Em vez de festejar a própria vitória, eles preferem celebrar a derrota dos outros.
Por Augusto Nunes
Por Augusto Nunes
Em vez de confraternizar com os que cumpriram a ordem do chefe e votaram em Dilma Rousseff, preferem errar pela internet à caça dos desobedientes, para condená-los à danação eterna sob uma chuva de insultos.
Em vez de sentir-se em casa nos blogs estatizados, preferem ser escorraçados dos que não estão à venda.
Em vez de dormir sonhando com os oito anos de Lula, preferem seguir insones com os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso.
Eles não sorriem, não se divertem, não vão além da histérica gargalhada eletrônica, nunca ficam simplesmente alegres. Reféns voluntários do ressentimento, portadores do rancor que proíbe o convívio dos contrários, são incapazes de expressar-se com serenidade: urram, uivam, rosnam, berram. Prisioneiros do pensamento único, não raciocinam, não refletem: recitam o que ouvem, fazem o que os comandantes ordenam, torturam o idioma e a lógica com o desembaraço inconfundível dos que se dispensam de perder tempo com dúvidas. Sobretudo, não compreendem a ironia fina, uma forma superior de inteligência.
Porque só sabem viver possessos, os devotos da seita companheira jamais serão felizes.
Foi assim antes da eleição de 31 de outubro.
E assim tem sido neste novembro. Como quase todas, a torcida fundada pelo PT depois do mensalão nunca soube perder.
Descobriu-se agora que é a única do mundo que também não sabe ganhar.
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