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terça-feira, 15 de junho de 2010

Fala o que deseja, quando deseja, onde deseja, como se pairasse acima do bem e do mal.



Inteligência aloprada


Os índices de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não refletem apenas sua empatia popular.

São também fruto da capacidade que demonstrou, como governante, de preservar as conquistas de seu antecessor e avançar no crescimento econômico e na distribuição de renda, por meio de medidas como a elevação do salário mínimo, o aumento do crédito e a ampliação do programa Bolsa Família.


Bem sucedido no plano interno, Lula também fez fama no palco global. Tornou-se uma espécie de "popstar" da política emergente, o "cara" com quem chefes de Estado de variadas procedências querem aparecer na fotografia.


Tudo isso, como se sabe, confere ao presidente um papel relevante na disputa eleitoral -que ele tem exercido, aliás, com mais desenvoltura do que o recomendável.



Fala o que deseja, quando deseja, onde deseja, como se pairasse acima do bem e do mal.

Multado cinco vezes por ferir as regras eleitorais, chegou ao cúmulo de tratar juízes de maneira jocosa, em sintomático menosprezo ao Poder Judiciário.


No domingo passado, durante o lançamento da dupla Dilma Rousseff e Michel Temer, Lula não ofendeu a lei, mas a realidade.


Ao afirmar que seus oponentes "inventam" dossiês e fazem "jogo rasteiro", o presidente, sem cerimônia, inverteu os fatos e usou seu peso político para, mais uma vez, acobertar correligionários.


Até aqui, vieram dos bastidores petistas as evidências sobre montagens de dossiês para atingir rivais.



Além da investida contra o candidato José Serra e membros de sua família, a "equipe de inteligência" de Dilma levantou dados fiscais e financeiros sigilosos do tucano Eduardo Jorge, conforme a Folha revelou no último sábado.


Repete-se o que ocorreu na campanha de Aloizio Mercadante ao governo paulista -quando petistas tentaram forjar um dossiê contra o rival do PSDB.


Naquela ocasião foi o próprio Lula quem escolheu o termo que acabou por batizar os afoitos companheiros.


Ficaram conhecidos como "aloprados" -expressão que, pelo visto, não perdeu a validade quatro anos depois.

1 comentários:

Neoprotestante disse...

Eu não vou com a fachada da Dilma, mas essa foto dela com charuto é uma montagem.