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sexta-feira, 9 de março de 2012

O tsunami de Dilma





Durante uma cerimônia, a presidente Dilma criticou o "tsunami monetário" provocado pela liberação de recursos promovida pelo Banco Central Europeu que, em sua busca por solucionar a crise financeira da Europa, despejou no mercado mundial praticamente US$ 5 trilhões, com a consequente desvalorização da moeda norte-americana, o que estaria prejudicando outros países, principalmente aqueles em crescimento, os emergentes, como o Brasil.


A presidente Dilma tem razão, isso realmente prejudica as exportações brasileiras e, consequentemente, nossa balança comercial, mas essa foi solução que os europeus encontraram para resolver o problema deles, como todos deveriam fazer. Antes de criticar a sujeira da casa vizinha que atrai insetos e mau cheiro, precisamos cuidar da limpeza da nossa.

Dilma não disse que seu partido, o PT, há dez anos governando o país, para conseguir maior apoio político e acomodar em empregos públicos os companheiros petistas, inflou a estrutura administrativa do país de tal forma que hoje gasta mais com a manutenção da máquina pública do que dispõe para investimentos necessários no país, o que destrói qualquer possibilidade de crescimento.

Com essa política irresponsável os governos do PT, além de nada investirem em infraestrutura, literalmente permitiram a deterioração de tudo o que já tínhamos construído, principalmente nos anos de governos militares, como as hidrelétricas, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e redes de distribuição de energia que hoje estão em péssimas condições ou já praticamente destruídas.

Sem recursos, seu governo reduz as verbas orçamentárias aprovadas para a segurança, saúde e educação, mas buscando agradar os companheiros ideológicos empresta dinheiro para Cuba, dos irmãos Castro, aceita rever um contrato vigente com o Paraguai, triplicando o valor pago pela energia produzida por Itaipu, que o Brasil construiu sozinho e aceita passivamente o aumento do custo e do volume obrigatório de consumo do gás Boliviano, extraído naquele país por poços que foram por eles expropriados da Petrobrás.

Sem a infraestrutura necessária para fabricar e escoar sua produção, muitas indústrias, como as automotivas, não se instalam aqui, mas em outros países, lá gerando empregos e riquezas. Para "incentivar" sua instalação no Brasil e proteger as já instaladas em nosso território, seu governo optou por um aumento na taxa para a importação de veículos. Com isso, certamente não estamos protegendo as nossas indústrias, mas impedindo que se tornem cada vez mais competitivas e fazendo com que, em pouco tempo estejamos novamente como dizia Collor, "fabricando carroças", ou nem isso, e utilizando somente veículos produzidos há décadas como ocorre em Cuba.

Nos governos do PT os bancos lucram bilhões em um único trimestre, especulando com as elevadas taxas de juros vigentes no país e pagas pelo próprio governo na rolagem de suas dívidas, enquanto o setor produtivo, que gera empregos e riquezas, não recebe estímulos e financiamentos suficientes para investir no aumento e em novas tecnologias de produção.

O PT está, com suas políticas ideológicas radicais e ultrapassadas, como a de não privatizações, impedindo um progresso maior do país e atrasando, em décadas, nosso desenvolvimento.
As atitudes adotadas por outros países para defender sua economia são direitos soberanos seus, e não deveriam ser criticadas por quem não faz a própria lição de casa.

Para criticar seria necessário dar o exemplo de como se faz, profissional, ética e moralmente, mas os governos do PT estão longe de serem exemplos em qualquer dessas áreas.


* Jornalista, escritor, articulista político e produtor rural

Percalços da presidente



A presidente Dilma Rousseff só tem a si mesma para culpar pelos seus dissabores políticos

O mais recente deles - e decerto longe de ser o último - foi a derrota que o PMDB e outros menos votados lhe infligiram no Senado, ao rejeitar por 36 a 31 votos, em escrutínio secreto, a recondução do petista Bernardo Figueiredo à presidência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)

EDITORIAL DO ESTADÃO

O Estado de S.Paulo 

Homem de confiança da presidente, com quem trabalhou na Casa Civil no governo Lula, Figueiredo coordena o projeto do trem-bala, menina dos olhos da chefe. Com o vazio na agência, o que seria apropriado chamar "Expresso Dilma" vai tardar ainda mais a sair do papel.

Pela lei das consequências imprevistas, trata-se de uma boa notícia para todos quantos consideram a ideia uma faraônica fantasia.


Sendo o que são as preocupações que movem a esmagadora maioria dos políticos brasileiros, não foi por achar que o trem-bala é um colossal desperdício que os senadores bloquearam a permanência do seu condutor na ANTT.

Foi para se vingar de dois agravos.

Um, o de sempre: a relutância da presidente em autorizar as verbas para as emendas parlamentares e a sua recusa em preencher a tempo e hora as vagas nos escalões superiores da máquina, sem falar nas nomeações que não levam na devida conta os interesses da disforme coalizão governista de uma dúzia de legendas, o tóxico legado do seu antecessor e patrono.


O segundo agravo vem do que seria o uso de "ampla estrutura governamental" para fortalecer o PT nas eleições locais deste ano, com o intuito de tirar do PMDB o "protagonismo municipalista" (sic) e assumir o seu lugar como o partido com o maior número de prefeitos do País - 1.177, atualmente.


As citações são do manifesto assinado na semana passada por 53 dos 76 deputados federais da legenda, cujo presidente de facto, Michel Temer, é o vice de Dilma.

Petista, embora não propriamente desde criancinha, ela é um alvo mais à mão do que os seus companheiros. Afinal, não teria sentido uma agremiação acusar a outra de querer o mesmo que ela - ganhar eleições. A política, além do mais, tem vida própria em cada esfera da Federação: basta lembrar o fracasso da tentativa da Justiça de obrigar os partidos a reproduzir nos Estados e municípios as alianças no plano nacional.

O confronto pelo "protagonismo municipalista", afetando por tabela a coligação federal, se nutre também do fato de que nele não há objetivos comuns que transcendam as ambições dos coligados: o toma lá dá cá é o seu único - e poroso - cimento.


Tudo isso devia ser óbvio para quem frequentou o coração do governo durante sete dos oito anos do reinado de seu antecessor. Só que ele administrava a cobiça da tigrada com uma desenvoltura que a sucessora, pelo visto, não adquirirá nem em 70 anos de Planalto.

Lula, não bastasse a desenvoltura no uso dos recursos de poder ao alcance de um presidente da República, jogava com os políticos no campo deles, mas sob as suas regras e com uma imensa torcida a dar-lhe força.

Com um talento para a política inversamente proporcional ao seu interesse pela administração, tinha ainda o invejável dom de deixar os interlocutores com quem trocava abraços, piadas e tapinhas nas costas com a sensação de que tinham ouvido um sim, mesmo quando ele havia dito não.

Dilma, com o seu estilo cortante, parece dizer não mesmo quando diz sim.


Irascível, impaciente, inepta para a negociação, a presidente dá a impressão de que o temperamento a impede de aprender como funciona o processo político, no muito que depende de terceiros que não lhe são subordinados, obedecem a outra lógica e partem da premissa de que apoio com apoio se paga.

Assim como não consegue transformar projetos em obras, a presidente tampouco se mostra proficiente em construir uma autoridade política pessoal: fica só a imagem do autoritarismo.

As pesquisas indicam que ela se tornou mais popular do que Lula.

A base aliada levava em conta a popularidade do presidente porque ele sabia usá-la para afirmar a sua liderança - era um dado da equação do seu poder.

No caso de Dilma, é como se os números fossem uma abstração: não impedem os políticos de desafiá-la.

 09/03/12

O estuprador de sigilo que virou traficante de influência entra em ação disfarçado de ‘tesoureiro informal’ de Fernando Haddad


Por Augusto Nunes




Em março de 2006, o Brasil espantou-se com a descoberta: Antonio Palocci fora o mandante da violação da conta do caseiro Francenildo Costa na Caixa Econômica Federal.

Ao saber que o ministro da Fazenda também exercia o ofício de estuprador de sigilo bancário, o presidente Lula confirmou que ignora a diferença entre currículo e prontuário.

Primeiro, tentou inocentar o culpado.

Atropelado pelas evidências, fez o possível para mantê-lo no cargo.

Obrigado pelas circunstâncias a devolver à planície o pecador pilhado em flagrante, lamentou a perda do “melhor ministro da Fazenda que o Brasil já teve”.


Em maio de 2011, o Brasil espantou-se com outra descoberta: Antonio Palocci, instalado por ordem de Lula no primeiro escalão de Dilma Rousseff, era um reincidente sem cura.

Ao saber que o chefe da Casa Civil do governo da afilhada deixara o ramo do estupro de sigilo para fazer carreira como traficante de influência disfarçado de “consultor financeiro”, o ex-presidente confirmou que, se o PCC fosse um partido político, estaria na base alugada.

Primeiro, determinou a Dilma que varresse o lixo para baixo do tapete. Em seguida, baixou em Brasília para comandar pessoalmente a batalha pela permanência de Palocci no empregão ─ e em liberdade. Perdeu mais uma.

Nesta quarta-feira, o Brasil espantou-se com a notícia de que o inimigo jurado do Código Penal acaba de entrar em ação no mesmo cenário do crime mais recente.

Agora no papel de “tesoureiro informal” de Fernando Haddad, vai comandar a coleta de dinheiro supostamente destinado a financiar a campanha do candidato do PT à prefeitura de São Paulo.

De novo, é Lula o pai da ideia.

Depois de uma conversa no comitê eleitoral montado no Hospital Sírio-Libanês, o condutor do rebanho decidiu recolocar em cena o bandido de estimação.
 

Haddad engoliu sem engasgos o prato feito.

É o chefe quem escolhe o que será servido às ovelhas.

Vale a pena seguir os passos de Palocci quando o tesoureiro informal começar a perseguir empresários.

A primeira rodada de visitas certamente contemplará o lote de clientes que o consultor de araque se nega a identificar.

O país que presta gostará de saber quem são.
 

Ficarão para a segunda etapa os possíveis novos parceiros.

Convém anotar-lhes os nomes e endereços.

O próximo escândalo não vai demorar.

E todos estarão no elenco de mais um caso de polícia protagonizado por Antonio Palocci, sempre com as bênçãos de Lula.


08/03/2012


quinta-feira, 8 de março de 2012

Derrota histórica à presidente Dilma Rousseff


Supremo considera
Instituto Chico Mendes inconstitucional
Felipe Patury
Época
  


O Supremo Tribunal Federal acaba de impor uma derrota histórica à presidente Dilma Rousseff.

Seguindo voto do ministro Luiz Fux, o colegiado da corte considerou inconstitucional a medida provisória que criou o Instituto Chico Mendes, autarquia responsável pela manutenção dos reservas e parques florestais.

Na ação movida pela associação dos funcionários do Ibama, órgão que deu origem ao Instituto Chico Mendes (ICM), Fux entendeu que houve falha na tramitação da medida provisória que criou a autarquia.

Ela não teria passado por análise prévia de admissibilidade em comissão mista da Câmara e do Senado.

Apesar de considerar a criação do instituto inconstitucional, o Supremo deu 24 meses para que o governo regularize com nova lei a situação da instituição.

As decisões tomadas até hoje pelo ICM, como multas por crimes ambientais, continuam válidas, de acordo com o julgamento da corte.

7 de March de 2012



Ao fim de nove anos de governo do PT, a política educacional brasileira resultou numa verdadeira sopa de pedras




A incompetência flerta frequentemente com o autoritarismo




Menos marketing,
mais qualidade
 

Por José Serra
Estadão


Ao fim de nove anos de governo do PT, a política educacional brasileira resultou numa verdadeira sopa de pedras. Não tem consistência, e as iniciativas desconexas vão se sucedendo — pedras jogadas na panela aquecida por vultosos recursos públicos, produzindo pouca substância.

Os estados e os municípios cuidam da pré-escola, ensino fundamental e médio. Mas a esfera federal detém capacidade legislativa e normativa, além de recursos em grande escala, para atuar no setor.

No ensino superior público, o grande agente é o ministério da Educação, com a exceção de uns poucos estados que têm grandes universidades.

O mais recente exemplo dessa inconsistência é o Plano Nacional de Educação 2011-2020, resumido pelo novo titular da Educação no Senado, Aloizio Mercadante. A superficialidade e a confusão das falas do ministro afligem aqueles que consideram a educação o principal desafio brasileiro neste século.

Nem no Plano nem nas falas há qualquer pista para enfrentar o fato de que o ensino superior público no Brasil, na era petista, foi além da estagnação. Acredite se quiser: em 2010, formou 24 mil estudantes a menos do que em 2004, segundo estimativa de Carlos Brito, da FAPESP, destoando da fase de forte expansão no governo FHC e do ministro Paulo Renato.

No momento, a pedra mais vistosa atirada na sopa são os tablets, a serem distribuídos de graça. Ninguém responsável pode rejeitar a chegada das modernas tecnologias às salas de aula. Mas não passa de mistificação barata — ou muito cara, a depender de como se faça — essa história de que a educação só melhora se cada aluno e cada professor tiverem nas mãos um iPad, como promete o ministro.

Rejeitar a adoção de modernas tecnologias seria o mesmo que combater a luz elétrica e a água encanada. Mas um professor mal preparado o será em qualquer circunstância. Um aluno que mal sabe escrever e multiplicar não será redimido por um tablet.

A distribuição de material eletrônico, sem bons guias curriculares e programas de formação e qualificação dos professores, é dessas firulas atrás de manchetes.

O governo Lula fez isso em 2005, com laptops — “Um Computador por Aluno”, lembram?

O fracasso foi retumbante.


Como noticiou este jornal, 3,8 milhões de crianças e jovens não estão na escola; na faixa dos 15 aos 17 anos, nos oito anos de FHC e P. Renato, o percentual fora da escola caiu de 33% para 18%.

Depois disso, a inclusão se desacelerou e 14% ainda não frequentam nenhuma instituição de ensino.

Acredite se quiser: em 2010 houve menos concluintes do ensino médio do que em 2003, com um decréscimo anual de 0,5% ao ano.

Com ou sem tablets – eles são uma ferramenta e não uma política pública em si – o Governo Federal deveria se empenhar em pôr na escola essa imensa fatia da juventude e elevar o padrão de ensino, em especial expandindo o ensino profissionalizante. Não é o que se vê.
Tome-se o Pronatec, programa copiado do Protec, proposta nossa durante a campanha de 2010, tão combatida pelos petistas.

Além do atraso para dar início ao programa, foram excluídas as bolsas em escolas técnicas particulares, precisamente as que atendem a jovens mais pobres.

Isso exclui cerca de 50% dos alunos de escolas técnicas.

Em São Paulo, em 11 anos, foram criadas 104 novas escolas técnicas de nível médio, abrindo 150 mil vagas adicionais.

É preciso pensar mais no estudante e menos nas manchetes; mais em dar uma resposta aos problemas reais dos alunos e de suas famílias e menos em soluções marcadas pela publicidade e pelo açodamento.

A improvisação é tanta que a capacitação técnica de professores e o método pedagógico que deveriam orientar a utilização dos milhões de tablets prometidos só estão previstos para depois da chegada dos aparelhos!

Outra pedra atirada na sopa da educação petista foi a tentativa de transformar o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, numa prova de acesso à universidade. Sob o pretexto de pôr fim ao vestibular nas universidades federais, criou-se o maior vestibular do mundo ocidental.

Assistiu-se a um festival de trapalhadas, injustiças, arbitrariedade, subjetivismo e falta de critério na correção das provas. No fim, o aluno nem sabe direito por que tirou essa ou aquela nota. Pior: as críticas corretas e sensatas foram consideradas tentativas de sabotagem.

A incompetência flerta freqüentemente com o autoritarismo.

Ao abordar as dificuldades do Enem como “vestibulão”, o novo ministro produziu mais uma pérola, dizendo que os problemas decorrem do fato de o Brasil ser muito grande e alegou que isso não é culpa do MEC. Será que o PT vai esperar que o país encolha para começar a governá-lo com competência?

Ou quem sabe seus ministros possam se candidatar a cargo de gestores na Escandinávia, cujos países são bem menores do que o Brasil e que solicitam menos dos homens públicos, pois muitas das condições que ainda infelicitam o nosso povo já estão resolvidas por lá.

É sempre bom lembrar que o Brasil, afinal de contas, já tinha esse tamanho antes de o PT chegar ao poder.


Em 2009, 65 nações participaram do Pisa, o Programa Internacional de Avaliação de Alunos, que verifica o conhecimento de estudantes de 15 anos em matemática, leitura e ciências.

O resultado é vexaminoso: o Brasil obteve o 54º lugar, junto ao Panamá e Azerbaijão, atrás de países como Bulgária, Romênia, México, Chile e Uruguai.
O que nos falta?

Tablets?

Sem uma política pública conseqüente de valorização e qualificação do professor, eles são inúteis.

Servem à propaganda, não aos estudantes; servem à demagogia, não à elevação das sofríveis condições de ensino no Brasil.

É possível, sim, mudar essa realidade desde que se façam as escolhas certas.

As autoridades nacionais da área educacional precisam perseguir menos a publicidade e mais a qualidade.

Se o fizerem, as notícias fatalmente os alcançarão.

08/03/2012

DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES









quarta-feira, 7 de março de 2012

Senado rejeita recondução de Bernardo Figueiredo na ANTT


Jucá avaliou que veto é fruto da insatisfação ‘de vários partidos’ com o governo

Bernardo Figueiredo é vetado pelo Senado
O Globo / Gustavo Miranda

BRASÍLIA – Por 36 votos contra 31 a favor e uma abstenção, o plenário do Senado rejeitou nesta quarta-feira a recondução de Bernardo Figueiredo para o cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Considerado um homem do staff da presidente Dilma Rousseff, com quem trabalhou diretamente por dois anos na Casa Civil, o resultado é uma derrota de Dilma no Senado. Integrantes da base aliada avaliaram que o resultado reflete a insatisfação de senadores com o governo. E o Planalto foi pego de surpresa com o resultado da votação.

O núcleo palaciano já tinha identificado a insatisfação na base. Mas não esperava essa derrota. A votação foi recebida por interlocutores diretos da presidente como uma advertência dos partidos aliados no Senado.

- Hoje, os aliados estão usando uma votação secreta para mandar um recado. O problema maior será se essa rebelião acontecer numa votação aberta - reconheceu um auxiliar direto da presidente Dilma.

Ainda na avaliação do governo, houve uma junção de insatisfações no caso. No encaminhamento da votação, mais cedo, o recado fora dado pelo PMDB. Foi apresentado um requerimento para adiamento da votação, e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), conseguiu manter a votação por apenas cinco votos de vantagem. Ao encaminhar, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), avisou que iria manter a votação, mas que a indicação não era pacífica dentro do partido, numa senha para a votação seguinte.

Interlocutores do Planalto disseram que avisaram que haveria problemas. O PR, que queria manter o controle da agência, estava irritado com a situação. Outros, inclusive dentro do PT, comentaram que foi uma derrota da presidente, devido sua ligação com o indicado.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também avaliou que o resultado da votação secreta traduziu a insatisfação de alguns senadores com o governo.

- Existe insatisfação em vários partidos e isso foi manifestado no voto secreto - concluiu.

Para ele, é preciso aprofundar as relações políticas entre o governo e a base para acabar com traições. A insatisfação, de acordo com o líder, tem a ver com os problemas de sempre: falta de liberação de emendas, indicações políticas, falta de atenção dos ministros.

- Juntou a insatisfação com os problemas com o nome do indicado. O relatório do TCU deu combustível - observou.

A oposição comemorou.

- As irregularidades eram flagrantes, e as denúncias, gravíssimas. Prevaleceu o bom-senso e o Senado agiu com independência - disse o líder do PSDB, Álvaro Dias (PR).

Bernardo teve forte oposição do senador Roberto Requião (PMDB-PR), que apresentou acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) que aponta várias irregularidades na gestão do então diretorda ANTT. Requião lembrou que o Ministério Público Federal acusa Figueiredo de ter se omitido no papel de fiscalizador das concessionárias de linhas férreas e ainda de ter contribuído para que empresas privadas dilapidassem o patrimônio da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA).

A oposição se revezou na tribuna para falar contra a recondução de Bernardo para a diretoria-geral da ANTT.
07/03/12

terça-feira, 6 de março de 2012

PIB brasileiro desacelerou e subiu 2,7% em 2011


Grande parte dos analistas e do próprio governo esperava por variação entre
2,6% e 3,0%


Por Clarice Spitz
O Globo

RIO —
A economia brasileira desacelerou em 2011.

O Produto Interno Bruto (PIB), que representa o valor total de bens e produtos finais produzidos no país, cresceu 2,7% no ano passado, uma queda em relação à expansão de 7,5% registrada em 2010, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em valores, a riqueza total produzido no país somou R$ 4,143 trilhões.

O PIB per capita (PIB dividido pela população residente no país) atingiu R$ 21.252 em valores correntes, uma alta de 1,8% em relação ao ano anterior.

No quarto trimestre, o PIB registrou alta de 0,3% em comparação ao trimestre imediatamente anterior e um avanço de 1,4% frente ao mesmo período de 2010.

Segundo Roberto Olinto, coordenador de Contas Nacionais do IBGE, em 2011, a despeito da sustentação do consumo das familias e das exportações, mesmo que com variações menores, a indústria de transformação foi quem sofreu mais.

— O crescimento menor do mercado interno e o impacto da crise internacional levou a decisões mais conservadoras. Houve algumas restrições claras, como taxa de juros com efeito claro sobre a demanda.

O câmbio atrapalhou em valores correntes, com uma redução das importações — afirmou.

Mesmo assim, segundo ele, a indústria de transformação não teve desempenho uniforme, com setores ligados à demanda interna, como bens de consumo e comércio, apresentando menos impacto que aqueles ligados à economia internacional.
                                                06/03/2012

Dilma chorou


Dilma chorou por causa da saúde de Lula, dizem assessores



Assessores afirmam que um dos motivos de Dilma Rousseff ter chorado na posse de Marcelo Crivella (Pesca) foi o estado de saúde de Lula, a quem visitaa na véspera.


Ela esteve em São Paulo porque o ex-presidente não conseguia falar ao telefone. Ele se queixou de que não suportava mais ficar parado.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está com dois pequenos focos de infecção, um em cada pulmão, segundo exames realizados na segunda-feira (5).

Ele continua internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Leia aqui.



06/03/2012

Dilma mostra seu paladar refinado e aproveita escala em Portugal para se entregar aos prazeres do bacalhau


Bico fino – No universo nada é mais direitista do que um representante da esquerda no poder.

E a história tem comprovado repetidas vezes essa teoria.



Conhecido, antes de chegar ao Palácio do Planalto, como defensor dos trabalhadores, o ex-sindicalista Lula não fez cerimônia e, ao pisar no Palácio do Planalto, se entregou às benesses do poder, todas financiadas com o suado dinheiro do contribuinte.

Em setembro de 2007, em Nova York, onde discursou na abertura da Assembleia Geral da ONU, o petista se rendeu à excelência da relojoaria e arrematou um fino e caro relógio da marca Cartier.

A aquisição se deu em uma loja da conhecida marca francesa fincada na elegante 5ª Avenida, tendo custado a bagatela de US$ 16 mil.

A reservada operação se deu às 22h30 (horário local), quando lojas do naipe da Cartier recebem, a portas fechadas, os clientes considerados especiais.

À época, o ucho.info denunciou esse descalabro, sendo que o então senador Heráclito Fortes (DEM-PI) cobrou explicações de Lula, que jamais respondeu.

Tempos depois, o mesmo parlamentar cobrou explicações da outrora chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, durante sessão de comissão permanente do Senado.

E nada de resposta.

Ao que parece, a agora presidente Dilma Rousseff herdou de seu antecessor o apreço pelas coisas boas do poder. Na viagem que a presidente faz à Alemanha, onde nesta segunda-feira (5) discutiu com a chanceler Angela Merkel os efeitos da crise que abala a Europa, o avião presidencial cumpriu escala técnica na bela cidade do Porto, em Portugal, para reabastecimento.

Adepta da boa gastronomia, Dilma ordenou à sua assessoria que, com antecedência, encomendasse um prato à base de bacalhau do badalado Restaurante Terra, que seria servido a bordo.

Acontece que a mandatária brasileira mudou de ideia, mandou o fino prato de bacalhau às favas e ordenou ao comandante do avião que anunciasse a sua ida ao tal restaurante, pois seu desejo era degustar o bacalhau in loco.

O chef de cozinha que prepara o tal prato estava em seu dia de folga e foi obrigado a vestir o jaleco e cozinhar para a presidente que vive sob o slogan “País rico é país sem pobreza”.

Na verdade, país rico é aquele que paga a conta das bacalhoadas consumidas pelos governantes.

Enquanto isso, no Brasil, alguns cidadãos continuam revirando lixos à procura de restos de comida.

Como disse certa feita o então presidente Lula, “nunca antes na história deste país”.





Médicos mudam discurso sobre estado de saúde de Lula.




O que a imprensa publicava em 13 de fevereiro de 2012:

                                                                Por O EDITOR
                                                     Blog do CoronelLeaks


Uma tomografia comprovou que o tumor cancerígeno na laringe
 do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já desapareceu, embora seja preciso ainda fazer uma endoscopia para confirmar a boa notícia, informou o oncologista do ex-governante, Artur Katz.

Conforme o oncologista, "do ponto de vista tomográfico, não se vê mais o tumor", revelou em entrevista publicada neste domingo pelo jornal "Folha de S.Paulo" , depois dos exames aos quais foi submetido Lula no sábado, quando ingressou no Hospital Sírio Libanês em São Paulo com desidratação e fadiga.

Katz esclareceu que só uma endoscopia, que será realizada dentro de quatro a seis semanas, após concluir o tratamento de radioterapia, poderá constatar a remoção definitiva do tumor.


O tratamento com radioterapia foi encerrado no último dia 17 de fevereiro.

Ontem, duas semanas depois, Lula é internado com pneumonia.

Vejam a declaração dos mesmos médicos dadas à imprensa no dia de ontem (O Globo).


Segundo a equipe médica que acompanha Lula, a doença (pneumonia) está relacionada com a queda de imunidade provocada pelo tratamento contra um câncer na laringe, detectado em outubro passado. Após três sessões de quimioterapia e 33 de radioterapia, o ex-presidente encerrou o tratamento no dia 17 de fevereiro, mas ainda sofre alguns efeitos colaterais da radiação, como a dificuldade de deglutir, a perda de peso e a queda na imunidade.


- Evidentemente, nada do que está acontecendo em termos de infecção teria acontecido numa situação normal. Por outro lado, o tratamento ao qual o ex-presidente foi submetido é extraordinariamente pesado, com muita quimioterapia e radioterapia, que de forma absolutamente previsível leva a uma queda do estado geral, a uma certa perda de peso e, evidentemente, muda a imunidade - detalhou (Artur) Katz.


Segundo o oncologista Paulo Hoff, as consequências desagradáveis da radioterapia perduram após o fim do tratamento: - O efeito fica presente durante algumas semanas. A pneumonia não tem nada a ver com o câncer - disse, negando o aparecimento de algum novo tumor.
 

 Katz informou que uma tomografia realizada anteontem não mostrou eventuais novos tumores. Em exames anteriores, os médicos haviam afirmado que o tumor desaparecido.

A avaliação da evolução do combate ao câncer só será feita, em detalhes, no fim do mês: - Seria muito precoce avaliar a doença neste momento.

Os exames feitos domingo não revelam tumor. Entretanto, é importante frisar que esses exames não foram feitos com esse objetivo. Há ainda muito processo inflamatório, inchaço, que não permitem uma avaliação adequada.

O que se pode dizer é que não se vê tumor grosseiro.







(Comentário: Boatos que circulam em Brasília dão conta de que a visita feita às pressas por Dilma Rousseff para Lula, no último dia 1 de março, foi para que ela fosse informada sobre o seu estado de saúde e avisada de uma nova internação.)



  6 de março de 2012 


segunda-feira, 5 de março de 2012

O senador Demóstenes Torres e uma amizade potencialmente explosiva

EM ÁUDIO -- Demóstenes Torres: amizade, telefonemas e presente de casamento ganho de Carlinhos Cachoeira (Foto: Lia de Paula / Ag. Senado)

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Game over
Petista é condenado e governo investiga relações de outros políticos — inclusive o senador Demóstenes Torres, líder do DEM — com a máfia que explorava o jogo ilegal em Goiás

Em fevereiro de 2004, uma gravação que mostrava o principal assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, cobrando propina de um empresário de jogos mergulhou o governo Lula em sua primeira grave crise ética.

Waldomiro Diniz, amigo próximo de Dirceu e influente nas altas rodas petistas, presidia a Loteria Estadual do Rio de Janeiro quando foi pilhado oferecendo-se para modificar o edital de uma licitação da estatal para beneficiar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Em troca do favor, Waldomiro pediu propina para ele e para o partido. O encontro em que a proposta ocorreu foi gravado por Cachoeira e sua divulgação representou o primeiro [e fortíssimo] abalo à imagem de guardião da ética na qual o PT sempre se apoiou.
Carlinhos Cachoeira: "empresário de Goiás"
(Foto: Celso Junior / AE)

Na segunda-feira passada, oito anos depois de revelado o escândalo, a Justiça do Rio condenou Waldomiro a quinze anos de prisão e Cachoeira a dez pelos crimes de corrupção ativa e passiva e fraude em licitação.

A condenação de Waldomiro e Carlinhos Cachoeira aconteceu dois dias antes de uma operação da Polícia Federal que pode provocar outro tsunami político em Brasília.

Na semana passada, Carlos Cachoeira foi preso. Ele comandava um esquema de jogos de azar fazia dezessete anos, que funcionava graças à cooptação de autoridades de todos os níveis. Ainda mantidas em sigilo, há no inquérito escutas telefônicas feitas com autorização judicial.

Nelas, segundo os investigadores, surgem elos comprometedores entre o crime organizado e o mundo político.
Diniz: pivô da primeira crise ética do lulalato
(Foto: Bruno Stuckert / Folha Imagem)

O senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás e líder do partido no Senado, foi gravado em quase 300 ligações com o empresário de jogos.

Segundo os investigadores, são conversas que revelam, no mínimo, uma relação muito próxima entre os dois, a ponto de o parlamentar ter ganho de Cachoeira, no ano passado, um presente de casamento avaliado em 30 000 reais.
EM VÍDEO -- O empresário Carlos Cachoeira, condenado a dez anos de prisão, e o petista Waldomiro Diniz, condenado a quinze: a tentativa de achaque foi o primeiro escândalo a eclodir no governo Lula
(Foto: AFP)

Procurado por VEJA, o senador Demóstenes confirmou que falava com frequência com Cachoeira.

“É meu amigo. É uma figura conhecida em Goiás, simpática com todo mundo, é um empresário daqui”, afirma ele. “Carlinhos não era conhecido entre nós por explorar jogos de azar. Ele tinha explorado, lá atrás, jogos legais em Goiás. Para os amigos, dizia que não mexia com nada ilegal.”

O senador alega que, recentemente, muitos dos seus contatos com Cachoeira tiveram por objetivo administrar uma crise conjugal entre amigos.

Sobre o presente de casamento, o senador confirma que ganhou “uma geladeira e um fogão” — ambos importados, de uma marca americana conhecida por equipar a cozinha da Casa Branca.

Por envolver políticos com foro privilegiado, essa parte da investigação será encaminhada ao Supremo Tribunal Federal.
 Rodrigo Rangel e Gustavo Ribeiro

Em nome da renovação, parte da imprensa precisa renovar a pauta



Ou: Três “inteliquituais” independentes (!) comportam-se como “apparatchiki” do PT

                                                  Por Reinaldo Azevedo

O Estadão, ainda que eu nem sempre concorde com o jornal, ainda faz os melhores editoriais da imprensa brasileira. No sábado, por exemplo, publicou um texto impecável sobre as eleições em São Paulo.

A reportagem, no entanto, pode passar por caminhos estranhos.

Prestem atenção!

Na quarta-feira, dia 29, quando ficou claro que José Serra disputaria as prévias do PSDB para se candidatar à Prefeitura de São Paulo, o repórter Gustavo Uribe escreveu uma, vá lá, reportagem no Estadão Online ouvindo um púnico “cientista político”, Carlos Melo, habitual crítico de Serra nas páginas do próprio Estadão. Até aí, tudo bem. Melo veio com uma tese: o PSDB não se renova, enquanto o PT buscaria a renovação com Fernando Haddad. Eu o contestei num vermelho-e-azul parágrafo a parágrafo, com o respeito e o humor habituais. Indaguei, por exemplo (em azul):


Em política, NOVIDADE NÃO É UM FETICHE. Eu indago ao sociólogo e professor Carlos Melo - e espero uma resposta de alcance acadêmico - o que há de NOVO no modo como Lula decidiu quem seria o candidato do PT? O que é “novo”, Melo?


- Atropelar a democracia interna do partido?

- Minar as bases de apoio do nome preferido?

- Massacrar, com o peso de sua liderança nacional, aquela que a maioria dos petistas queria como candidata?

Então tá!

O PSDB pode nem se renovar tanto, mas a reportagem de política do Estadão está esquecendo de inovar a pauta. Eis que abro o jornal nesta segunda e deparo lá com o seguinte título: “Falta de renovação volta à discussão na corrida paulistana”.

De novo???

Um dos ouvidos?

Acreditem!

Melo outra vez!

Com os mesmos argumentos e a mesma falta de explicação — desta feita, no entanto, acompanhado de outros “especialistas”. A única coisa que mudou foi o repóter. A pauta de Gustavo Uribe passou para Fernando Gallo. Bem, lá vou eu. Reproduzo o texto em vermelho e faço a contestação em azul, já a partir do título. Acho que vale a pena ler porque o texto ajuda a compreender o exercício da argumentação.


*
Falta de renovação volta à discussão na corrida paulistana


“Volta à discussão” onde? Só se for na pauta do Estadão. A matéria do dia 29, que se limita a colher a opinião de um só, está sendo reeditada no dia 4. Prestem atenção para o subtítulo do texto, que se chama “linha fina” no jargão jornalístico:
Enquanto PT aposta em novidade na eleição com Haddad, o PSDB deve lançar Serra, nome já conhecido do eleitorado
Fica evidente aí que se trata de uma abordagem simpática ao PT, que teria escolhido a novidade, e crítica ao PSDB, que escolheu o nome conhecido. Assim, toma-se a “novidade” como um categoria superior da política. O fabuloso, no entanto, é que o primeiro parágrafo do texto, como verão abaixo, tenta, vamos dizer, disfarçar a tese “petistófila”. Vamos ver.

A falta de novas lideranças em seus quadros leva o PT e o PSDB a optarem por caminhos distintos na eleição municipal de 2012, avaliam especialistas consultados pelo Estado. Com a entrada do ex-governador José Serra na corrida eleitoral, os tucanos continuam a apresentar desde 1996 os mesmos dois nomes aos eleitores da capital: Serra e o governador Geraldo Alckmin. Os petistas, por sua vez, optam pelo novato Fernando Haddad, que desbancou a senadora Marta Suplicy (PT-SP) depois de três eleições consecutivas.
Perceberam a contradição? O que se quer mesmo é criticar o PSDB. Para que o texto assuma aquela cara “isenta” e, bem…, disfarce o seu propósito — criticar  PSDB —, então se fala da “falta de novas lideranças” nos “‘quadros do PT e do PSDB”. Ocorre que o próprio texto e a linha fina apontam Fernando Haddad como o “novato” — ou “a novidade”.
O PSDB, dizem os analistas, é vítima de uma armadilha: sem um nome alternativo forte, busca o recall alto de Serra, mas adia o processo de renovação, impedindo o surgimento de novas lideranças. “Como vai haver recall de outros nomes se nunca é dado aos mais jovens a oportunidade de aparecer?”, indaga Carlos Melo, professor do Insper.
Isso é ciência política? A tese do “recall”, tratada dessa maneira, com a máxima vênia, ou é desinformação ou é má fé. Digam-me cá: um “recall” será sempre positivo? Ele não pode ser, também, negativo? Ora, o “recall” embute uma avaliação do eleitorado sobre o trabalho feito pelo político! Orestes Quércia, por exemplo, tentou voltar ao primeiro plano da política muitas vezes depois que deixou o governo de São Paulo, mas o “recall”, Carlos Melo, nunca deixou! Sei, sei… Talvez o PSDB devesse ter inovado em 2006 na disputa pelo governo do Estado, não é?, dando o Palácio dos Bandeirantes a Aloizio Mercadante. Melo certamente estaria aplaudindo: “Vejam o PSDB! Perdeu a eleição, mas se renovou!!!” Ou, então, deveria tê-lo feito em 2010. Alckmin diria: “Ah, não, vamos renovar o partido!” E Mercadante ficaria muito grato. E lá iria Melo: “Pô, gente, o governo de São Paulo é besteira quando se pensa na renovação do partido!” É curioso que a tese da “renovação” não tenha aparecido ao longo das cinco disputas presidenciais de Lula! Nunca! Ao contrário: o único que ousou confrontar o Apedeuta uma vez, Cristovam Buarque, foi esmagado.
Política, agora, é “oportunidade de aparecer”? Melo está confundindo essa atividade com show de calouros? Ora, que apareçam na cidade, no Estado e no país no curso normal dos acontecimentos. A eleição não é exatamente o melhor momento de oferecer uma “novidade”. Mas sigamos.
Ele lembra que Serra, em 1996, e Alckmin, em 2000, concorreram nas eleições municipais, e perderam. “Perder não é pecado, é do jogo. Eleições não são feitas só para ganhar, mas para expor um programa, uma alternativa a ser testada. Você não pode ser o dono da fila.”
É verdade. Eles perderam, mas não havia melhores nomes — do ponto de vista da viabilidade eleitoral — para ganhar. Não foi o ânimo da renovação que contou, não. Fez-se o possível para ganhar, mas não deu.
O cientista político Fernando Abrucio, professor da FGV, avalia que Alckmin não fez pelo deputado Bruno Covas, seu secretário de Meio Ambiente, aquilo que o avô de Bruno, Mário Covas, fez pelo governador ao fomentar sua candidatura à prefeitura em 2000. “O Alckmin é fruto do Covas, que o bancou. Uma liderança pensa no futuro”, alfineta. “Pode ser que Bruno, que foi o deputado estadual mais votado e tem sobrenome forte, perdesse a eleição, mas chegaria a 15% ou 20 % dos votos e seria um PSDB novo.”
Abrucio é capaz de dizer grandes bobagens com o ar solene de quem dá Minerva à luz. E se dedica, nesse caso, à tentativa de criar intriga no tucanato. Vamos pensar um pouquinho sobre sua magistral tese. Em primeiro lugar, note-se que Abrucio é tão partidário da tese da renovação, mas tão partidário — e está tomado de tal ímpeto republicano — que acredita que o neto é herdeiro do que considera a fidelidade devida por Ackmin ao avô do outro! É um troço espantoso! A tese ficaria bem numa Teoria Geral da Aristocracia Política do Segundo Reinado.
Mas não é só isso. Vai implícita na avaliação de Abrucio, este incansável militante da renovação política, a consideração de que o governador Alckmin, em nome da modernização, deveria ter feito como Lula: “O candidato é Bruno Covas! Acabou!” Abrucio se mostra um fanático do cesarismo lulista, que mandou o PT de São Paulo às favas e indicou o candidato no dedaço.
Ainda não terminei. Quando Covas fez Alckmin candidato à Prefeitura, este era mesmo a melhor opção — qual seria a outra? Não foi por boniteza, foi por necessidade. Abrucio é um verdadeiro poeta da derrota tucana: “Pode ser que Bruno, que foi o deputado estadual mais votado e tem sobrenome forte, perdesse a eleição, mas chegaria a 15% ou 20 % dos votos e seria um PSDB novo.”
Entendi: com um PT que exerce uma hegemonia avassaladora no Brasil, Abrucio acha que o PSDB deveria escolher conscientemente a derrota em São Paulo, o seu principal esteio político. MAS COM RENOVAÇÃO!
Trata-se de uma revolução do pensamento político como não se via desde Maquiavel. O objetivo do Príncipe (o da oposição, se isso fosse possível…) seria a renovação, não o poder. O “poder”, aquele, passaria a ser monopólio do Moderno Príncipe: o PT! Trata-se de uma soma fabulosa de bobagens, sem teoria política que as justifique além do achismo. É certo que Melo e Abrucio, “cientistas políticos” que são, podem me surpreender com uma bibliografia que eu não conheça. Sou todo ouvidos e olhos para aprender. Eu adoro aprender coisas novas. Cadê a bibliografia?
Marco Aurélio Nogueira, da Unesp, vê a falta de base partidária como impeditivo à renovação no tucanato. “O PSDB tem ligação precária com a sociedade e um problema grave de reprodução. Não cresce nem se renova porque não é oxigenado pela sociedade”, destaca.
Huuummm… Este, ao menos, não tenta disfarçar… Partido, agora, tem de seguir necessariamente o modelo petista, que aparelha sindicatos, movimentos sociais, até batizado e enterro. Nem parece ser este o partido que governou o país por oito anos, chefia o Executivo em oito estados — mais da metade do PIB — e teve mais de 40 milhões de votos na eleição presidencial passada.
- Partido “de base” é aquele em que Lula diz cinco vezes: “O candidato sou eu”.
- Partido “de base” é aquele em que Lula diz: “A candidata será a Dilma”.
- Partido “de base” é aquele em que Lula diz: “O candidato será Fernando Haddad”.
- Partido “de base” é aquele em que Lula diz: “Nossa candidata no Maranhão é a Roseana” - notória política “de bases” naquele estado.
É uma vergonha que essa gente toda fale em nome da “ciência política” fazendo proselitismo partidário, senão explícito, implícito ao menos. Não é mera coincidência o fato de que a sua “recomendação” ao tucanato resultaria na entrega de São Paulo aos petistas SEM NEM AO MENOS RESISTÊNCIA. Atenção que agora vem um arremedo de crítica ao PT
PT
No caso petista, além do envelhecimento e do desgaste de alguns líderes como Marta Suplicy e o ministro Aloizio Mercadante, houve dirigentes abatidos pela crise do mensalão. “Envelheceram e não é apenas de idade, envelheceram politicamente. O José Dirceu é mais novo que o Serra, mas não tem a mesma força de antes”, diz Abrucio.
Ah… Como é mesmo? A hipocrisia é o tributo que o vício presta à virtude! “Zé Dirceu”??? “Mesma força de antes”??? Desde quando Dirceu é um político que mobiliza massas? Aliás, o PT resiste tanto em se renovar que esse aí jamais deixou de ser um chefão de uma ala do partido. Todos os mensaleiros voltaram. Para renovar!
Mesmo com um nome novo na disputa, o PT não escapa das críticas, dirigidas a escolha de Haddad pelo dedaço do ex-presidente Lula, segunda etapa de um processo de renovação nacional do partido, iniciado em 2010 com a escolha de Dilma.
Vejam que coisa estupefaciente!!! Releiam! A escolha de Haddad seria a “segunda etapa” de um “processo de renovação iniciado com a escolha de Dilma”. O único senão é que se fez com o “dedaço” de Lula!!! Ah, que pena!

“Não é uma renovação natural, de políticos que surgiram na base, foram vereadores, deputados.” Segundo ele, a renovação foi “contingencial”, uma necessidade do projeto nacional de Lula. “O Lula enfrentou uma queda de braço com setores do PT e ganhou. Por isso ocorre a renovação.” Para Abrucio, os nomes foram tirados da burocracia de governo. “Não é necessariamente ruim, embora fosse melhor que nascessem nos partidos. Mas a vida partidária está frágil.”
Ou seja, no fim das contas, o “dedaço” de Lula foi positivo; o partido não queria isso que chamam “renovação”, mas o coronel foi lá e botou o porrete na mesa.
A isso alguns chamam “ciência política”. Nem o stalinismo produziu justificadores dessa qualidade. Stálin era muito menos burro do que a propaganda trostskista anunciava e exigia bons argumentadores. E notem a confusão: um pensador acha que o PT se renova por causa das “bases” - mas o dedaço de Lula desautoriza a tese; o outro acha que o partido “se renova” justamente por causa do “dedaço”, o que, olhem que fabuloso!, IGNORA A VONTADE das tais “bases”, exaltadas pelo primeiro pensador.
Em qualquer dos casos, o PT sempre sai por acima na análise, e ruim mesmo é o PSDB. Este partido, como querem os três, deveria escolher de saída a derrota eleitoral para demonstrar que aposta, sim, na renovação. Enquanto isso, o PT vai sendo dirigido pela vontade olímpica de Lula, mas com muito “movimento social”.
Sinto, ao ler essas coisas, aquela tal vergonha alheia… Isso não é ciência política porcaria nenhuma! Isso é só voz dos apparatchiki do petismo (no plural, é com “i” no fim da palavra).
Em tempo: nada de ficar falando mal de mim por aí, que isso é coisa de gente fofoqueira, alguém sempre me conta, e seu fico, invariavelmente, com preugiça. Acima, eu estou desconstruindo argumentos e apresentando outros. Havendo melhores do que os meus, eu os ouço e os leio com atenção! “Ah, vê lá se a gente vai debater com esse Reinaldo…” Huuummm… Pena! Eu debato até com o capeta se me der vontade.
Mas uma obrigação  os professores, que são “cientistas políticos”, têm: apresentar  a bibliografia. Não para mim, mas para seus alunos. Eu acho que “cientista político”, em certos casos, tem de ser como médico, físico ou engenheiro: se tem uma tese contramajoritária, precisa apresentar as referências técnicas. Imaginem em sala: “Mas professor, quais são as balizas desse pensamento?” Reposta possível: “Eu!” Pode ser? Pode até ser! Mas então é preciso escrever a obra. Aguardo ansioso. Ou vou considerar isso tudo mero proselitismo petista, disfarçado de ciência política e vazado como jornalismo.

“E você, que já disse que vai votar no Serra?”

 É verdade!

Eu já disse!

Mas eu, ao menos, disse, né?

Não escondo isso de ninguém.

E a diferença não é só essa: eu não tento trasnformar as minhas opiniões em “ciência”.

E tenho a humildade de argumentar COM FATOS!
05/03/2012


às 18:58

ATÉ QUANDO O MINISTÉRIO DA PESCA CONTINUARÁ SENDO USADO COMO "MOEDA DE TROCA"?







"MOEDA DE TROCA"?

Por Júlio Ferreira


Ao nomear o bispo Marcelo Crivella, sobrinho do todo poderoso bispo Edir Macedo, criador da Igreja Universal do Reino de Deus, para o Ministério da Pesca, a presidente Dilma Rousseff deus mais uma clara demonstração de que esse “ministeriozinho meia boca” não passa de um daqueles milhares de órgãos públicos criados pelo Governo Federal, nos mais diversos escalões, com o único propósito de servir como “moeda de troca”.
Verificando-se o currículo de todos os antigos ocupantes do Ministério da Pesca, podemos ver que antes de ser “dado de presente” para o senador Crivella (PRB-RJ), o cargo, desde que foi “inventado”, em 2006, foi seguidamente ocupado por outros quatro políticos profissionais, igualmente desqualificados para a função (José Fritsch, Altemir Gregolin, Ideli Salvati e Luiz Sérgio Oliveira).


Com o bispo Marcelo Crivella não será diferente!

A verdade é que, mais uma vez, o Ministério da Pesca é entregue a alguém absolutamente “analfabeto” que em relação ao tema, transformando as “facilidades e mordomias do cargo”, tal como fizeram seus antecessores, em meros instrumentos para satisfação de projetos pessoais e/ou partidários.


Alguém tem dúvida???


Júlio Ferreira
Recife – PE

E-mail: julioferreira.net@gmail.com
Blog: www.ex-vermelho.blogspot.com/






nada como viver num país sem crise
www.sponholz.arq.br

FIFA x Governo Federal



As críticas de Jérôme Valcke
colocam o Brasil no chão





Por alvarodias45


Nosso País se humilha e dá a alguém o direito de nos agredir desta forma.

O chute do secretário da FIFA merece o nosso repúdio, mas em relação aos argumentos dele sobre o atraso nas obras, nós assinamos embaixo, já que o que se constata em relação à organização da Copa conduzida pelo governo brasileiro é a incompetência, a desorganização, a anarquia, o desapreço à ética, a irresponsabilidade pública, entre tantos outros problemas



em 05/03/2012

Ao defender Haddad e o kit gay, agora é Dirceu que ataca “setores evangélicos”, acusando-os de “violência e chantagem”.




Ou:
É uma honra saber que Dirceu não gosta de mim!
Espalhem!

No dia 29 de fevereiro, a Presidência da República informou que Luiz Sérgio deixaria o Ministério da Piaba, também conhecido como da Pesca, e que a pasta seria assumida por Marcelo Crivella (PRB), sobrinho de Edir Macedo, dono da Record, a quem se mostrou grato no dia da posse.

Nunca antes da história destepaiz o dono de uma emissora de televisão mereceu tamanha deferência.
A ninguém escapou que Dilma Rousseff tenta, com a nomeação, aplacar as críticas dos evangélicos.

A maioria dos que se manifestaram, neste blog ao menos, diz que Crivella pode até representar o PRB e Macedo, mas não os evangélicos.
A conferir.


Gilberto Carvalho, em palestra no Fórum Social Mundial, estabeleceu que a próxima meta do PT é disputar influência com as igrejas evangélicas, que ele considera conservadoras — deu a entender que não são exatamente uma boa influência.

Daí porque, emendou, seria preciso investir muito em mídia estatal para disputar com as igrejas os fiéis. Carvalho já começa a tratar o PT como confissão religiosa!!!

Um dia ainda reivindica que o partido eleja o papa.

O ministro se reuniu depois com a bancada evangélica para afirmar que não tinham entendido direito o que ele falou, que era tudo coisa da imprensa e tal…


Muito bem! Crivella era anunciando no dia 29. Agora vejam o que escreveu em seu blog o “consultor de empresas” José Dirceu — aquele que é acusado de “chefe de quadrilha” pela Procuradoria Geral da República e que perdeu o mandato de deputado por corrupção.

Prestem bem atenção.

Volto depois:



“(…)
Haddad ressaltou que o kit anti-homofobia surgiu de uma demanda de emenda parlamentar.

Ainda assim, devido às críticas da bancada evangélica contra a distribuição do material nas escolas, a iniciativa foi suspensa.

Segundo o ex-ministro, no entanto, o kit foi usado em cursos de formação de professores.

Não podemos ficar na defensiva e no recuo frente à violência e à chantagem de certos setores evangélicos que querem interditar o debate sobre esses temas no país e patrulhar todas as políticas públicas com relação às questões do aborto e da homossexualidade.

Esses grupos buscam impor ao Estado brasileiro uma visão preconceituosa e repressiva.

Os que dão guarida a esse comportamento violento que introduz em nossa sociedade o ovo da serpente do preconceito e do racismo prestam um desserviço à democracia e à convivência social.”

Voltei
Como o racismo entrou nesse bolo, ninguém entendeu!

Que se saiba, quem andou escrevendo palavras racistas foi a turma do JEG (Jornalismo da Esgotosfera Governista).

E com patrocínio de estatais!!!


É isso aí: para Dirceu, certos setores evangélicos praticam “violência e chantagem”.

Está lá no blog dele.

Isso significa que o PT não mudou de idéia, não!

Parece ter nomeado Crivella só para dar um truque nos evangélicos.


Ah, sim, “consultor”: é inútil mandar seus amiguinhos — ou são funcionários? — da Internet me atacar.

Não dou a mínima!

Saber que José Dirceu não gosta da gente é dessas coisas que honram o currículo.

Ver a qualidade de quem é mobilizado para o trabalho sujo, então, é uma distinção moral.

É isso aí!

A turma de Dirceu ataca Reinaldo Azevedo e os evangélicos.


Nada como ter inimigos com essa qualidade.

                                  05/03/2012

domingo, 4 de março de 2012

Datafolha: Serra cresce nove pontos e tem 30% de apoio



Confirmação da pré-candidatura à Prefeitura impulsiona ex-governador de SP; Haddad tem 3%


O Globo


O pré-candidato à Prefeitura de São Paulo José Serra

Eliária Andrade

RIO - Após anunciar, na terça-feira, a intenção de ser o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, o ex-governador José Serra cresceu nove pontos na pesquisa Datafolha e já aparece com 30% das intenções de voto.

A sondagem para as eleições de outubro, divulgada neste sábado, coloca Celso Russomano (PRB) em segundo, com 19% - um crescimento de três pontos em relação à última pesquisa, do fim de janeiro. Com 10%, Netinho (PCdoB) aparece em terceiro, seguido por Paulinho da Força (PDT), que tem 8%.

Segundo a pesquisa, o petista Fernando Haddad tem apenas 3% das intenções de voto, o menor apoio entre os principais nomes da corrida até aqui. Empatados, com 7% cada, estão Gabriel Chalita (PMDB) e Soninha (PPS).

A pesquisa sonda os eleitores também em outro cenário, em que Serra concorreria apenas com Chalita e Haddad. O ex-governador teria então 49% de apoio, mais que a soma dos votos dos dois eventuais adversários e o suficiente para garantir a vitória ainda em primeiro turno.

O Datafolha ouviu 1.087 eleitores entre quinta e sexta-feira passadas para elaborar a pesquisa, que tem margem de erro de três pontos percentuais.

As prévias tucanas, inicialmente marcadas para este fim de semana, foram adiadas para o próximo dia 25 de março. O secretário estadual de Energia de São Paulo, José Aníbal, e o deputado federal Ricardo Trípoli devem ser os adversários de Serra.

Leia mais oglobo



3/03/12