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terça-feira, 5 de maio de 2015

As agressões a FHC comprovam que Tom Jobim tinha razão: o Brasil é muito longe






Por Augusto Nunes

Quem conhece a saga republicana sabe que a ascensão ao poder de um ex-operário metalúrgico só restabeleceu a rotina da anormalidade que vigora, com curtíssimos intervalos, desde o fim do governo Juscelino Kubitschek, constatou um trecho do post publicado em 19 de dezembro de 2010. Na galeria dos retratos dos presidentes, prosseguiu o texto reproduzido na seção Vale Reprise, Lula está à vontade ao lado dos vizinhos de parede. Sente-se em casa. A discurseira delirante e ininterrupta está em perfeita afinação com a ópera do absurdo. O acorde dissonante é Fernando Henrique Cardoso.

Lula confirma a regra. FHC é a exceção. O migrante nordestino que chegou à Presidência sem escalas em bancos escolares tem tudo a ver com o país dos 14 milhões de analfabetos, dos 50 milhões que não compreendem o que acabaram de ler nem conseguem somar dois mais dois, da imensidão de miseráveis embrutecidos pela ignorância endêmica e condenados a uma vida não vivida. Esse mundo é indulgente com intuitivos que falam sem parar sobre assuntos que desconhecem. E é hostil a quem pensa e age com lucidez.

Passados mais de quatro anos, o post continua lastimavelmente atual. FHC ainda é acusado, por exemplo, de ter impedido a queda de Lula em agosto de 2005, no clímax do escândalo do mensalão. Os acusadores fingem ignorar que faltavam condições políticas para a aprovação do pedido de impeachment. E esquecem deliberadamente que a decisão de evitar a colisão frontal com o presidente não foi imposta por Fernando Henrique, mas endossada por unanimidade pela oposição. Se houve erro, portanto, erraram todos.

FHC é frequentemente responsabilizado até pela vitória de Lula em 2002. Conversa fiada. O candidato do PT venceu porque teve mais votos que o adversário José Serra. Foi eleito pelos brasileiros, não pela sigla que está para o SuperMacunaíma como a kriptonita para o Super-Homem. O candidato do PSDB perdeu também por se negar a divulgar o extraordinário legado do presidente em fim de mandato. Serra achou que perderia votos se ampliasse as aparições no horário eleitoral do estadista que venceu a inflação com o Plano Real e modernizou o país com o desencadeamento do processo de privatização.

Com tantos corruptos em liberdade, homens de bem atacam o criador da Lei de Responsabilidade Fiscal. Com tantos cretinos no poder, integrantes da oposição real desperdiçam adjetivos cruéis com um cérebro singularmente brilhante. Com tantos lulas e dilmas por aí, combatentes alistados na resistência democrática teimam em gastar chumbo com Fernando Henrique Cardoso. Tom Jobim tinha razão: o Brasil é muito longe.

05/05/2015


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

“É preciso restabelecer a decência no Brasil”, diz FHC





Por Reinaldo Azevedo
Por Luís Lima, na VEJA.com

Em almoço com empresários promovido pelo Grupo Lide nesta segunda-feira, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) cobrou responsabilidade do governo federal em relação aos escândalos de corrupção na Petrobras. O ex-presidente manifestou indignação com as denúncias envolvendo diretores e partidos políticos — e a indiferença do governo federal em relação ao material revelado pela imprensa. “Ou (o governo) é conivente ou é incompetente”, disse o ex-presidente. “(O governo) Tem de ser cobrado, pela razão de que é preciso restabelecer a decência do Brasil. Acredito na decência da presidente Dilma Rousseff, mas isso não a exime de sua responsabilidade”, disse.

Questionado sobre possível apoio do PSDB a Marina no segundo turno, caso o tucano Aécio Neves não avance na disputa, FHC desconversou: “Uma coisa aprendi na política. Cada passo na sua hora. E o passo agora é Aécio”, afirmou. Depois de recuar ao longo do mês de agosto, o candidato tucano vem recuperando pontos nas pesquisas de intenção de voto. No últimolevantamento do Datafolha, Aécio tinha 17% das intenções, diminuindo a distância em relação á segunda colocada, Marina Silva, que se manteve com 30 pontos.

FHC também aproveitou a oportunidade para alfinetar Dilma Rousseff. Ele lembrou as críticas que a candidata à reeleição fez de que o governo FHC quebrou duas vezes por causa de ter pedido empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI). “Dilma não sabe economia, por isso que não foi doutora pela Unicamp”, disparou.

O ex-presidente voltou a criticar o conhecimento de Dilma na área econômica. Questionado sobre a fala da presidente de que o Brasil não cresce tanto por conta do cenário de desaceleração da atividade econômica dos Estados Unidos, dada em entrevista à TV Globo na manhã desta segunda, ele afirmou: “Os EUA já estão se recuperando. Há cinco anos os EUA vão para frente e o Brasil vai para trás. Não sei como Dilma é economista”, rebatou.

Segundo FHC, o Brasil está, aos poucos “perdendo o rumo”, ou seja sua “visão estratégica”, e que o país já não sabe mais onde está. “No âmbito da política externa, perdemos a noção de que pertencemos a um lado, do Ocidente. Hoje, o país não sabe onde está”, afirmou. “Escolhemos o ‘sul’, mas não tem razão para escolher ficar de um lado só. Esquecemos o Ocidente e fomos nos isolando”, afirmou, exemplificando sua fala com a falta de acordos comerciais do Brasil. Ainda de acordo com FHC, hoje há um “mal marketing” por parte do governo, que pinta um cenário perfeito”O governo cria uma ilusão de que está tudo maravilhoso”, concluiu.

Para tentar recuperar espaço na corrida, o PSDB tem lançado mão do discurso de indignação, sobretudo em relação aos acontecimentos envolvendo a Petrobras e outros escândalos de corrupção no governo. Sobre isso, o ex-presidente disse que é preciso dramatizar alguns fatos para que a população entenda o que está acontecendo no âmbito do poder. “O que acontece na Petrobras é passível de dramatização. Ela exemplifica o que acontece em muitos outros lugares (da política). A gente, que está informado da vida pública, sabe disso. Então é preciso mais indignação”, disse.

Para o ex-presidente, ou o Brasil passa a limpo casos como o da estatal, ou os mesmos erros se repetirão no futuro. “Pessoalmente não gosto de atacar ‘A’, ‘B’ ou ‘C’, mas é o Brasil que está em jogo. Houve um assalto aos cofres públicos”, disse. Segundo ele, os recursos desviados da estatal estão sendo usados, no mínimo, para fins político-partidários, e, na pior das hipóteses para fins pessoais. Ele lembra que Dilma foi presidente do conselho da Petrobras e ministra de Minas e Energia e disse que ela também deve se mostrar indignada com o caso. “Tem que apurar, se não passa para história uma dúvida”, finalizou.

Em coletiva após o evento, FHC foi questionado sobre a importância da “dramatização” no discurso, como forma de captar a atenção do eleitor. “Não sou marqueteiro, eu não sei. A dramatização é um modo de comunicação, que é importante”, afirmou, usando como exemplo a resposta de Marina ao PT sobre um possível fim do Bolsa Família. Em propaganda veiculada desde a semana passada na TV, a candidata falou sobre ter passado fome quando criança. “Por que o Aécio não pode também? Pode!”, disse.

22/09/2014


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Delacroix resolve pintar Lula: A Ignorância Guiando o Povo! Ou: O dia em que o Apedeuta e Collor mandaram seus adversários “calar a boca”




“Elite”, como grupo social a ser vencido, não é um conceito marxista. É só um chavão petista. E o petismo é uma derivação tardia, oportunista e rebaixada da teoria revolucionária.

Por Reinaldo Azevedo

Já escrevi muito a respeito. Do bolchevismo, o PT herdou apenas a tara autoritária, que pode ser aplicada, e eles estão tentando, também num regime capitalista. “E se herdasse tudo? Seria melhor?” É claro que não! Mas isso seria impossível. O socialismo como alternativa econômica acabou, morreu. Restaram o amor pela ditadura e esses idiotas que saem por aí ameaçando desafetos nas ruas com sua mordida hidrófoba. Mas volto ao ponto.

Lula está cumprindo ao menos uma de suas promessas mirabolantes: acabar com a elite brasileira — com qualquer uma, em qualquer área. Está em curso uma evidente marcha do emburrecimento, da qual, nem poderia ser diferente, ele é o líder. Eu o imagino no quadro de Delacroix em lugar da Liberdade, que carrega uma bandeira, com os seios nus. Título: A Ignorância Guiando o Povo. O rebaixamento a que esse sujeito submete a política e a sua contribuição à deseducação democrática ainda não mereceram a devida atenção científica — dos cientistas sociais; daquela parcela que ainda resiste à ditadura intelectual do partido. Por que isso tudo?

Nesta terça, tivemos um dia realmente exemplar do espírito do tempo. As personagens de destaque foram o próprio Lula e o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Vamos ver.

Numa manobra vexaminosa — contando com a pressurosa ajuda de seu aliado petista Tião Viana (AC), que presidia a Mesa —, Collor conseguiu aprovar, na quinta-feira passada, um requerimento para que o TCU investigue a compra de 1.200 iPads feita pela Procuradoria-Geral da República. O alvo, mais uma vez, é Roberto Gurgel. O impichado tenta vingar-se do procurador-geral, de quem é desafeto, fazendo a vontade também do PT, para quem opera hoje quando não está cuidando exclusivamente de questões pessoais ou paroquiais.

Em 1992, como todos sabem ou se lembram, os petistas ajudaram a incendiar o país contra “o caçador de marajás”, que não resistiu. Hoje, são companheiros de jornada, parceiros, amigos. Quem mudou? Nem um nem outro. Ambos seguem sendo o que sempre foram.

Pois bem. Gurgel, acusado por Collor, fez o óbvio: defendeu-se. Chamou de risíveis as suspeitas. E como reagiu aquele senhor que dava murros no peito na década de 90 e dizia ter “aquilo roxo”? Ora, saiu ofendendo e vociferando, como é de seu feitio. Arrancou a pistola retórica, que traz sempre na cinta — não deixa de ser um avanço moral no seu caso —, e disparou:
“Ele [Gurgel] tem que calar a boca. Ele e a sua trupe corporativista de êmulos [rivais]. Agora é o Senado que quer saber de tudo. Por isso, cale a boca e espere o TCU dar a palavra final. Só ele é capaz de dizer se o senhor prevaricou ou não. Se cometeu mais um ilícito a acrescentar ao seu portfólio criminoso”.

Collor é valentão assim porque tem a imunidade parlamentar. Age como um pivete inimputável, que traz de cor e salteado trechos do Estatuto da Criança e do Adolescente para cometer crimes impunemente. É, nesse caso, um pivete ético. Quais são os crimes, afinal, do procurador-geral da República? Que seja Collor a se comportar como o seu Catão, eis uma ironia macabra. Esse é mais um dos vampiros do republicanismo aos quais o PT garantiu farto suprimento de sangue. Por quê? Porque quiseram as circunstâncias históricas e políticas, não sem a colaboração de setores da oposição e, sim!, da imprensa, que o velho e o novo patrimonialismos se estreitassem, como disse o poeta, “num abraço insano”.

No mesmo dia, a mesma fala!

Collor não foi o único a mandar um desafeto calar a boca. Nesta mesma terça, referindo-se ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Lula afirmou:
“Eu acho que o Fernando Henrique Cardoso deveria, no mínimo, ficar quieto. O que ele deveria fazer é contribuir para a Dilma continuar a governar o Brasil bem, ou seja, deixa ela trabalhar.”

Então ficamos assim: o PT lança um livreto eivado de mentiras sobre o governo do antecessor, e Lula acha que ao agredido não cabe nem mesmo o direito de defesa. Notem: para ele, FHC deveria “no mínimo, ficar quieto”. Ou por outra: essa é a menor das coisas que ele espera do antecessor: o silêncio obsequioso. Imagino a noção que deve ter do “máximo”. Mais: o presidente de honra do partido de oposição, segundo o Apedeuta, tem é de “contribuir” com o governo. Claro! É o que Lula sempre fez quando estava na oposição, certo? Impressionante!

Impressionante, mas não inesperado. Se há alguém “nestepaiz” que tem defendido, ao longo dos anos, que a oposição diga a que veio, este alguém é este escriba. Mas me parece evidente que os tucanos cometeram um erro e morderam a isca ao responder ao embate de caráter eleitoral proposto por Lula desde agora. Esse é o ambiente do Apedeuta. Fica mais feliz do que pinto no lixo. Pode sair por aí, distribuindo suas caneladas e rearranjando precocemente as forças governistas (ver post a respeito).

As ineficiências do governo perderam lugar no noticiário para o embate eleitoreiro com quase dois anos de antecedência.

Quem ganha com isso?

Não é o povo!

27/02/2013


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Reynaldo-BH: O caso da amante de Lula comprova mais uma traição ao país

Augusto Nunes
POR REYNALDO ROCHA

Sei que os milicianos – e os blogueiros amantes de Lula – farão um estardalhaço com a revelação do óbvio, acusando a todos de invasão de privacidade, invocando o exemplo de Mitterrand e outras fantasias.

Não é difícil prever. E certamente vão citar FHC, o eterno fantasma a assombrar os lulopetistas.

Desta vez, somos nós que queremos uma comparação com FHC.

Ambos tiveram relacionamentos extraconjugais.

De FHC, até com um filho tido fora do casamento.

Reconhecido mesmo após o teste de DNA informar a não paternidade. O vínculo de afeto já havia sido estabelecido e FHC o considerou mais forte do que a evidência científica.

D. Ruth soube. O que conversaram – e como – nunca se soube nem é preciso saber. Os filhos de FHC e D. Ruth também.

A amante de FHC era jornalista e foi morar no exterior. Lá ainda vive.

Lula tem uma amante.

Se este caso fosse somente restrito a este fato, eu estaria ao lado do Luiz Inácio (ou o PR, para os muito íntimos) para defender o direito à privacidade. Seria assunto dele, de D. Mariza e dos filhos de ambos.

A questão central não é esta.

Motel não é palácio. Amante não é ministra. Poder não se adquire entre as pernas.

Que Lula tenha tantas amantes quantas queira ter. O “Filho do Brasil” que viu a mãe sofrer com o aparecimento de uma amante do próprio pai resolveu repetir a história.

Cada qual com seu legado. Para o bem ou para o mal. Cada um que homenageie seus antepassados como a ética lhe determine.

Mas, enquanto presidente, exigimos – nós, brasileiros com vergonha na cara! – que o co-presidente Lula se abstenha de conseguir “mulheres” (perdoem-me as aspas, mas não posso classificar a sra. Rose como tal e evito classificá-la de modo correto) a partir do poder que delegamos a ele.

Um homem que se vale de uma posição de mando para obter admiradoras que aceitem trair o próprio companheiro e filhas sabe exatamente o quanto vale.

A Rose amigada de Lula usou a cama como artimanha para conquistas além do quarto.

Humilhou uma primeira-dama, viajando quando esta não estava na comitiva oficial. Na frente de todos e sem o menor pudor. E deixando de viajar quando D. Mariza acompanhava o detentor de todos os predicados morais, como nunca antes neste país.

Corrupção a partir de sexo. Enredo de filme. Pornográfico.

Quanto valeria, neste enredo, uma indicação para uma agência reguladora? E qual seria o preço de uma diretoria no Banco do Brasil?

Este é o tal partido do “não rouba nem deixa roubar?”. Ou não foi roubo? Foi troca…

A mim pouco importa se um homem – qualquer um – tenha que se valer de estar sendo “o cara” para conseguir uma mulher. Óbvio que entre aquelas que se sujeitam a preferir o poder da sedução que nasce somente do poder.

E por se sujeitarem são especialmente desprovidas de quaisquer limites ou valores. Sabem quem são. Não escondem o que são. Ao contrário: gostam de exibir o troféu conquistado entre lençóis. É só este o predicado que possuem. E usam.

E estes homens nunca são. Só estão. Por isso (Freud explica) a dita Rose não se referia a Lula. Era PR.

Desejo a punição pelo tráfico de influência. Pelos crimes de corrupção cometidos. Pelo desrespeito ao país. Pelos presentes recebidos, cargos distribuídos e dinheiro roubado.

Não cabe a ninguém saber das traições de Lula a D. Mariza Letícia. É problema (se for…) de ambos.

Interessa ao Brasil saber de mais uma traição ao país, à cidadania. E a reafirmação da falta de ética e decência com a coisa pública
.

Não, não me refiro a Rose. Falo da res pública. Aquilo que pertence a todos nós.

Por fim, para quem teve como melhor amigo José Dirceu, não causa espanto algum ter Rosemary como amante. São do mesmo nível.

Todos eles.
01/12/2012

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Matarazzo deve ser anunciado como vice de Serra nesta quinta



Ex-secretário da cultura deve ser anunciado na chapa do PSDB nesta quinta-feira, dia 28





Ex-secretário da Cultura, o empresário Andrea Matarazzo, de 55 anos, deve ser anunciado como vice de José Serra na disputa para a prefeitura de São Paulo nesta quinta-feira, dia 28.

Matarazzo já havia admitido a possibilidade de ser vice de Serra à revista Brasileiros em abril.

Segundo informações do Terra, o nome do empresário será oficializado na chapa após reunião do partido nesta quinta-feira.

Contudo, a indicação de Matarazzo ainda não agrada ao DEM, partido do atual prefeito Gilberto Kassab, que está apoiando Serra na disputa eleitoral.


Líder do PSDB na Câmara de São Paulo, o vereador Floriano Pesaro falou sobre a possível escolha de Matarazzo e as razões que levaram o partido a indicar o empresário como vice.

“Temos discutido internamente e há unanimidade no PSDB em torno do nome do Matarazzo.

Ele é seguramente quem mais conhece a administração municipal.

Ele exerceu o papel de primeiro ministro do Serra e do Kassab quando foram prefeitos. No entanto, a escolha é do Serra.

É o candidato quem escolhe com quem ele irá caminhar”
, declarou.


Representantes de partidos da coligação que apóia o PSDB, Alexandre Schneider (PSD), Rodrigo Garcia (DEM) e Eduardo Jorge (PV) também foram cotados para o cargo, mas Matarazzo aparece como o nome de maior representatividade entre os membros do partido.


O empresário concorreu ao cargo de candidato a prefeitura em prévias internas, disputadas entre Matarazzo, Bruno Covas, José Aníbal, Ricardo Trípoli e José Serra, com vitória do último.

Em sua carreira política, Matarazzo também já ocupou o cargo de secretário de coordenação das Subprefeituras de São Paulo.

De 1999 a 2001, o empresário foi ministro-chefe da Secretária de Comunicação da Presidência da República, durante o governo Fernando Henrique Cardoso.


27.06.2012

terça-feira, 9 de agosto de 2011



Celso Arnaldo captura a presidente durante a assombrosa entrevista em dilmês castiço:

‘O povo brasileiro não tinha nem casinha’


 Direto ao Ponto


Os amigos da coluna estavam com saudade do implacável caçador de cretinices.

Que voltou em grande forma, comprova o texto sobre outra inacreditável entrevista concedida por Dilma Rousseff.

Não percam.

(AN)
Por Celso Arnaldo Araújo

Quase tudo o que se lê atribuído à Dilma, quando transcrito literalmente, parece trote, pegadinha, erro de transcrição – porque decididamente não é possível que uma pessoa que tenha curso superior, só não é doutora por um triz e chegou à presidência da República do país que é a “oitava economia do mundo” se expresse desse jeito.

Além de falar uma espécie de patois brasileiro, pouco assemelhado à língua culta do país que preside, faz associações de palavras que não seriam usadas por um aluno de escola fundamental numa redação.

As improváveis “casas de papel”, objeto de sanatório nesta coluna, se enquadram na categoria.

Mas Dilma disse exatamente isso – foi numa entrevista concedida às rádios Grande Rio AM (Petrolina/PE) e Juazeiro AM (Juazeiro/BA) semana passada. E a transcrição está no próprio Blog oficial do Planalto, que agora reproduz ipsis literis, sem tirar nem pôr, ao lado da gravação eletrônica, discursos e entrevistas da presidente Dilma.

Justiça seja feita, é uma extraordinária contribuição do poder público aos raros abnegados da iniciativa privada que se dedicam à pesquisa e ao estudo do dilmês, antes obrigados a despender tempo, energia e massa cinzenta para fazer uma transposição mais penosa que a do Rio São Francisco.

A resposta da “casa de papel” ao radialista baiano foi exatamente esta:

– Mas o povo brasileiro não tinha nem casinha. O povo brasileiro tinha o quê?

Morava em casas de papel, em palafitas.

Esta casinha, como você está dizendo – imagino que a sua casa seja grande.

Repare: ela não fala em casas de papelão, que eventualmente devem existir até a 20 quilômetros do Palácio do Planalto, mas de papel mesmo — sulfite, almaço, embrulho, jornal.

E palafitas eram da cota de FHC?

Depois de quase nove anos de governo Lula/Dilma, a “stilt house” ainda é um “brazilian housing style” no rigor da moda em quase todos os estados do norte ou nordeste.

E notou uma ponta de sarcasmo na resposta?

Lógico, madame ficou irritada com a pergunta do jornalista:

– Por casinha?

O jornalista só queria confirmar a estranha sequência de números apresentada por Dilma na resposta anterior, ao falar do custo dos imóveis e garantir que, no Brasil Maravilha, há um canteiro de obras com três milhões de construções para quem não tem casa:

– Isso hoje ocorre. E mais: ocorre para a população que não tem dinheiro.

Qual é essa população que não tem dinheiro?

Não é que ela não tenha nenhum, é que a conta não fecha.

Por que a conta não fecha?

Hoje uma casa, em média, que nós pagamos pela Caixa Econômica Federal – e aqui está o presidente da Caixa – ela fica em torno de 50, 51, 52 mil reais.


Ou seja: Dilma tenta explicar que a população que não tem dinheiro para comprar uma casa é justamente aquela que não tem dinheiro.
ÁGUA DE RIO É DOCE

Além da “casinha”, Dilmona ficou engasgada com outra pergunta que não quer calar: o 1 milhão de casas do PAC 1 já foi entregue antes de se anunciarem os 2 milhões do PAC 2?

–Não, uai. Elas foram contratadas. Você acha que a gente contrata e entrega? Não. Você contrata, constrói e entrega.

Taí: explicado, enfim, porque o 1 milhão de casas do PAC 1 mais os 2 milhões do PAC2 até hoje só se materializaram em pouco mais de 200 mil moradias, ou um pouco menos, contando as já inabitáveis e as que não estão mais de pé — há casos no nordeste. Entre contratar e entregar – o Brasil ainda não sabia disso e injustamente a questionava – há uma etapa intermediária relativamente importante: construir.

As casas de papel da frase non sense de Dilma não passam de figura de linguagem, mas parecem verdade. As casas do PAC da Dilma parecem de verdade, mas não passam de figura de linguagem. São as casas no papel.

E muitas das que saíram do papel têm a marca das construções verbais de Dilma – desmancham ao primeiro retoque, daí a necessidade de se mantê-las, as casas e as falas, como foram concebidas.

Foi fartamente noticiado: os primeiros moradores do Residencial São Francisco, do Minha Casa Minha Vida em Juazeiro, foram orientados a não fazer reformas no imóvel, sob risco de “danos à solidez”.

Já houve desmoronamentos em outros conjuntos. Os imóveis, construídos com a tecnologia “alvenaria estrutural”, sem pilotis, já foram apelidados no Nordeste de “prédios-caixões”, talvez porque se desfaçam como ataúdes enterrados — depois de naturalmente fazerem a fortuna da companheirada muito viva.

A transcrição da entrevista no Blog do Planalto continua palavra a palavra, sem chapiscos ou rejuntes, e Dilma segue encafifada com a ofensa da “casinha”:

–Eu acho que ela não pode ser desmerecida, porque eu tenho certeza de que para qualquer pessoa que obtenha a sua casa própria, ter um teto onde criar seus filhos é algo muito importante.

Mas o repórter – longe de ser chapa branca – insiste: dos 3 milhões de casonas dos PACs 1 e 2, quantas já foram entregues?

– Aqui foram 1.500… Esse é um processo que não é automático, porque você leva, em média… você leva em média… antes você levava, em média, 33 meses. Hoje nós reduzimos isso.

Que tal mudar de assunto? Além de casa, a população nordestina precisa de água – não no papel, mas nos canos.

- Bom, se for água para a população rural, ela terá acesso pelo nosso projeto de 750 mil cisternas, privilegiando aqui a região do semiárido, ela vai ter acesso a esse programa, que nós queremos fazer em dois anos – 350 mil este ano e 350 mil…. em torno de 350 mil este ano e o restante no ano que vem. Agora, eu acho…

Mais um número a ser anotado: 750 mil cisternas, líquidas e certas, em dois anos.

Eu acho…

No mínimo, vai ter água doce suficiente para enxaguar as barbas de Antonio Conselheiro, de molho desde Canudos:

– Aquela música que a gente escutava ou aquela… uma espécie de tema muito recorrente, que “o sertão vai virar mar”. Eu não digo que vai virar mar porque a água não é salgada, mas que o sertão vai ter acesso à água que não tinha, vai ter.

E a transposição do velho Chico, presidenta, sai ou não sai?

Sai aos pedaços:

– Aí você conclui mais outro, porque a conclusão, não vão ser todas num momento só. Uns vão concluir primeiro, outros vão concluir num segundo momento e outros num terceiro momento.

Não deu para entender?

– O que nós vamos garantir sempre é que a cada fase que nós façamos, nós concluamos e coloquemos água à disposição. O que é muito importante…

Resolvido para sempre o problema da água doméstica no nordeste, só uma palavrinha sobre a nova política de irrigação:

– Essa política, eu pretendo que nós tenhamos condições de lançá-la no final de agosto ou no início de setembro, até metade de setembro nós lançaremos – pode ser um pouco antes, mas não vai ser um pouco depois.

Desconfio que, longe do papel, será muito depois.

08/08/2011




Por falar em herança maldita, vale a pena ler de novo...


Lula tem legado importante, mas deixa atrás uma herança maldita — e já vai tarde





(Publicado originalmente dia 1º de janeiro de 2011)


 O presidente Lula encerra o mandato com uma decisão vergonhosa — a de não extraditar o terrorista e assassino Cesare Battisti para a Itália, como mandaria a legislação, o bom senso, o sentimento de justiça e as relações com um país amigo (leia post).

É como um escultor que dá seu toque final a uma obra. No caso, uma obra que o presidente parece ter perseguido com obstinação — a permanente tentativa de desmoralização das instituições. É esta a herança maldita, eivada de descaso moral, que transmite à nova presidente, Dilma Rousseff.

Lula deixa um legado positivo em realizações, que não se pode negar: a manutenção da estabilidade econômica que herdou dos antecessores Itamar Franco (1992-1995) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), na qual se baseou o grande crescimento do PIB e a formidável geração de empregos ocorridos em sua gestão, ambos impulsionados por uma conjuntura internacional extraordinariamente favorável. E, entre outros aspectos louváveis, a marcante distribuição de renda, também estribada na “rede de proteção social” do antecessor FHC, que seu governo ampliou e aprofundou.

Em compensação, em matéria de herança maldita, o presidente que hoje deixa o Planalto…
* Viu seu governo ser tisnado por escândalos nos Correios, na compra de ambulâncias, na montagem de dossiês fajutos para prejudicar adversários, na transformação da Casa Civil em balcão de negócios.

* Desmoralizou o quanto pôde o Congresso Nacional, por meio de seu então braço direito, o chefe da Casa Civil, José Dirceu, que edificou um esquema de compra de apoio parlamentar, o mensalão, qualificado pelo procurador-geral da República como “formação de quadrilha”.

* Silenciou espantosamente diante da explosão do mensalão, para se pronunciar tardiamente dizendo-se “traído”, sem jamais apontar quem o traiu e por quê.


* Como parte do mesmo processo, fez composições com qualquer grupo político disposto a trocar apoio parlamentar por benesses governamentais, “não importando o quanto de incoerência essas novas alianças pudessem significar diante do que propunha, no passado, a aguerrida ação oposicionista de Lula e de seu partido na defesa intransigente dos mais elevados valores éticos na política”, como brilhantemente recordou o Estadão em editorial de 9 de setembro do ano passado.
No saco de gatos governista o antes purista PT passou a conviver com o que há de pior na política brasileira, gente como José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Paulo Maluf e Fernando Collor.


* Envergonhou os brasileiros de bem quando comparou com bandidos comuns trancafiados em prisões brasileiras os dissidentes da ditadura cubana, e confraternizou com o ditador Raúl Castro no exato momento em que um deles morria em consequência de uma greve de fome.

* Envergonhou os brasileiros de bem estreitando laços com regimes ditatoriais, como os de Cuba ou do tenebroso Irã, ou com caudilhos autoritários como o venezuelano Hugo Chávez, e concordando em que o governo se abstivesse sistematicamente na ONU de condenar as violações de direitos humanos nesses países e em outros como a China, o Sudão e a Síria, aliando-se, na organização internacional, ao que há de pior em matéria de regimes autoritários.

* Desmoralizou as agências reguladoras, que deveriam ser órgãos técnicos e apartidários, para normatizar e fiscalizar áreas fundamentais da economia e da vida do país como o petróleo, as telecomunicações, a saúde pública ou a aviação, loteando-as entre políticos, cortando sua autonomia e reduzindo seus recursos no Orçamento.


* Desmoralizou o Tribunal Superior Eleitoral, zombando em público das sucessivas multas e advertências que recebeu por violar a lei ao fazer campanha para sua candidata à Presidência, Dilma Rousseff, em horário de trabalho e utilizando espaços e outros recursos públicos.


* Desmoralizou o Tribunal de Contas da União, ao apontá-lo seguidamente como entrave à execução de obras públicas nas quais a corte detectou problemas, e mandando seguir obras cuja paralisação havia sido determinada pelo TCU.


* Desmoralizou uma instituição que por décadas figurava entre as mais confiáveis entre os brasileiros, os Correios, aparelhando-0s politicamente e deixando que o que antes era um centro de excelência em ninho de corrupção.


* Desestimulou os brasileiros que se esforçam por estudar e avançar em seu progresso educacional, ao passar invariavelmente a impressão de orgulhar-se de não possuir um diploma universitário e de, mesmo podendo, não ter estudado além do ensino elementar.


* Desmoralizou com frequência a majestade do próprio cargo, transformando a figura do presidente em palanqueiro vulgar, encantado pela própria voz, proferindo uma catarata diária de discursos e frequentes e constrangedores disparates, que dividiu o país entre “eles” e “nós”, falou em “extirpar” um partido político legítimo, o DEM, e zombou do candidato da oposição à Presidência, José Serra (PSDB), quando este se viu envolvido em incidente provocado por baderneiros no Rio de Janeiro.


* Fez o possível para desmoralizar a História, ao martelar em seus discursos e, indireta e insidiosamente, na caríssima propaganda de seu governo, que o Brasil começou com sua chegada ao Planalto, há oito anos, quando “os brasileiros se reencontraram com o Brasil e consigo mesmos” — desconsiderando e desrespeitando o trabalho de antecessores, principalmente FHC, e agindo como se o que a propaganda oficial chama de “reencontros” não ocorresse em surtos desde, pelo menos, a Inconfidência Mineira (1789). E depois passando pela Independência (1822), a República (1889) e, mais recentemente, pelos anos JK (1955-1961), as esperanças suscitadas com a eleição de Jânio Quadros (1961), o “Brasil Grande” da ditadura militar, o extraordinário movimento das Diretas-Já (1983-1984), o surto de civismo que significou a vitória de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, em janeiro de 1985, e a comoção gigantesca que acompanhou sua morte, em abril do mesmo ano, o delírio otimista do Plano Cruzado (1986), o apoio ao Plano Real (1994) e a eleição em primeiro turno de FHC (ainda em 1994).


Nesse sentido, não importam seus índices de popularidade: Lula deixa uma herança maldita.



E já vai tarde.
13/01/2011

terça-feira, 12 de abril de 2011

Diário de Dilma Rousseff: A musa fashion e o lacaio da burguesia

“DIÁRIO DA DILMA”, PUBLICADO NA EDIÇÃO 55 DA REVISTA PIAUÍ

1º DE MARÇO
_Começou o mês das mulheres. Para comemorar, cozinhei no programa da Ana Maria Braga. Escolhi omelete para romper com mais uma barreira: quero acabar com a ignorância machista dos que chamam o prato de “o” omelete.

Pena que o Tarcísio Meira não estava no Projac. Sou louca por ele.
À noite, vi o teipe do meu desempenho. Me achei rechonchuda, com papada. Vou começar uma dieta que vi numa Marie Claire. Chama “Detox”, e a revista diz que “enxuga o corpo e deixa a pele iluminada”.

3 DE MARÇO _Guido ligou logo de manhã para avisar que o PIB cresceu 7,5%. Fiquei tão animada que saí deslizando pelo salão. Mamãe, que preparava uma vitamina de kiwi com gérmen de trigo e mel da dieta do Detox, comentou que não me via tão alegre desde que me levou na TV Tupi para ver o programa Pim Pam Pum. A vitamina era horrível.
Acho que vou começar o regime só depois do carnaval.

5 DE MARÇO_Todo mundo acreditou que vou passar o Carnaval na Barreira do Inferno. Vou é cair na gandaia. A fantasia de freira ficou um pouco apertada, mas coube.
Fiquei hospedada na casa de umas amigas, no Catete. Chamei o esconderijo de “aparelho” e brincamos de usar nome de guerra. Escolhi “Rebeca” para mim. Fomos ao Cordão do Bola Preta.
Começo a dieta na Quarta-feira de Cinzas.

10 DE MARÇO_Minha tia preparou um mix de linhaça, gergelim e semente de girassol. Agora, vai! Religuei o celular e havia oito mensagens do Lula e duas do Eike.
À noite, me peguei pensando no Lobão e bateu uma melancolia. Sinto que estamos nos afastando. Resisti ao ímpeto de pegar o pote de sorvete de flocos e fiquei ligada no BBB mascando damasco seco.

11 DE MARÇO_Liguei para o Lula para pegar dicas de como lidar com as centrais sindicais. O Lula é safo: falou para eu dar um abraço apertado no Paulo Pereira e chamá-lo de Paulinho. E para usar a palavra “peãozada” e prometer um churrasco no Torto.

15 DE MARÇO_Me vi na Hebe. Não foi à toa que minha mãe ficou louca com as joias dela. E que plástica bem feita. Mas fiquei com vergonha de perguntar quem fez. Estou impressionada com minha desenvoltura. A entrevista foi café com leite. Tirei de letra. Já me sinto preparada para discursos de improviso e usar metáforas culinárias. Acho que vou dispensar o João Santana, um baiano muito do careiro.

16 DE MARÇO_Estou aflita com o Japão. Mas é um belo pretexto para pedir ao Lobão um relatório sobre energia alternativa. Marquei um jantar para quinta. Vou pedir sopa de quinoa com legumes. Quero montar a mesa, à luz de velas, colada no Abaporu.
Convoquei uma reunião com a equipe que vai me assessorar para receber o Obama: Palocci, Celso Kamura e o Santana. Chegamos a um consenso de que devo vestir vermelho para mostrar que não vou me render à paleta de cores capitalista. O Kamura me recomendou um xale para sugerir que posso ceder em alguns pontos.
Quase tive um ataque quando vi o Mercadante dando opinião sobre as usinas de Angra. Só me faltava essa! O Lobão, tão didático, tão seguro, já tinha explicado tudo. Vou dar uma enquadrada no Mercadante. Como se já não me bastasse o Mantega, que não sabe falar com o mercado, só com porteiro de prédio.
Geraldo Alckmin veio me ver. Pedi para colocarem o olho grego que ganhei da Hebe debaixo da mesa. Comecei o papo perguntando se a filha dele tinha arrumado um emprego depois da falência da Daslu. Na despedida, perguntei como estava o Kassab. Ficou com cara de tacho, o picolé de chuchu.
Estou com os pés inchados. Acho que é retenção de líquido.

17 DE MARÇO_Me encontrei com mais uma loira pop. Tal de Shakira. Não fazia ideia de quem era. Falei em espanhol e ela ficou encantada com a minha fluência. Pena que não soubesse guarânias. O Palocci queria porque queria ser apresentado à loira. Nã-na-ni-na-não! Como se eu não conhecesse a peça…
Soltei minha segunda metáfora: disse que o crescimento econômico não pode ser um “voo de galinha”. Estou besta de ver como isso é eficiente: saiu em todas as manchetes.
Kamura veio com a ideia de convidar FHC, Itamar, Collor e Sarney para o almoço com o Obama. Concordei. Pra quê! Michel Temer ouviu e tentou botar na lista a sogra, três tias, cinco vizinhos e doze diretores de estatais. Tasquei-lhe uma metáfora e uma metonímia.
Lobão desmarcou o jantar na última hora porque madame Nice, a sua digníssima esposa, estava com enxaqueca. As mulheres realmente têm sexto sentido.
Dia de dormir cedo. Obama e a Michelle chegam às sete e meia da matina. Americano tem mania de fazer tudo cedo. Eles jantam às seis da tarde, pode? Ô gente jeca!
A balança informa: emagreci 237 gramas. Estou nos trinques.

19 DE MARÇO_Impressionante a opulência da comitiva americana. Há um trailer, escondido da imprensa, só com vestidos para a primeira-dama. Lá dentro, dizem, há dois galões de laquê. Pedi para o general dos arapongas investigar essa tecnologia.
Assim que subiu a rampa, Obama roçou aquele beição no meu cangote e sussurrou, com voz grave “Hello, prisidenta”. Quase tive um piripaque. Arrepiada dos pés ao topete, só retomei a consciência quando reparei no sapato chinfrim da Michelle.
Modéstia à parte, dei um banho na Michelle. Ela chegou com um vestidinho, meu Deus, que não dá para ir na feira! Depois inventou um brocado dourado. Coisa cafona, brilho de dia. E o backside dela, então?
E falei, falei tudo que estava aqui na minha garganta. Eles querem vender para nós, mas não querem deixar a gente vender para eles. É, bebé, mamar na gata você não qué, né? Falei mesmo. Lógico que com educação porque senão o Patriota ia me atormentar.
O Lula fez forfait. Sempre querendo aparecer, mesmo não aparecendo. Melhor assim, porque eu ia ter que fazer sala para a Marisa, que não entenderia o trocadilho que soltei em cima do Obama: I like Eike.
O Fernando Henrique foi um doce comigo. Que homem fino e bem-apanhado. Pena que seja um lacaio da burguesia.
Vou tomar um sal de frutas porque essa ideia do Patriota de baião de dois com picanha e vinho Valduga foi de matar. Estou entalada até agora.

20 DE MARÇO_Minha mãe ficou superamiga da sogra do Obama. Trocou várias receitas. Preciso saber como a Michelle mantém o peso. Lula mandou um SMS: “Presidenta, desculpe a ausência. O pneu do carro furou quando eu saía de casa”. Nem vou responder.
Engordei 540 gramas. Maldita Detox!

25 DE MARÇO_Obama ligou. Constrangido, disse que a Malia estava com suspeita de dengue. Antes que eu pudesse responder, Michelle tomou o telefone das mãos dele. Estava muito nervosa.

26 DE MARÇO_Essa confusão do Kassab vai sobrar para mim! Mais um apoio ao governo e mais pedido para ajudar os aliados, sei… Esse pessoal pensa que DAS dá em árvore?

27 DE MARÇO_Recebi minhas amigas do cinema. Notei que a Marina Person botou um vestidinho vermelho parecido com o que usei quando o Obama veio me ver. Reparei também que algumas estavam de xale. É a Dilminha, musa fashion do Planalto!

29 DE MARÇO_Recebemos a notícia no Porto, quando o Lula contava o desfecho de uma piada de português. O Santana, no telefone, gritava, desesperado: “Vocês precisam chorar! Chorar muito!” Não sei se vou conseguir: fico uma arara toda vez que penso que ele não reconheceu a filha.

* Escrito por Renato Terra, apresentado pela revista Piauí como o ghost-writer não oficial e não autorizado de Dilma Rousseff


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A herança maldita sem aspas



A herança maldita sem aspas

“Nós assumimos um país com a inflação fora de controle”, recitou Dilma Rousseff ao longo da campanha eleitoral, depois de decorar aplicadamente outra lição que Mestre Lula ensinou.

Falso.


A inflação andou regurgitando no fim de 2002 em consequência da inquietação causada pela histórica irresponsabilidade do PT, mas em nenhum momento os índices assumiram dimensões perturbadoras.

O dragão enjaulado pelo Plano Real continuou dormindo profundamente.

“Graças ao governo Lula, vou assumir um país com a economia sem problemas”, deu de declamar Dilma depois de eleita.

Falso.

Como demonstra a reportagem de capa de VEJA, a taxa anual registrada pela inflação em janeiro avisa que a fera ameaça acordar de um sono de 17 anos.

O índice oficial de 6.5% já era preocupante. Vê-se agora que a realidade camuflada pelas contas federais é alarmante.

O quilo da carne, o quilo do feijão, o ingresso nos estádios de futebol, os gastos com transportes — é extensa e incontestável a lista dos itens que decolaram espetacularmente no período de 12 meses.

”O poder aquisitivo dos brasileiros subiu”, fantasia o ministro Guido Mantega.

Ainda que dissesse a verdade, aumento de poder aquisitivo não resulta automaticamente em elevação de preços, os americanos estariam pagando 100 dólares por um cachorro-quente.

O país pode descobrir mais cedo do que imaginava que Dilma recebeu de Lula o que Lula fingiu ter recebido de Fernando Henrique Cardoso.

A “herança maldita” de FHC só existiu na discurseira oportunista do chefe da seita e seus devotos.

Dilma vai saber o que é lidar com uma herança maldita sem aspas. Se não sabia de nada, foi uma gerente-geral inepta. Se sabia de tudo, mentiu. E terá de administrar o legado sozinha.

Não adianta pedir ajuda ao padrinho. Ele mora no Brasil Maravilha que registrou no cartório.
 Direto ao Ponto


13/02/2011

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ruth Cardoso vs. Dilma: 400 a 0

Ruth Cardoso vs. Dilma: 400 a 0

Ruth Cardoso foi a prova definitiva de que milagres civilizatórios ocorrem mesmo nos grotões do planeta.

A discreta e talentosa paulista de Araraquara, que se casou muito jovem com o sociólogo carioca Fernando Henrique Cardoso, seria a única primeira-dama a desembarcar em Brasília com profissão definida, luz própria e opiniões a emitir ─ sempre com autonomia intelectual e, se necessário, elegante contundência.

Durante oito anos, o brilho da mulher que sabia o que dizia somou-se à luminosidade da antropóloga respeitada em muitos idiomas para clarear o coração do poder.

No fim de 1994, por não imaginarem com quem logo lidariam, muitos jornalistas ouviram com ceticismo a justificativa apresentada pelo presidente eleito para a viagem à Rússia: “Vou como acompanhante da Ruth”. Ela participaria como palestrante de um congresso de antropologia promovido em Moscou, ele aproveitaria para descansar alguns dias. Nenhum repórter cuidou de conferir o desempenho da palestrante. Perderam todos a chance de descobrir que Ruth era muito mais que a mulher do n° 1.

A melhor e mais brilhante das primeiras-damas abdicou do título já no dia da posse do marido. “Isso é uma caricatura do original americano, esse cargo não existe”, resumiu numa entrevista. Se não existia, Ruth inventou-o. Sem pompas nem fitas, longe de fanfarras e rojões, montou o impressionante conjunto de ações enfeixadas no programa Comunidade Solidária.

Em dezembro de 2002, os projetos em execução mobilizavam 135 mil alfabetizadores, 17 mil universitários e professores, 2.500 associações comunitárias, 300 universidades e 45 centros de voluntariado.


Acabou simbolicamente promovida a primeira-dama da República no dia da morte que pareceria prematura ainda que tivesse mais de 100 anos.

A cerimônia do adeus comprovou que o Brasil se despedia, comovido, de alguém que o fizera parecer menos primitivo, mais respirável, menos boçal.

E que merecia ter morrido sem conhecer a fábrica de dossiês cafajestes da Casa Civil chefiada por Dilma Rousseff.


Instruída para livrar o governo da enrascada em que se metera com a gastança dos cartões corporarativos, Dilma produziu um papelório abjeto que tentava reduzir Fernando Henrique e Ruth Cardoso a perdulários incuráveis, uma dupla decidida a desperdiçar o dinheiro da nação em vinhos caros e futilidades gastronômicas.

Dilma foi a primeira a agredir uma mulher gentil, suave, e também por isso tratada com respeito até por ferozes inimigos do marido.

A fraude que virou candidata à presidência anda propondo que o país compare Fernando Henrique a Lula.

“O Lula ganha de 400 a 0″, delira.

Qualquer partido mais competente e menos poltrão teria topado há muito tempo esse confronto entre a seriedade e a bravata, entre o conhecimento e a ignorância, entre o moderno e o antigo, entre o real e o imaginário.

Como o PSDB prefere capitular sem combate, poderia ao menos sugerir que se compare Dilma Rousseff a Ruth Cardoso.

A Mãe do Pac talvez aprenda como é perder por um placar de 400 a zero.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

FHC desafia Lula a debater 'cara a cara'



FHC desafia Lula a debater
'cara a cara'
Em discurso inflamado para tucanos, ex-presidente classifica sucessor de 'mesquinho' e de mentir 'sem cessar' sobre o País que encontrou ao assumir mandato.

Roberto Almeida
O Estado de S.Paulo
Em sua mais contundente incursão na campanha tucana até agora, que incluiu a defesa de seu legado à frente do Palácio do Planalto, o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, desafiou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para um debate "cara a cara" após o fim das eleições.


Diante de centenas de militantes do PSDB, em um hotel na zona norte da capital paulista, FHC pediu a Lula que, quando "perder o monopólio da verdade", vá ao instituto que leva seu nome, em São Paulo, para debater
.


"Presidente Lula, quando acabar as eleições, quando você puser o pijama, será bem recebido.


Venha ao meu instituto, vamos conversar, cara a cara", bradou, em discurso inflamado.




O ex-presidente, dizendo-se alvo de mentiras, passou a defender suas gestões na Presidência (1994–2002).

As cenas, gravadas por uma equipe da campanha do presidenciável tucano José Serra – que não esteve no evento –, devem ir ao horário eleitoral.

"Estou calado há muitos anos ouvindo.

Agora quando o presidente Lula vier, como deve vir, como todo presidente democrata eleito, perder a pompa toda, perder o monopólio da verdade, está desafiado a conversar comigo em qualquer lugar do Brasil", disse FHC.


"Não é para conversar para dizer o que eu fiz, o que ele fez. Isso o povo vai julgar. É para ter firmeza, olhando cara a cara, um ao outro, e ver se um é capaz de dizer ao outro as coisas que diz", continuou o ex-presidente.


Como exemplo dos pontos que abordaria no debate com Lula, FHC citou o Plano Real, principal bandeira tucana, e disse que questionaria o petista sobre as responsabilidades pela estabilização econômica do País.


"Quero ver o presidente Lula, que votou contra o Real, que fez o PT votar contra o Real, dizer que estabilizou o Brasil.

Ele não precisa disso. Ele fez coisas boas que eu reconheço. Ele agiu bem na crise atual, financeira.

Para que, meu Deus, ser tão mesquinho?

É isso que quero perguntar a ele:

‘Lula, por que isso, rapaz?’", bradou.


Aos militantes tucanos, o ex-presidente apostou na veemência para que seu nome, antes escondido nas campanhas, passe a ser defendido abertamente.


"Eu não tenho do que me arrepender. Eu mudei o Brasil. Eu nunca disse isso. Agora, oito anos depois do governo Lula (digo que) eu mudei o Brasil.

Não mudei sozinho, mas com o povo brasileiro, com uma equipe de gente competente, com outros partidos. Tudo o que foi inovador foi plantado naquele período
.

Chega de ficar calado", afirmou FHC.


Privatizações

O ex-presidente elevou o tom e pediu "respeito" ao rebater nota divulgada ontem pelo presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, que o acusou de preparar a estatal para a privatização.


"Quem é esse Gabrielli pra falar isso pra mim, meu Deus?


Eu mandei uma carta ao Senado para dizer que não privatizaria a Petrobrás. Eu perdi uma cátedra porque eu defendi a Petrobrás e fui processado", anotou FHC.


De acordo com FHC, a "politicalha" voltou avançar sobre a estatal após sua saída do governo.

"Por isso, perdeu já 20% do valor de mercado sob a batuta dessa gente. O mercado, assim chamado, percebeu agora – custou – que tem ingerência política", anotou.




Ao final do discurso, o ex-presidente lembrou ainda a queda da ex-ministra chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, acuada por denúncias de lobby no Planalto.

"Não queremos um Brasil de preguiçosos, não queremos um Brasil de amigos do rei. nós não queremos um brasil de companheiras tipo Erenice", anotou FHC, que pediu "apoio total" à candidatura de Serra.


14 de outubro de 2010 



quinta-feira, 7 de outubro de 2010

“O presidente Lula, quando deixar a Presidência e se tornar um ex-presidente, aceitará debater com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”



Lula já não tem motivos para recusar o segundo convite para um debate com FHC




Na reunião que reduziu a residência oficial do presidente da República a comitê eleitoral, o inquilino prestes a devolver o imóvel ordenou aos presentes que, no segundo turno da campanha, comparassem o atual governo ao de Fernando Henrique Cardoso.

A determinação animou a coluna a ressuscitar a grande ideia apresentada em fevereiro pelo comentarista Sebastião Silveira: um debate na televisão entre Lula e FHC.

Ao fim de duas ou três horas, o eleitorado brasileiro dirá quem lhe pareceu melhor, mais preparado, mais seguro, mais convincente.


Há oito meses, Fernando Henrique topou de imediato: “Debate é sempre saudável”, disse.

“Aceito, pelo Brasil”.


Lula demorou uma semana para responder pela voz de Franklin Martins:

“O presidente Lula, quando deixar a Presidência e se tornar um ex-presidente, aceitará debater com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”, esquivou-se o ministro da Comunicação Social.

A explicação foi revogada pelo abandono do emprego. Há pelo menos três meses, Lula trocou o gabinete pelo palanque.

E acaba de avisar que assim será até o fim do segundo turno.

Livre do serviço, tem tempo de sobra para desincumbir-se pessoalmente da missão confiada aos aliados. Como repete de meia em meia hora que nunca antes neste país houve um governante tão iluminado, não devem faltar argumentos para vencer o debate.

Reapresentado o convite, o ex-presidente reiterou que está pronto para o duelo.

Se o presidente que virou cabo eleitoral recusar o confronto pela segunda vez, o país inteiro saberá que FHC está para o SuperLula como a kriptonita para o Super-Homem.


Melhor não chegar perto.


 Direto ao Ponto

7/10/2010


quinta-feira, 24 de junho de 2010

"Um país como o Brasil não pode ser governado por alguém sobre quem nada se sabe."


FHC:
“Ninguém sabe o que Dilma pensa”


Em Paris, onde passou os últimos dias, FHC tem comentado a pesquisa CNI/Ibope com aliados que não pararam de lhe telefonar desde ontem.

O ponto central do discurso de FHC tem sido o de que quando Dilma Rousseff começar a se mostrar realmente na campanha, depois da Copa, José Serra poderá retomar a liderança.

“Na campanha, o desempenho dele será superior”.

Para FHC, “ninguém sabe o que ela pensa, o que ela propõe”:

- Um país como o Brasil não pode ser governado por alguém sobre quem nada se sabe.



quinta-feira, 24 de junho de 2010


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Lula recusa o convite para o debate que FHC aceitou


O presidente Lula foi formalmente convidado, no dia 11, para um debate com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

A resposta acaba de ser transmitida ao repórter Otávio Cabral, da sucursal de VEJA em Brasília, pelo ministro Franklin Martins, chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

É a seguinte:

“O presidente Lula, quando deixar a Presidência e se tornar um ex-presidente, aceitará debater com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”.

Se Lula estivesse apenas presidindo o processo sucessório, como costumam fazer em países civilizados chefes de governo em fim de mandato, o convite nem teria existido.

Se tivesse apenas optado por uma candidatura, sem se envolver ostensivamente na disputa, a recusa até seria aceitável.

Como os fatos informam que o presidente se enfiou até o pescoço na campanha que antecipou ilegalmente, a rejeição do convite deixa de fazer sentido.

Sem que ninguém lhe pedisse, Lula decidiu que a candidata seria Dilma Rousseff, nomeou-se Primeiro Cabo Eleitoral, não desce do palanque há seis meses, ataca o antecessor em todos os comícios e repete diariamente que os brasileiros terão de escolher entre o governo FHC e o atual.

Garante que recebeu uma “herança maldita”.

FHC garante que a afirmação é falsa.

Um debate entre ambos seria o caminho mais curto para chegar-se à verdade.

Fernando Henrique topou.

Lula só quer debater em 2011.

A opção pelo monólogo ─ recomendada, aliás, por 10 em 10 militantes governistas que se manifestaram nesta coluna ─ confirma a suspeita de que foi descoberta a kriptonita do SuperLula.


Chama-se FHC.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Só no Brasil

“Então a campanha vai ser com FHC?

Mas os tucanos, governadores-candidatos, Aécio Neves e José Serra, não teriam como explicar?

O ex-presidente se sente na obrigação de defender seu governo”.

José Dirceu, ainda em liberdade, com tempo de sobra para a campanha por ter conseguido ser expulso do Congresso, aconselhando meio mundo a defender-se para não ficar pensando, pelo menos durante o Carnaval, na defesa que terá de apresentar ao STF para escapar do constrangimento de presidir na cadeia a próxima reunião do bando dos 40.
9 de fevereiro de 2010

O eleitorado brasileiro merece ver um debate entre Lula e FHC


Nos comícios agora diários, além de aprenderem que demissão por abandono de emprego não vale para presidente da República, os brasileiros ficam sabendo que o Dia da Criação só deu as caras por aqui bilhões de anos mais tarde.

Mais precisamente em 1º de janeiro de 2003, quando o maior governante desde o tempo das cavernas começou a cumprir a missão que a Divina Providência lhe confiou: construir um país.


Antes de Fernando Henrique Cardoso, recita o pregador, o que havia era pouco. Depois, restou o nada. Foi Lula quem fez o Brasil. Teria feito em sete dias se não existissem o Tribunal de Contas da União, o Ministério Público e o IBAMA. Só por isso a mais grandiosa das obras do PAC demorou sete anos. O atraso foi compensado pelo resultado.

O Brasil do Terceiro Milênio é uma beleza, deslumbram-se os ministros de Estado e a base alugada. Até frequenta o Clube das Potências como sócio-convidado, celebram os Altos Companheiros. E o que está bom demais vai ficar ainda melhor no governo de Dilma Rousseff, berra o resto do rebanho.

Com a vitória da Mãe do PAC, berra o palanqueiro compulsivo, o milagre brasileiro vai deixar boquiabertos até chineses e americanos. americanos. Sem Dilma na gerência, o país irá submergir no buraco negro de onde Lula o tirou.

Neste domingo, com 968 palavras, Fernando Henrique enterrou no jazigo das malandragens eleitoreiras a fantasia costurada durante sete anos. O artigo ensina que o Brasil existia antes de Lula e existirá depois dele, seja quem for o sucessor. Incisivo, contundente e veraz, o texto exibe o legado de um estadista onde Lula finge enxergar a herança maldita.

“Gostaria que a eleição fosse no estilo nós contra eles, pão-pão-queijo-queijo”, repete o presidente desde outubro. Quem o conhece sabe que “nós” quer dizer Lula e que “eles” é o codinome de FHC no código do Planalto.

No último parágrafo do artigo, Fernando Henrique primeiro reitera uma lição elementar (”Eleições não se ganham com o retrovisor: o eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças” para em seguida apanhar a luva atirada pelo sucessor: “Se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer”.

Não é difícil descobrir quem tem razão, avisou Sebastião Silveira num comentário aqui publicado. Basta promover um debate público entre os dois. Imediatamente encampada pela coluna e por VEJA.com, que cuidarão de convidar os contendores, a ideia não tem contra-indicações ─ e os possíveis efeitos colaterais são todos positivos. Um foi presidente, outro logo deixará o cargo. Nenhum deles é candidato.

O embate ajudará o eleitorado a escolher com mais segurança o próximo chefe de governo.

O fecho do artigo informa que FHC está pronto para o duelo. Lula vive dizendo que sonha com o debate que não pôde travar em 1994 e 1998. Duas vezes derrotado por FHC, o atual presidente não deve perder a chance de provar que o desfecho de um terceiro confronto seria diferente.

O Brasil merece conhecer a verdade.

E precisa saber quem está mentindo.
8 de fevereiro de 2010 

Comentário do leitor



Estimado Augusto a ideia e brilhante!

Nesse embate poderiam perguntar a Lula se os + d 3 milhões de dólares doados a sua campanha pela mão de Sergio Cervante foi originado na Venezuela e se essa é a raz
ão da fidelidade canina que o Barba tem pelo ditador de opereta Venezuelano.

Li em um blog de uma jornalista de lá (desterrada a Miami) que esse dinheiro saiu de Caracas em caixas de rum cubano levadas a Havana pelo Sr Vladimir Villegas.
 
Essa caixa foi entregue a uma tal de Ester que ela diz ser uma militante do PT.

Sei lá perguntar nao dói!

Dalmo Accorsini