Carlos Araújo, ex-marido de Dilma, encontrou-se com empreiteiro investigado na Lava Jato e sinalizou que iria ajudá-lo a marcar audiência com a presidente, segundo relato de executivo que participou da reunião
THIAGO BRONZATTO
E ANA CLARA COSTA
O encontro realizado entre Carlos Araújo, ex-marido de Dilma Rousseff, e o empreiteiro José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix, conforme revelou ÉPOCA, foi intermediado pelo engenheiro gaúcho Paulo Zuch. Ex-vice-presidente da Desenvix, empresa de energia do grupo Engevix, Zuch é um velho conhecido de Dilma. Ele foi um dos diretores da estatal Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), do Rio Grande do Sul, quando a petista era secretária de Minas e Energia do Estado gaúcho. Mesmo quando Dilma virou ministra de Minas e Energia no governo Lula, o engenheiro mantinha contato com ela, pois trabalhava na Companhia Energética Rio das Antas (Ceran). Mas é com Araújo com quem Zuch mantém uma relação mais estreita. O executivo da Engevix ajudou Araújo a levantar R$ 50 mil, via Lei Rouanet, para um projeto cultural de seu companheiro dos tempos de luta armada, Jair Krischke. Em meados de 2013, Zuch pediu para que o ex-marido de Dilma recebesse o seu amigo e patrão, José Antunes. “O objetivo era conseguir agenda com a presidente”, diz Zuch a ÉPOCA. “E ele [Carlos Araújo] disse: 'Sim, vou ver'”, revela o ex-executivo da Engevix.