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sábado, 27 de agosto de 2011

O GOVERNO PARALELO DE DIRCEU.




E DILMA SABE DE TUDO!

Dá pra entender o estresse de ontem de José Dirceu




A reportagem de capa da revista VEJA revela que membros do primeiro escalão do governo, dirigentes de estatais e parlamentares - INCLUSIVE UM DA OPOSIÇÃO - se ajoelham aos pés do cassado, a quem ainda chamam de “ministro” e prestam reverências.
É isto mesmo: o deputado defenestrado, o homem processado pelo STF e acusado de ser chefe de quadrilha é tratado por figurões de Brasília como um chefão — o Poderoso Chefão.

Dirceu está bravo porque a reportagem é devastadora para a reputação da República e deveria ser também para ele e para aqueles que fazem a genuflexão.

Vamos ver.

Uma coisa é certa: a presidente Dilma sabe de tudo; tem plena consciência de que seu governo é assombrado e monitorado — às vezes com tinturas claras de conspiração — por um ficha-suja.

A reportagem de Daniel Pereira e Gustavo Ribeiro está entre as mais importantes e contundentes publicadas nos últimos anos pela imprensa brasileira.

Ela desvenda o modo de funcionamento de uma parte importante do PT e os métodos a que essa gente recorre.

E traz detalhes saborosos: podemos ver as imagens das “autoridades” que vão até o “gabinete” de Dirceu, montado no Naoum, um hotel de luxo de Brasília, onde se produz, nesse caso, o lixo moral da República.

VEJA conseguiu penetrar no cafofo do Muammar Kadafi da institucionalidade brasileira.

Eis alguns flagrantes.

Dirceu chegando ao bunker.
Pimentel e os senadores Walter Pinheiro,
Delcídio Amaral e Lindbergh Farias
operação derruba-Palocci

Anotem alguins nomes cargos e dia do encontro:

- Fernando Pimentel, Ministro da Indústria e Comércio (8/6);
- José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras (6/6);
- Walter Pinheiro, senador (PT-BA) - (7/6);
- Lindberg Farias, senador (PT-RJ) - (7/6);
- Delcídio Amaral, senador (PT-MS) - (7/6);
- Eduardo Braga, senador (PMDB-AM) - (8/6);
- Devanir Ribeiro, deputado (PT-SP) - (7/6);
- Candido Vaccarezza, líder do governo na Câmara (PT-SP) - (8/6);
- Eduardo Gomes, deputado (PSDB-TO) - (8/6);
- Eduardo Siqueira Campos, ex-senador (PSDB-TO) - (8/6)

Esses são alguns dos convivas de Dirceu, recebidos, atenção!, em apenas 3 dias — entre 6 e 8 de junho deste ano.

Leiam a reportagem porque há eventos importantes nesse período. É o auge da crise que colheu Antonio Palocci.

Ele caiu, é verdade, por seus próprios méritos — não conseguiu explicar de modo convincente o seu meteórico enriquecimento.

Mas, agora, dá para saber que também havia a mão que balançava o berço.
 

Uma parte da bancada de senadores do PT tentou redigir uma espécie de manifesto em defesa do ministro, mas encontrou uma forte resistência de um trio: Delcídio Amaral, Walter Pinheiro e Lindbergh Farias - os três que foram ao encontro de Dirceu no tarde no dia 7. À noite, Palocci pediu demissão.

Dirceu, então, mobilizou a turma para tentar emplacar o nome de Cândido Vaccarezza para a Casa Civil. O próprio deputado foi ao hotel no dia 8, às 11h07. Naquela manhã, às 8h58, Fernando Pimentel já havia comparecido para o beija-mão. A mobilização, no entanto, se revelou inútil. Dilma já havia decidido nomear Gleisi Hoffmann.

VEJA conversou com todos esses ilustres. Afinal de contas, qual era a sua agenda com Dirceu? Gabrielli, o presidente da Petrobras, naquele seu estilo “sou bruto mesmo, e daí?”, respondeu: “Sou amigo dele há muito tempo e não tenho de comentar isso”. Não teria não fosse a Petrobras uma empresa mista, gerida como estatal, e não exercesse ele um cargo que é, de fato, político. Não teria não fosse Zé Dirceu consultor de empresas de petróleo e gás. Dilma não tem a menor simpatia por ele, e Palocci já o havia colocado na marca do pênalti.

Mais um pouco de interiores?



Sérgio Gabrielli, Eduardo Braga e Devanir Ribeiro. Atenção! Este último é lulista...


Não está na lista de hóspedes.
É a máfia

O governo paralelo de Dirceu ocupa um quarto no hotel Naoum. Seu nome não consta da lista de hóspedes.

A razão é simples.

Quem paga as diárias (R$ 500) é um escritório de advocacia chamado Tessele & Madalena, que também responde pelo salário de Alexandre Simas de Oliveira, um cabo da Aeronáutica que faz as vezes, assim, de ajudante de ordens do petista.


Um dos sócios da empresa, Hélio Madalena, a exemplo de Oliveira, já foi assessor de Dirceu.


O seu trabalho mais notável foi fazer lobby para que o Brasil desse asilo ao mafioso russo Boris Berenzovski.

Essa gente sempre está em boa companhia.

Foi de Madalena a idéia de instar a segurança do Hotel Naoum a acusar o repórter de VEJA de ter tentado invadir o quarto alugado pela empresa, mera manobra diversionista para tentar tirar o foco do descalabro:
um deputado cassado, com os direitos políticos suspensos, acusado de chefiar uma quadrilha, montou um “governo paralelo”.

A revista já está nas bancas. Leia a reportagem, fartamente ilustrada, na íntegra.


Abaixo, segue um quadro com todas as áreas de “atuação” do “consultor de empresas privadas” e “chefe de quadrilha”, segundo a Procuradoria Geral da República.

Se Dilma não agir, será engolida.

Poderia começar por demitir Pimentel e Gabrielli.

Ou manda a presidente, ou manda José Dirceu.



27/08/2011

Charge





MAIS UM ALvejaDO


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Cresce apoio da insatisfeita base do governo na Câmara dos Deputados para a criação da CPI da Corrupção


(Foto: Revista Veja)

Jogo político


O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, do PDT de São Paulo, brincou sobre seu apoio à criação da Comissão Parlamentar de Inquérito da Corrupção.

Disse que assinaria o requerimento da oposição se a investigação fosse contra o PT e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo da Silva.

O comentário surgiu por conta de uma pergunta feita pelo deputado Lincoln Portela (PR-MG). O líder do PR na Câmara insistiu para Paulinho apoiar o requerimento, que neste momento conta com 119 assinaturas na Câmara dos Deputados.
A última delas foi do próprio Portela, que agora tenta cabalar assinaturas para que o Parlamento investigue denúncias de irregularidades nos ministérios do Turismo, Transportes e Cidades, no DNIT e Valec
O apoio a uma proposta que até então tinha pouca chances de ter sucesso ocorre no momento em que o Partido Popular Socialista (PPS) protocolou requerimento para convocar o ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), que terá de prestar esclarecimentos sobre a denúncia publicada pela revista “Veja”.

A reportagem afirma que há um esquema de pagamento de propina no Ministério das Cidades a parlamentares do Partido Progressista

Para o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), Negromonte deve explicações. “Essa denúncia de que há um esquema de pagamento de propina, um “mensalinho” de R$ 30 mil para parlamentares do PP, é muito grave e precisa ser investigada com rigor. Inicialmente, precisamos ouvir o ministro sobre toda essa história”, afirmou.

O ministro declarou que tudo não passa de boatos, mas o próprio governo Dilma, segundo a revista, já sabia da “movimentação” do ministro na cooptação de aliados.

Para apagar o incêndio na própria bancada, os deputados progressistas fizeram novas baterias de reuniões na tarde desta terça-feira (23).

Parlamentares do próprio partido entendem que sem a bancada unida o PP será um novo PR, ou seja, uma agremiação da base desmoralizada e sem ministério
. Desses encontros ainda não saiu qualquer acordo entre as duas facções.

A denúncia da revista foi obra dos descontentes com Negromonte.

Na sexta-feira (19), o deputado Esperidião Amin (SC) já antecipava a publicação da reportagem do final de semana.

O deputado catarinense seria aliado do deputado Eduardo da Fonte (PE) e do senador Ciro Nogueira (PI), que tem pretensões de assumir o ministério.

Nesta manhã, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, admitiu a preocupação do governo com as divisões internas do PP, mas ressalvou que o Planalto não interfere em problemas internos das legendas.

Charge


Veja o novo estilo de governar em Brasília






Kahn, agora sem dever nada à Justiça americana, foi vítima do fascismo politicamente correto



Pronto!

Dominique Strauss-Kahn nada mais deve à Justiça americana.




O juiz Michael Obus retirou as sete acusações que pesavam contra ele, todas elas relacionadas à suposta agressão sexual contra a camareira Nafissatou Diallo. O juiz atendeu integralmente o pedido do promotor distrital de Manhattan, Cyrus Vance Jr. O episódio entra para a história como um emblema de uma das loucuras do nosso tempo.

Um dos textos que mais me renderam xingamentos e desqualificações até hoje foi aquele em que pus sob suspeita a história dessa senhora, logo no primeiro dia. Fazer o quê? Ignoravam-se detalhes inconsistentes da narrativa e só se via a suposta luta entre o opressor e a oprimida de manual. Um homem de mais de 60 obriga uma mulher na faixa dos 30, num quarto de hotel, a fazer sexo oral sem coagi-la com uma arma??? Não se consegue abrir à força a boca de uma criança de dois anos para dar um antitérmico! Quando se constatou que os resquícios de sêmen na gola (!) do vestido da camareira eram mesmo de Kahn, os politicamente corretos gritaram: “Estão vendo?” Ora, era mais uma evidência do sexo consensual. Basta pensar um pouquinho… Mas quê! Tratava-se da luta entre o ricaço europeu e poderoso e a pobre imigrante africana. Há ainda quem acredite que a injustiça que se comete contra os “privilegiados” é um bem que se faz aos deserdados…

Os EUA têm, sim, de repensar o modo como conduzem essas questões. Não me convence essa história de que o tratamento dispensado a Strauss-Kahn evidencia que, no país, todos são realmente iguais perante a lei. Vamos devagar! Kahn é inocente e sofreu, de modo antecipado, uma das piores penas a que pode ser submetido um indivíduo: o enxovalho público. Era a palavra da camareira contra a dele. Antes de qualquer investigação ou exame, foi arrancado de um avião, algemado, exposto à curiosidade pública, preso, humilhado, tratado como um cão.

Digam depressa: quem mais foi humilhado nesse caso? A vítima ou a vigarista? A verdade insofismável é que o caso, em si, era ignorado. Queriam mandar para o banco dos réus a Europa, num desagravo à África; o “homem”, num desagravo às mulheres; “o mais forte”, num desagravo aos “mais fracos”.

Isso não é justiça, mas manifestação do fascismo politicamente correto.

23/08/2011

“Ainda não é o fim do capitalismo”




Por Rivadávia Rosa

Caro professor ANTONIO DELFIM NETTO,

Tenho apreciado seus artigos e tinha vislumbrado um certo viés estatista em sua concepção econômica, porém no seu artigo “Ainda não é o fim do capitalismo” percebi um certo ‘ajuste’ capitalista, pelo que o aplaudo sinceramente.
Sobra-lhe razão em sua posição.

O pensamento crítico
é necessário, mas não podemos condenar um sistema que sabidamente, mesmo com suas mazelas auto corrigiveis é o maior agente revolucionário da História – gerado e gerador pela revolução produtiva e tecnológica – triplicou a expectativa de vida entre 1700 – 2000; e efetivamente reduziu a pobreza nos países capitalistas.
Também é certo que em nenhum país existe um capitalismo puro, porém também é irrefutável que aqueles que mais se aproximam do livre mercado prosperam muito mais do que os que se regem por diretrizes de burocratas e políticos socialistas.
O fato é que não há nem pode haver um sistema político e/ou econômico perfeito, enquanto instituições humanas.
Porém, o assanhamento com relação a derrocada do capitalismo, toda vez em que há crise ou sinais de crise, não é novidade:
“O piedoso desejo de alguns economistas europeus de que haverá um colapso espetacular nos Estados Unidos — e não uma crise de reajustamento — e que esse colapso importará no coup de grâce no capitalismo provavelmente não se concretizará, não obstante a política americana e as grandes possibilidades que, sem dúvida alguma, se escondem no futuro imediato”. SCHUMPETER, JOSEPH A., in PREFÁCIO DA 3a. EDIÇÃO INGLESA, 1949, de Capitalismo, Socialismo e Democracia. Cambridge, Massachusetts - Abril de 1949.
A gênese dessa concepção catastrófica está em Karl Marx que como historiador, militante político, economista e filósofo da história, profetizou 25 maneiras diferentes em que o regime capitalista seria paralisado por suas contradições e cederia lugar a outro regime, no caso socialista.
Daí segue-se a crença dos economistas de formação marxista incluindo-se os devotos/intérpretes do ‘profeta’ fundador da ‘verdade’Karl Marx – os marxistas, marxólogos e marxianos – que é incidir e reiterar na superioridade mental do ‘pai fundador’ do ‘socialismo científico’ – e assim, julgar/declarar-se peremptoriamente mais economista que os economistas, mais científico que os puros cientistas – embora não demonstrem nada do que dizem e pensam ser a VERDADE ABSOLUTA e, ai de quem discordar, embora os fatos digam o contrário.
Mas o mesmo historiador, filósofo, economista, militante político, como filósofo da história e ‘profeta’contraditoriamente pregou e convenceu seus seguidores com a ‘profecia’: - “Bem ao contrário do que aconteceu com a filosofia alemã, que desce do céu para a terra, aqui se sobe da terra para o céu”. MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã – Crítica da novíssima filosofia alemã em seus representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner, e do socialismo alemão em seus diferentes profetas, 1845-1846 (Die Deutsche Ideologie. Kritik der neuesten Deutschen Philophie in ihren Repräsentant Feuerbach, B. Bauer und Stirner, und des Socialismus in seinem verschiedenen Propheten). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, p.48).
Muitos dos que acreditaram nessa ilusão marxista – realmente foram para o ‘céu’ e não poderão testemunhar.
RAYMOND ARON - assim resume a visão econômica marxista, embora pela militância seja autocontraditório (em sua essência o socialismo é contradictio in terminis):
“1.º) O regime capitalista, em sua busca de mais-valia relativa, é por essência um regime revolucionário. No Manifesto Comunista, as virtudes da burguesia vinham do fato de ela ter aumentado os meios de produção em um século mais do que a humanidade fizera em milênios. São virtudes revolucionárias ou construtivas que Marx, de certa maneira, exaltava. Em O capital, essa idéia reaparece e pode-se dizer que uma das características, aos olhos de Marx decisivas, do regime capitalista é sua essência revolucionária. Ele nunca aceita como decisiva uma modalidade qualquer de organização do trabalho ou de modo técnico de produção.
2.º) Resulta disso uma alteração incessante da organização do trabalho no interior das unidades de produção e, mais ainda, uma alteração das relações entre os diferentes setores da produção, o que exige uma extrema mobilidade da mão-de-obra.
3.º) Essa alteração revolucionária das condições de produção destrói rapidamente os modos antigos de trabalho e de existência. Mas então, e este último ponto é essencial, o maquinismo, no âmbito do capitalismo, atua de maneira permanente contra a classe operária. Encontramos aí, de novo, o caráter fundamentalmente antagônico do capitalismo, e temos de novo Marx em seu máximo, ou seja, no mais dialético e no mais patético. Ele é demasiado inteligente para ser contra as máquinas e contra a transformação incessante dos meios de produção. É um admirador do caráter revolucionário do capitalismo. Tudo que se ouvia contra o progresso técnico havia apenas alguns anos, e que ainda se ouve às vezes hoje, lhe pareceria monstruosamente absurdo. Mas, simultaneamente, ele acha que, no âmbito de um regime de propriedade privada, essa transformação incessante das condições de produção aumenta a exploração operária e multiplica a infelicidade da classe operária. Por que?
Para responder, basta citar outra passagem do livro I de O capital:
“A indústria moderna nunca considera e trata como definitivo o modo atual de um processo. Sua base é revolucionária, enquanto a de todos os modos de produção anteriores era essencialmente conservadora.” (In O marxismo de Marx. São Paulo: Arx, 2005, p. 313-4)
Queiramos ou não a economia de mercado ( e a liberdade) - essência do sistema capitalista – atualmente – ainda é o modelo mais eficiente para ordenar otimamente os fatores de produção (capital, trabalho, recursos naturais e tecnologia) para produzir mercadorias, bens e serviços necessários para o bem estar social, o crescimento e o desenvolvimento humano.
E o caminho – o bom caminho para sair da barbárie, da pobreza, da ignorância, da exploração, do atraso e do subdesenvolvimento físico e mental – é o capitalismo – operando na DEMOCRACIA política, na economia de mercado, com estabilidade/segurança jurídica, abertura de mercado, incentivos para investimento e desenvolvimento, respeito à propriedade e incentivo à empresa privada e um sistema tributário razoável preconizado desde Adam Smith.
Saudações respeitosas.
Rivadávia Rosa - Advogado
 
 

O Brasil está sob uma ditadura civil, que só não é vista a olhos nus porque os pirotécnicos anúncios que emanam do Palácio do Planalto produzem uma cortina de fumaça que anestesia a consciência popular e impede o cidadão de enxergar o óbvio


Diplomacia brasileira protagoniza novo fiasco ao não saber se apoia os líbios que clamam por democracia



Em cima do muro

É no mínimo estranha a decisão da diplomacia brasileira de avaliar uma mudança de posição que culmine com o apoio aos rebeldes líbios, que há seis meses travam uma guerra civil no país árabe com o objetivo de decretar o fim da ditadura comandada pelo coronel Muammar Al-Khaddafi, que chegou ao poder em 1969.

De acordo com informações divulgadas pelo porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes, o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, está conversando com representantes da Liga Árabe, União Africana, Índia e China para decidir se anuncia oficialmente apoio do governo brasileiro aos que se opõem ao regime do ditador líbio.

De acordo com Tovar Nunes, o recente apoio da Liga Árabe aos rebeldes líbios não interferirá na decisão do governo da presidente Dilma Rousseff.

Esse tipo de impasse denota que o Brasil está sob uma ditadura civil, que só não é vista a olhos nus porque os pirotécnicos anúncios que emanam do Palácio do Planalto produzem uma cortina de fumaça que anestesia a consciência popular e impede o cidadão de enxergar o óbvio.

O fato de o Itamaraty depender a opinião de outras nações para tomar uma posição em relação à Líbia é a prova maior de que os palacianos são adeptos confessos de modelos ditatoriais.
 

Quando Muammar Al-Khaddafi se aproximou do então presidente Luiz Inácio da Silva, com direito a visita oficial ao Brasil, o Itamaraty, à época comandado pelo esquerdista de carteirinha Celso Amorim, não precisou consultar autoridades estrangeiras para saber se o ditador líbio merecia o apoio do governo verde-louro.


Não se sabe ao certo o resultado dessa insurgência que nos últimos seis meses colocou a Líbia debaixo de uma guerra civil, mas por enquanto é certo que os rebeldes exigem a retomada da democracia.

E se o governo de Dilma Vana Rousseff ignorar tal reivindicação, é porque o Brasil está, sim, caminhando a passos largos rumo à ditadura.

De esquerda, é claro, mas ditadura.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Nenhum farsante escapa da vala comum reservada aos falsificadores da História




“Não fale uma sandice dessas”, irritou-se o ex-presidente Lula com Denise Chrispin Marin, correspondente do Estadão em Washington.

“Conheço as pessoas e sei como me referi a elas”,
continuou, decidido a ampliar a coleção de momentos inverossímeis registrados na entrevista coletiva desta quarta-feira.

Ao saber que o palestrante aprendiz está pronto para pacificar a Líbia – é só Dilma Rousseff chamar –, a jornalista lembrou que em dezembro de 2003, num jantar em Tripoli, Lula qualificou Muammar Kadafi de “companheiro e amigo”.

E então o ator canastrão incorporou o ofendido de araque para garantir que não disse o que disse.

Não parou por aí. “Jamais falaria isso por uma razão muito simples: porque eu tenho discordância política e ideológica com Kadafi”, recitou sem ficar ruborizado.

Ou porque é muito gentil ou porque a perplexidade a emudeceu, Denise desperdiçou uma boa chance de emparedar o embusteiro.

Deveria ter registrado que os afagos verbais em Tripoli foram confirmados pelo nicaraguense Daniel Ortega e pelo argelino Mohamed Ben Bella, presentes ao jantar. Foram também testemunhados pelo tradutor sem o qual Lula não sabe o que se passa ao redor.


Melhor ainda seria recordar ao amnésico seletivo que as carícias retóricas murmuradas em Tripoli foram reprisadas há um ano e meio em Sirte, na 13ª Reunião de Cúpula da União Africana.

E desmontar a farsa com a leitura em voz alta da reportagem do enviado especial Andrei Netto, publicada pelo Estadão em 2 de julho de 2009.

Um dos trechos reproduz a derramada saudação a Kadafi feita por Lula: “Meu amigo, meu irmão e líder”, discursou o convidado de honra, mirando com olhar de noiva o psicopata anfitrião.

O restante do palavrório deixou claro que aquilo não fora um escorregão de palanqueiro sem compromisso com a verdade.

Lula estava lá para reafirmar a solidariedade do governo brasileiro a estadistas incompreendidos.

Elogiou abjeções mundialmente desprezadas, louvou celebrou a generosidade de assassinos, louvou o fervor democrático de liberticidas, festejou o patriotismo de corruptos de carteirinha e reiterou a admiração pela biografia infame do ditador da Líbia.


Mais de sete anos depois de Tripoli, menos de dois depois de Sirte, o companheiro, amigo, irmão e liderado de Kadafi resolveu proclamar inexistentes o acasalamento promíscuo e as cenas de cumplicidade explícita.

É tarde.

E é impossível.

Espertalhões bem mais sagazes que Lula também tentaram substituir fatos amplamente documentados por mentiras convenientes.

Nenhum dos farsantes foi muito longe.

Todos acabaram vencidos pela verdade.

Todos jazem na vala comum reservada aos falsificadores da História.

08/04/2011



É ou não legítimo orar também por estes mortos?


Algumas das lambanças que estão por aí hoje nascem da falácia segundo a qual certas forças sociais são naturalmente inocentes, ainda que culpadas; e outras, naturalmente culpadas, ainda que inocentes.

Sempre que isso acontece, a história vai para o ralo, e o que se tem é só ideologia vagabunda.



É ou não legítimo orar também
por estes mortos?



Este blog deplora a violência na política, venha ela de onde vier.

Lastima que, durante o regime militar, servidores do estado tenham torturado e matado pessoas que já estavam rendidas.

E lastima também que outros tantos tenham aderido ao terrorismo como método.

Só que há uma diferença relevante: não sobrou ninguém, o que é bom, para cantar a glória dos torturadores.

Mas os mistificadores do terror estão por aí — alguns no poder! —, o que é ruim.
Organizaram-se, no passado, para impor uma ditadura por meio da violência e agora recontam a história como se só tivessem lutado por democracia, o que é uma formidável falsificação da história.

Por que digo que lá está a origem de alguns desmandos de agora?

Já acreditavam, então, que todos os seus atos estavam naturalmente perdoados porque, afinal, diziam querer o bem da humanidade.

Os assassinos de ontem estão justificando os ladrões de agora.


Poucas pessoas sabem — e os livros de história das nossas escolas não dizem uma vírgula a respeito — que 119 pessoas, entre civis e militares, morreram assassinadas pelos movimentos de esquerda no Brasil entre 1964 e 1974.

Entre elas, encontravam-se pessoas que nem mesmo estavam ligadas “à luta”: morreram porque se encontravam no lugar errado na hora errada.

Um esquerdista convicto diria que foram alvejadas pela história, mero dano colateral…

Os mais de R$ 4 bilhões em indenizações para as “vítimas da ditadura” não atenderam a nenhuma das famílias desses mortos.

Isso quer dizer que há os “mortos de valor” — de esquerda — e os sem valor.


Muito bem!

O meu negócio é democracia e liberdade de expressão.

Quem realmente defende esses valores?

Os Clubes Militares encomendaram para depois de amanhã uma missa em homenagem àquelas 119 pessoas mortas pelos terroristas de esquerda.

Ela se realiza na Igreja da Irmandade da Santa Cruz dos Militares, às 11h. Acima, vai o convite.

Se você clicar aqui, encontrará os posts com os nomes das vítimas e as organizações de esquerda que os mataram. Afinal, faz-se um esforço brutal para transformá-las em não-pessoas, eliminando-as da história.


Num momento em que se discute a instalação da Comissão da Verdade, nada como a… verdade!!!

22/08/2011



Escândalos do Governo Dilma



Ministério das Cidades oferece mesada em troca de apoio

Em guerra para retomar o controle do PP, o ministro Mário Negromonte ofereceu pagamentos de 30.000 reais a parlamentares da legenda

Mário Negromonte
(Joedson Alves/AE)

Depois dos escândalos que derrubaram os ministros dos Transportes e da Agricultura, o radar do Palácio do Planalto está apontado desde a semana passada para o gabinete do ministro Mário Negromonte (PP), das Cidades.

A edição de VEJA que chega às bancas neste sábado traz informações levadas à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, por um grupo de parlamentares do PP.

Em guerra aberta com uma parte da legenda pelo controle do partido, Negromonte estaria transformando o ministério num apêndice partidário e usando seu gabinete para tentar cooptar apoio.
Segundo relatos dos deputados que foram convocados para reuniões na pasta, a ofertas em troca de apoio incluem uma mesada de 30.000 reais para quem aderir.

O PP é o terceiro maior partido da base aliada, com 41 deputados e cinco senadores. Controla há anos o Ministério da Cidade, que dispõe de um orçamento de 22 bilhões de reais e programas de forte apelo eleitoral em todos os cantos do país.

Na formação do governo Dilma, Negromonte foi indicado mais por suas relações com o PT da Bahia do que pelo trânsito junto aos colegas.

Uma parcela do PP queria manter Márcio Fortes, ministro por mais de cinco anos no governo Lula.

Há duas semanas, o grupo ligado ao ex-ministro conseguiu destituir da liderança do partido o deputado Nelson Meurer, aliado de Negromonte.

Colocou no lugar dele Aguinaldo Ribeiro, aliado de Márcio Fortes.

Ao perceber o poder se esvaindo, Negromonte contra-atacou montando um bunker numa sala anexa ao seu gabinete, onde quatro aliados de sua inteira confiança – os deputados João Pizzolatti, Nelson Meurer, José Otávio Germano e Luiz Fernando Faria – tentam persuadir os deputados a se alinhar novamente com o ministro.

Apenas na última terça-feira, doze parlamentares estiveram no ministério. Sob a condição do anonimato, três deles revelaram que ouviram a proposta da mesada de 30.000 reais.

Confrontado, o ministro atribui tudo a um jogo de intrigas e aponta o rival Márcio Fortes como responsável: “Sei que há boatos de que pessoas vieram aqui para fazer isso e aquilo, da mesma forma que o pessoal estava dizendo que o Márcio Fortes foi lá na liderança fazer promessa, comprometer-se na tentativa de arranjar assinatura. Não me cabe ficar comentando boato”.

Fortes, por sua vez, rebate de maneira lacônica: “No dia 31 de dezembro, deixei o cargo de ministro e me afastei das atividades partidárias”.

A compra de votos não de parlamentares não é algo novo na história do PP, um dos protagonistas do escândalo do mensalão – que, aliás, envolvia pagamento de mesada.
Na ocasião, líderes da legenda receberam 4,1 milhões de reais em propina e quatro integrantes do partido estão denunciados no processo que tramita no Supremo Tribunal Federal.

O Ministério das Relações Institucionais confirma ter recebido as denúncias e está acompanhando a guerrilha do PP com muita atenção.

A presidente Dilma Rousseff também já foi informada do problema.


domingo, 21 de agosto de 2011

Isso não vai dar muito certo





Isso não vai dar muito certo

Por João Ubaldo Ribeiro
O Estado de S.Paulo

Os problemas brasileiros, como não podia deixar de ser, têm repercutido bastante em Itaparica.

Bem verdade que nem sempre essa repercussão coincide com as vigentes em outras partes do País.

Toninho Leso, por exemplo, ficou grandemente surpreendido, quando lhe informaram que chamar alguém de corrupto não é um elogio.

Como, não é um elogio?

Não se deve elogiar uma pessoa que nasceu pobre, teve pouco estudo e hoje é rica milionária, recebida em toda parte e chamada de doutora, ou senão Excelência?

Quem não elogia é porque não chegou lá e tem inveja.

Se o sujeito se elegeu é porque queria se fazer na vida, como todos os outros que também se elegeram.

Agora que ele se fez, somente a inveja é que pode explicar essa raiva que têm deles.

Tentou-se esclarecer que o corrupto subiu na vida, sim, pelo menos em matéria de dinheiro, mas subiu roubando dinheiro público.

Toninho, que tem esse apelido de Leso, mas de vez em quando surpreende pela agilidade de raciocínio, retrucou que, se o dinheiro era público, não tinha dono e, assim, nada mais justo que o primeiro que pudesse metesse a mão nesse dinheiro - e era assim desde que inventaram dinheiro, o resto é conversa. "

Eu acho bonito quando vejo esses corruptos passeando aqui de lancha americana, cheios de mulheres, tomando o uísque deles e desfrutando da vida", disse ele.

"Meus filhos, Deus ajudando, vão ser todos corruptos, vou querer pelo menos um, minha família vai melhorar.

Quero ver meu filhão lá nos salões, um corrupto respeitado por todos, bem-sucedido, bonitão, cheio das mulheres, esse vidão de corrupto mesmo...

O sujeito que não tem esse grande ideal não é bom pai de família."


Jorginho Leso, irmão de Toninho, também leso e raramente visto sem pelo menos umas duas ucas no juízo, aproveitou para dar sua opinião sobre uma conversa que ouvira, a respeito de algemarem corruptos presos.

Contaram a ele que muita gente, até a presidenta, ficou chateada com as algemas.

Ele concordou e observou que jogar ovos nas pessoas suja tudo e não adianta nada.

Além disso, é um desperdício de ovo que podia muito bem estar alimentando o povo.

Quando lhe disseram que algema não tinha nada a ver com gema de ovo e era um instrumento para acorrentar as mãos dos presos, ele não se deu por vencido.

Pra quê, pra daí a pouco soltarem de novo?

Só se for para treinar a polícia no uso da chave - fecha-abre, fecha-abre, fecha-abre, pra que tanto treinamento de chave?

O verdadeiro corrupto nunca é preso e, se é, soltam logo, é uma pessoa de bem, normal, que não vai ser confundida com qualquer ladrão pé de chinelo.

Jacob Branco, que ainda não entrara em seu horário de discurso e ouvira tudo calado, sentiu-se na obrigação de manifestar-se.

Os nobres amigos estavam muito enganados, a corrupção está deixando de ser uma atividade lucrativa no Brasil, os tempos estão mudando.

Longe dele ser um governista, pois toda a ilha conhecia sua reputação de independência, mas a verdade era que a presidenta estava se revelando muito disposta na briga contra a corrupção.

Era do conhecimento geral como ela vinha fazendo uma faxina no governo, faxina séria, de gente graúda.

E a faxina ia continuar.


- A faxina vai o quê? - a voz roufenha e exaltada de Zecamunista se ouviu à entrada do bar.

- Vai continuar.

- Vai continuar coisa nenhuma, Toninho Leso é que tem razão, o certo é seguir a carreira de corrupto e é muito democrático, qualquer um pode procurar um jeito, que sempre vai achar, nem que seja desviando cestas básicas e outras mixarias.

Ela acabou de passar a escova nuns dois ministérios. Depois tem que vir o pente normal. Depois o pente-fino e um dilúvio de piolhos. E depois a desinfecção, porque senão reinfecta tudo rapidamente.

Isso em cada um dos não sei quantos ministérios que ela mesma não lembra de cor. Para não falar nas estatais e em outras áreas do governo. Nem que ela tivesse dezoito mandatos seguidos, ia dar.

Mas esse não é o maior problema. O maior problema é a famosa base do governo. Já estão cansando de avisar a ela que vão jogar duro, se ela não parar com esse negócio de faxina e ameaçar os empregos e esquemas deles e dos apadrinhados.

Você já ouviu vários dizendo "não faxina nada aí", não já?

- Mas também não é assim, eu também soube que houve senadores que formaram uma frente para apoiar as faxinas que ela fizer.

- Eu também já soube, os nove mosqueteiros não é? Nove contra mais de cinquenta. Isso é para compor o quadro, é como a folha de parreira de Eva.

- Mas pode ser que haja adesões.

- É, pode ser. Mais umas três. Meta na sua cabeça, nenhum desses partidos está no governo para cumprir programa nenhum ou seguir ideologia nenhuma, eles estão lá para defender o deles e o do pessoal deles.

E aí o negócio é blindar a base aliada, como eles dizem, não pode pegar ninguém ligado à base.

Ou blinda ou não consegue aprovação nem para requerimento, ela pode até ser valente, mas não é mágica.

Mas tem uma novidade que eu acho mais importante do que todas essas. Você não leu nos jornais, não? Foi criado o Instituto Lula.

- Eu soube. E daí?

- É o que eu também pergunto. Pergunto muito.

- Ele disse que é a nova plataforma política dele. - É aí que mora o perigo. Pode continuar com sua fé na faxina, mas vamos deixar o tempo correr e ver se quem vai mandar na faxina é a faxineira.
21 de agosto de 2011

O bilionário acasalamento de cabrais e cavendishs irriga os canteiros de obras






Depois de deixar eventuais explicações por conta da assessoria de imprensa, Sérgio Cabral saiu de seus cuidados para comentar a descoberta de que o governo do Rio acabou de beneficiar a Delta Construções, pertencente ao empresário Fernando Cavendish, com outro lote de “contratos para obras emergenciais” ─ sem licitação, naturalmente ─ que somam R$ 37,6 milhões.

“Eu tomei conhecimento com a imprensa, não estava nem sabendo”, desconversou Cabral.


Por Augusto Nunes

Com apenas 10 palavras, o declarante conseguiu, simultaneamente, agredir a língua portuguesa, atropelar a verdade, menosprezar a inteligência alheia, zombar da polícia, do Ministério Público e da Justiça ─ e deixar claro que se trata de um reincidente patológico.

Ele prometera criar juízo ao emergir do período de luto decretado em 17 de julho pela queda de um helicóptero no litoral da Bahia.

Pelo jeito, piorou.

Só no primeiro semestre deste ano, Cabral irrigou com R$ 58,7 milhões os canteiros de obras sem licitação da Delta.

Abalroado pelo acidente que escancarou as relações mais que promíscuas que o ligam à família do amigo, anfitrião, patrocinador, agente de viagens e contraparente Fernando Cavendish, encomendou um código de conduta para vigiar-se.

A nova safra de negócios malandros confirma que a encomenda foi mais um monumento ao cinismo.

Os contratos foram assinados por Luiz Fernando Pesão, secretário de Obras, vice-governador e candidato à sucessão do chefe e amigo. Um porta-voz da secretaria lembrou que as obras “têm alta complexidade” e que parte do dinheiro vem do governo federal.

Uma nota da Delta engrossou o discurso sobre o nada: “A motivação para a escolha da Delta para obras emergenciais é o fato da empresa ter capacidade e agilidade para atender a essas demandas”.
Deve ser a única no mundo.

Nos últimos quatro anos e sete meses, a empresa Cavendish faturou, em contratos com o governo do Rio, R$ 1,3 bilhão.

A coisa fica mais espantosa quando exposta pela procissão de zeros à direita: 1.300.000.000.

O bilionário acasalamento de cabrais e cavendishs não é caso para código de conduta.

É coisa para o Código Penal.

21/08/2011


A faxina da Dilma parece piada de português








A faxina de Dilma se parece com a história da queda do avião no cemitério português.

Trata-se de humor negro e preconceituoso, mas ilustra bem a atual cena política brasileira.


Por Guilherme Fiuza
Revista ÉPOCA

Segundo a anedota, as equipes de resgate lusitanas fizeram a operação mais longa da história dos acidentes aéreos: após uma semana de buscas por corpos na área do cemitério onde o avião caíra, as autoridades portuguesas concluíram que havia mais de 1.000 passageiros a bordo. E anunciavam que as escavações continuariam até que a última vítima fosse localizada.


A piada é pura implicância com nossos colonizadores, mas expressa com exatidão a suposta cruzada de Dilma contra a corrupção em seu próprio governo. Quem transformou o Estado em moeda de troca política foi o partido da presidente.
Seria cômica, se não fosse trágica, a imagem de Dilma desenterrando aqui e ali as ossadas do fisiologismo que estão por toda parte – como se ela não tivesse nada com isso.

É a vez dos portugueses de contar a anedota dos brasileiros que vibram com a faxina de quem fez a lambança.


Wagner Rossi, da Agricultura, é mais um ministro que cai coberto de elogios da presidente.

Assim como Palocci e Alfredo Nascimento, Rossi mereceu todos os votos de confiança de Dilma até o último momento.

É como se sua cabeça tivesse rolado por um acidente natural, um capricho do destino.

O próprio ministro demitido, em nota oficial, declarou que nada foi provado contra ele, que as denúncias são mera intriga da oposição, que se orgulha do seu trabalho etc.

Só mesmo um fenômeno da natureza pode explicar que um ministro tão orgulhoso e seguro de si resolva pedir o boné.


Pelo menos essa turma é transparente. Respondendo à imprensa – sempre ela, importunando a privacidade dos homens de bem –, Wagner Rossi declarou que viajou, de fato, no avião de uma empresa cliente do seu ministério.

A empresa em questão conseguiu, depois que Rossi entrou no governo, um aumento de 3.000% no valor dos financiamentos públicos para seus projetos de agronegócios.

O então ministro da Agricultura não viu nenhum problema em embarcar no jatinho dessa próspera empresa.


Os termos usados por Rossi em sua explicação denotam toda a inocência e a doçura de sua relação com a tal empresa: “Informo que, em raras ocasiões, utilizei como carona o avião citado na reportagem”. Que fique, portanto, esclarecido aos maliciosos de plantão: não houve nada demais, só um empresário dando carona a um ministro. Uma questão de solidariedade.


Se todos os ministros demitidos do governo popular tivessem essa clareza e espontaneidade, talvez Dilma pudesse ter economizado detergente e água sanitária.

Antonio Palocci, por exemplo, poderia ter dito que “utilizou como carona” seu status de coordenador da campanha presidencial e de ex-ministro da Fazenda para prestar consultoria privada.

Ninguém duvidaria da sua inocência.

Alfredo Nascimento poderia ter declarado que “utilizou como carona” o Ministério dos Transportes para que o pessoal do PR montasse a farra orçamentária do Dnit.

E assim por diante, calando essa mídia golpista que vê maldade em tudo.


Vejam o caso do senador maranhense José Sarney, que utilizou como carona o Estado do Amapá para se perpetuar em Brasília.


Apesar do escândalo no Ministério do Turismo (da cota pessoal de Sarney), envolvendo uma ONG de fachada que drenou milhões de reais para projetos fantasmas no Amapá, o senador permanece imune em sua cadeira na presidência do Congresso.

O secretário executivo do ministério – aquele flagrado ensinando um empresário a montar convênio pirata com o governo – é afilhado político de Sarney.

Por que a faxina não chega a ele?


Porque Sarney é dono de uma das capitanias hereditárias do fisiologismo, dessas que Lula e Dilma utilizaram como carona para se agarrar ao poder.

Faxina contra a corrupção?

Melhor contar piada de português.

Sem pai nem mãe - Dora Kramer




Sonfrônio - Charge Online


Se a dita faxina ética é fato ou ficção, os próximos capítulos dirão.

Mas um avanço a presidente Dilma Rousseff já produziu com seu jeito diferente do antecessor de lidar com denúncias e inadequações de comportamento em geral em seu ministério:

pôs a corrupção em pauta.



Por Dora Kramer
O Estado de S.Paulo



Alguns ainda insistem na tese de que só os "fariseus", "udenistas" e a "imprensa golpista" põem o tema no alto da escala das prioridades nacionais, mas muitos - empresários, políticos, cientistas políticos, ativistas das redes sociais e entidades civis - já se pronunciam dando sinais de compreender que o problema não é moral.

É, sobretudo, institucional.


Eivada pela corrupção, a democracia no Brasil não tem como avançar. Ao contrário: corre sério risco de retroceder.

Nesse sentido, percebe-se um lento despertar da letargia, materializado nas manifestações de vontade de que a corrupção deixe de ser tratada como assunto episódico na ilustração de escândalos periódicos e passe a ser discutida, esmiuçada e enfrentada.

A dúvida que se põe daqui em diante é sobre a continuidade do processo. Terá o governo como indutor e condutor ou dependerá da organização e disposição da sociedade?

É certo que a torcida procura dar apoio à presidente Dilma Rousseff pintando seu papel nessa história com tintas bem mais generosas que as fornecidas pela realidade.

O governo recolhe os dividendos, mas um exame detido e desapaixonado dos acontecimentos dos últimos quase três meses mostra que o Planalto é antes caudatário que deflagrador dos fatos.




Em momento algum desde o início de seu governo se ouviu da presidente o anúncio de um esboço sequer de propostas de combate à corrupção.


Ela, quando instada a falar no assunto, atribui à imprensa a conceituação das demissões em série como uma ofensiva de "limpeza" e evita tomar a frente do processo.


E realmente foi a imprensa que estabeleceu e deu nome à diferenciação entre o modo de agir da atual presidente e a maneira de atuar de seu antecessor conferindo a ela a autoria de um plano de verdade nunca assumido como tal.

Se houvesse um projeto pensado, pesado e medido, Antonio Palocci não teria demorado 15 dias para se ver obrigado a explicar ao público seu inexplicável enriquecimento e mais uma semana para deixar o cargo.

Um governo com uma agenda clara de combate à corrupção teria determinado que seu ministro-chefe da Casa Civil se explicasse de imediato. O Planalto o defendeu o quanto pôde aludindo a conspiração política enquanto a Comissão de Ética Pública lhe atestava inocência.




Apenas no caso do Ministério dos Transportes a presidente agiu de ofício, cobrando duramente o aumento dos preços em obras do PAC, embora só tenha decidido pelas demissões depois de a imprensa divulgar o episódio.
Mesmo assim, a presidente chegou a conferir ao ministro depois demissionário o comando das investigações sobre o que ocorria debaixo do nariz dele e do secretário executivo que veio a substituí-lo.


Nelson Jobim caiu de maduro de tanto falar bobagens e Wagner Rossi enforcou-se nas próprias cordas. Mas ganhou o direito de ver divulgado pelo palácio um apelo candente de Dilma para que continuasse no cargo.
No Ministério do Turismo foram presas 36 pessoas, entre os quais o secretário executivo que depois foi veementemente defendido pelo ministro Pedro Novais em audiência no Congresso, e do Palácio do Planalto o que se ouviu foi uma crítica à atuação da Polícia Federal.

Portanto, o que há de diferente em relação a Lula por ora é mais o estilo que os atos propriamente ditos. Dilma evita dar declarações que soem a proteção dos aliados, mas, como Lula, espera que os acontecimentos se imponham no lugar de fazer acontecer.



O que falta à presidente não é "habilidade política" para dar conta da empreitada.

Falta método, clareza e a troca da reação pela iniciativa da ação.

Começando por apresentar ao País suas credenciais, explicando quais são suas ideias a respeito do que seja necessário em termos de mudança de procedimentos para a construção de um governo de coalizão dentro dos marcos estritos da legalidade.


21 de agosto de 2011