Declaração infeliz
Tucanos: Lula despreza a ética ao defender suas alianças
por Rafael Secunho
Além disso, o petista minimizou a crise no Senado e o apoio dado ao ex-desafeto e atual presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP).
Para o senador Alvaro Dias (PR) e o deputado Silvio Lopes (RJ), ficou claro mais uma vez que a defesa da ética é algo de pouca importância para Lula.
É fruto da relação de promiscuidade de Lula com os partidos e parte do Congresso. Infelizmente o presidente já disse que ética é secundária e que o discurso da ética não leva a lugar nenhum”, criticou Alvaro.
Ao fazer uma analogia usando personagens bíblicos, Lula disse que o político que concorresse hoje não teria como montar um governo "fora da realidade política", ou seja, fazendo uma ampla coalização.
E que se Jesus Cristo estivesse vivo e Judas conquistasse uma votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar o seu reconhecido traidor para um aliança política.
A declaração foi prontamente rebatida pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ao lembrar que Cristo não se aliou aos fariseus.
Lamento que ele tenha perdido aquilo que se chama ética na política.
Ele desrespeita as leis e não dá a seriedade necessária para o momento.
Ele precisa agir como um presidente da Republica de fato, e não como um sindicalista”, cobrou Lopes.
Com relação ao Senado, Lula disse que apoiou a permanência de Sarney no cargo por “segurança institucional” e por medo de que os oposicionistas transformassem o país em um “inferno”.
“O que a oposição faria é exatamente o contrário. Ou seja, restabelecer o conceito do Senado e trabalhar para melhorar a imagem da instituição. Quem queria a mudança no Senado era a sociedade, e não a oposição. Mas o presidente almeja um Legislativo fragilizado, e não uma Casa independente”, refutou Alvaro.
A viagem ao sertão nordestino para fazer palanque em uma obra praticamente parada no rio São Francisco também foi minimizada por Lula.
O presidente fez pouco caso do acampamento de luxo montado em Pernambuco, com direito a uísque e outras iguarias pagas com dinheiro público.
Em suas palavras, a “oposição está nervosa porque eu inauguro obras”.
“O presidente não tem apreço às leis. Dinheiro público é público, tem que ser gasto com parcimônia e critério. Mas ele acha que a máquina pública deve ser usada a seu favor”, criticou o deputado Vanderlei Macris (SP).
(Reportagem: Rafael Secunho/Foto: Ag. Senado)
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