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sexta-feira, 8 de março de 2013

Charge




Chávez "era cem por cento idiota"...




Foi-se o pistoleiro maluco! Que a Venezuela reencontre o caminho da democracia


Por Reinaldo Azevedo

A morte de Hugo Chávez revela que estamos vivendo dias um tanto sombrios. Os valores da democracia estão em crise. Basta ler o noticiário para constatá-lo. Chego à conclusão de que os idiotas e os simpatizantes de tiranias supostamente virtuosas estão no comando de alguns veículos da imprensa, ainda que eles próprios dependam vitalmente da liberdade. Por que escrevo isso? Vamos ver.


A antiga pauta de esquerda — a revolução socialista — foi definitivamente aposentada. Assumiu, ao longo do tempo, uma nova configuração, bem mais fragmentada. Vivemos sob o signo da reparação das chamadas “injustiças históricas”: com os pobres, com os negros, com os indígenas, com as mulheres, com os gays, com os quilombolas, com a natureza… Escolham aí. A cada pouco surge uma nova “minoria” — sociologicamente falando — disposta a impor a sua pauta como precondição para a justiça universal. É evidente que não tenho nada contra a justiça, ora bolas! Por que não seria eu também um homem tão bom quanto os ciclistas, por exemplo? É claro que sou! É alguém me falar do bem, do belo e do justo, e estou dentro, estou com os bacanas.

Se todo mundo quer um mundo perfeito, não serei eu a ficar fora dessa festa. A questão é saber como essas reparações todas serão realizadas no âmbito da democracia, de uma sociedade de direito, que respeite os direitos individuais. Governar com ditadura é fácil; com democracia é que é o “x” do problema.

Cansei de ler nestes dois dias alguns raciocínios perigosos. Eles consistem basicamente na aceitação tácita de que a melhoria de alguns indicadores sociais na Venezuela — e houve — estão atreladas ao “modelo” inventado por Hugo Chávez. O desemprego, com efeito, caiu de 14,5% em 1999, quando ele chegou ao poder, para 8% no ano passado. Mas também chegou a 18% em 2003, no seu quinto ano de governo. Já a inflação era de 29,9% em 1998, quando ele foi eleito pela primeira vez, e chegou a 33% no ano passado. O seu menor índice foi em 2001, com 12%. O IDH subiu de 0,656 para 0,735 em 2011 e passou, por exemplo, o do Brasil.

Não é segredo para ninguém que Chávez usou o dinheiro farto do petróleo para empreender um forte programa assistencialista. E é esse assistencialismo que garante a adesão entusiasmada dos mais pobres a seu governo. Também é claro as ditas elites tradicionais da Venezuela estavam entre as mais corruptas e socialmente insensíveis do mundo — o que acaba facilitando a emergência de líderes com o seu perfil. Vale para a Venezuela, a Bolívia, o Equador… Mas a rapacidade das ditas-cujas justifica o modelo bolivariano?

Chávez tomou, sim, iniciativas que minoraram o sofrimento dos mais pobres. Isso não está em debate. A questão é saber por que ele precisava da ditadura. A questão é saber por que ele precisava apelar a um regime de força. Essas perguntas não têm resposta porque simplesmente a pantomima bolivariana era desnecessária. Lula também tentou impor alguns instrumentos de exceção no Brasil. Não conseguiu — não ainda ao menos. E nada impediu o petismo de levar adiante a sua lenda.

O presente que corrói o futuro
Chávez transformou a Venezuela no, se me permitem, país da manocultura do petróleo. Estão lá 25% das reservas mundiais do óleo. Enquanto ele for uma matriz energética — e será ainda muito tempo —, é evidente que o país contará com dinheiro para manter as políticas assistencialistas, ainda que produza muito menos do que pode. Notem: essas políticas não são um mal em si. Mas para que futuro apontam quando se tornam um fim em si mesmas?

Apontam para o desastre. Chávez acabou com o que havia de agricultura de ponta na Venezuela, por exemplo. O país não produz mais comida. Expropriou empresas estrangeiras, espantou o capital privado e transformou milhões de venezuelanos em estado-dependentes. Sem a diversificação da economia — impossível no regime bolivariano —, assim continuarão. O petróleo responde por 50% das receitas do governo e constitui quase 100% da receita de exportação. Nas palavras do economista venezuelano Moisés Naim ao Wall Street Journal: “Nunca um líder latino-americano perdeu tanto dinheiro, gastou tão mal os recursos e usou de maneira tão incorreta o poder que lhe foi dado”. Na mosca!

Os tontos
Não, senhores! O autoritarismo de Chávez não era uma espécie de mal necessário a justificar, então, um bem — a saber: a redução da pobreza e a diminuição da desigualdade. Esse e um juízo delinquente e está na raiz, diga-se, das exegeses malandras sobre o 54 anos da ditadura cubana. Durante décadas, o suposto bem-estar social de Cuba serviu para ocultar os crimes dos irmãos Castro. Pelo menos cem mil pessoas morreram (17 mil fuziladas; as demais tentando fugir da ilha) sob o silêncio cúmplice do resto do mundo para que se construísse por lá aquele paraíso…

Mas os tempos — e então volto ao ponto central deste texto — andam simpáticos às ideias de reparação a qualquer preço. Se Chávez sucedeu as ditas “elites insensíveis” de antes, então tudo lhe seria permitido, inclusive a violação dos fundamentos mais comezinhos da democracia e, não custa notar, do direito internacional. Nem mesmo se pergunta o óbvio: como poderia estar hoje a Venezuela se ele não tivesse destroçado a economia do país? Os ditos programas sociais poderiam estar em vigência, certo? Por que não? Talvez houvesse menos venezuelanos trabalhando para órgãos estatais ou dependentes da ajuda oficial. Certamente o povo seria mais livre.

Chávez distribuiu, sim, parte da riqueza do petróleo por intermédio desses programas, com os quais cevou o eleitorado. Mas roubou, e por muitos anos, o futuro do país, que terá de ser reconstruído — a começar das instituições.

Exportador da “revolução” e importador do terror
Cumpre lembrar, ainda, do Chávez “exportador da revolução”. Meteu as patas no Equador, na Bolívia e até na Argentina. Enviou uma mala com US$ 800 mil para ajudar a financiar a primeira eleição de Cristina Kirchner. Inspirou a tentativa de golpe em Honduras e depois tentou articular, com a ajuda do Brasil, uma guerra civil naquele país. Armou, isto ficou comprovado, os narcoterroristas das Farc, da Colômbia, e se fez seu interlocutor privilegiado. Em Caracas, há uma praça com o nome do fundador do grupo: Manuel Marulanda. Atenção! Quando o coronel tentou dar um golpe na Venezuela, em 1992, os narcoterroristas lhe enviaram 100 mil pesos — mais ou menos US$ 50 mil à época. No poder, o ditador repassou para os bandidos estupendos US$ 300 milhões. As informações estavam no laptop do terrorista morto Raúl Reyes.

É pouco? Chávez celebrou acordos de cooperação militar E NUCLEAR com o Irã, e o Hezbollah, movimento terrorista baseado no Líbano e que é satélite do país dos aiatolás, estabeleceu uma base de operações na Venezuela.

As relações do estado venezuelano com o narcotráfico também já estão mais do que evidenciadas. Em abril do ano passado, o juiz Eladio Aponte Aponte, da Corte Suprema do país, fugiu para a Costa Rica. Pediu para entrar no sistema de proteção que a agência antidrogas dos EUA oferece aos delatores considerados importantes. Confessou que, a pedido do governo, atuou para proteger o narcotráfico. Nada menos de metade da cocaína que entra nos EUA tem origem na Venezuela. Leiam trecho de reportagem de O Globo de 7 de maio de 2012

[o juiz] deu como exemplo um caso no qual está envolvido um ex-adido militar venezuelano no Brasil, o tenente-coronel Pedro José Maggino Belicchi. Segundo o juiz-delator, Maggino Belicchi integra a rede militar que há anos utiliza quartéis da IVª Divisão Blindada do Exército da Venezuela como bases logísticas para transporte de pasta-base e de cocaína exportadas por facções da Farc, a narcoguerrilha colombiana. O tenente-coronel foi preso em flagrante no dia 16 de novembro de 2005, com outros militares, transportando 2,2 toneladas de cocaína em um caminhão do Exército (placa EJ-746).
Na presidência da Suprema Corte, Aponte Aponte diz ter recebido e atendido aos apelos da Presidência da República, do Ministério da Defesa e do organismo venezuelano de repressão a drogas para liberar Magino Belicchi e os demais militares envolvidos. Faz parte da rotina judicial venezuelana, ele contou na entrevista à televisão da Costa Rica.
O general Henry de Jesus Rangel Silva, citado pelo juiz-delator, comandou a Quarta Divisão Blindada, uma das unidades mais importantes do Exército venezuelano. Desde 2008, ele figura na lista oficial de narcotraficantes vinculados às Farc colombianas e cujos bens e contas bancárias estão interditados pelo governo dos Estados Unidos. Em janeiro, o presidente Hugo Chávez decidiu condecorá-lo em público e promovê-lo ao cargo de ministro da Defesa. “Rangel Silva é atacado”, justificou Chávez em discurso.
(…)


Encerrando
Alguns indicadores sociais da Venezuela melhoraram, sim. É obrigação dos governos. O mesmo se deu em países que se mantiveram no rumo democrático. A ditadura, pois, foi uma escolha de Chávez e de sua camarilha que independe dessa ou daquela medidas.

O cem por cento idiota deixa um país com as instituições em frangalhos, com a economia combalida, com uma inflação da ordem de 30%, infiltrado pelo terrorismo e pelo narcotráfico. O homem que morre, reitero, merece piedade, como qualquer um. O ditador, no entanto, nunca deveria ter existido. A América Latina está mais sã. Agora é preciso desalojar, pela via democrática e pela luta política, a camarilha criminosa que está no poder.


07/03/2013


Feliz Dia Internacional da Mulher!



Ana Jácomo


"Abençoadas sejam as surpresas risonhas do caminho.
As belezas que se mostram sem fazer suspense.
As afeições compartilhadas sem esforço.
As vezes em que a vida nos tira pra dançar sem nos dar tempo de recusar o convite.
As maravilhas todas da natureza, sempre surpreendentes, à espera da nossa entrega apreciativa.
A compreensão que floresce, clara e mansa, quando os olhos que veem são da bondade.
Abençoados sejam os presentes fáceis de serem abertos.
Os encantos que desnudam o erotismo da alma.
Os momentos felizes que passam longe das catracas da expectativa.
Os improvisos bons que desmancham o penteado arrumadinho dos roteiros da gente.
Os diálogos que acontecem no idioma pátrio do coração. Abençoada seja a leveza, meu Deus.
Abençoadas sejam as dádivas generosas que vêm nos lembrar que viver pode ser mais fácil.
Que amar e ser amado pode ser mais fluido.
Que dá pra girar o dial.
Que dá pra sair da frequência da escassez e sintonizar a estação da disponibilidade, onde alegrias já cantam, mas a gente não ouve.
Abençoadas sejam as dádivas que vêm nos lembrar, com alívio, que há lugares de descanso para os nossos cansaços.
Que há lugares de afrouxamento para os nossos apertos.

Que dá pra mudar o foco.
Que não é tão complicado assim saborear a graça possível que mora em cada instante.
Abençoadas sejam as dádivas generosas que nos surpreendem.

Elas não sabem o quanto às vezes, tantas vezes, nos salvam de nós mesmos.”






quinta-feira, 7 de março de 2013

Em represália à lei dos royalties, governo do Rio suspende pagamentos


Secretário municipal de governo pede suspensão de licenças ambientais para a extração de petróleo

Veja.com
O governador do Rio, Sérgio Cabral (Gabriel de Paiva / Agência O Globo)

O governador Sérgio Cabral suspendeu todos os pagamentos do estado, com exceção dos servidores públicos, como resposta à derrubada dos vetos da presidente Dilma Rousseff e a consequente implementação da lei que redefine as receitas de royalties e participações especiais de petróleo extraído de campos já licitados.

A medida deve valer até que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a constitucionalidade da nova lei. Os secretários estaduais de Fazenda e de Planejamento estão orientados a cancelar pagamentos, empenhos, repasses e todas as transferências não obrigatórias.

Além de dar entrada no Supremo Tribunal Federal com uma ação de inconstitucionalidade, outra medida está em andamento. Nesta quinta-feira, o secretário municipal de governo do Rio, Rodrigo Bethlem, enviou carta ao governador Sérgio Cabral pedindo a suspensão de todas as licenças ambientais concedidas à atividade petroleira até quando o estado e as cidades tiverem a “exata dimensão de como poderão compensar os impactos”.

O argumento é o de que as licenças devam ser reavaliadas porque os royalties são a contrapartida da exploração. Ou seja, recursos para os estados que correm o risco de terem, em seu litoral, vazamentos ou qualquer outro problema consequente do petróleo.

“O estado do Rio de Janeiro sofrerá danos irreversíveis imediatamente, impactando não somente os investimentos do estado e municípios, bem como os recursos necessários para sanear possíveis danos ambientais ocasionados pela exploração do petróleo”, diz Bethlem na carta.

Durante a sessão, na noite de quarta-feira, para apreciar o veto da presidente ao projeto de lei dos royalties, Bethlem recolheu 32 assinaturas de parlamentares.

O governo do Espírito Santo, outro estado produtor que também sofrerá impacto bilionário com a alteração da lei de divisão dos royalties, enviou nota reafirmando que recorrerá ao STF.

“Frustradas todas as tentativas de entendimento político, o governo do Espírito Santo recorre à Justiça como instância final.

E confia na capacidade da mais alta Corte brasileira para decidir, com isenção e responsabilidade, o melhor encaminhamento para um tema que, no Congresso Nacional, foi tratado de maneira demagógica, superficial e inconsequente”, diz a nota.

Ainda segundo o texto, as perdas do estado entre 2013-2020 devem superar a casa dos 10 bilhões de reais.

07/03/2013

Joaquim Barbosa nega pedido de Dirceu para ir ao enterro de Chávez


Presidente do STF afirma ao justificar a decisão que o ex-ministro não tem parentesco com Chávez
Carolina Brígido

José Dirceu durante evento de comemoração dos 10 anos do PT no poder
Foto: Marcos Alves / Arquivo O Globo
José Dirceu durante evento de comemoração dos 10 anos do PT no poder
Marcos Alves / Arquivo O Globo


BRASÍLIA - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, negou nesta quinta-feira o pedido do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu para viajar a Caracas, na Venezuela, para o enterro do presidente Hugo Chávez. Ele havia feito o pedido ontem, alegando amizade com Chávez. No ano passado, Dirceu foi condenado no processo do mensalão e está proibido de deixar o país. Depois do julgamento, ele foi obrigado a entregar o passaporte ao tribunal, bem como os outros 24 condenados no mesmo processo.

Na decisão, Barbosa argumenta que os dois não eram sequer parentes - e, por isso, não seria possível autorizar a saída de Dirceu do país. “O requerente foi condenado por esta Corte em única e última instância. Há inclusive decisão que o proíbe de ausentar-se do país sem prévio conhecimento e autorização do STF. A alegação de que o réu mantinha ‘relação de amizade’ com o falecido, por si só, não é suficiente para afastar a restrição imposta pela decisão. Note-se que sequer se trata de relação de parentesco”, descreveu o ministro.

No pedido, a defesa de Dirceu argumentou que, no ano passado, o ministro havia proibido os condenados de deixarem o país sem prévio conhecimento e autorização do tribunal. “Diante dessa decisão, o requerente requer autorização para viajar para a cidade de Caracas, na Venezuela, no intuito de acompanhar o enterro do presidente do referido país.”

Os advogados fizeram o pedido “em caráter de urgência”, já que o enterro será na sexta-feira. “O requerente pretende estar presente ao funeral em razão da relação de amizade que mantinha com o excelentíssimo presidente Hugo Chávez.” Os advogados acrescentaram que, se a autorização fosse concedida, seu cliente estaria de volta ao Brasil 24 horas depois do enterro.

A defesa também pediu que a decisão de reter os passaportes dos réus fosse submetida ao plenário. A sessão do STF desta quinta-feira já começou, mas o assunto ainda não foi levado aos demais ministros.

Dirceu foi condenado pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa. A pena imposta a ele foi de dez anos e dez meses de prisão. Segundo a maioria dos ministros do STF, Dirceu teria comandado o esquema de desvio de dinheiro público e de pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio político ao governo Lula.
7/03/13

quarta-feira, 6 de março de 2013

MORTE DE CHÁVEZ, TRAGÉDIA OU DÁDIVA DIVINA?


POR FRANCISCO VIANNA

A morte do caudilho venezuelano, chorada pelos socialistas e festejada pelos demais, pode ser vista como tragédia para os primeiros ou como uma dádiva divina pelos últimos, uma espécie de "solução biológica" que, com a inestimável ajuda da incompetente e atrasada medicina cubana, que o país recebeu da Graça de Deus e que poderá propiciar à Venezuela a sua recuperação política e econômica do inferno socialista em que foi jogado pelo regime chavezista.

O câncer de Hugo Chávez sempre esteve envolto em grande mistério e sabe-se hoje ter se tratado de um rabdomiossarcoma, um tumor muscular de baixa malignidade, localizado no músculo psoas-ilíaco esquerdo, que, todavia, não foi diagnosticado com acerto pela medicina cubana, o que levou a erros de tratamento e uso de terapêutica inadequada que acabou por produzir metástases para a coluna vertebral, ossos da pelve e finalmente pulmonares. Tivesse sido tratado adequadamente, no Brasil ou nos EUA, estaria vivo e bem de saúde hoje.

Não são poucos os que acreditam, na Venezuela, que Hugo Chávez Frías regressou de Havana – para onde viajou em 8 de dezembro último para se submeter a mais uma cirurgia – já morto, numa situação de “vida” vegetativa (entubado e respirando por aparelhos). Nesse meio termo, o vice-presidente Nicolás Maduro se apossou ilegalmente do poder – quando pela Constituição do País, o Presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, é que teria que assumir a presidência interina do país em virtude da incapacidade física de Chávez de tomar posse de seu quarto mandato consecutivo e convocar novas eleições presidenciais num prazo de trinta dias.

Mas, ao que parece, Cabello colaborou com a cúpula chavezista bem como com os chefes militares com os quais Chávez havia "aparelhado" as forças armadas do país, com esse golpe constitucional comandado por Maduro.

A decisão, considerada como irracional pelos constitucionalistas venezuelanos, gera dúvidas sobre se Chávez poderia ou não declarar-se presidente eleito ou presidente 'funcional'. Ela criou um vazio de poder que será difícil de preencher, e poderá suscitar uma crise política, caso Nicolás Maduro não consiga garantir a continuidade do chavezismo. Maduro, é um ex-sindicalista do metrô de Caracas (amplamente financiado por Brasília através do BNDES), e enfrenta o desafio de arranjar outro presidente carismático, tão populista e demagógico quanto Chávez, que "fale a língua das classes populares ignorantes e viciadas com o distributivismo estatal do regime" para ganhar base eleitoral.

Outro desafio para o chavezismo é o de contornar a feroz crise econômica no país, causada pela fuga de capitais do país e de mão de obra qualificada (esta responsável pela maioria das dificuldades que atravessa a PDVSA) e o desabastecimento intenso que atinge a população venezuelana, mormente a de menor poder aquisitivo.

Foto de Chávez com suas filhas em seu leito hospitalar em Havana, que muitos consideram uma grosseira montagem..

Chávez tinha regressado de Havana em 18 de fevereiro, sem ser visto ou ouvido por quem quer que seja até o anúncio de seu falecimento. Durante todo esse tempo, reinou a incerteza e a desconfiança entre os venezuelanos, a quem lhes foi mostrado apenas umas poucas fotos do outrora onipresente mandatário ainda em seu leito hospitalar em Havana e rodeado por suas filhas, fotos que muitos dizem ser montagens grosseiras de Photoshop.

O anúncio da morte do caudilho só ocorreu depois que os chefes militares fiéis ao movimento comunista bolivariano se declaram em apoio à continuação do regime pelo governo de Maduro, embora persistissem na exigência de novas eleições presidenciais para breve.

Para distrair a atenção do povo ignaro e mal politizado (por longo tempo sofrendo a catequese comunista de elementos cubanos fortemente disseminados no serviço público do país) chovem "denúncias" de que "a Venezuela tem sido alvo frequente de conspirações dos Estados Unidos", desculpa essa que, no entanto, parece desmoralizada no país, uma vez que os EUA são os principais parceiros econômicos de Caracas. Prudentemente, Barak Obama disse que “pretende manter com Caracas um ‘relacionamento construtivo’”, mesmo em face da expulsão pirotécnica de um diplomata americano acusado de conspiração contra o regime.

A paranoia antiamericana chegou ao cúmulo de fazer com que o próprio Maduro afirmasse que "o câncer de Chávez foi 'inoculado' pelos 'inimigos' do país”. “Não temos dúvida nenhuma de que o comandante Chávez foi atacado com esta enfermidade por agentes norte-americanos, tal como ocorreu com Yasser Arafat […] E já temos pistas o bastante sobre isso e que serão usadas para a devida investigação", disse Maduro. Segundo algumas investigações do Instituto de Radiofísica do Hospital de Lausane, na Suíça, a morte de Arafat pode ter sido causada por um envenenamento com Polônio 210, uma substância altamente radioativa encontrada em seus objetos pessoais.

Tudo, na Venezuela, leva a crer que, havendo novas eleições presidenciais, uma eventual vitória de Capriles, não significará uma passagem de poder tranquila, mesmo que a ocorrência de outro golpe acarrete a saída do país do MERCOSUL por imposição da "cláusula democrática" do bloco, a mesma que ocasionou o afastamento do Paraguai.

O anúncio do falecimento de Hugo Chávez causou em todo o mundo, e principalmente na América latina, reações antagônicas de alegria e alívio para uns e de dor e tristeza para outros.

Enquanto isso, o governo do Irã decretou um dia de luto pela morte de seu aliado, com Ahmadinejad exaltando a figura de Chávez como "anti-imperialista" e herói da América latina.

Ao mesmo tempo, a presidente Dilma Roussef, tomando o cuidado de ressaltar que "nem sempre o governo brasileiro concordou inteiramente com Chávez", veio em cadeia de TV se desmanchar numa sequência de elogios formais chamando Chávez de "amigo do Brasil", onde ficou evidente o interesse ideológico da mandatária em assumir tal posição.

A morte de Hugo Chávez Frías demonstrou um homem que tinha mais medo da morte do que se podia esperar de um ateu comunista, que nos últimos momentos de aferrou à imagem de Jesus Cristo, talvez mais por explorar a intensa religiosidade do povo venezuelano do que por qualquer razão íntima de fé verdadeira.

O certo é que a chamada "solução biológica", com uma mãozinha valiosa da incompetente e atrasada medicina cubana, está sendo vista por muitos como uma dádiva divina capaz de fazer com que a Venezuela se recupere e consiga sair do escuro e profundo buraco em que foi jogada pelo chamado "socialismo do século XXI".
06 de março de 2013

Charges



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Sponhoz


Morte de Chávez aumenta o teor democrático do continente


Multidão acompanha o cortejo levando o caixão de Chávez por Caracas (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Lideranças como Hugo Chávez, Evo Morales e Rafael Correa podem até chegar ao poder sem o apoio das chamadas “elites”, contra as quais vituperam em palanque, diga-se, mas só se mantêm no topo se conseguem conquistar apoios expressivos das camadas que antes hostilizavam

Por Reinaldo Azevedo


Ainda que com outra retórica e com um projeto de poder distinto, mas não necessariamente virtuoso, foi o que os petistas fizeram no Brasil. A suposição de que esses “esquerdistas” governam sem o apoio do que antes chamavam “direita” é uma tolice.

O ditador se vai, e sua herança já começa a ser avaliada. Em que resultou o “modelo alternativo” de Chávez, no qual se ancoram, por exemplo, Bolívia e Equador? O que ele deixou de virtuoso? Uma economia organizada? Não! Instituições democráticas? Não! Paz social? Menos ainda. Pegue-se um exemplo dramático: Caracas é hoje uma das cidades mais violentas do mundo, com mais de 100 homicídios por 100 mil habitantes.

O estado em que Chávez deixa a Venezuela ilustra e antecipa o que acontecerá, mais dia, menos dia, com o Equador e com a Bolívia, com o agravante de que são países ainda mais pobres. Está demonstrado, mais um vez, que não existe alternativa viável ao pluralismo democrático. A Argentina, como se sabe, caminha igualmente para o caos. Ollanta Humala, agora presidente do Peru, que se lançou na política no rastro da retórica chavista, parece — vamos ver — ter operado uma guinada no discurso. Talvez não queira se confundir com a turma do hospício.

A morte de Chávez, como a de qualquer ser humano, não tem de ser comemorada. E muita gente sabe como isso pra mim é caro. Para a democracia e para os povos da América Latina, a sua saída de cena é positiva, sim! A sua obra é a prova mais evidente de que estava errado e de que não representa uma alternativa aceitável à democracia representativa.

Deixa muitas viúvas, inclusive no Brasil. Não são poucos, por aqui, os que queriam que Lula e Dilma o tivessem como inspiração. Felizmente, o PT herdou instituições democráticas sólidas — não quer dizer que não possam ser abaladas — e teve de se comportar dentro das regras do jogo que o elegeu. O partido está permanentemente mobilizado para mudá-las, tentando adaptá-las às suas necessidades e à sua vocação para partido único. Até agora não logrou seu intento.

Com Chavez morto, tem uma inspiração a menos.
06/03/2013


Hugo Chávez, a pior distância entre duas crises




Por Reinaldo Azevedo

Hugo Chávez assumiu o poder na Venezuela em 1999 para um mandato de cinco anos. Acabou ficando 14. Já havia anunciado a pretensão de ficar no poder até 2031 — modestos 32 anos…

Chávez venceu a eleição presidencial de 1998 à esteira de uma profunda crise econômica e política, o que abriu espaço para sua pregação virulentamente populista, nacionalista, socializante e anti-imperialista — um coquetel de coisas ruins, de atrasos. Não houve solução fácil e errada para problema difícil a que não tenha aderido.

Recorreu aos instrumentos que a democracia fornece — eleições, por exemplo — para instaurar o que pode ser chamado, sem exagero, de ditadura, ainda que ela não obedeça ao molde conhecido na América Latina em décadas passadas ou em vigor em vários países do mundo. Existe uma ativa oposição no país, sim — e isso não é o corriqueiro nas ditaduras convencionais. Mas ela está, na prática — e vamos ver por quanto tempo —, impedida de chegar ao poder porque só o “governo bolivariano” tem acesso, por exemplo, às TVs e às rádios. Chávez estatizou a radiodifusão, e a imprensa escrita vive sob severa vigilância.

O coronel morre com as instituições em frangalhos. Foi a pior distância entre duas crises. A economia do país está destruída e depende hoje exclusivamente do petróleo. O estado venezuelano foi ocupado por uma súcia e existe com o propósito de atender aos interesses do chamado grupo bolivariano. O Poder Judiciário está corrompido e é parte desse movimento. Só isso explica o fato de Nicolás Maduro ter se mantido na Presidência. A solução foi escancaradamente inconstitucional — mesmo para os padrões de uma “Constituição Bolivariana”.

Ao longo de 14 anos de poder, em vez contribuir para emancipar boa parte da população dos rigores da pobreza e da miséria, Chávez fez o contrário: cevou os miseráveis com seu assistencialismo agressivo e manteve intocado o ciclo de reprodução da exclusão — só que agora sob o manto protetor do estado.

A pantomima, inclusive a legal, que cercou sua doença e morte denuncia o desastre. O ditador se vai, e o país terá de se ocupar de reconstruir os espaços da interlocução democrática, com as quais ele acabou. Não deixa como herança nem mesmo um partido organizado. Ao contrário: o chavismo é um “movimento”, a que não faltam, prestem atenção!, nem mesmo as milícias armadas.

Em menos de um mês, haverá eleições na Venezuela. É quase certo que Nicolás Maduro, tão carismático quanto uma caixa de isopor, seja eleito. A comoção com a morte do coronel se encarregará de lhe garantir os votos. Aí será a hora e começar a contagem regressiva para o esfacelamento do chavismo — na verdade, já começou.

Será a hora, então, de a oposição entrar em cena, aprendendo a fazer política sem ter mais o ditador como polo aglutinador às avessas. Os que se opõem ao governo terão de buscar o diálogo com as frações que forem se desgarrando do que restar do chavismo para reconstruir o espaço da política, que ele destruiu. A morte do ditador também serve de alerta à América Latina. Trato desse assunto em particular em outro post.

06/03/2013

terça-feira, 5 de março de 2013

Morre Hugo Chávez, 58 anos, e com ele o chavismo



Veja.com
Anúncio foi feito pelo vice-presidente Nicolás Maduro em rede nacional de TV.

Hora anunciada da morte é 16h25. Com ele, morre também seu estilo de governar, que mistura o pior do populismo, do ultranacionalismo, do esquerdismo, do caudilhismo e do ‘socialismo do século XXI’
Doença venceu um político que tentou manter uma imagem de invencibilidade até quando o agravamento de seu estado de saúde já mostrava outra realidade

 
O coronel Hugo Chávez
Juan Barreto/AFP

Em mais de uma ocasião, o presidente Hugo Rafael Chávez Frías disse que pretendia permanecer no poder na Venezuela até 2031. Na tarde desta terça-feria, contudo, as complicações advindas de um câncer na região pélvica abreviaram seus planos: Chávez morreu às 16h25, e com isso teve fim um governo que já durava 14 anos. Junto com Chávez morre o chavismo, que mistura o pior do populismo, do ultranacionalismo, do caudilhismo e do ‘socialismo do século XXI’ - tão nefasto quanto o do século XX. A morte deixa um vácuo difícil de ser preenchido, já que nenhum sucessor tem a mesma ascendência sobre os membros do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e as Forças Armadas, nem o mesmo carisma para conduzir as massas.
Chávez morre aos 58 anos. No início de dezembro, ele viajou a Havana, Cuba, para submeter-se a quarta cirurgia para combater o tumor diagnosticado em junho de 2011 e que nunca foi tratado de maneira inteiramente transparente pelo governo venezuelano – nem mesmo a localização exata do tumor foi revelada. Em 18 de fevereiro deste ano, após 71 dias de ausência, ele anunciou seu retorno à Venezuela pelo Twitter. No entanto, nenhuma imagem do coronel havia sido divulgada desde então. Ele estaria recebendo tratamento no hospital militar da capital, e nesta terça-feira o governo informou que seu estado de saúde havia sofrido uma piora após "nova e severa infecção".

A doença venceu um político que vendia uma imagem de invencibilidade e que tentou mantê-la até quando o agravamento de seu estado de saúde já mostrava que a realidade era outra. O carismático Chávez deverá ser lembrando pelo estilo espalhafatoso – que causou a célebre reação do Rei Juan Carlos, da Espanha, num encontro de governantes: “Por que não te calas?” – e pela maneira como usou uma das ferramentas da democracia, as eleições periódicas, para desmontar instituições e concentrar poderes. Ao longo de mais de seus anos no poder, ele criou uma milícia própria, manobrou para garantir resultados favoráveis em eleições, confiscou empresas, perseguiu opositores e a imprensa e submeteu a Justiça aos seus interesses.

Origens – Nascido em 28 de julho de 1954, o segundo filho de dois professores da cidade venezuelana de Sabaneta, no oeste da Venezuela, chegou a pensar em se dedicar profissionalmente ao esporte mais popular do país, o beisebol. A mudança de rumo veio depois que entrou para o Exército, aos 17 anos, com o objetivo inicial de se mudar para a capital, Caracas, onde seu talento esportivo poderia ser mais facilmente reconhecido.

Acabou mergulhando no campo militar e foi um dos fundadores do grupo que ficou conhecido como Movimento Bolivariano Revolucionário – em homenagem ao líder da independência da Venezuela, Simon Bolívar. Começou então a organizar seus aliados para tomar o poder. A tentativa de golpe fracassada contra o governo de Carlos Andrés Pérez, em 1992, resultou na morte de 18 pessoas e na prisão de Chávez. Depois de dois anos preso, ele foi perdoado pelo presidente Rafael Caldera e libertado em 1994.
Quatro anos depois, o coronel paraquedista assumiu o comando da Venezuela ao ser eleito com 56% dos votos. Diante de um cenário político marcado pela corrupção, Chávez apresentou-se como um representante das classes mais baixas que promoveria uma melhor distribuição da riqueza vinda do petróleo. De fato, a maior fonte de recursos do país financia os programas assistencialistas conhecidos como “misiones”, que consistem basicamente em uma fórmula para distribuir pequenas quantias de dinheiro aos beneficiários. Há misiones de alfabetização de adultos, de cooperativas agrícolas, de atendimento médico e de venda de alimentos subsidiados, entre outras. Todas estabeleceram uma dependência entre a população pobre e a figura onipresente de Chávez.

O medo de perder os benefícios sociais ou um cargo público manteve a população fiel ao coronel, em um estilo de governo batizado por opositores de “medocracia”. A suspeita de que o sigilo do voto poderia ser violado buscava alicerces em momentos como o verificado em 2004, quando aliados do presidente elaboraram uma lista com o nome de todos os venezuelanos que foram a favor da convocação de um referendo contra Chávez. Além disso, ao longo de seus três mandatos consecutivos, outras irregularidades foram relatadas, como mesários votando no lugar dos eleitores ausentes ou permitindo que militantes chavistas acompanhassem eleitores na cabine de votação. Até sua saída de cena, as artimanhas foram alteradas, mas nunca eliminadas.

Trajetória – Logo depois de assumir o poder, Chávez convocou um referendo em abril de 1999, conseguindo autorização popular para eleger os representantes da Assembleia Constituinte que elaboraria a nova Constituição da República Bolivariana da Venezuela, então renomeada. A Constituição acabou com o sistema legislativo bicameral – desde então, o Parlamento é dominado por aliados do presidente. Novas eleições foram convocadas para julho de 2000, e Chávez foi eleito com quase 60% dos votos. Pouco depois, foi aprovada a chamada Lei Habilitante, permitindo ao coronel governar por meio de decretos.

A era Chávez foi um período de intensa polarização no país. Os opositores, vendo na figura do presidente uma ameaça comunista, começaram a alertar a classe média sobre os planos de Chávez de nacionalização de toda a iniciativa privada. O mandatário acusava a oposição de ser “burguesa”, “oligárquica” e influenciada pelo “imperialismo americano”.

As diferenças ficaram evidentes em 2002, quando Chávez demitiu os gestores da PDVSA, substituindo-os por pessoas da sua confiança. A decisão, associada à insatisfação com as medidas como a desapropriação de latifúndios, provocou uma tentativa de golpe de estado. Em protesto, a Fedecámaras, entidade representante dos empresários, convocou uma greve geral para o abril, que terminaria com 13 mortos. O descontentamento com a liderança de Chávez atingiu também alguns setores do Exército, e antigos apoiadores do coronel o abandonaram. No dia 12 de abril do mesmo ano, um grupo de oficiais anunciou que Chávez tinha renunciado e que o presidente da Fedecámaras, Pedro Carmona, havia assumido o comando do país. Mas o plano deu certo apenas por 47 horas. Partidários de Chávez, apoiados por comandantes militares, pediram a volta do mandatário, e Carmona abandonou o posto. Depois de reassumir o posto, Chávez passou a reprimir os meios de comunicação independentes, com a acusação de que eles estariam distorcendo as informações em favor da oposição.

Mas a insatisfação resultou em novos protestos e greve geral, que afetou a produção de petróleo na Venezuela. Afetados pelo problema, os Estados Unidos pressionam a oposição por um acordo com o governo. Em 2003, uma coligação de partidos opositores convocou um referendo sobre a permanência ou não de Chávez no poder. A consulta popular foi realizada no ano seguinte, com a maioria dos eleitores apoiando o presidente – sob acusações de fraude por parte da oposição, que, no ano seguinte, boicotou as eleições parlamentares.

Em dezembro de 2006, Chávez foi reeleito para um terceiro mandato, com quase 63% dos votos. No ano seguinte, decidiu não renovar os direitos de transmissão da emissora de TV mais popular do país, a RCTV. Governando sem oposição no Parlamento, o caudilho ganhou poderes para atuar novamente por meio de decretos. Ainda em 2007, no entanto, sofreu um revés quando os venezuelanos votaram contra a proposta de reforma constitucional que previa, entre outras medidas, o direito de reeleição ilimitada para a Presidência. A derrota foi logo revertida pelo ditador, que convocou no ano seguinte uma nova consulta popular para aprovar o item que lhe permitiria perpetuar-se no poder. A aprovação, mais uma vez, foi feita com amplo uso da máquina pública.

Em 2010, a oposição recebeu a maioria dos votos na eleição parlamentar. Mas Chávez conseguiu garantir mais representantes do PSUV na Assembleia Nacional ao alterar os mapas dos distritos eleitorais, dando mais peso aos votos das zonas rurais, onde tinha mais apoio.

Nas últimas eleições presidenciais, em 7 de outubro de 2012, Chávez voltou a usar a máquina para impor toda sorte de obstáculos à campanha do opositor, Henrique Capriles, governador do estado de Miranda. Logo depois da unificação opositora em torno do nome de Capriles, ele foi punido com um corte no orçamento do seu estado. O governo nacional também tirou de sua administração todos os hospitais e postos de saúde. Ao longo da campanha, Chávez lançou mão do expediente antidemocrático de usar a cadeia nacional de rádio e TV para interromper transmissões de atos políticos de Capriles pelas emissoras. E chegou até mesmo a acusar a oposição de fazer bruxaria contra sua campanha. Divulgado o resultado que assegurou um quarto mandato presidencial ao coronel, a oposição afastou a hipótese de fraude, mas destacou que a campanha fora feita em condições desiguais.

Bufão
– Internamente, Chávez usou com desenvoltura as emissoras de TV para cantar, fazer longos discursos e palhaçadas. Essa personalidade excêntrica também foi apresentada a líderes mundiais em diversas ocasiões. Uma das mais marcantes foi seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2006, quando chamou o presidente americano George W. Bush de “demônio” e recomendou a leitura de um livro de Noam Chomsky, conhecido crítico do governo dos EUA, sobre os perigos do imperialismo americano.

No ano seguinte, no entanto, ele encontrou um interlocutor com pouca paciência. O rei da Espanha, Juan Carlos, disse a Chávez a célebre frase "¿Por qué no te callas?” durante uma Cúpula Ibero-Americana, em Santiago, no Chile. A reação do rei ocorreu depois que Chávez chamou o ex-premiê espanhol José Maria Aznar, um aliado de Bush eleito democraticamente, de "fascista".

As ações de Chávez no exterior, contudo, foram muito além das bravatas. Além de financiar o assistencialismo que deu origem a uma fiel base eleitoral na Venezuela, o dinheiro do petróleo foi usado pelo ditador para comprar aliados na América Latina, como Cuba e Bolívia. O petróleo também estreitou as relações entre a Venezuela e a China. O governo chinês financia projetos na Venezuela e recebe petróleo em troca. Com isso, Chávez pretendia reduzir a dependência dos Estados Unidos, realidade da economia de seu país, a despeito do declarado antiamericanismo do caudilho.

Em nome de alianças, Chávez não se constrangeu ao enviar um navio com petróleo para a Síria em fevereiro de 2012, quando a comunidade internacional tentava isolar o governo de Bashar Assad. Chávez não deixou igualmente de apoiar Mahmoud Ahmadinejad, apesar dos esforços do Ocidente para dissuadir o Irã dos planos de desenvolver armas nucleares.

A tentativa de ampliar sua influência na América Latina – por meios tortos ou equivocados – nunca foi abandonada. Suas ações incluíram financiamento de insurreição em países vizinhos e até a criação da Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas), anunciada em 2005 como uma resposta à Alca, a área de livre-comércio das Américas proposta pelos Estados Unidos. Em outra frente, o coronel foi grande apoiador das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Documentos encontrados em poder da narcoguerrilha colombiana revelaram que a ajuda vinha na forma de dinheiro, guarida, armas e assistência médica.

Uma das últimas intervenções do ditador teve como alvo o Paraguai. Chávez mandou o então chanceler Nicolás Maduro reunir-se com a cúpula das Forças Armadas paraguaias para incitar uma reação a favor de Fernando Lugo, alvo de impeachment em junho do ano passado. As relações entre os dois países estão estremecidas desde então.

Doença — Desde junho de 2011, quando revelou que enfrentava um câncer, Chávez viajou diversas vezes a Cuba para dar continuidade ao tratamento, sem detalhar sua situação. As informações sobre a doença foram desencontradas desde o início — nem o tipo nem a localização dos tumores foram revelados com exatidão. Até mesmo os comentários de Chávez sobre o câncer oscilavam. Em um momento, ele parecia otimista e se dizia “curado”. Em outro, alertava para uma queda de ritmo. Depois, prometia voltar “com mais energia”.

Em novembro de 2012, seis meses depois da última sessão de quimioterapia e após ficar semanas sem aparecer em público, voltou a Cuba para um tratamento especial.

Oficialmente, anunciou que as sessões de oxigenação hiperbárica "consolidariam o processo de fortalecimento" de sua saúde. Depois de ficar mais de uma semana na ilha, voltou à Venezuela. Porém, apenas dois dias depois, informou que viajaria novamente a Cuba para se submeter à quarta cirurgia em 18 meses. Admitiu que a nova intervenção cirúrgica apresentava um risco e, pela primeira, vez falou em um sucessor: o vice-presidente, Nicolás Maduro. Depois meses após o início da internação em Cuba, o governo divulgou fotos do mandatário com as filhas. Ele aparecia sorridente.

Ao longo do tratamento, Chávez apelou para a fé. Durante a Semana Santa de 2012, o ditador venezuelano demonstrou um fervor religioso fora do comum. Logo ele, que costumava condenar a Igreja e sua hierarquia, insultando cardeais, bispos e até mesmo o Vaticano. No feriado religioso, Chávez participou de uma missa em Barinas, sua cidade natal, onde se mostrou um católico devoto.

Chávez casou-se duas vezes. A primeira mulher foi Nancy Colmenares, com quem teve três filhos: Rosa Virginia, María Gabriela e Hugo Rafael.

A segunda foi a jornalista Marisabel Rodríguez, de quem se separou em 2003, com quem teve uma filha, Rosinés. Chávez também teria mantido uma relação amorosa por cerca de dez anos com a historiadora Herma Marksman, enquanto era casado com sua primeira mulher.
05.03.2013

Morre o presidente venezuelano Hugo Chávez


Morreu nesta terça-feira, 5, aos 58 anos, o presidente venezuelano Hugo Chávez.

Ele estava internado em um hospital militar de Caracas após passar dois meses em Cuba tratando um câncer.

Presente na vida política da Venezuela há pelo menos 20 anos, o tenente-coronel da reserva Hugo Rafael Chávez Frias atraiu ódio e amor da população na mesma medida. Seus partidários o viam como o líder que tirou milhões da miséria e reduziu a pobreza de 42% para 9,5%. Os detratores o descreviam como um caudilho populista que vergou ao limite as regras da democracia, eliminando a independência entre os poderes, manobrando programas sociais em troca de votos e perseguindo a imprensa.


Vida política

Chávez apareceu pela primeira vez no cenário político venezuelano ao tentar derrubar o então presidente Carlos Andrés Pérez em um golpe de Estado frustrado, em 1992. O militar foi preso e cumpriu pena por 2 anos. Em 1998, decidiu aderir ao processo democrático. Organizou uma campanha centrada no contato próximo da população mais pobre e foi eleito com 56% dos votos.

Após assumir o poder, propôs alterar a Constituição em um referendo, do qual saiu vitorioso. Ganhou nova eleição em 2000, com quase 60% dos votos. Em 2002, sofreu uma tentativa de golpe, mas ficou apenas dois dias fora do poder. Dois anos mais tarde, venceria um referendo sobre sua saída da presidência.

Com sua reeleição em 2006 e a disparada do preço do petróleo no mercado internacional, aprofundou seu projeto de poder, batizado de socialismo do século 21. Nacionalizou empresas e ampliou os gastos sociais. Na época, a oposição decidiu boicotar as eleições parlamentares, dando controle total do Legislativo aos chavistas.

Em 2007, consultou os venezuelanos sobre o fim da limitação para a reeleição e sofreu sua única derrota eleitoral, revertida depois num referendo.

Em outubro deste ano, foi eleito para um quarto mandato que o credenciava a permanecer por 20 anos seguidos na presidência da Venezuela. Com 55% dos votos, o líder bolivariano havia prometido, durante a comemoração da vitória, ser “um presidente melhor do que tem sido”. Logo após a vitória, Chávez nomeou o então chanceler Nicolás Maduro como seu vice-presidente.

O câncer

O maior abalo de Chávez ocorreu em 2011, quando descobriu que sofria de um câncer pélvico. Os detalhes da doença e do tratamento nunca foram divulgados.

Chávez passou por quatro cirurgias em um ano e meio, a última ocorreu em dezembro de 2012. O presidente chegou a dizer, em 2011, que estava livre do câncer após ser tratado, mas em dezembro de 2012 anunciou que “células malignas” haviam retornado e ele precisaria de mais uma intervenção cirúrgica.

O líder bolivariano foi a Havana novamente para realizar uma nova cirurgia e retornou para Caracas apenas em fevereiro deste ano. Em dois meses, apenas uma foto do presidente foi divulgada. Com isso, a oposição pressionou o governo diversas vezes para que anunciassem a ausência do presidente e convocassem novas eleições, o que não ocorreu.

Milícias fascistoides tentam bater em jornalista. Sentem-se incentivados pelas falas de Gilberto Carvalho e Rui Falcão e estimuladas pelo arremedo de jornalismo financiado por estatais.




Por Reinaldo Azevedo

O jornalista Merval Pereira, colunista no Globo e comentarista do GloboNews, denunciou na sua coluna de domingo, no jornal, algo muito grave.

Na coluna, reproduzida em seu blog, ele conta que foi à inauguração, na sexta-feira à noite, do museu MAR, na praça Mauá, zona portuária do Rio.

Havia lá, informa, vários grupos de protesto.

Os mais ruidosos atacavam a revitalização da área e criticavam a MP dos Portos, que já classifiquei aqui de um dos acertos do governo Dilma.

Muito bem!



Reproduzo, em azul, trecho de seu artigo, intitulado “Meu momento Yoani”.

Leiam com atenção.



“O que esses jovens do PT, do PCdoB, da Juventude Socialista, do PDT, sei lá de onde, queriam dizer é que a revitalização do centro do Rio é uma modernidade que rejeitam. E o que dizer da nova legislação sobre os portos do país? O que está por trás dos protestos, no entanto, é uma nada estranhável, embora exótica, aliança entre órgãos sindicais e empresários que operam os portos sem competição, beneficiando-se de uma reserva de mercado tão ultrapassada quanto prejudicial à economia brasileira.” (…)
As pessoas que saiam da festa de inauguração forçosamente tinham que passar pelos manifestantes para pegar seus carros, e houve momentos em que as agressões verbais chegaram às raias da agressão física. Uma senhora que ia à nossa frente foi chamada de “fascista” por um manifestante, que gritou tão perto do seu rosto que quase houve contato físico. Passei pelo grupo com minha mulher sob os gritos dos manifestantes, e um deles me reconheceu. Gritou alto: “Aí Merval fdp”. Foi o que bastou para que outros cercassem o carro em que estávamos, impedindo que saísse. Chutaram-no, socaram os vidros, puseram-se na frente com faixas e cartazes impedindo a visão do motorista. Só desistiram da agressão quando um grupo de PMs chegou para abrir caminho e permitir que o carro andasse. Foram instantes de tensão que permitiram sentir a violência que está no ar nesses dias em que, como previu o Ministro Gilberto Carvalho, “o bicho vai pegar”. É claro que o que aconteceu com a blogueira cubana Yoani Sanchez nem se compara, mas o ocorrido na noite de sexta-feira mostra bem o clima belicoso que os manifestantes extremistas estão impondo a seus atos supostamente de protesto.

(…)



Voltei


Muito bem, meus caros. Já volto à manifestação. Antes, algumas outas considerações. Nesta segunda, Rui Falcão, presidente do PT, participou da abertura do Congresso Nacional de Trabalhadores Rurais da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura).

Esse modelo em que o chefe do partido fala a uma categoria que está sob a tutela da legenda tem história: é de inspiração fascista.

Não é assim porque eu quero. É assim porque é o que informa a história. Falcão aproveitou a oportunidade para, mais uma vez, pregar o que os petistas chamam “democratização da mídia”, demonizado, uma vez mais, a imprensa brasileira.

“Democratização”?


A fala acontece três dias depois de o Diretório Nacional do PT ter divulgado uma resolução que trata do mesmo assunto. No documento, a referência para a tal “democratização” são as propostas contidas no Fórum Nacional de Democratização da Comunicação.

No sábado de manhã, escrevi um post a respeito. Demonstrei que o tal fórum defende, sem meias-palavras, que os “representantes da sociedade civil” — valer dizer: os petistas — controlem o conteúdo do que é veiculado pela imprensa. Assim, o que o PT chama democratização é, em verdade, ditadura partidária. É simples assim.



Pois bem…

A violência retórica do petismo contra a imprensa tem crescido. Órgãos financiados pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal hostilizam abertamente os jornalistas considerados “de oposição” — ou incômodos ao governo — e abrem suas respectivas áreas de comentário às manifestações explícitas de ódio.

Reitero: não se trata de exercício da divergência, por mais dura e azeda que fosse.

Não!

É satanização mesmo, com estímulo ao linchamento.

Lá do Palácio do Planalto, no ano passado, Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, avisou:

“Em 2013, o bicho vai pegar”.



E está pegando. Como se vê, dados a fala de um ministro de estado, a permanente pregação dos petistas contra a imprensa e o incentivo do subjornalismo chapa-branca (que, reitero, publica comentários os mais desvairados, incentivando o pega-pra-capar), os ditos “militantes” decidiram partir para a ação direta. Antes, eles só protestavam, gritavam, xingavam.

Agora não!

Impunes, certos de que nada vai lhes acontecer, eles decidiram que é hora de começar a espancar aqueles de que discordam.

É uma nova fase da sua “luta”.



Já não bastam mais as tentativas de linchamento moral; já não bastam mais as correntes organizadas de difamação na Internet. E olhem que eles se especializaram nisso!

Como revelou reportagem da mais recente edição de VEJA, o rapaz que desenvolveu um programa, um método mesmo, para achincalhar os adversários do PT (ou os assim considerados pelo partido) é funcionário do deputado André Vargas (PT-PR), vice-presidente da Câmara.


Seu nome é André Guimarães.

Ele já vende seus serviços a quem estiver disposto a comprar.

A depender do pacote, pode custar de R$ 2 mil a R$ 30 mil.

Então ficamos assim: as estatais pagam a rede suja, e a Câmara paga um expert em difamação.

Não é mais o suficiente.



Também isso tem história. Também isso obedece a uma gradação. Ao discursar para uma multidão no dia 10 de fevereiro de 1933, 11 dias depois de Hitler ter se tornado chanceler da Alemanha, Goebbels anunciou uma guerra contra a imprensa dos “judeus insolentes”.

Em sua fala, fica evidente que a máquina difamatória contra os inimigos era apenas a primeira etapa do processo.

E ele anunciava ali: “Um dia nossa paciência vai acabar e calaremos esses judeus insolentes, bocas mentirosas!” Quando “a paciência” dos nazistas acabou, a gente sabe bem o que fizeram.



Então é isto: – a paciência de Gilberto Carvalho conosco acabou;


– a paciência de Rui Falcão conosco acabou;


– paciência da subimprensa a soldo conosco acabou.


Agora é chegada a hora de calar, na porrada, a boca dos “judeus insolentes”, que somos nós.


É uma vergonha, presidente!


É claro que ninguém vai encontrar nas palavras de Carvalho ou de Falcão o incentivo explícito à pancadaria — até porque isso ensejaria processo judicial.

O mesmo se diga daquela gente financiada por estatais.

Mas é óbvio que eles todos, juntos, formam o caldo de cultura que conduz a essa intolerância — que começa a crescer também dentro das redações, é bom que saibam — nesse caso, ninguém bate em ninguém; não ainda.

Mas as ideias já começaram a ser impiedosamente espancadas; a liberdade de expressão já está sob permanente assédio.



Em recente evento do PT, lá estava fazendo o seu trabalho uma jornalista de TV.

Assim que um dos chefões petistas fez um ataque à “mídia” e à sua suposta parcialidade, uma idiota gritou:

“Fulana de Tal está Aqui!!!”

Deixassem a coisa por conta dela, a repórter poderia apanhar ali mesmo.

Foi o que aconteceu com Merval.

Essa é a democracia deles — aquela em que as pessoas de que discordam são linchadas.

Jamais se viu um democrata propor algo parecido. Já os comunas e os fascistas — essencialmente iguais, é bom notar — não podem tolerar a divergência.

Inimigo é para ser esmagado!


Não adianta Dilma fazer cara de paisagem e fingir que não tem nada com isso.

Tem, sim, presidente!

Todos têm o dever de zelar pelas leis e pela Constituição, mas ao presidente da República é reservado também o papel de liderança moral, não de chefe de facção.

Essa história de que ela nada pode no partido é, lamento!, mera conversa mole de quem está na zona de conforto.

Se não tem como impedir a pregação bucéfala dos petistas, tem ao menos como censurá-la. Ademais, enquanto dinheiro publico continuar a irrigar campanhas organizadas de difamação, que já começam a resultar em agressão física, Dilma tem, sim, “a ver com isso”.



Não é bom, presidente!

Não, presidente, isso não é bom! Não é bom para o país por razões que me dispenso de explicar. E não é bom também para a sua candidatura. A corrida nem começou, mas a violência retórica já alcança dimensões estúpidas.

Aqui e ali, já começa a haver sinais de que setores importantes da sociedade estão se cansando do autoritarismo petista.

O caso de Yoani Sánchez, evocado por Merval, foi exemplar, não é?

A tramoia contra aquela moça contou com a participação de um assessor do governo (e com o apoio técnico de um funcionário de um figurão do PT), e nada aconteceu.


“Esse Reinaldo! Os caras que tentaram agredir Merval, que chutaram seu carro, estavam também contra a MP dos Portos, editada pela própria Dilma…”

Eu sei.

Esses grupos sempre são livres para divergir à esquerda… Isso é lá com eles, problema interno. Eu estou cuidando aqui é da tolerância com o “outro”.


Nos textos que escrevi sobre Yoani, afirmei, está em arquivo, que a blogueira cubana era apenas a primeira da fila e que os fascistoides estavam se preparando para espancar também os adversários nativos.

Eis aí. Dilma não precisa nos cobrir de beijos, como faz com “Chalitinha”.

Basta que faça cumprir a Constituição da República Federativa do Brasil.






05/03/2013