Uma prova de fogo
As cenas de um helicóptero em chamas no ar, abatido por tiros de fuzil, deram ao mundo a dimensão trágica que o banditismo atingiu no Rio de Janeiro. A sede da Olimpíada 2016 já tem seu maior desafio: desbaratar as quadrilhas, prender os criminosos e libertar os bairros sob seu comando
Por Ronaldo França e
Ronaldo Soares
Ronaldo Soares
Montagem sobre fotos de Andrmourão/Ag.O Dia/AE; Fabiano Rocha/ Ag. O Globo; Fabio Guimarães/ Extra/ Ag. O Globo; Wilton Junior/ AE
VISÃO DO INFERNO
Tiroteios com armas de guerra, corpos carregados e o morto no carrinho de compras – saldo de mais um confronto da polícia carioca com traficantes – tomaram as páginas de jornais e assustaram o mundo: organizar a Olimpíada de 2016 será um enorme desafio Será difícil.
Será doloroso.
Os fatos ocorridos na semana passada, no Rio de Janeiro, ilustram o tamanho e a complexidade do desafio de elevar a níveis satisfatórios a segurança na cidade que sediará os Jogos Olímpicos de 2016.
A dimensão do problema é abismal.
Das 1 020 favelas da cidade, 470 estão nas mãos de bandidos.
A dificuldade de acesso pelas vielas, a topografia montanhosa e a alta densidade populacional as transformaram em trincheiras.
Na cidade, são vendidas 20 toneladas de cocaína por ano, comércio que produz 300 milhões de reais e financia a corrida armamentista das quadrilhas que disputam territórios a bala.
Diante dessa realidade – e de cenas assombrosas, como a de um corpo despejado em um carrinho de supermercado e de policiais queimados nos escombros do helicóptero derrubado –, a pergunta que se estampou na imprensa mundial foi:
será possível para a cidade sediar a Olimpíada?
A resposta existe.
Sim, é possível.
Mas para isso precisa tomar como norte as palavras do secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. "Foi o nosso 11 de Setembro."
A alusão aos ataques terroristas nos Estados Unidos, em 2001, se justifica.
Não tanto pela semelhança e gravidade dos acontecimentos, mas pela necessidade de o país inteiro se mobilizar para resolver o problema da segurança do Rio.
0 comentários:
Postar um comentário