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sábado, 24 de março de 2012

Gravações revelam novos favores de Cachoeira a Demóstenes


Corrupção


Trechos de conversas obtidas pela Polícia Federal durante operação que investigou esquema de exploração ilegal de jogos mostram como era próxima a ligação entre o contraventor e o senador da oposição

Rodrigo Rangel
Veja

Gravações da PF revelam novos favores de Carlinhos Cachoeira a Demóstenes Torres (Montagem)


Novos trechos de conversas gravadas pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo, que investigou um esquema de exploração ilegal de jogos com sede em Goiás e negócios em Brasília e outros estados da federação, dão mostras da intimidade entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de ser o chefe da quadrilha.

Os diálogos, aos quais VEJA teve acesso, revelam novos favores do contraventor ao senador de oposição.

Num deles, gravado em maio do ano passado, Cachoeira avisa ao senador: “Não esquece do avião, não, tá aí esperando, tá?”.

Em outro telefonema, também do ano passado, ao ouvir de Demóstenes a queixa de que seu tablet iPad acabara de quebrar, Cachoeira é diligente na solução: diz que vai mandar alguém entregar um aparelho novo ao senador.
A conversa em que Cachoeira se refere ao avião é datada de 20 de maio de 2011, uma sexta-feira, e foi registrada nos relatórios da Polícia Federal sob o título “Carlinhos oferece aeronave para Demóstenes”:

Demóstenes - Fala, professor.

Cachoeira - Não esquece do avião não, tá aí esperando, tá?

Demóstenes - Já liguei pra ele, tô indo lá, dei uma enrolada aqui.

O diálogo em que Cachoeira diz que providenciará um tablet novo para o senador se deu duas semanas depois, em 4 de junho.

Num dos relatórios da operação, a PF resumiu assim a conversa: “Demóstenes reclama que seu iPad deu pau, Carlinhos diz que vai mandar alguém entregar um novo”.

No mesmo telefonema, Demóstenes diz a Cachoeira que está se dirigindo ao aeroporto “para buscar o Toffoli”.

De acordo com fontes ligadas à investigação, trata-se do ministro José Antonio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.

Em 11 de agosto de 2011, Cachoeira e Demóstenes conversam sobre o que seria, na avaliação do senador, “um tiro direto” no PT. Demóstenes fala em em abrir uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o partido do governo:

Cachoeira
– Eu vi, eu vi as cenas lá, hein?

Demóstenes
– É... Isso é bom, hein. Isso é bom que dá um tiro direto neles aí né, a gente faz a CPI do PT.

Cachoeira
– Exatamente. Beleza.

Demóstenes
– Falou mestre, um abraço.

Cachoeira
– Outro, doutor. Tchau.

Em outra conversa, Cachoeira fala com a mulher de Demóstenes, Flávia, que comemora a obtenção de sua carteira da Ordem dos Advogados do Brasil e trata com o contraventor da possibilidade de o senador se transferir para o PMDB.

Cachoeira se mostra favorável à mudança de partido – e também confiante de que um dia seu amigo Demóstenes possa se tornar ministro da Suprema Corte.


Flávia – Tô com a vermelha no bolso, 32.650, pode arrumar cliente aí pra mim (...) Tô com a vermelhaça no bolso (...)

Cachoeira - Ah, sua carteira, né? Parabéns, viu? Você vai usar ela muito e só em causa grande.

Flávia
– Eu fui num jantar no Sarney com o Demóstenes, o Demóstenes hoje é um dos influentes que existem no quadro nacional todo, tem trânsito com todo mundo.

Cachoeira – É, sei disso. Ele já foi pro PMDB não?

Flávia – Não, mas o Renan [refere-se a Renan Calheiros, um dos caciques do PMDB] tá todo amor por ele que tá é assustando.

Cachoeira – Ele me falou, você acha que ele vai?

Flávia – Carlinhos, é uma decisão tão difícil, né? Acho que uma das decisões mais difíceis que ele tem que tomar é essa, viu? Muito complicado, eu acho muito complicado.

Cachoeira
– É, mas ele não tem saída, não. Ele tem que ir para o PMDB. Vai fundir o PSDB com o DEM, aí ele tem que ir pro PMDB, até virar STF, né? Aí você não pode advogar e pronto.

Carlinhos Cachoeira, então, volta a parabenizar a mulher do senador por ter obtido a carteira da OAB e ela arremata, agradecendo: “Obrigado. Essa conquista aí é nossa. Depois vamos tomar um champagne”.

Há três semanas, VEJA revelou que Demóstenes recebeu de presente de casamento de Cachoeira uma geladeira e um fogão importados, de uma marca americana de luxo que usa como chamariz em suas propagandas o fato de estar presente nas casas de astros de Hollywood e também na cozinha da Casabranca.

Os dois presentes valem mais de 30 mil reais.


Durante a investigação, a Polícia Federal descobriu que Cachoeira e Demóstenes se falavam por meio de um rádio Nextel habilitado em Miami, nos Estados Unidos. Era uma estratégia do contraventor, segundo os investigadores, para dificultar grampos.

Na edição desta sexta-feira, o jornal O Globo mostrou que em outra investigação, feita em 2009, Demóstenes Torres aparece aceitando favores de Cachoeira em suas viagens de avião: o senador pedia que o contraventor pagasse uma despesa sua com táxi-aéreo, no valor de 3 mil reais.

Procurado por VEJA, Demóstenes não atendeu as ligações.

Sua assessoria informou que ele não está dando entrevistas sobre a investigação.

E repassou a tarefa ao advogado do senador, Antônio Carlos Almeida Castro, criminalista estrelado de Brasília, também conhecido como Kakay.

O advogado diz que não falará pontualmente sobre os diálogos sem antes ter acesso à integra das conversas envolvendo Demóstenes.

Ele afirma que há doze dias esteve pessoalmente com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para pedir acesso às escutas, mas até hoje não foi atendido.

“Ou essas conversas são triviais e não têm indício de crime ou os encarregados da investigação teriam que ter passado isso imediatamente para o Supremo Tribunal Federal, por envolver um senador. Se isso não foi feito, a investigação é ilegal”
, diz o advogado.


sexta-feira, 23 de março de 2012

Argentina temia ambição nuclear de Lula, diz WikiLeaks


'Luz amarela' acendeu no país vizinho com aproximação entre Brasil e Irã

Lula com Ahmadinejad durante visita do ex-presidente ao Irã (AFP)

A Argentina temia que as ambições internacionais do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva levassem o Brasil a rever seus compromissos na área de proliferação nuclear - caminhando perigosamente rumo à bomba atômica. Em conversa reservada com diplomatas americanos no dia de Natal de 2009, funcionários argentinos disseram que uma "luz amarela" acendera em Buenos Aires diante da aproximação do Brasil com o Irã e da abertura de uma embaixada brasileira na Coreia do Norte.

O relato completo do encontro está entre as centenas de arquivos da Embaixada dos EUA em Buenos Aires divulgados pelo WikiLeaks.

A mensagem confidencial revela como traços da rivalidade histórica no campo nuclear entre os vizinhos não foram totalmente apagados, nem mesmo com a aproximação a partir do fim dos anos 80 e a calorosa relação entre os governos Lula e Néstor Kirchner.

O chefe da direção de assuntos atômicos da Chancelaria de Buenos Aires, Gustavo Ainchil, falou sobre o temor argentino à embaixadora americana Vilma Martínez. Amparado em sua "imensa popularidade", Lula adotou uma postura "arriscada", analisou o argentino, classificando-o como um "aventureiro na política externa e nas questões de defesa".

Além do Irã e da missão em Pyongyang, Ainchil cita o fato de o Brasil ser "o único Bric" sem a bomba atômica - em 2009, a África do Sul ainda não integrava o grupo. Ainchil diz que há "certo alívio" na Argentina com o iminente fim do governo Lula.

"Nenhum sucessor tentará manter uma política externa tão arriscada."


Preocupação - Antes dessa conversa, outro diplomata argentino, não identificado, havia procurado a Embaixada dos EUA em Brasília com a mesma mensagem de preocupação.

O despacho revelado pelo WikiLeaks foi enviado dois meses após o vice-presidente José Alencar ter defendido uma arma nuclear brasileira, o que "daria mais respeitabilidade" ao país.

A Argentina chegou a pensar em uma resposta a uma eventual retirada do Brasil da agência argentino-brasileira de controle nuclear (ABACC) ou mesmo na possibilidade - "improvável" - de o país fabricar a bomba.

Os argentinos, então, buscariam "desenvolver tecnologia nuclear pacífica avançada para mostrar sua capacidade, mas sem seguir o caminho todo até a bomba".

Anchil também demonstrou preocupação com o ritmo das compras militares brasileiras.
A Argentina estava particularmente incomodada com uma visita a Buenos Aires do ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, quando ele fez um discurso sem coordenação prévia com o governo argentino.

Em represália, funcionários dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores da Argentina haviam sido instruídos a não comparecer ao evento, de acordo com Anchil.

Ele sugeriu ainda que a influência de Jobim era vista pelo governo argentino como "excessiva" dentro do Brasil.
(Com Agência Estado)

quarta-feira, 21 de março de 2012

Imprensa 'enxovalha' o Judiciário



Sartori diz que imprensa 'enxovalha' o Judiciário

MARIÂNGELA GALLUCCI
Agência Estado

O presidente do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, Ivan Sartori, afirmou nesta quarta que a imprensa tem feito uma campanha para "enxovalhar" o Judiciário.

Após uma reunião com a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, que analisa pagamentos vultosos a magistrados paulistas, Sartori afirmou que os juízes não são alvo de investigação e disse que o TJ e o CNJ são "parceiros".

"Investigação é um termo parcial, um termo pejorativo e um termo perverso para enxovalhar a magistratura e isso é uma campanha que vem sendo feita por dois jornais do Estado de São Paulo, que são a Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo. Embora às vezes a reportagem saia no contexto a manchete sempre é depreciativa, sempre enxovalha a magistratura.
E isso nós não podemos admitir.
Eu não vou admitir e vou defender até a morte",
afirmou.

"Investigação diz respeito a indiciamento, diz respeito a suspeita. Leia a código de processo penal", disse Sartori para um jornalista.

O presidente do TJ afirmou que o tribunal paulista é transparente e apoia a inspeção nos pagamentos. "Eu converso diariamente com esses jornalistas, bato nas costas, dou café e assim mesmo vêm e distorcem o que eu estou dizendo", declarou.

Sartori afirmou que após conversar com Eliana Calmon concluiu que a corregedoria faz uma "aferição de rotina" por amostragem nos pagamentos da magistratura do País e não uma investigação direcionada aos juízes de São Paulo.

Durante a entrevista concedida ao lado de Eliana Calmon, Sartori negou que tenha lançado um "desafio de contracheques" ao afirmar na véspera que mostraria seu contracheque se a corregedora fizesse o mesmo.

A corregedora afirmou que o presidente do TJ disse isso porque os jornalistas "terminam irritando tanto". "Nós não precisamos entregar o contracheque. Sabe por quê? Porque no portal da transparência já está o quanto eu ganho, quanto o desembargador Sartori ganha. Não precisa mostrar os contracheques. Ele sabe disso. Ele disse isso porque vocês irritaram muito", disse.

Segundo Eliana, "a palavra investigação traumatiza a magistratura" porque dá a impressão de que a inspeção estaria direcionada para determinados juízes.

"Eu não vou direcionar essa investigação para nenhum desembargador. É uma inspeção de rotina", afirmou.

A corregedora contou que esse trabalho já foi feito em tribunais pequenos, sem que fossem feitos comentários.

"Quando se trata de um grande tribunal como São Paulo tudo fica superdimensionado", disse.

Precatórios - Eliana Calmon e Ivan Sartori estiveram reunidos hoje em Brasília para analisar um relatório elaborado pela Corregedoria sobre a situação dos precatórios no Estado de São Paulo.

De acordo com os dados mais recentes, a dívida é estimada em R$ 20 bilhões.

Segundo Eliana Calmon, o grupo do CNJ não encontrou irregularidades de ordem disciplinar.

"A ordem cronológica dos precatórios está embaraçada", disse.
21 de março de 2012

Sem consenso, votação da Lei Geral da Copa é adiada





Com pressa para atender à Fifa, governo erra ao orientar discussão sobre assunto mesmo sem acordo. Líderes de partidos obstruíram votação



Gabriel Castro e Luciana Marques
Veja

Um erro de avaliação do Planalto, em plena rebelião da base aliada, inviabilizou a votação da Lei Geral da Copa nesta semana.
Mesmo sem consenso entre os líderes partidários, o presidente da Casa, Marco Maia (PT RS), cedeu à pressão do governo e anunciou que o tema entraria em pauta nesta quarta.

O problema é que parte dos deputados (especialmente a bancada ruralista) exige, em troca, que seja definida a data para votar o Código Florestal - mas o governo não quer se comprometer com a apreciação do projeto que trata do uso do solo do país.

Isso, somado à insatisfação crescente na base aliada, gerou o resultado previsível para todos - só o governo não viu.


O imbróglio foi ignorado e Maia anunciou a votação: "A Lei Geral da Copa não tem nada a ver com o Código Florestal", disse, pouco antes do início da sessão da sessão.

O petista sabia, entretanto, o que estava por vir.

Em sequência, partidos adotaram uma artimanha regimental e começaram a anunciar a obstrução dos trabalhos, impossibilitando a votação por falta de quórum.



Foi o que fizeram PMDB, PSD, PR, DEM, PDT, PV, PSC, PMN e PSDB.

A insatisfação dos deputados vai além da falta de acordo sobre o Código: os líderes de PR e PDT, por exemplo, declararam abertamente em plenário que protestavam contra a falta de traquejo do governo na relação com a Câmara.

Os deputados nem chegaram a analisar o mérito da Lei da Copa: a sessão se encerrou ainda durante a votação de um requerimento do PSDB, que pedia a retirada do assunto de pauta.

Apesar do plenário repleto, boa parte dos deputados aderiu à obstrução e não marcou presença.

O placar, inútil, ficou de 135 votos contra oito para manter a votação nesta quarta.

Doze deputados se abstiveram.

O número mais impressionante, porém, foi o de parlamentares em obstrução: 138.

Foram eles que inviabilizaram a votação.


"Nós vamos agora dar um tempo ao governo. Digamos que nós entramos na prorrogação, vamos ver se não é necessário ir para os pênaltis", disse um resignado Marco Maia à imprensa, ao fim da sessão.

Do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), veio a avaliação mais lúcida: "Os líderes não estão segurando suas bancadas".

Ele afirmou que, se o texto da Lei da Copa fosse votado nesta quarta, como queria o governo, a chance de derrota seria altíssima.

Pela ótica de Alves, os peemedebistas até ajudaram quando defenderam a obstrução: desta forma, mantêm o projeto em pauta e evitam que a Câmara rejeite o texto.
Pressão

Os líderes aliados alegam que não são contra o projeto da Lei da Copa, mas, sim, contra o posicionamento do governo.

A postura do presidente da Câmara atende à pressão do Executivo, que quer ver a Lei da Copa aprovada rapidamente e, ao mesmo tempo, não pretende dar qualquer garantia sobre o Código Florestal.

"Eu acho razoável por parte do governo que haja uma preocupação com a votação do Código Florestal. É importante dar um tempo para o governo, e eu quero dar mais uma semana para que o governo possa construir sua opinião sobre o mérito de forma consensuada", justificou Marco Maia.

Boa parte da insatisfação dos aliados decorre, especialmente, da possibilidade de venda de bebidas alcólicas em estádios durante o torneio.

Para contornar a resistência, o governo pediu que a liberação expressa desse comércio no projeto fosse suprimida.

Agora, a proposta se omite sobre o tema e empurra a decisão para o colo dos governos estaduais que hoje proíbem a venda das bebidas alcoólicas.

Os parlamentares contrários à medida – inclusive o líder do PR, deputado Lincoln Portela (MG) - comemoraram o adiamento da votação.

Eles seguraram um cartaz com os dizeres: “Vamos dar um chute no traseiro do álcool nos estádios da Copa”.


O presidente da Frente Parlamentar Evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), disse que a decisão sobre a liberação de bebidas alcóolicas nos estádios deve ser do Congresso Nacional, e não dos governos estaduais.

“Não abrimos mão das nossas prerrorativas de decidir sobre essa matéria”, disse Campos. “O Brasil vai abrir exceção apenas para atender a interesses do mercado?”, questionou.

Campos afirmou que os 76 parlamentares da bancada evangélica são contra a liberação das bebidas.


Dilma será recebida por Obama sem as honras de uma visita de Estado




As autoridades brasileiras estão ofendidas por que, apesar da ascensão do Brasil como potência global emergente, a Casa Branca não concedeu a viagem de Dilma Rousseff status de “Visita de Estado”, a distinção diplomática de mais alto nível.

As visitas de Estado geralmente incluem um jantar black-tie na Casa Branca, um discurso formal do líder visitante perante o Congresso e uma série de eventos culturais de alto nível.

A explicação da Casa Branca foi que, como este é um ano eleitoral nos Estados Unidos, Obama não está concedendo visitas de Estado.

Mas a imprensa brasileira rapidamente lembrou que o primeiro-ministro britânico David Cameron faria uma visita de Estado aos Estados Unidos duas semanas antes da viagem de Dilma Rousseff.

Um recente artigo o jornal O Estado de S. Paulo (intitulado “Dilma será recebida por Obama sem as honras de uma visita de Estado”) observou que o presidente chinês Hu Jintao e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, fizeram “Visitas de Estado” a Washington em 2011 e 2009, respectivamente.

E o presidente do México, Felipe Calderón, fez a sua em 2010.

“Cerca de 95% do conteúdo das relações internacionais é simbólica, e as “Visitas de Estado” são importantes”, disse Peter Hakim, do Instituto de Pesquisas Inter American Dialogue, em uma conferência realizada em 12 de março no Woodrow Wilson Center em Washington DC.

“O Brasil queria que essa fosse uma visita de Estado, e sentiu-se ofendido”.


21.03.2012


terça-feira, 20 de março de 2012

Inesperado cenário para o governo Dilma



EDITORIAL O GLOBO

Impossível imaginar que a presidente Dilma Rousseff tenha se surpreendido com a baixa qualidade ética da equipe montada sob a batuta do fisiologismo do seu patrono Lula.

Ministra desde 1 de janeiro de 2003, nenhum dos escândalos ocorridos em seus primeiros 12 meses de poder deve ter causado surpresa a ela.

Mas tem sido visível o cuidado da presidente em evitar a retomada do gabinete de ministros defenestrados por "malfeitos" pelo mesmo esquema fisiológico que fazia e desfazia na pasta.  Há exemplos indiscutíveis.
A troca de Orlando Silva por Aldo Rebello no Esporte. 

Os dois são do PCdoB, mas, até agora, não há indícios de que Rebello aceitará o ataque aos cofres públicos perpetrado por "camaradas" do partido sob o disfarce de ongueiros, como ocorria.  Outro caso é o do Ministério dos Transportes.

Pelas últimas notícias conhecidas, o Planalto resiste a devolver a pasta ao balcão de negociatas do PR, administrado, no tempo do senador Alfredo Nascimento (AM) no gabinete de ministro, pelo deputado Valdemar Costa Neto (SP).

A tentativa de confronto com Dilma feita pelo grupo "dono" do Senado (Sarney, Renan, Jucá), no caso da recondução do diretor da ANTT, foi bem aproveitada pela presidente para estabelecer limites.

Destituiu Romero Jucá como devia, no timing necessário, e o substituiu por Eduardo Braga (AM), um peemedebista dissidente do esquema fisiológico e clientelista do seu partido que domina a Mesa do Senado.

Dilma tem obtido apoio e ampliado a popularidade no eleitorado de oposição, na classe média do Sul e Sudeste, sensível ao avanço da corrupção nos últimos nove anos, e não dependente da grande rede de assistencialismo montada pelo lulopetismo, eficiente cabo eleitoral junto à massa pobre do Norte e Nordeste.

Dilma, diante das dificuldades da conjuntura econômica, precisa de uma equipe mais profissional e de uma base parlamentar capaz de apoiá-la em reformas politicamente difíceis, mas imprescindíveis.


Entre outras, a conclusão das mudanças na previdência dos servidores e medidas para conter, a curto prazo, a gastança em custeio.

Se o plano é de fato acabar ou pelo menos conter o toma lá dá cá, tem razão Eduardo Braga quando fala em estender a base em direção a parlamentares marginalizados num Congresso dominado pela mediocridade do fisiologismo.  Em entrevista ao GLOBO, Braga citou Jarbas Vasconcellos (PE).  Poderia incluir Pedro Simon (RS), também dissidente no atual PMDB.

O novo líder do governo no Senado não disse, mas será necessário negociar com a oposição.  Foi com ela que Lula conseguiu iniciar a reforma da previdência do funcionalismo em 2003.

A entrevista de Braga aponta para um cenário improvável, o de uma relativa ruptura com um dos cânones do lulopetismo: a manutenção do poder a qualquer preço. 

E com o apoio do próprio Lula, segundo disse Braga ao jornal. 

Aguardemos. 

Mas, se for isso mesmo, não haverá surpresa, pois o ex-presidente, se foi capaz de entender o risco que ele e o país correriam caso colocasse em prática no Planalto tudo o que havia pregado na oposição, pode muito bem perceber que chegou a hora de mais uma metamorfose.  No melhor estilo Raul Seixas, novamente na mídia, por coincidência.

  20/03/12


Charges



segunda-feira, 19 de março de 2012

Romário diz que Copa de 2014 será o 'maior roubo da história do Brasil'




O ex-jogador de futebol e deputado federal Romário, um dos principais críticos à forma com que a Copa do Mundo de 2014 tem sido organizada, afirmou neste domingo (18) que a competição se tornará o "maior roubo da história" do país, tudo por conta da má gestão dos políticos brasileiros.





ROMÁRIO

 "Esta palhaçada vai piorar quando faltar um ano e meio para o Mundial.

O pior está por vir porque o governo deixará que aconteçam as obras emergenciais, as que não precisam de licitações.

Ai vai acontecer o maior roubo da história do Brasil", disse Romário em sua página no Facebook.

Romário criticou a ausência de deputados na reunião entre o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e Dilma, na última sexta (16), quando se tratou do projeto da Lei Geral da Copa, previsto para ser votado na Câmara nesta semana.

Após a reunião, Blatter revelou que Dilma lhe deu garantias de que o Brasil respeitará "todos os compromissos assumidos com a Fifa", incluindo o de permitir a venda de bebidas alcoólicas nos estádios.


18/03/2012