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sábado, 1 de novembro de 2014

PROTESTO EM SP – Como a imprensa ridiculariza e distorce um protesto simplesmente por não concordar com ele. Em horas assim, a isenção e a objetividade que se danem!




Protesto contra Dilma na Paulista e em favor da auditoria nas eleições
(Eduardo Anizelli/Folhapress)

Por Reinaldo Azevedo

Nesta tarde, houve dois protestos em São Paulo. Um deles reuniu, segundo a PM, pelo menos 2.500 pessoas na Avenida Paulista — e não mil, como está no UOL. A outra, uns 200, no Largo da Batata. Ambas foram convocadas pelo Facebook. O primeiro cobra uma auditoria na eleição presidencial de 2014 e pede o impeachment de Dilma; a segunda, pela enésima vez, culpa o governador Geraldo Alckmin pela crise hídrica em São Paulo. Não funcionou no primeiro turno, não funcionou no segundo turno, tenta-se agora o terceiro turno. Não está funcionando de novo… Mas sigamos.

A esmagadora maioria das pessoas que se manifestavam na Avenida Paulista cobrava a auditoria e defendia o impeachment de Dilma na suposição de que ela conhecida a roubalheira na Petrobras, conforme afirmou à Polícia Federal e ao Ministério Público o doleiro Alberto Youssef. Nem é necessário demonstrar — mas, se for preciso, demonstro com facilidade —, que a imprensa paulistana trata com simpatia todos os protestos das esquerdas, as marchas em favor da maconha e até os black blocs. Alguns de seus defensores são alçados à condição de intelectuais. Já um protesto que não é organizado por “progressistas”, bem, aí cumpre ridicularizar as pessoas, transformá-las numa caricatura, enxovalhá-las, reduzi-las à condição de golpistas.

Vamos lá: a esmagadora maioria dos cartazes da Paulista trata de uma suposta fraude na eleição, pede a auditoria na eleição e defende o impeachment (dada aquela suposição, claro!, que tem de ser comprovada). Um senhor, no entanto — e ainda que houvesse 10, 20 ou 100 — pede uma intervenção militar. A prova de que é “avis rara” no protesto é que foi, ora vejam!, entrevistado pela Folha e pelo Estadão, que, milagrosamente, publicam quase a mesma matéria, com diferenças que estão apenas no detalhe. Seu nome é Sérgio Salgi, tem 46 anos e é investigador de polícia. E por que ele foi achado pelos repórteres dos dois jornais? Porque carregava um cartaz “SOS Forças Armadas”. Bastou esse cartaz para que a Folha Online desse o seguinte título: “Ato em SP pede impeachment de Dilma e intervenção militar”. Se algum maluco estivesse na passeata cobrando ajuda aos marcianos, o título poderia ser: “Ato em SP pede impeachment de Dilma e intervenção dos ETs”.

Não é a primeira vez que isso acontece. Em 2007, embora fossem outras as circunstâncias, surgiu o “Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros”, que ficou conhecido como “Cansei”. Seus promotores foram impiedosamente ridicularizados pela imprensa e por personalidades púbicas a serviço do PT. Foram tachados de representantes da “elite branca”. A notícia do mensalão tinha menos de dois anos, o escândalo dos aloprados, menos de um, mas uma simples manifestação de protesto foi tratada como coisa de golpistas.

O Globo Online também noticia o protesto em São Paulo. O repórter não entrevistou o policial Sérgio Salgi, mas encontrou outra maneira de enxovalhar os que protestavam. Transcrevo: “O protesto reúne muitas senhoras de guarda-chuva, em razão do sol forte. Algumas levaram seus cachorrinhos de estimação para o protesto.”

Manifestações das esquerdas, como vocês sabem, contam com uma palavra que a imprensa adora: “ativistas” — não sei o que é isso; deve-se ser o oposto complementar dos “passivistas”… Já um ato que é inequivocamente caracterizado como “de direita”, bem, esse conta com “senhoras de guarda-chuva”… Sabem como são das dondocas: não querem se pelar ao sol. Entre as 2.500 pessoas, contavam-se nos dedos os tais guarda-chuvas. Ah, claro! Elas também levavam seus cachorrinhos, entendem? É evidente que o destaque dado a esses lateralidades busca desmoralizar o protesto.

O cantor e compositor Lobão se manifestou em favor da recontagem dos votos e disse o óbvio: não se tratava de um movimento em favor da volta do regime militar.

Boçalidades

Não que boçalidades reais, de fato, não tenham sido ditas. Foram. A ser verdade o que relatam Estadão, Folha e Globo, o deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro (PSC-RJ), filho de Jair Bolsonaro (PP-RJ), afirmou o seguinte:
“Ele [seu pai] teria fuzilado Dilma Rousseff se fosse candidato esse ano. Ele tem vontade de ser candidato mesmo que tenha de mudar de partido”. E emendou: “Dizia na minha campanha: voto no Marcola, mas não em Dilma. Pelo menos ele tem palavra”.

A ser isso mesmo, trata-se de uma notável coleção de bobagens. Evidentemente, o “fuzilado” de sua fala é uma metáfora. Mas quem se importa? Quando fala em votar até “em Marcola”, procura deixar claro o quanto repudia Dilma, não seu apreço pelo bandido. Mas quem se importa? Quem não quer que seu discurso seja confundido não fala essas tolices. O animo para transformar os manifestantes em golpistas já é evidente. Quando se oferece o pretexto, tudo fica mais fácil.

No Brasil, é permitido marchar em favor da maconha. A venda e o consumo de maconha são ilegais. Manifestantes são tratados como bibelôs.

No Brasil, é permitido marchar em favor do aborto. O aborto, com as exceções conhecidas, é ilegal. Manifestantes são tratados como pensadores.

No Brasil, é permitido marchar em favor de corruptos condenados pelo Supremo. Manifestantes são tratados como ideólogos.

No Brasil, é permitido marchar em favor da recontagem dos votos e, sim, em favor do impeachment. O Artigo 5º da Constituição garante tudo isso. Não obstante, manifestantes são tratados como pessoas ridículas e golpistas.

Nota final, que traduz um sequestro moral: os esquerdistas, sempre adulados pelos jornalistas, querem controle social da mídia e mecanismos de censura, ainda que oblíquos.

Mas que isto também fique claro: os que estão decididos a dizer “não” terão de enfrentar, inclusive, as brigadas da desqualificação da imprensa, que sempre ficam muito satisfeitas quando alguém como Eduardo Bolsonaro fala aquelas besteiras. Fica parecendo que elas têm razão.

01/11/2014



sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Agências de publicidade têm transações com empresas de fachada de Youssef

Negócios com firmas do doleiro chegam a R$ 4,3 milhões.

CPI pode investigar relações

Por O Globo

BRASÍLIA — Empresas de comunicação e marketing realizaram transações financeiras de R$ 4,3 milhões com a MO Consultoria, empresa de fachada do doleiro Alberto Youssef. O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), quer que a CPI da Petrobras investigue as transações e já pediu a quebra de sigilo de duas das agências, Muranno e Mistral. Há na lista, ainda, uma empresa já citada em 2012 na investigação dos negócios do bicheiro Carlinhos Cachoeira, a Rock Star Marketing.
Líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno - Agência Câmara

A Muranno e a Mistral estão registradas em SP e são de propriedade de Ricardo Vilani. Ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Vilani afirmou que recebeu pagamentos de Youssef no montante de R$ 3,5 milhões por serviços prestados para a Petrobras no exterior. Em documentos de quebra de sigilo, há o registro de repasses da MO Consultoria de R$ 2,1 milhões para a Mistral e R$ 60 mil para a Muranno. O GLOBO não conseguiu contato com Vilani.

Bueno pediu a convocação do dono das agências e a quebra dos sigilos bancários das empresas. Durante o depoimento do diretor de Abastecimento da Petrobras José Carlos Cosenza, anteontem, levantou a suspeita de que o esquema de desvio de recursos na estatal iria além das empreiteiras já mencionadas no caso e envolveria também desvios por meio da área de comunicação.

A Rock Star, por sua vez, realizou dois depósitos em 2010, totalizando R$ 1,2 milhão, para a empresa de fachada de Youssef. Citada também na CPI de Cachoeira, a empresa é de propriedade do empresário Adir Assad. Na ocasião, foi acusada de receber recursos da Delta Engenharia para fazer repasses a políticos. Na Junta Comercial, os bens em nome da Rock Star estão indisponíveis por decisão judicial.

Outra empresa descrita como CPR 2007 Eventos recebeu R$ 750 mil da MO em 2011. A empresa atuava em outra área e se chamava CPR Transportes em 2010, quando já tinha recebido R$ 100 mil. Pelo Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), o nome atual é Palexpet Comércio Ltda., e a área de atuação é um pet shop. A empresa está registrada em Duque de Caxias (RJ).

Aparece ainda na lista a RBTV, que por meio de sua filial de São Caetano do Sul recebeu R$ 58 mil em fevereiro de 2009. A RBTV negou, em nota, ter relação com a MO ou Youssef. Afirma que os recursos foram recebidos como parte de pagamento pela venda de unidades autônomas de um hotel em Aparecida do Norte (SP). O comprador seria a Pontual Empreendimentos.

“Portanto, recebemos tal valor em pagamento realizado pela empresa Pontual, a qual não foi questionada naquele momento sobre sua relação com a empresa terceira que realizou o crédito. Por fim, vale destacar que toda a operação comercial supramencionada foi devidamente documentada”, disse a RBTV.

Assad não foi localizado pelo GLOBO, assim como a Palexpet ou as empresas antecedentes. Não foi encontrado também nenhum representante da Pontual Empreendimentos.

31/10/2014


Fornecedores da Petrobras deram R$ 206 milhões a firmas de doleiro


Dinheiro teria sido distribuído a integrantes do esquema de corrupção

Por Cleide Carvalho
O Globo



Doleiro Alberto Youssef - Agência Senado / Geraldo Magela//18-10-2005



SÃO PAULO — Contas correntes de três empresas de fachada usadas pelo doleiro Alberto Youssef para receber propinas de fornecedores da Petrobras registraram depósitos de R$ 206,3 milhões entre novembro de 2009 e dezembro de 2013. Os valores mais altos foram creditados nas contas da GDF Investimentos, que recebeu depósitos num total de R$ 96,3 milhões. A MO Consultoria recebeu depósitos de R$ 70,4 milhões e a Empreiteira Rigidez, de R$ 39,5 milhões.

Os valores constam em levantamento feito pelo Ministério Público Federal com base na quebra de sigilo bancário das empresas ligadas ao doleiro. Youssef era o operador do esquema de corrupção na estatal, que envolvia políticos aliados do governo.

Na outra ponta, apenas a Empreiteira Rigidez repassou R$ 21,5 milhões para empresas do grupo Labogen, que Youssef usava para fazer remessas ilegais de recursos para o exterior.

O executivo Julio Camargo, do grupo Toyo Setal, que assinou acordo de delação premiada depois que Youssef citou seu nome como o principal contato na empresa, depositou pelo menos R$ 16,6 milhões para as empresas usadas pelo doleiro para distribuir propinas a envolvidos no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.

Camargo fez os depósitos por meio de três empresas controladas por ele: Auguri, Piemonte e Treviso. A Piemonte fez depósitos de R$ 8,5 milhões; a Treviso, de R$ 6,9 milhões e a Auguri, de R$ 1,15 milhão. As empresas de Camargo doaram recursos para campanhas políticas. Em 2010, foi doado R$ 1,1 milhão a sete políticos, cinco deles do PT. No total, segundo reportagem da “Folha de S.Paulo", as empresas de Camargo fizeram doações de R$ 5 milhões ao PT e ao PR entre 2006 e 2014.

Além de Camargo, outro executivo ligado à Toyo Setal, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, fez depósitos em contas de empresas ligadas ao doleiro. No valor de R$ 7,3 milhões, os depósitos foram feitos pela empresa Tipuana Participações. Mendonça era um dos sócios da Tipuana, que pertencia à PEM Engenharia, que prestou serviços à Petrobras na construção da plataforma P-51 e foi uma das empresas que deram origem ao Grupo Toyo Setal.

Segundo depoimento de Alberto Youssef à Justiça Federal de Curitiba, a Toyo Setal também fez depósitos no exterior a título de propina. O doleiro trabalhou para internalizar os recursos e distribui-los no Brasil, em reais. O GLOBO entrou em contato com a Toyo Setal e com entidades que contam com a participação de seus executivos, mas não obteve retorno deles.

Na campanha deste ano, a Toyo Setal doou R$ 2 milhões para o comitê do PR e R$ 150 mil para três candidatos a deputado federal pelo PT: Benedita da Silva (RJ), Henrique Fontana Júnior (RS) e Luiz Sérgio Nóbrega de Oliveira (RJ).

Foram detectados depósitos de várias fornecedoras da Petrobras citadas na investigação da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Na conta da Empreiteira Rigidez, que Youssef admitiu servir apenas para receber recursos de obras da estatal, foram registrados, entre maio de 2010 e dezembro de 2013, depósitos da Mendes Júnior Trading e Engenharia (R$ 1,978 milhão); OAS (R$ 1,749 milhão), e MPE Montagem de Projetos Especiais (R$ 3,129 milhões).

31/10/2014

A TRAGÉDIA PETISTA





Por Zander Navarro
O Estado de S. Paulo


Peço licença, inicialmente, para um breve relato pessoal. Nos anos 1980 contribuí mensalmente com parte do meu salário para o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Os depósitos duraram de dois a três anos, quando a campanha foi encerrada, por falta de adesão. Com sacrifício, cheguei a oferecer até 10% do meu ganho e ainda guardo os recibos. Por que fiz isso? Naqueles anos, saindo do ciclo militar e ansioso pela democracia, ingenuamente entendi ser o MST uma força que renovaria a oligárquica política rural. Como os seus militantes passaram a ameaçar as famílias em assentamentos, o sonho desmoronou e retornei à vida universitária.

Na época, quase todos nós apoiávamos o PT, mesmo não sendo filiados. Imaginávamos que o partido também forçaria transformações em alguma direção positiva. Ou a reforma social ou, ao menos, a democratização da sociedade. Vivíamos então um período febril de debates plurais e de experiências práticas. Lembram-se do "modo petista de governar"? Era simbolizado pelo orçamento participativo, que prometia a livre participação dos cidadãos em decisões públicas sobre os orçamentos municipais. Na campanha de 2002, contudo, o candidato petista mal falou do assunto e, no poder, o tema se esfumaçou.

O assombroso escândalo da Petrobrás, que nos deixa estupefatos, é apenas o efeito inevitável da história do Partido dos Trabalhadores. A causa original é um mecanismo que o diferencia das demais agremiações partidárias. Trata-se de um processo de mobilidade social ascendente, inédito em sua magnitude. Movimento que poderia ser virtuoso, se aberto a todos, pois seria a consequência do desenvolvimento social. Mas, na prática, vem sendo uma odiosa discriminação, pois é processo atado à filiação partidária.

O núcleo pioneiro do PT recrutou segmentos das classes baixas e mais pobres, mobilizados pelo campo sindical, pelos setores radicalizados das classes médias, incluindo parte da intelectualidade, e pela esquerda católica, ampliando nacionalmente o grupo petista inicial. À medida que o partido, já nos anos 90, foi conquistando nacos do aparato estatal, vieram os cargos para os militantes e, assim, a chance arrebatadora de ascender às vias do dinheiro, do poder, das influências e do mando pessoal. Esse foi o degenerativo fogo fundador que deu origem a tudo o que aconteceu posteriormente.

Inebriados, cada vez mais, pelo irresistível prazer do novo mundo aberto a essas camadas, até mesmo impensáveis formas de consumo, todos os sonhos fundacionais de mudança foram sendo estilhaçados ao longo do caminho, incluídos a razoabilidade e os limites éticos. O PT gerou dentro de si uma incontrolável ânsia de mobilidade, uma voragem autodestruidora inspirada na monstruosa desigualdade que sempre nos caracterizou. Conquistado o Planalto, não houve nem revolução nem reforma e o fato serviu, particularmente, para saciar a fome histórica dos que vieram de baixo.

Instalou-se, em consequência, o arrivismo e a selva do vale-tudo: foi morrendo o padrão Suplicy e entrou o modelo Delúbio-Erenice. Logo a seguir, ante a inépcia da ação governamental, também foi necessário impor a mentira como forma de governo. Por fim, o PT mudou de cabeça para baixo o seu próprio financiamento. Abandonou o apoio miúdo e generoso dos milhões que o sustentaram na primeira metade de sua história, pois se tornara mais cômodo usar o atacado para ancorar-se no poder. Primeiro, o mensalão e, agora, os cofres da Petrobras.

Nessa espiral doentia de mudanças, a partir de meados dos anos 1990 o partido enterrou o seu passado. Sua capacidade de reflexão, por exemplo, deixou de existir e o imediatismo passou a prevalecer. Assim, um projeto de nação ou uma estratégia de futuro não interessavam mais. O pragmatismo tornou-se a máxima dessa nova elite e sob esse caminho o subgrupo sindical e seus militantes vêm pilhando o que for possível dentro do Estado. Examinados tantos escândalos, invariavelmente a maioria veio do campo sindical. E foi assim porque da tríade original dos anos 80, a classe média radicalizada e os religiosos abandonaram o partido. Deixaram de reconhecê-lo como o vetor que faria a reforma, sobretudo moral, da política brasileira.

Entrando neste século, o PT não tinha nada mais para oferecer de distintivo em relação aos demais partidos. A aliança com o PMDB ou Lula abraçando Maluf foram decorrências naturais. Também por tudo isso, o campo petista reivindicar o monopólio da virtude é o mesmo que fazer de idiotas todos os cidadãos. No primeiro turno, a fúria das urnas demonstrou a reação indignada dos eleitores à falsidade.

O que vemos atualmente é a soma dessa descrição com as nossas incapacidades políticas de construção democrática em favor do bem comum. O PT é hoje uma neo-Arena que promove, sobretudo, o clientelismo nos grotões. Não aqueles definidos geograficamente, mas os existentes nos interstícios sociais, confundindo as pessoas por meio da mentira, do bolsismo e das mistificações de toda ordem.

É uma trajetória vergonhosa para um partido que prometeu a lisura republicana, o aprofundamento democrático, a reforma de nossas muitas iniquidades e, especialmente, prometeu corrigir a principal deformação de nossa História, que é um padrão de desigualdade que nos infelicita desde sempre. É ação que igualmente vem abastardando o Estado, atualmente tornado disfuncional e semiparalisado em inúmeros setores.

Por todas essas razões, incluindo o benéfico aperfeiçoamento que, fora do poder, sofrerá o próprio PT, é preciso mudar. E com urgência, pois o Brasil se esfarinhará sob outros quatro anos dessa gigantesca manipulação política, o desprezo pela democracia, o primado da lealdade partidária sobre a meritocracia e a fulgurante incompetência técnico-administrativa do campo petista no poder.

O fiasco da ofensiva contra verdades reveladas por VEJA ampliou a epidemia de insônia causada pela devassa do Petrolão



Por Augusto Nunes

Auxiliados pela inépcia de repórteres que só conferem a hora da sessão na academia e pela preguiça de redatores que só conferem a data da consulta com o geriatra, colunistas estatizados tentaram desmentir a notícia divulgada por VEJA neste 24 de outubro: Lula e Dilma sabiam das maracutaias bilionárias engendradas nos porões da Petrobras. Os textos publicados por Reinaldo Azevedo no começo da tarde e por Ricardo Setti no início da noite desta quinta-feira provam que não há uma única e escassa frase equivocada na reportagem de capa que tornou pública a explosiva revelação feita pelo doleiro Alberto Youssef.

Para aflição dos figurões enrascados no Petrolão e dos comparsas disfarçados de jornalistas, a lama que transbordou da estatal transformada em usina de negociatas já chegou ao Palácio do Planalto. Em troca dos benefícios da delação premiada, o que Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef já contaram bastou para assombrar o país. Mas é só o prólogo da história de horror: está longe do fim o tsunami de revelações produzido pela dupla de depoentes, que se tornará ainda mais assustador depois da entrada em cena de mais bandidos prontos para abrir o bico.

Concluída a coleta de provas e informações, a nação conhecerá os detalhes do maior e mais escabroso escândalo político-policial registrado desde o Descobrimento. Concebida para financiar a perpetuação do PT no poder, a organização criminosa montada por diretores corruptos nomeados por Lula e mantidos por Dilma logo incorporou senadores, deputados, ministros de Estado, dirigentes partidários e empresários ─ além de chefes de governo. Nunca se roubou tanto e com tamanha desfaçatez. Um bilhão de dólares virou unidade monetária para a medição do produto do roubo. Algumas propinas superaram os ganhos anuais de superexecutivo americano. Comparado ao Petrolão, o Mensalão acabará reduzido a gatunagem de amador.

É compreensível que Lula e os Altos Companheiros estejam tão inquietos. O chefe supremo da seita sabe que, para voltar a sentar-se na cadeira de presidente, terá de contornar o banco dos réus. Desta vez será bem mais complicado fingir que nunca soube de nada. Não há como repassar, por exemplo, a paternidade da refinaria Abreu e Lima, parida pelo ex-presidente e Hugo Chávez. Deveria custar 2 bilhões de dólares. Já passou de 20, inteiramente herdados pela Petrobras depois do calote aplicado pelo parceiro.

Tantos anos depois daquele que enriqueceu com a rapidez de pistoleiro de faroeste, Lula criou um filhote que engole dinheiro com a velocidade da luz. O pai diz que o primeiro é um fenômeno. Os fatos informam que o segundo é um caso de polícia capaz de transformar qualquer culpado em fortíssimo candidato à cadeia.

31/10/2014


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

PSDB pede ao TSE auditoria na apuração de votos da eleição

Solicitação foi feita pelo deputado Carlos Sampaio, no final da tarde desta quinta-feira


Foto: Andre Penner / AP
O candidato a presidente derrotado no segundo turno, Aécio Neves (PSDB), foi recebido antes de seu primeiro discurso após a divulgação do resultado sob os gritos de "Aécio guerreiro, orgulho brasileiro".

Ele afirmou que ligou para a presidente reeleita, Dilma Rousseff (PT), lhe desejou sucesso e lhe disse que "a maior de todas as prioridades deve ser unir o Brasil em torno de um projeto honrado e que dignifique a todos os brasileiros".


O PSDB apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um pedido de auditoria especial no sistema de votação, apuração e contagem dos votos das eleições deste ano.

A solicitação foi feita pelo deputado reeleito Carlos Sampaio (PSDB-SP), no final da tarde desta quinta-feira (30).

Em nota oficial, divulgada no site do diretório estadual do partido em São Paulo, o PSDB afirma que possui "absoluta confiança de que o TSE cumpriu seu papel", mas diz que diversas "denúncias sobre fatos ocorridos durante a votação" aconteceram no último dia 26 de outubro, data do segundo turno das eleições.


Aécio agradece apoio e pede:
"Não vamos desistir"

"Com a introdução do voto eletrônico, as formas de fiscalização, auditagem dos sistemas de captação dos votos e de totalização têm se mostrado ineficientes para tranquilizar os eleitores quanto a não intervenção de terceiros nos sistemas informatizados", diz a nota.

Segundo o deputado, o pedido "nada tem a ver com o pedido de recontagem ou questionamento do resultado" das eleições, que deram a vitória para a candidata Dilma Rousseff (PT) na disputa pela Presidência da República. "É um pedido de auditoria no sistema, com o acompanhamento do TSE e de técnicos indicados pelos partidos, para evitar que esse sentimento de que houve fraude continue a ser alimentado nas redes sociais", afirma o deputado.

O pedido, segundo o partido, pretende manter a confiança dos cidadãos brasileiros em suas instituições na democracia do País. "O que pretendemos com essa medida judicial é garantir que todo e qualquer cidadão também possa ter a certeza de que nossos representantes políticos são, de fato, aqueles que foram escolhidos pelo titular da soberania nacional: o povo brasileiro", diz a nota oficial.

O TSE ainda não se pronunciou sobre o pedido protocolado nesta quinta-feira.



30 de outubro de 2014

Como uma genuína austeridade gera crescimento econômico


O termo "austeridade" continua sendo utilizado na Europa.

E a Alemanha continua sendo criticada por promover essa visão.

Afinal, a austeridade pode fazer uma economia crescer?







Em primeiro lugar, é necessário deixar claro alguns conceitos. A palavra "austeridade" normalmente é utilizada para descrever duas coisas totalmente opostas e contraditórias: reduzir os gastos do governo ou elevar impostos.

Por que essas duas medidas são opostas? Porque reduzir gastos do governo significa que menos recursos escassos da economia serão apropriados pelo governo; significa que haverá mais recursos disponíveis para pessoas e empresas.

Quando o governo gasta, ele está consumindo bens que, de outra forma, seriam utilizados pela população ou mesmo por empreendedores para fins mais úteis e mais produtivos. Bens que foram poupados para serem consumidos no futuro acabam sendo apropriados pelo governo, que os utilizará sempre de forma mais irracional que o mercado, que sempre se preocupa com o sistema de lucros e prejuízos. Portanto, os gastos do governo exaurem a poupança (por ''poupança'', entenda-se ''bens que não foram consumidos no presente para serem utilizados em atividades futuras'').

Logo, uma redução nos gastos do governo permite que haja mais recursos disponíveis na economia.

Já uma elevação de impostos significa o contrário: mais recursos da economia — principalmente o capital de pessoas e empresas, que seriam utilizados para consumo e investimento — serão apropriados pelo governo.

E esse é justamente o cerne da questão: deveríamos dar mais ou menos recursos para o governo?

Como na fábula em que o escorpião dá uma ferroada no sapo, keynesianos sempre inventam razões para explicar por que gastos do governo são bons para todos. Um de seus principais argumentos é o de que é "impossível alcançar a prosperidade cortando". Como todas as propagandas, essa afirmação é enganosa — austeridade não é sobre "cortar"; é sobre transferir. Mais especificamente, retirar o controle de recursos produtivos de burocratas e transferi-los para indivíduos e empresas.

Vamos analisar os argumentos keynesianos. Segundo eles, os gastos do governo são bons para todos — o que significa que a austeridade baseada no corte de gastos é ruim — porque esses gastos governamentais criam um "efeito multiplicador". Sendo assim, cada $1 gasto pelo governo cria, digamos, $2 de valor.

Isso de fato seria ótimo — e está na mesma categoria dos unicórnios, do moto-perpétuo e do sorvete grátis para sempre. Tal raciocínio implica que o colapso da União Soviética permanece sendo um mistério econômico, uma vez que o sistema soviético deveria estar repleto desse multiplicador produtivo.

Para refutar essa ideia de multiplicador, nem é necessário entrar em detalhes técnicos. Aliás, podemos inclusive supor que de fato exista tal multiplicador. Basta apenas dizer que qualquer multiplicador que porventura possa existir é necessariamente cancelado pelo "multiplicador negativo", uma vez que os recursos necessariamente tiveram de vir de algum lugar. Assim, se você dá $1 para o governo, você necessariamente ficou com $1 a menos, o que significa que você agora terá menos $1 para gastar no restaurante. Ambas as unidades monetárias possuem um "multiplicador" em direções opostas. Elas se cancelam.

Tchau, sorvete grátis.

Porém, tudo ainda piora: ha fortes motivos para crer na existência de um multiplicador negativo. Ou seja, o governo confisca via impostos $1 e o transforma, digamos, em $0,80. Ou até mesmo em $0,05. Por quê? Porque o governo é extremamente eficaz em desperdiçar recursos.

Apenas pense na economia real — em suas "microfundações", como dizem os teóricos. A produção não é um fenômeno que cai do céu. Ao contrário, a produção é feita de recursos — fábricas, matérias-primas, trabalhadores, empreendedores, concreto e aço. Esses fatores são combinados de modo a gerar bens de consumo ou bens de capital. Ou eles podem simplesmente ser poupados para serem utilizados no futuro. Isso significa que há apenas 3 ações que você pode fazer com um recurso produtivo: consumi-lo, investi-lo ou poupá-lo para uso posterior.

Simultaneamente, há apenas três categorias de pessoas para fazer alguma dessas ações (consumir, investir ou poupar): indivíduos consumidores, indivíduos empreendedores ou indivíduos políticos/burocratas.

Portanto, todo o debate sobre se austeridade é bom ou ruim é simplesmente um debate sobre se os governos são melhores gerenciadores de recursos. Só isso. Os governos farão investimentos mais sensatos e mais produtivos? Os governos irão poupar recursos de maneira mais prudente que indivíduos e empresas?

A menos que você tenha acabado de chegar de Marte, você já sabe a resposta: governos são inacreditavelmente ineficientes e esbanjadores. É impossível que "investimentos" do governo sejam eficazes (ver detalhes aqui, aqui e aqui) e é irreal imaginar o governo como um "poupador prudente".

Sendo assim, se o governo é um péssimo gerenciador de recursos, conclui-se que cada recurso que conseguimos impedir que seja apropriado pelo governo nos torna mais ricos. Tendo menos recursos, o governo fará menos guerras, dará menos subsídios a empresas, e financiará menos grupos de interesse. Em vez disso, esses recursos serão utilizados por indivíduos em investimentos mais produtivos, mais prudentes e mais sensatos. E será assim porque essas pessoas estarão utilizando seu próprio dinheiro, e não um dinheiro que foi confiscado de terceiros.

Essa definição de austeridade — os recursos devem ficar com indivíduos e empresas em vez de serem entregues ao governo — implica que a austeridade fará crescer a economia, e não que irá encolhê-la. No entanto, se a "austeridade" se basear meramente em aumento de impostos, como está ocorrendo na Europa, então de fato não está havendo austeridade nenhuma. Ao contrário, está havendo o oposto de austeridade.

Cortar os gastos do governo, permitindo que indivíduos e empresas tenham mais recursos à sua disposição, é o caminho mais sensato para a prosperidade.

30 de outubro de 2014 



Aécio volta terça a Brasília, retorna ao Senado e presidirá grande reunião do PSDB já como principal líder da oposição no país


Aécio aclamado ao ser eleito presidente do PSDB, em maio de 2013
(Foto: Gazeta do Povo)

O ex-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, ainda não viajou para descansar da campanha eleitoral.

Na próxima terça-feira, dia 4, retoma seu mandato no Senado da República (que se estende até fevereiro de 2015).

No dia seguinte, quarta-feira, 5, como presidente do PSDB, presidirá reunião da Executiva Nacional do partido com todos os governadores, senadores e deputados federais tucanos eleitos, assumindo, na prática, o papel de líder inequívoco da oposição, após obter 51 milhões de votos na disputa pelo Planalto.

“Começa a nova e firme oposição”, avisa uma das pessoas mais próximas do senador.



30/10/2014


REFORMA POLÍTICA

 

As formas de consulta popular denominadas plebiscito e referendum – previstas na Constituição da República Federativa do Brasil – 1988 são regulamentadas e definidas pela Lei n.º 9.709, de 1998:

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
      I - plebiscito;
      II – referendo;
      III – iniciativa popular.

Aqui.
A Lei n.º 9.709, de 18 de novembro de 1998 – regulamenta os citados dispositivos constitucionais de consulta popular [Regulamenta a execução do disposto nos incisos I, II e III do art. 14 da Constituição Federal]:

Art. 2o Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administrativa.
§ 1o O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
§ 2o O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.

Aqui.

Por Rivadávia Rosa

Para entender os reais motivos da proposta plebiscitária conheça o modus operandi do totalitarismo travestido de ‘socialismo del siglo XXI’, bolivarianismo e outros ‘ismos’ de tendência comunista sob a nova direção do Foro de São Paulo (organização (a) narco-guerrilheira-terrorista), monitorado por Cuba:

- investida contra a Religião – mediante agressões verbais contra os religiosos;

- mudança constitucional mediante referendum/plebiscitos;

- defesa do aborto, união homossexual, intervenção do Estado (ideológica) na educação dos filhos;

- avanço sobre o direito de propriedade,

- aumento do poder do Estado sobre a vida sócio-política-econômica – rumo ao caos jurídico para estabelecer um Estado totalitário; enquanto isso opera com toda intensidade o sistema tributário caótico e erigido a extorsão tributária

- ameaça de censura/controle dos meios de comunicação – a pretexto de ‘democratização dos meios de comunicação’.

Esse experimento socialista/comunista para construir uma sociedade comunista segue sua ‘marcha da insensatez’ mediante:

-episódios de violência – demonstrativos da vigência de situações que vão do grotesco, do degradante até a extrema barbárie, o medo e intimidação diária que parecem não ter limites;

- a democracia transformada em lenocínio eleitoreiro;

- o princípio da (i) (a)moralidade mafiosa – prevalece com a assimilação indiferente dos delitos de corrupção e corrupção eleitoral;

- os novos vândalos com seus escândalos de corrupção pisoteiam cotidianamente a Constituição, as leis e o Estado de Direito – rumo à barbárie e exclusão do País da ordem civilizada.

Por outro lado a força do Estado – detentor do monopólio legítimo da força – como manda a Constituição e a Lei – não se aplica. A anarquia impera, o Estado fica à deriva – enquanto a criminalidade – desenvolve a violência impune e cotidiana; comunidade indefesa, com a defesa da ordem pública ‘interditada’; até o uso das algemas é questionado e logo ‘regulamentado seu uso’ de modo a impedir sua utilização na prática.
Prevalece a ausência criminosa do poder do Estado ante a intimidação das invasões de terra, bloqueio de rodovias, invasões de prédios públicos – demonstrada pela indiferença, leniência e até parceria criminosa ante a insegurança e o crime cotidiano está afrontando – o ESTADO DE DIREITO.
A anarquia vai se impondo – carnavalescamente (no pior sentido) – diante da leniência e paralisia da vontade dos governantes – que já não se animam nem a garantir a livre circulação nas vias públicas – numa verdadeira estratégia de corrosão dos valores e das instituições para criar uma anarquia institucional e impor sua nova ordem como sonho utópico delirante.

Há um reclamo de justiça e até manifestações populares, logo instrumentalizadas em favor da barbárie; não se respeitam as leis e os juízes; fala-se muito de ética, mas não se a exigem de si mesmos. A polícia sempre é apedrejada, mesmo quando age dentro da lei e no estrito cumprimento do dever legal.

Enfim, violência incontida e país resignado, covarde, enquanto os bárbaros dissimulam a realidade – clamando nos Foros por igualdade, justiça, redistribuição de renda, direitos humanos...

É a sedução da barbárie.

POA/RS
30/10/2014



Youssef pagou dívida em nome de estatal, diz empresário


Polícia Federal com capuz
Divulgação/Polícia Federal

PF: a Polícia Federal coloca a Muranno no rol das empresas que receberam dinheiro desviado das obras da refinaria Abreu e Lima

Fábio Fabrini, do Estadão Conteúdo
Andreza Matais e Ricardo Brandt, do Estadão

São Paulo e Brasília - O dono da agência de marketing Muranno Brasil, Ricardo Vilani, confirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que o doleiro Alberto Youssef, um dos personagens centrais da Operação Lava Jato, fez pagamentos a sua empresa em nome da Petrobras.

Vilani nega, porém, que tenha recebido os valores - R$ 3,5 milhões no total, ele diz - para evitar que revelasse, em 2010, o esquema de desvios na estatal petrolífera. Vilani afirma que prestou serviços à Petrobras no exterior, num acordo sem assinatura de contrato, e queria apenas receber o que lhe era de direito.

A Polícia Federal coloca a Muranno no rol das empresas que receberam dinheiro desviado das obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O nome da agência fazia parte da contabilidade secreta de Youssef.

A PF diz que parte do dinheiro que passava pela conta da agência era destinada ao pagamento de propinas para políticos e agentes públicos.

A Muranno aparece ainda no depoimento de Youssef da delação premiada. O doleiro afirmou que integrantes da agência de marketing estavam ameaçando revelar o esquema de desvios na estatal caso não recebessem um dinheiro devido. Nesse trecho do depoimento, Youssef teria citado o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No relato do doleiro, Lula ficou sabendo das ameaças e ordenou o então presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, a "resolver essa merda".

Ainda segundo Youssef, Gabrielli acionou o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, outro personagem central no escândalo, e este resolveu o problema. Youssef não apresentou provas do relato. Gabrielli nega com veemência a versão do doleiro. Lula não comenta o assunto.

Serviço

O dono da agência nega ter conhecimento do esquema de desvios da Petrobras via Youssef. Nega também a ameaça de revelar esse esquema.

"A Muranno fez alguns trabalhos para a Petrobras. Ele (o doleiro) se apresentou como assistente do Paulo Roberto e que estava lá para tentar me ajudar a receber (a dívida)", declarou Vilani à reportagem.

Os serviços de marketing para a Petrobras foram feitos, segundo o empresário, entre 2006 e 2009. A Muranno, contou Vilani, fez eventos para divulgar o etanol brasileiro em etapas da Fórmula Indy, nos Estados Unidos.

O trabalho consistiria, disse, em chamar empresários para os eventos, nos quais a estatal apresentava seus produtos visando à exportação. O convite para prestar os serviços, afirmou, foi feito pelo então gerente de Álcool e Oxigenados da Petrobras, Sillas Oliva.

Porém, parte dos valores acertados sem contrato não foi paga, segundo afirmou o empresário. "Nunca fiz contrato com ninguém", afirmou, explicando que apenas apresentava notas à "Petróleo Brasileiro S/A".

Segundo o empresário, a dívida da estatal com a Muranno seria de R$ 5 milhões. Em 2009, época da CPI da Petrobras, um funcionário da companhia destacado para levantar documentos e descobrir eventuais problemas no setor de comunicação, como o fornecimento de notas frias, o procurou.

Foi quando Vilani pediu "ajuda" para receber a dívida. Depois disso, conseguiu uma audiência com Costa na Diretoria de Abastecimento.

Na sequência desse diálogo, o empresário contou que foi procurado por Youssef, conhecido como "Primo", que o chamou para "um café" em São Paulo e acertou os pagamentos. "Um dia, toca meu celular, um número que eu não conhecia: 'Olha, estou aqui, quero resolver o negócio da Petrobras'. É o Primo", relatou.

Sem resposta
A Petrobras não se pronunciou até a conclusão desta edição. Questionado se convidou a Muranno para prestar serviços à estatal, Sillas Oliva reagiu, por telefone: "Desconheço". Ele pediu que questionamentos fossem enviados por e-mail, mas não os respondeu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

29/10/2014

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Atual diretor do Abastecimento não viu corrupção do antecessor




Substituto de Paulo Roberto Costa diz ignorar corrupção já confessada
José Carlos Consenza viverá em outro planeta?

O diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, afirmou nesta quarta-feira, 29, em depoimento à CPI mista da estatal, que “nunca ouviu falar” de um esquema de desvio de recursos da companhia petrolífera para atender a interesses de partidos políticos. Ele também disse desconhecer, nos 38 anos como funcionário da Petrobras, a existência de um esquema de pagamento de 3% de propina sobre contratos de um cartel de empreiteiras.

Cosenza disse que só conheceu Paulo Roberto Costa no momento em que foi convidado para ocupar a Gerência de Refino da estatal, em 2008. Costa, a quem sucedeu na Diretoria de Abastecimento em 2012, participou de um acordo de delação premiada no qual confessou ter feito parte de um esquema de desvio de recursos e pagamento de propina a políticos.

O diretor afirmou que jamais teve conhecimento de irregularidades na estatal nem acerto entre as empreiteiras para fraudar contratos na estatal, conforme admitiu Costa. “Nós temos várias comissões internas de averiguação, além disso, a Petrobras está muito próxima dos órgãos públicos, então não existe uma conclusão até o momento”, afirmou.

Questionado pelo relator da CPI, deputado Rubens Bueno (PPS-PR), se sabia de “conluio” em contratos da Petrobras, Cosenza respondeu: “É o objetivo dessas comissões internas (de investigação da Petrobras), se tiver ocorrido, chegar a essas conclusões.”

O diretor comentou a reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo em que é descrita que a Polícia Federal interceptou, no curso da Operação Lava Jato, uma troca de mensagens entre o doleiro Alberto Youssef e o deputado Luiz Ârgolo (SD-BA), em que ambos faziam menção a Cosenza. Segundo a matéria, os dois planejavam um encontro entre o atual diretor e Youssef. A matéria ressalva que a PF não imputa “atos ilícitos” a Cosenza, embora o nome dele conste do relatório da polícia feito para a operação.

Cosenza disse que não conhecia nenhum dos dois. “Nunca estive nem com um nem com outro, não os conheço pessoalmente”, afirmou.

29 de outubro de 2014

Novo delator da Lava Jato vai pagar R$ 40 milhões de multa




Petrobrás


Julio Camargo é apontado como elo de empreiteiras com o Petrolão

Por: Redação

(Fausto Macedo e Ricardo Brandt/AE)


O executivo Julio Camargo, apontado como elo de empreiteiras com o esquema de corrupção na Petrobrás, aceitou pagar multa de R$ 40 milhões no âmbito da delação premiada que fechou com o Ministério Público Federal, segundo os investigadores da Operação Lava Jato.

Camargo depôs na semana passada para três procuradores da República e um delegado da PF. Eles insistiram em saber de suas relações com o ex-diretor de Serviços da estatal petrolífera, engenheiro Renato Duque. Uma pergunta reiterada a Camargo é se ele fez depósitos no exterior para Duque.

Julio Camargo falava em nome da Toyo Setal Empreendimentos, que se dispõe a colaborar com as investigações.
Ele é o terceiro alvo da Lava Jato que firma acordo de delação premiada. Com a delação, Camargo pode obter acentuada redução de pena, até mesmo o perdão judicial. A multa de R$ 40 milhões, no entanto, ele terá que de pagar. Antes, fez a colaboração o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, que citou pelo menos 32 parlamentares como supostos beneficiários do esquema de corrupção e propinas na estatal petrolífera.

O doleiro Youssef está fazendo delação, interrompida porque foi hospitalizado sábado, 25.
Julio Camargo temia ser preso a qualquer momento pela Lava Jato, que entrou em sua segunda etapa, agora concentrando fogo nas empreiteiras.

Apavorado, Camargo resolveu contar o que sabe. Seu relato confirma a existência do cartel das construtoras na Petrobrás. O grande conluio já havia sido revelado por Paulo Roberto Costa, mentor do esquema de propinas da estatal. Camargo já confirmou o envolvimento direto de pelo menos duas gigantes da construção.

A Toyo Setal, que Camargo representava, realiza atividades de projeto, construção e montagem na modalidade de EPC (Engenharia, Suprimentos e Construções), em unidades industriais, nos segmentos de óleo e gás, petroquímica, química, mineração, infraestrutura, plantas de geração de energia e siderurgia.

A Toyo trabalha também com estaleiros, na fabricação e serviços de construção de módulos para plataformas offshore, incluindo unidades de geração de energia elétrica, de compressão de gás e de processamento de petróleo.

A Toyo e Julio Camargo aparecem em uma planilha que a PF apreendeu. O documento indica contribuições de Camargo a partir de março de 2010, provavelmente para a campanha eleitoral daquele ano.

A empresa e ele foram citados pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, em depoimento à Justiça Federal. Costa apontou suposto envolvimento de Duque no esquema,

Na campanha eleitoral de 2010, Camargo ficou entre os maiores doadores de pessoa física. Ele doou um total de R$ 1,12 milhão para dez candidatos ao Senado, à Câmara dos Deputados e às Assembleias Legislativas de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

O maior beneficiário foi o então candidato a senador do PT do Rio Lindbergh Farias, que ficou com R$ 200 mil. Ele deu ainda R$ 100 mil para as campanhas ao Senado de Marta Suplicy (PT-SP) e R$ 100 mil para Delcídio Amaral (PT-MS).

Camargo é o controlador de três companhias (Piemonte, Auguri e Treviso) que recebiam aportes de empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef, alvo da Lava Jato.

No fluxograma do dinheiro movimentado por Youssef na GFD Investimentos (um total de R$ 78 milhões) de janeiro de 2009 a dezembro de 2013 a Piemente colocou R$ 8, 5 milhões. A Treviso repassou R$ 4,4 milhões. A suspeita da PF é que esse dinheiro era distribuído com deputados e senadores.

COM A PALAVRA, O ENGENHEIRO RENATO DUQUE
Por meio de sua assessoria de imprensa, Renato Duque disse desconhecer “o conteúdo de qualquer depoimento de Julio Camargo”. O engenheiro assinala que não é acusado de nenhum crime e afirma não saber de crimes na Petrobrás durante sua gestão na Diretoria de Serviços. Ele destacou que “está à disposição da Justiça para prestar qualquer esclarecimento que se fizer necessário”.

A assessoria assinalou que Duque já entrou com ação penal privada contra Costa por crime contra a honra. “Paulo Roberto terá o direito de provar a suposta veracidade das acusações falsas que fez a Duque.”

COM A PALAVRA, A DEFESA DO EXECUTIVO JULIO CAMARGO
A criminalista Beatriz Catta Preta, que representa o executivo Julio Camargo, não se manifestou.



29 de outubro de 2014

Na hora da decisão, Sarney, o velho aliado de Lula e do PT, votou em Aécio






Imagens produzidas pela TV Amapá, retransmissora da Rede Globo no Estado, revelam que o senador José Sarney, mesmo usando broche da presidente Dilma Rousseff (PT), na hora de digitar o voto optou pelo candidato Aécio Neves (PSDB) no último domingo 26.

Sarney vota no Amapá desde que transferiu o domicílio eleitoral do Maranhão para o Estado, onde se elegeu senador logo após deixar a presidência da República. Recentemente, às vésperas do prazo para o registro de candidatura, o senador anunciou que estava desistindo de disputar novamente o pleito.

Provavelmente pesou na decisão de Sarney a forte oposição do PT do Amapá e a falta de apoio da direção nacional do partido da presidente Dilma.

O senador esperava obter apoio da direção nacional para impedir que o PT local lançasse a atual vice-governadora Dora Nascimento (PT) como candidata ao Senado.


CLIQUE AQUI para examinar o vídeo.

29 de outubro de 2014


Separatismo é conversa de cretinos — não importa se vermelhos ou azuis




Por Reinaldo Azevedo

Essa conversa sobre separatismo no Brasil é asquerosa, é revoltante. Foi inventada por Lula, e, claro!, os porta-vozes do PT na imprensa logo aderiram à tese, atribuindo a adversários do PT o rancor separatista.

Ainda voltarei ao assunto, sim. Não! Não foram Norte e Nordeste que deram a vitória a Dilma porque há lá, se me desculpam a tautologia, muitos nortistas e nordestinos. A questão é de outra natureza: está relacionada à pobreza, que se concentra, como se sabe, no Norte e Nordeste do país — onde, de fato, está o maior número de pessoas atendidas pelo Bolsa Família. A questão é bem mais séria. Um programa social, que tem apenas o condão de tirar as pessoas da miséria e da indigência social e econômica, transformou-se numa máquina de produzir votos — e isso, sim, é imoral.

A população pobre, além de vítima das circunstâncias, não pode agora ser responsabilizada por um resultado eleitoral que eu também acho ruim para o Brasil. Vou escrever sobre tudo isso com mais vagar. De imediato, acho que é hora de a gente rechaçar essas teses de Nordeste contra Sudeste, não importa quem a advogue, sejam os petistas, obedecendo à orientação de Lula, sejam os seus adversários.

Aliás, Lula, ele mesmo, deveria ter vergonha de investir nessa história: afinal, é um nordestino que se tornou a maior liderança nacional no Sudeste. Durante um bom tempo, diga-se, ele despertava temores extremos justamente na população do… Nordeste!

Rebatam essa besteira. Esse negócio de falar em separatismo é um atentado à inteligência, ao bom senso e até à decência. Voltarei a esse assunto neste blog e falarei a respeito na minha coluna de amanhã, na Folha.

Quem fala em separar o Sudeste e o Sul do resto do Brasil, lamento!, não entendeu nada. Ao contrário: precisamos é somar esforços com os pobres do Brasil, do Nordeste ou não, para que eles se libertem da caridade que hoje os escraviza e os torna alvos fáceis do terrorismo de um partido político.

 29/10/2014
 

‘Todos precisam entender que ganhamos perdendo’



POR REYNALDO ROCHA

Oliver, não sou o menino da piada que, ao receber um pote de estrume como presente de aniversário, procura pelo cavalo. Mas queria compartilhar contigo algumas visões mais otimistas (realistas, penso eu) do que vivemos nestas eleições.

1 – Houve, sim, um movimento que esteve sufocado nos 12 últimos anos.

2 –O PT não mete mais medo. Eles que estão com medo. A bolivarização do Brasil está muito mais distante do que há um ano.


3 – Há uma oposição. Saímos dos teclados. E mesmo nos teclados ganhamos novas companhias.

4 – Aprendemos a jogar o jogo deles. Aceitamos o Brasil dividido. Eles – que ganharam – que rastejem em busca de tratamento para a fratura que provocaram.

5 – O PMDB não será mais o eterno sócio minoritário dos que detêm o poder. O PMDB tem faro aguçado. Que o PT não conte com a docilidade dos alugados de praxe. Não a terá.

6 – Prefiro os dez senadores atuais do PSDB (mais o Reguffe, do PDT) que aquela massa amorfa que nunca nos representou.

7 – Não há como evitar o esclarecimento do Petrolão. A história ainda está em seu começo. Alguém duvida que será maior que o Mensalão?

8 – Quem no PT tem formação acadêmica para ser ministro da Fazenda? Alguém com escopo para evitar o desastre?

9 – O PT vendeu em hasta pública tradicionais aliados como Sarney, Eduardo Cunha, Henrique Alves e Jader Barbalho. Terá troco?

10 – Quem imagina que as vozes das redes sociais serão silenciadas? Quem imagina que a derrota não fortaleceu a ira santa contra a seita?

11 – Gilberto Kassab será ministro? E Aloizio Mercadante? Faltará tema para que o PT se enferruje ainda mais aceleradamente?

12 – Quem disse que esqueceremos a Rosemary Noronha?

13 – E Lulinha? Quantos escândalos ainda estão por surgir? Quem acha que deixaremos de cobrar quem elegeu a presidAnta?

Como disse, o povo perdeu o medo do PT. E Lula, hoje, é só um doente, desequilibrado, desbocado e perdedor. Dilma ganhou a eleição (graças a João Santana). Lula perdeu. Perdeu em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Pernambuco. E mesmo em Minas Gerais (onde o PT ganhou) a cor da campanha de Pimentel era azul.

O que nos resta é entender ( Marina acertou ao menos uma vez) que perdemos ganhando. Veremos o apodrecimento progressivo desse infame projeto de poder.

E estarei por cá, lembrando nomes, sobrenomes, endereços e fatos que mostrarão que corpos podres desaparecem quando expostos ao sol.

A oposição aprendeu. Sobretudo, perdeu o medo de dar nome aos bois, vacas e mulas. Como a gente sempre fez por cá.

Abraços. E vamos em frente!


29/10/2014