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sábado, 8 de novembro de 2014

Eduardo Cunha: sem conversa com o PT. Pior para Dilma


Antiga pedra no sapato da presidente, deputado segue firme na briga pela presidência da Câmara. Ao revelar irritação com petistas, prenuncia 'tensão'

Marcela Mattos, de Brasília
Veja.com
Eduardo Cunha: se o PT não quer, não há diálogo
(Lúcio Bernardo Jr/Agência Senado/VEJA)
"Não há um espaço aberto que não haja um petista reivindicando”
Eduardo Cunha

Passadas as eleições presidenciais, uma nova disputa já domina os corredores da Câmara dos Deputados: a que definirá o novo presidente da Casa. E a briga aqui não se dá entre governo e oposição, mas entre os maiores partidos da base – PT e PMDB. Pivô da disputa, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é uma antiga pedra no sapato da presidente Dilma Rousseff. A ideia de vê-lo no comando da Câmara provoca arrepios nos petistas, que já lançaram um contra-ataque a sua campanha. E afirmam: “jamais” concordarão com a candidatura de um membro da base que “age como oposição”. Diante da postura do PT, Cunha afirma: “Quando um não quer, dois não conversam. Se eles têm uma postura radical, tudo bem. A democracia inventou uma maneira fácil de resolver isso, que é o voto”. Ao que parece, o propalado “diálogo” da presidente Dilma passará longe da disputa na Câmara – o que deve significar mais dores de cabeça para a petista.

Pouco depois de Cunha anunciar que procuraria o PT para conversar, o líder da sigla na Câmara, deputado Vicentinho (SP) afirmou nesta semana que não há espaço para conversas. E continuou: “Nós jamais vamos concordar com qualquer candidatura que signifique uma postura de oposição. Se é de um partido da base, como age sendo oposição?”, afirmou, pouco depois do PT definir que lançará uma candidatura adversária à do líder do PMDB. A decisão irritou Cunha.

Em conversa com o site de VEJA, Cunha indicou também certa irritação ao ser tratado como “oposição” pelos petistas. “Essa rotulação é equivocada ou, no mínimo, não é de boa fé. Eu não estou postulando uma candidatura como oposição, mas não sou um candidato submisso ao governo. O PT, nas vezes em que ocupou a presidência da Câmara, teve uma atitude muito mais receptiva ao Planalto do que, por exemplo, o Henrique Alves (PMDB-RN), atual presidente. Não quero levar a disputa da presidência da Câmara à continuidade da disputa eleitoral. Mas quero defender a autonomia do Parlamento”, continuou.

Nos bastidores, a campanha petista tenta propagar a tese de que a quebra do acordo firmado com o PMDB em 2007, pelo qual os partidos se revezariam no comando da Câmara, pode levar ao rompimento de outros pactos, como a distribuição das comissões que compõem a Casa, que também se dá em relação ao tamanho das bancadas. E desafia Cunha: “Os açodados comem frio. Com o PT unificado em época de composição ministerial, seria muita incompetência perder a presidência da Câmara”, disse um dos postulantes ao cargo. O PT ainda não definiu quem será o candidato do partido.

Já Cunha carrega a bandeira de que os deputados não querem apoiar uma dobradinha petista no Palácio do Planalto e na Câmara, que representa a segunda linha sucessória do presidente da República, atrás somente do vice-presidente. “A Casa não quer nenhum processo hegemônico. Não há um espaço aberto que não haja um petista reivindicando”, afirmou. E diz não temer ataques nos moldes feitos durante a corrida para a Presidência da República: “Qualquer maneira que não seja correta na disputa certamente vai acabar produzindo algum tipo de dificuldade de convivência posterior. Então, cada um escolhe um caminho”.

Nesta semana, PT e PMDB lançaram estratégias similares para intensificar a campanha: vão conversar com representantes dos partidos da Câmara em busca de votos. O peemedebista já tem praticamente definido o apoio do chamado “blocão”, composto por PR, PSC, PTB e Solidariedade, além do PMDB, e vai negociar individualmente com as bancadas. No mesmo molde, os petistas criaram uma comissão composta por ex-presidentes e lideranças influentes para dialogar com todos os partidos.

Turbulência – Cunha começou a pavimentar a candidatura já em fevereiro, quando passou a se reunir semanalmente com lideranças partidárias, consolidando o “blocão”. À época, teve nas mãos quase metade dos deputados da Casa, que agiam em sintonia às suas demandas, como as mudanças em torno do Marco Civil da Internet – aprovado somente depois que o governo concordou em acatá-las. Estudioso das matérias de seu interesse e profundo conhecedor da legislação da Câmara dos Deputados, o parlamentar fluminense consegue brincar com o andamento das sessões recorrendo a estratégias regimentais. Graças a ele, por exemplo, a votação da regulação portuária se arrastou por mais de 30 horas em dois dias e foi alterada às pressas pelo governo para viabilizar a aprovação, antes que perdesse a validade.

Também é de praxe Cunha causar dificuldades ao governo para impor suas vontades. Caso emblemático se deu em 2007: relator da emenda na Comissão de Constituição e Justiça, o deputado somente apresentou parecer pela prorrogação da CPMF – um apelo do então presidente Lula – após ter a presidência de Furnas em suas mãos. Ele indicou o ex-prefeito do Rio Luiz Fernando Conde para o cargo.

Agora, o deputado já antecipa o posicionamento contrário a matérias caras ao governo petista, como a regulação econômica dos meios de comunicação e o plebiscito para a reforma política. Os dois temas compõem resolução divulgada nesta semana pela cúpula do partido. “O PMDB é absolutamente contrário à regulação da mídia e ao plebiscito, como foi contrário aos conselhos populares. Então nós temos pelo menos três divergências claras, três contrastes fortes com o PT, o que talvez provoque tensão no debate”, diz.
08.11.2014

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

No dia 15 de novembro, todos nas ruas contra a “República de Bananas”!




  

Por Rodrigo Constantino

Indivíduos indignados com os rumos de nosso país pretendem se reunir nesse feriado do dia 15 de novembro, que celebra nossa República, para protestar contra o atual governo, a roubalheira impune, o abuso de poder, o autoritarismo, o desejo de controlar a imprensa etc. A mobilização é necessária e muito bem-vinda. O governo teme gente nas ruas, e o PT perdeu esse monopólio.

Por isso mesmo tenta desqualificar essas milhares de pessoas que espontaneamente se manifestam. Quer associar essa gente toda a “movimentos golpistas” ou antidemocráticos, reacionários que não aceitam as regras do jogo. É o contrário! Justamente por desejarem as regras do jogo é que protestam contra o PT, que fez o “diabo” para vencer. Querem investigações para comprovar a lisura do processo, e querem punições para os corruptos.

Todo cuidado é pouco. Sabemos do que essa turma é capaz. Podem até mesmo infiltrar seus agentes nas passeatas para destruí-las de dentro, acusando-as de demandar golpe militar ou algo do tipo. Não! As manifestações devem clamar pelo respeito aos valores republicanos e democráticos, pelo fortalecimento de nossas instituições, e não sua substituição.

Que todos lotem as ruas nesse feriado de nossa República, de forma ordeira e pacífica, com uma mensagem de resgate de uma democracia sólida. Que protestem contra essa “República de Bananas” que o PT vem instalando em nosso amado Brasil!

Segue, por falar nisso, um artigo meu publicado em 2011 no GLOBO sobre o assunto, justamente no aniversário da República também:



República das Bananas


“Vês, pois, que, onde tudo está sob o poder de uma facção, não se pode dizer que existe República.” (Cipião)

Neste feriado, que celebra mais um aniversário de nossa República, vem ao caso refletirmos sobre os rumos de nosso país. Até que ponto vivemos sob um regime que podemos chamar, efetivamente, de republicano?

Todos dizem defender a “res pública”, até mesmo os regimes socialistas totalitários. Mas a essência do modelo republicano está na questão da representatividade. Sem um modelo eficiente de representação política, com claros limites constitucionais ao poder do Estado, não é adequado chamar de República o regime.

Sob esta ótica, o Brasil não está nada bem na foto. Feudalismo, patrimonialismo ou mercantilismo: esses são os termos mais adequados para descrever nosso modelo. Há extrema concentração de poder no governo central, dominado por uma patota que transformou a coisa pública em “cosa nostra”. O Estado foi privatizado. A pilhagem é sistemática.

Um “Ogro filantrópico” (Octavio Paz). Um “Dinossauro” (Meira Penna). Estas são as imagens mais fiéis ao Estado brasileiro, uma máquina que distribui privilégios aos “amigos do rei”, enquanto espalha os custos, especialmente sobre a classe média, esmagada pelos impostos e sem representação política adequada. Ou o leitor se sente representado em Brasília?

Nossa República nasceu sem participação popular. Entre os principais motivos de descontentamento com a monarquia, estavam os altos índices de analfabetismo e de miséria. Pergunto: como estamos após 122 anos? Malgrado algumas conquistas, parece evidente que o modelo tem fracassado, e muito. Temos elevado índice de analfabetismo funcional, péssima qualidade de ensino público, e muita miséria ainda.

Inúmeros parasitas são sustentados pelas benesses estatais, restando aos hospedeiros uma fatura que já chega a um trilhão de reais! Se as instituições republicanas já eram frágeis, foram enfraquecidas ainda mais durante a gestão petista. O ex-presidente Lula muito contribuiu para esgarçar de vez os valores republicanos, ao escancarar, com escárnio, suas alianças espúrias em nome da “governabilidade”.

O “mensalão”, com sua completa impunidade até agora, foi a pá de cal nas esperanças daqueles que sonham com um modelo mais justo e ético. Levaremos anos, quiçá décadas até recuperarmos os estragos causados pelos abusos de poder do lulopetismo. O Estado foi transmutado em um gigantesco instrumento de compra de votos, possível graças ao crescimento chinês, que inundou o Brasil com divisas para a compra de recursos naturais. A expansão de crédito fez o restante.

O governo criou bolsas para diversas classes, desde as esmolas para os mais pobres, até a “Bolsa Empresário” do BNDES. Os sindicatos foram comprados, assim como a UNE, que aderiu a um constrangedor silêncio frente aos infindáveis escândalos de corrupção. As ONGs, agora em evidência, ignoraram a letra N e se tornaram braços governamentais envoltos em esquemas de desvio de recursos públicos. As exceções comprovam a regra.

Alguns podem alegar que a elevada popularidade justifica isso tudo. Os que assim fazem, apenas demonstram não compreender o conceito de República. Até Mussolini foi popular na Itália fascista! Como Cícero explica nos diálogos sobre a República Romana, “não creio que corresponda mais o nome de República ao despotismo da multidão”. Tirania popular ainda é tirania.

O Brasil não chega a tanto, é verdade. Não estamos no mesmo estágio da Venezuela de Chávez, a despeito do desejo de muitos petistas. Mas ainda vivemos no Antigo Regime, das castas e capitanias hereditárias, tributário do autoritarismo da Era Vargas e do positivismo. Estamos muito distantes da Grande Sociedade Aberta e do império da lei isonômica.

O alerta feito por Ayn Rand mostra a precária situação brasileira: “Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”.

Vamos deixar isso acontecer passivamente? Republicanos legítimos, uni-vos! Está na hora de romper com os grilhões do patrimonialismo e instaurar uma República de fato em nosso país.


07/11/2014

Promotoria quer ouvir delator da Lava Jato sobre aumento de renda de Sérgio Machado


Ministério Público Estadual do Rio investiga evolução patrimonial de presidente licenciado da Transpetro

Ricardo Brandt e Fausto Macedo
Estadão


PAULO ROBERTO COSTA/CPMI

O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro solicitou à Justiça Federal no Paraná que autorize o depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar, em um inquérito que apura “incompatível aumento de renda” do presidente licenciado da Transpetro Sérgio Machado – indicado para o cargo pelo presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) e citado na Operação Lava Jato.

“Indispensável a oitiva de Paulo Roberto da Costa” afirma a promotora de Justiça Glaucia Maria da Costa Santana no inquérito aberto em 2010 para apurar “suposta evolução patrimonial incompatível com a renda do presidente da Transpetro”.

Paulo Roberto Costa é o alvo maior da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Ele fez delação premiada e citou pelo menos 32 parlamentares como supostos beneficiários de propinas no esquema de corrupção da Petrobrás.

A promotora não cita o nome de Sérgio Machado no pedido, mas ele se refere dentro inquérito instaurado em 2010 – quando Machado já presidia a subsidiária da Petrobrás, responsável pela transporte de petróleo e derivados da estatal.

Indicado por Renan, ele ocupou até a segunda-feira da semana passado a presidência da Transpetro, quando pediu afastamento do cargo após ter seu nome envolvido na Operação Lava Jato.

Paulo Roberto Costa afirmou em depoimento no dia 8 de outubro à Justiça Federal em Curitiba que recebeu de Machado R$ 500 mil em dinheiro, referente a propinas atrasadas, na negociação de um navio. O dinheiro, segundo o delator, foi entregue no próprio apartamento do ex-presidente da Transpetro, no Rio.

Titular da 6ª Promotoria de Cidadania do Rio a promotora solicitou ao juiz federal Sérgio Moro, que preside as ações penais da Lava Jato – que resultaram na prisão de Costa – a autorização para ouvir o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás em sua casa, no Rio, onde ele cumpre prisão domiciliar desde que fez a delação.

LEIA O PEDIDO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:

transpetro - pedido

No pedido, a promotora estadual do Rio quer ouvir Costa também em outro inquérito aberto em 2010 sobre o suposto superfaturamento na contratação da empreiteira Andrade Gutierrez nas obras de ampliação do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobrás (Cenpes). A obra foi inaugurada em 2010 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Andrade Gutierrez é uma das 14 envolvidas na Operação Lava jato com parte de um suposto cartel que miravam as obras na estatal.

07 novembro 2014


O Herói da Rendição continua de olho no trono de imperador da economia

Por Augusto Nunes

Bigodão de ditador cucaracha realçado pela deserção do topete, condecorações imaginárias transformando em farda o terno cinza-Brasília, o companheiro Aloizio Mercadante tem caprichado na pose de general do miúdo exército leal à presidente reeleita. Neste começo de novembro, entrincheirado no gabinete do 4° andar reservado ao chefe da Casa Civil, o comandante concentrou-se na etapa inicial da guerra, planejada para despejar do Palácio do Planalto (ou impedir que ali consigam alojar-se) os infiéis assumidos, os fariseus dissimulados e os suspeitos de sempre.

Empunhando o trabuco que dispara intrigas, o combatente que não sabe a diferença entre um gatilho e uma bala anda se gabando das duas baixas resultantes do tiroteio. Guido Mantega, fabricante de previsões cretinas e especialista na ocultação de provas do fiasco da política econômica, vai perder em janeiro o emprego de ex-ministro em exercício. Gilberto Carvalho, a caixa preta de Santo André acampada no Planalto há 12 anos, conformou-se em servir ao PT em outras freguesias. Deverá ser incorporado ao mobiliário do Instituto Lula, mais seguro e mais rentável.

Se sobreviver sem ferimentos a essa etapa inicial, Mercadante talvez consiga anexar o posto de primeiro-ministro de araque ao considerável acervo de títulos honoríficos que mereceu, façanhas de chanchada que protagonizou e monumentos ao ridículo que ergueu. Ele foi promovido a Herói da Rendição por esta coluna graças aos incontáveis recuos, mudanças de rumo, retiradas e capitulações que liderou em poucos anos. Em abril de 2010, por exemplo, como recorda o post reproduzido na seção Vale Reprise, nosso herói precisou de poucas horas para revogar o irrevogável e renunciar à renúncia que o afastara da liderança da bancada do PT no Senado.

Em 13 de junho de 2010, Mercadante reivindicou a paternidade de um prodígio capaz de matar de inveja o mais milagreiro dos santos: para atender ao pedido do autor de “Brasil, a construção retomada’, Lula não só havia lido o livro de ponta a ponta como escrevera o prefácio. Até os bebês de colo e os índios das tribos isoladas sabem que o ex-presidente não fez mais que garatujar a assinatura embaixo do palavrório encomendado a algum companheiro alfabetizado. Mercadante continua jurando que aquilo foi redigido pelo chefe incapaz de desenhar um O com o fundo da garrafa.

A mistura de currículo com prontuário informa que Mercadante merece uma vaga na comissão de frente do bloco que agrupa os incapazes capazes de tudo. Candidato a governador de São Paulo em 2006, enrascou-se na história da compra de um dossiê forjado para prejudicar o adversário José Serra. Foi socorrido por Lula, que rebaixou a “bando de aloprados” uma quadrilha a serviço do PT e transformou em coisa de louco um escandaloso caso de polícia.

Sempre por ordem do chefe, em 2010 Mercadante disputou de novo o Palácio dos Bandeirantes em 2010. De novo, naufragou no primeiro turno. Não é pouca coisa. Mas quem conhece a figura sabe que o ex-senador, ex-ministro de Ciência e Tecnologia, ex-ministro da Educação e agora chefe da Casa Civil trocaria tudo ─ honrarias, galardões, sacos de dinheiro, prefácios e todas as demais proezas ─ por uma temporada no cargo que persegue desde o dia do parto.

O menino ainda não sabia falar quando revelou aos pais que queria ser ministro da Fazenda. Nem Lula topou ir tão longe: preferiu nomear o médico Antonio Palocci a instalar no ministério um economista como Aloizio Mercadante. Mas ele está bem no retrato que Dilma leva na bolsa. E ela talvez acredite que ninguém no mundo é pior do que Guido Mantega. Aos 60 anos, o Herói da Rendição continua de olho no trono de imperador da economia. Enquanto não for anunciado o escolhido, a ameaça estará apavorando o Brasil que pensa, presta e trabalha.

Antes que tivesse nascido nas urnas a frente antipetista formada por 51 milhões de brasileiros, o fecho deste texto repetiria a sugestão de praxe: oremos. Mas o resultado da disputa eleitoral informa que rezar já não é a única opção. Que tal mostrar nas ruas que o país já não é propriedade dos farsantes, gatunos e ineptos que ainda infestam o coração do poder?

07/11/2014



Dilma encampa projeto petista de regular a imprensa




Por Reinaldo Azevedo

Na VEJA.com. Ainda voltarei ao assunto.
Na semana em que a Executiva do PT publicou resolução em que faz diversos ataques à oposição e prega a regulação dos meios de comunicação em prol da hegemonia do partido, a presidente Dilma Rousseff admitiu que pretende abrir um “processo de discussão” sobre a regulação econômica da imprensa. Disse que não sabe ainda como será esse processo, mas afirmou que “isso jamais poderá ser feito sem consultar a sociedade”. Sobre a resolução do partido, a presidente afirmou: “Eu não represento o PT, represento a Presidência da República”, informa a versão on-line do jornal O Globo. “A opinião do PT é a opinião do partido, não me influencia. Não sou presidente do PT, sou presidente dos brasileiros”, disse Dilma, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

“Liberdade de imprensa é uma pedra fundadora da democracia. E a liberdade de expressão talvez seja a maior coisa que emergiu da democracia”, disse. “Democracia é o direito de todo mundo ter uma opinião mesmo que não concorde com ela”, prosseguiu. Na sequência, Dilma afirmou que “outra coisa é confundir isso com a regulação econômica do setor”. “Essa é uma outra discussão. Diz respeito a monopólios. Em qualquer setor econômico, seja energia, petróleo, tem regulações e a mídia não pode ter?”, questionou.

Assim como o controle de conteúdo, o fim do que o PT classifica como “monopólio dos meios de comunicação” sempre foi bandeira defendida nos projetos do partido para regulação da imprensa. Ou seja, além de voltar sua artilharia contra os grandes grupos de comunicação, sempre alvo dos irados discursos petistas contra a imprensa, o partido busca golpear a receita publicitária dos veículos de informação – o que poderia redundar, no futuro, no controle indireto do conteúdo pelo governo. Desde que assumiu o Planalto, a presidente vinha mantendo distância do projeto petista de controle da imprensa: sepultou, inclusive, o projeto de lei para “regulação das comunicações” elaborado pela legenda durante o governo Lula, e que trazia na raiz o embrião autoritário da censura.
(…)

06/11/2014


quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Brigadas Internacionalistas acertaram na Venezuela, com MST, mostrar que mídia brazuca mascara “tomada violenta do poder” como “atos estudantis pacíficos”




Este blog há uma semana noticiou com exclusividade que Elías Jaua, vice-presidente setorial do Desenvolvimento do Socialismo Territorial da Venezuela e titular do Ministério das Comunas, esteve aqui para treinar os militantes do MST.

Trouxemos também a carta que ele foi obrigado a escrever, pedindo desculpas por ter plantado seu revólver em sua babá, para poder invadir o Brasil armado, e assim, quem sabe, dar aulas de tiro ao alvo para o MST.

A mídia reverbera nosso furo uma semana depois informando hoje que o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, chamou na quarta-feira o encarregado de negócios da Venezuela, Reinaldo Segóvia, para manifestar a insatisfação do governo brasileiro com as atividades do vice-presidente e ministro para o Poder Popular das Comunas e Desenvolvimento Social, Elías Jaua, no Brasil.

O que não se sabia, ainda, é que a vinda de Elias Jaua ao Brasil,e seu encontro com o MST, foram acertados num evento marxista campesino realizado pelo Encontro de Brigadas Internacionalistas da Venezuela, em setembro passado.
Você pode encontrar o relato completo aqui:

Abaixo, um resumo traduzido: o que chama atenção é o trecho em que os “internacionalistas” acusam a mídia de reduzir o projeto de tomada do poder das mãos da burguesia, com uso da violência, a “movimentos estudantis pacíficos”.

Ou seja: eles á estariam em guerra pela tomada do poder…

CUIDADO COM OS AGENTES PROVOCADORES E COM OS TOLOS! HÁ UMA AGENDA BEM MAIOR DO QUE O SAI OU FICA DILMA




Vocês já perceberam que há forças empenhadas em transformar protestos justos e pacíficos em manifestações golpistas

Por Reinaldo Azevedo


Como vimos aqui, até Rodrigo Janot, procurador-geral da República, andou a falar sandices. Não fez diferente João Otávio de Noronha, corregedor do TSE. Amplos setores da imprensa, imantados pela mística petista, vão pelo mesmo caminho.

Já fiz este alerta aqui uma vez e o faço de novo: os democratas, os que defendem uma sociedade aberta, formada por cidadãos livres, que não subordinam a sua consciência a um partido ou a um ente de razão qualquer, precisam tomar muito cuidado com os provocadores e com os tolos.

Tudo o que se anuncia no horizonte indica que não experimentaremos dias tranquilos, até porque, basta olhar, Dilma Rousseff vive em meio a forças que a empurram em sentidos contrários.

Se a presidente precisa desesperadamente da credibilidade dos agentes econômicos, ou o país vai à breca — e isso quer dizer que está obrigada a fazer um governo mais responsável do ponto de vista fiscal e, portanto, menos generoso na gastança —, sofre a pressão do PT, que pretende atraí-la para uma agenda de esquerda.

O resultado tende ao imobilismo. E não é só. Os esqueletos se agitam no armário de 12 anos de mandarinato petista. Já está claro que essa gente, para citar Dilma, fez o diabo não apenas para se eleger e reeleger, mas também para se manter no poder.

Dito isso, voltemos ao ponto principal.

Impeachment de Dilma, sim, mas só se ficar comprovado que ela sabia da roubalheira na Petrobras.

Atenção!

Não se trata de matéria simples: não basta exigir que ela saia. Para tanto, é preciso que haja o devido processo legal. ANTES DE MAIS NADA, AS DENÚNCIAS TÊM DE ESTAR ANCORADAS EM PROVAS. Não faz sentido, por exemplo, pedir a anulação das eleições sem que se evidencie, de maneira inequívoca, que houve fraude na votação. Não tendo havido, o governo que se reelegeu, a despeito dos métodos a que recorreu — e que merecem repúdio —, é legítimo.

No embate com o petismo — na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapé —, é preciso ficar claro quem fala em nome do estado de direito, das leis, da Constituição, da moralidade pública.

A mobilização é, sim, necessária: isso sempre faltou, e falta ainda, a amplas parcelas da população, cuja agenda não se confunde com a dos militantes de esquerda ou com a dos petistas. MAS É PRECISO TOMAR CUIDADO COM PROPÓSITOS FINALISTAS COMO “QUEREMOS DILMA FORA DO PODER”.
O que quer que se faça tem de ser feito, insisto, dentro da lei e da ordem, segundo as regras do estado democrático e de direito. Sim, eu sei que muitos dos que chamam a si mesmos de “companheiros” não nutrem grande apreço por esse valor. Mas é preciso que seus adversários, então, se diferenciem por isso.

O mais provável, vamos ser claros, é que Dilma fique até o fim do mandato. Ora, até lá, muita coisa estará em disputa: os petistas querem uma reforma política autoritária, pensada para que se eternizem no poder; será preciso resistir.

Os petistas, desta feita, querem mesmo transformar o Supremo numa extensão do partido; será preciso resistir.

Os petistas querem fazer uma reforma tributária hostil a São Paulo, que identificam como palco principal do antipetismo; será preciso resistir.

Os petistas insistem em censurar os meios de comunicação; será preciso resistir.

O que quero dizer com isso?

Há uma agenda importante a ser combatida e a ser defendida, que é bem mais ampla do que o “sai ou fica Dilma”. É importante não cair na cilada de achar que basta bater bumbo para ela cair fora. É necessário que as provas apareçam e que elas ganhem importância política.

E finalizo lembrando, uma vez mais, que é preciso tomar cuidado com os provocadores — que vão se imiscuir em protestos com palavras de ordem extremistas para desvirtuá-los — e com alguns poucos tolos, minoritários, que pedem intervenção militar quando, de fato, é hora de o espaço público ser ocupado pela sociedade civil.

A luta para recuperar valores da democracia é longa, contínua, cotidiana. Não se esgota em um dia nem prevê atos de força.
06/11/2014

Mitomania de Dilma e incompetência desmedida do governo afundam o Brasil no pântano da crise


Sem desculpa



Por admin
ucho.info


“Incompetente”. Eis o adjetivo que nos últimos quatro anos o ucho.info usou para referir-se ao governo petista de Dilma Rousseff. “Mentirosa”, assim rotulamos a presidente da República, que, embalada pela mitomania, foi eleita em 2010 no rastro da tese da “garantia da continuidade”. De fato Dilma cumpriu a promessa da teria esdrúxula do então presidente Lula, que escolheu com precisão alguém para não apenas sucedê-lo no cargo, mas para avançar com a lambança que marcou seus dois mandatos. Como cada povo tem o governante que merece, Dilma foi reeleita.

Desde 1º de janeiro de 2011 afirmamos que o desgoverno do PT simplesmente ignora o planejamento. O que pode ser conferido em qualquer setor, pois é enorme a confusão que tomou conta do País. Nada, em qualquer rincão verde-louro, funciona em condições mínimas de aceitabilidade. O Brasil transformou-se em no paraíso dos absurdos oficiais.

Para manter-se no poder por longo período, o PT não pensou duas vezes antes de se agarrar ao populismo barato. Inicialmente reforçou o Bolsa Família, fazendo do programa uma ferramenta para aumentar e manter o obediente curral eleitoral por meio de esmolas mensais. Na sequência, o governo petista enxergou na demanda reprimida uma oportunidade para transformar Lula em uma espécie de Messias tupiniquim. Para tanto bastou arremessar a parcela incauta da população na vala do consumismo. O endividamento familiar disparou, a inadimplência alcançou índices preocupantes, mas nada foi suficiente para frear a sandice palaciana. O mais importante era a falsa sensação de ter que levou ao êxtase cada um dos enganados por Lula e sua horda.

Quando, em dezembro de 2008, Lula ocupou os meios de comunicação para pedir aos brasileiros a sensível e repentina elevação do consumo como forma de combater os efeitos colaterais da crise global, o ucho.info não demorou para afirmar que se tratava de uma enorme loucura por parte do governo central. A decisão irresponsável, alertamos, afetaria a economia como um todo, ressuscitando a inflação, achatando salários e instalando a crise em todo o território nacional. Sem contar as muitas outras consequências que listamos e que nos fizeram alvo de críticas do staff presidencial, que se limitou a dizer que torcíamos contra o Brasil e os brasileiros. Discurso típico de incompetente.

Com a população saindo às compras no vácuo do crédito fácil, a tragédia primeira foi o aumento da demanda em setores básicos da economia, como energia e combustíveis. Sem capacidade de atender às necessidades dos novos e vorazes consumidores, o País começou a caminhar sobre o fio da navalha, em termos de energia elétrica e combustíveis. Esse cenário fez com que as usinas termelétricas fosse acionadas, aumentando sobremaneira o custo da energia, e obrigou a Petrobras a sangrar seus cofres em pelo R$ 60 bilhões, prejuízo gerado pela importação de gasolina e diesel, produtos que foram vendido no mercado interno a preços subsidiados.

A conjunção de medidas irresponsáveis por parte do Palácio do Planalto fez com que a inflação oficial, medida pelo IPCA, não descolasse do teto (6,5%) do programa de metas instituído pelo governo central. A situação é tão crítica, que o Banco Central reluta em reduzir a taxa básica de juro, a Selic, que na última reunião do Copom foi elevada de 11% para 11,25% ao ano. A previsão dos economistas é que em 2015 a Selic pode chegar a 12%, se nada for feito para conter a inflação. Acontece que o aumento do preço dos combustíveis e das tarifas de energia elétrica neutraliza qualquer antídoto contra esse mal que vem corroendo do País e a dignidade de seus cidadãos.

Apesar da dura realidade comprovada por números incontestáveis, Dilma Rousseff garantiu, durante a campanha, que a crise é fruto do pessimismo dos adversários, que a inflação está próxima de zero e que o Brasil retomará em breve o crescimento econômico. Que a presidente divulgue o endereço desse novo País de Alice, o das maravilhas, porque é lá que metade da população brasileira deseja viver.

06/11/2014

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Dilma e as variantes de “fazer o diabo”. Ou: Desafio presidente a censurar publicamente resolução fascistoide do PT. Ela não o fará. Logo, seu diálogo é nada!





Por Reinaldo Azevedo

A Dilma como presidente é o que é; os números falam por si. A Dilma como pensadora assusta. Como esquecer de uma espetacular frase sua, disparada no dia 4 de março de 2013, durante uma solenidade em João Pessoa, na Paraíba? Refresco a memória de vocês: “Nós podemos disputar eleição, nós podemos brigar na eleição, nós podemos fazer o diabo quando é a hora da eleição. Agora, quando a gente está no exercício do mandato, nós temos que nos respeitar, porque fomos eleitos pelo voto direto do povo brasileiro”. Não é realmente um modo espetacular de propor a paz aos adversários?

Lula tinha feito “o diabo” para eleger Dilma. Desta feita, a própria Dilma piorou o diabo para se reeleger. E, a exemplo do que fez em 2003, também voltou a falar em diálogo, muito a seu modo. Numa solenidade com lideranças do PSD, em que pontificavam os ex-pefelistas Gilberto Kassab (presidente da legenda) e Guilherme Afif Domingos (que o PT já chegou a considerar um dos símbolos da “direita”), disse a represidenta:

“Desmontar os palanques significa perceber que, em toda democracia, disputam propostas e visões as mais diferentes, e isso é levado ao escrutínio popular. O povo considera o que será a proposta que ganhará majoritariamente apoio. Isso significa ter consciência do que é a democracia. Há que saber ganhar como há que saber perder”.

É verdade! Só acho éticas as vitórias humildes e as derrotas altivas — vale dizer: o que vence não procura esmagar o outro; o que perde não se humilha. Mas é esse o entendimento do PT? Sabem perder os que apostam nas instituições. Sabem perder os que não abrem mão de seus princípios. Sabem perder os que repudiam que alguém possa fazer o diabo para vencer uma eleição, não é mesmo?

Dilma foi além na exposição de um raciocínio que, lamento, chamarei de hipócrita. Afirmou:

“Nosso compromisso é mudar o ritmo da discussão. Se o nosso ritmo era de mostrar as diferenças, nós agora temos que fazer a trajetória inversa. Isso ocorre em qualquer democracia moderna no mundo”.

“Isso” o quê? Errado! Em nenhuma democracia do mundo um partido político se apropriaria de uma política do Estado e ameaçaria os pobres com o fim da concessão de benefícios caso o mandatário não fosse reeleito. Em nenhuma democracia do mundo um partido político ousaria dizer que seu principal adversário representa o retrocesso, o atraso e um golpe nas conquistas populares. Em nenhuma democracia do mundo uma legenda se referiria a seu principal oponente como abrigo de “machismo, racismo, preconceito, ódio, intolerância e nostalgia da ditadura militar”.

Isso não é diálogo entre os fortes. Isso não é saber ganhar. Se a presidente Dilma quer realmente dar uma demonstração de que está disposta a se comportar como chefe de Estado — daqui para a frente ao menos —, não como chefe de facção, comece por repudiar a resolução aprovada pela Executiva Nacional do PT, que é virulenta, rancorosa e autoritária. Se Dilma quer realmente uma conversa maiúscula, comece por censurar o seu partido, que associa a pauta de reformas, de forma confessa, à tentativa de criar a hegemonia política.

Quem quer dialogar — e não cooptar ou submeter — trata adversários com respeito antes das eleições, durante as eleições e depois das eleições. Quem quer dialogar não “faz o diabo”. Só faz o diabo quem acha que pode se dar bem no inferno.

Aliás, não entendi o propósito da reunião com o PSD. O partido integrou a chapa vitoriosa e já pertencia à base de apoio de Dilma. Tem um ministro: Guilherme Afif Domingos. Foi reafirmar apoio para quê? Só posso concluir que busca ampliar seu espaço no governo. Infelizmente, por essas bandas, também para governar se faz o diabo.


05/11/2014

O que significa “dialogar” para um partido de oposição? Ou: Papel da oposição é fazer oposição





Por Reinaldo Azevedo

Em toda parte, e aqui também, vocês lerão que, em seu primeiro discurso no Senado depois das eleições presidenciais, o tucano Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, condicionou o “diálogo” com o governo Dilma à apresentação de propostas concretas e a uma efetiva investigação dos malfeitos do petrolão. A notícia está certa. Ele realmente afirmou o seguinte: “Qualquer diálogo estará condicionado ao envio de propostas que atendam aos interesses dos brasileiros e, principalmente, tem que estar condicionado especialmente ao aprofundamento das investigações e exemplares punições àqueles que protagonizaram o maior escândalo de corrupção da história do país, já conhecido como petrolão”. Muito bem. Infiro, no entanto, que não foi o aspecto mais importante de sua fala. Até porque é preciso entender que diabos, afinal, significa “diálogo”.

O eixo do discurso do meu gosto pessoal — e que creio bem mais importante politicamente — está em outro trecho. Afirmou Aécio: “Quero aqui, do alto desta responsabilidade, reafirmar (…) que, de todas, a mentira foi a principal arma dos nossos adversários. Mentiram sobre o passado para desviar a atenção do presente. Mentiram para esconder o que iriam fazer tão logo passassem as eleições. Fomos acusados de propostas que jamais fizemos. Assistimos a reiteradas tentativas de reescrever a história, sempre nos reservando o papel de vilões que jamais fomos e não somos”. Já escrevi aqui e reitero: o PSDB — e partido nenhum! — não pode mais ser refém da narrativa criada pelo PT.

É preciso, de resto, que a gente se pergunte o que quer dizer “diálogo” em política? Ora, os partidos da base governista dialogam entre si, certo? Cada um tem uma pretensão. Apoio não se dá em troca de nada. Há reivindicações e concessões. É o diálogo. Para um partido de oposição, o que significa “dialogar”? Como é que republicanos e democratas dialogam nos EUA? Como é que democrata-cristãos e social-democratas dialogam na Alemanha? Eu digo como: vigiando-se! É, é isto mesmo: vigiando-se! Até havia pouco, em larga medida, o PSDB sambava na mão do PT por excesso de… como direi?, governismo! É preciso saber ser oposição.

Vamos a exemplos práticos? Faz sentido um partido de oposição aprovar uma medida ruim para o país só porque é oposição? Esse é o PT. Votou contra o Plano Real, votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, combateu as privatizações… Porque essas medidas eram ruins? Não! Porque era oposição. Não creio que seja esse o papel do PSDB ou de qualquer oposição responsável.

Pensemos agora na reforma política. É possível conciliar as pretensões do PT com as do PSDB? Não! Esse “diálogo” tem de ser feito no ambiente do Congresso? Também não! O âmbito há de ser as ruas, a sociedade organizada, a opinião pública. É possível conciliar a visão que o PT tem da economia com o diagnóstico dos tucanos? Até onde se sabe, também não!

Aécio falou de uma sociedade que despertou. É ela a fonte de sua legitimidade. Para encerrar, lembro de todos os estelionatos eleitorais já cometidos por Dilma do dia 27 de outubro, o seguinte ao segundo turno, a esta data. Em nome do diálogo, deve-se abrir mão de fazer essa denúncia? É claro que não. E Aécio as fez. Só existe conversa entre os que preservam a sua identidade e não abrem mão de seus princípios.
05/11/2014


Aécio Neves faz seu primeiro discurso em Plenário após a campanha eleitoral






Aécio condiciona diálogo com governo Dilma a punições no 'petrolão'

  A íntegra do discurso proferido hoje por Aécio Neves, no plenário do Senado



NÓS NÃO TEMOS MEDO NENHUM







Blog do Marcelo Madureira


Da tribuna, Aécio condiciona diálogo à investigação sobre petrolão





Senador voltou nesta quarta-feira a discursar no Congresso. Ele fez duros ataques ao PT e ao governo Dilma Rousseff


Gabriel Castro
Veja.com
de Brasília

Aécio Neves durante discurso no Senado (Geraldo Magela/Agência Senado/Divulgação)

Aécio: "Nós assistimos, senhoras e senhores, ao despertar de um novo país. Sem medo, crítico, mobilizado, com voz e convicções, que não aceita mais o discurso e a propaganda que tenta justificar o injustificável"

O senador Aécio Neves completou nesta quarta-feira o roteiro previsto para reforçar seu papel como líder da oposição: em um pronunciamento feito na tribuna do Senado, ele deixou claro que, impulsionada pelos 51 milhões de votos nos tucanos no segundo turno, a postura da oposição deve ser muito mais dura no segundo mandato.

No discurso, Aécio condicionou o diálogo com a presidente Dilma à apresentação de propostas e ao compromisso do governo com a investigação completa dos desvios na Petrobras. "Agora os que foram intolerantes durante doze anos falam em diálogo. Pois bem: qualquer diálogo estará condicionado ao envio de propostas que atendam aos interesses dos brasileiros e, principalmente, tem que estar condicionado especialmente ao aprofundamento das investigações e exemplares punições àqueles que protagonizaram o maior escândalo de corrupção da história do país, já conhecido como petrolão".

Em seu pronunciamento, Aécio atacou os métodos usados pelo PT na campanha, com o uso de boatos e ofensas pessoais para atingir os adversários. "Mostraram que não enxergam limites na luta para se manter no poder. A má-fé com que travaram a disputa chegou às raias do impensável, do absurdo e agrediu a consciência democrática do país", disse ele.

O tucano mencionou especificamente a campanha do medo sobre o possível fim do Bolsa Família. "Espalharam o medo entre pessoas humildes, manipularam o sentimento de milhares de famílias negando-lhes o livre exercício da cidadania. Essa intimidação e essa violência só têm paralelo em regime que demonstram muito pouco apreço pela democracia".

Aécio também ressaltou o que, na visão dele, foi o lado positivo da campanha: o crescimento da militância contra o governo. "Nós assistimos, senhoras e senhores, ao despertar de um novo país. Sem medo, crítico, mobilizado, com voz e convicções, que não aceita mais o discurso e a propaganda que tenta justificar o injustificável", afirmou.

O tucano disse que nunca havia subido a uma tribuna no Congresso com tamanha carga de responsabilidade quanto nesta quarta-feira. E prosseguiu: "Quero aqui, do alto desta responsabilidade, reafirmar (...) que, de todas, a mentira foi a principal arma dos nossos adversários. Mentiram sobre o passado para desviar a atenção do presente. Mentiram para esconder o que iriam fazer tão logo passassem as eleições. Fomos acusados de propostas que jamais fizemos. Assistimos a reiteradas tentativas de reescrever a história, sempre nos reservando o papel de vilões que jamais fomos e não somos".

O senador tucano mencionou ainda a resolução que o PT divulgou na quarta-feira, defendendo o controle da mídia, a democracia direta e a construção de uma "hegemonia". "Precisamos estar atentos aos nossos adversários, que, poucos dias depois das eleições, divulgam um documento oficial ao país que mostra sua verdadeira face: a da intolerância, a da supressão das liberdades, a dos ataques às instituições", disse ele.

O tucano continuou: "Nossos adversários de novo não se constrangem em propor um projeto que se pretende hegemônico, o oposto daquilo que a democracia pressupõe: liberdade de escolha, alternância de poder". Aécio encerrou o discurso dirigindo-se a seus eleitores: "Digo em nome dos nossos companheiros de oposição. Agora e a cada dia dos próximos anos estaremos presentes".

Quando a imprensa nega o fato escandalosamente óbvio e publica a versão falsa


É, os dias não andam nada fáceis.
Por Reinaldo Azevedo

Ontem, às 21h28, num furo nacional, publiquei em meu blog que o TSE havia autorizado, por unanimidade, a auditoria nas eleições. Sim, fui o primeiro. Passados alguns minutos, para meu espanto, eu lia em todos os grandes portais de notícias: “TSE libera dados da eleição, mas nega auditoria”.

Como? Era uma notícia absurda, mentirosa, fruto da ignorância ou da má-fé! O tribunal deixava claro que todos os dados do pleito estariam à disposição do PSDB, que vai indicar um grupo de peritos para fazer a auditoria — o partido convidou, aliás, representantes de outras legendas para integrar a equipe.

Eu afirmava uma coisa, e o resto da imprensa, sem exceção, outra. Ou eu estava errado ou o resto da imprensa. E, devo deixar claro, eu estava certo. Na raiz da confusão, havia apenas uma questão: os tucanos haviam pedido que os dados fossem tornados disponíveis para uma comissão formada por todos os partidos. O TSE recusou apenas isso porque entendeu, na prática, que o PSDB não poderia fazer uma solicitação em nome das outras legendas.

No mais, todos os pedidos do partido foram aceitos, e todas as hipóteses que apontam para insegurança do sistema serão testadas. É uma auditoria, sim. Infelizmente, a imprensa só se deu por vencida quando o site do próprio TSE publicou um texto com o seguinte título: “TSE aprova auditoria do PSDB sobre sistemas eleitorais de 2014”.

E lá se lia o seguinte conteúdo:
“Por unanimidade de votos, o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acolheu, na sessão desta terça-feira (4), pedido do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) para que a sigla tenha pleno acesso aos sistemas de votação, apuração e totalização dos votos das eleições de 2014 para que o partido possa, se desejar, realizar uma auditoria própria.”

Todos os ministros, sem exceção, notaram que é vital dar credibilidade ao sistema. Para tanto, salientaram que a sociedade merece, sim, uma resposta. Foi uma vitória importante dos cidadãos decentes, daqueles que não subordinam sua vontade e sua inteligência a aparelhos oficiais.

É lamentável que a imprensa como um todo tenha demorado até dar a notícia certa.

Isso deve nos levar à reflexão.

Por que é assim?

Às vezes, a gente tem a impressão de que uma notícia, antes de chegar ao público, passa por uma espécie de comitê de censura… espiritual!


Erraram todos aqueles que satanizaram o povo na rua. Os grandes derrotados desta terça foram o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que fez a respeito um dos pareceres mais absurdos da história do Ministério Público, e o corregedor do TSE, João Otávio de Noronha, que decidiu falar fora dos autos.

E se comporta de modo lamentável aquela parte da imprensa que trata cidadãos justamente indignados como se fossem golpistas.

Eu espero que a auditoria prove a segurança das urnas. É melhor para o Brasil que assim seja. Mas é vital para o país que os eleitores confiem no sistema. É o que pede a democracia.
05/11/2014


O plebiscito e a arte de iludir


Napoleão, Hitler, Mussolini, Chávez, Evo Morales, Lula e, agora, Dilma.

Quando o objetivo é levar o povo ao autoengano, o truque clássico é convocar um plebiscito
VEJA.COM

DITADORES - Caracas (2009) e Alemanha (1935). Chávez e Hitler iludem as massas com plebiscitos
(Ariana Cubillos/AP e Getty Images/VEJA)

A Constituição Brasileira de 1988 prevê, no artigo 14 do capítulo dedicado aos direitos políticos, que o povo poderá exercer a democracia direta de três maneiras: plebiscito, referendo e iniciativa popular. No plebiscito, as pessoas respondem sim ou não às perguntas. Em caso de vitória do sim, o Congresso faz leis para materializar o veredicto popular. No referendo, primeiro a lei é feita e aprovada pelo Congresso, mas só entra em vigor se a maioria dos eleitores do país disser sim a ela. “No referendo, o povo endossa um cheque do Parlamento. No plebiscito, o povo dá ao Parlamento um cheque em branco”, resume magnificamente Carlos Ayres Britto, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

A iniciativa popular é um projeto de lei que vai de baixo para cima. Mas ela só pode ser apresentada por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. A iniciativa popular foi o único desses instrumentos constitucionais a produzir no Brasil efeitos realmente transformadores, caso da Lei da Ficha Limpa, de 2010, proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que impede condenados pela Justiça de se candidatar nas eleições.

O mais recente plebiscito realizado no país, o do desarmamento, em 2005, no primeiro mandato de Lula, foi uma farsa. Quase 70% dos eleitores brasileiros disseram não à pergunta “O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?”. O povo, assim, recusou aos parlamentares de Brasília o direito de transformar em lei um artigo do Estatuto do Desarmamento. Foi então meio referendo, meio plebiscito. Mas a farsa não se deveu a essa particularidade, e sim ao fato de os eleitores terem sido submetidos a uma pergunta enganosa.




VEJA

NÃO, NÃO E NÃO - Lula tentou tirar a atenção do caso do mensalão com um plebiscito que proibia apenas os cidadãos honestos de portar armas: perdeu


​Como escreveu VEJA na reportagem de capa “7 razões para votar ‘não’ ”, de 5 de outubro daquele ano, o plebiscito estaria fadado ao fracasso, uma vez que a proibição seria respeitada apenas pelas pessoas honestas, e não pelos bandidos, que, por definição, são fora da lei. O plebiscito de Lula foi um fiasco também por não ter atingido dois de seus objetivos ocultos — tirar a atenção da opinião pública do escândalo do mensalão no momento em que se falava do impeachment do presidente e testar a aptidão do eleitorado para essa modalidade de consulta. O povo brasileiro deu a Lula um triplo não.


Preferido por demagogos e manipuladores da vontade popular desde os tempos da República Romana, passando por Napoleão, Hitler, Mussolini, chegando a Hugo Chávez e Evo Morales, o plebiscito virou conversa frequente da presidente reeleita Dilma Rousseff. Confrontada com Renan Calheiros, presidente do Senado, Dilma, taticamente, recuou da proposta de fazer reforma política por plebiscito, aceitando, por enquanto, o referendo.

É empulhação do mesmo jeito.

Empulhação por quê?


Porque tudo o que o governo quer agora, a exemplo de Lula com o mensalão, é desviar a atenção do escândalo do petrolão.


Reforma política requer discussões profundas, técnicas, sobre temas complexos que não são resumíveis a decisões em preto e branco, pelo sim ou não. Uma das perguntas que o PT faria seria esta: “Você é favorável ao financiamento público de campanhas?”. É impossível responder sem mais detalhes, a não ser que o objetivo seja manipular o povo, tachando de “bêbado”, “drogado”, “nazista” e “espancador de mulheres” quem ficar contra a proposta oficial.

O certo seria perguntar: “Além de trabalhar cinco meses por ano apenas para pagar impostos e taxas, você é favorável a tirar ainda mais dinheiro da sua família e dá-lo aos candidatos a cargos públicos?”. Mas...


A ideia do plebiscito é bolivariana. O governo da Venezuela, em 2009, propôs ao povo a seguinte questão: “Está de acordo em deixar sem efeito o mandato popular outorgado mediante eleições democráticas ao cidadão Hugo Rafael Chávez Frías?”. A pergunta honesta seria: “Aceita que Chávez nunca mais saia do poder?”. Honestidade não combina com bolivarianismo. No Brasil, a ideia tomou corpo no PT por diversas razões. Uma delas é a genuína vontade do partido de truncar as atuais regras eleitorais, agora que suas vitórias na democracia representativa estão se dando por margens cada vez menores. Para o PT, é vital um método menos arriscado de se perpetuar no poder. Outro objetivo é fazer do plebiscito a regra e dar uma banana para as instituições.

Ditadores são os maiores adeptos da consulta plebiscitária — não por amor à democracia, é óbvio, mas pela facilidade de manipulação. Hitler ganhou plenos poderes na Alemanha em 1934 em um plebiscito em que ficou com 90% dos votos. Em 1936, Hitler obteve 98,8% de aprovação em um plebiscito em que perguntava ao povo se concordava com a militarização da margem oeste do Rio Reno, o que lhe era vedado desde a derrota na I Guerra Mundial. Já sob as botas nazistas, 99,7% dos austríacos disseram sim à unificação com a Alemanha. Mussolini, o fascista italiano aliado de Hitler, consolidou o totalitarismo com 99,8% de votos favoráveis. Napoleão Bonaparte venceu por 90% o plebiscito com o qual sepultou a Revolução Francesa e em que só três em cada 100 franceses votaram. Dilma rebateu críticas à proposta de fazer reforma política por plebiscito com um argumento esfumaçado: “É estarrecedor que se considere plebiscito algo bolivariano...

Então a Califórnia faz bolivarianismo”.

Hello!

A Califórnia é um estado, não um país. Por essa lógica, se a Califórnia tem terremoto e o Japão também, a conclusão deve ser que os californianos falam japonês.

Então, à luz da experiência histórica, fica combinado o seguinte: plebiscito com o PT no poder, não, não e não!