idéias que ajudam a legitimar um poder político dominante;

d) idéias falsas que ajudam a legitimar um poder político dominante;
e) comunicação sistematicamente distorcida;

f) aquilo que confere uma certa posição a um sujeito;

g) formas de pensamento motivadas por interesses sociais;

h) pensamento de identidade;

i) ilusão socialmente necessária;

j) a conjuntura de de discurso e poder;

k) o veículo pelo qual atores sociais conscientes entendem o seu mundo;

l) conjunto de crenças orientadas para a ação;

m) confusão entre realidade lingüística e realidade fenomenal;

n) oclusão semiótica;
o) o meio pelo qual os indivíduos vivenciam suas relações com uma estrutura social;

p) o processo pelo qual a vida social é convertida em uma realidade natural. [1 – Para um resumo útil dos vários significados de ideologia, ver A. Naess et. al., Democracy, Ideology and Objectivity, Oslo, 1956, p. 143 ss. Ver também Norman Birnbaum, “The Sociological Study of Ideology 1940-1960”, Current Sociology, v. 9, 1960, para um apanhado de teorias da ideologia, de Marx aos dias modernos, e uma excelente biografia.]

Para DURKHEIM (Les régles de la méthode sociologique – 1895) – ideológico é todo conhecimento pré-científico, subjetivista, que não respeita os critérios de objetividade na produção do conhecimento.

Porém, no âmbito do totalitarismo a coisa muda de concepção e objetivo:
Em Marx – o conceito de ideologia é empregado, principalmente, com o sentido de uma falsa consciência da realidade social produzida pelas condições históricas das relações sociais. Em Marx e Engels a ideologia possui dois elementos fundamentais: a) a caracterização de falsidade da ideologia; b) origem social da ideologia e, consequentemente, a determinação social do pensamento por ela produzido.

O conceito de ideologia no pensamento de Marx está relacionado ao papel que a ideologia desempenha nas relações de poder historicamente determinadas, ou seja, a ideologia é um instrumento de dominação no contexto social da luta de classes, utilizado pela classe dominante para produzir uma falsa consciência: a de que os interesses da classe dominante são os interesses de toda a sociedade.


A ideologia, em um sentido mais preciso, é uma distorção na leitura do mundo social relacionada com o ocultamento de uma realidade contraditória e invertida, neste sentido a ideologia mascara as contradições internas da sociedade capitalista, o antagonismo entre as classes, e cria a falsa imagem de que as instituições públicas (o Estado com seus órgãos) representam os interesses da sociedade como um todo.

Marx morto, mas Lênin fundador do totalitarismo soviético amplia parcialmente a linha marxista – definindo a ideologia como concepções da realidade política e social, atreladas aos interesses das classes sociais. Nesse sentido, Lênin defende a ideia da existência de uma ideologia da classe burguesa e uma ideologia da classe dos proletariados. Aqui o conceito de ideologia aparece como um sinal positivo, diferentemente da visão de Marx, cuja característica central da ideologia é a falsidade que ela produz na interpretação do mundo social.

Aí naturalmente com o predomínio do proletariado – temos a “ditadura do proletariado” ou a ditadura “sobre o proletariado”.

Já em Gramsci – influenciado por Lênin também adotou um sentido instrumental para o conceito, buscando a dominação das massas. A ideologia então tem um papel fundamental na construção da hegemonia, ou seja, na produção de uma consciência que assegure a adesão e o consentimento das grandes massas.

Para ele, a ideologia orgânica é uma concepção de mundo presente no direito, na atividade econômica, na arte, cultura em geral ou seja, nas mais variadas formas de manifestação da vida individual e coletiva. Mas a ideologia não é apenas uma concepção de mundo, ela é, também, um fator de motivação de atitudes concretas orientada para a ação.

A ideologia é o solo sobre o qual os indivíduos tomam consciência de sua posição (de classe) e lutam pela hegemonia, resultando, obviamente num vencedor.

Assim, a ideologia em Gramsci deve ser analisada no contexto de seu pensamento. Segundo esse autor, teórico da filosofia da praxis, há uma íntima relação do indivíduo com a natureza e com a história. A liberdade é apresentada como fundamento do momento catártico da praxis e está indissociavelmente ligada à tomada de consciência.


Segundo Gramsci, o Estado é composto por aparelhos dominantes repressivos, tendo em vista que esta instituição política é detentora de forças coercitivas como o exército, a polícia, a magistratura e de uma estrutura burocrática que elabora a legislação e garante sua aplicação. Essas instituições estatais, juntamente com as escolas, igrejas, partidos políticos, meios de comunicação, etc. (denominados aparelhos ideológicos), asseguram o exercício da hegemonia de uma classe social.

Nesse contexto, a luta ideológica enquanto uma das dimensões da filosofia da praxis, pensada estrategicamente pelos intelectuais da classe operária, é o caminho para quebrar o bloco ideológico da burguesia e constituir um novo bloco histórico. E, assim dominar não só o Estado, mas também toda a sociedade, de modo que “democraticamente” implanta-se a ditadura do proletariado.

Nesse desiderato criminoso e insensato as ideologias totalitárias fracassaram (comunismo e nazi-fascismo).

Na realidade, a verdadeira divisão ideológica em nosso glorioso tempo está na LIBERDADE INDIVIDUAL e não nos que a negam, como se o Estado fosse mais importante que o cidadão. A humanidade é o ser humano.

Os que negam a LIBERDADE INDIVIDUAL são os coletivistas, socialistas, comunistas, nacional-socialista (nazi-fascitas); propalam o que chamam de justiça ‘social’, como se a justiça pudesse ser coletiva e não individual; ‘defendem’ a liberdade do povo, a solidariedade, mas somente a partir da ‘liberalidade’ do Estado; crêem que o Partido-Estado (único) é mais importante que o indivíduo; proclamam que somente eles tem sensibilidade, solidariedade ‘social’, decifram, traduzem e ouvem as ‘vozes do povo’ (talvez FREUD, explique); como ‘apóstolos’ de teologia aberrante apregoam a igualdade, antes da liberdade, a (re) distribuição de riqueza sem sua produção, desde que eles sejam os ‘igualadores’ e fiquem com a melhor parte do butim.

Os que se dizem de centro – para serem ‘diferentes’ enveredam para a bipolaridade, como se fosse possível ser parcialmente a favor da PROPRIEDADE PRIVADA.

O coletivista de forma alguma defende a propriedade privada porque é um direito individual; a liberdade natural que têm os indivíduos de ter mais ou menos riqueza que produzem e que é somente dele (depois de extraída a parte do ‘leão’). Quem defende o coletivismo concebe a propriedade como sendo de todos – a chamada propriedade coletiva, que na realidade passa ser do ESTADO-PARTIDO abstratamente e, fisicamente da ‘nomenklatura’.

Os coletivistas com a queda do Muro de Berlim – e colapso do totalitarismo soviético ficaram sem rumo, porém agarrados à tábua da ideologia neo-regressiva totalitária. Os congressos ideológicos socialista na Itália, terminaram sem nenhuma conclusão; tentou-se até a chamada ‘terceira via’, sem sucesso...

Porém, mantiveram a estratégia da fraude ou da ‘lógica’ da ação esquerdista, no rincão latino americano sob a ‘direção do famigerado Foro de São Paulo’:

- evitam questionar-se sobre princípios, valores e fundamentos morais, posto que inspirados no dogma ‘os fins justificam os meios’, e na ideologia ‘professada’ que é essencialmente aética e (a) (i) moral; descaradamente aplicam o ‘princípio da corrupção sistêmica’ instituído pelos ‘pais fundadores do totalitarismo soviético’ (bolchevismo mafioso).

- a luta armada, a guerrilha – mudou apenas de métodos e armas – agora os ‘males’ são o capitalismo, o mercado, a globalização, o que denominam de ‘neoliberalismo’ e, até ademocracia (em minúscula – tal como a concebem e usam, nas ‘democracias populares’).

A ‘democracia’, na visão socialista-comunista não persegue outro fim senão eliminar os obstáculos, conforme proclama o ‘profeta’ Friedrich Engels:

“A democracia seria inteiramente inútil ao proletariado se não fosse imediatamente empregada como meio para obter toda uma série de medidas que ataquem diretamente a propriedade privada e assegurem a existência do proletariado.” (in Princípios do Comunismo)

Abs RR