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sábado, 24 de outubro de 2009

Charges do dia...

Companheiro Iscariotes - Dora Kramer


Companheiro Iscariotes

Dora Kramer

O presidente Luiz Inácio da Silva pode ser, e é, um político ardiloso. Mas não é um homem corajoso. Tampouco é um líder renovador. Não bate de frente com ninguém que possa vir a lhe ser útil amanhã, não enfrenta questões polêmicas, não compra brigas difíceis nem aceita disputa com igualdade de condições, só entra em conflitos protegido por escudos e, sobretudo, não confronta paradigmas.

Na dúvida, prefere a rendição. E pior, na condição de chefe da Nação, não hesita em classificar o Brasil como um país fadado a fazer política ao rés do chão e de mãos sujas. Na entrevista publicada na Folha de S.Paulo de quinta-feira, Lula pretendeu demonstrar pragmatismo, mas o que exibiu mesmo foi um imenso conformismo, incurável conservadorismo e oceânica indiferença em relação a qualquer coisa que não tenha a ver com sua pessoa. “No Brasil, Jesus teria que se aliar a Judas”, disse, como justificativa à sua tolerância para com a ausência de limites entre o público e o privado na operação da política brasileira.

Não é a primeira vez que o presidente se põe no patamar de divindade nem é inédita a manifestação de complacência em relação às piores práticas e seus praticantes. O exemplo, porém, agora foi mais infeliz do que nunca.

Desrespeitoso do ponto de vista religioso – ainda mais para quem preside a maior nação cristã do mundo – e ignorante do que tange ao registro histórico. Jesus, bem lembrou o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Dimas Lara Barbosa, não se aliou aos fariseus e penou exatamente por se manter fiel aos seus princípios.

Não se imagina que um político, nem mesmo um presidente da República, possa se conduzir por parâmetros santificados. Daí não ser aceitável também que dê ares sagrados aos seus atos. Contudo, espera-se de lideranças políticas – principalmente daquelas detentoras da admiração popular e que tenham feito carreira apresentando-se como arautos da mudança – que não se acomodem. Não compactuem, que usem seus melhores atributos para melhorar os defeitos que os fizeram crescer no imaginário da população como a materialização do bem contra o mal.

Em Lula, a figura do progressista, um mito alimentado por duas décadas de ofício oposicionista, não resistiu ao poder. Bem como o símbolo da luta em prol da depuração dos costumes e defesa da ética mostrou seus pés de barro ao adentrar o Palácio do Planalto.

Antes de se especializar como comandante das tropas do mau combate, sempre se alinhando às piores causas, jamais vocalizando os melhores valores, Lula abandonou as reformas.

Algumas delas apresentou pró-forma ao Congresso, como a tributária, a política, a previdenciária, mas ou não lutou por elas ou as deixou pelo meio do caminho. Outras, como a trabalhista e a sindical, simplesmente ignorou. Para não arbitrar conflitos e, assim, correr o risco de se confrontar com setores que lhe poderiam ser úteis.

Lula não é um homem que tome posições e brigue por elas. Não gosta de perder. Talvez considere que já tenha dado ao país sua cota nas três derrotas eleitorais antes de conseguir se eleger presidente. Uma vez conquistado o poder, usa seus instrumentos como um fim em si mesmo.

Ao longo de dois mandatos quase completos, o presidente Lula em nenhum momento sequer sinalizou disposição de empregar suas energias para ajudar a política brasileira a se modernizar. Ao contrário, valeu-se do atraso e apostou em seu aprofundamento.

Ao ponto de, na mesma entrevista, ter atribuído ao presidente do Senado, José Sarney, alguém a quem não hesitava ofender chamando de “ladrão” quando atuava como oposicionista, a condição de guardião da “segurança institucional” do Brasil.

Segundo ele, sustentou Sarney no cargo, a despeito de denúncias e mentiras confessadas, porque representava uma “garantia” ao Estado brasileiro. Não, significava uma caução para o controle do Executivo sobre o Senado, como admite na frase seguinte. A oposição, afirmou o presidente, faria “um inferno” no país, caso Sarney fosse afastado dando lugar ao vice, Marconi Perillo, cujo grande defeito foi ter dito de público que havia alertado Lula sobre a existência do mensalão no Congresso.

“Não entendi por que os mesmos que elegeram Sarney um mês depois queriam derrubá-lo”, declarou, fingindo-se de ingênuo, pois não faltaram fatos para propiciar a sua excelência perfeito entendimento a respeito da situação, perfeitamente compreendida pela bancada de seu partido no Senado.

O presidente, que outro dia mesmo reclamava dos políticos de “duas caras”, de novo encarnou a simbologia do mau exemplo. Convalidou, pela enésima vez, as práticas nefastas que passou a vida dizendo que precisavam ser combatidas.

Isso é pior do que ter duas caras: é jogar no lixo uma trajetória, enterrar uma biografia, é trair uma legião de brasileiros que o elegeu acreditando nas promessas de mudança.

Ideologia


Ideologia, você precisa de uma para viver ?






As ideologias são fonte de estagnação, causam retrocesso, ignorância e destruição para a humanidade.

As ideologias não são maleáveis.

Tais ideólogos criam um sistema de idéias dogmaticamente organizado como um instrumento de dominação psicológica dos indivíduos.

Em tais ideias o ideólogo sempre coloca uma promessa futura, uma promessa boa para todos que virá com a aplicação das suas ideias, prometem por exemplo o paraíso, ou o comunismo, é isso que domina as mentes, é isso que hipnotiza os crentes, a promessa de que terão uma recompensa boa !

As ideologias podem ter caráter político. religioso ou comportamental, as de caráter político tem como maior objetivo encobrir as divisões existentes na sociedade propondo uma forma maquiada de indivisão.

Por exemplo temos o socialismo marxista, que supõe uma classe unida de proletários, ignorando que entre os proletários (trabalhadores), existem aqueles que são brancos, outros negros, outros asiáticos, outros católicos, outros muçulmanos, outros protestantes, outros vegetarianos, outros onívoros, outros fumantes, outros não fumantes, outros homo, outros heteros, etc, e que tais pessoas tem objetivos primordiais diferentes mais importantes do que serem proletários !

É por isso que as ideologias precisam prometer algo muito bom, que suplante tais interesses primordiais.

Devido a essa irrealidade a ideologia funciona invertendo os efeitos e as causas, resultando em imagens e sintomas, produzindo uma utopia social, usando o silêncio para encobrir a incoerência.

As ideologias sempre associam-se a um ou mais símbolos, os símbolos exercem poder hipnótico sobre os seres humanos, os símbolos são uma forma de colocar a ideologia no corpo de cada indivíduo, um alemão com a suástica no peito se sentia incorporado ao nazismo, se sentia forte como o líder.

As ideologias precisam também criar gestos, refrões e palavras de ordem que serão praticados em uníssono, em coro, pelos ativistas e seguidores, as rezas, frases e palavras exclamativas usadas nas religiões, tais como "Amem", tem a mesma função de unir seguidores e o mestre.

E por fim, a maioria das ideologias tem um "livro sagrado", escrito pelo "mestre" ou por seguidores, que tem a função simbólica de representar a intocável sapiência do "mestre".

Estas são as características inconfundíveis das ideologias:

- existência de um mestre intocável.

- símbolos para representar as ideias do mestre no corpo dos seguidores.

- um livro (filme) onde estão os dogmas ditados pelo mestre.

- uma promessa futura de recompensa boa.

- refrões, slogans, rezas, gestos, palavras de ordem e exclamativas a serem usados pelos seguidore
s.

Jogo de profissional 1 - Dora Kramer




Dora Kramer

O Estado de S. Paulo


Há duas maneiras de analisar o anunciado acordo entre PT e PMDB.

Sob a ótica da eleição presidencial, o aludido "pré-compromisso" não significa nada em termos definitivos.

Tanto é que a presidente em exercício do partido, deputada Íris de Araújo - integrante da chamada ala governista -, disse que o rumo do PMDB só será definido na convenção de junho do ano que vem.

Agora, do ponto de vista das eleições estaduais, para governadores, senadores e deputados, o acerto firmado entre as cúpulas do PT e do PMDB significa muito.

Para o PMDB, bem entendido, que apenas cumpre sua vocação de federação de interesses regionais.

Se dependesse do PT, que em nenhum momento pediu para que se firmasse compromisso algum, o assunto só entraria na pauta mais adiante.

O acordo foi a maneira que o PMDB encontrou de se prevenir contra manobras do PT para se apropriar com exclusividade da marca Lula, uma vez que o presidente não conseguiu - ou não quis - que os petistas se enquadrassem às exigências do parceiro de abrir mão de candidaturas próprias em Estados considerados importantes pelos pemedebistas.



A saída foi forçar um compromisso de divisão da coordenação presidencial, pois com isso o PMDB acredita que terá mais força para negociar as alianças regionais em melhores condições.

Os próprios termos do acordo deixam isso muito claro.

São quatro pontos.

O primeiro - "os dois partidos se comprometem a construir a aliança" - é mera manifestação de intenção.

O segundo - "os dois partidos comporão, necessariamente, a chapa de presidente e vice-presidente a ser apresentada ao eleitorado em 2010"- é um certificado de venda de terreno na Lua, pois trata de uma decisão a ser tomada pelas convenções partidárias daqui a oito meses.

O terceiro ponto - "os dois partidos dividirão a coordenação da campanha e a elaboração do programa de governo"- dá uma pista sobre o que realmente interessa.

O quarto vai direto ao ponto: "Esse compromisso será levado às instâncias partidárias para construir soluções conjuntas nas eleições regionais."

Tendo assento na coordenação nacional, o PMDB ganha força para influir nas alianças regionais sem que dependa de uma ação de Lula.

Note-se uma incongruência nos termos do acordo: no item 2 diz que os dois partidos integrarão "necessariamente" a chapa presidencial e no item 4 informa que o compromisso será "levado às instâncias partidárias".

Trata-se, portanto, de uma questão em aberto segundo os próprios signatários.



Não houve falha de redação e sim propósito de parte a parte.
Ao PMDB pouco se lhe dá quem sucederá a Lula.

Ao partido interessa eleger o maior número possível de governadores, senadores e deputados para garantir o cacife de principal parceiro do presidente. Seja ele, ou ela, quem for.

Esse acordo interessa até à ala dita dissidente do PMDB, pois o fortalecimento do partido para firmar alianças regionais conforme sua conveniência é algo benéfico para todos, aliados da candidatura presidencial governista ou não.



Lá na frente, se Dilma Rousseff, Ciro Gomes ou quem venha a ser o preferido do Planalto estiver bem, o compromisso fica mantido.

 
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continua no post abaixo

Jogo de profissional 2 - Dora Kramer

Jogo de profissional


continuação post acima

Dora Kramer
O Estado de S. Paulo


Do contrário, bastará alegar que a convenção decidiu rejeitar a aliança e ninguém poderá falar em quebra de contrato. O mesmo vale para o PT se por algum motivo não lhe interessar fazer par oficialmente com o PMDB.


Gato escaldado

O presidente Lula, consta, teria sugerido ao PMDB intervenções nas seções do partido que discordem da aliança com o PT.

Foi mais ou menos o que o PMDB pediu a Lula meses atrás que fizesse com as regionais petistas que insistissem em candidaturas próprias.

Nenhum dos dois, porém, tem a menor intenção de patrocinar intervenções nas seções regionais.

O PMDB por falta de moral para falar em disciplina partidária e o PT porque não esquece da notória intervenção no Rio para se aliar a Anthony Garotinho, que pouco depois lhe daria o apelido de "partido da boquinha".

Pé atrás
Vamos e venhamos: está esquisita essa história da agenda da ex-secretária de Receita Federal Lina Vieira.

O governo conferiu credibilidade a Lina quando tratou com desfaçatez a questão do encontro entre ela e a ministra Dilma Rousseff, contando uma história mal contada sobre o sumiço das imagens das câmeras de segurança.


Agora, que a ex-secretária não contribui com a própria versão ao afirmar, como afirmou quando foi depor no Senado, que uma reunião ocorrida no início de outubro acontecera perto do Natal, lá isso não contribui.
Judas

A entrevista do presidente Lula à Folha de S. Paulo, um marco, requer análise detalhada e, portanto, espaço.


Vamos a ela amanhã.

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Diogo Mainardi O bonde do MC Beltrame


"Desde que Lula passou por lá para visitar as obras
do PAC, o Complexo do Alemão transformou-se
num território da paz, mas unicamente para
os traficantes do Comando Vermelho"


As obras do PAC criaram uma zona franca
para o Comando Vermelho.


Em julho, no Morro da Chatuba, ocorreu um baile funk em homenagem a FB, o chefe do tráfico de drogas no Complexo do Alemão. MC Smith cantou:

"A festa do FB / está tipo Osama bin Laden"

No domingo passado, o Morro da Chatuba assistiu a mais um baile funk. Desta vez, os homens de FB comemoraram o abatimento de um helicóptero da PM.

José Mariano Beltrame, a maior autoridade policial do estado do Rio de Janeiro, comparou o abatimento do helicóptero aos atentados terroristas de Osama bin Laden, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001.

MC Beltrame, inspirado em MC Smith, já pode animar um baile funk no Morro da Chatuba.

FB está longe de ser um Osama bin Laden.

Os policiais comandados por José Mariano Beltrame sempre souberam onde ele se escondia.

Dez dias antes que FB ordenasse o assalto ao Morro dos Macacos, que resultou no abatimento do helicóptero da PM e na morte de mais de trinta pessoas, a deputada federal Marina Maggessi declarou o seguinte a um repórter de O Globo:

"A polícia não entra no Complexo do Alemão por causa das obras do PAC. Está todo mundo evitando tiroteio para não parar as obras do PAC. A bandidagem toda está indo para lá".

O "bonde" de FB (tema de outro funk de MC Smith), formado por mais de 100 criminosos, confirmou a denúncia de Marina Maggessi.

Na última semana, ela repetiu que as obras do PAC criaram uma zona franca para o Comando Vermelho.

Revelou também que as autoridades policiais foram alertadas sobre os planos de FB algumas horas antes de ele atacar o Morro dos Macacos.

O que aconteceu depois disso?

As delegacias da região foram impedidas de agir.

Em 4 de dezembro de 2008, Lula visitou as obras do PAC no Complexo do Alemão.

Na mesma solenidade, que contou com um espetáculo do grupo AfroReggae, ele atacou o governo anterior e prometeu fazer "uma revolução para resolver o problema da segurança pública", transformando a área num "Território da Paz".


Quase um ano depois, já dá para analisar alguns dos resultados dessa revolução.

Primeiro: Lula continuou a visitar obras do PAC e a atacar o governo anterior.

Segundo: poucos dias atrás, um dos integrantes do AfroReggae foi morto a tiros e a PM soltou seus assassinos.

Terceiro: sim, o Complexo do Alemão transformou-se num território da paz, mas unicamente para os traficantes do Comando Vermelho.

De fato, desde que Lula passou por lá para visitar as obras do PAC, a polícia nunca mais realizou uma operação contra seus criminosos.

A última delas ocorreu em outubro de 2008.

Nesse período, FB aumentou seu arsenal e reuniu suas tropas. Como diz o funk de DJ Will, ecoado por MC Beltrame:


"A PM aqui não entra / Aqui só tem talibã / Terrorista da Al Qaeda"

57% acham que o candidato tem de ser Serra.

O preferido do DEM e do PPS

Lucas Lacaz Ruiz/AG. O Globo

Disputa
Serra: na frente de Aécio entre os deputados de partidos aliados

A maioria dos deputados dos dois principais partidos aliados do PSDB quer José Serra como candidato à Presidência da República.

A conclusão é de uma pesquisa inédita realizada entre terça e quinta-feira passadas pela consultoria Arko Advice com 61 deputados (49 dos 56 deputados do DEM e doze dos treze parlamentares do PPS).

Dos ouvidos, 57% acham que o candidato tem de ser Serra.

Os que preferem Aécio Neves somam 32%.
 

Serra é o preferido inclusive quando se olha somente o DEM (55%), apesar da forte campanha do presidente do partido, Rodrigo Maia, em favor de Aécio.

Imagem do dia...


http://www.eramos6.com.br/

Pobre América Latina. Sob influência de Chávez, outro governante, Daniel Ortega, da Nicarágua, não quer deixar o poder


Ditadores perpétuos
Thomaz Favaro
Juliana Cavaçana

Ao cortar o entusiasmo dos que o insuflavam a buscar o terceiro mandato, o presidente Lula adquiriu estatura e força moral que o diferenciam radicalmente de muitos líderes da América Latina.
A região, onde historicamente a normalidade é um hiato, está de novo sensível à pregação antidemocrática e, como um elástico esticado que busca a posição de descanso, mergulhando no caudilhismo.
É o mesmo pântano populista em que a América Latina chafurdou no pass
ado.

A diferença agora é que os caudilhos se dizem de esquerda e
"bolivaria
nos", tendo como traços comuns a impossibilidade de convivência com a imprensa livre, o desrespeito à Constituição e a formação de esquadras de bate-paus para intimidar fisicamente os adversários.



O patrono da turma é o venezuelano Hugo Chávez, secundado por figuras menores como o equatoriano Rafael Correa e o boliviano Evo Morales.
Em Honduras, Manuel Zelaya tentou o golpe bolivariano, mas seu voo de galinha foi interrompido em pleno ar pela Corte Suprema e pelos militares.
O mais novo aderente ao caudilhismo de esquerda é o nicaraguense Daniel Ortega.
A única surpresa é ele não ter sido o primeiro a aderir.


Ortega está cumprindo à risca o manual de instalação de ditaduras de esquerda em países de instituições fracas.


Na segunda-feira passada, um grupo de seis juízes da Corte Suprema acatou um recurso, apresentado pelo próprio presidente, exigindo a anulação do artigo 147 da Constituição, que proíbe a reeleição.


Caso a decisão seja ratificada por nove dos dezesseis magistrados do tribunal, Ortega poderá concorrer nas eleições de 2011.


Como ele nomeou oito desses juízes e ainda tem direito a indicar mais um, o golpe constitucional está praticamente pronto.


Quando for consumado, o presidente da Nicarágua engrossará o time dessa nova modalidade de ditadura.

Imperador Obama fica nu ao despir rede Fox


Imperador Obama fica nu ao despir rede Fox

Por Caio Blinder
de Nova York

NOVA YORK- O governo Obama tem todo o direito de detestar a rede Fox de televisão. O sentimento é mútuo e no geral esta emissora conservadora é extremamente partidária e distorce o seu noticiário.

Mas é censurável a decisão da Casa Branca de declarar guerra aberta contra a Fox, acusando a emissora de ser um braço de propaganda do Partido Republicano e assumindo seu propósito de isolá-la ao não conferir acesso a notícias do Executivo.

 

Em primeiro lugar, o Poder Executivo em uma sociedade democrática não deve intimidar seus inimigos na imprensa. Pode criticar, questionar ou mesmo ridicularizar abordagens absurdas e panfletárias como tratar o presidente Obama como camarada de terroristas, empenhado em criar uma sociedade totalitária ou ser antiamericano.

A campanha de Obama na verdade dá legitimidade a algumas acusações da Fox. Por esta razão, esta guerra aberta deve ser recebida não apenas com indignação, mas com perplexidade.

O que o governo ganha com esta briga?

Um motivo óbvio é mobilizar a base liberal desencantada com Obama, alvejando de forma preferencial um oponente que realmente irrita os não conservadores.

Mas a Fox não está tão irritada assim com a campanha do governo. Pelo contrário. Ela cresce na guerra, não só na audiência, mas na convicção de que sua causa é justa. Já o governo fica menor.

Repito que o governo Obama tem o direito de detestar a Fox, mas é inadmissível sua exigência que todo mundo, em particular o resto da imprensa, deteste e boicote a emissora conservadora. Neste capítulo falta indignação de jornalistas, mesmo daqueles mais liberais ou simpáticos ao governo.

Afinal não cabe ao Poder Executivo ditar regras de comportamento ao Quarto Poder. Basta ver que logo após os atentados de 11 de setembro de 2001 e em meio a uma febre patriótica, Ari Fleischer, o então assessor de imprensa da Casa Branca do republicano George W. Bush disse que pessoas "deveriam tomar mais cuidado" sobre o que falavam sobre o governo e o país.

Houve um furor na imprensa contra este tipo de intimidação.

No entanto, o mesmo furor não acontece agora. É uma pena, pois, desde os tempos em que Richard Nixon conspirou com sua "lista de inimigos", uma Casa Branca não recorria com tanto empenho à sua influência para remover a legitimidade de uma organizaçao de mídia crítica do governo.

A Fox pode exagerar, distorcer e criar uma realidade alternativa para os seus fiéis espectadores, mas em um universo jornalístico em que Obama é tão adulado (já foi mais) é sempre saudável ter um setor da imprensa lembrando que o presidente imperial está nu. Deve ser assim em qualquer república democrática.


O perigo que ronda o Rio


CIDADANIA AO AVESSO

Manifesto pela paz em praia carioca:
parte da classe média presente nas passeatas não enxerga relação entre drogas e violência



Fotos Patricia Santos/ AE; Guilherme Pinto; Marcos d'Paula/ AE

CIDADANIA AO AVESSO

1 QUEM CHEIRA MATA
O usuário de cocaína financia as armas e a munição que os traficantes usam para matar policiais, integrantes de grupos rivais e inocentes.

A venda de cocaína aos usuários cariocas rende 300 milhões de reais por ano aos bandidos. Os usuários de drogas financiam a corrida armamentista nos morros. Cada tiro de fuzil disparado tem também no gatilho o dedo de um comprador de cocaína. Essa realidade não é facilmente admitida. A tendência é tratar o usuário com leniência. Alguns países -- o México é um exemplo -- deixaram de considerar crime o porte de pequenas quantidades de cocaína. É uma medida temerária que aumenta a arrecadação dos bandidos e, como resultado, o seu poder de fogo.


2 A CEGUEIRA DO NARCOLIRISMO
Os traficantes são presença valorizada em certas rodas intelectuais, de celebridades e de jogadores de futebol. Isso facilita os negócios do tráfico e confere legitimidade social à atividade criminosa.

O goleiro Júlio César, da seleção brasileira, já teve de dar explicações à polícia por ter aparecido num grampo telefônico falando com o traficante Bem-Te-Vi, ex-chefão da Rocinha. Escutas telefônicas revelaram que outros jogadores, como Romário, também mantinham algum tipo de contato com o bandidão.


3 A TOLERÂNCIA COM A "MALANDRAGEM CARIOCA"
O "jeitinho brasileiro", a aceitação nacional à quebra de regras, se une, no Rio, ao culto da malandragem, que, ao contrário do que parece, não é inocente. Reforça a ilegalidade.

No início do ano, a prefeitura demoliu um prédio com 22 cubículos, construído ilegalmente, na Rocinha. Havia uma proprietária "de fachada", moradora da favela, que conseguiu decisões liminares impedindo a demolição. Descobriu-se depois que o verdadeiro dono do imóvel era um morador de classe média da Zona Sul.

4 O ESTÍMULO POPULISTA À FAVELIZAÇÃO
Os políticos se beneficiam da existência das favelas, convertidas em currais eleitorais. Elas abrigam 20% dos eleitores da cidade.

A invasão eleitoreira se dá por meio de instituições batizadas de centros sociais, mantidas por deputados e vereadores. Em troca de votos, esses centros fornecem serviços que deveriam ser disponibilizados pelo poder público, de creches a tratamento dentário. Transformar a pobreza num mercado de votos mostrou-se um negócio lucrativo. Quase metade dos deputados estaduais fluminenses e 30% dos vereadores cariocas mantêm centros sociais
.

5 O MEDO DE REMOVER FAVELAS

Os aglomerados de barracos, com suas vielas, são o terreno ideal para o esconderijo de bandidos. É hipocrisia tratar a remoção como desrespeito aos direitos dos moradores.

As favelas não param de crescer. Um estudo feito pelo Instituto Pereira Passos (IPP) mostrou que, entre 1999 e 2008, o aumento de áreas faveladas na cidade foi de 3,4 milhões de metros quadrados, território equivalente ao do bairro de Ipanema. O número de favelas no Rio passou de 750, em 2004, para 1?020 neste ano. A maior parte das novas favelas tem menos de cinquenta barracos.


6 FINGIR QUE OS BANDIDOS NÃO MANDAM

Eles mandam. Indicam quem vai trabalhar no PAC e circulam livremente com seus fuzis próximo aos canteiros de obras do principal programa do governo federal. Decidem sobre a vida e a morte de milhares de inocentes.

Tortura e assassinato fazem parte da rotina. Um dos métodos de execução é o "micro-ondas", um improvisado forno crematório no qual a vítima é queimada viva, depois de ser torturada. A barbárie foi mostrada ao país inteiro em 2002, quando o jornalista Tim Lopes, da Rede Globo, foi capturado, morto e queimado em um "micro-ondas" por traficantes da Vila Cruzeiro.


BANCADA BANDIDA
Nadinho, de Rio das Pedras: o líder de milícia tornou-se vereador e cabo eleitoral do DEM

7 COMBATER O CRIME COM MAIS CRIME

O governo incentivou a criação de grupos formados por policiais, bombeiros e civis para se contrapor ao poder do tráfico. Deu o óbvio. Onde esses grupos venceram, viraram milícias e instalaram a lei do próprio terror.

Atualmente, mais de 170 favelas são dominadas por milícias no Rio de Janeiro. Esses bandos exploram clandestinamente serviços como venda de gás, transporte e até TV a cabo. Depois de desalojarem os traficantes, matam e torturam inocentes nas áreas dominadas.


8 MARGINAIS SÃO CABOS ELEITORAIS DE POLÍTICOS

Muitas associações de moradores funcionam como fachada para que criminosos apareçam como "líderes comunitários" e possam fazer abertamente campanha por seus candidatos. Na Câmara dos Vereadores e na Assembleia Legislativa existe uma "bancada da milícia".

O caso mais emblemático é o de Nadinho, que acumulou as funções de líder da milícia e de presidente da Associação de Moradores da Favela Rio das Pedras. Quando ele ocupava esse posto, só fazia campanha por ali o político que "fechasse" com Nadinho, que foi um importante cabo eleitoral do DEM e elegeu-se vereador pelo partido, o mesmo do ex-prefeito Cesar Maia. Acabou assassinado neste ano. Na Rocinha, a atuação como líder comunitário garantiu a Claudinho da Academia uma vaga de vereador. No caso, com o apoio do tráfico de drogas.



9 A CORRUPÇÃO TORNA A POLÍCIA MAIS INEPTA


A taxa de resolução de homicídios no Rio é de 4%. Em São Paulo é de 60%.

Isso acontece porque policiais agem como marginais. Um exemplo chocante da atuação de bandidos fardados deu-se na semana passada, quando Evandro Silva, integrante do grupo AfroReggae, foi baleado e morto em um assalto no Centro da cidade. Minutos depois, dois PMs chegaram ao local do crime. Silva ainda agonizava. Eles nem olharam para a vítima. Os policiais correram a achacar os criminosos, que foram abordados e soltos depois de entregar aos PMs o fruto do latrocínio -- uma jaqueta e um par de tênis.



 CURRAL ELEITORAL
Políticos do Rio disseminaram a praga dos centros sociais em favelas do Rio de Janeiro: o mercado da miséria rende votos nas eleições

10 AS "COMUNIDADES" SERVEM DE ESCUDOS HUMANOS

Os bandidos usam a população civil sob seu domínio para dificultar a ação da polícia. Quando um morador morre e se noticia que foi vítima do confronto, o bandido vence a guerra da propaganda. Se não houvesse criminosos, não haveria confronto.

Os moradores são massa de manobra dos traficantes. No início do ano, quando o traficante Pitbull, da Mangueira, foi morto durante uma operação policial, bandidos usaram moradores para promover tumultos nos arredores da favela. Quatro ônibus foram incendiados. Cerca de setenta pessoas compareceram ao enterro do traficante.


11 O GOVERNO FEDERAL ESTA SE LIXANDO

Como o crime no Rio não afeta a popularidade do presidente, a questão não é prioritária. Dos 96 milhões de reais previstos para modernizar a polícia em 2009, somente 12 milhões de reais chegaram aos cofres do estado.

Um dos projetos que não foram atendidos é o de identificação biométrica de armas, que permitiria o melhor controle do armamento utilizado pela polícia. Está orçado em 17 milhões de reais. Outro projeto, de 2,6 milhões de reais, é o da aquisição de um simulador de tiros, aparelho com o qual o policial treina combates virtuais.



12 AS FAVELAS NÃO PRODUZEM DROGAS NEM ARMAS

Nunca se fala ou se age decisivamente contra a estrutura profissional e internacional de fornecimento de cocaína e armas aos traficantes cariocas. Inexiste a fiscalização de estradas, portos e aeroportos.

A fiscalização nas fronteiras do Brasil é pífia. O país tem em média um policial federal para cada 20 quilômetros de fronteira. Com tão pouca gente, é impossível impedir a entrada de cocaína, principalmente considerando que os países que concentram a produção mundial da droga são nossos vizinhos -- Bolívia, Peru e Colômbia.



13 OS PORTOS BRASILEIROS SÃO UMA PENEIRA
Somente 1% dos contêineres que passam pelos portos é escaneado para a fiscalização do contrabando de armas e drogas. É uma omissão criminosa, pois 60% do tráfico de drogas se dá por via marítima.

O porto do Rio é o terceiro mais movimentado do país, atrás apenas dos de Santos e de Paranaguá. No ano passado, passaram pelo terminal carioca 8,8 milhões de toneladas de carga. Como é impossível fiscalizar todos os contêineres, a inspeção se dá por amostragem. Policiais que atuam no combate ao tráfico admitem que dependem de denúncia para flagrar carregamentos de drogas.

Fabio Motta/AE


EM FLAGRANTE
Imagens mostram o momento em que policiais tomam dos assassinos os pertences da vítima, que não socorreram


14 QUEM MANDA NAS CADEIAS SÃO OS BANDIDOS
As organizações criminosas comandam a operação na maioria dos presídios brasileiros. Elas cobram pedágio dos presos -- pago lá fora pelos familiares à organização --, planejam e coordenam ações criminosas.

Em 2002, Fernandinho Beira-Mar e outros chefões do tráfico lideraram uma rebelião que terminou com quatro detentos mortos em Bangu 1. Os líderes da rebelião foram transferidos, mas a situação não se alterou muito. Nos últimos nove anos, sete diretores de presídio foram assassinados no Rio.


15 OS ADVOGADOS SÃO AGENTES DO TRÁFICO

Eles têm acesso constitucionalmente garantido aos presos que defendem nos tribunais. Muitos usam esse direito para esconder seu real papel nas quadrilhas: o de levar ordens de execução e planos de ataque.

Em 2007, a Polícia Federal descobriu que, mesmo trancafiado no presídio de segurança máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, Fernandinho Beira-Mar continuava comandando seus negócios. Para isso, contava com a ajuda dos advogados e da mulher, também advogada, que o visitava constantemente na prisão. Ela acabou presa, com outras dez pessoas, numa operação da PF.


Fabio Motta/AE


RALOS URBANOS
O porto do Rio é uma das muitas portas da cidade sem fiscalização adequada para drogas e armas

Com reportagem de Carolina Vaisman

A polícia carioca tem um histórico de conivência com a bandidagem que a faz a mais corrupta do Brasil

Nunca antes os traficantes haviam chegado tão longe.


Incumbido do resgate de feridos no confronto – que se estendeu pelos dias seguintes, produzindo 39 mortos, 41 presos e dez ônibus incendiados –, o helicóptero se preparava para pousar pela terceira vez na favela.

Alvejado, caiu em chamas, matando três ocupantes.

O armamento pesado, capaz até de perfurar blindagens, já está em poder das quadrilhas há mais de dez anos, como demonstram as apreensões feitas pela polícia.

Como essas armas chegaram ao topo dos morros e por que continuam ali é a questão central. A polícia carioca tem um histórico de conivência com a bandidagem que a faz a mais corrupta do Brasil.

Essa promiscuidade criminosa mina o ambiente de trabalho dos policiais e fortalece os bandidos.

Se restavam dúvidas, elas se dissiparam, na semana passada, nas cenas de policiais flagrados em mais um crime.

Em vez de prenderem os homens que acabaram de cometer um assassinato, tomaram deles os pertences roubados da vítima, que não socorreram.

Uma suposta participação dos policiais será ainda investigada.

O governador Sérgio Cabral tem uma avaliação realista sobre a situação de sua polícia. "Estamos longe, muito longe do ideal", diz.

Mas garante que isso não interferirá na realização dos Jogos.



"Se eles fossem daqui a três meses, não haveria problema.
A mobilização das forças de segurança em eventos assim é muito grande. O desafio é construir uma segurança de fato."


O reconhecimento pelos encarregados da tarefa é um bom sinal.
Ajuda a desentupir as artérias que levam a uma solução. Muitos dos passos a serem dados são conhecidos, há anos, pelos profissionais de segurança. Fazem parte disso as ocupações permanentes de favelas, iniciadas no ano passado, com resultados animadores.

Outra medida em curso é a neutralização de qualquer influência política na indicação de delegados e comandantes de batalhões. São avanços importantes, porém insuficientes. A dificuldade maior, daqui para diante, será admitir que, para mudar, é preciso enfrentar velhos problemas, e assumir responsabilidades sobre eles.

 

Nas próximas páginas, estão expostos quinze pontos sistematicamente varridos para debaixo do tapete quando se discutem soluções para a prevalência do crime no Rio.

Trazê-los ao debate é a contribuição de VEJA para a reconstrução de uma cidade maravilhosa.

"Foi o nosso 11 de Setembro."

Uma prova de fogo
As cenas de um helicóptero em chamas no ar, abatido por tiros de fuzil, deram ao mundo a dimensão trágica que o banditismo atingiu no Rio de Janeiro.
A sede da Olimpíada 2016 já tem seu maior desafio: desbaratar as quadrilhas, prender os criminosos e libertar os bairros sob seu comando


Por Ronaldo França e
Ronaldo Soares

Montagem sobre fotos de Andrmourão/Ag.O Dia/AE; Fabiano Rocha/ Ag. O Globo; Fabio Guimarães/ Extra/ Ag. O Globo; Wilton Junior/ AE

VISÃO DO INFERNO

Tiroteios com armas de guerra, corpos carregados e o morto no carrinho de compras – saldo de mais um confronto da polícia carioca com traficantes – tomaram as páginas de jornais e assustaram o mundo: organizar a Olimpíada de 2016 será um enorme desafio

Será difícil.
 

Será doloroso.

Os fatos ocorridos na semana passada, no Rio de Janeiro, ilustram o tamanho e a complexidade do desafio de elevar a níveis satisfatórios a segurança na cidade que sediará os Jogos Olímpicos de 2016.

A dimensão do problema é abismal.

Das 1 020 favelas da cidade, 470 estão nas mãos de bandidos.

A dificuldade de acesso pelas vielas, a topografia montanhosa e a alta densidade populacional as transformaram em trincheiras.

Na cidade, são vendidas 20 toneladas de cocaína por ano, comércio que produz 300 milhões de reais e financia a corrida armamentista das quadrilhas que disputam territórios a bala.

Diante dessa realidade – e de cenas assombrosas, como a de um corpo despejado em um carrinho de supermercado e de policiais queimados nos escombros do helicóptero derrubado –, a pergunta que se estampou na imprensa mundial foi:

será possível para a cidade sediar a Olimpíada?

A resposta existe.

Sim, é possível.

Mas para isso precisa tomar como norte as palavras do secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. "Foi o nosso 11 de Setembro."

A alusão aos ataques terroristas nos Estados Unidos, em 2001, se justifica.

Não tanto pela semelhança e gravidade dos acontecimentos, mas pela necessidade de o país inteiro se mobilizar para resolver o problema da segurança do Rio.

Primores de ternura 2A - Olavo de Carvalho

Primores de ternura - 2

Por Olavo de Carvalho

O desarmamento da população civil, a criminalização fácil das ações policiais mais corriqueiras, a leniência proposital para com os delinquentes juvenis, a tolerância ou mesmo incentivo à violência nas escolas - tudo isso converge com a estratégia do movimento revolucionário no empenho de demolir as defesas da sociedade por meio da criminalidade triunfante.


Nos anos 50-60, a união simbiótica de revolução e crime passou por um upgrade formidável, deixando de ser apenas uma prática consagrada e um objeto de exortações retóricas e tornando-se alvo de teorização sistemática por parte dos pensadores marxistas, especialmente da Escola de Frankfurt.


Segundo Herbert Marcuse, o mais popular dentre esses autores na época e um queridinho da grande mídia americana, o proletariado industrial já não servia como classe revolucionária, por ter sido corrompido pelas benesses do capitalismo.


Em vez de tirar desse óbvio desmentido dos prognósticos de Marx quanto à miséria crescente dos trabalhadores no livre mercado a conclusão lógica de que o marxismo não servia para grande coisa, Marcuse achou que podia consertar a teoria simplesmente buscando uma nova classe revolucionária, definida não pela desvantagem econômica, mas por qualquer tipo de frustração psicológica.

Em vez de uma ele descobriu três:

(1) os intelectuais e estudantes, sempre revoltados contra uma sociedade que não lhes dá toda a importância que julgam merecer;

(2) todos os insatisfeitos com qualquer coisa – esposas mal amadas, gays enfezados com a empáfia masculina, crianças rebeldes à autoridade paterna, etc.;

(3) os marginais em geral: prostitutas, viciados, assassinos, estupradores e tutti quanti.

Eram essas pessoas maravilhosas, e não os proletários, que tinham de ser organizadas para corromper o "sistema", enfraquecê-lo e destruí-lo por dentro.



Antonio Gramsci
A influência de Marcuse, fundindo-se às propostas de "revolução cultural" inspiradas em Antonio Gramsci, foi tão vasta e profunda que hoje o marcusismo em ação já nem aparece associado ao nome de seu inventor: tornou-se o modo de ser natural e universal do movimento revolucionário por toda parte.

Aqui.
Diário do Comércio

continua no post abaixo


Primores de ternura 2B - Olavo de Carvalho

Primores de ternura - 2
Por Olavo de Carvalho


No Brasil, a íntima colaboração entre a esquerda revolucionária e o banditismo, da qual já se viam amostras esporádicas desde os anos 30, começou a existir de forma mais organizada durante o regime militar, quando os terroristas adestrados em Cuba, na Coréia do Norte e na China passaram a transmitir seus conhecimentos de estratégia e tática da guerrilha urbana aos delinqüentes comuns com os quais compartilhavam o espaço no Presídio da Ilha Grande, RJ.

Foi daí que nasceram as mega-organizações criminosas, o Comando Vermelho e depois o PCC.

A esperança que inspirou a sua fundação não foi decepcionada.

Em poucos anos, o guru do narcotráfico carioca, William Lima da Silva, o "Professor", já podia se gabar de haver superado seus mestres:

"Conseguimos aquilo que a guerrilha não conseguiu: o apoio da população carente. Vou aos morros e vejo crianças com disposição, fumando e vendendo baseado.

Futuramente, elas serão três milhões de adolescentes, que matarão vocês nas esquinas. Já pensou o que serão três milhões de adolescentes e dez milhões de desempregados em armas?"

O recorde anual de homicídios no Brasil, entre 40 e 50 mil mortos, segundo a ONU, e o crescimento acelerado do consumo de drogas neste país – enquanto diminui nos países em torno - mostram que esta segunda expectativa também não foi totalmente frustrada.

Mais tarde os terroristas subiram na vida, tornaram-se deputados, senadores, desembargadores, ministros de Estado, tendo de afastar-se de seus antigos companheiros de presídio. Estes não ficaram, porém, desprovidos de instrutores capacitados.

A criação do Foro de São Paulo, iniciativa daqueles terroristas aposentados, facilitou os contatos entre agentes das Farc e as quadrillhas de narcotraficantes brasileiros – especialmente do PCC –, dos quais logo se tornaram mentores, estrategistas e sócios.

Foi o que demonstrou o juiz federal Odilon de Oliveira, de Ponta Porã, MS, pagando por essa ousadia o preço de ter de viver escondido, como de fosse ele próprio o maior dos delinqüentes (v. http://www.eagora.org.br/arquivo/Farc-ensina-seqestro-a-PCC-e-CV-afirma-juiz/http://odilon.telmeworlds.sg/), enquanto os homens das Farc transitam livremente pelo país, têm toda a proteção da militância esquerdista em caso de prisão e até são recebidos como hóspedes de honra por altos próceres petistas.

(O secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, diz que as Farc nem mesmo pertencem ao Foro de São Paulo..
Ele mente e sabe que mente. Dezenove anos de documentos oficiais do Foro provam isso acima de qualquer possibilidade de dúvida.)

Mesmo apoiada pela mais vasta e permanente campanha de mutação cultural, a articulação direta de bandidos e revolucionários não seria suficiente para produzir seus efeitos se, ao mesmo tempo, a própria estrutura jurídico-policial do Estado não fosse submetida a alterações destinadas a dificultar a atividade repressiva, fornecendo aos delinqüentes todas as vantagens na sua luta contra a sociedade.

O desarmamento da população civil, a criminalização fácil das ações policiais mais corriqueiras, a leniência proposital para com os delinqüentes juvenis, a tolerância ou mesmo incentivo à violência nas escolas – tudo isso converge com a estratégia geral do movimento revolucionário em seu empenho de demolir as defesas da sociedade por meio da criminalidade triunfante.


O auxílio-reclusão – ou "Bolsa-Bandido", como o povo prefere chamá-lo – não tem nada de extravagante ou surpreendente.

É apenas mais uma expressão da "imensa ternura para com os ferozes", o sentimento mais profundo e permanente da religião revolucionária, que de há muito já deixou de ser só um estado de alma e se transformou em temível instrumento de ação prática.

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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Primores de ternura 1 A - Olavo de Carvalho

Primores de ternura - 1



Por Olavo de Carvalho
Leio no site da Previdência Social:
O auxílio-reclusão é um benefício devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, durante o período em que estiver preso sob regime fechado ou semi-aberto."

Ou seja: no Brasil você pode matar, roubar, sequestrar ou estuprar, seguro de que, se for preso, sua família não passará necessidade.

O governo garante.


Se, porém, como membro efetivo da maioria otária, você não faz mal a ninguém e em vez disso prefere acabar levando dois tiros na cuca, quatro no estômago ou três no peito, ou então uma facada no fígado, esticando as canelas in loco ou no hospital, aí o governo não garante mais nada: sua viúva e seus filhos podem chorar à vontade na porta do Palácio do Planalto, que o coração fraterno da República solidária não lhes concederá nem uma gota da ternura estatal que derrama generosamente sobre os bandidos.

É, as coisas são assim. Se elas o escandalizam, é porque você está muito desatualizado. Afagar delinqüentes, estimular o banditismo, é uma das mais antigas e veneráveis tradições do movimento revolucionário, que o nosso partido governante personifica orgulhosamente.

Veja o que pensavam alguns dos mentores revolucionários mais célebres:

Mikhail Bakunin, líder anarquista:
"Para a nossa revolução, será preciso atiçar no povo as paixões mais vis."

Serge Netchaiev, terrorista que Lênin adotou como um de seus gurus:
"A causa pela qual lutamos é a completa, universal destruição. Temos de nos unir ao mundo selvagem, criminoso."

Willi Münzenberg, o gênio organizador da propaganda comunista na Europa Ocidental e nos EUA:
"Vamos corromper o Ocidente em tal medida, que ele acabará fedendo."

Louis Aragon, poeta oficial do Partido Comunista Francês:
"Despertaremos por toda parte os germes da confusão e do malestar. Que os traficantes de drogas se atirem sobre as nossas nações aterrorizadas!"


V. I. Lênin:
"O melhor revolucionário é um jovem desprovido de toda moral."
Diário do Comércio
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