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quinta-feira, 17 de junho de 2010

“Sarney é igual a Hitler, Sarney é igual a Hitler, aqui é a França.”





Por Antonio Ribeiro
de Paris

Pronto. Missão cumprida. A candidata do PT, Dilma Rousseff, posou para fotografias ao lado do presidente da França, Nicolas Sarkozy.

E cumprida com louvor.

Recebeu beijos na despedida de um encontro de 25 minutos no Palácio do Elysée, em Paris, solicitado pela candidata.

Mas os marqueteiros de Dilma queriam mais.

A entrada no interior do palácio do cinegrafista que a equipe da candidata leva a tiracolo na turnê promocional pela Europa.

O objetivo era registrar o encontro de Rousseff com Sarkozy para o horário de propaganda eleitoral.

O protocolo presidencial francês brecou a idéia.


Houve quem desejasse saber o que foi tratado no encontro imediatamente antes da sessão fotográfica e pelo qual Dilma classificou de “muito bom, muito gentil”.

A candidata gastou um minuto e cinqüenta e dois segundos relatando platitudes. Um raro momento onde o discurso reflete exatamente o que aconteceu.

Em uma palavra: nada.

Antes de ser convidada gentilmente a deixar o pátio devido à chegada de um outro visitante, sobrou tempo para perguntar sobre a compra dos 36 Rafales franceses para a Força Aérea Brasileira (FAB)

O maior gasto militar da história do Brasil — 12 bilhões de reais — não poderia estar fora da conversa entre a eventual presidente do país com Sarkozy.

Embora fosse como apostar na vitória da Espanha contra a Suíça, a zebra desfilou a seu modo não só na Copa mas também na capital da França .

“Não tratamos do assunto”, disse a canditada do PT.

Mais cedo, Dilma recebeu o apoio da secretária-geral do Partido Socialista francês, Martine Aubry, à sua candidatura. O que é perto de nada.


Fora do roteiro, o brasileiro José Tadeu, ligado ao PT de Brasília apareceu em frente ao hotel cinco estrelas Champs Elysée Plaza onde Dilma estava hospedada.

No momento em que a candidata do PT se despedia de Aubry, em mais uma sessão de fotografias, Tadeu começou a gritar em português: “Sarney é igual a Hitler, Sarney é igual a Hitler, aqui é a França.”

Dilma reganhou rápido sua suíte. Atônita, Martine Aubry quis saber quem era Sarney?


quarta-feira, 16 de junho de 2010

Vem aí um escândalo mundial

Vem aí um escândalo mundial


O conluio da FIFA com a CBF e com o governo Lula para retirar o Morumbi e colocar um novo estádio para sediar a Copa do Mundo 2014 em São Paulo tem tudo para se transformar em escândalo mundial.

Lula pretende ter dividendos políticos nas próximas eleições mas, segundo fontes seguras, está tudo gravado e as revelações são de arrasar quarteirão.

A MARCHA DA ESTUPIDEZ



A MARCHA DA ESTUPIDEZ

Maria Lucia Victor Barbosa

O PT aprendeu depois de muitas derrotas como chegar ao poder mais alto da República e nele se manter. Trocou o discurso revolucionário pelo discurso pragmático, utilizou em grande escala a propaganda que engana incautos e aquece emoções, fez acordos com forças políticas e econômicas inimagináveis nos tempos dos petistas éticos, mas não esqueceu o aprendizado anterior de fazer oposição de forma violenta, ameaçadora, implacável, diante da qual nenhum partido ousou o enfrentamento adequado, nem mesmo quando estouraram os escândalos que teriam derrubado qualquer presidente da República fosse ele de outro partido.

Uma vez enquistado no poder foi trabalhado o projeto de permanência do PT, estipulado por José Dirceu em pelo menos 20 anos, enquanto Lula da Silva sempre se referia a quatro anos e depois a oito anos como períodos muito curtos para realizações pretendidas.

Sem dúvida, a meta de se manter no mais alto domínio do país foi planejado com esmero. A figura presidencial foi trabalhada com requintes de culto da personalidade, próprios de governantes ególatras. Estimularam as performances circenses de um Lula, que por vezes lembram as de um animador de auditório. E ele cultivou o palavreado chulo, o comportamento inadequado, os atropelos da linguagem na busca de identificação com as massas.

Mas isso não bastava. Além de circo o povo quer pão. O governo petista seguiu à risca a “herança maldita” e até agora tem se dado bem com o importante respaldo do Banco Central sob o comando de Henrique Meirelles, ex- tucano, ex-liberal, hoje PMDB.

Ao mesmo tempo, deu certo a fórmula: bolsas esmola no melhor estilo do voto de cabresto para pobres agradecidos; lucros astronômicos para os ricos, principalmente banqueiros, empreiteiros, grandes empresários. Quanto aos intelectuais, artistas, clérigos, mantiveram o encantamento pelo “proletário de esquerda”.

O Congresso foi anexado ao Executivo através de “mensalões”. O Judiciário sempre pronto para exercer o direito alternativo sujeitou-se ao deboche de Lula da Silva que se crê acima da lei.

Se a herança maldita do PT que inclui loteamento do Estado pelos companheiros, dívidas perdoadas a outros países, esdrúxulas criações de embaixadas como a da Coréia do Norte, mimos aos companheiros e compadres da América Latina que usam e abusam do Brasil, fulminar o próximo presidente, melhor. O caminho está preparado para a volta de Lula da Silva que, alias já se lançou ao terceiro mandato em 2014.

Contudo, se para uso interno o plano de José Dirceu funcionou, a política externa sob o comando de Marco Aurélio Garcia auxiliado, por Celso Amorim, tem sido um retumbante fracasso. O Brasil tem perdido todos os cargos importantes a nível internacional. Faz questão de proteger terroristas e assassinos como Cesare Battisti e outros mais. Dá apoio aos piores ditadores que desrespeitam direitos humanos. Contudo, a patacoada em Honduras, quando a mando de Hugo Chávez o Brasil abrigou em sua embaixada Manoel Zelaya, o pretensioso e ridículo papel de Lula da Silva junto a israelenses e palestinos prometendo-lhes a resolução de seus complexos problemas, não foram nada diante da peça de teatro mambembe dedicada ao astuto companheiro Mahmoud Ahmadinejad.

O resultado da aventura, que teve como única aliada a Turquia, foi a paulada mais monumental já recebida por nossa política externa. O Brasil ficou praticamente falando sozinho no Conselho de Segurança da ONU quando sanções foram votadas contra o Irã. Todos os membros votaram a favor, o Líbano se absteve e a Turquia por pouco não deixou o Brasil na mão.

Mesmo assim, de forma totalmente arrogante e estulta, Lula da Silva e Amorim cantaram vitória. Para uso interno, vá lá, para uso externo não funcionou, pois além de tudo isso ser desmoralizante para o Brasil já começam a entender lá fora quem é de fato o “cara’”.

Mas, por que as sanções são necessárias. Por que o Irã não pode ter a bomba atômica que está prestes a fabricar? Porque o Irã se localiza em zona de tensão, porque o país está sob a égide do perigoso fundamentalismo mulçumano, porque Ahmadinejad já declarou com todas as letras que sua gana de destruição começará por Israel, porque qualquer ataque nuclear não terá vencedores nem perdedores, porque não sobrará nada.

Note-se que Ahmadinejad, que riu das sanções e já ameaça bloquear petróleo para outros países personifica a marcha da estupidez que deixa o planeta numa de suas fases das mais perigosas. Certamente o persa tem adeptos além de Lula, como Fidel Castro que emergiu de seu sarcófago para dar apoio a Ahmadinejad e perverter os fatos ao dizer que Israel é que quer atacar o Irã.

Certamente Lula da Silva gostou do humor negro do déspota cubano a quem chama carinhosamente de democrata.

Ele e Fidel lembram um filme passado há tempos:

“De como aprendi amar a bomba atômica”.

Ambos estão engajados na marcha da estupidez, sob o comando de Ahmadinejad.


Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga
mlucia@sercomtel.com.br
www.maluvibar.com.br



13/06/2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A Polícia Federal apreendeu um cofre com dinheiro e memórias de computador na casa da promotora Deborah Guerner

PF acha cofre enterrado em casa de citada no mensalão do DEM

Segundo a Polícia Federal, cofre tinha dinheiro e memórias de computador.

Advogado de promotora investigada disse que não falaria sobre o caso.

Do DFTV

A Polícia Federal apreendeu um cofre com dinheiro e memórias de computador na casa da promotora Deborah Guerner durante operação de busca e apreensão realizada nesta segunda-feira (14), em Brasília.

A apreensão só foi divulgada nesta terça (15). O cofre estava enterrado no jardim da casa, no Lago Sul, área nobre de Brasília.

A PF não informou o total de dinheiro recolhido.

Deborah Guerner é suspeita de receber propina do suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal, que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília e que levou o então governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) à perda do mandato. A promotora sempre negou envolvimento com o caso.

O advogado da promotora, Pedro Paulo de Medeiros, disse que não iria se pronunciar sobre a operação da PF porque o inquérito que investiga as denúncias está sob segredo de Justiça. A Diretoria de Inteligência da Polícia Federal informou que vai analisar o material recolhido na casa.

Também na operação desta segunda, os policiais encontraram R$ 1 milhão em uma dos locais em que foram cumpridos mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal (TRF) como parte do inquérito que investiga o suposto esquema de corrupção. O local da apreensão não foi informado.

Os policiais federais cumpriram dez mandados, um deles em uma empresa de engenharia, especializada também em tratamento de lixo. A empresa é sócia de outra empresa que, desde 2007, presta serviços de coleta de lixo e varrição para o governo do Distrito Federal.

Na época, a licitação vencida pela empresa de coleta de lixo foi contestada pelos concorrentes, que entraram com recurso e ganharam liminares na Justiça suspendendo a contratação. Mesmo assim, o governo do Distrito Federal firmou contratos emergenciais com a empresa.

Em três anos, a as duas empresas associadas receberam pelo menos R$ 74 milhões do governo do DF. As empresas estão sendo investigadas pela Procuradoria Regional da República por suposta ligação com o esquema do mensalão do DEM.
No G1.

A verdadeira segurança da pátria


A verdadeira segurança da pátria


Por Fahed Daher
Fonte: Pravda.ru

Costuma-se dizer que cada povo tem o governo que merece.


Mentira.


Cada governo tem nas mãos o povo que lhe interessa, pelas ações de honestidade ou desonestidade, subornos ou equilíbrio de comportamentos, com programas e filosofias humanistas ou com interesses de domínio e uso fruto das delicias dos cargos que dominam.

Daí uma nação será forte e equilibrada por seu povo bem conduzido ou será um antro de ladrões, um covil, que se consumirá a si própria pela gula desmedida.




“Os povos sem honra costumam perder a liberdade e a independência mais cedo ou mais tarde”.

Isto por sua vez corresponde a uma justiça mais elevada, pois gerações de vagabundos, sem honra, não merecem a liberdade. 


Aquele que se faz escravo covarde, sem coragem e dignidade para ser membro útil da comunidade não ter sentimento de honra, este cairá muito rapidamente no desprezo geral.”


“Quando um povo luta por sua existência na questão de ser ou não ser, há de ter o bom senso de criar organismos e conceituações de justiça, que não sejam somente a justiça de códigos adaptados a interesses particulares, mas, justiça no largo sentido de equilibrar as ações, protegendo os justos e condenando os faltosos, em quaisquer níveis de poder ou dinheiro.” Filosofia “Alemã.

Arnold Toymbee, um dos maiores pesquisadores da história da humanidade, escreve:-“ De vinte e uma notáveis civilizações, dezenove pereceram, não por conquistas vindas de fora, mas pela decadência interna.”.

Outro historiador, Dr. J.D.Unwin, da Universidade de Cambridge, dedicado a fazer estudos de dezoito civilizações, abrangendo o período de quatro mil anos concluiu que uma sociedade ou escolhe a promiscuidade e se arruína ou escolhe a disciplina e a energia criadora.


No contesto geral dos progressos da solidificação do desenvolvimento de civilização, e conseqüente felicidade de um povo, não se conta somente o desenvolvimento econômico e financeiro, apresentados pelas estatísticas dos espertos em fatores econômicos, cujos desenvolvimentos podem ser resultados das explorações dos recursos naturais perecíveis, sem o acompanhamento do nivelamento da distribuição das riquezas e aprimoramento sócio cultural da população.

Desenvolvimento que solidifica a dignidade das pessoas, a distribuição honesta e equilibrada da justiça.

A fortuna de um povo começa com a sorte de encontrar um líder ou um grupo de liderança honrado que, com a característica de convencer, consegue induzir seus liderados, por atitudes de dignidade, fazer com que cada um se sinta responsável pelo bem de todos.

Pois não existe comunidade que permaneça integra ou mesmo integrada sem a grandiosidade moral, dos seus líderes, com o pulso da autoridade de respeito de disciplina. Quando enérgico, com alto senso de humanismo.

Uma história da velha Grécia conta que certa vez um mestre propôs aos discípulos pintarem a figura de um animal com os traços que descreveu.

Ao verificar s trabalhos de cada um apresentava, chamou a atenção que não havia semelhança ou identificação entre um desenho e outro.

A conclusão era não ter havido um modelo.



Na política, na formação de um povo e a sua condução, não é suficiente que se escrevam leis, constituições e normativas, se os dirigentes, as lideranças políticas e governamentais não servirem de modelos honestos de comportamento.

Pior.

Quando os modelos se tornam viciosos e depravados indicando ao povo que o caminho do sucesso é a desonestidade.

Costuma-se dizer que cada povo tem o governo que merece.

Mentira. Cada governo tem nas mãos o povo que lhe interessa, pelas ações de honestidade ou desonestidade, subornos ou equilíbrio de comportamentos, com programas e filosofias humanistas ou com interesses de domínio e uso fruto das delicias dos cargos que dominam.

Daí uma nação será forte e equilibrada por seu povo bem conduzido ou será um antro de ladrões, um covil, que se consumirá a si própria pela gula desmedida.


Soc. Brasileira de Médicos Escritores- Vice presidente no Paraná.

Centro de Letras do Paraná.// Academia de Letras de Londrina.

Academia de Letras Centro Norte do Paraná


06/16/2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

Tuminha sinaliza que vai usar sua capacidade de policial para dar o troco aos responsáveis por sua degola...




A prevista detonação do Secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior - publicada no Diário Oficial de hoje - tem tudo para custar muito caro para o chefão Lula da Silva e seus companheiros mais próximos - de negócios e governo. Tuminha sinalizou ontem que não vai perdoar os responsáveis por sua exoneração e vai dar o troco:

“Tenho defeitos, mas não sou ladrão. Não sou bandido. Eu vou provar que sou inocente. Isso é uma aberração jurídica, uma orquestração criminosa, uma violência política. Eu não vou dar pista para eles. Eu vou me defender. Vou mostrar tudo com transparência. Eu sou policial. As pessoas têm que saber o que está nesse inquérito”.
Tuma Júnior alega que sua saída do governo foi provocada por inimigos de seu pai, o senador Romeu Tuma (PTB-SP), candidato à reeleição em São Paulo.

Tuminha reclamou ao jornal O Globo que se sente traído por gente "covarde" do governo, que não teve "coragem" de agir em sua defesa. O ex-secretário justificou que nada contra ele foi provado, por isso decidira continuar no cargo:

“Nenhuma das pessoas com quem eu mantive contato, quer sejam meus superiores, quer sejam meus subordinados, disse que eu não era inocente, que cometi crime, que cometi irregularidade. Se meus superiores dizem isso e afirmam que não houve quebra de confiança, eu não poderia me curvar a uma injustiça”.

Relevantes serviços

Mais curiosa foi a nota do Ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, justificando que Tuminha foi demitido para que pudesse preparar melhor a defesa.

O ministro só não lamentou a saída de Tuminha, mas ressaltou "os relevantes trabalhos prestados" por ele no cargo.

A chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Justiça, Izaura Miranda, assume interinamente a função que era de Tuminha.

Fala o que deseja, quando deseja, onde deseja, como se pairasse acima do bem e do mal.



Inteligência aloprada


Os índices de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não refletem apenas sua empatia popular.

São também fruto da capacidade que demonstrou, como governante, de preservar as conquistas de seu antecessor e avançar no crescimento econômico e na distribuição de renda, por meio de medidas como a elevação do salário mínimo, o aumento do crédito e a ampliação do programa Bolsa Família.


Bem sucedido no plano interno, Lula também fez fama no palco global. Tornou-se uma espécie de "popstar" da política emergente, o "cara" com quem chefes de Estado de variadas procedências querem aparecer na fotografia.


Tudo isso, como se sabe, confere ao presidente um papel relevante na disputa eleitoral -que ele tem exercido, aliás, com mais desenvoltura do que o recomendável.



Fala o que deseja, quando deseja, onde deseja, como se pairasse acima do bem e do mal.

Multado cinco vezes por ferir as regras eleitorais, chegou ao cúmulo de tratar juízes de maneira jocosa, em sintomático menosprezo ao Poder Judiciário.


No domingo passado, durante o lançamento da dupla Dilma Rousseff e Michel Temer, Lula não ofendeu a lei, mas a realidade.


Ao afirmar que seus oponentes "inventam" dossiês e fazem "jogo rasteiro", o presidente, sem cerimônia, inverteu os fatos e usou seu peso político para, mais uma vez, acobertar correligionários.


Até aqui, vieram dos bastidores petistas as evidências sobre montagens de dossiês para atingir rivais.



Além da investida contra o candidato José Serra e membros de sua família, a "equipe de inteligência" de Dilma levantou dados fiscais e financeiros sigilosos do tucano Eduardo Jorge, conforme a Folha revelou no último sábado.


Repete-se o que ocorreu na campanha de Aloizio Mercadante ao governo paulista -quando petistas tentaram forjar um dossiê contra o rival do PSDB.


Naquela ocasião foi o próprio Lula quem escolheu o termo que acabou por batizar os afoitos companheiros.


Ficaram conhecidos como "aloprados" -expressão que, pelo visto, não perdeu a validade quatro anos depois.

ARTIGO NO WALL STREET JOURNAL ARRASA COM A POLÍTICA EXTERNA DE LULA E O ACUSA DE “DANÇAR COM OS DÉSPOTAS”.



Por Reinaldo Azevedo

Mary Anastasia O’Grady, uma das mais respeitadas articulistas do Wall Street Journal, escreveu um dos mais duros artigos já publicados na imprensa americana sobre a política externa brasileira. Título: “A dança de Lula com os déspotas”.


O’ Grady não deixa pedra sobre pedra da política externa brasileira e acusa Lula de ter desperdiçado a chance de o Brasil ocupar um lugar com o qual sempre sonhou justamente quando estava prestes a alcançá-lo: “President Lula da Silva is snatching defeat from the jaws of victory”.

Segundo o O’Grady, a política externa brasileira tem sido usada por Lula como fator de ajuste para contentar as alas radicais do PT. Trata-se de um escudo para acomodar essas correntes, que, não obstante, são mantidas longe da economia. E vai ao ponto: o Brasil não está pronto para ser um protagonista na política internacional.

A articulista classifica Amorim de “antiamericano e anticapitalista”.

Huuummm, boa parte do que vai abaixo, como vocês verão, não nos é estranho. Segundo O’ Grady, para satisfazer as esquerdas, Lula agrediu gravemente a reputação do Brasil ao se colocar ao lado de alguns dos mais notórios violadores dos direitos humanos no mundo.


O fato é o seguinte:
a ficha definitivamente caiu.


Segue uma tradução que fiz, adaptando algumas expressões a que recorre a articulista a seu sentido em nossa língua e em nossa cultura. Com mais tempo, dá para melhorar muito. Mas acho que está eficiente.
*
Desde que fomos expulsos do Éden, o Brasil sonha tornar-se um país sério e um protagonista no cenário mundial. Agora, quando este sonho eterno estava se tornando uma realidade, Lula consegue fazer de uma vitória uma derrota ["is snatching defeat from the jaws of victory].

O Brasil pode estar ganhando algum respeito no front da economia e da política monetária, mas, quando se trata da liderança geopolítica, o presidente está fazendo um esforço adicional para preservar a imagem de um país ressentido, um cachorrinho ranheta do Terceiro Mundo [Third-World ankle-biter].

O mais recente exemplo de como o Brasil ainda não está pronto para figurar no horário nobre dos círculos internacionais se deu na semana passada, quando votou contra as sanções ao Irã no Conselho de Segurança da ONU.

A Turquia foi a única parceira do Brasil neste constrangedor exercício.

Mas a Turquia pode ao menos usar como desculpa suas raízes muçulmanas. Lula está levando a reputação do Brasil para o brejo [no Brasil, a gente diz assim; Mary prefere "areia"] só para a sua satisfação política pessoal.

O Brasil defendeu seu voto argumentando que “as sanções muito provavelmente levarão sofrimento ao povo do Irã e conduzirão o processo às mãos daqueles que, dos dois lados [da disputa], não querem que o diálogo prevaleça.

É um argumento sem nada dentro. As sanções não têm como alvo os civis, mas as ambições nucleares do Irã e seu programa de mísseis.

Quanto ao diálogo, é óbvio que, agora, o presidente Mahmoud Ahmadinejad precisa é de um pouco menos de conversa.

Se o Brasil considerou seu voto uma posição de princípio em defesa do que considera justo, é certo que mudou depressa. Depois de ter feito estardalhaço com as sanções, rapidamente anunciou que vai honrá-las. Isso sugere que pode ter avaliado a possibilidade de sair aos poucos de sua política externa lunática.

O Partido dos Trabalhadores de Lula é de esquerda, mas NÃO se deve confundi-lo [Lula] com um aplicado bolchevique.



Ele é simplesmente um político esperto, que veio do povo ["das ruas", no texto de Mary] e ama o poder e o luxo [ela escolhe a metáfora "limousines"; no Brasil, só usadas pelas noivas...].

Como primeiro presidente brasileiro do Partido dos Trabalhadores, ele teve de equilibrar as coisas úteis que aprendeu sobre os mercados e as restrições monetárias com a ideologia de sua base de apoio.

Sua resposta para esse dilema tem sido usar a Ministério das Relações Exteriores — onde uma burocracia geneticamente tendente à esquerda é conduzida por Celso Amorim, um intelectual notoriamente antiamericano e anticapitalista — para lustrar suas credenciais esquerdistas.

Essa amizade com os “não-alinhados” tem servido de justificativa para manter os ideólogos coletivistas fora da economia.

Mas a reputação do Brasil como um líder das economias emergentes sofreu enormemente. Para satisfazer a esquerda, Lula tem sido chamado a defender e exaltar os seus [da esquerda] heróis, que são alguns dos mais notórios violadores dos direitos humanos do planeta.

Uma análise de seus dois mandatos revela uma tendência para defender déspotas e desprezar democratas.

O repressivo governo do Irã é apenas o caso mais recente.

Há também o apoio incondicional de Lula à ditadura de Cuba e à Venezuela de Hugo Chávez.

Em fevereiro, Cuba permitiu que o dissidente político Orlando Zapata morresse de fome, na mesma semana em que Lula chegou à ilha de escravos para puxar o saco dos irmãos Castro.

Quando indagado pela imprensa sobre Zapata, Lula desqualificou sua morte como mais uma das muitas greves de fome que o mundo ignorou.

Ele certamente nunca ouviu falar do militante irlandês Bobby Sands.

Lula também ficou ao lado de Hugo Chávez quando este destruiu as instituições democráticas em seu país e colaborou com o tráfico de drogas das Farc.

Um Brasil maduro teria usado sua influência para fazer recuar o terrorismo de estado. Porém, na política de custo-benefício de Lula, as vítimas das Farc não contam.

Honduras não teve melhor sorte na era Lula.

O Brasil passou boa parte do ano passado tentando forçar aquele país a reempossar o deposto presidente Manuel Zelaua, apear de ele ter sido removido do poder pelos civis por ter violado a Constituição.

As ações brasileiras, incluindo o abrigo a Zelaya na embaixada brasileira por meses, criou imensas dificuldades econômicas para os hondurenhos.

Na semana passada, Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA, conclamou à volta de Honduras à Organização dos Estados Americanos (OEA), observando que o país realizou eleições e voltou à normalidade.

O Brasil objetou. “A volta de Honduras à OEA tem de estar ligada a questões como democratização e restabelecimento de direitos fundamentais”, disse Antonio de Aguiar Patriota, braço-direito do ministro das Relações Exteriores.

Uma questão ao Brasil: estaria ele se referindo a Cuba?

O Brasil vai realizar eleições presidenciais em outubro, e, apesar da popularidade com que Lula vai deixar o poder, não é garantido que a candidata do Partido dos Trabalhadores vá sucedê-lo.

Então Lula está oferecendo sangue [red meat] à base partidária ao pegar na mão de Arhmadinejad e votar contra o Tio Sam.


Vai funcionar?

Em grande parte vai depender se os que o vêem como aquele que levou o Brasil a desperdiçar uma grande chance estarão em maior número do que os que apóiam a sua dança com os déspotas.

Como advertiu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a política de Lula leva o Brasil a ficar mudando de lado, mas não está claro se os brasileiros estão de acordo.


segunda-feira, 14 de junho de 2010

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A periculosidade do inexistente - Olavo de Carvalho

Por Olavo de Carvalho
MSM

Seguir ao mesmo tempo duas ou mais linhas de ação contraditórias, confundindo a platéia e premoldando todas as opiniões em disputa nos debates públicos, é, pelo menos desde a Revolução Francesa, um dos preceitos estratégicos fundamentais e incontornáveis da esquerda mundial.

Sob o comando da organização marxista ironicamente denominada Free Press, e fortemente nutrido com subsídios de George Soros, o recém-fundado site www.StopBigMedia.com professa destruir as grandes empresas de jornalismo e substituí-las por uma "mídia democrática" governamental baseada na "diversidade" e empenhada em "dar voz às minorias".

Já ouvimos ameaça semelhante no Brasil, com a diferença de que veio diretamente do governo. Nos EUA é preciso agir com mais cautela: a Free Press não é uma agência oficial, apenas tem boas amizades nos altos círculos do governo Obama.

A pergunta que os observadores atentos farão à primeira vista é: Por que haveria o presidente americano de querer a extinção das instituições que o colocaram no poder, que defendem de unhas e dentes cada uma das suas políticas e que atacam com ferocidade inaudita quem quer que ouse investigar a sua vida pregressa e as suas inumeráveis alianças comprometedoras?

Mutatis mutandis, por que teria a esquerda brasileira desejado demolir os templos onde seus próprios ídolos são cultuados com tanta devoção e onde seus inimigos são queimados vivos em emocionantes autos-da-fé montados contra "a extrema direita", "o fundamentalismo religioso", "o fascismo", "o racismo" e não sei mais quantas criaturas do demo, entre as quais este humilde colunista?

A resposta é simples: seguir ao mesmo tempo duas ou mais linhas de ação contraditórias, confundindo a platéia e premoldando todas as opiniões em disputa nos debates públicos, é, pelo menos desde a Revolução Francesa, um dos preceitos estratégicos fundamentais e incontornáveis da esquerda mundial.

Os salões elegantes do século XVIII eram ao mesmo tempo o viveiro onde as idéias revolucionárias germinavam entre o beautiful people e o exemplo de vida opulenta e fútil das classes dominantes, apontado às massas pelos agitadores de rua como prova da urgente necessidade de um morticínio redentor.

Com a mídia, e não é de hoje, acontece a mesma coisa: é preciso ao mesmo tempo dominá-la desde dentro, fazendo dela um instrumento pretensamente neutro e insuspeito para dar apoio a causas esquerdistas selecionadas nos momentos decisivos, e denunciá-la desde fora como "arma ideológica da classe dominante".

Diante desse espetáculo, queda inerme e atônita a mente linear e rotineira do cidadão comum, que só entende a luta política como confronto explícito de ideologias prontas - ou, o que é ainda pior, imagina que os movimentos ideológicos desapareceram do cenário histórico tão logo os perfis deles se confundem um pouco ante o seu olhar turvo e rombudo de boi no pasto.

Por meio desse artifício, é possível operar de maneira brutalmente rápida, eficaz e quase imperceptível um giro completo no leque das opções políticas, levando precisamente àquele estado de coisas que temos hoje no Brasil: a parte mais branda da esquerda torna-se a única direita possível e, enquanto disputa cargos amigavelmente com os velhos companheiros de ideologia aos quais prestou esse gentil serviço, está madura para ser denunciada por eles mesmos como conservadora, reacionária e ultradireitista, amargando em silêncio a queixa de ingratidão que, se expressa em voz alta, denunciaria o esquema todo.

A ambigüidade premeditada da situação traduz-se em declarações dúbias e paradoxais que proclamam ao mesmo tempo a inexistência e a periculosidade do inimigo: de um lado, o sr. Presidente da República celebra a completa exclusão de candidatos de direita no próximo pleito; de outro, seu partido promete fazer das tripas coração para esmagar a direita nas urnas.


Artigos - Movimento Revolucionário

 14 Junho 2010

Romeu Tuma Júnior, secretário nacional de Justiça, é exonerado do cargo após denúncias de ligação com máfia chinesa


Romeu Tuma Júnior, secretário nacional de Justiça, é exonerado do cargo após denúncias de ligação com máfia chinesa


Por Jailton de Carvalho


UBERLÂNDIA - O secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, foi exonerado do cargo na manhã desta segunda-feira, mais de um mês após a publicação das denúncias de envolvimento com a máfia chinesa.

Em reunião no domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Siva e o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, chegaram à conclusão que não existe mais clima para o retorno do secretário, que entrou de férias no dia 13 maio, ao governo. O pedido de exoneração já foi encaminhado à Casa Civil.
Tuma Júnior é acusado de envolvimento com o chinês Li Kwok Kwen, o Paulo Li, preso por contrabando e outros crimes em São Paulo. Aqui.

A entrevista de Dilma Rousseff estampada por Veja na sua última edição é um exemplo de anti-jornalismo. Uma vergonha jornalística, uma propaganda política disfarçada.


Por Nivaldo Cordeiro 

Dilma não é apenas o continuísmo, é o mergulho do Brasil na associação com os revolucionários, os ditadores, os Estados delinqüentes, os narcotraficantes travestidos de estadistas na Venezuela, Equador e Bolívia. Veja omitiu-se vergonhosamente sobre o assunto.

A entrevista de Dilma Rousseff estampada por Veja na sua última edição é um exemplo de anti-jornalismo. O que poderia ser a oportunidade para aquele veículo de comunicação mostrar as entranhas da candidata do PT tornou-se um exercício de levantamento de bolas para ela cortar, em favor de sua campanha.

Uma vergonha jornalística, uma propaganda política disfarçada. Quero sublinhar aqui alguns trechos, pois as páginas amarelas de Veja serviram mais para ocultar do que para revelar o essencial da candidata.

A primeira pergunta de Veja foi menos uma interrogação do que uma afirmação:

"A senhora tem uma vantagem clara sobre o candidato Lula na eleição de 2002. Ninguém fala agora de um "Risco Dilma". Por quê?"


Ora, o certo teria sido colocar que não apenas a candidata, mas toda a política do Brasil de Lula, tem colocado o Brasil em graves riscos geopolíticos, bem como internos também.

Nada foi perguntado sobre o papel do PT no Foro de São Paulo, a interferência no governo de Honduras, o obtuso voto na ONU a favor da bomba atômica do Irã, a leniência do governo Lula com a Bolívia (ver o excelente artigo de Sérgio Fausto no Estadão de hoje sobre a expansão acentuada de produção de cocaína para o mercado brasileiro na Bolívia), o que quer dizer, com as FARC, a hostilidade para com a Colômbia, o alinhamento com a China (lembrar de que Lula reconheceu a China como economia de mercado, a piada do milênio).

O risco do Brasil jamais foi tão grande, mas para os próprios brasileiros, não para os investidores internacionais. A eleição da candidata não é apenas o continuísmo, é o mergulho do Brasil na associação com os revolucionários, os ditadores, os Estados delinqüentes, os narcotraficantes travestidos de estadistas na Venezuela, Equador e Bolívia.

Veja omitiu-se vergonhosamente sobre o assunto, permitindo à candidata dar declarações soporíferas e mentirosas, enganando os leitores (eleitores).

As perguntas seguintes giraram em torno dos alicerces da política econômica, obviamente aproveitadas para mais uma rodada de tranqüilizantes soporíferos. Nenhuma pergunta sobre o gritante desequilíbrio de nossa balança comercial, o sintoma mais evidente de que algo de muito errado está acontecendo na economia brasileira.

Nada sobre o abandono do mercado norte-americano, deprimindo as exportações. E qual é esse erro? O imenso gasto público, puxado pela expansão do funcionalismo e dos clientes da Previdência Social, os portadores de bolsa-ditadura e bolsa-esmola. Calar sobre isso é deixar a candidata fazer proselitismo solto, como se tudo estivesse em ótimas condições. Uma grande mentira jornalística.

A pergunta específica sobre a política de juros serviu para mais propaganda do governo Lula, perdendo-se a oportunidade de apontar o íntimo conluio entre o PT e os banqueiros e os rentistas, em prejuízo dos brasileiros.

Toda gente sabe que os pagadores do mensalão foram os banqueiros, mas a imprensa, conivente e omissa, não diz uma palavra sobre o assunto. Enquanto o mundo inteiro pratica juros negativos ou ligeiramente positivos, o Brasil tem a espantosa cifra de dois dígitos, agravando a despesa pública de forma cavalar e desnecessária, em detrimento da produção. Bem sabemos que alguém paga a conta da milionária campanha governista.

A pior pergunta, todavia, veio na parte final: "A sua opção pela luta armada na juventude vai ser um assunto da campanha eleitoral. As pessoas querem saber se a senhora deu tiros, explodiu bombas ou seqüestrou".

Além de negar que tenha tido responsabilidade direta nas atrocidades cometidas pela esquerda que pegou em armas, a candidata ainda mentiu miseravelmente ao dizer que "O objetivo prioritário era nos livrar da ditadura, e lutamos embalados por um sentimento de justiça, de querer melhorar a vida dos brasileiros".

O repórter da Veja ignorou a fato histórico de que a guerrilha comunista queria implantar aqui a ditadura do proletariado e que o movimento militar aconteceu exatamente para evitar que isso acontecesse. Tudo ao contrário das declarações da candidata.

Dilma Rousseff jamais lutou pela democracia e pela justiça, mas sim, pela ditadura nos moldes de Cuba e da China (e da antiga URSS, que mandava então fundos milionários para fazer a revolução armada entre nós).

Essa gente era militante do comunismo internacional, então em forte expansão.

Todos têm as mãos sujas do sangue dos brasileiros inocentes que mataram.

14 Junho 2010

Lula prejudica reputação do Brasil

Lula prejudica reputação do Brasil
Por Mary Anastasia O'Grady
Valor Econômico

O Brasil pode estar ganhando respeito no front econômico, mas quanto à liderança geopolítica, Lula acaba preservando imagem de país ressentido e com complexo de Terceiro Mundo

Provavelmente não demorou muito depois que fomos expulsos do Jardim do Éden para o Brasil começar a sonhar em se tornar um país sério e um protagonista no cenário mundial. Agora, justo quando parecia que o eterno sonho brasileiro iria se tornar realidade, o presidente Luiz Inácio Lula DA Silva está botando tudo a perder.

O Brasil pode estar ganhando algum respeito no front econômico e monetário, mas quando se trata de liderança geopolítica, Lula está fazendo horas extras para preservar a imagem que o país tem de ressentido e sofrer de complexo de Terceiro Mundo.

O exemplo mais recente de como o Brasil ainda não está pronto para ter um lugar de destaque nos círculos internacionais, foi dado na semana passada quando ele votou contra as sanções ao Iraque no Conselho de Segurança DA Organização das Nações Unidas (ONU).

A Turquia foi a única parceira do Brasil nesse exercício embaraçoso. Mas a Turquia pelo menos pode culpar a complexidade de suas raízes muçulmanas. Lula está prejudicando a reputação do Brasil em Nome de sua própria gratificação política.

O Brasil defendeu sua posição na ONU alegando que "as sanções muito provavelmente levarão sofrimento à população do Irã e favorecerão aqueles, nos dois lados, que não querem que o diálogo prevaleça". Não há nada nessa declaração. As sanções não são direcionadas para a população civil, e sim para as ambições nucleares e de proliferação de mísseis do Irã. Quanto ao "diálogo", deveria ser óbvio a esta altura que é preciso um pouco menos de conversa com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.

Se o Brasil considerava seu voto uma posição de princípios em defesa DA justiça, ele logo desistiu disto. Após protestar contra as sanções, ele rapidamente anunciou que vai honrá-Las. Isso sugere que o país pode estar tendo um certo reconhecimento DA diminuição dos retornos de suas políticas externas lunáticas.

O Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula é de extrema esquerda, mas ninguém deveria confundí-lo com um bolchevique determinado. Ele é apenas um político esperto que saiu das ruas e adora o poder e as limusines.

Como o primeiro presidente brasileiro eleito pelo PT, ele vem tendo que contrabalançar as coisas úteis que aprendeu sobre OS mercados e as limitações monetárias com a ideologia de suas bases.

Sua resposta a esse dilema tem sido usar seu Ministério das Relações Exteriores ? Onde uma burocracia de inclinações esquerdistas é comandada por um intelectual notoriamente antiamericano e anticapitalista, Celso Amorim ? Para polir suas credenciais esquerdistas. Com sua amizade com OS "não-alinhados" proporcionando um escudo, ele vem conseguindo manter OS ideólogos coletivistas fora DA economia.

Mas a reputação do Brasil de líder entre as economias emergentes vem sofrendo muito. Para satisfazer a esquerda, Lula vem sendo solicitado a defender e elevar seus heróis, que são alguns dos maiores violadores dos direitos humanos do planeta.

Uma análise de seus dois mandatos presidenciais revela uma tendência de defender déspotas e desrespeitar democratas. O repressivo governo iraniano é apenas o exemplo mais recente. Há também o apoio incondicional de Lula à ditadura de Cuba e ao presidente da Venezuela Hugo Chávez.

Em fevereiro, Cuba deixou o dissidente político Orlando Zapata morrer por causa de uma greve de fome, na mesma semana em que Lula chegou à ilha para se confraternizar com OS irmãos Castro. Ao ser perguntado pela imprensa sobre Zapata, Lula comparou sua morte a mais uma entre as muitas pessoas que fizeram greve de fome na história e que o mundo ignorou. Ele obviamente nunca ouviu falar do militante irlandês Bobby Sands.

Lula também mantém-se fiel a Chávez, depois dele ter destruído as instituições democráticas de seu país e colaborado com as Forças Armadas Revolucionárias DA Colômbia (FARC), que atuam no tráfico de drogas. Um Brasil adulto teria usado sua influência para liderar um esforço contra esse terrorismo patrocinado pelo Estado. Mas sob a análise dos custos e benefícios políticos de Lula, as vítimas DA violência das FARC não têm importância.

Os hondurenhos não se saíram melhores durante a viagem de Lula pelo poder. O Brasil passou boa parte do ano passado tentando forçar Honduras a reempossar o presidente Manuel Zelaya, mesmo tendo ele sido destituído pelo governo civil por violar a constituição.

As medidas brasileiras, inclusive abrigar Zelaya na embaixada brasileira por meses, criaram um sofrimento econômico imenso para os hondurenhos.

Na semana passada, a secretária de Estado Americana Hillary Clinton pediu a Volta de Honduras para a Organização dos Estados Americanos (OEA), observando que o país realizou eleições e voltou à normalidade. O Brasil foi contra.

"O retorno de Honduras à OEA deve ser atrelada e meios específicos que garantam a redemocratização e o estabelecimento de direitos fundamentais", disse o vice-ministro das Relações Exteriores do Brasil Antonio de Aguiar Patriota. Uma observação ao Brasil: Está se referindo a Cuba?

O Brasil realiza eleições presidenciais em outubro e embora Lula esteja saindo com elevados níveis de popularidade, isso não é garantia de sucesso para a candidata do PT. Portanto, ele agora está agradando sua base partidária dando as mãos a Ahmadinejad e votando contra o Tio Sam.

Será que isso vai funcionar? Muita coisa vai depender se o número de brasileiros que acham que ele está prejudicando a emergente relevância do Brasil vai superar o número daqueles que apoiam a dança de Lula com os déspotas.

Conforme alertou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a política de Lula está fazendo o Brasil "mudar de lado", mas não está nem um pouco claro se os brasileiros concordam com isso.

14/06/2010

domingo, 13 de junho de 2010

Lula desconfia de Obama em Natal e confia no presidente americano em Maceió


Por Augusto Nunes

Num único dia, duas versões do presidente Lula foram apresentadas a diferentes Estados nordestinos. Com o olhar de quem acabou de ver a noiva com outro, exibiu-se no Rio Grande do Norte o missionário pacifista que só não provou que os aiatolás atômicos são gente boa por ter sido atraiçoado por Barack Obama. Com o olhar de quem chegou do almoço, exibiu-se em Alagoas o estadista que nem precisou estudar para virar doutor em tudo e, depois de ouvir do intérprete que Barack Obama dissera que era ele o Cara, nomeou-se consultor-geral do mundo.


“Fiz tudo o que ele pediu, mas o Obama não cumpriu a palavra”, repetiu em Natal a voz de quem consola a viúva no velório. “Não é porque o Obama disse que eu sou o cara que vou achar que já fizemos tudo o que precisa ser feito neste país”, repetiu em Maceió a voz de quem, ao acordar, cumprimenta-se por ter nascido. Somadas, as performances da quarta-feira informam que Lula agora tem um Obama para cada plateia.

Talvez esteja convencido de que uma metamorfose ambulante pode tudo. Pode muita coisa. Pode até promover a amigo de infância o inimigo que vivia acusando de corrupto, como reafirmou a segunda aparição em Alagoas ao lado de Fernando Collor. Mas não pode avisar de manhã que perdeu a confiança em Obama e afirmar à tarde que confia em Obama. Discursos excludentes frequentemente convivem na mesma cabeça. Mas não saem juntos.

A carta assinada por Obama, segundo o destinatário, prova que não se deve acreditar em coisas que o remetente escreve. Se é assim, não faz sentido acreditar em coisas que um intérprete diz que o presidente americano quis dizer, como ocorreu na reunião do clube dos cucarachas em Trinidad-Tobago. Obama não fala português. Quem transformou em Cara o que chegou aos ouvidos de Lula como maimém e maigai foi o intérprete Sérgio Ferreira.

Em vez de ajudar a remover as pendências que afligem o continente americano, o deslumbrado incapaz de enxergar-se com alguma ironia passou a envolver o Brasil em crises distantes ─ sempre do lado errado. Para vergonha dos brasileiros sensatos, a mistura de soberba e ignorância já se fantasiou de Pacificador do Oriente Médio e de Domador de Aiatolás. A reação do esperto que virou otário informa que o fracasso da missão no Irã não encerrou o carnaval temporão. Vem mais por aí.

Na sessão do Conselho de Segurança da ONU, 12 países aprovaram a quarta rodade de sanções e o Líbano se absteve. Só o embaixador da Turquia, parceira do fiasco, juntou-se ao Brasil. Lula afirma de meia em meia hora que os 5% que desaprovam seu governo em pesquisas amigas não querem dizer nada. Só importam os 80% que, conforme os sensus da vida, acham que, se melhorar, estraga. Nesta semana, decidiu que na ONU são outros 500 (ou outros 51). Os 80% de aprovação obtidos pela ideia de enquadrar o Irã não querem dizer nada. Importante foi o voto da Turquia: significa que 6% do total acharam a proposta ruim ou péssima. Para autoritários vocacionais, minoria a favor é maioria.

Porque só ouve o que dizem os áulicos, os oportunistas e os esquerdistas psicóticos, Lula imagina que tem chances de virar secretário-geral da ONU e ganhar o prêmio Nobel da Paz. Por falta de coragem, os mercadantes não se atrevem a lembrar-lhe que a entidade jamais será comandada por alguém incapaz de falar corretamente qualquer idioma. Por falta de juízo, os dirceus não lhe contam que um comparsa dos pastores da violência jamais será promovido a campeão da paz.

Lula trata a pontapés a democracia hondurenha, afaga a ditadura cubana, aproxima-se de Hugo Chávez, hostiliza Alvaro Uribe, irrita-se com o acordo militar entre Colômbia e os EUA, hospeda em Brasília um embaixador das FARC, isola-se da comunidade mundial para servir ao Irã, ignora o contencioso do continente americano para colecionar trapalhadas em lugares que conhece de vista. A insatisfação crescente de antigos admiradores estrangeiros confirma que ninguém erra tanto impunemente.

O palanqueiro sem freios nem pudores gabou-se com tamanha insistência da construção do Brasil Grande que acabou acreditando na proeza imaginária. Hoje, acredita que o mundo é um grande Brasil. Logo saberá que não é.
10 de junho de 2010