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sábado, 12 de julho de 2014

Partida contra a Holanda revela que Felipão perdeu o controle da equipe; jogadores da reserva tomam o lugar do técnico e instruem companheiros. Vexame chega ao fim com a defesa mais vazada da história da Seleção; Felipão insiste em ficar!!!


Júlio César pula mas, não defende o pênalti cobrado pelo holandês Van Persie, no Mané Garrincha, em Brasília
(Foto: Ivan Pacheco/VEJA.com)


Por Reinaldo Azevedo


Como resta claro, não foi o acaso que levou a Seleção Brasileira a perder para a Alemã por 7 a 1. Também não foi um apagão, como se se tentou vender. Só pode apagar o que aceso está. E, de fato, nunca chegamos a ter uma equipe. O vexame teve continuidade hoje, na derrota para a Holanda por três a zero. Dez gols tomados em dois jogos! É a pior defesa das 20 jornadas de que o país participou.

Como se vê, até o sósia de Felipão, que trabalha no Zorro Total, estava certo, não é? Havia também um problema na… defesa! O conjunto da obra é patético. Num momento de paralisação do jogo para atendimento a um jogador da Holanda, todo o banco de reservas do Brasil se levantou para dar “instruções técnicas” a jogadores, inclusive Neymar, que assistia à partida. Felipão ficou sentado, apalermado, demonstrando que já não tinha, se é que chegou a ter, o comando da equipe.

No dia 23 de junho, depois da vitória contra Camarões, escrevi aqui:

Nesse texto, aliás, eu contestava a besteira que parte da crônica esportiva começou a dizer, repetindo Felipão, segundo a qual seria preferível o time brasileiro enfrentar a Holanda nas Oitavas de Final a enfrentar o Chile. O jogo deste sábado disse tudo.

Na primeira vez em que a Holanda conseguiu passar para o campo de ataque, com 1min30s, Thiago Silva fez falta e derrubou Robben. Foi fora da área, mas o juiz marcou o pênalti. Roubou para a Holanda? Bem, depende, né? O zagueiro brasileiro deveria ter sido expulso e não foi. Com menos de dois minutos decorridos, convenham: o primeiro gol holandês acabou sendo um preço barato. “Ah, no segundo gol, havia impedimento…” A ruindade do juiz não foi responsável pelo resultado melancólico. Aos 26 minutos do primeiro tempo, a equipe brasileira havia feito uma única finalização.

Os vexames foram se acumulando. Oscar levou um cartão amarelo por simular pênalti. E simulou mesmo! Enquanto os jogadores brasileiros insistirem nessa palhaçada — e isso também é resultado de um treinamento ruim —, não vamos muito longe. Insisto, ademais, num outro aspecto: o jogo da Seleção Brasileira, além de feio, não é dos mais leais. Não fiz a contabilidade, mas Fernandinho deve ser o jogador com mais faltas desse torneio. Mesmo Hernanes entrou pilhado. No primeiro lance de que participou, fez uma falta meio grotesca. No segundo, outra.

Nunca existiu um time. A contusão de Neymar revelou isso de forma cabal. Não acho que o Brasil tivesse ido adiante com ele em campo, mas o vexame talvez fosse menor porque levaria mais intranquilidade aos adversários, e sempre haveria a possibilidade de, num lance fortuito, fazer brilhar seu talento. Pode, no entanto, uma seleção depender de um único jogador?

A torcida resistiu o quanto pôde. Num dado momento, houve até uma disputa entre uma parcela que gritava “olé” quando a Holanda trocava passes, e outra que insistia em aplaudir a equipe. Ao fim, não teve jeito: o estádio, em uníssono, vaiou a Seleção.

Tchau, Felipão!

Felipão não se dá por vencido. Mesmo tendo demonstrado neste sábado que não tem controle da equipe — afinal, os jogadores da reserva é que davam instruções a quem estava em campo —, não pediu demissão. Limitou-se a “entregar o cargo” à direção da CBF para que ela tome a decisão. Ora, isso é o mesmo que nada. O cargo sempre pertenceu à confederação, não é? A CBF não precisa da autorização de Felipão para demiti-lo.

O que o treinador quer dizer com esse gesto? Que pretende continuar; que continua cheio de ideias. Quais? Ora, ninguém diverge muito, com uma outra exceção, sobre o time que deve ser escalado. É mais ou menos esse que está aí, não é? Eu gostaria de ver esse mesmo grupo treinado por Pep Gardiola ou por Mourinho. Mas não verei. Parece que vem Tite por aí, que me parecia o nome óbvio em 2012, quando a CBF decidiu escolher Felpão, o homem que havia sido demitido do Chelsea e que havia ajudado a enterrar o Palmeiras… Que seja Tite, então! Ao menos há a possibilidade de a Seleção organizar a defesa… Pode não levar a Copa, mas também não leva uma surra.

12/07/2014

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Charge


A única profecia de Lula que se tornou realidade!


Sponholz




quinta-feira, 10 de julho de 2014

A promessa feita por Lula em 2007 ─ ‘realizá uma Copa pra argentino nenhum colocá defeito’ ─ está perto de ser cumprida






Por Augusto Nunes
Em 30 de outubro de 2007, assim que a Fifa anunciou oficialmente a escolha do anfitrião da Copa de 2014, o recordista sul-americano de bravata & bazófia entrou imediatamente em campo: “Então eu quero dizê a voceis, estejam certo. O Brasil saberá, orgulhosamente, fazê a sua lição de casa: realizá uma Copa do Mundo pra argentino nenhum colocá defeito”, torturou o português o então presidente Lula na abertura do carnaval temporão em Zurique.

Por enquanto, argentino nenhum tem motivos para queixar-se do Mundial. Até o começo da semana, os hermanos haviam celebrado a classificação para as oitavas e a chegada às quartas de final.

Festejaram nesta terça a vexatória goleada imposta ao Brasil pela Alemanha e, no dia seguinte, a vitória sobre a Holanda que garantiu a vaga na final. Eles estão perto de levar a taça. Nós ficaremos com a conta da Copa da Roubalheira.

Caso o time liderado por Messi vença a Alemanha no Maracanã, a promessa feita por Lula no vídeo será consumada: o “país do futebol” organizou a que será lembrada como a Copa das Copas. Pelos argentinos.

10/07/2014

quarta-feira, 9 de julho de 2014

'Dilmar' tropeça na bola


  EDITORIAL O ESTADÃO

Depois da partida de sexta-feira, em que o Brasil venceu a Colômbia e perdeu Neymar, a equipe da presidente Dilma Rousseff programou para daí a três dias um bate-papo entre ela e internautas sobre um único e óbvio assunto: a Copa. Tanto se tratava de uma jogada eleitoral que a primeira ideia foi usar a página que o PT administra na rede social em nome da candidata. Aí, abandonando-se ao cinismo, resolveram dar um tom "institucional" à marquetagem, transferindo a conversa para a página oficial da Presidência da República.

Foi tudo confeccionado para parecer uma interlocução natural entre a dirigente do País e cidadãos-torcedores, na véspera da penúltima das sete etapas que a seleção precisa superar para chegar ao hexa. Mas a manobra apenas serviu de escada para Dilma subir o tom dos ataques aos seus críticos, apropriar-se do bom andamento do Campeonato, como se fosse mais uma das incontáveis realizações fictícias do seu governo, e forçar uma identificação, para brasileiro ver, com o craque excluído das finais. "Dilmar" não se limitou a soltar o verbo fácil e ensaiado dos elogios ao ídolo "guerreiro" e da comunhão com a sua dor ao ser atingido, que "feriu o coração de todos os brasileiros".

Mandando às favas o senso de ridículo que manda o respeito que se lhe atribua, colocou na internet uma foto em que aparece apoiando o braço esquerdo sobre o punho do direito, numa simulação patética do "É tóis". Trata-se do divertido gesto que Neymar inventou para ilustrar a sua versão do dito "É nóis", que se tornou uma das marcas desse jovem sempre criativo dentro e fora das quatro linhas. Bem que a presidente, ela mesma, avisou há pouco mais de um ano: "Podemos fazer o diabo quando é hora de eleição". Infernal, festejou a "belezura" que enxerga no torneio apenas para distribuir caneladas, chamando os adversários, grosseiramente, de "urubus".

Ela os culpa pelo "indevido pessimismo" que antecedeu a Copa. Indevido por quê? A imprensa - a ré que ela se guardou de nominar - deu margem, sim, a fundamentadas dúvidas sobre o preparo do País para acolher o mais popular evento esportivo do mundo, ao descobrir, divulgar e debater os muitos malfeitos (em todos os sentidos do termo) que precederam a competição. Não fez mais do que o seu dever. Se isso ressoou no Planalto como oposicionismo, nada mais adequado, também. "Jornalismo é oposição", dizia o genial Millôr Fernandes (1923-2012). "O resto é armazém de secos e molhados." Se, afinal, tudo acabou bem - descontado o viaduto que desabou em Belo Horizonte, matando dois -, tanto melhor. Mas não foi por obra e graça da presidente.

Esperta, Sua Excelência. Em dado momento do chat, para desdenhar das críticas, ela equiparou as previsões pessimistas em relação à Copa às que cercam, com mais razão ainda, o desempenho da economia este ano. A taxa do PIB em 12 meses mal supera 1%. Ninguém com a cabeça minimamente no lugar aposta numa metamorfose que redima os desastres da política econômica. Mas - e aí reside a esperteza dilmista - o resultado final do ano só será conhecido em começos de 2015. A essa altura, a presidente ou terá sido reeleita ou terá deixado o Planalto. Em qualquer hipótese, não haverá quem perca o seu tempo lhe cobrando o despropósito de agora.

Bem pensadas as coisas, o empenho da candidata em tirar proveito eleitoral da festa esportiva, para não falar do que fará se a seleção for campeã, parece ignorar dois fatos básicos. De um lado, se é verdade que aumentou a adesão popular à realização do evento no Brasil - ajudando a presidente a subir três pontos na mais recente pesquisa -, é verdade também que, na casa de 63%, o apoio à Copa seria notável nos Estados Unidos, digamos, mas está aquém do que se poderia esperar no país do futebol, na pátria em chuteiras. De outro lado, não há relação previsível entre o desfecho do Campeonato e o da disputa nas urnas. O Brasil pode ganhar, e Dilma perder. Ou vice-versa. Seja lá o que se possa supor a respeito está confinado ao rarefeito espaço das probabilidades.

Oitenta e quatro dias separam a final do próximo domingo e a votação no primeiro domingo de outubro. Esses são, metaforicamente, os 90 minutos decisivos.
  09.07.2014

Presidente Dilma é xingada por torcedores no Mineirão outra vez


Folha.com

A presidente Dilma Rousseff voltou a ser xingada durante a partida da seleção brasileira nesta terça-feira (8).

O Brasil enfrentou a Alemanha pela semifinal da Copa, e perdeu de 7 a 1.

Logo após a Alemanha fazer seu quinto gol, aos 29 minutos do primeiro tempo, parte da torcida no estádio do Mineirão gritou "Ei, Dilma, vai tomar no c...". O canto durou cerca de 30 segundos e não foi gritado por todo o estádio.
Antes de o Brasil tomar o sexto gol, já no segundo tempo, os xingamentos à presidente voltaram a ser gritados. Desta vez com mais força no estádio.

A presidente havia sido xingada pela primeira vez nesta Copa na abertura do torneio, em 12 de junho, durante o duelo entre Brasil e Croácia, no estádio do Itaquerão, em São Paulo.

Na ocasião, Dilma disse que não se perturbaria por agressões verbais. "Eu não vou me deixar atemorizar por xingamentos que não podem ser sequer escutados pelas crianças e pelas famílias", afirmou.

Nos outros quatro jogos da seleção brasileira, não houve menções a Dilma Rousseff.

Dilma havia afirmado na segunda (7), em uma nova rodada de entrevista via rede social, que irá entregar a taça da Copa do Mundo, no próximo domingo (13), e disse que vaias de xingamentos são "ossos do ofício".

09.07.2014


Charge



Sponholz

terça-feira, 8 de julho de 2014

Liminar da Justiça em favor de Luiz Moura anula candidatura de Padilha e dos demais petistas no Estado de São Paulo; partido vai recorrer


Alexandre Padilha (camisa azul) no aniversário de Luiz Moura (calça branca)
Por Reinaldo Azevedo

Pois é, pois é… Uma decisão, ainda provisória, da Justiça de São Paulo tornou sem efeito a suspensão aplicada pelo PT ao deputado estadual Luiz Moura — o que o impediu de concorrer à reeleição — e ainda anulou a convenção estadual do partido, que aconteceu em maio. A direção do PT vai recorrer. Caso se confirme o conteúdo da liminar, Alexandre Padilha não poderá se candidatar ao governo de São Paulo. Também as candidaturas do partido à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal estarão anuladas. Como o prazo legal já se esgotou, o PT ficaria fora da eleição no Estado. Já aconteceu antes? Já! Em 1992, uma decisão do TSE anulou a convenção do PFL em São Paulo.

Só para lembrar: Luiz Moura é aquele deputado estadual que foi flagrado pela polícia numa reunião a que compareceram membros do PCC. O objetivo seria planejar novos ataques a ônibus. O partido evitou expulsá-lo, mas decidiu não lhe dar legenda para se candidatar porque considerou que isso prejudicaria a campanha petista. O deputado estadual é um aliado político de Jilmar Tatto, secretário dos Transportes de Fernando Haddad, e o próprio Padilha já compareceu à sua festança de aniversário, onde discursou.

Moura recorreu apenas contra a suspensão — também anulada pela liminar —, mas o juiz Fernando Camargo, do Tribunal de Justiça de São Paulo, avaliou que a própria lisura da convenção estava comprometida e a tornou sem efeito. O magistrado concordou com o argumento do parlamentar petista, que diz não ter tido direito de defesa, o que a direção do partido nega.

Não tenho nenhuma disposição de defender um grupamento que me coloca numa lista negra e que excita a fúria da turba contra mim, mas a decisão me parece exagerada. Não tenho, em suma, simpatia por quem se candidata a meu algoz, mas tenho compromisso com o que penso. Parece-me que o comportamento de Moura dá motivos para que o PT o suspenda das atividades partidárias, ainda que ele fosse um queridinho da turma até anteontem. Até onde sei, o homem foi ouvido, sim, pelo comando. Ocorre que suas explicações não pareceram, porque não eram, convincentes.

Não conheço o conteúdo da liminar — eu a procurei e não a encontrei. Não sei os motivos da anulação decidida pelo juiz Fernando Camargo. Parece-me, em princípio, que a matéria deveria passar pelo exame da Justiça Eleitoral, a menos que um crime grave de outra ordem tenha sido cometido, tornando ilegítimo o processo.

Comenta-se, nos bastidores, que Lula e a turma de Padilha decidiram mudar o discurso do candidato, que não emplaca: em vez daquela coisa, assim, “coxinha e progressista”, ele assumiria uma inflexão claramente de esquerda, colando-se aos sindicatos e aos movimentos sociais. É um sinal de que as coisas não andam bem por lá. Agora, há uma nova frente de batalha para tentar viabilizar o nome de Padilha: a da Justiça. Definitivamente, é uma candidatura que não estreou com o pé direito — e, por enquanto, nem com o esquerdo.
08/07/2014 


As elites vermelhas




Por Nelson Motta
O Globo

Lula inventou uma bizarra luta de classes, em que não são os pobres que odeiam os ricos por sua opressão, exploração e privilégios, são os ricos que não suportam que os pobres comam, tenham um teto e, suprema afronta, viajem de avião pagando em dez vezes. E não se contentam em explorá-los e desprezá-los, amam odiá-los, logo eles, que vão consumir os bens e serviços que os ricos produzem para ficarem ainda mais ricos. Isso não é coisa de rico, é de burro, e Lula, rico, de burro não tem nada.

Com o país vivendo uma era de prosperidade desde o Plano Real, os três governos petistas não só tiraram milhões da miséria e alçaram milhões da pobreza à classe média, como criaram uma nova classe de ricos, ocupando milhares de cargos no governo, nas estatais, nos estados e nas prefeituras. É o pleno emprego, partidário.

Apenas com os altos salários e vantagens, sem falar nas infinitas possibilidades de intermediações, roubos e achaques, são legiões de novos ricos que formam uma “elite vermelha” — que ama os pobres, mas adora o luxo porque ninguém é de ferro, e não xinga presidentes, a não ser Sarney, Collor e FH. Nos anos 60, havia a “esquerda festiva”, mas hoje a esquerda é profissional. É o povo no poder… rsrs.

Pior do que ser pobre, que pode ficar rico, é ser burro, que não vira inteligente, ou fanático, para acreditar nisso. Mesmo rico e inteligente, Lula não está percebendo que velhos truques não estão mais funcionando — e está difícil criar novos bordões e bravatas. Essa de odiar os pobres não colou, porque os ricos agora “é nóis”. Como um Felipão atordoado, Lula volta ao velho “nós contra eles”, que o derrotou três vezes e o obrigou a fazer a “Carta aos brasileiros” para ganhar a eleição.

Doze anos de governos de um partido, até de bons governos, de qualquer partido, produzem profundo e inevitável desgaste e provocam desejos de mudança no eleitorado que progrediu nesse tempo, que está mais informado e exigente, e quer mais e melhor. Mas quando um governo é mal avaliado, com crescimento baixo e inflação alta, vítima de seus próprios erros...

É o eles contra eles.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Economia deve crescer 1% em 2014, mas Dilma Rousseff quer novo mandato para ampliar o desastre


Ladeira abaixo


Ucho.info


Há dias, em um bairro da capital gaúcha, onde inaugurou um hospital público e despejou ufanismo boquirroto sobre uma plateia de aluguel, a candidata e presidente Dilma Rousseff disse, sem qualquer rubor facial, que quem fez continuará fazendo. Dilma tentou dar ao seu discurso uma pitada socrática, mas é preciso destacar que a incompetência da presidente é tão imensa quanto a vastidão da sabedoria a que o filósofo grego Sócrates se referiu na célebre frase “Só sei que nada sei”.

Como na política os fatos falam por si, não há como afirmar que Dilma Rousseff mentiu diante dos presentes ao evento na cidade de Porto Alegre. De fato a presidente, se reeleita, continuará destruindo a economia brasileira, refém de políticas desastradas adotadas por um governo marcado pela inoperância. Pelo menos é isso que se depreende da mais recente edição do Boletim Focus, do Banco Central, que nesta segunda-feira (7) trouxe nova previsão do mercado financeiro sobre a economia nacional.

De acordo com o boletim do BC, que, como sempre, ouviu os economistas das cem maiores instituições financeiras em atividade no País, a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 é de 1,07%, contra 1,10% da semana anterior. Trata-se da sexta queda consecutiva da projeção de crescimento do PIB. Não bastasse essa preocupante projeção, há no mercado quem aposte em crescimento da economia, em 2014, abaixo de 1%. O que pode ser interpretado como catástrofe. Para 2015, o mercado manteve a previsão de alta do PIB permaneceu em 1,5%, o que é muito pouco para um país que precisa urgentemente sair da crise.

O Partido dos Trabalhadores, que lutam para permanecer no poder, o que evitaria a descoberta de um sem fim de falcatruas, conseguiu a proeza de arruinar a economia verde-loura em apenas uma década, sem ao menos deixar um atalho para reverter uma situação que exigirá pelo menos cinquenta anos de esforços para que o status anterior seja retomado em sua plenitude.

Voltando a Sócrates, a ignorância, assim como a sabedoria, ultrapassa os limites da compreensão do homem, que não tem como percebê-la na sua totalidade. Eis a realidade que reina no Palácio do Planalto, onde prevalece um coquetel draconiano que vem empurrando o Brasil na direção do despenhadeiro da crise: soberba com ignorância.

Como vem afirmando o ucho.info nos últimos anos, a equivocada política econômica adotada pelo desgoverno de Dilma Rousseff tem sido mantida apenas porque os petistas insistem em acreditar que são herdeiros de Aladim. Desde que se instalou no gabinete presidencial, Dilma e seus “golden boys” adotaram pelo menos duas dúzias de medidas de estímulo à economia, sem que ao menos uma tivesse produzido efeito.

Apesar de todo esse fracasso na condução da economia, o governo volta a apostar suas fichas no consumismo como forma de combater uma crise que se alastra com velocidade espantosa. O Planalto não consegue vencer a inflação, mas quer incentivar o consumo, mesmo com a indústria brasileira enfrentando péssimos momentos. Ou seja, o governo do PT agora pode se vangloriar de exportar não apenas commodities, mas também e principalmente consumo. Até porque, além dos brasileiros que vão ao exterior para fazer compras, os que consomem internamente dependem das indústrias de outros países.

07.07.2014

Dilma socorre vítimas de inundações com a invenção do bote militar de fibra ótica



 
Por Augusto Nunes


“Queria dizer o seguinte”, recitou Dilma Rousseff em 17 de junho, no interior do Paraná, a senha que anuncia o começo de mais uma incursão do neurônio solitário pela selva das vogais e consoantes. Depois de sobrevoar a região castigada por inundações, a presidente baixara em União da Vitória para protagonizar a farsa reprisada a cada temporal de bom tamanho: a supergerente jura que vai fazer no ano que vem as obras de prevenção de enchentes que prometeu para o ano passado.

A continuação do palavrório avisou que Dilma mudara o script para comunicar que iria remediar o que poderia ter evitado: “Primeiro, no caso da… da situação… e da… do apoio do Exército e das Forças Armadas, quer dizer, é muito importante na hora… é… não… principalmente na hora do socorro, né? Na hora de você impedir que as pessoas tenham… as pessoas que foram atingidas, que por acaso não conseguem, tão isoladas num edifício e tal, na sua casa, elas possam sair”.

Em seguida, com a mão direita empunhando uma caneta e a esquerda folheando nervosamente um gordo papelório, a oradora decolou rumo à revelação espantosa: “Mas… outra coisa que é importante na atuação do Exército, eu gostaria de dizê, é a disposição de equipamentos. Então o Exército tem aqui caminhões de cinco toneladas, tem botes pneumáticos e o que eles chamam de (inaudível), que é um bote de fibra ótica”. Isso mesmo: fibra ótica.

Os dicionários garantem que “fibra ótica é um filamento flexível e muito fino (da espessura de um fio de cabelo), constituída por um vidro ótico puro, plástico ou outro isolante eléctrico, sendo o seu principal objectivo permitir a transmissão de informação digital e sinais de luzes ao longo de grandes distâncias”. No Brasil Maravilha, sabe-se agora, tal material se presta à fabricação de moderníssimas embarcações militares.

“A imprensa nunca publica com destaque o que o governo faz de bom”, voltou a queixar-se Lula neste fim de semana. “Parece que só notícia ruim pode ser manchete”. Faz sentido, sugerem as edições dos principais diários do país datadas de 18 de junho de 2014. O Estadão, por exemplo, reservou o alto da primeira página à situação falimentar da Argentina. A Folha noticiou na manchete que o ministro Joaquim Barbosa se afastara de vez do julgamento do mensalão. O Globo destacou o clima de pessimismo decorrente do mau desempenho da Seleção.

Nenhum dos três jornais valorizou adequadamente o que ocorrera na véspera: no interior do Paraná, a presidente da República patenteou a invenção do bote de fibra ótica.

Se isso aconteceu, é uma candidata e tanto à reeleição. Se só ampliou a coleção de maluquices e fantasias, é candidata a uma camisa-de-força.

Em qualquer hipótese, a performance de Dilma no vídeo abaixo merecia manchete.






07/07/2014

Fundos de pensão estatais no vermelho: mais um resultado da intervenção do governo



Por Rodrigo Constantino

Buraco sem fundo?

A reportagem de capa do caderno de economia do GLOBO de hoje mostra como os fundos de pensão estatais devem bateram apenas 17% das metas atuariais em 2013 e dificilmente irão se recuperar este ano, fechando pelo terceiro ano consecutivo com déficit. A rentabilidade média foi de apenas 2% no ano passado, enquanto a meta era de 11,6%. O problema tem ligação com a ingerência política:

Falhas na gestão e interferência política para viabilizar projetos de interesse do próprio governo são apontados por fontes da área econômica como causas dos problemas nesses fundos, combinadas com dificuldades relacionadas à crise econômica. Os déficits em cadeia têm como principais vítimas os aposentados, que veem seus rendimentos encolherem com a crise dos fundos.

[...]

Ronaldo Tedesco, representante dos trabalhadores da Petrobras na Petros, critica os investimentos na Invepar. Ele diz que a construtora OAS é beneficiada, pois participa de concorrências públicas ancorada nos fundos. Os trabalhadores também reclamam que a Petros aplicou cerca de R$ 300 milhões na Lupatech (prestadora de serviços no segmento de petróleo), que está em situação de falência:

— Esses investimentos são de interesse do governo, que se aproveita da influência sobre os fundos. A pergunta é, se os investimentos que os diversos governos têm indicado para a Petros derem errado, a União garantirá a meta atuarial dos planos? Ou vão nos deixar a ver navios afundando?

Ele também citou as aplicações da Petros em bancos com dificuldades, como BVA, Morada, Cruzeiro do Sul e no grupo Galileo (Universidade Gama Filho, que faliu). No próximo mês, a provisão de calote nessas aplicações deverá ficar entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão, segundo Tedesco.

Volta e meia vemos escândalos de corrupção envolvendo os fundos de pensão estatais. São gigantescas fontes de recursos, uma tentação enorme para qualquer governo. Os aposentados são os maiores prejudicados, sem tanta transparência e sem alternativa para escolher as aplicações de sua própria poupança.

Há claro conflito de interesses em jogo. O aposentado deveria ter flexibilidade muito maior para decidir sobre suas próprias economias, como acontece nos Estados Unidos ou no Chile. Aqui, ele acaba refém dos gestores desses fundos de pensão, que sofrem enorme pressão política.

O resultado é este: o aparelhamento do PT levou os fundos de pensão ao vermelho, e quem paga o pato, como de praxe, é o elo fraco da equação: o aposentado.

07/07/2014

A política vigarista já está de olho em Neymar, o nosso saudável herói picaresco que está sendo transformado em herói dramático


Neymar dá entrada no hospital com fratura na vértebra, depois de criminosamente atingido

Por Reinaldo Azevedo

Neymar Jr. é, sem dúvida, talentoso, como reconhece o mundo. É um garoto sorridente, alegre, meio largadão, mas sempre com grife, é claro!, já que o Neymar pai não é do tipo que brinca em serviço. O rapaz pode tirar a cueca de graça, mas recebe sei lá quanto para vestir uma. Transporte de helicóptero, de ambulância, tudo é devidamente patrocinado — e, se querem saber, não vejo mal nenhum nisso. Se o rapaz não vendesse, não haveria tanta gente querendo patrociná-lo. O negócio não para nem quando um troglodita lhe acerta uma joelhada nas costas. Felizmente, nada de muito grave aconteceu. O show e os negócios têm de continuar. Reitero: não escrevo este texto em tom de censura. Eu gostava daquele Caetano que cantava “a força da grana que ergue e destrói coisas belas”… Depois o compositor baiano resolveu embrulhar os próprios pensamentos num pano preto e mergulhar no obscurantismo. Mas sigamos com Neymar.

Ele está, ou estava, e isto também me parecia saudável, mais para o herói picaresco: ardiloso, serelepe, esperto, ladino… Não tinha, felizmente, a têmpera do herói dramático, que convoca o povo para a resistência e para a guerra — porque, afinal, por mais que o esporte seja uma metáfora da luta, trata-se de exercício lúdico. E assim tem de ser encarado. Mas aí veio Zúñiga e acertou aquela joelhada criminosa nas costas do menino sorridente — que já vinha sendo caçado em campo de maneira meio covarde, sob o olhar complacente de juízes, que pareciam querer dizer: “Não vamos cair de novo no conto do pênalti cavado por Fred no jogo contra a Croácia”. Sim, aí veio Zúñiga, que já havia acertado um chute doloso no joelho de Hulk, e tirou da Copa o melhor jogador brasileiro — que nos fazia esquecer o péssimo futebol jogado pela Seleção até então, excetuando-se o primeiro tempo contra a própria Colômbia.

E pronto! O nosso herói saudavelmente picaresco se foi. E tomou o seu lugar o herói de apelo dramático, quase trágico. A brutalidade impune de Zúñiga está sendo encarada como um agravo ao país. Agora, sim! Feriram o nosso “homem”! É preciso que seus companheiros e toda a nação se unam para mostrar que, na adversidade, este povo cresce ainda mais. Neymar está a um passo de virar suco nacionalista, quase tão verde-e-amarelo como a sua nova cueca, pronto a ser digerido como símbolo de um povo que não se entrega e que cresce na adversidade. Se tudo sair pelo melhor, e a Seleção sagrar-se campeã, será a hora de anunciar ao mundo que “ninguém segura este país”. Caso não consigamos passar pela Alemanha ou pelo vitorioso do confronto entre Holanda e Argentina, já se tem a desculpa perfeita: “Não fosse Neymar estar fora…”.

O gesto criminoso de Zúñiga forneceu tanto a causa para a gesta como, eventualmente, a explicação para a derrota. Ainda que a Seleção e o futebol percam muito sem Neymar, há uma possibilidade razoável de ele ser mais útil machucado do que em plenas condições de jogo. Apareceu, finalmente, um bom motivo para vencer, com sangue, suor e lágrimas, e uma justificativa verossímil caso o pior aconteça, apesar do sangue, suor e lágrimas… Já uma explicação honrada para a vitória e para a derrota.

Vamos ver qual será o saldo político da apropriação do herói que virou suco. E que resposta dará a plateia de eleitores.


07/07/2014