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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Ex-gerente da Petrobrás entregou contabilidade de propina de Vaccari



Pedro Barusco, delator da Lava Jato, disse que anotação de US$ 4,5 milhões com a sigla “Moch”, de mochila, refere-se a valor de tesoureiro do PT, João Vaccari Neto


Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, e Fausto Macedo

Estadão


O ex-gerente de Engenharia da Petrobrás Pedro Barusco – primeiro integrante do esquema do PT no escândalo de corrupção da Petrobrás a fechar acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato – entregou à Justiça registro da contabilidade de US$ 4,5 milhões de propina do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

“João Vaccari é identificado pela sigla ‘Moch’, que significa mochila”, afirmou Barusco, ao depor à Polícia Federal, no dia 20 de novembro de 2014. Segundo o delator, a sigla foi criada porque “quase sempre presenciava João Vaccari usando uma mochila”. No dia 5, quando foi alvo da nona fase da Lava Jato – Operação My Way -, o tesoureiro estava com a mochila. Nela, policiais federais encontraram apenas um caderno, em branco, e uma agenda pequena com poucas anotações.

Metódico, o delator impressionou os investigadores por sua disciplina e organização. Braço direito do ex-diretor de Serviços e Renato Duque – principal canal do PT, via Vaccari, no esquema de corrupção -, ele lançava em seu computador dados relativos a cada contrato, incluindo datas, valores dos negócios e quanto cabia a cada beneficiário da máquina de propinas.

Contabilidade de propina apresentado por Pedro Barusco com registro “moch” de valores referentes a João Vaccari

Na mesma planilha de contabilidade estão registrados valores de Duque – indicado ao cargo pelo ex-ministro José Dirceu. A sigla para o ex-diretor era “MW” – referência à My Way, música de Frank Sinatra usada por ele para tratar do ex-chefe.

Barusco operava a contabilidade da propina na diretoria, segundo confessou. Por meio da área de Serviços, o PT arrecadava de 1% a 2% de propina em contratos das demais diretorias da Petrobrás, por ser ela quem passou a concentrar as contratações e fiscalizações de obras a partir de 2003. As diretorias de Abastecimento e Internacional seriam cotas do PP e do PMDB na estatal.

O valor de Vaccari dos US$ 4,5 milhões entrou para a contabilidade de Barusco, à partir de 2013, segundo ele diz, quando passou a registrar os valores arrecadados com estaleiros em contratos de navios-sondas. A quantia do tesoureiro do PT seria de pagamentos do Keppel Fels, de Singapura.

Segundo registro da Polícia Federal, quando Barusco começou a “contabilizar o pagamento de propinas referentes a Keppel Fels, verificou que João Vaccari já havia recebido até aquela data” o valor de US$ 4.523.000.

Barusco afirmou ainda que a propina paga entre 2003 a 2013 a “João Vaccari foi adiantada pelo Keppel Fels, pois até tal data (março de 2013) o faturamento não havia sido atingido pelo estaleiro”.

Investimento público.
O negócio envolveu contratos que somaram US$ 22 bilhões para construção de 28 navios-sondas pela Sete Brasil para a Petrobrás. Barusco diz ter participado diretamente da constituição da empresa em 2011, que teve “como principal financiador o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)”.

A Sete Brasil, segundo ele, foi constituída com capital privado e de investidores, entre eles três fundos de pensão de servidores federais – Petros (Petrobrás), Previ (Banco do Brasil) e Funcef (Caixa Econômica Federal) -, a Petrobrás e os bancos BTG Pactual, Bradesco e Santander.

Barusco afirma que a esse foi “o maior contrato do mundo interior de sondas de uma só vez”. Ele disse que a licitação foi “dura” e vencida sem acertos. A única concorrente foi a Ocean Ring – que já foi representada no Brasil pelo lobista e operador do PMDB Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano.

O ex-gerente de Engenharia explicou que para vencer o contrato da Petrobrás, a Sete Brasil negociou com cinco estaleiros a construção das sondas (todos com empresas do cartel integrando a sociedade).

“Havia uma combinação de pagamento de 1% de propina para os contratos firmados entre a Sete Brasil e cada um dos estaleiro”, revelou Barusco. Essa combinação de propina teria envolvido o tesoureiro do PT “João Vaccari Neto”, o próprio delator e “agentes de cada um dos estaleiros”.

Barusco disse que a divisão da propina era feita da seguinte forma: ”2/3 para João Vaccari e 1/3 para a ‘Casa 1′ e ‘Casa 2′”. O ex-gerente explicou que a terminologia “Casa 1″ era referente aos valores de propina para agentes da Petrobrás. “Especificamente para o Diretor de Serviços Renato Duque e Roberto Gonçalves (que sucedeu Barusco na gerência de Engenharia).”

Já o termo “Casa 2″ era referente aos pagamentos de propina para executivos da Sete Brasil, em especial o presidente João Carlos de Medeiros Ferraz, e o diretor de Participações, Eduardo Musa.

Planilha com registros de propina de Vaccari ("moch"), Renato Duque ("MW") e outros, entregue por delator

Barusco identificou na tabela Ferraz como “Mars”, de marshall, “MZB” era a sigla de “muzamba”, para referir-se a Musa, e “Sab”, era sua própria rubrica, referência à Sabrina, nome de uma ex-namorada.

O ex-gerente de Engenharia disse ainda que “achava injusta a distribuição estabelecida por João Vaccari”. “Isso o motivou a negociar por fora o pagamento em seu favor de 0,1%.”

LEIA TERMO DE DELAÇÃO DO EX-GERENTE DA PETROBRÁS PEDRO BARUSCO
COM A PALAVRA, JOÃO VACCARI NETO

O secretário Nacional de Finanças do PT, João Vaccari Neto, negou veementemente ontem que tenha recebido qualquer quantia em dinheiro fruto de propina.
Em nota, na semana passada, Vaccari “esclareceu (à PF), em especial, que enquanto secretário de Finanças do PT jamais recebeu dinheiro em espécie”.

“O PT não tem caixa 2, o PT não tem conta no exterior”, diz o texto divulgado por Vaccari. “Todas as contribuições ao partido, vindas pela Secretaria de Finanças por mim, foram absolutamente dentro da lei.”

VEJA NOTA COMPLETA:

“João Vaccari Neto, secretário de Finanças do Partido dos Trabalhadores – PT, por sua defesa, vem a público para dizer que há muito ansiava pela oportunidade de prestar os esclarecimentos que nesta data foram apresentados à Polícia Federal, para de forma cabal, demonstrar as inúmeras impropriedades publicadas pela imprensa nos últimos meses, envolvendo seu nome.

Reitera, mais uma vez, que o Partido dos Trabalhadores – PT, não tem caixa dois, nem conta no exterior, que não recebe doações em dinheiro e somente recebe contribuições legais ao partido, em absoluta conformidade com a Lei, sempre prestando as respectivas contas às autoridades competentes.

Sua defesa registra ainda, que o Sr. Vaccari permanece à disposição das autoridades, para prestar todos e quaisquer esclarecimentos, e que sua condução coercitiva, desta data, entendeu-se desnecessária, pois bastaria intimá-lo, que o Sr. Vaccari comparece e presta todas as informações solicitadas, colaborando com as investigações da operação “Lava Jato”, como sempre o fez.


13 fevereiro 2015

Dilma colhe o que plantou



Editorial do Estadão



O presidencialismo de coalizão à moda lulopetista é um arranjo que, mediante escancarado toma lá dá cá, garante ao Executivo maioria de votos no Parlamento para a aprovação de matérias de seu interesse.

Esta é a teoria.

Na prática, Dilma Rousseff tem demonstrado que, apesar de ter aparelhado a administração pública a ponto de exibir, nominalmente, uma confortável maioria parlamentar, seu governo se tornou, por culpa dela própria, incapaz de influir decisivamente nas votações mais importantes das duas Casas do Congresso Nacional.

Sua mais recente e retumbante derrota foi a aprovação pela Câmara dos Deputados da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria o cognominado “Orçamento impositivo”.

Para que serve, então, a ampla “base aliada” que custou à presidente Dilma Rousseff muitas nomeações ministeriais que certamente teve de engolir consolada apenas pela ideia de que estaria garantindo apoio no Parlamento?

A desastrada experiência do Palácio do Planalto com seus supostos aliados revela que o presidencialismo de coalizão não prescinde de uma liderança politicamente capaz de aliciar apoiadores minimamente fiéis, tarefa para a qual Dilma não demonstra competência nem disposição. E essa deficiência é agravada pelo perfil pouco conciliador de alguns dos ministros que passaram a compor o núcleo duro do poder.

A rejeição dessa PEC das emendas individuais era importante para o ajuste fiscal que o governo está promovendo como precondição para a reconquista da confiança da sociedade, em particular do mercado e dos investidores, indispensável à retomada do crescimento econômico e das consequentes conquistas sociais.

A PEC aprovada pelos deputados, em boa medida movidos por interesses próprios, já passou pelo Senado e torna obrigatória a execução de emendas apresentadas por parlamentares ao Orçamento da União. Essas emendas são o principal instrumento por meio do qual senadores e deputados atendem a reivindicações de suas bases eleitorais.

Agora, com a obrigatoriedade da liberação dessas emendas, o governo fica impedido, num momento em que o controle das contas públicas é sua prioridade número um, de economizar com o congelamento dos recursos que dão prestígio local aos parlamentares, mas não dinamizam a economia nem melhoram a infraestrutura.

Depois da queda, o coice. Aprovada a emenda, o relator do Orçamento de 2015 anunciou a seus colegas que estreiam no Congresso que disporão de R$ 10 milhões cada um para beneficiar suas paróquias. Será a primeira vez que os novatos emendarão uma proposta de orçamento feita quando não eram parlamentares.

Esse novo capítulo das desventuras da presidente da República é apenas mais um passo que o PMDB dá com o objetivo de “marcar o terreno” e demonstrar que, daqui para a frente, é dele a hegemonia no Parlamento. É o troco que os peemedebistas estão dando ao que consideram relacionamento desigual e desleal que lhe foi imposto pelos petistas.

E, como que a dar razão às queixas dos peemedebistas, o PT no governo estimula a criação de novas legendas de aluguel, como a que está sendo articulada pelo ministro Gilberto Kassab com o objetivo claro de enfraquecer o PMDB no Congresso. Mas nada disso fica sem troco.

Uma das novas dores de cabeça que Dilma e o PT enfrentarão é o projeto de reforma política gestado pelo PMDB que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, introduziu na agenda da Casa, instalando uma comissão especial para examiná-lo e entregando a presidência para um deputado da oposição, o fluminense Rodrigo Maia (DEM), e a relatoria a um parlamentar de sua confiança, Marcelo Castro (PMDB-PI).

Assim o PT fica privado de exercer influência mais forte na discussão de um projeto que incorpora propostas que rejeita, por não contemplarem seu projeto de poder.

O comportamento do Parlamento daqui para a frente abre perspectivas sombrias para um governo que só tem recebido más notícias. Desde que tentou, estimulada por seus colaboradores mais íntimos, eleger um cupincha para a presidência da Câmara, Dilma só conhece derrotas contundentes no Congresso.

Todas as tundas lhe foram dadas por seus aliados. Nenhuma pela oposição.

13/02/2015


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

No petrolão, Dirceu era 'Bob'. E recebeu dinheiro sujo


Pivô do maior esquema de corrupção da história, o doleiro Alberto Youssef afirma que o ex-ministro mantinha relações com Julio Camargo, um dos operadores dos desvios para o Partido dos Trabalhadores

Silvio Navarro e Laryssa Borges
Veja.com

'BOB' – O senhor do PT e do mensalão, José Dirceu: delator do petrolão indica que ele recebeu propina de um dos operadores do esquema descoberto pela Operação Lava Jato
(Ed Ferreira/Estadão Conteúdo/Estadão Conteúdo)


O ex-ministro José Dirceu, que cumpre pena por arquitetar o esquema do mensalão, teve muitos codinomes em sua vida, quando agia na clandestinidade em grupos de esquerda durante a ditadura militar. Chegou a esconder sua real identidade por quatro anos da ex-mulher. Agora, as investigações da Operação Lava Jato da Polícia Federal revelam um novo apelido do ex-chefe do Partido dos Trabalhadores e homem forte do governo Lula para identificar sua parte na contabilidade do propinoduto que sangrou a Petrobras. Nas planilhas dos operadores do maior esquema de desvios de recursos públicos que se tem notícia, Dirceu era associado à sigla "Bob". (veja o documento abaixo)

As revelações foram feitas pelo doleiro Alberto Youssef, que durante uma década atuou como uma espécie de "banco" para lavar o dinheiro roubado da petroleira. Em uma série de depoimentos à Polícia Federal, prestados entre os dias 9 e 13 de outubro do ano passado, Youssef afirmou que Dirceu mantinha relação muito próxima – "eram amigos", nas palavras do doleiro –, com o empresário Julio Camargo, da Toyo Setal. “Julio Camargo possuía ligações com o Partido dos Trabalhadores, notadamente com José Dirceu e Antonio Palocci”, disse.

Segundo Youssef, Dirceu e o também ex-ministro Antonio Palocci Filho, este homem forte tanto na gestão Lula quanto no início do primeiro governo Dilma Rousseff, utilizavam um jato Citation Excel, de propriedade de Camargo, que ficava no hangar número 1 da companhia aérea TAM, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Mas o uso do jato não é o único elo entre o petista e o operador do petrolão. O doleiro descreve o esquema montado por Julio Camargo: segundo ele, o empresário tinha um testa de ferro, chamado Franco, a quem Youssef reconheceu em fotografia exibida pelos policiais. Trata-se de Franco Clemente Pinto, uma espécie de contador do dinheiro roubado da estatal, que utilizava um escritório no sexto andar de um edifício comercial ao lado do Shopping Cidade Jardim, na Zona Sul da capital paulista. Franco detalhava a "contabilidade ilícita" – Youssef não informou os valores – em planilhas arquivadas em um pen drive protegido por senha. Nessas tabelas, assim como Dirceu era "Bob", Youssef era conhecido como "Primo". Diz ainda que o empresário também instrumentalizou propina da empreiteira Camargo Corrêa para agentes públicos e bancar caixa dois de partidos.

Vaccari – Youssef voltou a implicar o PT como beneficiário direto da propina movimentada no escândalo do petrolão: disse que o partido recebeu propina em uma obra da empresa Toshiba, a licitação da casa de força do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Segundo ele, foram entregues 400.000 reais à cunhada do tesoureiro petista, João Vaccari Neto, chamada Marice. “O valor do PT foi negociado com João Vaccari”, disse Youssef. Uma outra parcela de 400.000 reais chegou a Vaccari pelas mãos de Rafael Ângulo Lopez, que trabalhava para o doleiro.​

Para que a Toshiba, que integrava o cartel das empreiteiras na Petrobras, pudesse participar das obras do Comperj, Alberto Yousseff disse que a empresa procurou “emissários do Partido dos Trabalhadores” e próprio João Vaccari, já que a propina deveria ser acertada também com a diretoria de Serviços da Petrobras, comandada na época por Renato Duque., indicado por José Dirceu para o cargo na estatal​

PMDB – A exemplo de Youssef, Julio Camargo também concordou em colaborar com as investigações em troca de possíveis benefícios judiciais. À PF, o doleiro disse que Camargo possui grande quantia de dólares em contas no exterior, enviados sob o disfarce de lucro de suas empresas. Em um de seus depoimentos, Camargo revelou, por exemplo, que a empresa Toyo Setal pagou propina de 30 milhões de dólares ao lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como o operador do PMDB no petrolão. A propina a Baiano serviria para que a empresa sul-coreana Samsung Heavy Industries celebrasse com a Petrobras contratos para a fabricação de duas sondas de perfuração em águas profundas. O pagamento precisou de intermediação de Alberto Youssef, que providenciou contratos simulados com empresas de fachada para viabilizar parte dos recursos.

Reprodução/VEJA

Trecho da delação premiada de
Alberto Youssef

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Doleiro Youssef começa hoje a detalhar pagamentos a políticos


STF autorizou nova série de depoimentos de delação premiada

Por Cleide Carvalho


CURITIBA - O doleiro Alberto Youssef deve prestar novo depoimento à força-tarefa da Operação Lava-Jato para dar mais esclarecimentos sobre as citações feitas a autoridades com foro privilegiado, que são julgadas apenas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) .

Na manhã desta quarta-feira, os advogados do doleiro pediram ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, que ele seja dispensado de comparecer à audiência marcada para esta tarde na Justiça Federal, no processo que envolve dirigentes da empreiteira Mendes Junior.

O pedido foi deferido e o doleiro vai falar da carceragem da Polícia Federal.

Youssef já prestou mais de 80 depoimentos no âmbito da delação premiada.

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa falou 83 vezes à força-tarefa.


O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou​ que ​fossem ​tomados novos depoimentos d​e​ Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa​, a pedido da Procuradoria-Geral da República.

A informação é que não há fatos novos, apenas necessidade de detalhar depoimentos anteriores.


O Ministério Público Federal só vai concluir os pedidos de abertura de inquérito contra políticos no STF e no Superior Tribunal de Justiça (STJ) depois de realizados os depoimentos.

A audiência com depoimentos de testemunhas na ação contra dirigentes da Mendes Junior e da UTC também acontece na tarde desta quarta-feira na Justiça Federal de Curitiba.

Vão depor o empresário Augusto Ribeiro Mendonça Neto, dono da Setal, do grupo Toyo-Setal; o consultor Júlio Almeida Camargo, que prestou serviços para a Samsung, Toyo Setal e Camargo Corrêa, e fez pagamento de propinas no Brasil e no exterior; a contadora Meire Poza, que trabalhou para o doleiro; e Leonardo Meirelles, que fez remessas ilegais de dinheiro para o exterior com contratos de câmbio fictícios por meio da empresa Labogen.


Onze réus desta ação respondem em liberdade, um está em prisão domiliar (Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras) e quatro estão presos: além de Youssef, Sérgio Cunha Mendes, vice-presidente da Mendes Junior; Ricardo Pessoa, presidente da UTC; e João Procópio de Almeida Prado, que está preso no complexo médico penal de Curitiba e é acusado de operar as contas e offshores do doleiro no exterior.

11/02/2015


terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

PF acha planilhas com nomes de políticos e valores na sede de empreiteira




Documento apreendido dia 14 de novembro e juntado aos autos da Lava Jato cita vice presidente Michel Temer

Ricardo Brandt
Ricardo Chapola
Fausto Macedo
Estadão

Planilhas apreendidas pela Polícia Federal na sede da empreiteira Camargo Correa, em São Paulo, contêm nomes de políticos como o vice-presidente Michel Temer (PMDB) ao lado de valores em dólares e de obras de infraestrutura estimadas também na moeda estrangeira.

São feitas duas menções ao nome de Temer no documento, cada uma seguida pelo valor de US$ 40 mil. Por meio de sua assessoria de imprensa, Temer negou qualquer vínculo com a empreiteira. Segundo a assessoria do vice-presidente, ele nunca recebeu recursos da Camargo Corrêa “a qualquer título”.

Ainda de acordo com os assessores do vice-presidente, Temer nunca destinou emendas para obras em Araçatuba e nem para obras rodoviárias em Praia Grande.

Araçatuba e Praia Grande, municípios paulistas, são cidades que aparecem ao lado do nome do vice presidente nas planilhas apreendidas pela Polícia Federal na sede da empreiteira, ao lado também dos valores de US$ 40 mil. Na mesma tabela, constam nomes de outros deputados, senadores e prefeitos.

A PF não faz nenhuma análise sobre o documento porque os políticos mencionados detêm foro privilegiado perante os tribunais superiores – no caso dos parlamentares, o Supremo Tribunal Federal (STF) detém competência exclusiva para abrir investigação. Sem autorização da Corte, a PF não pode investigar deputado nem senador.

A PF apenas juntou aos autos da Operação Lava Jato o documento apreendido na empreiteira, que é alvo da investigação por suspeita de ter integrado o cartel que assumiu o controle dos maiores contratos da Petrobrás.

Não há nenhuma menção nas planilhas encontradas na empreiteira a um suposto caixa 2 ou pagamento de propinas. São nomes lançados ao lado de valores.

Na apreensão, a PF também encontrou planilhas que apontam doações que teriam sido feitas pela empresa a políticos do PT, PSDB, PMDB, DEM e PDT nas eleições de 2012. Os nomes dos políticos aparecem em tabelas, organizadas por partidos. Os políticos citados nas planilhas vem acompanhados por números isolados. A primeira tabela é reservada aos políticos do PT.

O material foi apreendido pela polícia durante o cumprimento de um dos mandados de busca da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobrás envolvendo políticos e empreiteiras. O criminalista Celso Vilardi, constituído pela Camargo Corrêa, disse que não iria comentar o documento apreendido pela PF porque não teve acesso a ele.









08 dezembro 2014 
 
 

Caminhe, Dilma, sorrindo para o abismo! Agora, consta, ela vai pedir socorro a Lula, que solapa a sua credibilidade. Meu conselho é que rompa com o PT




Por Reinaldo Azevedo

Pois é… Eu já estava aqui a esfregar os dedos para escrever um texto em que apontaria um caminho para a presidente Dilma. No programa Os Pingos nos Is, que ancoro na Jovem Pan — entre 18h e 19h —, até brinquei com aquela musiquinha de Leandro e Leonardo: “Dilma, liga pra mim, não liga pra ele”. Eu me referia precisamente a Lula. Hoje, ele é uma das peças que, nos bastidores, concorrem para solapar a credibilidade da presidente.

Não custa lembrar: ele já autorizou que seu nome seja lançado para a disputa presidencial de 2018. Isso transforma Dilma, como afirmei ontem na VEJA.com (ver vídeo), numa pata manca.

E qual era a minha sugestão para Dilma, dado o desastre de opinião pública que já é o seu governo, sempre lembrando que há motivos para crer que a crise que ela enfrenta está só no começo e na sua fase mais amena?

Simples: que ela pedisse a desfiliação do PT e se declarasse uma sem-partido. De tal sorte a crise que se avizinha é grave que a suprema mandatária, com os poderes quase imperiais de que dispõe um presidente no Brasil, deveria dizer, como Cazuza: “O meu partido, agora, é um coração partido”. E tentaria estabelecer uma agenda mínima para o país. Hoje, o PT é um armário muito difícil de carregar, com aquela pilha gigantesca de esqueletos. E muito mais coisa pode vir — e virá — por aí.

É inútil fazer de conta que Dilma está imune a uma denúncia por crime de responsabilidade. Sabem o que vai determinar a viabilidade disso? O tamanho e o ritmo da crise. Em vez de participar de convescotes petistas, em companhia de João Vaccari Neto, ela deveria se guardar. Deveria assumir o lugar que cabe aos magistrados em momentos como esse.

Até aqui, as elites políticas do país, gostem dela ou não, podem até considerá-la omissa “no que se refere”, como ela diria, ao submundo petista. Mas poucos a veem como desonesta. A percepção do povo brasileiro, no entanto, começa a ser outra: 47% dos que responderam a pesquisa Datafolha lhe pespegaram essa pecha também.

Muito bem! Dilma deveria, então, se afastar de Lula e da marquetagem vigarista que garantiu a sua reeleição. Ninguém mais suporta aqueles truques. Está na cara que eles eram mentirosos. Desta feita, não terá farrinha de consumo para mitigar a roubalheira. Mas Dilma, a estar certa reportagem da Folha, vai fazer justamente o contrário: segundo informam Natuza Nery e Mariana Haubert, ela decidiu pedir socorro a Lula e ao marqueteiro João Santana.

Os lulistas espalham a lorota de que parte das dificuldades enfrentadas pela soberana se deve ao fato de que ela e Lula andam meio afastados, o que estaria deixando o Babalorixá de Banânia irritado. Sabem como é… O homem acredita que dar um truque no povo brasileiro é fácil. Ele vem fazendo isso há muitos anos, com sucesso. Vejam o esquema vigente na Petrobras, envolvendo empreiteiras — e por que seria diferente nos demais setores do governo? Tudo isso estava em curso enquanto Lula discursava contra as elites, contra o capital, contra o empresariado, contra os ricos… Se há pessoa “nestepaiz” que nunca perdeu nem poder nem dinheiro apostando na ignorância e na credice alheias, essa pessoa é Luiz Inácio Lula da Silva.

Dilma sabe que é refém daquela máquina e ensaiou alguns passos de independência. Parece que se julga fraca para enfrentá-la e decide, agora, se render. Lula lançou a sua candidatura para 2018 porque quer assustar Dilma e tomar de volta o governo já em 2015, no berro.

Se Dilma ligasse pra mim, ela dava a volta por cima; declarava a sua independência; enfrentaria a máquina; passaria por turbulências, mas teria alguma chance de ver robustecer a sua biografia. A se confirmar a notícia da Folha — e ela me parece, em princípio, verossímil —, a presidente vai se conformar com o papel de boneco de mamulengo. Eis o PT: essa gente não dá a menor bola para o país. Hoje, a companheirada está empenhada em garantir o poder da máquina e resolveu engolfar a presidente em sua sanha.
10/02/2015


Charge



 


Sponholz


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Popularidade de Dilma Rouseff cai de 42% para 23%, diz Datafolha





Reuters
Aqui

A avaliação ótima/boa da presidente Dilma Rousseff despencou de 42% em dezembro para 23% em fevereiro, enquanto aqueles que a consideram ruim/péssima passaram de 24% para 44%, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (7), apontando uma mudança brusca na aprovação da presidente apenas um mês após o início do segundo mandato.A queda na popularidade de Dilma acontece em meio ao escândalo bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras, revelado na Operação Lava Jato da Polícia Federal e considerado o maior da história do Brasil, com a participação de ex-funcionários, executivos de empreiteiras e políticos.
Para 77% dos entrevistados pelo Datafolha, Dilma tinha conhecimento da corrupção na Petrobras. A maioria dos entrevistados (52%) acredita que a presidente sabia dos desvios e deixou continuar, enquanto outros 25% disseram que ela sabia e nada pôde fazer.
O levantamento Datafolha mostrou ainda que a corrupção está entre os principais problemas do país para a população, atrás apenas da saúde. Para 21% dos entrevistados, a corrupção é o maior problema do Brasil, enquanto 26% apontaram a saúde como principal mazela.
De acordo com o levantamento, publicado no site do jornal Folha de S.Paulo, a avaliação regular de Dilma permaneceu estável em 33% entre dezembro e fevereiro. Apenas 1% dos entrevistados não soube responder ou não respondeu.
A atual avaliação de Dilma é a pior de seu governo e a mais baixa de um presidente desde Fernando Henrique Cardoso em dezembro de 1999 -46% de ruim/péssimo-, segundo a Folha.
A pesquisa divulgada neste sábado foi realizada entre 3 e 5 de fevereiro, com 4.000 entrevistados em 188 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais.                              

                                    09.02.2015




Avaliação ruim de Dilma complica relação do governo com o Congresso



Para líderes da base, queda da aprovação da presidente ameaça medidas de ajuste fiscal


Por Eduardo Bresciani e Simone Iglesias
O Globo


TEMPO RUIM: A presidente Dilma Rousseff (PT) é criticada pela base aliada e por integrantes de seu próprio partido pela falta de diálogo
Jorge William / Agência O Globo

BRASÍLIA — A queda na popularidade da presidente Dilma Rousseff, com avaliação negativa do governo, terá reflexo direto nas votações do Congresso. Já com problemas para controlar sua base de apoio, a presidente enfrentará sérias dificuldades para aprovar medidas "impopulares" e , como as mudanças nas leis trabalhistas, e a votação do Orçamento para 2015, desde o ano passado pendente. Essa é avaliação de integrantes da cúpula dos partidos que apoiam Dilma.

— Claro que isso torna difícil para o governo a aprovação de medidas impopulares, como as mudanças no seguro desemprego e no abono salarial — diz um cacique peemedebista.

O líder do PDT, André Figueiredo (CE), afirma que Dilma precisará aumentar a negociação com sua base aliada para sair desse momento difícil.

— Vai ter que negociar muito. Terça mesmo vou fazer pronunciamento contra essas medidas (trabalhistas). Infelizmente a equipe econômica se orienta por um viés do sistema financeiro. E ela tem que abrir diálogo com Congresso — disse Figueiredo.

As medidas do governo na área trabalhista ampliaram o prazo para que os trabalhadores possam acessar o seguro desemprego e reduziram os valores a serem pagos a título de abono salarial. Há ainda mudanças em relações a pensões. Os temas são alvo de Medida Provisória e terão de ser votados pelo Congresso a partir do mês de março. Orçamento pode ser votado nas próximas semanas.

GOVERNO CRÊ EM MELHORA GRADUAL

Segundo pesquisa Datafolha, 44% dos entrevistados consideram o governo da presidente Dilma ruim ou péssimo, enquanto 23% acham ótimo ou bom. Em outubro, durante o período eleitoral, esses índices eram de 24% e 42%, respectivamente. O núcleo político de Dilma atribui a queda de popularidade do governo a problemas circunstanciais e que serão superados com “muito trabalho” ainda este ano.

— O aumento nas tarifas de energia e gasolina foi necessário para um equilíbrio fiscal que assegure a implantação de todos os programas sociais, que são intocáveis. Nós já convivemos com períodos de menor aprovação. E com o nosso trabalho fomos capazes de responder às expectativas do povo. Assim faremos nos próximos quatro anos — disse o ministro Miguel Rossetto, secretário-geral da Presidência da República.

Apesar de ministros palacianos afirmarem que foram pegos de surpresa com o tamanho da queda, a avaliação é de que há uma agenda negativa muito forte no momento — crise hídrica, aumento dos combustíveis, aumento da energia, inflação, petrolão e outros — que se dissipará ao longo dos meses.

A análise mais otimista, no entanto, é restrita a ministros mais próximos à presidente. Integrantes do governo atribuem a queda de popularidade à falta de autocrítica e desprezo do núcleo político à opinião pública.

— Há uma desmobilização do governo para se defender. A presidente pediu a todos nós, na reunião ministerial, que explicássemos as medidas e defendêssemos incansavelmente o governo. Na prática, ninguém faz isso — disse um ministro.

Ao comentar o momento do governo, o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE) ressalta que é preciso focar na investigação da CPI da Petrobras para depois avançar para eventuais consequências:

— Até para não se dar respaldo a um discurso que o governo faz de que a CPI é para tentar derrubar a presidente.



09/02/2015