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domingo, 2 de novembro de 2014

20 obras que o BNDES financiou em outros países



Como estes existem mais de 3.000 empréstimos concedidos pelo BNDES no período de 2009 a 2014.
A seleção dos recebedores destes investimentos, porém, segue incerta.





O que é isso?

Não é novidade para ninguém que o Brasil tem um problema grave de infraestrutura. Diante dessa questão, o que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) faz?

Financia portos, estradas e ferrovias – não exatamente no Brasil, mas em diversos países ao redor do mundo.

Desde que Guido Mantega deixou a presidência do BNDES, em 2006, e se tornou Ministro da Fazenda, em 2006, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social tornou-se peça chave no modelo de desenvolvimento proposto pelo governo. Desde então, o total de empréstimos do Tesouro ao BNDES saltou de R$ 9,9 bilhões — 0,4% do PIB — para R$ 414 bilhões — 8,4% do PIB.

Alguns desses empréstimos, aqueles destinados a financiar atividades de empresas brasileiras no exterior, eram considerados secretos pelo banco. Só foram revelados porque o Ministério Público Federal pediu na justiça a liberação dessas informações.

Em agosto, o juiz Adverci Mendes de Abreu, da 20.ª Vara Federal de Brasília, considerou que a divulgação dos dados de operações com empresas privadas “não viola os princípios que garantem o sigilo fiscal e bancário” dos envolvidos.

A partir dessa decisão, o BNDES é obrigado a fornecer dados sobre que o Tribunal de Contas da União, o Ministério Público Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) solicitarem. Descobriu-se assim uma lista com mais de 2.000 empréstimos concedidos pelo banco desde 1998 para construção de usinas, portos, rodovias e aeroportos no exterior.


Quem defende o financiamento de empresas brasileiras no exterior argumenta que a prática não é exclusiva do Brasil. Também ocorre na China, Espanha ou Estados Unidos por exemplo. O BNDES alega também que os valores destinados a essa modalidade de financiamento correspondem a cerca de 2% do total de empréstimos, e que os valores são destinados a empresas brasileiras (empreiteiras em sua maioria), e não aos governos estrangeiros.

A seleção dos recebedores destes investimentos, porém, segue incerta: ninguém sabe quais critérios o BNDES usa para escolher os agraciados pelos empréstimos. Boa parte das obras financiadas ocorre em países pouco expressivos para o Brasil em termos de relações comerciais, o que leva a suspeita de caráter político na escolha.

Outra questão polêmica são os juros abaixo do mercado que o banco concede às empresas. Ao subsidiar os empréstimos, o BNDES funciona como um Bolsa Família ao contrário, um motor de desigualdade: tira dos pobres para dar aos ricos.

Ou melhor, capta dinheiro emitindo títulos públicos, com base na taxa Selic (11% ao ano), e empresta a 6%. Isso significa que ele arca com 5% de todo o dinheiro emprestado. Dos R$ 414 bilhões emprestados este ano, R$ 20,7 bilhões são pagos pelo banco. É um valor similar aos R$ 25 bilhões gastos pelo governo no Bolsa Família, que atinge 36 milhões de brasileiros.


Seguem 20 exemplos de investimentos que o banco considerou estarem aptos a receberem investimentos financiados por recursos brasileiros. Você confirma todas as informações clicando aqui.


1) Porto de Mariel (Cuba)



Valor da obra – US$ 957 milhões (US$ 682 milhões por parte do BNDES)

Empresa responsável – Odebrecht


2) Hidrelétrica de San Francisco (Equador)



Valor da obra – US$ 243 milhões

Empresa responsável – Odebrecht

Após a conclusão da obra, o governo equatoriano questionou a empresa brasileira sobre defeitos apresentados pela planta. A Odebrecht foi expulsa do Equador e o presidente equatoriano ameaçou dar calote no BNDES.



3) Hidrelétrica Manduriacu (Equador)


Valor da obra – US$ 124,8 milhões (US$ 90 milhões por parte do BNDES)

Empresa responsável – Odebrecht

Após 3 anos, os dois países ‘reatam relações’, e apesar da ameaça de calote, o Brasil concede novo empréstimo ao Equador.



4) Hidroelétrica de Chaglla (Peru)



Valor da obra – US$ 1,2 bilhões (US$ 320 milhões por parte do BNDES)

Empresa responsável – Odebrecht



5) Metrô Cidade do Panamá (Panamá)



Valor da obra – US$ 1 bilhão

Empresa responsável – Odebrecht



6) Autopista Madden-Colón (Panamá)



Valor da obra – US$ 152,8 milhões

Empresa responsável – Odebrecht



7) Aqueduto de Chaco (Argentina)



Valor da obra – US$ 180 milhões do BNDES

Empresa responsável – OAS



8) Soterramento do Ferrocarril Sarmiento (Argentina)


Valor – US$ 1,5 bilhões do BNDES

Empresa responsável – Odebrecht



9) Linhas 3 e 4 do Metrô de Caracas (Venezuela)



Valor da obra – US$ 732 milhões

Empresa responsável – Odebrecht



10) Segunda ponte sobre o rio Orinoco (Venezuela)



Valor da obra – US$ 1,2 bilhões (US$ 300 milhões por parte do BNDES)

Empresa responsável – Odebrecht



11) Barragem de Moamba Major (Moçambique)



Valor da obra – US$ 460 milhões (US$ 350 milhões por parte do BNDES)

Empresa responsável – Andrade Gutierrez



12) Aeroporto de Nacala (Moçambique)



Valor da obra – US$ 200 milhões ($125 milhões por parte do BNDES)

Empresa responsável – Odebrecht



13) BRT da capital Maputo (Moçambique)



Valor da obra – US$ 220 milhões (US$ 180 milhões por parte do BNDES)

Empresa responsável – Odebrecht



14) Hidrelétrica de Tumarín (Nicarágua)



Valor da obra – US$ 1,1 bilhão (US$ 343 milhões)

Empresa responsável – Queiroz Galvão

*A Eletrobrás participa do consórcio que irá gerir a hidroelétrica



15) Projeto Hacia el Norte – Rurrenabaque-El-Chorro (Bolívia)



Valor da obra – US$ 199 milhões

Empresa responsável – Queiroz Galvão



16) Exportação de 127 ônibus (Colômbia)



Valor – US$ 26,8 milhões

Empresa responsável – San Marino



17) Exportação de 20 aviões (Argentina)



Valor – US$ 595 milhões

Empresa responsável – Embraer



18) Abastecimento de água da capital peruana – Projeto Bayovar (Peru)



Valor – Não informado

Empresa responsável – Andrade Gutierrez



19) Renovação da rede de gasodutos em Montevideo (Uruguai)



Valor – Não informado

Empresa responsável – OAS



20) Via Expressa Luanda/Kifangondo



Valor – Não informado

Empresa responsável – Queiroz Galvão


Como estes existem mais de 3000 empréstimos concedidos pelo BNDES no período de 2009-2014. Conforme mencionado acima, o banco não fornece os valores…

Ainda.


10 de outubro de 2014

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