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sábado, 7 de novembro de 2015

João Santana, o marqueteiro do PT, entra na mira da Lava Jato



João Santana, o marqueteiro da campanha eleitoral de Dilma Rousseff
(Patricia Stavis/Folhapress)



Por Rodrigo Rangel
Veja.com

João Santana, condutor das últimas grandes vitórias do PT, está em via de se transformar no mais novo estorvo do partido. Ele entrou na mira da Operação La­va-Jato. A partir da análise do emaranhado de contas mantidas em paraísos fiscais, o marqueteiro da campanha da presidente Dilma está sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público. Informações enviadas ao Brasil pelas autoridades da Suíça, que cooperam com os investigadores brasileiros, indicam que Santana recebeu secretamente dinheiro do esquema por meio de contas mantidas no exterior. Há indícios de que dinheiro do petrolão foi usado para pagar, lá fora, despesas de campanhas do PT. VEJA confirmou com três envolvidos na investigação que o marqueteiro do PT é figura central de um novo polo de apuração de ilícitos. Nas palavras de um investigador, "nunca antes a Lava-Jato chegou tão perto do Palácio do Planalto".

A inclusão de João Santana na lista de suspeitos tem potencial devastador. Foi no auge do escândalo do mensalão que Duda Mendonça, o mago das campanhas petistas, admitiu à CPI dos Correios que recebera no exterior o pagamento pelos serviços prestados durante a eleição de Lula. Agora, no auge do petrolão, João Santana, o sucessor de Duda, aparece como investigado pelas mesmas razões. Santana comandou as campanhas vitoriosas de Dilma Rousseff em 2010 e 2014, destacando-se na última por teatralizar uma série de mentiras sobre a realidade brasileira. "São especulações tão irrealistas e genéricas que não tenho nem o que comentar", disse Santana a VEJA na sexta-feira. Os dados enviados pelas autoridades suíças estão no Departamento de Recuperação de Ativos (DRCI) do Ministério da Justiça.

06/11/2015


Empreiteiras do petrolão pagaram R$ 17 milhões a empresa e instituto de Lula


Dinheiro repassado pelas empresas cujas cúpulas foram presas na Operação Lava Jato caiu nas contas do instituto do petista.

Odebrecht doou R$ 975 mil para instituto de FHC

Por Laryssa Borges, de Brasília
Veja.com
Sede do Instituto Lula, no Ipiranga, Zona Sul de São Paulo
(Marcos Bezerra/Estadão Conteúdo)

O grupo das maiores empreiteiras do Brasil repassou 17.233.278,62 milhões de reais para a empresa LILS Palestras e ao instituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontam documentos apreendidos pelos investigadores da Operação Lava Jato da Polícia Federal. Oficialmente, os recursos foram entregues para o pagamento de palestras do petista entre os anos de 2011 a 2014.

Entre os repasses às empresas ligadas a Lula, o maior é o da construtora Camargo Corrêa - 4.527.999,30 milhões de reais - seguido pela gigante Odebrecht, com transferências de 3.973.237,90 milhões de reais entre 2013 e 2014. No caso da Odebrecht, as parcelas variam de 359 000 reais até 1 milhão de reais e não estão computados nesses cálculos companhias ligadas ao grupo Odebrecht, como a Braskem.

Além das duas, a OAS repassou 3.572.178,52 milhões de reais, a Andrade Gutierrez outros 3.607.347,00 milhões de reais, a UTC, 357.621,12 reais e a Queiroz Galvão mais 1.194.894,78 de reais.

O trabalho da Operação Lava Jato indica que o Grupo Odebrecht monopolizou 16,6% dos contratos investigados no petrolão - ou 35,59 bilhões de reais - seguido, em volume de contratos, pelo Grupo Techint (10,2%), pela Queiroz Galvão (9,6%) e pelo Grupo Camargo Correa (9,2%).

O Instituto Lula disse, em nota, que a entidade e a LILS condenam o vazamento das informações e que "jamais receberam contribuições ou pagamentos ilícitos de quem quer que seja".

FHC - A Polícia Federal também mapeou na contabilidade da construtora Norberto Odebrecht registros de pagamentos Instituto Fernando Henrique Cardoso. Foram pagos 975.000 reais entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012, em parcelas que variam de 75.000 reais a 150.000 reais.

Em outubro de 2014, um e-mail retrata as negociações entre o instituto e a Braskem sobre as maneiras de fazer a doação: "A elaboração de um contrato, porém não podemos citar que a prestação de serviço será uma palestra do presidente" ou por meio de "uma doação direta".

A entidade informou que os repasses foram doados para um fundo de manutenção do instituto e estão registrados nos livros contábeis. O iFHC tem as contas supervisionadas pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.


06/11/2015




quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Prejuízo em refinarias leva TCU a investigar Dilma




DIMMI AMORA
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
Folha de São Paulo


A presidente Dilma Rousseff voltou a ser alvo do TCU (Tribunal de Contas da União) por sua participação como presidente do Conselho da Petrobras, entre 2005 e 2010.

O Tribunal aprovou nesta quarta-feira (4) processo em que os conselheiros e diretores da estatal terão que apresentar justificativa pelos prejuízos já apontados no balanço da empresa pelo cancelamento dos projetos das refinarias Premium I e II, no Ceará e no Maranhão, que somam R$ 2,8 bilhões. Conforme a Folha antecipou em setembro, os técnicos do tribunal investigam as decisões do conselho da estatal.

O mesmo deverá ocorrer com os prejuízos já contabilizados em outros dois grandes empreendimentos da Petrobras, as refinarias Abreu e Lima (PE) e Comperj (RJ).

Para o relator do TCU, ministro José Múcio Monteiro, as obras dessas refinarias foram aprovadas pelo Conselho sem que houvesse projeto e não foram analisados os gigantescos aumentos de custos. Segundo o relatório, será avaliado se os conselheiros cumpriram seu dever de fiscalizar os atos da diretoria, previsto em lei.

Dilma já foi alvo do TCU no processo que apura os prejuízo em Pasadena (EUA). Mas, naquele caso, a presidente estava respondendo pelas falhas que levaram a um prejuízo estimado em US$ 792 milhões (R$ 3 bilhões). Diretores da estatal estão sendo cobrados a devolver os recursos.

ODEBRECHT

Em outro processo, o TCU determinou que ex-diretores da empresa –entre eles José Sérgio Gabrielli, Paulo Roberto Costa, Graça Foster, Jorge Zelada, entre outros– apresentem justificativa ou paguem prejuízo de pelo menos US$ 3,7 milhões (R$ 14 milhões) já apurados em um contrato da estatal com a Odebrecht para manutenção das refinarias da Petrobras no exterior. Eles ainda podem recorrer.

O prejuízo total nesse contrato ainda vai ser apurado pelos técnicos e o valor de ressarcimento poderá ser alterado. O contrato foi firmado com a Odebrecht em 2010 por R$ 826 milhões. Dois anos depois, a empresa reduziu o valor para US$ 480 milhões devido aos valores dos serviços estarem elevados.

De acordo com o ministro relator, ministro Vital do Rego, a concorrência foi direcionada e a Odebrecht serviu como mera intermediária na contratação de empresas no exterior por preços mais de 1.000% acima do mercado.

A Petrobras e a Odebrecht romperam o contrato quando já haviam sido pagos mais de US$ 400 milhões. O TCU vai avaliar se houve superfaturamento nesses pagamentos.

A estatal pediu a devolução de US$ 3,7 milhões, após auditoria interna constatar pagamentos indevidos, mas a empresa não devolveu, alegando que era a Petrobras quem devia US$ 68 milhões. O caso virou uma disputa judicial entre as empresas.

04/11/2015


O jeca ameaçou: vou sobreviver. Que sobreviva morto como está, discursando para quem vê gente morta

Por Valentina de Botas
Augusto Nunes

A celebração acabrunhada do aniversário de 70 anos de Lula foi tão disfórica que Chico Buarque trocou os parabéns por um sinto muito. O verniz do mito cuja ascensão se traduziu em retrocesso para o Brasil só reluz aos olhos de quem prefere ver o brilho da chave do cofre ou dos devotos incuráveis. Ao tentar reverter o fluxo irreversível do perecimento, o jeca não se importa em tentar arruinar o que ainda resta do país exaurido.


Chocante?

Somente porque confirma as expectativas. Pois, o jeca faz da verdade, a cada instante, um desacontecimento: culpa a realidade pelas mentiras da Dilma candidata; debocha das investigações da Lava Jato; e açula as franjas radicais do espectro lulopetista numa resposta ao que chamam de “conservadorismo da direita raivosa” contra o “mandato popular” de Dilma e a candidatura dele em 2018. O jeca ameaçou: vou sobreviver. E daí? Que sobreviva morto como está, discursando para quem vê gente morta.


Há outro Brasil renascido que sobrevive apesar do jeca e da súcia, do assalto que não cessa, do futuro desfalcado, da perplexidade cansada na contemplação do absurdo cotidiano e da cotidiana naturalização forçada dele. Um Brasil que, nos gramados do Congresso, resistiu com inteligência e bravura ao ataque da pátria diminuta de um caudilho parido da mística chulé do líder popular oriundo da truculência do sindicalismo pelego que, já na origem, via o tal povo como meio e jamais fim.

O ataque recrutou até gestantes e crianças para dar cara de povo à horda alugada para ser fascista. A súcia não sabe nem quer saber quem é o povo, onde mora, as necessidades e os desejos dele. Para garantir o controle, prefere mistificar e contratar um povo de aluguel. Na dissimulação, abusa do adjetivo “popular” em sintagmas com “governo”, “democracia” ou “líder” para a sintaxe vigarista da discurseira dos patronos e esbirros de um Brasil caquético que perdeu no confronto com aquele que é só frescor e que mostrou o desejo de mais da metade dos brasileiros: não quer mais ver gente morta sobrevivente.

Parece pouco quando tudo em volta é uma nação em ruínas com ilhas de civilidade mal unidas por pontes escassas, mas também o jeca milionário de hoje começou com discursos que juntavam uma dezena de pessoas. A figura, cuja ascensão moral não acompanhou a política, tomba indigna sonhando apenas em sobreviver e, morrendo de medo da cadeia, desinventa a verdade apontando inexistente sabotagem à candidatura de 2018. Apesar de tudo ou por causa de tudo, não sei, há o fluxo e uma nação que não morreu e, renascida, deixa um cheiro de feriado na alma dos indignados que precisarão fazê-la vingar.


03/11/2015



terça-feira, 3 de novembro de 2015

Justiça condena ex-vice-presidente da Mendes Júnior a 19 anos de prisão


Cúpula da empreiteira foi condenada por participação no esquema do petrolão. Sergio Moro determinou ainda o pagamento de 31,47 milhões de reais como indenização à Petrobras

Por Laryssa Borges, de Brasília
Veja.com
Sergio Cunha Mendes, da Mendes Júnior, é condenado a 19 anos de prisão pelo escândalo do petrolão
(Adi Leite/Valor/Agência o Globo)

O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em primeira instância, condenou nesta terça-feira a cúpula da empreiteira Mendes Júnior por participação no esquema do petrolão e impôs a Sergio Cunha Mendes, ex-diretor vice-presidente Executivo da companhia, pena de 19 anos e quatro meses de prisão em regime fechado pelos crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

O diretor de Óleo e Gás da empreiteira, Rogério Cunha de Oliveira, recebeu pena de 17 anos e quatro meses, seu antecessor no cargo, Alberto Elísio Vilaça Gomes, dez anos de reclusão, e o operador e mensaleiro Enivaldo Quadrado foi sentenciado a sete anos e seis meses de prisão. Também foram condenados o advogado Antônio Carlos Fioravante Brasil Pieruccini, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e os ex-auxiliares de Youssef, João Procópio Prado e Carlos Alberto Pereira da Costa.

Na sentença, Moro destacou que a atuação da empreiteira no esquema criminoso instalado na Petrobras acabou por aumentar em 17% o valor dos contratos e disse que os condenados devem pagar, como indenização à estatal, 31,47 milhões de reais. A cifra equivale ao montante que a Justiça considera ter sido pago em propina à Diretoria de Abastecimento da petroleira.

Também entre as penas impostas aos empreiteiros e auxiliares que atuaram no propinoduto estão o confisco dos bens da GFD Investimentos, empresa utilizada pelo doleiro Alberto Youssef nas transações criminosas, e a proibição de Carlos Alberto Pereira da Costa, João Procópio Prado, Enivaldo Quadrado, Sergio Cunha Mendes, Rogério Cunha de Oliveira e Antônio Carlos Fioravante Brasil Pieruccini ocuparem cargos públicos ou funções de direção pelo dobro da pena recebida por cada um deles.

Segundo a acusação, a Mendes Júnior, uma das participantes do chamado Clube do Bilhão, participou do esquema criminosa de fraude de contratos e aditivos nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), das refinarias de Paulínia (Replan), Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR), e Gabriel Passos (Regap), entre Betim e Ibirité (MG), e dos terminais aquaviários Barra do Riacho, de Ilha Comprida e Ilha Redonda.

O Ministério Público chegou a pedir o pagamento de 237,64 milhões de reais, sendo 30,34 milhões de reais referentes ao valor projetado de propina pago pela construtora e 207,29 milhões de reais como compensação pelo dano imposto à Petrobras. A Justiça Federal do Paraná já havia determinado o bloqueio de 137,5 milhões de reais do Grupo Mendes Junior na tentativa de reaver, por meio de uma série de ações civis públicas de improbidade administrativa, os cerca de 6 bilhões de reais retirados dos cofres da estatal.

Nos autos da Operação Lava Jato, a Mendes Junior admitiu que repassou, de 2011 a 2012, cerca de 8 milhões de reais para as contas das empresas de fachada GFD Investimentos e Empreiteira Rigidez, controladas pelo doleiro Alberto Youssef, mas alegou que sofreu "extorsão" e foi "obrigada" a pagar a propina sob pena de ficar fora da disputa por contratos com a Petrobras. Em depoimento à polícia, o então diretor de Óleo e Gás da Mendes Júnior, Rogério Oliveira, por sua vez, afirmou que Youssef exigiu um porcentual de 2,2% a 2,4% de propina por três aditivos feitos pela Petrobras em contrato com a Mendes Júnior sobre a obra do Terminal Aquaviário de Barra do Riacho e por um aditivo na Refinaria de Paulínia. A Mendes Júnior também fechou um contrato de 2,7 milhões de reais, pelo consórcio formado por Mendes Júnior, MPE e SOG, com uma empresa do doleiro, para disfarçar o pagamento de suborno, como revelou o site de VEJA.
03/11/2015