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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O Brasil está sem presidente:

Carlos Brickmann

Comecemos com uma dúvida: um homem de idade, há muitos anos lutando contra o câncer, submetido a mais de dez operações, internado há uma quinzena por obstrução intestinal, sofre um infarto agudo.

E não corre risco de vida?

Torcer pela vitória do vice-presidente José Alencar sobre os males que o atingem é uma coisa; aceitar a prestação de informações inverossímeis é outra.

Estaremos de volta aos tempos em que se falava de "sinais vitais preservados"?


Pois é: o vice-presidente José Alencar na UTI, com infarto agudo e suboclusão intestinal.

O presidente Lula do outro lado do mundo, em Seul.

O terceiro na linha da sucessão, Michel Temer, presidente da Câmara dos Deputados, em Buenos Aires.

O quarto na linha de sucessão é o presidente do Senado, José Sarney.


Alguém ouviu algo sobre a posse de Sarney, nas horas (poucas, felizmente) em que dele seria a missão de presidir o país?

Talvez não seja preciso tomar posse, formalmente.

Alguém ouviu algo sobre os atos de Sarney como presidente?

Mas, afinal de contas, qual a importância disso?

Mesmo na Coreia, o presidente Lula tinha acesso a todas as informações necessárias e condições para dar todas as ordens que quisesse.

O que traz à tona a verdadeira questão: por que existe ainda toda uma estrutura de vices, caríssima, que hoje só serve para barganhar alianças, montada numa época em que as telecomunicações não existiam?
É um bom caminho para iniciar a reforma política: cortar o desnecessário, até a Vice-Presidência.

E contar a verdade aos cidadãos, por desagradável que seja.

12 de novembro de 2010

Depois do mensalão, o PT fundou a única torcida do mundo que não sabe ganhar

Em vez de festejar a própria vitória, eles preferem celebrar a derrota dos outros.

Em vez de confraternizar com os que cumpriram a ordem do chefe e votaram em Dilma Rousseff, preferem errar pela internet à caça dos desobedientes, para condená-los à danação eterna sob uma chuva de insultos.

Em vez de sentir-se em casa nos blogs estatizados, preferem ser escorraçados dos que não estão à venda.

Em vez de dormir sonhando com os oito anos de Lula, preferem seguir insones com os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso.


Eles não sorriem, não se divertem, não vão além da histérica gargalhada eletrônica, nunca ficam simplesmente alegres. Reféns voluntários do ressentimento, portadores do rancor que proíbe o convívio dos contrários, são incapazes de expressar-se com serenidade: urram, uivam, rosnam, berram. Prisioneiros do pensamento único, não raciocinam, não refletem: recitam o que ouvem, fazem o que os comandantes ordenam, torturam o idioma e a lógica com o desembaraço inconfundível dos que se dispensam de perder tempo com dúvidas. Sobretudo, não compreendem a ironia fina, uma forma superior de inteligência.

Porque só sabem viver possessos, os devotos da seita companheira jamais serão felizes.  


Foi assim antes da eleição de 31 de outubro.


E assim tem sido neste novembro. Como quase todas, a torcida fundada pelo PT depois do mensalão nunca soube perder.

Descobriu-se agora que é a única do mundo que também não sabe ganhar.


Direto ao Ponto


12/11/2010

'Viva a Filosofia'



Pois é.

Não sou filósofo e nem pretensão para tal, mas concordo com PLATÃO que afirma que a filosofia é o ‘uso do saber em proveito do homem’ e observa ainda que ‘de nada serviria possuir a capacidade de transformar as pedras em ouro a quem não soubesse utilizar o ouro; de nada serviria uma ciência que tornasse imortal a quem não soubesse utilizar a imortalidade, e assim por diante ..., portanto, é um absurdo tentar interditar o conhecimento filosófico a qualquer a vivente.


Há mais – fico com a filosofia política de PLATÃO, observando ainda que temos a Filosofia do Direito, Filosofia da História, da Educação – sem que haja um ‘monopólio filosófico’, o que seria contradictio in terminis.


Porém, é preciso dizer que para ser chamado de filósofo é necessário ter criado uma metodologia diferente ou ter elaborado estudos comparados de sistemas ou personagens destacados ao longo dos séculos na ciência das ciências.


Assim como é necessário diferenciar o advogado do jurista. Incursionar na jurisprudência com elementos renovadores, com análises comparativas originais, estudos de alta especialização – escalando o máximo degrau da ciência jurídica – esse é um jurista.


Todavia – as demonstrações de auto superioridade que exercem pseudos filósofos, juristas, historiadores – muitas vezes vulgares divulgadores de conhecimento, da história, falsos cientistas, sociólogos, juristas – não são mais do que sinais explícitos de megalomanias – demonstradas por uma suposta superioridade moral e intelectual.


Ainda há outros que se autodenominam estadistas, governantes e políticos; o político – espécie mais comum em todos os países – busca pelo voto – a eleição para chegar ao parlamento ou ao governo; governar – naturalmente é dirigir um município, um estado ou uma Nação, porém raramente equivale a ser um estadista, porque este é uma ‘amostra rara’ de grande homem de Estado que superando perfis do político e as funções de governante demonstra ter uma visão ampla e profunda não só em torno da atualidade que o circunda, mas também por antecipar-se a acontecimentos e planejar o futuro...


RESUMINDO: 'viva a Filosofia'.


 

A supremacia dos abestados...



 O deputado federal eleito Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o palhaço Tiririca, conseguiu ler e escrever no teste de alfabetização feito nesta quinta-feira pela Justiça Eleitoral.



Frase do dia...


Uma mão lava a outra
e as duas nos assaltam

12.Novembro.2010

“Ele centralizava tudo, então dificilmente não saberia dessas operações”

Irregularidades possibilitaram IPO de sucesso
Dividendos e juros sobre capital próprio distribuídos aos acionistas aumentaram 190% após início de fraude


Mercado financeiro
Por Ana Clara Costa



Informações eram 'preparadas' antes de serem enviadas aos auditores ou ao presidente do conselho de administração, Luiz Sandoval

Iniciadas em meados de 2006, as irregularidades contábeis, que culminaram no aporte de 2,5 bilhões de reais do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) ao banco Panamericano, permitiram que o valor da empresa fosse incrementado antes de sua abertura de capital – em novembro de 2007.

Para se ter uma idéia, o valor dos ativos totais do banco passou de 2,97 bilhões de reais em 2006 para 4,3 bilhões de reais em setembro de 2007 – um aumento de 45% em apenas um ano.

Com a melhora nos números, a entrada do banco na bolsa em novembro de 2007 foi considerada um sucesso. O valor fixado para cada papel foi de 10 reais – número levemente inferior ao preço das ações de seus bancos concorrentes na época, como o ABC e o Pine (com cotação de 10,46 reais e 14,95 reais na época). No resultado final, a venda de 67 milhões de ações na bolsa rendeu à instituição 679 milhões de reais.

A crise chegou em 2008 e os bons números do banco evitaram uma depreciação maior dos papéis da instituição. As ações do Panamericano recuaram para 2,5 reais, enquanto os mesmos concorrentes estavam listados, respectivamente, com cotação de 3,55 reais e 3,69 reais.

“Sem as irregularidades contábeis, o banco poderia ter perdido mais”,
afirma uma fonte ligada ao banco e que acompanhou a operação de abertura de capital.

Outra hipótese para justificar a fraude é a tentativa de aumentar dividendos – divisão dos lucros entre os acionistas. Essa parcela de recursos mais os juros sobre capital próprio distribuídos aos acionistas passaram de 16,41 milhões de reais em 2006 para 47,72 milhões de reais no ano seguinte – um crescimento de 190% em apenas um ano.

Em 2008, a distribuição de lucros atingiu 56 milhões de reais. Com 24% do capital da empresa, a holding Silvio Santos Participações levou, em 2008, 13,44 milhões de reais em dividendos.

Antes da oferta - As duplicações de carteiras de crédito, operações de empréstimos e registros de bens executados por inadimplência – as três operações inconsistentes que foram identificadas nos balanços da instituição – começaram a ser realizadas quando a direção do Panamericano recebeu carta branca para levar adiante a operação de oferta inicial de ações na bolsa.

A partir de então, relatórios começaram a ser preparados pela área de análise de sistemas para serem apresentados à auditoria KPMG.

“O que se dizia lá dentro é que as informações eram ‘preparadas’ antes de serem enviadas para as auditorias. Eles não passavam as informações corretas”, afirma uma funcionária que trabalhou por 40 anos no grupo Silvio Santos, sendo cinco deles no banco PanAmericano.

Gestor em apuros – Rafael Palladino, primo de Íris Abravanel, é o principal suspeito de ter pilotado as operações fraudulentas.

Segundo um funcionário do banco ouvido pelo site de VEJA, e que pediu para não ser identificado, Palladino administrava de maneira truculenta as operações.

“Ele pedia tudo ‘para ontem’. Não tinha a menor noção do tempo que as coisas poderiam demorar. E, para não se indisporem com ele, as pessoas faziam tudo de qualquer jeito, com vários erros, apenas para cumprir os prazos loucos que ele pedia”, afirma o funcionário, relatando a desorganização geral da instituição.

Palladino, ex-personal trainer, assumiu a presidência em meados de 2000 – e trouxe junto uma maneira centralizadora e peculiar de administrar.

“Os queridinhos dele eram da área comercial. Ele implantou um método em que só ganhava participação nos lucros quem tinha bom relacionamento com o alto escalão”, afirma o funcionário.

Palladino ainda não pode ser considerado culpado. No entanto, um executivo ligado ao banco, não enxerga a possibilidade de o presidente desconhecer os atos.

“Ele centralizava tudo, então dificilmente não saberia dessas operações”,
afirma o executivo

Veja on line


 

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

ENEM 2010, a vergonha! PROTESTE!


Nós não nos calaremos!
 
Esse descaso nao passará em branco!

"O trabalho na construção da dignidade humana". Que grande ironia o ENEM falar de construção da dignidade humana através do trabalho, no tema da redação de 2010. Irônica a contradição entre o primeiro texto de apoio, que criticava o trabalho escravo, e a atitude do ENEM, que submeteu os alunos a condições de desumanidade tais, que envergonhariam até um diretor de produção da época da Revolução Industrial.

Justo quando, já de cara, no início do exame, foi evocado no tema da dissertação, a primordial necessidade humana de ver os resultados do próprio trabalho sendo produzidos, pra ser desperto tambem o sentimento de dignidade e realização, acontece um dos maiores descasos ja cometidos contra o esforço dos estudantes brasileiros.

O trabalho de um ano inteiro de estudos, em muitos casos, esvaiu-se entre os dedos dos alunos como areia, levando embora o almejado sonho de entrar em uma Universidade e desenvolver a profissão dos sonhos. Tudo devido a erros infantis que poderiam ser evitados.

Qual mensagem o governo transmite pro estudante brasileiro? A de que o estudo não compensa. A de que ter por sonho ser um profissional de sucesso não vai ser levado a sério por quem mais deveria levar isso a sério: o próprio país, que é o maior beneficiado. Transmite-se o mal exemplo da incompetência profissional justo a quem menos se deveria transmitir tal mensagem. Agir dessa forma com os que formarão o futuro profissional do país é jogar o próprio futuro no lixo. É uma tentativa de suicídio.

Inversões no cabeçalho e outros erros de impressão, fiscais confusos e desorientados, proibições arbitrárias como as do lápis e relógios, falta de isonomia, enunciados de questões mal formulados, descontrole emocional, tudo configurando-se em um grande erro coletivo. Sim o ENEM 2010 foi um grande erro. E junto com as infames provas amarelas e a dignidade do estudante brasileiro, vai ser amassado e descartado na lixeira, como uma coisa qualquer.

Talvez devessemos submeter o INEP, o MEC, o governo brasileiro a uma exame. O tema da redação vai ser: "O papel das autoridades na construção da dignidade do estudante". Certamente eles não versariam sobre o assunto com mta desenvoltura, mas pelo menos nao encontrariam falhas risíveis de organização e só nisso já aprenderiam algumas lições importantes. De fato, temos muito o que ensinar a quem deveria ensinar a nós a mensagem da dignidade e da humanização.

Mas não deixaremos nossa dignidade ser tomada dessa forma. Não amenizaremos a gravidade e a magnitude do erro cometido. Não permitiremos que façam de nós, estudantes brasileiros, protagonistas dessa grande piada.

Manisfeste a sua indignação através de manifestações pacíficas. Participe dos protestos pacíficos que ocorrerão na capital do seu estado. Divulgue esse vídeo no seu orkut, myspace, blog, site, e exija a mudança!


Nós não nos calaremos!
 
Esse descaso nao passará em branco!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Xô CPMF


Estelionato


Se a CMPF é tão necessária e indispensável à melhoria do serviço público de saúde, por que os candidatos a governador e a presidente não fizeram campanha pregando a volta do imposto? 

Dora Kramer – Estadão – 07/11/10


A batalha da CPMF

O colunista Emmerson José relata a batalha pela reedição
da CPMF. Na conclusão de sua análise, ele expôe o que todos esperamos, que deputados e senadores estejam ao lado do povo brasileiro.
Correio (BA)
por Emmerson Jos



A batalha da CPMF

O lobby para a volta da Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira (CPMF), que abocanhava 0,38% sobre as transações bancárias, continua forte em Brasília. 
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB), a base governista e alguns governadores eleitos estão forçando a volta de mais esse imposto, chamado de contribuição. 

Sobre isso, o senador Antonio Carlos  Júnior (DEM), que em 2007 votou contra a manutenção da CPMF, explica: “É um absurdo a volta da CPMF. Até porque ela é uma contribuição e o governo não é obrigado a distribuir entre estados e municípios, como acontece com outros impostos”.

Segundo o parlamentar, os governadores que pressionam pela volta da contribuição estão se arriscando na pressão a favor do governo federal.

Neste caso, Júnior diz que a União só estará devendo um favor aos governadores. “O importante é saber que o povo não quer mais a CPMF, que nada contribui com a Saúde do país”, conclui o senador baiano.


A batalha da CPMF 2

Como Dilma Rousseff (PT) vai assumir com uma grande maioria no Congresso, o risco da volta da contribuição financeira é grande.

A
liados de Dilma acham que é importante a cobrança do imposto: “A Saúde precisa de uma fonte de financiamento e um reforço adicional, já que a expectativa de vida do povo brasileiro aumentou muito nos últimos anos”, defende o deputado federal eleito, Rui Costa, do PT da Bahia.

Questionado sobre a já enorme carga tributária do brasileiro, Rui afirmou que a volta da CPMF deve ser acompanhada de uma desoneração da carga tributária das empresas que empregam muito no país.

“Por isso mesmo, defendo uma reforma tributária urgente no Brasil”, declarou Rui. Com tanta polêmica e diferença de pensamentos, a maior disputa que o governo Dilma terá em seu primeiro ano de governo, se a votação não acontecer ainda neste ano, será em torno da possível volta da CPMF.

Resta esperar que a ampla maioria que a presidente tem na Câmara dos Deputados e no Senado vote de acordo com a vontade de quem elegeu os parlamentares e presidente nas eleições: o povo brasileiro.


O sem diploma acha um espetáculo o Enem

O esquizofrénico espertalhão, acha que a culpa é do jornalista invejoso.

Veja o vídeo -
aqui

Juíza do CE proíbe a divulgação de gabarito do Enem

Blog do Josias de Souza
Folha Online

Um dia depois de suspender a validade do Enem realizado no último final de semana, a juíza federal Karla de Almeida Miranda Maia, do Ceará, tomou nova decisão.
Ela proibiu a divulgação do gabarito do exame, que seria liberado pelo Ministério da Educação às 18h desta terça (9).
A magistrada vetou também o recebimento pelo MEC de requerimentos de alunos que se julgam prejudicados com os erros verificados nas provas do Enem.
Com seu novo despacho, a juíza impede que o MEC continue fingindo que nada sucedeu. Na véspera, o ministério informara que irá recorrer.
Blog do Josias de Souza - Folha Online

Na África, onde se encontra, Lula comentou a encrenca. Tomado pelas palavras, não deixou apenas o país. Ao viajar para o exterior, abandonou também a realidade.
Considerou o Enem-2010 “extremamente bem sucedido”.

Analfabetos votaram na Dilma


Resumo:

a miséria, a ignorância e a safadeza são os maiores aliados do PT.

Aqui.

Dia de Luto

Dia de Luto
O Globo

O dia 2 de novembro foi escolhido como data oficial para a homenagem aos mortos. Gostaria de prestar aqui minha homenagem ao mais recente defunto brasileiro: a Ética.

Seu falecimento gerou profunda tristeza em milhões de brasileiros.

Não foi morte acidental, mas homicídio. Cinqüenta e cinco milhões de brasileiros executaram a Ética à queima-roupa, no dia 31 de outubro. As armas usadas: as urnas.

Esta eleição foi caracterizada pelo total desprezo aos valores éticos.

O presidente Lula foi o grande responsável por esta lamentável postura. Colocou na cabeça que a única meta importante era eleger sua candidata, e qualquer meio poderia ser usado para tanto.


O presidente da República, representante de todo o povo brasileiro, tornou-se um empolgado cabo eleitoral, ignorando as funções de seu cargo, as leis e o respeito às regras de uma democracia limpa.

A máquina estatal ficou a serviço do partido. 

Aécio Neves resumiu bem:

Presidente Lula sai menor do que entrou nesta eleição”. Lula mostrou ser um populista que só pensa nas próximas eleições, ao contrário de um estadista, que foca nas próximas gerações. Fazendo analogia com o futebol, ao gosto de Lula, foi como vencer com um gol de mão, sem legitimidade.

Durante as eleições, vários escândalos vieram à tona, envolvendo gente muito próxima de Dilma, como Erenice Guerra, seu braço-direito. Acusada de “tráfico de influência” no comando da Casa Civil, Erenice foi ignorada por boa parte dos eleitores. A mensagem, que já havia sido dada nas eleições de 2006, no auge do escândalo do “mensalão”, foi reforçada: não tem problema usar o Estado como patrimônio particular, desde que a economia vá bem.

O voto com o bolso representa um enorme perigo para a democracia. Lênin dizia que iria comprar da burguesia a corda usada para enforcá-la. Para agravar a situação, a naturalidade com que vários petistas abraçam ditadores mundo afora demonstra seu verdadeiro “apreço” pelo regime democrático, exposto também nas constantes tentativas de censurar a imprensa.

No vale-tudo para se perpetuar no poder, o PT
apelou para o terrorismo eleitoral. Sua campanha espalhava que Serra iria acabar com o programa Bolsa Família, que tem suas origens no governo FHC.

Em 2000, ainda na oposição, Lula chegou a acusar a distribuição de cesta básica de “esmola” que fazia o pobre votar com o estômago.

No poder, o PT mudou de idéia e ainda espalhou que os benefícios acabariam se Dilma fosse derrotada.

Resultado: o Nordeste votou em peso na Dilma.

Quem saiu bastante ferido nas eleições foi o Bom Senso. O PT resgatou do fundo do pântano ideológico o tema das privatizações para “atacar” os tucanos. Quem poderia, em sã consciência, condenar as privatizações do setor de telecomunicações?

Quem hoje ainda consegue criticar racionalmente as privatizações da CSN, Embraer ou Vale?

Mesmo assim, o PT
ainda explora este sentimento nacionalista retrógrado, que confunde propriedade estatal com interesse nacional.

A campanha de Dilma abusou da retórica nacionalista, alegando que a candidata salvaria o pré-sal dos interesses privatistas do PSDB. Os tucanos não colocaram em pauta a venda da Petrobras, mas o próprio PT vendeu concessões de exploração ao setor privado. Eike Batista é prova disso.

Para o PT
da oposição, isso seria “privatização”. Mas para vencer a guerra das eleições, a coerência e a honestidade são as primeiras baixas. Vale até usar a estatal como braço partidário na campanha. Isso sim é uma “privatização” abominável.

O debate regrediu algumas décadas por conta da estratégia do PT. A demagogia atingiu patamares espantosos. Nunca antes na história deste país se viu uma eleição de tão baixo nível. Programas de governo deram lugar aos ataques pessoais nos “debates”. As perguntas importantes ficaram sem respostas. A candidata Dilma não explicou nada sobre os escândalos de corrupção, repetindo apenas que tudo está sendo investigado. O PT está “investigando” até hoje José Dirceu.

Os eleitores, anestesiados pelo bom momento da economia, aceitaram sem maiores cobranças as “explicações”. Venceu Macunaíma, o herói sem caráter.

Fica uma enorme “herança maldita” que poderá levar gerações para ser desfeita: a idéia de que a Ética não tem lugar na política.
É dia de luto para os que ainda acreditam em certos valores, e que não estão dispostos a fechar os olhos para infindáveis escândalos em troca de migalhas.
 
Não se constrói uma nação livre sem alguns princípios básicos.
Foi uma vitória de Pirro, com sabor de derrota.

Metade do povo está de luto pela Ética.



Lunetas novas?


Lunetas novas?

Por Fernando Henrique Cardoso


A abertura da economia no início dos anos 1990, depois das crises do petróleo e ainda em meio ao longo processo inflacionário que se seguiu, não desencalhou o barco de nossa economia.

Os mares do mundo batiam no casco, mas ele continuava adernado. Só depois de controlarmos a inflação, quando eu ainda era ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, e depois que saneamos os ralos que corroíam as finanças públicas e levantamos as âncoras que nos mantinham estagnados - com a atração de capital privado para setores antes monopolizados pelo Estado - é que o navio começou a andar.

No começo timidamente, usufruindo as benesses de uma base agrícola poderosa e de uma indústria criada no passado.

Com a volta dos capitais e dos investimentos, começamos a navegar com maior desenvoltura.

Por exemplo: em 1995, havia montadoras de veículos somente em São Paulo e Minas; em 2002, não só estas tinham aumentado a produção, como também outras se haviam espalhado pelo País, no Rio Grande do Sul, no Paraná, no Rio de Janeiro, em Goiás e na Bahia.

Outro exemplo: em 1995, a Petrobrás não chegava a produzir 700 mil barris/dia; em 2002, ultrapassou 1,5 milhão de barris.

E assim por diante, sem esquecer a expansão das telecomunicações, da indústria aeronáutica ou mesmo da indústria naval, que começou a tomar ímpeto em 1999 com a encomenda pela Petrobrás de 22 navios.

Daí em diante nossa economia não parou de crescer, apesar das crises financeiras, que só deixaram de nos golpear em 1996 e em 2000.

No período presidencial seguinte, o crescimento se acelerou.

Não apenas porque o barco se tornou mais potente, uma vez mantido o rumo anteriormente traçado, mas também porque as águas do mar se encheram, pela bonança internacional entre 2003 e 2008.

Junto com o crescimento deu-se a redução da pobreza.

O efeito estabilizador do Plano Real reduziu a proporção de pobres de 40% para cerca de 30% da população total. No período presidencial seguinte, nova redução, para aproximadamente 20%.

A redução da pobreza não foi resultado automático do crescimento. Políticas também foram adotadas com esse fim. Exemplo: o aumento real do salário mínimo, de 48% entre 1995 e 2002 e de 60% nos oito anos posteriores.

Em mares de almirante, com vento a favor, todos os barcos passaram a andar com velocidades maiores.


Medido pelo aumento da renda per capita, andamos relativamente para trás: ocupávamos a 68.ª posição no mundo, na década anterior, e nesta retrocedemos à 72.ª.

Mas o atual comandante do barco, embriagado pelos êxitos, confundiu-se:
atribuiu a si o aumento do nível das águas.

Pior, conseguiu convencer os marinheiros de que fazia milagre e se tornou "mito".


Agora, mais grisalho e quase aposentado, deixa o leme para uma companheira fiel.

E será ela quem precisará usar lunetas para ver mais longe.

Haverá tempestades ou bonança?

Em qualquer caso, como anda o casco do navio?

Que fazer para repará-lo?

Ou para melhorar o desempenho do navio?

Poderá continuar avançando sozinha ou dará a mão aos demais marinheiros?


E as máquinas, seguirão a todo vapor sem algum ajuste ou será melhor evitar que a pressão as faça estourar?

Acirrará ânimos e seguirá em frente até bater nalgum rochedo ou será previdente e ouvirá outras vozes que não sejam as das estrelas?

São questões cujas respostas estão em aberto.

E há outras perguntas, de ordem estratégica, que precisarão ser respondidas.

Para começar, como será o mundo dos próximos 20 anos?

Tudo indica que nele as economias emergentes, e especialmente as dos Brics, ocuparão maior espaço.

Mas qual desses países crescerá mais depressa?


China e Índia são, neste caso, nossos competidores mais diretos, embora haja também complementaridades entre nossas economias.

Estaremos condenados a, pouco a pouco, voltar à condição de provedores de alimentos e de matérias-primas para os países-monstros, que têm territórios com pouca possibilidade de expansão agrícola?
Não necessariamente.

Mas para evitar esse destino teremos de definir políticas que aumentem a nossa capacidade de inovar e competir.

Não só na área fiscal, não só na tributária e na trabalhista, mas também na de educação, ciência e tecnologia.

Sem isso será difícil ter uma indústria globalmente competitiva.


Em 2030 deveremos ter uma população em idade ativa da ordem de 150 milhões de pessoas.

Sem uma indústria com musculatura e cérebro para enfrentar a competição global será impossível gerar empregos na qualidade e quantidade que necessitamos.
Sem os empregos e a renda necessários o País corre o risco de se tornar "velho" antes de ficar rico.

Precisamos aproveitar a nossa janela de "oportunidade demográfica", que se fechará a partir de 2030, para dar um salto em nossa capacidade de produção de riquezas.

E para melhor distribuí-las também. E isso depende mais de uma verdadeira revolução educacional que da expansão do Bolsa-Família e outros programas assistenciais.

Como compatibilizar as necessárias taxas de crescimento da economia com os indispensáveis requisitos de respeito ao meio ambiente, de combate ao aquecimento global, e assim por diante?


Estaremos dispostos a pensar com maior profundidade sobre como conservar uma matriz energética que utiliza fontes renováveis?

Neste contexto, e atentos às questões de custos para o País, introduziremos maior racionalidade na discussão do pré-sal ou continuaremos a fingir que se trata de um Fla-Flu entre "patriotas" e "entreguistas"?
Por fim, nunca é demais lembrar: que papel o Brasil desempenhará no mundo, continuaremos indiferentes diante de vários autoritarismos e desrespeitos aos direitos humanos ou nos comprometeremos crescentemente com formas democráticas de convívio?

Quem viver verá.

No entretempo, é melhor manter um otimismo cauteloso e, sem embarcar em ufanismos enganosos, acreditar que a vitalidade dos brasileiros (vista uma vez mais na reafirmação democrática do pluralismo eleitoral recente) nos levará a melhores rumos.

MOVIMENTO DIGA NÃO À VOLTA DA CPMF


SURGE MOVIMENTO
 
'DIGA NÃO À VOLTA DA CPMF!'


Acaba de surgir na interner o MOVIMENTO DIGA NÃO À VOLTA DA CPMF. O movimento é apartidário e já um site com um texo-manifesto explicando a iniciativa.

A verdade é que há uma grande revolta em todo o país contra o aumento de impostos, já que a carga tributária brasileira está entre as maiores do mundo, embora os cidadãos não recebam a contra-partida do Estado.

O que ocorre é que os impostos que pesam sobre as costas de todos os cidadãos e, principalmente, da classe média, se traduzem em bilhões de reais que some pelo ralo da gastança do governo. E isto cresceu de forma desabusada no governo de Lula e seus sequazes.

Não há investimentos em saúde, educação, segurança pública e saneamento básico (esgoto tratado).

O Brasil é um dos países campeões da dengue.

Centenas de pessoas morrem a cada ano sem que nada seja feito com os recursos amealhados por essa carga tributária asfixiante.

CLIQUE AQUI PARA VISITAR O SITE 'DIGA NÃO À CPMF!'
Novembro 08, 2010

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O mais espetacular caso de puxa-saquismo jornalístico da história da televisão brasileira.

Mídia e plutocracia de joelhos ante Dilma

Nivaldo Cordeiro


Dilma glamurizada no Jornal Nacional e Abílio Diniz louvando o governo petista. Eis a cooptação da grande imprensa e dos grandes grupos empresariais por parte dos revolucionários, promovendo a falsificação da história e o socialismo dos ricos, o padrão da economia globalista, de viés fascistóide, que sufoca os pequenos empreendedores.
Nivaldo Cordeiro comenta em vídeos.

A edição de ontem do Jornal Nacional, da Rede Globo, direto de Brasília, contou com a presença da presidente eleita, Dilma Rousseff, nos estúdios.

Foi o mais espetacular caso de puxa-saquismo jornalístico da história da televisão brasileira.

A Globo tornou a história pessoal dela em uma novela e reescreveu a sua biografia, dizendo aos brasileiros que Dilma não tem mãos sujas de sangue e, bem olhado, não seria nem mesmo uma guerrilheira.

Não obstante, os episódios em que foi presa e supostamente torturada, em que casou com um sujeito sem lhe contar o nome verdadeiro foram sublinhados. Ora, alguém só faz isso se for um terrorista muito perigoso, como o foi seu companheiro José Dirceu.

A Globo transformou-se imediatamente no departamento de propaganda da guerrilheira eleita Dilma Rousseff.



Ontem, Abílio Diniz, o dono do Grupo Pão de Açúcar, escreveu uma carta aberta a seus funcionários, que na verdade é uma carta aberta a Dilma Rousseff e ao PT, lhes rendendo homenagem e se colocando como capacho dos poderosos do Estado.

Como entender?

Abílio é um legítimo integrante da plutocracia nacional, que apóia Lula e o PT desde a primeira hora.

Ele o fez menos por crença do que por interesse: o PT tem regulamentado a atividade econômica de tal ordem que ficou praticamente impossível para as pequenas empresas sobreviverem, abrindo caminho para a consolidação dos oligopólios empresariais, inclusive no varejo.

De qualquer modo, faço o registro para mostrar como a nossa elite plutocrática se vendeu fácil aos revolucionários de plantão.




 03 Novembro 2010

domingo, 7 de novembro de 2010

O discurso vigarista da canalha que lucra ao jogar o Brasil contra o Brasil.


Ou: Os “fascistas do bem” estão assanhados!



Eu me atrasei um pouquinho, mas me vinguei de vocês.

Lá vai um daqueles textos bem longos para o domingão. Longo e, creio, necessário.
*
É vergonhoso o que certos setores da imprensa vêm fazendo no caso da jovem Mayara, que postou mensagens absurdas no Twitter, contra os nordestinos.

Atenção! Não estou dizendo que ela não deva RESPONDER PELO QUE FEZ (e não por aquilo que NÃO FEZ ), mas há um limite para as coisas. As penas têm de ser proporcionais aos delitos.

É um princípio da civilização que não pode ser esmagado pelos “civilizados”.

A imprensa politicamente correta está exibindo seu lado sensacionalista.

Lembra aqueles senhores que ocupam as tardes nas TVs com programas policiais, exibindo, aos berros, as suas soluções simples e erradas para problemas difíceis.

A palavra de ordem parece ser esta: “Já que ela escreveu aquelas barbaridades, então vamos linchá-la; destruí-la”.

Ou ainda: “Descobrimos que ela é muito má; a Justiça é lenta; vamos resolver nós mesmos esse problema e condená-la”.

O espírito que anima essa sede de punição e reparação é fascistóide. Os fascistas do bem estão na Internet e nos jornais, magnificando o que não tem importância e tentando despertar forças que, uma vez libertas, dificilmente voltam para a caixa.

Mayara, uma paulista, escreveu coisas inaceitáveis sobre “nordestinos”?

Por certo!

Ela é a única?

Não é!

Nordestinos, mineiros, sulistas etc. escrevem coisas inaceitáveis sobre paulistas?

O tempo inteiro!

Uma simples pesquisa na rede vai revelá-lo. O ressentimento contra São Paulo é tão grande quanto escandalosamente injusto.

Injusto, aliás, é o ressentimento contra qualquer região.

Mas São Paulo está proibido de posar de vítima porque não pega bem. Afinal, o estado mais rico da federação — e fica parecendo que assim é porque roubou isso de alguém… — tem de agüentar calado as suas supostas culpas.

Mas o que digo eu? “São Paulo” como ente só existe na boca dos que têm a pretensão ser seus inimigos!

Uma das coisas que me agradam neste estado, ou nesta capital, é precisamente isto: ser paulista ou paulistano não quer dizer nada em especial.

Não somos conhecidos por nossa esperteza silenciosa, por nosso charme adoravelmente malandro, por nossa sensualidade à flor da pele, por nosso espírito nativista, por nosso amor às lendas da floresta…

Felizmente, ser paulista ou paulistano, ou morar por aqui, permite que a gente NÃO SEJA COISA NENHUMA!

E aos não-paulistas informo: nem levem muito a sério esse negócio de que somos trabalhadores incansáveis.

Há muitos vagabundos por aqui, como em toda parte.


Diziam-me mineiros no começo da corrida presidencial: “Esquece, Reinaldo!

A esmagadora maioria deste estado não vai votar em Serra porque se consolidou a idéia de que ele tomou o lugar de um mineiro”.

E cansamos de ler a respeito desse nobre sentimento na imprensa, sem que alguém se lembrasse dizer: “Epa! Que história é essa?”

Agora imaginem se detectassem tal sentimento em São Paulo. Logo escreveriam um tratado sobre a arrogância dos paulistas ou sei lá o quê. O sentimento antipaulista é a versão local do recalque que degenera no antiamericanismo.

Em certas áreas do país, querem tratar os paulistas como o “eles”, categoria que estaria em oposição ao “nós”.

O caso Mayara trouxe esse sentimento à tona. Assim como existem antiamericanos dentro dos EUA, existem antipaulistas em São Paulo: parte da imprensa daqui não está sendo menos bucéfala do que a imprensa de acolá.


Mentiras


É simplesmente mentira que exista na maior cidade nordestina do Brasil — sim, leitor, há mais nordestinos em São Paulo do que em Salvador, a maior capital do Nordeste — um sentimento antinordestino.

O pernambucano Lula fez a sua carreira em São Paulo.

A paraibana Luíza Erundina foi prefeita da capital do Estado.

Uso exemplos da política porque é nessa área que esse tipo de sentimento se exacerba.

Conheço algumas capitais do Nordeste. Não o suficiente para escrever tratados ou ser peremptório a respeito de algumas coisas. Mas já fui a restaurantes populares e a restaurantes chiques da Bahia, por exemplo, onde se tem, talvez (a conferir), o maior percentual de população negra do país.

E, claro, já fiz isso dezenas de vezes em São Paulo, onde o percentual de negros é muito menor. A nenhum observador honesto escapará uma evidência: é muito mais freqüente a presença de negros nos ambientes refinados de São Paulo do que nos de Salvador ou do Recife.

O país tem de aprender a equacionar as suas diferenças. E vem fazendo isso, ora acertando, ora errando, não vou entrar nesse mérito agora.

Mas não venham tentar dar aula de civilidade tolerância a São Paulo os que não combatem no próprio solo as escandalosas desigualdades e os preconceitos os mais evidentes.

QUEM DECIDE FAZER GUERRA REGIONAL ESTÁ SENTANDO EM CIMA DO PRÓPRIO RABO PARA TENTAR DENUNCIAR O ALHEIO.

Seria mesmo maior o preconceito que os “paulistas”, como se existisse essa categoria!, têm contra os nordestinos do que o que aquele que ALGUNS NORDESTINOS ricos têm contra os nordestinos pobres no próprio Nordeste?


Ora, tenham paciência!

O que leva um jornal como o “Correio”, da Bahia, a publicar na primeira página a foto da autora das mensagens infelizes com o título “A paulista”?

Será esse jornal tão zeloso em combater as injustiças existentes no próprio estado como é em tentar promover uma guerra contra São Paulo em nome da… justiça?

Admitir-se-ia que um jornal paulista publicasse a foto de um criminoso qualquer nascido na Bahia como o “O baiano”?

É claro que não!

E não creio que isso devesse ser tolerado. O Ministério Público certamente entraria em ação. Já São Paulo pode suportar muito bem uma carga de preconceito se o objetivo nobre é… combater o preconceito!


Ciclo de violência


Coisas inacreditáveis estão em curso.

É de estarrecer uma reportagem da Folha neste sábado.

Ficamos sabendo que a moça é filha de um relacionamento extraconjugal do pai, Antonino Petruso.

Leiam:

“O empresário Antonino criticou a declaração de sua filha -fruto de um caso extraconjugal no fim dos anos 80 -, que, segundo ele, causou efeito colateral indesejado para toda a família.

‘Tenho raiva de quem faz preconceito, seja amarelo, branco, azul, pobre. Se ela [Mayara] realmente escreveu aquilo, vai ter que pagar.’”

É espantoso!

É assustador.

Ele próprio expõe a sua vida privada e a da garota, como se a condição de “filha fora do casamento” tornasse menores seus vínculos com a jovem, tomada, no contexto, como agente de um desequilíbrio familiar.

Ironicamente, sua empresa se chama “Supermercado do Papai”.

O supermercado é do papai!

O papai revela ainda que a relação com a filha não é boa; não quer que as opiniões dela sejam confundidas com as da família — talvez quisesse dizer “a verdadeira família”.

Não sei que punição a Justiça vai aplicar a essa moça — até porque será preciso muita licença jurídica para provar que ela praticou racismo, como sabe qualquer advogado medianamente informado.

Mas há como ela ser punida mais do que está sendo?

Se não conseguir mudar de nome, as suas mensagens no Twitter a terão destruído para sempre.

Quantos milhares já fizeram a mesma coisa, não porque sejam militantes racistas, mas porque estão mal informados, pensam errado, reproduzem tolices que ouvem de outros?

E os nordestinos os únicos agredidos.

A coisa agora segue no ritmo do horror, do pega-pra-capar. Já que ela foi estúpida o bastante para escrever aquilo, pode ter a imagem estampada na capa de um jornal da Bahia como “a paulista”.

Já que escreveu aquilo, pode ser demonizada pelo pai, que a trata como uma bastarda, agente de dissabores familiares e ovelha desgarrada, que não reproduz os valores da família — ele, na verdade, tem “raiva” de gente assim.

Já que escreveu aquilo, ela não terá direito a um julgamento justo. Afinal, os nossos irmãos nordestinos merecem um desagravo — nem que seja o linchamento.

Por isso recomendei aqui o filme a O Último Jantar (The Last Supper), de Stacy Title, cuja boa tradução em português seria “A Última Ceia”, já que o filme, por metáfora, evoca um ritual religioso.

Não deixem de ver!

Por acidente, um grupo de jovens bem-informados, politicamente corretos, muito sábios, acaba tendo de enfrentar a fúria de um fascistóide. Um deles mata o bandidaço. Eles se dão conta, então, de que o mundo não ficou pior com aquela morte.

Como não ficaria pior se morressem o pastor homofóbico, o xenófobo, a puritana…

Então decidem agir para tornar o “mundo melhor”.


Vejam as conseqüências .

Trata-se de um debate formidável sobre o bem, o mal, a tolerância e os tribunais de exceção.



Não são melhores

Não são melhores do que Mayara os que promovem uma guerra entre regiões, os que a tomam como representante de alguma corrente influente em São Paulo e os que a lincham moralmente, não poupando nem mesmo detalhes de sua vida privada, que nada têm a ver com a besteira que escreveu.

Na verdade, são piores.

Mayara é só uma moça que disse uma estupidez.

O “Correio”, da Bahia, é um jornal que tem responsabilidades de apelo coletivo.

Se a jovem viola um princípio constitucional ao escrever o que escreveu, o mesmo fez o jornal baiano.

E cadê a OAB para acioná-lo?

Cadê o Ministério Público Federal para propor uma investigação?

E a Folha?

Provem que as informações sobre a vida privada da garota servem a algum outra coisa que não à fofoca e à expiação.

Arremato

Indivíduos dizem bobagens o tempo inteiro. Há uma diferença entre dizê-las e se organizar para pôr em prática as sandices que eventualmente escrevem nas redes sociais.

A punição tem de ser proporcional ao crime. E tem de ser aplicada pela Justiça, não por um pelotão de fuzilamento moral ou por aproveitadores interessados em faturar com a guerra regional, que tenta opor o Brasil ao Brasil.

Quem inventou esse país cindido tem um projeto político e dele extrai os melhores resultados para si e para o seu grupo.

No dia 27 de março de 2008, durante um discurso em Pernambuco, Lula cobriu de elogios Severino Cavalcanti (PP-PE), ex-presidente da Câmara, afirmando que ele fora derrubado do posto por causa do “preconceito das elites paulistas e do Paraná”.

Essa “guerra” tem servido unicamente aos propósitos daqueles que lucram politicamente com o confronto entre Nordeste e São Paulo, entre ricos e pobres, entre brancos e negros…
Poderia, e agora para encerrar mesmo, haver manifestação mais clara do uso vigarista dessas falsas clivagens do que o discurso que Lula fez na sexta-feira?

Segundo ele, a sua eleição e a da “companheira Dilma” significaram a superação de preconceitos.

E ele disse isso num pronunciamento oficial!

Ora, então a eventual derrota de ambos teria significado o contrário.

Logo, a única maneira de a gente demonstrar que ama o Brasil unido é alinhando-se com o PT.

As falas de Mayara pertencem a Mayara, o indivíduo.

O rumo que tomou essa irrelevância tem de ser pensado à luz da cultura política que está sendo alimentada pelo poder.

Em muitos aspectos, Mayara também é vítima de uma ação política deliberada para dividir o país.

E há um monte de jornalista tonto ou mau-caráter fazendo o servicinho para o PT.

Como sempre.

Piratas, Papagaios, Torturas e Torturados

  O coadjuvante do espetáculo do cinismo volta ao palco como papagaio de pirata

Três convidados e três sem-ingresso dividem com Dilma Roussef a foto que mostra o começo do primeiro discurso como presidente eleita.

Por solicitação da candidata vitoriosa, posam para a posteridade o vice Michel Temer, o companheiro José Eduardo Dutra e o acompanhante José Eduardo Cardozo.

Os outros são penetras. Decerto recorreram a empurrões, cotoveladas e safanões para alojar-se no espaço sempre diminuto reservado a uma das maravilhas da fauna política nativa: o papagaio de pirata.

Infiltrada entre Temer e Dilma, a prefeita Luizianne Lins capricha na expressão severa de quem veio de Fortaleza para testemunhar a leitura dos Dez Mandamentos.

Espremidas no fundo, há duas metades de rosto. O homem da face esquerda é Magno Malta, senador reeleito pelo PR capixaba, pastor evangélico e pecador juramentado, ficou nacionalmente conhecido no escândalo dos sanguessugas.

O parceiro da face direita é enigma a decifrar: se só se candidata a qualquer papel em qualquer novela, o que é que faz nessa foto o ator José de Abreu?


Ele mesmo procurou esclarecer o mistério com um texto publicado no blog do Xexéo.

O título é tão intrigante quanto a aparição em Brasília: Piratas, Papagaios, Torturas e Torturados.

O primeiro parágrafo registra o desconforto do articulista com a chuva de piadas que inspirou. “A pior, exatamente de um humorista, o Gregório Duvivier,lançou meu nome (ainda bem que foi apenas o nome, não eu) para o Ministério da Figuração, logo eu que vivo fazendo novela das oito”, resmunga.


Com uma alusão cifrada a Dilma Rousseff, Abreu insinua em seguida que ficou na ribalta a pedido da estrela:

“A verdade é que, naquele momento, quando tiraram os outros papagaios do palco e eu ia descer, uma mão firme me segurou, um olhar carinhoso cruzou com o meu e me senti estimulado a ficar. E fiquei”.

E entãio entra em cena o combatente triunfante:


Eu estava entre amigos, lutadores, como eu, da boa luta. E vitoriosos numa batalha onde golpes baixos eram lançados a toda hora, um aborto na canela, uma homofobia nas partes pudendas, um bispo protetor de pedófilo pisando no dedão…

Terrorista, ladra, assassina, era o que se dizia dela, minha companheira de luta contra a ditadura, que de branda nada tinha.

E tome machismo, preconceito, baixarias.

Estava feliz e emocionado, a lembrar dos censurados, dos torturados, dos assassinados pelo terror de Estado.



E pensei:


— Melhor ser papagaio de pirata que pirata sem papagaio.”

Foi a segunda atuação de José de Abreu como coadjuvante de comédias políticas de péssimo gosto.

A estreia ocorreu no espetáculo do cinismo encenado em agosto de 2006 na casa do ministro Gilberto Gil no Rio de Janeiro.

Sentado na primeira fila de cadeiras da sala de visitas, o presidente Lula, convidado de honra, ouviu o resumo da ópera feito pelo produtor de cinema Luiz Carlos Barreto.

“A política é um terreno pantanoso, a ética é de conveniência”, disse Barretão. “Se o fim é nobre, os fins justificam os meios. O que eu acho inaceitável é roubar. Mentir é do jogo político. Não é roubo”.


Em campanha pelo segundo mandato, Lula sentiu-se entre companheiros. Sentiu-se entre cúmplices com a fala inicial do ator Paulo Betti: “Não vamos ser hipócritas: política se faz com mãos sujas”, recitou o ex-galã.

“Não estou preocupado com a ética do PT”, solfejou o músico Wagner Tiso. “Acho que o PT fez um jogo que tem que fazer para governar o país”.

O epílogo ficou por conta de José de Abreu, a quem coube estender o braço solidário do elenco aos companheiros José Dirceu, José Mentor e José Genoino. Todos Josés, como o ator. Um quarteto e tanto.


O Dirceu foi acusado de chefiar a “organização criminosa sofisticada” do mensalão.

O Mentor ampliou notavelmente o prontuário como relator da CPI do Banestado e comparsa de Marcos Valério.

O Genoino, uma das estrelas do maior escândalo da história da República, evadiu-se da presidência do PT depois que o assessor do irmão foi capturado com dólares na cueca.

Abreu, o quarto José, mereceria ser boicotado pelos critérios da decência se já não tivesse sido condenado à obscuridade.


A exemplo do papagaio de pirata, os demais participantes da apresentação obscena são dependentes de patrocínios extorquidos de empresas estatais e favores concedidos pelo governo.

Artistas e intelectuais estatizados se preocupam demais com as incertezas do futuro.

É por isso que tantos deles envelhecem mal.

Ou nem envelhecem: passam , sem escalas, de moços a velhacos.


Espantados??? Eu não estou...



Estão espantados com o comportamento tosco do presidente (deles) Lula.

Não entendo o motivo.

Não bastam novos dentes, alisar o cabelo e
um banho de loja...como dizem os americanos:

Você pode botar um "smoking" em um porco... mas vai continuar sendo um porco.

 Por Guto Cassiano