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sábado, 12 de junho de 2010

SERRA VAI AO PONTO: A DEFESA DA DEMOCRACIA, DO ESTADO DE DIREITO, DA LIBERDADE DE IMPRENSA E CONTRA O ESTADO APARELHADO E POLICIAL



Por Reinaldo Azevedo

O PSDB lançou oficialmente a candidatura de José Serra à Presidência da República, na convenção realizada em Salvador. Serra fez um
discurso bastante crítico ao governo Lula, especialmente nos temas que dizem respeito à democracia e ao estado de direito.

Discursos dessa natureza são pensados com alguma antecedência, e o do candidato tucano foi escrito certamente antes de saber a manchete da Folha neste sábado: ela deixa claro que o dossiê armado pela canalha dos novos aloprados atingia também Eduardo Jorge Caldas Pereira, vice-presidente do PSDB.

E, como de hábito, recorrendo a ilegalidades e à máquina do estado, tornada máquina policial, para transformar inocentes em culpados, tentando fazer com que o jogo político seja decidido nas esferas do submundo.

Abaixo, uma seleção dos temas abordados por Serra, com trechos do discurso:

DEMOCRACIA

Acredito na democracia, e isso não é uma crença de ocasião. Muitos políticos ou partidos que se apresentam como democratas desdenham a democracia nas suas ações diárias. Mas, ao contrário de adversários políticos, para mim, o compromisso com a democracia não é tático, não é instrumental. É um valor permanente. Inegociável.


ESTADO DE DIREITO

Não é com o menosprezo ao Estado de Direito e às liberdades que vamos obter mais justiça social duradoura. Não há justiça sem democracia, assim como não há democracia sem justiça.



LIBERDADE DE IMPRENSA

Acredito na liberdade de imprensa, que não deve ser intimidada, pressionada pelo governo, ou patrulhada por partidos e movimentos organizados que só representam a si próprios, financiados pelo aparelho estatal. Não aceito patrulha de idéias - nem azul nem vermelha. A sociedade é multicolorida, multifacetada, plural. E assim deve ser.


ORGANIZAÇÕES PELEGAS

Acredito na liberdade de organização social, que trabalhadores e setores da sociedade se agrupem para defender interesses legítimos, não para que suas entidades sirvam como correia de transmissão de esquemas de Poder. Organizações pelegas e sustentadas com dinheiro público devem ser vistas como de fato são: anomalias.


UM PAÍS SEM LUIZ 14

Acredito que o Estado deve subordinar-se à sociedade, e não ao governante da hora, ou a um partido. O tempo dos chefes de governo que acreditavam personificar o Estado ficou pra trás há mais de 300 anos. Luis 14 achava que o estado era ele. Nas democracias e no Brasil, não há lugar para “Luíses” assim.



INTIMIDAÇÃO DA OPOSIÇÃO

Acredito que a oposição deve ser considerada como competidora, adversária, e não como inimiga da pátria. E, num regime democrático, jamais deve ser intimidada e sofrer tentativa de aniquilação pelo uso maciço do aparelho e das finanças do Estado.


PATRIOTISMO DEMOCRÁTICO

Acredito que a disputa partidária e eleitoral não deve sobrepor-se aos interesses do Brasil e dos brasileiros. Somos irmãos na pátria e, juntos, temos obrigação de construir um País melhor. Eu sempre agi assim. Sempre acreditei no patriotismo democrático e adotei a colaboração de quem tinha o que somar, independente da carteirinha partidária.


O BRASIL E OS DITADORES

Acredito nos direitos humanos, dentro do Brasil e no mundo. Não devemos elogiar continuamente ditadores em todos os cantos do planeta só porque são aliados eventuais do partido de governo. Não concordo com a repressão violenta das idéias, a tortura, o encarceramento por ideologia, o esmagamento de quem pensa diferente.


CONGRESSO NACIONAL

Acredito no Congresso Nacional como a principal arena do debate e do entendimento político, da negociação responsável sobre as novas leis, e não como arena de mensalões, compra de votos e de silêncios.


JUSTIÇA

Acredito no valor da Justiça independente, que obedece, mas não faz, às leis e é guardiã do nosso Estado de Direito. E prezo as instituições que controlam o Poder Executivo, como os Tribunais de Contas e o Ministério Público, que nunca vão ser aprimoradas por ataques sistemáticos de governos que, na verdade, não querem ser controlados.


CORRUPÇÃO

Acredito que são os homens que corrompem o poder e não o poder aos homens. Quem justifica deslizes morais dizendo que está fazendo o mesmo que outros fizeram, ou que foi levado a isso pelas circunstâncias, deve merecer o repúdio da sociedade. São os neo-corruptos.

“NÃO TENHO PADRINHOS”

Não tenho esquemas, não tenho máquinas oficiais, não tenho patotas corporativas, não tenho padrinhos, não tenho esquadrões de militantes pagos com dinheiro público. Tenho apenas a minha história de vida, minha biografia e minhas idéias. E o apoio de vocês que me conhecem e compartilham minhas crenças.


A ORIGEM POBRE E O USO POLÍTICO DESSA CONDIÇÃO


Venho de uma família pobre. Vim de baixo. Sempre falei pouco disso, e nunca com o objetivo de legitimar meus atos ou de inflar o mérito eventual dos meus progressos pessoais ou de minhas ações como político. Eu sou o que sou. Sem disfarces e sem truques. Tenho uma cara só e uma só biografia. E é assim que eu sou, é assim que eu vou me expor ao Brasil.


“GANHEI DINHEIRO VENDENDO LARANJA E DANDO AULA DE MATEMÁTICA”

Ainda criança, na minha vizinhança, vi gente morrer sem assistência médica, vi brasileiros com deficiência jogados ao Deus dará. Passei a andar sozinho de bonde e de ônibus lotados, como sardinha em lata, desde oito ou nove anos de idade. Ganhei dinheiro, quando criança, vendendo laranja. Quando jovem, dando aula de matemática. Eu sei onde o calo aperta. Eu sei como é a vida real das famílias pobres deste país, pois sou filho de uma delas.


“NÃO CAI DE PÁRA-QUEDAS”

Não comecei ontem e não caí de pára-quedas. Apresentei-me ao povo brasileiro, fui votado, exerci cargos, me submeti ao julgamento da população, fui aprovado e votado de novo. Assim foi em cada degrau, em cada etapa da minha vida. Isso demonstra meu respeito pela vontade popular. 80 milhões de votos ao longo da vida pública - 80 milhões de vezes brasileiros me disseram sim, siga em frente que nós te apoiamos.


SEGURANÇA PÚBLICA E TRÁFICO

A maioria dos brasileiros quer Segurança para suas famílias, quer que o governo federal assuma de vez, na prática, a coordenação efetiva dos esforços nessa área, ou o Brasil não terá como ganhar a guerra contra o crime. Eu também quero isso. A maioria dos brasileiros quer se ver livre do tráfico de drogas, que fomenta o crime, destrói o futuro de jovens e de suas famílias. Quer a recuperação dos dependentes químicos. Eu também quero.


MEIO AMBIENTE

A maioria dos brasileiros quer um meio ambiente saudável, cada vez mais limpo, onde o ar que respiramos e a beleza de nossas terras e florestas sejam protegidos. Eu também quero.


TRÊS RECORDES

Temos de afastar-nos de três recordes internacionais que em nada nos ajudam a satisfazer nossas necessidades e preencher nossas esperanças: o Brasil hoje tem uma taxa de investimento governamental das menores do mundo, a maior taxa de juros reais do mundo e a maior carga tributária de todo o mundo em desenvolvimento.


COMPROMISSO NA ECONOMIA

Na economia, meu compromisso é fazer o Brasil crescer mais e mais rapidamente. Vamos abrir um grande canteiro de obras pelo Brasil inteiro, como fizemos em São Paulo. Estradas, portos, aeroportos, trens urbanos, metrôs, as mais variadas carências na infra-estrutura serão enfrentadas sem os empecilhos das ideologias que nos impedem de dotar o Brasil das do capital social básico necessário. É a falta de infra-estrutura que cria gargalos para o crescimento futuro e ameaça acelerar a inflação no presente.


COMPROMISSO NA EDUCAÇÃO E NO BOLSA FAMÍLIA

Não vou exaurir aqui as propostas para as diferentes áreas. Já as tenho feito pelo Brasil afora. Mas faço questão de explicitar três compromissos com a Educação. O primeiro é dar prioridade à qualidade do ensino, que exige reforçar o aprendizado na sala de aula, começando por colocar dois professores por sala da primeira série do Ensino Fundamental.

O segundo, é criar mais de 1 milhão de novas vagas em novas escolas técnicas, com cursos de um ano e meio de duração, de nível médio, por todo o Brasil.

O terceiro é multiplicar os cursos de qualificação, mais curtos, para trabalhadores desempregados. Vejam o que fizemos em São Paulo. Vamos fazer muito mais em todos os estados do Brasil.

E reforçaremos o Bolsa Família, dando uma ajuda de custo para os jovens cujas famílias dependem desse programa, para que possam se manter enquanto fazem os cursos profissionalizantes.


COMPROMISSO NA SAÚDE

Dou outro exemplo de projeto, para a Saúde: vamos ter, ao final de dois anos, em todos os Estados, 150 AMEs, Ambulatórios Médicos de Especialidades, policlínicas com capacidade realizar 27 milhões de consultas e fazer 63 milhões de exames por ano.


OTIMISMO

Nunca estive tão seguro a respeito do quê e de como fazer para que o nosso Brasil vença seus problemas. Sei o que fazer para que o nosso Brasil aumente a prosperidade econômica dos brasileiros de forma sustentada. E, importante, para que se obtenha mais progresso social para todos os que trabalham, para os desamparados e para que o nosso País assegure oportunidades aos nossos jovens.


sábado, 12 de junho de 2010

Uma derrota desnecessária do Brasil


Com a aprovação, pelo Conselho de Segurança da ONU, de novas e mais duras sanções ao Irã, completa-se uma das mais desastrosas ações da política externa brasileira, na linha do antiamericanismo militante comandada pelo Itamaraty do B.

A votação foi 12 a 2, com uma abstenção. Votaram a favor os cinco membros permanentes do Conselho, inclusive Rússia e China, tradicionais aliados do Irã.

Votaram contra Brasil e Turquia, que insistem no acordo sobre o programa nuclear iraniano fechado em maio, em Teerã. Sobrou, para o Brasil, uma derrota amarga.

O governo brasileiro apostou numa aproximação com Teerã que abrisse caminho para negociações e dividisse o Conselho de Segurança na votação das sanções. O que não aconteceu.

O país ficou lamentavelmente isolado numa questão chave para a comunidade internacional. Esta arcou, a despeito dos esforços de Brasil e Turquia, com a responsabilidade de tentar frear o acesso a armas nucleares de um país liderado por uma fanática ditadura religiosa, que tem entre seus clientes habituais movimentos terroristas como o Hamas, na Faixa de Gaza, e o Hezbollah, no Líbano.

Pior para o Brasil, pois a Turquia demonstrou ter ao menos uma estratégia: sua aproximação com o Irã, em oposição frontal aos EUA e à União Europeia, diminui a resistência a Ancara no mundo árabe, aparando arestas que vêm do tempo do Império Otomano.

Não que os árabes morram de amores pelo Irã (Pérsia).

Mas quem é inimigo de meus inimigos…

As novas sanções autorizam qualquer país a inspecionar cargas que entrem e saiam do Irã; ampliam o embargo militar a novos tipos de armas convencionais e mísseis; tornam mais restrito o acesso do Irã à tecnologia nuclear; acrescentam mais instituições financeiras à lista negra; e pedem vigilância em negócios com qualquer organização ligada à Guarda Revolucionária, o mais importante pilar do regime.

O Irã reagiu de modo esperado, dizendo que continuará com suas operações para enriquecimento de urânio e ameaçando rever suas relações, que já não são boas, com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

A decisão do Conselho de Segurança aumenta a pressão diplomática da comunidade internacional sobre o país, mas este tem sido criativo para driblar as sanções. Sua companhia estatal de navegação, por exemplo, usa o expediente de trocar nomes, bandeiras e operadores de seus mais de 100 navios para escapar às inspeções, segundo o “New York Times”.

Neste ano eleitoral, aguça-se a postura antiamericana do governo Lula, presente também na birra contra a volta de Honduras à OEA, outra parada perdida pelo governo brasileiro ao apoiar o presidente deposto, Manuel Zelaya, da cota de Hugo Chávez.

Honduras já elegeu um novo presidente e a OEA, por proposta dos EUA, criará uma comissão para estudar o reingresso do país.

Ao comentar a vitória na ONU, a secretária de Estado, Hillary Clinton, deixou aberta uma fresta para Brasil e Turquia prosseguirem as gestões diplomáticas, agora para Teerã abrir seu programa nuclear à inspeção, o que permitiria levantar as sanções – uma saída honrosa.

Mas, a julgar pelas primeiras declarações do presidente Lula, de que as sanções foram “um erro” da ONU, é pouco provável que ele leve o Brasil a se reabilitar na linha sugerida por Hillary. O Planalto, pelo jeito, insistirá no erro. Que, entre outros efeitos, coloca o país mais distante do assento de titular no CS.
10 de junho de 2010

Roteiro adaptado - Dora Kramer


Por Dora Kramer

Ao presidente Luiz Inácio da Silva já não basta infringir a lei de maneira explícita nem debochar dos tribunais de forma desabrida. Para tentar ganhar a eleição não hesita e agora simplesmente inventa que é um exemplar cumpridor da lei cercado por adversários infratores.

É bem verdade que o presidente nestes dois mandatos nunca deu um só exemplo de bom comportamento no campo da moral e da ética. Sempre que teve uma chance firmou ao lado do mau combate.

Defendeu o uso do caixa 2, amenizou responsabilidades de todos os notórios em revista, deu cheque branco a quem não deveria, beijou a mão de quem não merecia, afagou quem teve o mandato interrompido condenado por toda a sociedade, contemporiza com todos os ditadores do planeta, seguramente nunca antes neste País um presidente da República cometeu tantas e tão reiteradas infrações à legislação eleitoral.

Ao ponto de ser multado cinco vezes pelo Tribunal Superior Eleitoral. Colegiado este que não nutre especial gosto por punições rigorosas a autoridades de altíssima patente. Tanto é que deixou que o presidente Lula pintasse e bordasse bastante antes de começar a puni-lo.

Assim mesmo foi preciso que Lula praticamente implorasse pelas multas, solapando a autoridade da Justiça com suas zombarias de auditório.

É certo que todos já estamos bastante acostumados com a ausência de modos da parte do presidente, fato visto como positivo por gente que acha que quanto mais sem educação o jeito, quanto mais chulas as expressões, quanto maior o menosprezo às normas de civilidade para alcançar os objetivos pretendidos, tanto mais parecido com o “povo brasileiro” o presidente será.

Qual o ganho que isso rende mesmo à sociedade, qual o avanço concreto que isso traz ao Brasil não ficou esclarecido até hoje. Popularidade? Sim, serve a Lula, ao PT, ao PMDB e aos tantos partidos penduricalhos para ganhar eleição.

Mas o que a nação perde em termos de valores tendo a impostura como prática de um presidente da República não interessa como tema de discussão. Em país democrático com instituições e sociedade saudáveis é uma distorção.

É como se o que se vê e o que acontece não valesse nada, tudo perdesse o efeito só porque o presidente diz ao contrário.

Note-se a declaração de ontem por inteiro: “Cabe ao presidente da República ser o exemplo no cumprimento das leis. Agora, é importante que a gente fique atento (sic), porque estou cheio de adversários que, com a preocupação de querer me enfrentar na campanha, começam a querer ganhar o jogo no tapetão, e este país vai exercitar a democracia até o fim.”

E acrescentou: “Acho que todos nós temos que cumprir a lei, todos nós temos um ritual de campanha permitido e proibido pela legislação. Acho que ninguém quer transgredir a lei. Se houver excesso, claro que cada um de nós tem que ser punido, mas tenho ouvido gente falando demais, fazendo insinuações demais e interpretações demais.”

Começando pelo fim: 1. Ninguém fala mais que o próprio presidente Lula. 2. Se as “insinuações” são os avisos da Justiça e do Ministério Público sobre possíveis consequências futuras dos ilícitos cometidos agora, o presidente já parece orientado por advogados a tentar amenizar os seus efeitos.

3. Não é verdade que a transgressão tenha sido involuntária. Foi proposital como demonstram as repetidas reincidências. 4. Não há ameaças à democracia. 5. O fato de os adversários recorrerem à Justiça é instrumento de defesa e não recurso para “ganhar no tapetão”. Inclusive porque ação judicial em si não rende voto.

A menos que Lula esteja preparando o terreno para se fazer de vítima caso a Justiça Eleitoral venha a tomar atitude mais rigorosa em relação à candidatura de Dilma Rousseff. Caso isso aconteça será para a oposição o pior dos mundos.

Mas que fique bem claro: terá sido em função do golpe baixo de primeiro antecipar a campanha e depois imaginar que a Justiça Eleitoral aceitaria o fato consumado na marra, pois não teria coragem de enfrentar a popularidade de Lula para fazer cumprir lei.

Ave, Lula


Ave, Lula

A maior virtude da democracia não é a de nos conceder a faculdade de optar pela escolha certa, mas sim a de nos garantir o permanente direito de poder corrigir a escolha errada.


Felizmente, 3 de outubro de 2010 nos espera.


José Danon
O Estado de S.Paulo

Para a maioria dos brasileiros, já tão acostumados à demagogia tradicional do discurso de seus políticos, não desperta surpresa o exótico comportamento de Lula em suas frequentes e folclóricas manifestações públicas em exibição nos cenários nacional e internacional.

Mas no exterior esse tipo de atitude não contribui favoravelmente para melhorar a imagem de seriedade e estabilidade político-institucional que o Brasil pretende cultivar. O mundo não vê grande diferença entre as excentricidades de um Lula ? que se propõe a resolver, munido somente de charme tupiniquim, impasses diplomáticos internacionais históricos e milenares de grande complexidade ? ou de um folclórico Idi Amin Dada de triste memória, que afirmava, para o entretenimento de sua plateia global, ser capaz de se comunicar verbalmente com crocodilos.

No caso de Idi Amin, o artifício de se mostrar propositalmente extravagante se justificava em razão de que suas esquisitices faziam parte de um estratagema publicitário que lhe permitia alcançar a visibilidade desejada. No caso de Lula, além do visível objetivo de promoção pessoal, esse comportamento não tem nenhum outro sentido prático, ao contrário. Sua atuação tem contribuído para a desconstrução dos esforços diplomáticos de pacífica e progressista convivência que historicamente orientam nossas relações exteriores. Um sintético retrospecto das recentes peripécias da diplomacia deste governo faz crer que nossa política externa, outrora objetiva e responsável, se encontra hoje em mãos de condutores de maturidade política e de eficácia igualmente questionáveis.

Com Honduras, tivemos o fiasco diplomático resultante da desastrada intervenção brasileira, apoiando e dando abrigo em nossa embaixada a um presidente que pretendia se eternizar no poder e, ao final, foi devidamente substituído por um sucessor democraticamente eleito.

Com a Itália, um inexplicável esforço para dar guarida a um ex-guerrilheiro condenado por diversos assassinatos pela Justiça de seu país, criando um impasse diplomático absolutamente desnecessário com um importante e tradicional aliado comercial e político.

Com a Venezuela, o inexplicável apoio pessoal de Lula ao déspota Hugo Chávez, que ampara guerrilheiros, censura a imprensa e prende opositores políticos, e que Lula, curiosamente, defende como exemplo de liderança democrática (certamente aferido por sua visão pessoal ? e esperamos que intransferível ? do que seja democracia).

Em Cuba, seu apoio incondicional ao ditador Fidel Castro, no poder, de fato, há 51 anos. Recentemente, por ocasião da morte de Orlando Zapata, prisioneiro político em greve de fome nos calabouços cubanos, Lula logrou a façanha de proferir uma das declarações mais infelizes e polêmicas já protagonizadas por um presidente brasileiro no exterior, culpando a vítima por sua própria morte, ao "deixar-se morrer". Sua bizarra declaração foi unânime e globalmente criticada, até por seus aliados políticos.

Lula foi também o mentor do perdão de dívidas de outros países com o Brasil, ignorando carências internas gritantes. São cenas cotidianas o nosso sistema viário abandonado, hospitais inoperantes, escolas desamparadas, prisões comandadas por prisioneiros, barracos de papelão servindo de moradia a trabalhadores que pagam os impostos que vão financiar metrôs e armamentos na Venezuela, hotéis em Cuba, casas de alvenaria na Bolívia e empregos no Paraguai, no Equador, em Moçambique, na Nigéria, em Cabo Verde, na Nicarágua e no Gabão. O total das dívidas perdoadas desses países foi de R$ 1,62 bilhão, quantia suficiente para atender ao reajuste dos aposentados, que o governo afirma não ter recursos para honrar. Está também doando como ajuda à Grécia mais de R$ 567 milhões, além de emprestar R$ 17 bilhões ao FMI sem haver sido convidado a fazê-lo.

Conta-se que os Césares de Roma traziam a seu lado nas bigas, ao desfilarem em seu triunfante retorno das batalhas, uma pessoa que teria a única função de sussurrar repetidamente em seus ouvidos: "Lembra-te de que és mortal, ó César." Como contrapartida ao clamor da multidão que poderia levá-los a olvidar-se de sua condição humana e acreditar-se divinos, esse chamado tinha o objetivo de reconduzi-los à realidade, lembrá-los de sua própria finitude, restabelecendo assim a normalidade das coisas.

Talvez nos falte alguém que ao lado desse homem visivelmente deslumbrado pelo poder, seduzido pelo afago dos indefectíveis aduladores e de questionável preparo para o exercício de uma função tão complexa, repita ao seu ouvido, de tempos em tempos: "Meu senhor, o senhor é só presidente. Lembre-se de que seu cargo é temporário, ó Lula."

Um presidente que descumpre as leis que não lhe agradam e debocha das sanções que lhe são aplicadas está desprestigiando os fundamentos em que se baseia o sistema democrático, nossa única garantia real de liberdade. Deve-se questionar se quem dá tão pouco valor às regras institucionais que regem a democracia poderá merecer representá-la. Em breve saberemos se a "herança maldita" é a que foi recebida por este governo ou a que será deixada por ele.

Afortunadamente, no bojo da própria arquitetura concepcional, formal e dinâmica da ideia de democracia reside, assim como um antídoto guardado no estojo do veneno, o elemento de correção das possíveis ameaças à sua viabilidade: a obrigatoriedade intransigente e inegociável da reavaliação periódica de sua evolução.

A alternância no poder não pretende ser o elixir de mirabolantes propriedades para a cura de todos os nossos males, mas o nutriente que nos permite sobreviver para que possamos ter a liberdade de errar quantas vezes forem necessárias.

Vale lembrar que a maior virtude da democracia não é a de nos conceder a faculdade de optar pela escolha certa, mas sim a de nos garantir o permanente direito de poder corrigir a escolha errada.

Felizmente, 3 de outubro de 2010 nos espera.

ECONOMISTA

11 de junho de 2010

Que espécie de gente serão esses 5% que não acham o governo Lula nem ótimo nem bom?

Esses estranhos 5%

Que espécie de gente serão esses 5% que não acham o governo Lula nem ótimo nem bom?

O repórter que propôs investigá-los (no sentido de pesquisar,conhecer,tentar entender, como ele bem explicou), pode encontrar algumas boas pistas aqui.Eles podem ser:

1) Pessoas que acreditam que a democracia não é apenas o governo das maiorias, mas também e principalmente o que não discrimina as minorias e as respeita, garantindo seus direitos constitucionais de manifestação e expressão.

2) Pessoas que não concordam que a atual política externa seja responsável, altiva e independente, mesmo que os outros 95% achem isso.Elas têm todo o direito de achar que é uma política aventureira,irresponsavelmente jactanciosa, longe das tradições da diplomacia brasileira, e afastada de seus valores básicos, que sempre foram os de não apoiar regimes de exceção, autoritários e ditatoriais.

3) Pessoas que acreditam que o atual ciclo de crescimento do País não começou com um estalar de dedos de um ser divino e providencial,mas é resultado de um processo que teve início em governos que se dedicaram a implantar os fundamentos de um crescimento sustentado, fundamentos esses que foram incontestavelmente assimilados, respeitados e mantidos, apesar das promessas - ou ameaças -em contrário.

4) Pessoas que acreditam que a ética e a honradez na política são valores que não podem ser desprezados.

5) Pessoas que sabem reconhecer que a divergência de idéias faz parte do processo democrático e são contrárias a qualquer tipo de controle da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão.

6) Pessoas que acreditam que a melhora dos índices sociais,a melhor distribuição de renda, o acesso de todos a uma educação de qualidade, não precisa ser feita através da instituição de um tipo reverso de discriminação social e racial, que institua o rancor e o ódio entre pessoas,grupos étnicos e classes sociais,separando em vez de unir a Nação.

7) Pessoas que acreditam que todos são iguais perante a lei e que ninguém está acima dela, e que, portanto, ninguém pode transgredi-la impunemente.

8) Pessoas que acreditam que debochar das instituições é um mau exemplo e uma agressão à democracia, principalmente quando parte de quem é responsável pela salvaguarda dessas instituições.

9) Pessoas que acreditam que a popularidade do presidente da República é um indicador inequívoco de apoio popular, mas que não acreditam que isso seja uma franquia para ultrapassar os limites da lei.Um presidente não pode tudo, ao contrário do que achava Richard Nixon.

10) Pessoas que acreditam que o presidente da República é um magistrado, e como tal deve comportar-se durante todo o tempo de seu mandato, inclusive durante uma campanha eleitoral.

São valores mais ou menos básicos, simples e fundamentais, mas possivelmente tão exóticos, nos dias de hoje, que só seja possível encontrá-los entre esses estranhos 5% de brasileiros.Pode até ser que não sejam pessoas “em fase de desespero diante das últimas pesquisas da campanha eleitoral”, mas gente tão normal e digna quanto os outros 95%.

Sandro Vaia é jornalista. Foi repórter, redator e editor do Jornal da Tarde, diretor de Redação da revista Afinal, diretor de Informação da Agência Estado e diretor de Redação de “O Estado de S.Paulo”.

É autor do livro “A Ilha Roubada”, (editora Barcarolla) sobre a blogueira cubana Yoani Sanchez..
 

EQUIPE DE INTELIGÊNCIA DA PRÉ-CAMPANHA DE DILMA INVESTIGOU VICE-PRESIDENTE DO PSDB INFORMAÇÕES SÓ ESTÃO DISPONÍVEIS NA RECEITA FEDERAL "É UM ABSURDO", AFIRMA EDUARDO JORGE

Dossiê traz dados sigilosos da Receita contra tucano


EQUIPE DE INTELIGÊNCIA DA PRÉ-CAMPANHA DE DILMA INVESTIGOU VICE-PRESIDENTE DO PSDB INFORMAÇÕES SÓ ESTÃO DISPONÍVEIS NA RECEITA FEDERAL "É UM ABSURDO", AFIRMA EDUARDO JORGE


LEONARDO SOUZA

DE BRASÍLIA

A "equipe de inteligência" da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência levantou e investigou dados fiscais e financeiros sigilosos do vice-presidente-executivo do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira.
O grupo obteve documentos de uma série de três depósitos na conta de EJ no valor de R$ 3,9 milhões, além de outras informações de seu Imposto de Renda.

Os papéis integram um dossiê elaborado por um time de espionagem que começava a ser montado com o aval de uma ala da pré-campanha de Dilma.

A equipe reuniu três conjuntos de documentos. Dois tinham dados, respectivamente, sobre um aliado de José Serra (PSDB) investigado pela CPI do Banestado (2003-2004) e de negócios atribuídos à filha do tucano.

Agora, a Folha teve acesso às informações da terceira pilha de papéis, com dados fiscais e financeiros confidenciais de EJ disponíveis somente nos sistemas da Receita Federal e no computador pessoal em que ele preencheu sua declaração de IR.
Como a "Veja" revelou no mês passado, o esquema foi desfeito após o vazamento da movimentação do grupo.

EJ foi homem-forte no governo Fernando Henrique Cardoso, no cargo de secretário-geral da Presidência.

A espionagem é recente, já que um dos depósitos na conta de EJ foi feito neste ano. Os outros dois, também de R$ 1,3 milhão cada um, ocorreram em 2007 e 2009.

Procurado pela Folha, EJ confirmou as informações e afirmou que só poderiam ter sido obtidas por meio da quebra de seu sigilo fiscal. "É um completo absurdo essas informações terem chegado até eles. Demonstra a repetição do método do PT", disse.

Em tese, uma quebra de sigilo pode envolver vários crimes. Se feita por um servidor público e repassada a informação para pessoas fora de sua competência, ele pode responder por violação do sigilo funcional. A pena varia de multa a detenção.

A Folha confirmou com duas pessoas ligadas à equipe de espionagem que os documentos seriam usados para atacar o grupo de Serra.
EJ diz que os depósitos em sua conta, no Banco do Brasil, decorrem da venda de imóveis do espólio de seu sogro (uma chácara e uma loja no município de Maricá, RJ).

Ele contou que se tornou o inventariante de todo o espólio após a morte de sua sogra, quatro anos atrás. "Está tudo devidamente documentado no inventário", disse, repassando os dados do processo.

ORIGEM DO DOSSIÊ

Segundo a Folha apurou, a investigação da equipe da pré-campanha petista tem origem no desdobramento de um procedimento administrativo aberto pelo Ministério Público Federal.

No começo de 2009, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) enviou uma comunicação para a Procuradoria da República no DF, alertando para a insuficiência na renda declarada do tucano para justificar o depósito de R$ 1,3 milhão em sua conta em julho de 2007.

No ano passado, o jornal "Correio Braziliense" publicou parte do trabalho da Procuradoria da República.

Ao tomar conhecimento da investigação, EJ prestou esclarecimentos ao Ministério Público, mas os procuradores entenderam que deveriam continuar apurando.

O vice-presidente do PSDB, então, entrou com um mandado de segurança no Tribunal Regional Federal da 1ª Região e conseguiu trancar a investigação. No pedido à Justiça, o próprio EJ forneceu dados do caso, mas falando somente sobre sua movimentação financeira até 2007.

A partir do mandado de segurança, a equipe de espionagem começou a rastrear as movimentações financeiras de EJ, tendo obtido documentos que não constam do trabalho do Ministério Público, como cópias das declarações de IR do tucano e dados de depósitos de 2009 e 2010.

Três homens e alguns segredos

Três homens e alguns segredos

O empresário investigado por tentar vender ao governo cafezinho a 352 reais a xícara tem uma equipe cuidando das finanças do comitê da campanha presidencial do PT

Daniel Pereira e Alexandre Oltramari
Reprodução/AE
Benedito de Oliveira: ele alugou a casa, pagou a viagem de marqueteiros e indicou os funcionários que cuidam do dinheiro

Três homens que aparecem nesta reportagem têm muito em comum. Os três frequentaram o comitê eleitoral do PT, em Brasília. Os três têm ligações com uma empresa de eventos, a Dialog, que faturou dezenas de milhões em negócios com o governo federal. Os três não falam, nunca deram entrevistas e se esquivam de explicar o que realmente fazem – ou faziam – na campanha petista. As digitais do trio – o empresário Benedito de Oliveira Neto, o contador Luiz Carlos Ferreira e o ex-funcionário público Jorge Luiz Siqueira – apareceram no bojo do escândalo que foi a tentativa de montar um grupo de policiais e arapongas para espionar adversários e aliados incômodos. O elo mais forte entre esses três senhores é o dinheiro. Há duas semanas, em entrevista a VEJA, o delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo Sousa revelou que o serviço de espionagem custaria 1,6 milhão de reais.

Quem pagaria?

Benedito de Oliveira.

Como?

Em dinheiro vivo.
Por que Benedito?

O enredo que responde a essa pergunta parece levar à repetição de uma história tão ou mais antiga do que as eleições: amigo de mandatário é beneficiado materialmente com contratos milionários feitos sem licitação ou ao arrepio delas e, mais tarde, devolve a gentileza custeando despesas do seu antigo benfeitor.

O Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU) investigam dezenas de negócios da Dialog, empresa de Benedito de Oliveira, com o governo, cujos termos e irregularidades ilustram com nomes e números o milenar enredo narrado acima.

Criada em 2004, a Dialog saiu da irrelevância para o domínio quase hegemônico da prestação de serviços e realização de eventos para ministérios e outros órgãos públicos. Não se sabe a razão, mas no ano passado o Ministério da Pesca propôs usar 72% de tudo o que gastou em 2009 em um único contrato com a Dialog.

Seriam entregues a Benedito 94 milhões de reais para... criar uma frota pesqueira?

Montar fazendas de camarão no Nordeste?

Ensinar a pescar?

Não. Nada disso.

O Ministério da Pesca queria destinar 94 milhões à Dialog para ela fornecer, entre outras coisas, cafezinho a funcionários e visitantes.

Cada xicrinha custaria aos pagadores de impostos do Brasil a fortuna de 352,22 reais.

Atenção: o Ministério da Pesca se dispôs a pagar ao empresário 352,22 reais por 50 mililitros de café na xícara, usando para isso o dinheiro dos impostos subtraídos dos brasileiros honestos que acordam cedo e vão trabalhar.

Com o valor que Benedito receberia por uma única xicrinha, qualquer dona de casa do Brasil compraria 40 quilos de café torrado e moído (9 reais o quilo) e serviria 4 000 chávenas de café forte.

Em outras palavras, uma família brasileira de quatro pessoas, cada uma tomando três xícaras de café por dia, levaria onze meses para gastar o mesmo que o empresário receberia do Ministério da Pesca por uma mísera xicrinha de 50 mililitros.

Seria o cafezinho mais caro da história do planeta se o Tribunal de Contas da União não tivesse percebido a tramoia e suspendido o processo de contratação da Dialog.
Benedito foi "convidado" para acompanhar o encontro com arapongas pelo amigo Luiz Lanzetta, dono de uma empresa contratada pelo PT para assessorar a campanha presidencial e que se demitiu na semana passada.

O empresário alugou a casa onde funcionava o comitê liderado por Lanzetta. Tudo o que se referia à administração estava sob a responsabilidade de certo Jorge Luiz Siqueira, que, até o ano passado, era coordenador de serviços e logística do Ministério da Agricultura.

Pois bem, milhões de reais em contratos justamente de serviços e logística obtidos pela Dialog junto ao Ministério da Agricultura estão agora sob investigação da Controladoria-Geral da União.

O ninho dos espiões tinha outro personagem da órbita de Benedito. Ele se chama Luiz Carlos Ferreira, consultor da Dialog, que na Casa do Lago Sul cuidava dos pagamentos em dinheiro vivo feitos a pedido da Lanza, a empresa de Lanzetta.
Os três sombrios personagens desta reportagem devem se encontrar de novo, sob trovões, raios e chuva, em comissão investigadora do Congresso que, na semana passada, aprovou a convocação de Jorge Hage, ministro da Controladoria-Geral da União.

Hage tem informações sobre os contratos fechados pela Dialog com ministérios, órgãos reguladores e a Presidência, incluindo o do cafezinho mais caro do mundo.

A meta é verificar se há alguma relação entre o dinheiro do empresário e o dinheiro da campanha presidencial petista. Os americanos Ben Self e Scott Goodstein, especialistas em internet a serviço do PT que vieram ao Brasil às expensas de Benedito de Oliveira Neto, foram convidados a depor pela comissão.

Diz o deputado Gustavo Fruet, do PSDB do Paraná: "Uma empresa que ganhou milhões em contratos com o governo nos últimos anos e se envolve na campanha da candidata desse mesmo governo é suspeita por definição".
Sergio Dutti
O CONTADOR
Luiz Carlos Ferreira, ex-funcionário
de Benedito, é o encarregado de todos
os pagamentos da casa onde funciona
a comunicação da campanha
de Dilma Rousseff

Sergio Dutti
AMIZADE
O comitê era gerenciado por pessoas indicadas pelo empresário

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A verdade sobre a democracia

A verdade sobre a democracia

Artigo de Tom Capri

A DEMOCRACIA é isso:  sinônimo de autoritarismo, de cerceamento de todos os tipos de liberdade, é violência contra o ser humano, é violação dos mais sagrados direitos humanos.
Comentário de Rivadávia Rosa sobre o artigo
de Tom Capri

O ilustrado Tom, dá o tom e fala A verdade sobre a democracia e de forma séria não só com profunda convicção, mas também de forma apologética.
Se entendi direito os ‘males do mundo’ são atribuídos a “democracia capitalista”. A origem da democracia é da Grécia antiga, logo a culpa é dos gregos. Esses gregos ...
Tem sentido Karl Marx – atribui os ‘males do mundo’ ao capitalismo, o que trocando ‘seis por meia dúzia’ dá no mesmo.
Nesses tempos heróicos gestados pela novilingüística, com a deturpação da linguagem, a tendência é procurarmos bodes, o velho e conhecido ‘bode expiatório’ e aí justificar a destruição de tudo ‘o que está aí’.
Porém demonizar a democracia, que foi muito bem percebida pela mística, mas realista IRACEMA, não me parece um bem, sobretudo para a humanidade.
Nessa batalha semântica iniciada com inteligência pelo bom Tom, é conveniente fazer alguns ajustes.
O debate não obstante – certa desilusão ‘democrática’ – demonstra a vigência justamente do princípio democrático, pelo menos diante do convite expresso pela palavra “participe”.
Assim, primeiramente cito e endosso:
Como não gostaria de ser escravo, também não gostaria de ser amo. É essa a minha idéia de liberdade. Tudo o que diferir disso, na medida em que diferir, não será democracia.” Abraham Lincoln

A democracia como foi bem dito remonta à antiga Grécia, porém o Estado democrático ideal foi idealizado por Espinosa (nome de batismo – Bento dada pelos pais portugueses, judeus sefardista – Miguel e Hana Débora, instalados em Amsterdam, Baruch, na sinagoga e Benedictus aos 24 anos, 1632-1677) – cujos fundamentos foi a liberdade da palavra, expresso na síntese – cada um pense o que quiser e diga o que pensa (Benedictus Spinoza. In A Theologico-political Treatise and a Political Treatise – R.H.M. Elwes, Benedict de Spinoza: A theologico political treatise and and A Political Treatise, Nova York: Dover Publications, 1951), seguido pela separação prática do Estado e da Religião e por um contrato social promotor do bem-estar do cidadão e a harmonia do governo.
Um século depois tivemos a Declaração de Independência dos Estados Unidos e a primeira Emenda da Constituição Americana.
Porém, o marco da democracia moderna foi ditado pelos movimentos revolucionários - a Revolução Inglesa (duas fases - de 1625 e de 1689), a Revolução Americana (1776) e a Revolução Francesa (1789).
Falava-se nos velhos tempos: ‘Como poderia a monarquia ser coisa perfeita, se lhe é lícito fazer tudo o que deseja sem o dever de prestar contas?’
Também dizia-se do governo democrático: ‘Não há coisa ... mais estulta e mais insolente que uma multidão incapaz’, arrematando – ‘como pode governar bem aquele que não recebeu instrução nem conheceu nada de bom e de conveniente e que desequilibra os negócios públicos intrometendo-se sem discernimento, semelhante a uma manada?’
Pero, nos tempos modernos – certa governança pública pratica o que tem de pior tinha a monarquia e o que tem de mais maléfico a democracia.
Seria Vox populi vox Dei - a voz do povo, a voz de Deus? Ou os maus costumes políticos que abundam ...
A DEMOCRACIA – especial, relativa, pura, democracia direta, democracia indireta, democracia semidireta; ou, democracia não representativa – direta – e a democracia representativa — indireta ou semidireta podem ser um jogo de palavras, sobretudo quando instrumentalizada pelos ditadores para evitar e degradar o sistema político que exige eleições livres, parlamento livre, imprensa livre, respeito pelos direitos humanos, Estado de Direito ...
A DEMOCRACIA – não obstante ser um conceito universal – para algumas sociedades – atrasadas e autoritárias – democracia é somente um processo eleitoral; nos países mais avançados – eleição é o começo da democracia.
No Brasil a democracia representativa consagrada pela Constituição de 1988, não foi aceita pelas hostes petistas, quando de sua promulgação.
Os fundamentos ‘democráticos’: soberania popular, como fonte de todo o poder legítimo, que se traduz através da vontade geral (a volonté générale anotada por Rousseau do in Contrato Social); o sufrágio universal, com pluralidade de candidatos e partidos; a observância constitucional do princípio da separação dos poderes (cheeks and balances);  igualdade de todos perante a lei; a representação como base das instituições políticas; a limitação de prerrogativas dos governantes; o Estado de direito, com a prática e proteção das liberdades públicas por parte do Estado e da ordem jurídica, abrangendo todas as manifestações de pensamento livre: liberdade de pensamento, de opinião e de expressão, de reunião, de associação e de culto religioso; a temporariedade dos mandatos eletivos;  a tolerância e proteção das minorias políticas, étnicas, sociais,  com direitos e possibilidades de representação, representam seus pilares.
a soberania popular é exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto, secreto e obrigatório, com valor igual para todos.
OS VALORES CAPITALISTAS – pluralidade, democracia representativa, tolerância, respeito à diversidade e ao direito natural de cada pessoa construir seu projeto de vida – são os responsáveis pela verdadeira revolução não na economia, mas também na educação, ciência e tecnologia.
Porém, a origem e exercício da autoridade – com votos sem restrições constitucionais conduzem ao despotismo da maioria; as restrições sem votos ainda pior, quando há o apoio da força (militar e/ou violência das massas) – que levam ao despotismo das oligarquias, inclusive lulo-petistas burguesas.
Agora vamos aos conceitos e suas aberrações/adulterações onde desponta impoluta a mendacidade crônica da esquerda, com objetivo de estabelecer uma democracia hegemônica.
Em contraste com a democracia, a política dos partidos marxistas-leninistas e outros variantes, induzem as pessoas a suspeitarem da democracia e culpá-la por todos os males que ela não consegue impedir; leva os governantes a considerar o Estado como de sua ‘propriedade’, não dos governados; e a dizer-lhes que só há um meio de melhorar as coisas, o da completa conquista do poder. Ignoram com isso que a democracia só é importante porque controla e equilibra o poder. Tal conduta tem como único resultado realizar a obra dos inimigos da sociedade democrática.
 Certo esquerdismo entende que a democracia é um regime de direita inventado pelas elites burguesas para enganar o povo e, ainda considera que só os ignorantes e analfabetos possuem sabedoria, apostando no apedeutismo. Assim, quanto mais miserável, mais sabedoria; quanto mais simplismo, mais objetividade...
Essa mendacidade patológica do esquerdismo chega ao extremo de afirmar que mentir em prol da verdade”, dizia BERTOLD Brecht, é dever fundamental do militante comunista.
Depois da falência múltipla dos órgãos e instituições dos regimes totalitários que dominaram o século XX – o nazismo (Queda de Hitler - 1945) e o comunismo (Derrubada do Muro de Berlim -1989) – a democracia é o único regime político admitido universalmente, pela e enquanto prevalente a idéia democrática.
Por isso e justamente por isso é que a democracia vem sendo usada, abusada e corrompida em detrimento da própria prevalência da idéia democrática, estratégia muito utilizada pelos Estados abusivos (estados abusivos, roque states) – por violar os espaços dos direitos humanos e internacional (Cuba, Coréia do Norte, Irã, Venezuela); outros Estados falidos (estados falidos, failed states) e por não assegurarem sequer a ordem interna; e ainda por Estados podres – dominados pela corrupção.
Assim surgem as dissimulações, falsificações, democracias fingidas e autênticas.
A característica da democracia fingida não é opor-se à democracia, mas ao contrário, disfarçar-se de democracia.
A democracia autêntica – é o regime dotado de elementos essenciais: eleição popular dos governantes, em eleições livres e honestas, em que o Poder Executivo assim eleito deve ser controlado mediante o funcionamento independente dos outros poderes que integram o equilíbrio republicano – o Poder Legislativo e o Poder Judiciário.
O funcionamento da democracia apresenta numerosas imperfeições e por ser concepção humana e não divina não pode evitar as imperfeições, chegando-se até o democratismo que é a tendência não de respaldar a democracia como forma de governo, mas democratizar tudo que há no interior da democracia, chegando-se ao ponto de refutá-la por via do absurdo.
Aí entram as aberrações sociopatológicas, que não são meras exceções:
A oclocracia - que ARISTÓTELES – descreve como uma forma de governo em que a demagogia conduz a uma degeneração da democracia (ainda do grego - ochlokratía - oclo – óchlos = multidão, turba; kratía = governo (“governo em que prepondera a plebe, a multidão ou em que o poder é por ele exercido” – AURÉLIO).
A kakistocracia do grego κακιστος (kakistos), pior, superlativo de κακος (kakos), ruim + -κρατια (-kratia) poder, governo; governo sob controle dos piores ou menos qualificados cidadãos.

Assim, a democracia corrompida – qualquer que seja o governo, mesmo despótico diz que é democrático. Os líderes autoritários pretendem que seu regime seja especial cuja democracia é erigida a uma democracia superior as ‘outras’.

Lênin (Wladmir Illich Ulianov - 1870-1924) - arquiteto da construção dos fundamentos do regime totalitário que governou a então URSS durante mais de sessenta anos, proclama:
“A democracia proletária é um milhão de vezes mais democrática que qualquer democracia burguesa; o governo soviético é um milhão de vezes mais democrático que as repúblicas burguesas”.(“La democracia proletaria es un millón de veces más democrática que cualquier democracia burguesa; el gobierno soviético es un millón de veces más democrático que la más democrática de las repúblicas burguesas.”)
Nesse esteira da pureza democrática, especialmente dos devotos da ditadura, digo, democracia e direitos humanos de Cuba e da Venezuela, com alguns surtos desde, o mais ético do mundo ao excesso de democracia:
“Sou um democrata puro e absoluto. Porém sou o único: não tenho com quem falar.” Vladimir Putin, ex-presidente e atual primeiro-ministro da Rússia.

Cuba da familiocracia-comandante-general Fidel e Raúl Castro, não fica por menos:
"Se acusa a nuestro país de falta de democracia, pero en actos como éstos nos damos cuenta de que somos los más democráticos del mundo, pues tenemos dos presidentes: a Fidel y a Chávez", afirmou o vicepresidente cubano Carlos Lage em Caracas, na VI reunión de la Comisión Mixta Cuba-Venezuela realizada em 2005.
Todos certamente devotos e turbinados pela verdadeira democracia  (wahre Demokratie - in A Crítica da Teoria do Estado de Hegel - Kritik der Hegelschen Staatslehre - também conhecida como o "Manuscrito de 1843" ou o "Manuscrito de Kreuznach", publicada pela primeira vez em 1927, por Riazanov, na Rússia; em 1928, lançada na Alemanha, por Landshut e Mayer) – em que  o verdadeiro profeta do apocalipse Karl Marx  proclama – em contraposição à democracia política (a nossa atual) – que seria atingida – depois de abolido o Estado (o comunismo em sua projeção histórico-política pela supressão das classes e da propriedade privada levaria não só a extinção do Estado, mas também ao desaparecimento do Direito e, todos viveríamos no paraíso, sem nenhuma preocupação, nem com trabalho: “… na sociedade comunista, em que cada um não está em um círculo exclusivo de atividade, mas pode se aperfeiçoar em qualquer ramo, a sociedade regula a produção geral e assim me dá a possibilidade de fazer isto hoje, aquilo amanhã, de caçar pela manhã, pescar à tarde, cuidar do rebanho no fim do dia,   inclusive criticar a alimentação, sem no entanto me tornar caçador, pescador, pastor ou crítico, apenas seguindo meu prazer” ( Karl Marx - In “A ideologia Alemã – 1.ª parte) muito embora sua praxis tenha se revelado na maior tragédia provocada pela ação (des) humana no século passado.
O certo, queiramos ou não, o regime democrático é único que permite a convivência pacífica e civilizada de tendências, opiniões, idéias opostas, sem nos matarmos uns aos outros, por divergência ideológica.
Isso, porém, não quer dizer que seja a verdade das absoluta das estruturas (e instituições) humanas e políticas – mas é efetivamente uma convenção que funciona melhor; ou na percepção de KARL R. POPPER é o único caminho para qualquer reforma, já que permite a reforma sem violência (in A sociedade aberta e seus inimigos).

No mais, a cidadania deve se manter alerta a tais condutas – ou seja – a VIOLAÇÕES DAS REGRAS DO JOGO DEMOCRÁTICO – ESSÊNCIA DA TRADIÇÃO DEMOCRÁTICA, mediante condenação moral diante de ações que possam  contaminar a democracia e os fundamentos da ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL REPUBLICANA E DEMOCRÁTICA.

Abs RR

quinta-feira, 10 de junho de 2010

TSE aprova e ficha limpa já vale para as eleições 2010



Por seis votos a um, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu na noite desta quinta-feira que a Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de políticos condenados por órgãos colegiados da Justiça, terá validade a partir das eleições de outubro deste ano.


 O tribunal respondeu a uma consulta do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM). O relator do caso, ministro Hamilton Carvalhido, afirmou:

“A lei foi publicada antes das convenções, por isso não prejudica a eleição vindoura”.

Carvalhido ressalvou, porém, que o candidato condenado por órgão colegiado poderá entrar com recurso para suspender a condenação e, assim, se candidatar.

Essa possibilidade está prevista na lei.

Além do relator, também votaram pela validade da ficha limpa em 2010 os ministros: Aldir Passarinho Junior, Arnaldo Versiani, Cármen Lúcia, Marcelo Ribeiro e Ricardo Lewandowski (presidente do TSE).

O único voto contrário foi do ministro Marco Aurélio Mello.

Quanta arrogância pode carregar uma única besta?

Quanta arrogância pode carregar uma única besta?

Por Saramar
“Cara de palhaço,
pinta de palhaço,
foi este o meu amargo fim.
(...)
Estavas roxa por um ‘trouxa’
"pra" fazer cartaz.
Na tua lista de golpista,
tem um bobo a mais..
Quando a chanchada, deu em nada
Eu até chorei...”

Luiz Reis-Haroldo Barbosa

Luiz Inácio da Silva que, aparentemente, acredita mesmo ser “o cara”, arrebanhou o governante sírio para sua patuscada iraniana, na tentativa de ser imortalizado como o grande salvador do mundo.


O resultado, previsível, poderia ter transformado os dois “líderes” em piada planetária, se o assunto não fosse tão sério e perigoso. Como todos já sabiam, o mundo ignorou totalmente o tal acordo assinado pelo ditador iraniano e seus aliados que tentaram se dar bem na história.


A ONU, cumprindo o seu papel, impôs novas sanções ao Irã, por considerar o acordo como mais uma farsa justamente para postergar a adoção destas sanções. Só o Luiz Inácio e seu ministro Celso Amorim não sabem disso.


Por falar em Luiz Inácio, este, mesmo doidinho para integrar o núcleo fixo do Conselho de Segurança da ONU, sem alternativa para se defender do desastre que foi o tal acordo, tratou de desmerecer o Conselho, taxando de autoritário e ultrapassado.


Já o Celso Amorim, na tentativa de salvar a própria pele, afirmou que os integrantes do Conselho foram coagidos a votar a favor das sanções. Ele deve entender de coação, uma vez que, tendo sido um importante membro da Casa de Rio Branco, trocou sua carreira e sua credibilidade pelo cargo que atualmente exerce, qual seja o de apoiar todas as sandices do seu “comandante-em-chefe”, como se viu no caso de Honduras.


Pois é. Luiz Inácio, ao invés de ficar por aqui, usufruindo dos salamaleques dos seus aduladores (pagos com dinheiro público, é bom lembrar) e cuidando de eleger sua medíocre candidata, foi posar de estadista em emaranhados que sua tosca visão de mundo jamais lhe permitiu sequer vislumbrar.
 

Deu no que deu: ele, o suposto “cara” e o governante turco deram com os burros n’água e saíram do imbróglio que criaram como os mais novos otários do planeta.

Diante de cada confronto espontâneo ou fabricado, a reação pró-islâmica e anti-israelense da classe jornalística mundial é sempre imediata, unilateral e sem o mais mínimo exame crítico.

Israel ante o poder global

Por Olavo de Carvalho
MSM

Se Israel tivesse a seu lado o esquema globalista, teria também a mídia internacional, mas esta é de fato o seu principal e mais odiento inimigo.

Longe de ser instrumento de um projeto mundial de poder, Israel é hoje quase uma nação pária, como Honduras, a Colômbia, Uganda ou o Estado americano do Arizona.

O episódio do navio turco em Israel resume-se em dois termos:
=-factóide" e "guerra assimétrica".

Seria a marinha turca tão despreparada, tão ingênua, tão pueril ao ponto de ignorar que nenhum governo do mundo jamais deixaria um navio estrangeiro desembarcar toneladas de caixas numa zona em conflito sem examiná-las primeiro?

Sobretudo depois que os mediadores israelenses foram recebidos a socos e pontapés, por que deveria o governo de Tel-Aviv aceitar a priori a hipótese de que o conteúdo das caixas fosse algo de tão inocente quanto bolinhos de bacalhau ou picolés de abóbora?

É com base nesta hipótese maluca, teatral, fingida até o último limite de desespero, que a tal "opinião pública mundial" se desfaz em lágrimas de cólera contra a ação israelense.

O significado do caso vai, no entanto, muito além do de mais uma encenação patética de autovitimização palestina.

Muitos estudiosos do poder global, inclusive alguns bem honestos, asseguram que o establishment bancário europeu e anglo-americano tem no Estado de Israel um dos seus principais instrumentos de ação imperialista para a conquista do poder sobre todo o orbe planetário.

A hipótese parece razoável à primeira vista, tendo-se em conta a elevada presença de judeus nos altos círculos do globalismo, mas ela recebe um desmentido cabal e flagrante quando se observa a atuação da mídia internacional nos vários conflitos que envolvem Israel.

Afinal, um bilionário ter nascido judeu não faz dele automaticamente um patriota israelense ou um amigo dos demais judeus, como o sujeito ter nascido americano não faz dele um discípulo fiel dos Founding Fathers.

A mídia é o instrumento supremo de ação das elites globalistas sobre a opinião pública. Daniel Estulin demonstrou, em "A Verdadeira História do Grupo Bilderberg", que hoje em dia a grande mídia da Europa e dos EUA está concentrada nas mãos de uns poucos grupos globalistas.

Se Israel estivesse a serviço desses grupos, o que veríamos nos jornais e canais de TV seria a defesa incondicional dos interesses israelenses mesmo quando fossem injustos e prejudiciais ao resto do mundo.

Na realidade, o que se vê é precisamente o contrário: façam os judeus o que fizerem, eles são sempre os errados, os malvados, os imperialistas, os agressores.

A guerra de ocupação cultural muçulmana no Ocidente, em contrapartida, é invariavelmente pintada com as cores mais inocentes e comovedoras, como se a imposição arrogante da shariah e do poder islâmico na França, na Alemanha ou na Inglaterra fosse apenas uma questão de proteger imigrantes desamparados e inermes.

Diante de cada confronto espontâneo ou fabricado, a reação pró-islâmica e anti-israelense da classe jornalística mundial é sempre imediata, unilateral e sem o mais mínimo exame crítico.

A duplicidade de critérios com que aí são julgados os contendores mostra que a cobertura desses episódios, em praticamente todos os países e idiomas, já foi muito além do mero viés jornalístico e se transformou numa arma de guerra assimétrica.

Ela tem a constância automática da obediência a um programa de ação previamente decidido. E quem o decidiu, senão os que têm os meios de fazê-lo, os donos da geringonça midiática?

Se Israel tivesse a seu lado o esquema globalista, teria também a mídia internacional, mas esta é de fato o seu principal e mais odiento inimigo.

Longe de ser instrumento de um projeto mundial de poder, Israel é hoje quase uma nação pária, como Honduras, a Colômbia, Uganda ou o Estado americano do Arizona, carregando, como eles, a culpa de tomar decisões independentes em favor de seu povo em vez de auto-sacrificar-se masoquisticamente no altar da Nova Ordem Mundial, como o fazem as nações européias.

08 Junho 2010
Artigos - Globalismo

quarta-feira, 9 de junho de 2010

O nosso Ahmadinejad



É um dos dias mais tristes na história da diplomacia brasileira. O nosso país acaba de votar contra o mundo livre e a favor de uma tirania fundamentalista em busca de uma bomba atômica, com claros objetivos bélicos contra a democracia. Na foto, o nosso Ahmadinejad.