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sábado, 8 de março de 2014

Dilma usa o Dia da Mulher para fazer campanha eleitoral antecipada





Por Reinaldo Azevedo


Os limites impostos a candidatos, pré-candidatos e, acima de tudo, à imprensa de rádio e TV pela legislação eleitoral são ridículos. Até porque sistematicamente desrespeitados por quem está no poder. Na quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff mandou às favas a lei e transformou o Palácio da Alvorada num comitê eleitoral do PT.

Pior: em horário de expediente.

Pior ainda: outros servidores públicos, além dela própria, estavam lá, atuando em favor de um partido político.

Neste sábado, apresidente faz campanha de novo: entrará em rede nacional de rádio e TV para, supostamente, exaltar as conquistas das mulheres. Mentira! Vai é fazer campanha eleitoral com dinheiro público. De novo.

Como é que dá para saber disso antes mesmo do pronunciamento?

A marquetagem oficial recorreu à conta oficial de Dilma no Twitter para anunciar o discurso e já antecipou parte do seu conteúdo.

Leiam duas mensagens, seguidas de pequenos comentários.



Onze anos??? Sim, é o tempo do PT no poder. Assim, entende-se que, antes, ninguém saiu da pobreza. Nem com o Plano Real, que pôs em limites civilizados o maior de todos os impostos pagos pelos pobres: a inflação. Dilma não está falando como chefe de estado, mas como chefe de facção. Mais um:



Nesse caso, já se refere explicitamente a seu governo. Que mulheres que nada! O objetivo da petista não é falar bem das “companheiras”, mas de si mesma e de seu partido.

O nome disso é campanha eleitoral antecipada.

08/03/2014

sexta-feira, 7 de março de 2014

Águas de Junho

Lula queixa-se de quê?




POR
JOÃO MELLÃO NETO

O Estado de S.Paulo

Tive algumas poucas oportunidades de conhecer o Lula em pessoa, todas elas na década de 1970. Naquela ocasião houve eleições para o Senado - a de governadores ainda estava proibida - e para a Câmara dos Deputados e as Assembleias Legislativas (deputados federais e estaduais).

Ainda estudante, decidi apoiar Fernando Henrique Cardoso, que, de longe, era o candidato ao Senado mais respeitável. O problema que existia dizia respeito à "popularidade" do meu candidato. Na época praticamente ninguém o conhecia. Nós mesmos, que o apoiávamos, o alcunhamos de "Fernando quem?". Pois bem, tivemos de engolir a nossa língua: poucos anos depois ele seria eleito presidente da República. Um excelente presidente, aliás.

Mas o tema deste artigo não é Fernando Henrique, e sim seu sucessor, o Lula. Espero que ele o leia, apesar de sua aversão à leitura.

Lula é um vitorioso em muitos sentidos. Só que há uma coisa que eu não entendo nele: quase todas as teses que defende se chocam frontalmente com a sua história. Por vezes ele combate a livre-iniciativa, rechaça o capital estrangeiro, vê com má vontade a nossa realidade fundiária e afirma que o Brasil, do jeito que é, não tem a menor viabilidade. Eu lanço os olhos ao seu passado e, paradoxalmente, a leitura que faço é exatamente a contrária.

Quando Lula nasceu, em 1945, todas as mazelas que atualmente ele atribui ao Brasil não existiam. A expectativa de vida ao nascer, lá, em Pernambuco, era de 35 anos e os poucos que sobreviviam ficavam raquíticos ou idiotizados.

Lá, em Caetés, não havia capitães de indústria inescrupulosos e muito menos multinacionais para sangrar as veias dos trabalhadores.

No sertão, ninguém discutia luta de classes, até porque lá nem havia classes, não havia socialismo pela falta de seu contraponto, o capitalismo e o nacionalismo eram desnecessários porque aquele fim de mundo, com a sua exuberante miséria, não despertava a cobiça de nenhuma empresa estrangeira.

Naquelas bandas, com exceção de dois ou três coronéis, o ideal de igualdade era exercido em toda a sua plenitude: todos eram igualmente pobres, identicamente desnutridos e homogeneamente desesperançados.

Mas foi ali, no santuário ideológico de Caetés, que Luiz Inácio da Silva venceu a sua primeira prova: mudou-se com a família para São Paulo.

Aqui ingressou no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). A partir do momento em que conquistou seu primeiro diploma, sua vida começou a mudar: passou a trajar-se melhor, adquiriu sua casa e seu primeiro automóvel.

Paralelamente, foi conseguindo prestígio na carreira de sindicalista, até se consagrar como o presidente do poderoso Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. Em 1980 foi fundado o Partido dos Trabalhadores (PT) e ele era o candidato natural para presidi-lo.

A nota dissonante, nessa trajetória de vitórias, está nas opiniões amargas que Lula emite sobre o Brasil após a retumbante carreira que fez.

E olhem que ele se elegeu presidente da República por duas vezes, carregou um poste (as palavras são dele mesmo) para lhe suceder e, agora, ameaça carregá-lo de novo caso a reeleição da sucessora corra algum risco.

O governo de sua sucessora tem-se mostrado abaixo da crítica, com políticas econômicas erráticas, o Brasil crescendo menos do que qualquer outro país na América Latina.

Mesmo assim, eles continuam fortes e inabaláveis nas pesquisas de opinião.

Alguma explicação para esse fenômeno?

A única que me ocorre é a seguinte: crédito abundante e barato para os muito ricos, Bolsa Família para os muito pobres e nada para os setores de renda média.

Afinal, o Tesouro Nacional não é a casa da mãe Joana...

A esse tipo pernicioso de política se dá o nome de populismo.

Algo que devasta o nosso continente a cada 10 ou 15 anos. E demanda muito tempo para ir embora. Os populistas hoje dominam a Bolívia, a Venezuela, a Argentina, o Equador e ameaçam tomar o poder em numerosas nações da América Central.

Em Cuba, a versão castrista já está no poder há 55 anos. E comportam-se todos como certos cães de pequeno porte: quanto menores são, mais rosnam e latem.

É uma tarefa árdua livrar-se deles, até porque sempre têm um discurso muito bem concatenado, que se inicia por um passado no qual seus países teriam sido cruelmente explorados e se estende até os dias atuais, em que continuariam a ser cruelmente explorados.

A exploração sempre permanece, o que teria mudado são os exploradores.

No passado eles eram vítimas dos espanhóis, hoje são vítimas dos Estados Unidos. E existem até os que se queixam de não serem vítimas de ninguém, como é o caso de Cuba em relação aos norte-americanos.

O fato é que todos têm de quem se queixar. É o caso, então, de perguntar: se é tudo tão difícil para eles, e levando em conta que a natureza sempre lhes foi pródiga, por que não se uniram aos norte-americanos para explorar o que têm de melhor, ou seja, a própria natureza?

Mas não se deve fazer esse tipo de pergunta a eles, sob o risco de receber de volta um sonoro palavrão. É pena, mas eles preferem viver assim, cercados por uma exuberante floresta, mas todos perto de passar fome. E continuar a se queixar da insensibilidade dos "gringos", porque é isso que os mantém no poder.

Voltando ao Lula, havemos de convir que ele inovou no estilo. Ao menos não ficou se lamuriando, como tantos fizeram.

Ao contrário, travestiu-se de "Brasil potência" e passou a vender uma imagem da Nação muito maior do que seus potenciais.

Se, de um lado, isso restaurou a autoestima do povo, de outro, criou uma expectativa que jamais poderá ser satisfeita a contento.

Mas nada disso tem importância.

O que vale é o enredo vitimista.

E disso eles sabem cuidar de cor.

Presidente improvável



Dar clareza e nitidez à História e aos seus protagonistas é o grande valor, além da narrativa fluente, elegante e sincera, das memórias do ex presidente Fernando Henrique


NELSON MOTTA
O GLOBO

Diante das constantes tentativas de reescrever a História de acordo com os interesses e as biografias de quem está no poder, o ex-ministro Pedro Malan já disse, cheio de razão e ironia, que no Brasil até o passado é incerto. Dar clareza e nitidez à História e aos seus protagonistas é o grande valor, além da narrativa fluente, elegante e sincera, das memórias do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em “O improvável presidente do Brasil”, escrito originalmente em inglês com a colaboração de Brian Winter e traduzido por Clovis Marques. Daria um filmaço.

Com sua vasta cultura, seu fino humor e sua capacidade de expressar suas ideias, o professor Cardoso conta, com notável poder de síntese e de análise, uma pequena grande história do Brasil moderno, através da surpreendente e acidentada trajetória de um príncipe da sociologia ao exílio e à Presidência da Republica, pontuada por quase inverossímeis lances de sorte, e por grandes desastres do acaso, num país tropical que supera a mais fantasiosa ficção.

Para um gringo que não conheça o Brasil, seu povo, seus políticos e sua cultura, além de uma aula de história contemporânea, narrada de um ponto de vista privilegiado, num tempo de grandes transformações, deve ser uma leitura tão eletrizante como um romance, tantas as peripécias, surpresas e viradas da história, além do charme e grandeza do protagonista e da vileza dos vilões. Para brasileiros também, mas por outros motivos.

O principal é restaurar, antes que seja tarde, a verdade histórica, na visão sociológica do que era o país antes do Plano Real e na narrativa de sua heroica implantação, enfrentando a resistência das elites que viviam da inflação e a sabotagem do PT e de seu ex-aliado Lula, que sentenciou: “Esse plano não é um sonho, é um pesadelo, que vai servir apenas para congelar a miséria no Brasil.”

Mas o sonho era real e nada foi melhor para os pobres — e para Lula e o PT — do que o plano que domou a inflação e nos deu, como nunca na história deste país, uma moeda de verdade, criando as condições para as conquistas econômicas e sociais dos governos seguintes.


07. março. 2014




Barbosa no tronco


Para os 'petralhas', o 'negro nomeado por Lula' seria a expressão do 'novo Brasil'.
O príncipe virou um sapo


Por Reinaldo Azevedo
Folha de São Paulo


A discriminação racial assume muitas faces, mas três delas se destacam. Há o ódio desinformado, raivoso, agressivo. O sujeito não gosta do “outro” porque “diferente”, o que, para ele, significa inferior. Há a discriminação caridosa, batizada de “racismo cordial”.

Olha-se esse “outro” como um destituído de certas qualidades, mas sem lhe atribuir culpa por essa falta; o “diferente” merece respeito e, se preciso, tutela. Uma vertente da cordialidade é ver a “comunidade” dos desiguais (iguais entre si) como variante antropológica. Com sorte, seus representantes acabam no “Esquenta”, da Regina Casé, tocando algum instrumento de percussão –nunca de cordas!– ou massacrando a rima num rap de protesto.

E há uma terceira manifestação, especialmente perversa, que chamo de “racismo de segundo grau”. Opera com mecanismos mais complexos e só pode ser exercida por mentalidades ditas progressistas.

É justamente essa a turma que tenta mandar o negro Joaquim Barbosa, ministro do STF, para o tronco.

Os leitores da Folha que conhecem o meu blog sabem que, ao longo dos anos, mais critiquei Barbosa do que o elogiei. Antes ou depois do processo do mensalão. E os temas foram os mais variados –inclusive o mensalão.

Ainda que a internet não servisse para mais nada, seria útil à memória. Os textos estão lá, em arquivo. Cheguei a ser alvo de uma patrulha racialista porque, dizia-se então, este branquelo não aceitava a altivez de um negro.

O ministro era saudado como herói por esquerdistas, “progressistas” e blogs financiados por dinheiro público –aqueles que se orgulham de ser chamados por aquilo que são: “sujos”.

Como esquecer os ataques nada edificantes de Barbosa a Gilmar Mendes, seu parceiro de tribunal, em 2009? Os “petralhas” consideravam Mendes o seu único inimigo na corte, e o “negro nomeado por Lula” seria a expressão do “novo Brasil”. O príncipe virou um sapo.

Não entro, não agora, no mérito dos votos do ministro no caso do mensalão. Fato: não tomou nenhuma decisão discricionária –até porque, na corte, a discricionariedade, quando existe, atende pelo nome de “prerrogativa”.

Que a sua reputação esteja sob ataque, não a de Ricardo Lewandowski, eis a evidência da capacidade que a máquina petista tem de moer pessoas.

Por que Lewandowski?

O homem inocentou José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino até do crime de corrupção ativa, mas foi duro com Kátia Rabello e José Roberto Salgado, do Banco Rural.

Para esse gigante da coerência, os crimes da “Ação Penal 470″ (como ele gosta de chamar) poderiam ter sido cometidos sem a participação da trinca petista.

É grotesco!

Mas o que é esse tal “racismo de segundo grau”? É aquele que tenta impor ao representante de uma “raça” (conceito estúpido e desinformado!) um conteúdo militante que independe da sua vontade, da sua consciência, da sua trajetória pessoal.

Assim, por ser negro, Barbosa seria menos livre do que um branco porque obrigado a aderir a uma pauta e a fazer o discurso que os “donos das causas” consideram progressista. Ao nascer negro, portanto, já teria nascido escravo de uma agenda.

O mensaleiro João Paulo Cunha foi explícito a respeito: “[Barbosa] Chegou [ao Supremo] porque era compromisso nosso, do PT e do Lula, reparar um pedaço da injustiça histórica com os negros”. O ministro não se pertencia; não tinha direito a um habeas corpus moral.

Afinal de contas, quantos votos Barbosa tem no tribunal?

Notem que os movimentos negros –a maioria pendurada em prebendas estatais– silenciou a respeito.

Calaram-se também quando o jornalista Heraldo Pereira foi chamado de “preto de alma branca” por um desses delinquentes financiados por dinheiro público.

Por que defender um negro que trai a causa?

Por que defender um negro bem-sucedido da TV Globo?

Um preto só prova que é livre quando obrigado a carregar a bandeira “deles”.

07.03.2014


terça-feira, 4 de março de 2014

Líder do PMDB ataca Rui Falcão e defende fim da aliança com o PT





        
                                                      
                                                   Folha Poder

Líder do PMDB na Câmara, o deputado Eduardo Cunha (RJ) defendeu nesta terça-feira (4) o rompimento da aliança nacional do partido com o PT. Com críticas ao presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, Cunha disse que o PMDB "não é respeitado pelo PT" – por isso os peemedebistas devem repensar a união com o principal aliado para as eleições de outubro.

"A cada dia que passo me convenço mais que temos de repensar está aliança, porque não somos respeitados pelo PT",
afirmou em seu perfil no Twitter.

Em entrevista à Folha, o peemedebista reiterou as críticas e a defesa do fim da aliança ao afirmar que Falcão desrespeitou o PMDB ao fazer críticas a lideranças da sigla.

"Não preciso xingá-lo como fizeram outras lideranças do PMDB porque não sou igual a ele. Mas por onde passa o Rui Falcão, mais difícil fica a aliança", afirmou.

Cunha reagiu a supostas declarações do presidente do PT que, durante sua passagem no Sambódromo no último domingo, teria afirmado que o grupo liderado pelo deputado peemedebista está "insatisfeito" porque não foi contemplado na reforma ministerial da presidente Dilma Rousseff.

O deputado disse que a bancada do PMDB da Câmara, como decidiu coletivamente, não vai indicar nenhum nome na reforma ministerial mesmo que o governo decida contemplá-la com uma pasta no primeiro escalão. "A bancada do PMDB na Câmara já decidiu que não indicará qualquer nome para substituir ministros. Pode ficar tudo para o Rui Falcão", alfinetou.

Cunha também disse que Falcão age de "má fé" ao propagar versão de que a ala ligada ao deputado esteja negociando a liberação de emendas parlamentares para destrancar a pauta de votações da Câmara. "Não me compare com o que o partido dele fazia no RJ, doido atrás de boquinhas", disse o peemedebista. O presidente do PT não foi encontrado para comentar as declarações de Cunha.



Liderada por Cunha, a bancada do PMDB da Câmara decidiu adotar postura "independente" nas votações no Congresso desde que Dilma manifestou a intenção de retirar do grupo uma pasta na reforma ministerial. Os deputados decidiram não indicar nenhum nome à presidente e articulam a formação de um "blocão" com partidos insatisfeitos com o PT.


O grupo, capitaneado pelo PMDB, somaria mais de 250 dos 513 deputados – reunindo congressistas do PP, PR, PTB, PDT, Pros, PSC e o oposicionista Solidariedade.

Os governistas atacaram a falta de interlocução com o governo, o rompimento de acordos para o pagamento das chamadas emendas parlamentares, a interferência do Planalto na pauta da Casa, além de privilégios ao PT e tratamento diferenciado para aliados no Senado –dentro do próprio PMDB.


A presidente Dilma Rousseff deve indicar o senador Vital do Rego (PMDB-PB) para o Ministério do Turismo, gesto que agrada à bancada do partido no Senado. Em contrapartida, não pretende manter sob o comando do PMDB da Câmara duas pastas que hoje são ocupadas por indicados da bancada: Turismo e Agricultura.

Paralelamente, PT e PMDB enfrentam problemas no Rio de Janeiro depois que os petistas confirmaram o lançamento da candidatura do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ao governo do Estado.

O PMDB vai lançar o vice-governador Luiz Fernando Pezão, que não tem o apoio dos petistas.

Em retaliação à candidatura de Lindbergh, parte do PMDB fluminense ameaça apoiar o presidenciável Aécio Neves(PSDB) – provável adversário da presidente Dilma Rousseff. Falcão acompanhou o desfile no Sambódromo, no domingo, no camarote do governador Sérgio Cabral (PMDB). No Sambódromo, Pezão voltou a prometer apoio à reeleição de Dilma Rousseff (PT).

 04 de março de 2014