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quinta-feira, 3 de julho de 2014

Datafolha: Segundo turno já é uma realidade; diferença de Dilma para Aécio vai a apenas 7 pontos: 46% a 39%; presidente segue a mais rejeitada; pesquisa de há um mês era melhor para a petista


Os petistas vão encontrar motivos para comemorar a pesquisa Datafolha publicada hoje pela Folha. E a oposição poderá fazer o mesmo. Vejam o quadro (todas as ilustrações foram publicadas na edição impressa da Folha).

Por Reinaldo Azevedo

Datafolha 3-07 - 01
Em um mês, a presidente passou de 34% para 38% pontos. Aécio Neves, do PSDB, aparece agora com 20%, contra 19% no levantamento anterior, e Eduardo Campos, do PSB, foi de 7% para 9%. Todos oscilaram dentro da margem de erro, que é de dois pontos para mais ou para menos. Mesmo com um avanço numericamente maior, diminuiu a vantagem de Dilma sobre os adversários. Quando considerados todos os candidatos, há um mês, ela tinha 34% contra 32%. Agora, 38% a 38%. No mês, passado, os demais postulantes somavam 6 pontos; agora, somam 9. Pastor Everaldo, do PSC, continua a marcar expressivos 4 pontos. Nesse caso, os não petistas é que comemoram. E não só por isso. Vejam os números do segundo turno:
Datafolha 3-07 - 02
Embora a presidente tenha oscilado quatro pontos para cima no primeiro turno, diminuiu a distância numérica para seus adversários no segundo. Há um mês, Dilma vencia Aécio por 46% a 38%; agora, por 46% a 39%. Ainda que dentro da margem de erro, Campos também pode ter se aproximado: uma diferença de 15 pontos (47% a 32%) é, agora, de 13: 48% a 35%.
Há dois outros fatores preocupantes para Dilma: em primeiro lugar, ela segue sendo a mais rejeitada pelos eleitores, com 32%. A rejeição a Aécio é a metade: 16%; a de Campos é de apenas 12%. Em segundo lugar porque ela é, de longe, a mais conhecida: afirmam que a conhecem muito bem 50% dos entrevistados, mas só 16% dizem o mesmo sobre Aécio, e 7% sobre Campos. Os especialistas em pesquisa costumam dizer que candidatos pouco conhecidos, desde que tenham estruturas partidárias sólidas, como é o caso, têm potencial de crescimento. Notem: só 16% dizem conhecer o tucano muito bem; mesmo assim, 39% votariam nele contra Dilma — no caso de Campos, essa proporção é de 7% para 35%.
Datafolha 3-07-04 - rejeição conhecimento
O Nordeste segue sendo a grande fortaleza do PT. Na região, Dilma obtém 55% dos votos, que cai para 44% na Norte, vai a 35% no Centro-Oeste, a 33% no Sul e baixa a 28% no Sudeste, região em que os candidatos de oposição estão na frente: somam 36% (27% para Aécio e 9% para Campos).
Datafolha - 3-007-03 região e renda
A pesquisa Datafolha foi realizada entre os dias 1º e 2 de julho de 2014, com 2.857 entrevistados, em 177 municípios e foi registrada no TSE sob o número 00194/2014.
Copa do Mundo O Datafolha também mediu o humor dos brasileiros em relação à Copa do Mundo. Cresceu, em um mês, de 51% para 63% os que se dizem favoráveis à realização do evento no país, e caiu de 35% para 27% os que se dizem contrários. Mesmo assim, 46% dizem que ela traz mais prejuízos do que benefícios — estes são 45%. Os protestos provocam mais vergonha do que orgulho: 65% a 26%; já a realização do evento no país, mais orgulho do que vergonha: 60% a 28%.
Datafolha 3-07-05 - Copa
Houve uma discreta melhora nas expectativas econômicas da população, mas a avaliação do governo variou sempre dentro da margem de erro: há um mês, 31% o achavam  ótimo ou bom; agora, 33%; diziam que era regular os mesmos 38%; e o “ruim/péssimo” oscilou de 28% para 26%.
Dados os números, não parece que a substancial mudança de humor em relação à Copa tenha tido grande impacto na avaliação que fazem os brasileiros do governo Dilma — a variação é bem menor — ou mesmo no quadro eleitoral. Embora ela tenha oscilado quatro pontos para cima no primeiro turno, os dados do segundo turno mostram tendência adversa. Mesmo com todo o justo auê noticioso que envolve a Copa do Mundo, tudo somado e subtraído, a pesquisa Datafolha de há um mês era melhor para Dilma do que esta. Por que afirmo isso? A existência do segundo turno é ainda mais certa do que antes — e a diferença numérica para os adversários caiu.
03/07/2014

terça-feira, 1 de julho de 2014

Um governo a serviço do PT



Editorial

O Estado de S.Paulo



É grave a informação segundo a qual um funcionário da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República pretendia elaborar uma lista de prefeitos do PMDB do Rio de Janeiro que aderiram à candidatura presidencial de Aécio Neves (PSDB).

Não se pode aceitar que um servidor público trabalhe na coleta de informações com o óbvio objetivo de municiar a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), ainda mais quando se trata de dados sobre dissidentes da coligação governista.

O espantoso caso constitui mais um exemplo de como os petistas confundem seu partido com o governo - além de revelar as táticas pouco republicanas do PT contra aqueles que ousam desafiá-lo.

Conforme informou o jornal O Globo (26/6), Cássio Parrode Pires, assessor da Secretaria de Relações Institucionais, enviou um e-mail à assessoria de imprensa do PMDB fluminense solicitando a lista de presença do almoço de lançamento da aliança entre o governador peemedebista Luiz Fernando Pezão, candidato ao governo do Estado, e Aécio.

Conhecido como "Aezão", o movimento de adesão ao tucano por parte do PMDB do Rio representa uma importante dissidência no principal partido da coligação que apoia a reeleição de Dilma e tem, inclusive, o vice na chapa, Michel Temer.

Como o Rio é o terceiro maior colégio eleitoral do País, é possível medir o grau de apreensão no comando da campanha petista. Por esse motivo, nos últimos dias, o Planalto vem procurando reduzir o alcance da aliança favorável a Aécio, tentando mobilizar prefeitos do Estado que ainda não aderiram ao "Aezão".

Tal articulação, do ponto de vista político, é legítima. Usar a máquina do Estado para fazer uma lista de dissidentes com propósitos obscuros não é. Lembra o modus operandi de regimes autoritários, que desqualificam, perseguem e criminalizam qualquer forma de oposição.

Com impressionante naturalidade, Pires, o funcionário público que solicitou os nomes dos prefeitos ao PMDB, disse que os dados seriam usados "apenas a título de conhecimento". "Nós temos interesse em saber quais prefeitos do Rio que vão apoiar declaradamente ou que pelo menos estiveram nessa convenção com o intuito de apoiar o Aécio", afirmou ele. E continuou: "É para a gente saber quem está apoiando. A gente faz o controle de todos os pré-candidatos ao governo federal. A gente quer saber quem está do lado do Aécio, do lado da Dilma...".

Essa prática não tem rigorosamente nada a ver com o trabalho da Secretaria de Relações Institucionais, órgão que é responsável pela relação da Presidência da República com o Legislativo e com governadores e prefeitos.

As diretrizes gerais da Secretaria no que diz respeito a assuntos federativos, conforme se lê em seu site, são "qualificar as relações com os entes federados", "fortalecer a cooperação federativa" e "operar a concertação federativa".

Fazer uma lista de prefeitos do PMDB que decidiram não apoiar a candidatura de Dilma obviamente não se enquadra em nenhum desses objetivos - e, portanto, só pode servir para ajudar a campanha eleitoral petista e constranger aqueles que dela decidiram desembarcar.
Práticas sorrateiras como essa, que visam a prejudicar a oposição, não são novidade na trajetória recente do PT. Na disputa pelo governo de São Paulo em 2006, dois emissários petistas foram flagrados num hotel com R$ 1,75 milhão, dinheirama que serviria para comprar um dossiê com informações que supostamente comprometeriam o então candidato tucano, José Serra.

O escândalo atingiu vários petistas, inclusive alguns graúdos, como Ricardo Berzoini, à época presidente nacional do PT e coordenador da campanha à reeleição do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, Lula qualificou esses companheiros de "aloprados".

Passados oito anos, Berzoini não só foi "reabilitado", como se tornou ministro de Dilma - justamente na Secretaria de Relações Institucionais. A respeito do contato da Secretaria com o PMDB do Rio para obter informações sobre os prefeitos do partido que decidiram apoiar Aécio, Berzoini disse que só queria "chamá-los para almoçar". Acredite quem quiser.

30 Junho 2014



segunda-feira, 30 de junho de 2014

Aloysio Nunes é escolhido como vice de Aécio Neves com apoio de FH e Serra



Presidente do DEM será coordenador-geral da campanha tucana à Presidência

Por Maria Lima e Cristiane Jungblut
OGlobo

Senador tucano Aloysio Nunes
Foto: André Coelho / O Globo Senador tucano Aloysio Nunes - André Coelho / O Globo

BRASÍLIA, SÃO PAULO e RIO - O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) foi oficializado nesta segunda-feira como candidato à vice-presidente de Aécio Neves, que disputará a Presidência da República. Aécio se reuniu na manhã de hoje com a Executiva Nacional do partido para convalidar as chapas estaduais e fechou o nome do vice. O candidato Aécio Neves disse que a escolha de Aloysio foi "politicamente acertada".

- Hoje tenho a alegria enorme de anunciar o senador Aloysio como meu companheiro de chapa. É uma homenagem à coerência, algo que está em falta na política - disse Aécio ao anunciar a escolha do vice. - Aloysio é um homem honrado, competente e que honra a política brasileira - disse Aécio

Aloysio, em seguida, disse que continua bastante emocionado por esse momento da sua vida política.

Aécio disse que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sempre considerou Aloysio a melhor escolha. O tucano disse que o ex-senador José Serra também comemorou e acrescentou que ele terá papel importante na campanha.

- Serra hoje é talvez dos interlocutores mais próximos que tenho. Acordei hoje com telefonema dele para me parabenizar pela escolha. Dentro de casa mesmo, poderemos ter posições divergentes sobre esse ou aquele assunto, Mas não se pode tirar de Serra que ele tem nome e espírito público. Ele terá um papel muito importante, o PSDB está mais unido do que nunca - disse Aécio.

Ele disse que não encontraria melhor vice na chapa em outros partidos:

- Teria que andar muito pelo Brasil, mais do que tenho andado, mas não escolheria melhor vice.

Para compensar o Nordeste, que poderia disputar a vice presidência representado no Tasso Jereissati (CE), o PSDB vai colocar como coordenador-geral da campanha o presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN). Com essa escolha, o PSDB também reserva lugar especial ao partido na aliança. Aécio disse que conversou sobre isso hoje pela manhã com o representante do DEM.

- Somos um só grupo político a partir de agora. O senador Aloysio soma, e muito, nessa caminhada, mas, sobretudo, pelo homem honrado que é - disse Aécio.

Em seguida, Aloysio disse que será um "militante político".

- Serei um vice muito dedicado, muito leal, muito correto. Orgulhoso por ter alguém do porte, da envergadura, do carisma como Aécio Neves na nossa liderança. Serei um militante político - disse Aloysio.


CHAPA PURO SANGUE REFORÇA SP

Os dirigentes tucanos minimizam o fato de o PSDB ter optado por uma chapa pura e ressaltam a necessidade de reforçar o maior colégio eleitoral tucano no país, São Paulo.

- Não creio que a questão seja geográfica. A construção de uma chapa deve levar em conta conceitos e imagem. Temos experiencia de vice de outras regiões como do Nordeste que não produziram votos. O reforço tem de ser onde tem mais potencial de votos. A escolha não está equivocada – disse o senado Álvaro Dias (PSDB-PR).

O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy, disse que o critério não é de território, mas sim de importância de colégio eleitoral e São Paulo atende a esse quesito.

- O Aloysio conhece bem a estrutura paulista e as pessoas nesse que é o colégio eleitoral mais importante do país. Ele traz para o Aécio um reforço grande – disse. - (a chapa Aécio e Nunes) Encerra essa história de que há um conflito Minas São Paulo, mas esse conflito nunca existiu.



PARA ANALISTA, ESCOLHA TRAZ VOTOS DE SP PARA O MINEIRO AÉCIO

O cientista político do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp/Uerj) Felipe Borba avalia que Nunes aparece como forma de “compensar” os paulistas pela mudança de eixo do partido.

— Ele poderia atrair para o mineiro Aécio o voto de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país. E sua escolha também seria importante porque, desde 1989, o candidato tucano à presidência é paulista. Desta vez não será, e Nunes poderia equilibrar isso — pondera Borba.

30/06/2014

Brasil da Dilma tem segunda-feira negra: mercado prevê PIB a 1,16%, pessimismo da indústria cresce pelo sexto mês seguido



Do Valor Econômico

Os analistas de mercado reduziram pela quinta semana consecutiva suas estimativas para o crescimento da economia brasileira em 2014 e cortaram pela sexta vez a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central.

A previsão para o cerscimento do PIB de 2014 saiu de 1,16% para 1,10%, enquanto a do próximo foi de 1,60% para 1,50%. Há um mês, esperava-se expansão de 1,50% neste calendário e de 1,85% em 2015. A estimativa para a produção industrial em 2014 foi mantida em queda de 0,14%, mas a de 2015 foi revista de avanço de 2,30% para 2,20%.

As avaliações sobre a economia têm se deteriorado inclusive entre órgãos oficiais. Na semana passada, o BC informou em seu Relatório Trimestral de Inflação ter cortado sua estimativa para o crescimento do PIB em 2014, de 2% para 1,6%. O governo federal, em seu mais recente relatório de receitas e despesas, ainda considerava crescimento de 2,5%.

O Focus mostra que o mercado não mudou suas projeções para a taxa de juro e para a inflação. Assim, a expectativa é de Selic a 11% no fim de 2014 e de 12% em 2015. Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram mantidas as projeções de alta de 6,46% neste calendário e de 6,10% no próximo ano. Para junho, foi conservada a estimativa de elevação de 0,34% para o IPCA. Em 12 meses, a perspectiva segue em 5,91% de aumento.

Os analistas Top 5 - os que mais acertam as previsões - também mantiveram suas posições. As estimativas de médio prazo para a inflação seguiram em 6,33% e 7,03% em 2014 e 2015, respectivamente; para a Selic, seguiram em 11% em ambos os anos. A projeção para o câmbio seguiu inalterada pela quarta semana consecutiva. Dessa forma, o dólar deve encerrar em R$ 2,40 neste ano e em R$ 2,50 em 2015.

Da Reuters:

A confiança do empresário brasileiro continua abalado e teve em junho a sexta queda seguida, segundo medição feita pela FGV (Fundação Getulio Vargas). O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 3,9% em junho sobre o final de maio. No mês anterior, a queda havia sido de 5,1%.

"A queda adicional da confiança e a expressiva diminuição do nível de utilização da capacidade no mês sinalizam o aprofundamento do quadro de deterioração do ambiente de negócios que vinha sendo observado ao longo do segundo trimestre. A piora persistente das expectativas, por sua vez, mostra que o empresariado industrial ainda não vê sinais de melhora no curto prazo", destacou a FGV.

A produção industrial brasileira iniciou o segundo trimestre do ano ainda mostrando contração, com recuo de 0,3% em abril. O ICI passou em junho a 87,2 pontos, contra 90,7 pontos no mês anterior. O indicador varia de 0 a 200. Medições abaixo de 100 indicam pessimismo, e acima, otimismo.

O Índice da Situação Atual (ISA) caiu 2,4%, para 90,1 pontos, influenciado principalmente pela avaliação sobre o nível atual de demanda. O Índice de Expectativas (IE), por sua vez, recuou 5,4%, para 84,4 pontos, com destaque para a previsão de produção.

A FGV informou ainda que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada foi a 83,5% em junho, queda de 0,8 ponto percentual sobre maio, atingindo o menor patamar desde novembro de 2011 (83,3%).
Fonte: Blog do Coronel

30.06.2014



Setor público tem déficit primário de R$ 11 bilhões em maio, o 2º maior da história



Resultado de maio só não foi maior do que o de dezembro de 2008; déficit nominal, que inclui o pagamento de juros, somou R$ 32,4 bilhões

Laís Alegretti, Victor Martins
Agência Estado


BRASÍLIA - Depois de o primário do governo central registrar o pior resultado para meses de maio, o setor público consolidado repetiu o feito e ainda registrou o segundo pior resultado da história, ao registrar um déficit de R$ 11,046 bilhões. O resultado só foi melhor que dezembro de 2008, quando o saldo foi negativo em mais de R$ 20 bilhões.

Setor público em maio

051015202530Déficit primárioPagamento de jurosDéficit nominal*11,046 21,39732,444
*O déficit nominal inclui o pagamento de juros


Frente a maio de 2013, houve uma concentração de despesas
Tulio Maciel, do Banco Central


Em meses de maio, nunca havia sido registrado um resultado negativo. O superávit mais baixo, de R$ 487,1 milhões, foi visto em maio de 2010. Em abril, o resultado foi positivo em R$ 16,896 bilhões. Em maio do ano passado, houve superávit de R$ 5,681 bilhões.

O resultado primário não inclui o pagamento de juros da dívida. O déficit primário consolidado de maio ficou perto do piso das estimativas dos analistas do mercado financeiro, que iam de um saldo negativo de R$ 11,7 bilhões a um déficit R$ 7,5 bilhões.

O esforço fiscal de maio foi composto por um déficit de R$ 11,073 bilhão do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Os governos regionais (Estados e municípios) contribuíram com saldo positivo de R$ 12 milhões no mês. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 284 milhões, os municípios tiveram déficit de R$ 272 milhões. Já as empresas estatais registraram superávit primário de R$ 15 milhões.

Pagamento de juros. Foram gastos R$ 21,397 bilhões com juros em maio. Houve uma pequena redução em relação ao gasto de R$ 21,511 bilhões registrados em abril deste ano e alta ante os R$ 20,200 bilhões vistos em maio de 2013. O governo central teve no mês passado um gasto com juros de R$ 15,864 bilhões. Já os governos regionais registraram uma despesa de R$ 5,253 bilhões, e as empresas estatais tiveram gastos de R$ 280 milhões.

No acumulado do ano, o gasto com juros do setor público consolidado soma R$ 101,555 bilhões, o equivalente a 4,90% do PIB. No mesmo período do ano passado, o gasto com juros estava em R$ 100,466 bilhões ou 5,23% do PIB. Já nos 12 meses encerrados em maio, a despesa chega a R$ 249,945 bilhões ou 5,01% do PIB.
Déficit primário no acumulado do ano é o pior desde 2002 - Tulio Maciel, do Banco Central

Com isso, o déficit nominal - que inclui o pagamento de juros - foi de R$ 32,444 bilhões em maio, o segundo maior da história, atrás apenas de dezembro de 2008, quando havia sido de R$ 38,166 bilhões. Em abril, o déficit havia sido de R$ 4,615 bilhões e, em maio do ano passado, o resultado foi negativo em R$ 14,519 bilhões.

No mês passado, o governo central registrou déficit nominal de R$ 26,938 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 5,241 bilhões. As empresas estatais registraram déficit nominal de R$ 265 milhões.

No acumulado do ano, o déficit nominal foi de R$ 70,075 bilhões (3,38% do PIB). No mesmo período de 2013, estava em R$ 53,737 bilhões (2,80% do PIB). Nos 12 meses encerrados em maio, o déficit nominal está em R$ 173,887 bilhões, ou 3,48% do PIB.


Acumulado em 12 meses. As contas do setor público acumulam um superávit primário de R$ 76,057 bilhões no acumulado em 12 meses até maio, o equivalente a 1,52% do PIB. O esforço fiscal caiu em relação a abril, quando o superávit em 12 meses estava em 1,87% do PIB ou R$ 92,785 bilhões. Além disso, o superávit em 12 meses está abaixo da meta de 1,9% do PIB (R$ 99 bilhões), definida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O esforço fiscal nesse período foi feito com a ajuda de um superávit de R$ 61,089 bilhões do Governo Central (1,22% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 14,651 bilhões (0,29% do PIB). Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 10,941 bilhões, os municípios alcançaram um saldo positivo de R$ 3,710 bilhões. As empresas estatais registraram superávit de R$ 318 milhões (0,01% do PIB).

No acumulado do ano, o superávit primário é o mais baixo para o período em 12 anos. O saldo positivo de R$ 31,481 bilhões de janeiro a maio é o mais baixo desde 2002, quando o superávit foi de R$ 26,042 bilhões.

Há uma série de eventos no 2º semestre que tende a favorecer desempenho fiscal - Tulio Maciel, do Banco Central

Otimismo. Apesar do resultado negativo, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, se mostrou otimista. Maciel defendeu que a leitura da situação fiscal não deve ser feita "com dados de alta frequência" e afirmou que será possível cumprir a meta de 1,9% do PIB. "É preciso olhar horizonte de dados mais amplo para fazer a leitura. Maio foi um resultado ruim, decorrente de concentração de despesas no mês e redução de receitas", disse.

Maciel afirmou que em maio de 2013 houve um volume maior de dividendos, além de depósitos judiciais que colaboraram com o resultado. Pelo lado das despesas, segundo ele, os gastos com investimento praticamente dobraram em maio de 2014 ante o mesmo mês do ano passado. "Essa concentração de despesas frente a redução de receitas no mês de maio resultou neste desempenho", disse.

Para argumentar que será possível cumprir a meta, Maciel afirmou que há "receita de concessões, volume de dividendos previstos e receita de Refis". "Há uma série de eventos a ocorrer que tende a favorecer o desempenho fiscal nos próximos meses. Por isso, volto a dizer que uma avaliação exige um conjunto de dados mais amplos e não devemos fazer avaliação no curto prazo", disse.

30 Junho 2014