do Alerta Total
Por Jorge Serrão
Depois de derrubar, facilmente, um helicóptero da Polícia Militar (com direito à repercussão na mídia internacional), os narcoguerrilheiros urbanos do Rio de Janeiro fazem novas ameaças de terror.
Em conversas captadas por serviços de inteligência das Forças Armadas e da Secretaria de Segurança do RJ, os marginais já especulam que podem usar armamento terra-ar para atingir aviões em decolagem nos aeroportos Santos Dummont e Internacional Tom Jobim.
Devidamente abafada para não gerar pânico, tal ameaça do narcovarejo transforma em meros reféns os comandantes dos organismos de segurança militares e civis.
A narcoguerrilha urbana usa e abusa de instrumentos de comunicação da guerra assimétrica – mesma tática usada por grupos terroristas transnacionais.
O clima de medo - “tudo pode acontecer, só não se sabe quando e nem onde, com precisão” - se transforma na arma mais eficiente do braço operacional do Crime Organizado.
Doutrinariamente, tal ameaça já exigiria uma ação direta das Forças Armadas no desmantelamento da narcoguerrilha urbana – que se aproveita da fragilidade operacional da Polícia Federal para reprimir, com mais eficiência e rapidez, o comércio ilegal de armas e drogas.
A atuação das Forças Armadas tem respaldo constitucional e doutrinário. Mas as sutilezas políticas – e a própria fragilidade gerada pela falta de verbas ou o complexo de inferioridade em termos de armamento – inibem os militares que fazem um belo trabalho de Garantia da Lei e da Ordem no Haiti – mas não por aqui.
Agora, a inoperância no combate ao “quarto elemento” do crime se transforma em crise política entre os governos estadual e federal. Em conversa reservada com líderes empresariais cariocas, na noite de segunda-feira, o secretário de Segurança Pública soltou o verbo.
Em repentina linha de ataque ao governo Lula, o presidente do Supremo Tribunal Federal repetiu ontem o mesmo discurso do delegado Beltrame.
Gilmar Mendes pregou que que é preciso articular melhor a divisão de responsabilidades entre os governos federal e estaduais. Gilmar Mendes foi explícito, advertindo que é hora de se discutir o emprego das Forças Armadas na segurança pública.
O ministro sugeriu a criação de um plano nacional para combater o crime.
Responsabilidade de quem?
Isso passou pela fronteira.
Não é um problema básico do Rio, mas da falta de controle.
Há uma responsabilidade nacional, não podemos imputar apenas às autoridades locais”.
A grande questão é: Gilmar Mendes usou tal argumento para ser técnico, ou apenas para gerar mais um desgaste político para o popular Stalinácio?
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