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sábado, 10 de setembro de 2011

Dez anos após assassinato, família de Toninho do PT vai à OEA denunciar omissão do Estado


 Dez anos após o assassinato do ex-prefeito de Campinas (93 km de São Paulo) Antonio da Costa Santos, o “Toninho do PT”, a família dele prepara uma denúncia à OEA (Organização dos Estados Americanos) por “omissão do Estado brasileiro” na apuração do crime, ocorrido em 10 de setembro de 2001.
Maurício Simionato
 
UOL Campinas (SP)



Leia Mais:

Toninho do PT morreu porque atrapalhou fuga de quadrilha, diz versão da polícia

Viúva de Toninho do PT pede a ministros em Brasília federalização das investigações

"Ele queria valorizar o que Campinas tem de melhor", diz ex-secretário e amigo


A viúva de Toninho, Roseana Moraes Garcia, afirma que a forma como o crime vem sendo investigado representa “grave violação aos direitos humanos e fere tratados internacionais”.
Toninho foi morto quando dirigia seu veículo logo após sair de um shopping da cidade. Uma das três balas disparadas atingiu o prefeito, que morreu na hora. Até hoje, o caso não foi esclarecido.

A denúncia à OEA deve ser encaminhada até o fim deste ano por meio do CIDH (Conselho Interamericano de Direitos Humanos).

Caso aceite o pedido da família como legítimo, a OEA poderá impor sanções ao governo brasileiro e publicar uma nota com recomendações como forma de pressão externa. AQUI
e aqui.

Uma semana para lembrar

 


As demonstrações do 7 de Setembro colocaram o problema da corrupção no topo da agenda. Um pouco contra a vontade do governo.


De acordo com o discurso oficial, os principais temas são desenvolvimento, econômico, distribuição de riqueza e combate à miséria.

Os dados sobre a corrupção são tão onipresentes que acabam comprometendo o próprio discurso oficial.

Em sete anos, o Brasil perdeu R$40 bilhões com a corrupção, o equivalente ao produto da Bolívia. Um desenvolvimento que perde uma Bolívia em sete anos, poderia ser muito mais homogêneo.

Uma riqueza que deixa R$40 bilhões nas mãos de corruptos está muito longe de ser distribuída racionalmente.

Apesar disso, o Brasil cresceu e milhões de pessoas foram incorporadas à classe média. Resta o argumento que esse foi o preço pago para estruturar um governo de coalizão, para colocar a imensa máquina do governo em movimento.

Mas também sobre esse preço, é possível argumentar.




Ela significa o desprezo de grande parte da juventude pela política e pelos políticos brasileiros. E repercute até na imagem internacional do país.

Documentos vazados pelo Wikileaks, revelam uma correspondência do embaixador americano, Thomas Shannon, afirmando que o governo anterior estava minado pela corrupção em todas as suas esferas.

Quantas correspondências semelhantes não encheram as malas diplomáticas?

Apenas um embaixador percebeu?


Não adianta afirmar que o movimento contra a corrupção é de direita. Não é de direita nem de esquerda, e sim espontâneo, apartidário.

A divisão entre esquerda e direita tinha mais rigor no século passado,dominado pela Guerra Fria. Olhar o século XXI com esta divisão única na mente é deixar de ver muita coisa.

O PSOL por acaso é um partido de direita?

No entanto, apóia a luta contra a corrupção.

É algo que ,simplesmente, restaura o mínimo de confiabilidade em governos.


Exstem outras demandas latentes. Uma delas é a responsabilidade dos governantes. Relutam muito em aceitá-la, quando cometem erros evidentes. O próprio relatório da CGU(Controladoria Geral da União) registra um desvio de R$682 milhões em 17 projetos do Ministério do Transportes. Mas não aponta os culpados.

Caso mais dramático aconteceu com o bonde de Santa Tereza. As autoridades fluminenses apontaram o motorneiro do bonde como o culpado do acidente, que matou seis pessoas.

Em outros países seria caso de demissão. Mas será também, nos próximos anos no Brasil.


Como quase todos os povos que protestam no mundo, a juventude brasileira tem acesso a meios de comunicação, sem controle de ninguém. Alem disso, a própria imprensa tem conseguido escapar das tentativas de controle, isolando a proposta.

Não sei que ritmo, nem que recuos nos esperam. Sei apenas que algo está em movimento. Se todas as forças políticas se dessem conta, o caminho seria mais fácil.

Mas haverá resistência , como houve contra a ideia de eleições diretas. A luta contra a corrupção, que deve se desdobrar numa reforma política, é uma continuidade do processo democrático.

Não desviar dinheiro, nem culpar o motorneiro, uma rima para o começo de conversa.

09.setembro.2011

Personalidades apoiam movimento de combate à corrupção no governo federal

O Globo

RIO - A sociedade civil começa a se mobilizar para dar apoio e respaldo à presidente Dilma na "faxina" no governo.



Senadores de diversos partidos lançaram a Frente Suprapartidária Contra a Corrupção e a Impunidade e convocaram a população para participar.


Uma empresária já organiza no Facebook um ato contra a corrupção no Rio , que começa a se espalhar pelo Brasil e foi notícia até no jornal espanhol "El País" .


O GLOBO publica diariamente o depoimento de uma personalidade sobre a importância do movimento de combate à corrupção e da mobilização da sociedade.


Foto de arquivo de Nelson Motta. Foto:  Leonardo Aversa

Nelson Motta, produtor musical, jornalista,
compositor e escritor

"Essa faxina da Dilma foi pontual e quem levantou isso foi a imprensa. Mas, a sociedade está começando a reagir.



Temos no momento um ambiente favorável a essa reação.

A opinião pública é quem de fato está derrubando ministros, pressionando, conquistando aquilo que antes parecia inatingível, como a Lei da Ficha Limpa.


Um dos temas favoritos da minha coluna é a corrupção, que corrói a sociedade e os agentes públicos.

A corrupção tem muitas faces, uma delas é essa dos políticos roubarem para os seus partidos.


Desviar dinheiro público para o partido é roubar duas vezes.


É pior do que roubar para si, porque corrompe o processo eleitoral".

 10/09/2011



Imagem do dia



10 de setembro de 2011

Defesa de Genoino diz que Roberto Jefferson é o 'pai da mentira'






André Lessa / AE 18.10.2010
Genoino era presidente do PT na época

Defesa repudia a denúncia que diz que ele teria agido ilicitamenteao pedir 2 empréstimos


Fausto Macedo
O Estado de S.Paulo

O ex-deputado José Genoino (PT) chamou de “pai da mentira” e “verdadeiro bufão” o delator do mensalão, Roberto Jefferson (PTB). Em alegações finais perante o Supremo Tribunal Federal (STF), nos autos da ação penal 470, a defesa de Genoino aponta “inépcia total da acusação do Ministério Público Federal” e clama por sua absolvição.

São 115 páginas subscritas por quatro advogados criminais reconhecidos – Sônia Cochrane Ráo, Luiz Fernando Pacheco, Sandra Gonçalves Pires e Marina Chaves Alves.

Inicialmente, os advogados destacam que cessou a competência da Corte máxima para julgar Genoino, porque ele não é mais deputado. Pedem a remessa do processo para o juízo natural, na comarca federal em Belo Horizonte.

A José Genoino, o Ministério Público Federal atribuiu os crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha.

Segundo a denúncia, o “núcleo principal da quadrilha” era composto pelo ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), o ex tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, e Genoino, ex-presidente do partido.


O elo de Genoino com o mensalão, segundo a denúncia, está nos empréstimos que o PT efetuou junto ao Banco Rural e ao BMG, em 2003, no total de R$ 2,4 milhões.

O empresário Marcos Valério, suposto operador do mensalão, foi avalista dos empréstimos. A defesa de Genoino repudia enfaticamente a acusação de que o ex-presidente do PT teria agido ilicitamente na obtenção de dois empréstimos e atribui a outros ex-dirigentes da agremiação a responsabilidade por tais transações.


O objetivo do núcleo, segundo a procuradoria, era negociar apoio político, pagar dívidas pretéritas do PT e também custear gastos de campanha e outras despesas da agremiação e dos seus aliados.

Os empréstimos, diz a defesa de Genoino, foram tomados pelo então tesoureiro do partido, Delúbio Soares, “para fazer frente ao verdadeiro caos financeiro vivenciado pelos diretórios regionais do PT”.

“Embora seja tarefa exclusiva do secretário de finanças do partido a obtenção de recursos financeiros, competia também ao presidente do partido, por condição estatutária, a assinatura de tais empréstimos”, argumentam os advogados de Genoino.

Segundo os advogados, os empréstimos foram “devidamente registrados” na prestação de contas do PT, perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e “estão sendo devidamente quitados”.

“A legalidade, a viabilidade, o cabimento das transações financeiras permaneciam a cargo do secretário de finanças, sendo a firma do presidente do partido requisito meramente formal para a execução do empréstimo.” Segundo a defesa, “a assinatura (de Genoino) nos contratos de empréstimos questionados era reflexo exclusivo de obrigação estatutária”.


Genoino lança mão do relato do empresário Marcos Valério.

Este declarou formalmente, no processo 470.

“O declarante frequentava a sede do PT, tanto em São Paulo como em Brasília, não tendo nunca conversado com o ex-presidente do PT, José Genoino, sobre empréstimos.”

Ainda segundo Valério: “O ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, tinha conhecimento dos empréstimos que estavam no nome das empresas do declarante. Silvio havia dito ao declarante que o então ministro José Dirceu tinha conhecimento dos empréstimos.”



09 de setembro de 2011


Defesa de Genoino diz que Roberto Jefferson é o 'pai da mentira' 2







Segundo a Procuradoria Geral da República, “como dirigentes máximos do PT, tanto do ponto de vista formal quanto material, os denunciados, em conluio com outros integrantes do partido, estabeleceram um engenhoso esquema de desvio de recursos de órgãos públicos e de empresas estatais e também de concessões de benefícios diretos ou indiretos a particulares em troca de ajuda financeira”.


A procuradoria classificou os antigos dirigentes do PT de “núcleo central da quadrilha”. Genoino é citado 58 vezes, sendo 46 nominalmente e o restante como membro do “núcleo central”. “O bolero de péssimo gosto cantado por Roberto Jefferson não ecoa em qualquer elemento probatório”, assinalam os advogados de Genoino. “A denúncia opta por se pautar nas fantasias de um deputado cassado que, diante dos meios de comunicação, devaneia a respeito dos acontecimentos, exagera nas histórias, cria situações inverídicas.”



No documento de alegações finais, os advogados de Genoino desafiam: “Pergunta-se: afora a oratória de gosto duvidoso do deputado cassado Roberto Jefferson, o que há nos autos que comprove que Genoino, nas reuniões que realizou juntamente com outros membros de seu partido e na presença do ex-deputado federal, teria oferecido ajuda financeira ao Partido Trabalhista Brasileiro?!”

A defesa fulmina a denúncia da Procuradoria Geral da República.

“Fez tábula rasa da necessária individualização de sua (de Genoino) imaginada conduta. Não foi ele denunciado pelo que fez, ou deixou de fazer: foi acusado pelo que era.” “Negociar apoio político, pagar dívidas do partido e custear gastos de campanha e outras despesas do PT e dos seus aliados não constitui conduta criminosa”, ressaltam os advogados. “Ao contrário, constitui tarefa lícita, rotineira e necessária a qualquer partido político.




Ser um dos dirigentes da cúpula do PT não acarreta, por si só, automaticamente, a responsabilidade pessoal, notadamente na esfera criminal, por todos os atos praticados pelo partido.” A defesa reage: “É inconteste nos autos não ter (Genoino) qualquer aptidão para a gerência de finanças. Sua função dentro do partido sempre foi a articulação política.”

Nos autos, Genoino declarou que durante sua gestão como presidente do PT expressou publicamente em diversas oportunidades que não iria se ocupar de três tarefas: da sede do partido, das finanças partidárias, das reivindicações de cargos públicos que o partido tinha junto ao governo.

Segundo ele, suas atribuições consistiram na representação política do partido, relação com a base do partido e os movimentos sociais, relações do partido com suas bancadas no Congresso e defesa do projeto do governo Lula, além da articulação das alianças políticas.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Al-Qaeda está por trás das ameaças aos EUA, diz Hillary Clinton




10º aniversário


 A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, disse nesta sexta-feira que a rede al-Qaeda está por trás de "um relato específico, digno de crédito, mas não confirmado" de ameaça contra os americanos, principalmente em Nova York e Washington.


O Globo
Com agências internacionais
 WASHINGTON - Uma autoridade americana disse à agência de notícias Reuters que o caso pode estar ligado a Ayman al-Zawahri, egípcio que substitui Osama bin Laden como líder da al-Qaeda.

- Nos reunimos aqui em Nova York (...) com as notícias da noite passada de um relato crível, mas não confirmado, de que a al-Qaeda está novamente tentando ferir americanos e atingir em particular Nova York e Washington - disse a chefe da diplomacia americana em discurso.

Hillary também anunciou que no final deste mês será criado o Fórum Global Antiterrorismo. O organismo, segundo ela, reunirá autoridades para identificar ameaças, encontrar soluções e compartilhar experiências.

O grupo, que será dirigido por EUA e Turquia, vai incluir África do Sul, Alemanha, Argélia, Austrália, Canadá, China, Colômbia, Dinamarca, Egito, Emirados Árabes, Espanha, França, Holanda, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Jordânia, Marrocos, Nova Zelândia, Nigéria, Paquistão, Reino Unido, Suíça e União Europeia.

Na quinta-feira, o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos confirmou a existência de uma ameaça de terrorismo "crível e específica, mas não confirmada".

Segundo dados reunidos pela CIA, ao menos três indivíduos teriam entrado nos EUA em agosto por via aérea com a intenção de lançar um ataque com carro-bomba contra Washington ou Nova York no período próximo aos aniversário do 11 de Setembro.
Segurança reforçada nos arredores do Marco Zero / AFP

Depois que as informações se tornaram públicas, autoridades começaram a considerar elevar o nível na escala de alerta quanto ao terrorismo.
A Casa Branca informou que já havia aumentado o nível de vigilância antes do aniversário, mas agora o presidente mandou redobrar os esforços diante das novas informações.
09/09/2011

Carta de embaixador dos EUA mostra preocupação com corrupção no governo Lula





Documento de diplomata americano foi revelado
pelo site WikiLeaks esta semana


Por Jamil Chade
CORRESPONDENTE / GENEBRA

O Estado de S.Paulo


A diplomacia americana considera que a corrupção durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva era "generalizada e persistente" e atingia todos os Três Poderes.

A avaliação foi revelada em uma carta enviada há um ano e meio pelo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, ao procurador-geral americano, Eric Holder.

Na carta, que servia como uma preparação para a visita de Holder ao Brasil, Shannon fez ainda um raio X da Justiça brasileira, acusando-a de "despreparada" e "disfuncional". O documento foi revelado esta semana pelo WikiLeaks.

Essa não é a primeira revelação sobre os comentários da diplomacia americana sobre a corrupção no Brasil. Documentos de 2004 e 2005 revelaram a mesma preocupação e mesmo o risco de os escândalos do mensalão acabarem imobilizando o governo.


Mas o que fica claro é que, mesmo no último ano do governo Lula, a percepção americana não havia mudado sobre a presença da corrupção na administração.

E o fenômeno não se limitaria aos Três Poderes.

Segundo Shannon, as forças de ordem também seriam prejudicadas por "falta de treinamento, rivalidades burocráticas, corrupção em algumas agências e uma força policial muito pequena para cobrir um país com 200 milhões de habitantes".

Outra constatação da diplomacia americana foi sobre os problemas enfrentados pela Justiça no Brasil.

"Apesar de muitos juristas serem de alto nível, o sistema judiciário brasileiro é frequentemente descrito como sendo disfuncional, permeado por jurisdições que se acumulam, falta de treinamento, burocracia e atrasos", escreveu o embaixador.

Para Shannon, "polícia, procuradores e juízes precisam de treinamento adicional" no Brasil. "Procuradores e juízes, em especial, precisam de treinamento básico para ajudá-los a caminhar em direção a um sistema acusatório mais eficiente", escreveu.

09 de setembro de 2011 

Expostos à claridade do dia 7, porta-vozes de vampiros de cofres públicos se desfazem em cinzas como um drácula de cinema



Nascido da colisão frontal entre a desfaçatez dos assaltantes de cofres públicos e a indignação de milhares de jovens em ação no Facebook, o movimento que transbordou da internet para as ruas neste 7 de Setembro ainda engatinha.


Direto ao Ponto



Por enquanto, o traço comum entre os grupos fundadores é o inconformismo com a corrupção endêmica.


Não houve tempo para a montagem de algum programa que estabeça prioridades consensuais e identifique com nitidez as metas a atingir, os alvos imediatos e o inimigo principal.

Faltam slogans e palavras de ordem que façam o resumo da ópera eficácia e objetividade. Ainda não existem líderes reconhecidos por todas as alas, o verde-amarelo se alterna com o preto e o nome oficial não foi definido.
Embora relevantes, são questões que podem esperar.

Os jovens comandantes saberão fazer a melhor opção na hora certa.


Se ainda engatinha, o movimento esbanja saúde, comprovam os resultados da primeira aparição pública.

Quem acompanhou o ato de protesto na Avenida Paulista pôde contemplar uma reveladora amostra da novíssima geração de brasileiros ─ um fascinante universo que a imprensa não enxerga e os políticos de todos os partidos desconhecem.


Ninguém previu que os jovens insatisfeitos com o Brasil sangrado pela bandidagem de estimação precisariam de apenas um dia para escancarar as rugas, a flacidez, a velhice de entidades, instituições, indivíduos, teorias ou conceitos que, até a véspera, não pareciam tão desoladoramente decrépitos.


A anunciação da primavera brasileira transferiu para o museu das antiguidades do século passado os que subestimam o poder de fogo da internet, os que duvidam do interesse dos moços por questões políticas e os que não acreditam na existência de militantes fora dos partidos.

Mal passa dos 20 anos a idade média dos organizadores dos protestos que, ignorados pela imprensa, reuniram milhares de manifestantes mobilizados por redes sociais, sites e blogs.


Confrontados com o frescor e a independência dos jovens em guerra contra a corrupção, os matusaléns arrendados da União Nacional dos Estudantes Amestrados, a antiga UNE, foram remetidos ao mausoléu dos pelegos.



A paisagem reinventada da Avenida Paulista exibiu o tamanho do fosso que separa manifestantes e partidos deformados pela senilidade precoce, pela covardia congênita, pelo cinismo vocacional e pela revogação dos valores éticos.


Alguns integrantes da Juventude do PSDB apareceram com uma faixa. Tiveram de enrolar a má ideia. Três ou quatro devotos do PSTU apareceram com um estandarte. Foram aconselhados a guardá-lo.

Cinco ou seis militantes do PT apareceram com uma bandeira vermelha.

Como se recusaram a arriá-la, o pedaço de pano foi queimado ao som de duas palavras de ordem que justificaram o bota-fora de tucanos e socialistas xiitas:

Primeira: “Saí daí, otário: o movimento é apartidário”.

A segunda começava com o palavrão que rima com o fecho: “Nossa única bandeira é a bandeira do Brasil”.



As inscrições nas faixas e as mensagens gritadas em coro reafirmaram que os manifestantes não estão a serviço de ninguém.

Exigem a punição dos corruptos, pedem cadeia para os gatunos, fustigam a turma da ficha suja, recomendam que o dinheiro tungado seja investido em saúde e educação, recordam o escândalo do mensalão e informam que as vítimas do roubo em escala industrial são os pagadores de impostos.

Nesta quarta-feira, para não serem associados à oposição oficial, hostilizaram apenas três unanimidades: José Sarney, Jaqueline Roriz e José Dirceu.



Três prontuários mais encorpados que os programas dos partidos a que pertencem.

Um movimento gerado pela ladroagem institucionalizada não conseguiria poupar por muito tempo os mentores da decomposição moral do Brasil.

Cedo ou tarde, ficaria evidente que não há como marchar contra a corrupção sem tropeçar nos arquitetos do aparelhamento da máquina estatal e no loteamento das verbas dos ministérios.



Lula não inventou a corrupção, mas foi ele quem transformou contratos de aluguel em instrumentos de poder. Se há corruptos em todos os partidos, em nenhum lugar do mundo há tantos delinquentes por metro quadrado como num encontro do PT com a base alugada. Em dois ou três meses, os jovens que lutam pela decência teriam de lancetar o tumor em sua fonte.



Foram poupados da opção inevitável pelo açodamento dos blogueiros estatizados e dos jornalistas federais, que vestiram imediatamente a carapuça e simplificaram as coisas.

“Nossos corruptos são bons companheiros”, berram nas entrelinhas os palavrórios raivosos que, enquanto tentam reduzir as dimensões dos atos de protesto, investem contra os fantasmas de sempre.

Um sacristão da seita maniqueísta já enxergou por trás da manifestação outra sórdida tentativa de derrubar o governo, tramada pela elite golpista, por granfinos quatrocentões e pelos loiros de olhos azuis.

Definitivamente, faltam neurônios e sobram neuroses a adoradores de divindades de araque que viraram cúmplices de corruptos juramentados.



Expostos ao Sete de Setembro ensolarado por manifestações que podem moldar um Brasil muito mais luminoso, os porta-vozes do país que parece um grande clube dos cafajestes foram reduzidos a cinzas como dráculas de cinema.


Vampiros de cofres públicos e suas velharias domesticadas não suportam a claridade.



09/09/2011

O passado cobra


O movimento contra a corrupção que parece estar tomando forma em todo o país trouxe à baila novamente o interesse da opinião pública sobre o julgamento do mensalão, que deverá ocorrer no Supremo Tribunal Federal (STF) no início do próximo ano.


Por Merval Pereira O Globo

Nada pior para José Dirceu e os 36 outros réus do que revolver o assunto, pois não deu certo o ousado plano de tentar limpar a ficha dos mais importantes políticos envolvidos no processo.

Além do próprio Dirceu, que, reafirmado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, como o "chefe da quadrilha", aparece no meio de confusões políticas, o caso mais exemplar de tentativa de recuperação de imagem que deu errado é o do deputado federal João Paulo Cunha.

Nas suas alegações finais, o Gurgel chama a atenção para o fato de que Dirceu continua exercendo forte poder político no PT, e a exposição de seus encontros reservados com ministros e parlamentares, em um quarto de hotel de Brasília, explicita esse poder que torna factível a posição de "chefe da quadrilha".

Já a indicação de João Paulo Cunha para presidir a comissão especial do novo Código Civil escandalizou a opinião pública e provocou constrangimentos no ministro do Supremo Luiz Fux, um dos que vão julgá-lo.

Ele e o deputado Eduardo Cunha, que seria o relator da comissão, tiveram que ser vetados pela reação negativa que suas indicações provocaram.

Também os escândalos em que está metido o cacique do PR Valdemar Costa Neto mostram que os envolvidos no caso do mensalão não perderam o vício.

As alegações finais de alguns envolvidos também trouxeram à tona momentos históricos que poderiam ter sido decisivos, como o depoimento do publicitário Duda Mendonça na CPI dos Correios, reafirmado agora ao STF.

Naquela ocasião, o marqueteiro da campanha presidencial de Lula em 2002 admitiu que recebeu pagamento do tesoureiro Delúbio Soares em contas no exterior, o que caracterizava no mínimo o uso de caixa dois na campanha presidencial.

O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio, definiu a certa altura do depoimento do publicitário Duda Mendonça o núcleo do que estava em jogo: o fato de parte da campanha eleitoral de 2002 ter sido financiada por dinheiro ilegal colocaria em xeque a legalidade de várias eleições, inclusive a do próprio presidente Lula e, mais que isso, a higidez de nosso sistema democrático.

A revelação de que o pagamento do equivalente a cerca de R$ 10 milhões fora feito no exterior para uma empresa de Duda Mendonça, com dinheiro saído de contas de vários bancos pelo mundo, provocou choro e ranger de dentes entre os petistas, e muitos deles foram ao púlpito da Câmara e do Senado para pedir desculpas ao povo brasileiro.

Estava criado naquele momento um clima propício ao pedido de impeachment de Lula, que só não aconteceu porque houve muitas negociações nos bastidores.

Sabe-se hoje que dois dos principais ministros na ocasião, Antonio Palocci e Marcio Thomaz Bastos, foram ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso propor um acordo: a oposição não pediria o impeachment de Lula, e este se comprometeria a não se candidatar à reeleição.

A decisão política da oposição não se deveu apenas a essa proposta, que não chegou a ser fechada num acordo político consequente, mas também pela avaliação equivocada de que Lula estava ferido de morte e não conseguiria se reeleger de qualquer forma.

Houve também quem temesse a reação dos chamados "movimentos sociais" em defesa do mandato de Lula. O resto é história, que deu a Lula a chance de se recuperar politicamente e nem mesmo aparecer entre os acusados do mensalão.

O principal acusador do esquema, o ex-deputado Roberto Jefferson, que também continua tendo poderes no PTB mesmo cassado, na ocasião sempre fez questão de afirmar que Lula não sabia de nada e chegou a recomendar que Dirceu pedisse demissão da chefia do Casa Civil "para não envolver um homem de bem", referindo-se ao presidente Lula.

Talvez arrependido de ter blindado Lula na ocasião, ou apenas para tumultuar o processo, Jefferson questiona nas alegações finais o fato de o procurador-geral da República ter deixado de denunciar o presidente da República.

"Qual a razão de o ilustre acusador ter deixado de denunciar aquele que, por força de disposição constitucional, é o único que no âmbito do Poder Executivo tem iniciativa legislativa, o presidente da República, para somente acusar três de seus auxiliares, ministros de Estado, que iniciativa para propor projetos de lei não têm?"

Também o publicitário Marcos Valério, cérebro da operação financeira do mensalão, tenta colocar Lula no processo. Afirma a certa altura, seu advogado, nas alegações finais: "É raríssimo caso de versão acusatória de crime em que o operador do intermediário aparece como a pessoa mais importante da narrativa, ficando mandantes e beneficiários em segundo plano, alguns, inclusive, de fora da imputação, embora mencionados na narrativa, como o próprio ex-presidente Lula."

Dificilmente o pedido será aceito, pois no processo original não existe qualquer referência a Lula, embora, na mesma situação, o ex-governador mineiro, hoje deputado federal, Eduardo Azeredo tenha sido incluído pelo próprio Supremo, e pelo mesmo relator, o ministro Joaquim Barbosa, como coautor do chamado "mensalão mineiro". 


09 setembro, 2011


Nova York intensifica segurança após informação de ameaça terrorista





Policiamento será reforçado em pontes, túneis e transportes públicos.
Prefeito Michael Bloomberg disse que a cidade está diante de ameaça real.

Do G1
com agências internacionais


O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, anunciou nesta quinta-feira (8) o reforço do esquema policial contra terrorismo na cidade, diante de uma ameaça "real", mas "não confirmada", de ataque por ocasião do décimo aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001.

Em entrevista coletiva, Bloomberg, afirmou que "nos tempos atuais é necessário encarar essas ameaças seriamente".

A segurança será reforçada em pontes, túneis e transportes públicos, de acordo com o prefeito nova-iorquino. OUtras medidas visam rebocar prontamente veículos estacionados em locais irregulares, além da circulação de policiais com cachorros especializados em detectar bombas.

"O Departamento de Polícia de Nova York irá implantar recursos adicionais ao redor da cidade e tomará medidas adicionais para manter a nossa cidade segura, algumas das quais você pode observar e algumas das quais você não vai notar"
, disse Bloomberg.


Prefeito de NY Michael Bloomberg anunciou medidas de segurança em meio a ameaça terrorista
(Foto: Stephen Chernin / AFP)

"Não há nenhuma razão para qualquer parte do resto de nós para mudar nada na nossa rotina diária.", acrescentou Bloomberg.

O comissário de polícia de Nova York, Raymond Kelly, disse que haverá mais controle nos próximos dias no metrô da cidade.

O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos emitiu nesta quinta um comunicado dizendo que tem informações "confiáveis, específicas, porém não confirmadas" de uma ameaça terrorista no próximo domingo (11), data que marca os dez anos dos atentados do 11 de Setembro.

"Temos dado, e continuaremos a dar todos os passos necessários para mitigar qualquer ameaça que se apresente. Continuamos pedindo ao povo dos EUA que permaneça vigilante à medida que nos aproximamos do final de semana", afirma o comunicado.

A notícia vem dias depois de o próprio Departamento de Segurança Interna afirmar que não via qualquer ameaça da al-Qaeda para a data.

Uma fonte da polícia americana disse à agência de notícias Reuters, sob condição de anonimato, que uma caçada de dois ou três suspeitos ligados à ameaça já está em curso nos Estados Unidos


08/09/2011

Marcos Valério quer Lula no mensalão



 
O empresário Marcos Valério, um dos principais artífices do mensalão, alegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não pode ser condenado por supostamente intermediar o financiamento do esquema se o ex-presidente Lula, um dos principais beneficiários, de acordo com ele, não foi sequer denunciado.

Nas alegações finais encaminhadas ontem ao STF, o advogado de Valério argumentou que interessaria no processo julgar as condutas daqueles que seriam os interessados na compra de votos e de apoio da base aliada, incluindo o presidente Lula, seus ministros, o PT e os partidos que integravam a base e que receberam recursos do esquema.

Condená-lo, argumentou Valério, seria dar “importância desmedida” ao “simples operador intermediário”.



“Analisada a versão dada aos fatos na própria denúncia oferecida pelo Procurador Geral da República (…) o empresário Marcos Valério seria, apenas, o operador do intermediário dos repasses de recursos financeiros, sempre sob orientação do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, a Partidos Políticos e parlamentares da base aliada do governo federal”,
argumentou o advogado de Valério, Marcelo Leonardo.

Relevante para o processo, conforme Valério, “seriam as condutas dos interessados no suporte político “comprado” (presidente Lula, seus ministros e seu partido) e dos beneficiários financeiros (partidos políticos da base aliada), sendo o PT o verdadeiro intermediário do suposto “mensalão”-

AE_



quinta-feira, 8 de setembro de 2011

ESTÁ CRIADO O MSP, O MOVIMENTO DOS SEM-POLÍTICO! INDIVÍDUOS LIVRES GANHAM AS RUAS!



CUMPRE A CADA UM ROMPER O CERCO DA EMPULHAÇÃO
E DA MÁQUINA OFICIAL DE PROPAGANDA





Os sem-partido, sem-bando e sem-bandeira vermelha, mas com vergonha cara, protestam em Brasília, em foto de Eraldo Peres, da AP

No dia em que milhares de brasileiros saíram às ruas para protestar contra a corrupção, a UNE não saiu, não!

É que a UNE estava contando dinheiro.


O governo petista já repassou aos pelegos mais de R$ 10 milhões e vai dar outros R$ 40 milhões para eles construírem uma sede de 13 andares, que serão ocupados pelo seu vazio de idéias, pelo seu vazio moral, pelo seu vazio ético.

No dia em que milhares de brasileiros saíram às ruas para protestar contra a corrupção, a CUT não saiu, não!

É que a CUT estava contando dinheiro.
O governo petista decidiu repassar para as centrais sindicais uma parte do indecoroso imposto cobrado mesmo de trabalhadores não-sindicalizados. Além disso, boa parte dos quadros das centrais exerce cargos de confiança na máquina federal.

No dia em que milhares de brasileiros saíram às ruas para protestar contra a corrupção, o MST não saiu, não!

É que a MST estava contando dinheiro.

O movimento só existe porque o governo o mantém com recursos públicos. Preferiu fazer protestos contra a modernização da agricultura.

No dia em que milhares de brasileiros saíram às ruas para protestar contra a corrupção, os ditos movimentos sociais não saíram, não!

É que os ditos movimentos sociais estavam contando dinheiro.

Preferiram insistir no seu estranho protesto a favor, chamado “Grito dos Excluídos”. Na verdade, são os “incluídos” da ordem petista.

Os milhares que saíram às ruas, com raras exceções, não têm partido, não pertencem a grupos, não reconhecem um líder, não seguem a manada, não se comportam como bando, não brandem bandeiras vermelhas, não cultuam cadáveres de falsos mártires nem se encantam com profetas pés-de-chinelo.

Os milhares que saíram às ruas estudam, trabalham, pagam impostos, têm sonhos, querem um país melhor, estão enfarados da roubalheira, repudiam a ignorância, a pilantragem, lutam por uma vida melhor e sabem que a verdadeira conquista é a que se dá pelo esforço.

Os milhares que saíram às ruas não agüentam mais o conchavo, têm asco dos vigaristas que tomaram de assalto o país, não acreditam mais na propaganda oficial, repudiam a política como exercício da mentira, chamam de farsantes os que, em nome do combate à pobreza, pilham o país, dedicam-se a negociatas, metem-se em maquinações políticas que passam longe do interesse público.

O MSP - O Movimento dos Sem-Político

Vocês viram que os milhares que saíram às ruas estavam acompanhados apenas de seus pares, que, como eles, também saíram às ruas. Era o verdadeiro Movimento dos Sem-Político. Não que eles não pudessem aparecer por ali. O PSOL até tentou “embandeirar” os protestos, mas os presentes não aceitaram. Aquele era um movimento das ruas, não dos utopista do século retrasado, que ainda vêm nos falar, santo Deus!, de “socialismo com liberdade”.

Se políticos aparecessem para também protestar — não para guiar o povo —, teriam sido bem-recebidos, mas eles não apareceram porque nem se deram conta ainda de que alguma coisa está em gestação, de que um movimento está em curso, de que algo se move no ventre da sociedade brasileira.

Na semana em que milhares de brasileiros evidenciavam nas redes sociais e nos blogs e sites jornalísticos que estão enfarados de lambança, governistas e oposicionistas estavam mantendo conversinhas ao pé do ouvido para tentar preencher a próxima vaga do Tribunal de Contas da União. A escolha do nome virou parte das articulações para a disputa pela Presidência da República em 2014… Governistas e oposicionistas que se metem nesse tipo de articulação, da forma como se dá, não estão percebendo que começa a nascer um movimento, que já reúne milhares de pessoas, que não mais aceita esse minueto de governistas arrogantes e oposicionistas espertalhões. Essa gente, de um lado e de outro, ficou irremediavelmente velha de espírito.

Os caras-pintadas, desta feita, não puderam contar com a máquina dos governos de oposição, como aconteceu com o Movimento das Diretas-Já e do impeachment de Collor. Ontem, e assim será por um bom tempo, eram as pessoas por elas mesmas. Sim, algo se move na sociedade. E é inútil se apresentar para “dirigir” o movimento. Marina Silva até percebeu a onda, mas errou ao apostar que os outros não perceberam a sua onda. Esse movimento, dona Marina, não nasce com assessoria de imprensa, assessoria de imagem, assessoria política e forte suporte financeiro. O seu apartidarismo, candidata, é transitório; o dos brasileiros que foram às ruas é uma condição da liberdade.

O maior em nove anos

Os milhares que saíram às ruas ontem, tratados com desdém nos telejornais, fizeram a maior manifestação de protesto contra o “regime petista” em seus nove anos de duração. E algo me diz que vai continuar e tende a crescer. Pagamos um dos maiores impostos do mundo para ter um dos piores serviços públicos do mundo. Sustentamos os políticos que estão entre os mais caros do mundo para ter uma das piores classes políticas do mundo. Temos, acreditem, uma das educações mais caras do mundo para ter uma das piores escolas do mundo. Temos um dos estados mais fortes do mundo para ter uma das maiores cleptocracias do mundo.

O Movimento dos Sem-Partido não rejeita a democracia dos partidos — até porque, sem eles, só existe a ditadura do Partido Único —, mas quer saber se alguém se dispõe efetivamente a romper esse ciclo de conveniências e conivências. Os milhares que foram às ruas desafiaram o risco de ser demonizados pelos esbirros do oficialismo. Perderam o medo.

Sim, em passado nem tão recente, em 2007, um grupo tentou organizar uma reação à corrupção, que se generalizava. Não chegou a crescer como este de agora, mas se fez notar. Tinha uma espécie de palavra-chave para identificar os indignados: “Cansei!” O movimento foi impiedosamente ridicularizado. Escrevi a respeito à época. Foi tratado como coisa de dondocas, de deslumbrados insatisfeitos com o que se dizia ser a “democratização” do Brasil. Houve estúpidos que afirmaram que eram ricos que não suportavam ver pobres nos aviões — como se o caos aéreo punisse apenas os endinheirados.

A menor tentativa de esboçar uma reação aos desmandos dos ditos “progressistas” era tratada a pauladas. Na Folha, Laura Capriglione chegou a ridicularizar uma passeata de estudantes da USP, feita no campus da universidade, que protestavam contra as greves. Os que queriam estudar foram tratados como um bando de reacionários. Os indignados com a corrupção e com a mistificação perderam o medo.

Enfrentar a desqualificação


A tentativa de desqualificação virá — na verdade, já veio. Veículos a soldo, dedicados ao subjornalismo oficialista, alimentado com dinheiro público, já fazem pouco caso das manifestações. As TVs ontem deram menos visibilidade aos protestos do que dariam a uma manifestação de descontentamento no, deixe-me ver, Bahrein! Parece que há gente que acha que democracia é uma coisa importante no Egito, na Líbia e na Síria, mas não no Brasil.

É inútil! Os milhares que foram às ruas ontem não precisam da oposição, não precisam do subjornalismo, não precisam do jornalismo simpático às manifestações de protesto do Iêmen… A dinâmica hoje em dia é outra.

Que os sem-partido, sem-grupos, sem-líder, sem-bando, sem-bandeiras vermelhas, sem-mártires e sem-profetas insistam.

A oposição, se quiser, que se junte. Quem sabe até ela aprenda a ser livre e também diga com clareza: “Não, vocês não podem!”



08/09/2011

A VEJA ESTÁ NA BOCA E NA MÃO DO POVO, COMO QUERIA DIRCEU…




EU, EU, EU, ELE SE DEU MAL,
E O POVO FEZ A RIMA


Vejam esta foto de Ueslei Marcelino, da Reuters.


Parece que ela entra para a história como um emblema deste 7 de Setembro e destes dias. Dirceu tentou, pateticamente, convocar uma “reação popular” contra a VEJA, que o flagrou recebendo homens do alto escalão do governo numa espécie de governo clandestino.

Aquele que é processado no STF sob a acusação de ser chefe de quadrilha e corrupto deve ter achado, sei lá, que o povo está do lado da lambança. Não está, não!

VEJA está na boca e na mão do povo, como queria Dirceu.

Eu, Eu, Eu/ Dirceu se deu mal

E o povo fez a rima.


07/09/2011

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Imagens do dia








CQC em Foco: Dep. José Genoíno









O repórter Warley Santana, promete revelar um comportamento muito peculiar de suas "vítimas" no quadro Em Foco.

Segundo ele, em nome da "vaidade" as pessoas se sujeitam ao impensável, com a promessa de que ficarão "bem na foto" e crentes de que as câmeras estão desligadas.


O entrevistado foi
o Dep. José Genoíno (PT-SP).


Enviado por alebeu

Dirceu convocou o povo para ir às ruas, e o povo foi…





Por Reinaldo Azevedo


… para dizer que está com o saco cheio do que Dirceu representa!




07/09/2011

7 DE SETEMBRO NEGRO - EU VI



À esquerda, sentido Catedral-Praça dos Três Poderes, uma multidão de gente assistindo à parada militar de Sete de Setembro



Diz-se que eram cerca de 40 mil, provavelmente deveria ter 10 mil a menos.

O que já é muito.

Aqui em Brasília, as "repartições públicas", principalmente do Governo do Distrito Federal, destacam servidores quase que imperativamente, para seguirem, com seus filhos (a maioria é devota de São Bento - um fora, um dentro e outro no pensamento) para sofrerem por horas, sob calor e sol escaldantes da seca do Planalto Central. Balançando bandeirinhas, e obviamente, aplaudindo o governador local e o presidente (qualquer que seja ele, desde que seja presidente).

Ônibus para isso são colocados ao inteiro dispor, assim como, em alguns casos, no final, o indefectível sanduba (o que vi parecia ser cachorro-quente) com refrigereco pet de 2 litros.

Quente.


Havia também alguns agraciados com marmitex.

Não parei o suficiente para traduzir o que havia dentro.


Mas lá fui eu para a Esplanada, paramentada de negro dos pés até o pescoço (na cabeça, meu Panamá cor natural, mesmo) para descer o caminho do lado direito, saindo do Museu da República rumo à Praça, com a turma do luto.

Muita gente.

Os jornais on-line noticiam 25 mil pessoas.


No Estudio-i, da Globonews, a reportagem citou 30 mil participantes da Marcha contra a corrupção, segundo a Polícia Militar.

Os organizadores falaram em 40 mil.

Assim que eu lá cheguei, já tasquei logo: no mínimo 10 mil. Depois disso, aumentou e muito o volume de gente. A quantidade, apesar de ser o que faz a vista - e desperta o interesse da imprensa - importa menos, mas fico em 35 mil, para contrariar todos os números.


Desnecessário contar aqui o significado da marcha, todo mundo que vem ao blog já sabe disso.

Contarei o que vi, e algumas observações que fiz, em minhas andanças em meio à marcha.

Circulei por dentro dela, ao máximo, parando cá e lá para conversar com algum grupo, ou apenas ouvir o que falavam.

Para isso que fui.

Não gritei nenhuma "palavra de ordem", nem apito soprei (apesar de divertido, confesso) e olha que tinha apito, viu?!

Barulho do bom.

Evidentemente, não vi tudo.


- O protesto foi, de fato, apartidário. Apareceu lá um grupo do PSOL, os neo-socialistas de butique, seguidores da seita Heloisa Helena, a histriônica ativista do comunismo que só veste jeans e camisa branca (mesmo sendo Armani) e tem como melhor amiga a dona Iris Resende, do PMDB de GO, mulher do político Iris Resende, que, além de ex-dono de Goiás, tipo o Sarney no Maranhão, é magnata da pecuária mundial.

Os organizadores pediram para que guardassem as camisetas e bandeiras.

Obviamente, eles fizeram uma pequena confusão, mas tiveram que aceitar as regras do jogo.

Também é óbvio que não "marcharam".

Ambiente asséptico de partidarismos.




Fato que comemorei e exaltei mentalmente: nenhuma camiseta do Che!

Mas isso durou até meu trajeto de volta, apenas.

Um grupo de 4 jovens, com uma bandeira do PCdoB, me ultrapassou na subida, e um deles, vestia uma camiseta escrito o nome daquele psicopata sanguinário, ídolo dessa gente, nas costas.

Não vi a frente.


Em todo caso, merece registro.

Foi muito pouco, para tanta gente (entre 30 e 40 mil marchantes, lembrem-se).

Talvez a maior prova de que não havia PT nem outra turba de esquerdistas, era a presença esmagadora das pessoas bonitas, literalmente.

Todo mundo, inclusive, com os pés bem limpinhos (muitos de Havaianas, isso ficou bem claro).

As bermudas, calças, vestidinhos, shorts, camisetas, batas, enfim, as roupas, todas limpinhas.

E bem passadas...

Cabelos no lugar, poucos homens de barba.

Definitivamente, não foi um protesto de esquerdistas essenciais.


- A presença, em imensa maioria, era de jovens, entre 16 e 28 anos. Mas havia de mamando a caducando.

Literalmente.

E sim, de preto.

Muitos grupos organizados. Vi grupos de igrejas - católica -, um grupo da maçonaria, inclusive os jovens da ordem De Molay, dois grupos distintos (juntos) de motociclistas, com as famílias.

Havia grupos de faculdades (UNB, inclusive) e de colégios.

O Sigma, onde estuda minha filha, parece que havia se mudado para a Esplanada.

Famílias inteiras, com direito à própria geladeirinha portátil com água, energético, refrigerante e Heiniken.

Aqui, um registo, vi pouca presença (sempre baseando-me pela quantidade de pessoas envolvidas no movimento) de bebidas alcóolicas, o que achei um ótimo sinal.


Havia um grupo de 5 mulheres, da mesma família, onde a mais nova deveria ter 65 anos.

Branquinhas, de preto, naquele sol esturricante. Duas de braços dados, ladeando a mãe, uma senhorinha de uns 85, no mínimo.

Uma outra fotografando, e ainda outra "moça" segurando um guarda-chuva (sol) protegendo grupo.

Havia uma pequena família, umas 8 pessoas, em torno de uma senhora de pé quebrado, numa cadeira de rodas.

Animadíssima.

Infelizmente, para meu gosto pessoal, mas fazer o quê, havia um pequeno grupo com uma faixa pedindo a liberação da maconha. Mas nem cheguei a ouvir cantigas de ordem, deles. Estavam lá e nada mais.


- Muitas palavras de ordem, o que é normal. Mas a "coisa" foi meio solta (minha "base" era exatamente no meio) o que, ao invés de parecer bagunça, me pareceu liberdade.

Apitos e vuvuzelas deram o tom de "vamos fazer mais barulho que o lado de lá".


Muitos com instumentos musicais - violão, trombeta, um saxofone, piston, pandeiros, surdos e tamborins, também. Megafones.

Vi vários com os seus, cada um com um textinho para ser lido.

Houve coro contra a partidarização do STF.

É, sobrou até para os capas-pretas.

E tome muita "zoação" com quem foi assistir ao desfile: "você aí parado, também foi roubado!".




Bandeiras do Brasil, de todo jeito. Faixas, cartazes em "pirulito", cartazes pequenos pregados nas camisetas, cada qual com seu "episódio" de corrupção favorito.

O mote, sem sombra de dúvida, foi a não-cassação da deputada Jaqueline Roriz (de novo, desnecessário discorrer sobre isso).

Gente fantasiada: indefectível personagem do filme "Pânico", muita máscara de "Anonymous".

Uma moça vestida de diabinha, de vermelho e tridente, com cartaz exortando todos a constragerem publicamente o "seu" político.

Bem legal. Vi uma faixa "TERRORISTAS". Na ausência (de novo, se tinha, não vi) de protestos específicos contra o PT, dono da rede de corrupção que originou o protesto, essa faixa foi um bálsamo para minhas vistas, assim como as que condenavam a farra das obras para a Copa do Mundo. E um grupo com várias faixas sobre o verdadeiro PAC - Programa de Aceleração da Corrupção.


Agora, vamos às questões subjetivas desse movimento. Subjetivas, mas não menos nítidas:


1. Apesar da simbólica lavagem da fachada de alguns ministérios, e da rampa do Congresso Nacional, o "sentimento" vigente é sempre contra o Congresso. Aliás, bem-feito para esse que é um dos mais subservientes, por um lado, ao poder Executivo, e por outro, o da minoria, inepto em demonstrar que não é. A culpa de tudo acaba sendo do Congresso e dos parlamentares, o que é bem ao gosto do PT que nos desgoverna. Apesar de que, ninguém, mas ninguém mesmo, por onde circulei, acredita na propaganda de "faxina" de dona presidente, o Parlamento ainda leva a pior imagem.


2. Vaias, vaias, vaias, ao passar pelo Congresso. Muitas vaias. Iguais, só quando o grupo chegou em frente ao Palácio do Planalto e depois, em frente ao Ministério da Justiça.


3. Sarney é odiado. Isso já diz tudo. É a síntese.


4. Na mesma proporção em que faltaram lixeiras (e o povo queria jogar lixo no lixo, se houvessem lixeiras suficientes), tinha muito policiamento. Parei perto de vários grupos de policiais, para "assuntar". A coisa estava tão tranquila que eles se ocupavam (apesar da pose-fachada de alertas) de comentar sobre as meninas (bonitas) que passavam. Uma delícia, ver que a polícia de choque não deu a mínima para o tão falado, da parte do Palácio do Planalto, "perigo" de um protesto contra o governo...


5. Fim do voto secreto no Congresso e fim do voto obrigatório, nas urnas. Isso foi bem pedido. Se tinha, por onde circulei não vi, nenhum cartaz ou faixa pedindo o voto distrital (que eu defendo, junto com o voto facultativo). Gritos de ordem, muitos, contra a censura à imprensa, outra fixação do PT. O "povo" não gostou da ideia.


6. Vaias quando o grupo chegou à Praça dos Três Poderes, fechada por grades. Vi uma correria de policiais, dirigindo-se às grades, e a turma, certamente pensando o mesmo que eu - repressão policial - começou a "protestar": "A praça é do povo!". Não durou 2 minutos. Os policiais corriam mesmo era para retirar as grades, liberando o acesso à Praça dos Três Poderes. Proteção só em torno do Planalto e do STF. Mas ninquém queria saber dos prédios. Ali, na Praça, os organizadores puxaram o Hino Nacional, a turma foi subindo nos monumentos, e começou o batuque. Estava bem animado.

Dali, voltei pelo mesmo caminho, enquanto, com o fim do desfile oficial, a passeata seguiu pelo outro lado, com direito a soltarem alguns foguetes na frente do Ministério da Justiça (eu, subindo pelo outro lado, com um picolé da Kibom na mão, fui "ultrapassada" pela Adriana, do jornal O Globo, que virou para trás para dizer: estou atrasada para entrar no plantão". Ela estava de preto.)


Minha conclusão? Duas, bem simples. O PT sistematizou e descriminalizou a corrupção. Fez desse crime o seu método, sua substância, seu sustento e sua essência. Mas não vive dias de glória, não. As pessoas estão vendo. Graças, logicamente, à parte livre da imprensa que não se ajoelha e divulga o que descobre. A outra, que preferi deixar por último: todo mundo parava de "protestar" para aplaudir, durante todo o percurso, a cada apresentação dos aviões da Força Aérea. Muita festa quando passaram os helicópteros do Corpo de Bombeiros. E, obviamente, eurforia com a Esquadrilha da Fumaça. Bom. Isso é o mais legal. Porque o nosso povo, cá, os brasileiros de CorruPTópolis, in my opinion, ainda somos bem pouco patriotas, e respeitamos, bem menos do que deveríamos, as nossas Armas.


Talvez seja o que falta.