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sábado, 4 de outubro de 2014

Alckmin vencerá no 1º turno; Serra vai forçar Suplicy a procurar um emprego. Ou: Padilha e Skaf não conseguem tirar votos da torneira



Jovens fazem protesto contra a crise hídrica ao posar em foto com Geraldo Alckmin  (Foto: Mateus Andrade/Arquivo Pessoal )

Por Reinaldo Azevedo

O Datafolha divulgou a pesquisa eleitoral em São Paulo feita entre esta sexta e este sábado. Pouca coisa mudou nos três últimos dias. O tucano Geraldo Alckmin chega a 51% e deve ser reeleito no primeiro turno; o peemedebista Paulo Skaf obtém 21%, e Alexandre Padilha, do PT, 11%. Quando computados os votos válidos, os respectivos candidatos têm 59%, 24% e 13%. Num segundo turno, que não existirá, Alckmin bateria Skaf por 67% a 33%, e Padilha, por impressionantes 77% a 23%. O tucano José Serra dispara na liderança para o Senado, com 50%, contra 37% de Eduardo Suplicy, e 9% para Gilberto Kassab, do PSD. Vejam o gráfico publicado na Folha Online.





Em São Paulo, o PT deu “PT”, isto é: perda total. Alexandre Padilha, o “poste de Lula”, desta vez, não produziu luz — nem chegou a gerar calor. Se os números do Datafolha estiverem certos, o partido terá o pior desempenho eleitoral desde 1994, chegando bem perto das três primeiras eleições que disputou: 1882, 1986 e 1990. Vejam o quadro.



Eis aí: em 1998, o PT alcançou o patamar dos 20%, com Marta. Saltou para o andar dos 30% com Genoino, em 2002, ano da ascensão de Lula, e lá se manteve. Agora, despenca de novo para o padrão das primeiras disputas, quando ainda era considerado um partido “perigoso” por causa de sua ideologia. Hoje, o que se teme no PT é a corrupção. No quadro acima, os 13% são o índice atribuído ao PT pelo Datafolha.

Campanhas desastradas
Existe um enorme repúdio ao PT em São Paulo. Na raiz, certamente estão a repulsa aos atos de corrupção associados ao partido e o desastre da gestão de Fernando Haddad na Prefeitura de São Paulo. Mas não é só isso que explica o desempenho pífio: raramente o partido conduziu uma campanha tão equivocada em São Paulo. Ainda no debate da Globo, viu-se um Padilha agressivo, violento na retórica, a convidar o espectador a abrir a torneira para constatar que não haveria água. Ocorre que… há água.

Skaf, que chegou a ameaçar alçar voo, ficou empacado numa campanha que chegou a flertar com o surrealismo. Apelou-se ao lepo-lepo, à recomendação para que se governasse São Paulo com tesão, e, nas últimas peças publicitárias, uma mulher se mostrava hesitante na cama em ceder ou não aos apelos do homem, dizendo-se indecisa… E então vinha a recomendação para votar em.. Skaf. Duda Mendonça perdeu a mão.

Pela terceira vez consecutiva, o PT não chega ao segundo turno em São Paulo. O PSDB elegerá o sexto governo consecutivo, o terceiro no primeiro turno. E ainda levará a única vaga no Senado em disputa, forçando Eduardo Suplicy a procurar um emprego. Ele está lá há 24 anos e, até hoje, não apresentou um único projeto do interesse do Estado que representa.

Da próxima vez, se ainda houver seca em São Paulo — tomara que não! —, o PT não tentará tirar votos da torneira.

04/10/2014

É, minha gente! Como diria Chacrinha, uma eleição só acaba quando termina. Informam o Datafolha e o Ibope que Aécio deve estar à frente de Marina no 1º turno e se aproximando de Dilma no segundo…





Por Reinaldo Azevedo


Uma eleição “só acaba quando termina”, diria Chacrinha, o Velho Guerreiro. Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, realizada ontem e hoje, o tucano Aécio Neves está tecnicamente empatado com Marina Silva, do PSB, no primeiro turno, mas numericamente à frente: 24% a 22%.

Dilma Rousseff, do PT, segue com 40%. Os demais candidatos somam 4%; brancos e nulos são 4%, e 5% dizem não saber. No Ibope, com levantamento realizado entre anteontem e hoje, a petista e o tucano marcam os mesmos índices, mas a peessebista aparece com um ponto a menos, 21%. Os outros chegam a 3%.

Brancos nulos são 7%, e 5% não sabem. Números do segundo turno (já veremos) indicam que o tucano chega à reta final em ascensão, e Marina, em declínio. Já podemos antecipar algumas conclusões:


a: Aécio deve iniciar a disputa no segundo turno em trajetória ascendente;

b: a campanha suja do PT, agora, se voltará contra o tucano.


Vejam o gráfico com os números do Datafolha publicado pela Folha Online, com os votos totais e válidos no primeiro turno:



Vejam os gráficos do Ibope com totais e válidos do primeiro turno, publicados pelo G1:









Como se pode ver, há também uma ligeira diferença entre os votos válidos: no Datafolha, Dilma tem 44%; Aécio, 26%, e Marina, 24%. No Ibope, esses números são, respectivamente, 46%, 27% e 24%.

Debate?
As pesquisas já haviam identificado um movimento em favor de Aécio. Tudo indica, no entanto, que o fato de ter sido, de longe, o melhor no debate promovido pela TV Globo — com mais de 20 pontos de audiência — fez diferença. Em dois dias, ele passou de 21% para 24% no Datafolha, e Marina, de 24% para 22%. No Ibope, em três dias, o tucano saltou de 19% para 24%, e a peessebista, de 24% para 21%. No período, nos dois institutos, Dilma manteve os 40%. Como afirmei aqui neste blog, o debate havia sido bom para Aécio, ruim para Marina e neutro para Dilma.


Segundo turno

É nos números do segundo turno que a tendência de ascensão de Aécio e de declínio de Marina fica mais evidente. Vejam os gráficos do Datafolha (publicados pelo G1):



A diferença entre Dilma e Marina tende a ser crescente: era de sete pontos entre os dias 1 e 2 e passou para 10 pontos entre os dias 3 e 4. Quando a petista enfrenta o tucano, a distância está diminuindo: em uma semana, caiu de 11 pontos (50% a 39%) para 6 pontos: 48% a 42%. Agora, os gráficos no Ibope:




No Ibope, com números um pouco diferentes — 45% a 37% para a petista tanto contra Marina como contra Aécio —, também se nota a tendência de aproximação entre o tucano e Dilma e de distanciamento entre Marina e a presidente-candidata.

A onda em favor de Aécio e contra Marina nos últimos dois dias se revela com ainda mais clareza numa simulação de segundo turno entre os dois, que não vai se realizar. Vejam o gráfico que vai acima: há um mês, sob o impacto da queda do avião que levava Eduardo Campos, a peessebista venceria o tucano por 51% a 27%; agora, ele provavelmente a venceria por 39% a 36%. O Datafolha ouviu a maior amostra de sua série de pesquisas presidenciais em 2014: 18.116 eleitores em 468 municípios nos dias 3 e 4 de outubro. O Ibope realizou a pesquisa com 3.010 eleitores.


Conclusão

Tudo indica que o segundo turno será mesmo travado entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, o que, convenham, boa parte dos analistas considerava impossível há duas semanas. Aécio, note-se, jamais deixou de acreditar.

O candidato do PSDB chegará, assim, à reta final em ascensão, o que sempre é positivo. Ajuda a criar o clima de virada. Nessa hipótese, como se comportarão Marina Silva e seu eleitorado? Tratarei disso em outros posts. Aécio certamente está preparado para enfrentar o que vem por aí. O estoque de baixarias do PT no processo eleitoral não tem limites — mesmo num debate cujas regras impõem a civilização.

No embate da Globo, por exemplo, deu para perceber que Dilma já contava com a possibilidade de enfrentar o tucano no segundo turno, tanto é que o chamou para o confronto direto sempre que pôde. E perdeu todas. Não hesitou em insistir na mentira escandalosa de que os tucanos tentaram privatizar a Petrobras e os bancos públicos. É mentira, mas isso é fichinha perto do que vem por aí.

Quem certamente acompanha o embate com especial interesse é o doleiro Alberto Youssef. Caso Dilma vença a disputa, convenham, é grande a chance de o governo não chegar ao fim. Viveremos dias interessantes.
04/10/2014



A poucas horas da votação, o Ibope enfim capitula, concorda com o Datafolha e aposta na chegada de Aécio ao segundo turno






Por Augusto Nunes

Nas últimas quatro pesquisas do Datafolha, os índices de Aécio Neves desenharam uma curva ascendente: 17%, 18%, 20% e 21%. O levantamento divulgado nesta tarde de sábado, coerentemente, mostra Aécio com 26%, dois pontos porcentuais à frente de Marina Silva. E constata que o candidato do PSDB praticamente garantiu a passagem para o segundo turno. É ele quem vai enfrentar Dilma Rousseff.

Nas últimas quatro pesquisas do Ibope, Aécio permaneceu estacionado em 19%. Nesta tarde, o instituto enfim capitulou: um salto espetacular catapultou o senador tucano para 27%, três pontos porcentuais acima da concorrente do PSB. O que terá acontecido nas 48 horas que separam os dois levantamentos? Aconteceu o de sempre: na véspera da eleição, o Ibope desistiu de brigar com a realidade. E capitulou.

“A três dias da votação, um dos institutos de pesquisa deformou a realidade”, avisou na quinta-feira o post que comparou as pesquisas divulgadas naquele dia pelo Ibope e pelo Datafolha. Já se sabe qual foi.

04/10/2014



sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Trackings mostram que Aécio virou a eleição






Por O EDITOR
Blog do Coronel
Os trackings da campanha tucana apontaram hoje, pela primeira vez, para a virada e para Aécio Neves rumando célere para o segundo turno.

Hoje os levantamentos fecharam assim:


Dilma Rousseff 37% ( caiu dois pontos)
Aécio Neves 24% (subiu três pontos)
Marina Silva 21% (caiu três pontos)


Há uma forte subida de Aécio em Minas, São Paulo e Rio de Janeiro. Em São Paulo, é impressionante a virada. O número de indecisos aumentou para 12% depois do debate da Globo. Os eleitores pesquisados informam que querem votar em quem tiver mais chances de derrotar o PT. O sentimento anti-PT é crescente.

A preocupação, agora, é demonstrar para estes indecisos que Aécio é, efetivamente, como provou ontem no debate da Globo, o nome que pode derrotar o PT. Para isso, o trabalho nas redes sociais é fundamental para o que o tucano consolide a ida ao segundo turno.


3 de outubro de 2014

Petrobras: esquema continuou operando após saída de Paulo Roberto Costa


Polícia Federal comprova desvio de 37 milhões de reais nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Dinheiro foi repassado ao doleiro Youssef


  O doleiro Alberto Youssef em depoimento (VEJA)
Paulo Roberto Costa, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, deixou o cargo em 2012, mas o esquema de corrupção que ele montou continuou operando normalmente na estatal. A Polícia Federal já sabe que, de outubro de 2010 a dezembro de 2013, pelo menos 37,7 milhões de reais desviados da obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, foram repassados a empresas do doleiro Alberto Yousseff.

O golpe foi aplicado da seguinte maneira: para repassar o dinheiro desviado, o consórcio responsável pela obra, liderado pela empreiteira Camargo Correa, simulou a contratação de serviços da empresa Sanko Sider. Esta, por sua vez, simulou a contração de duas empresas de Alberto Youssef. Ninguém prestou serviço algum. O dinheiro, na prática, saiu dos cofres da Petrobras para os corruptos que se alimentavam no caixa da estatal.

Essa triangulação, feita para dificultar uma eventual investigação, para dar certo, precisava do aval da Petrobras. As normas da estatal obrigam todos os prestadores de serviço a possuírem uma certificação concedida pela própria empresa – uma forma de garantir que participem dos negócios apenas pessoas jurídicas idôneas. A polícia descobriu que a Sanko Sider, a intermediária entre a empreiteira e o doleiro, operou durante oito anos com um certificado obtido de forma fraudulenta.

Já se sabia que entre as fontes de corrupção da Petrobras estava a comercialização dos certificados. O que não se sabia é que mesmo depois de Paulo Roberto Costa ter deixado a estatal, em 2012, o esquema continuou operando. Os certificados precisam ser renovados todos os anos. As prestadoras de serviço são obrigadas a apresentar uma espécie de atestado de boa saúde financeira. A Sanko Sider, mesmo enfrentando graves problemas em seus balancetes, conseguiu a certificação em 2013, já sob a presidência de Graça Foster, apresentando documentos de uma outra empresa.

A fraude na emissão dos certificados que permitiam a contratação da Sanko Sider e o mapa do dinheiro desviado das obras da Petrobras para as empresas de fachada de Youssef fazem parte de um laudo recém-concluído por peritos da Polícia Federal e anexado nesta quinta-feira a um dos processo que o ex-diretor Paulo Roberto Costa responde na Justiça Federal do Paraná.

Os investigadores vão partir agora para a etapa mais importante da operação: descobrir o destino final do dinheiro. As pistas apontam para políticos e partidos aliados do governo, como o PT, o PMDB e o PP. Nesta quinta-feira, o doleiro Alberto Youssef assinou um acordo de delação premiada com a Justiça. Suas revelações são capitais nesta fase do processo. Youssef sabe o nome dos corruptos, os valores recebidos por cada um, o local onde o dinheiro foi entregue, a exata localização das contas abertas no exterior. E ele já se comprometeu a colaborar.

02.10.2014



Revelações vão “chocar o país”, diz Youssef



Doleiro quer entregar os documentos que guardou em um lugar seguro por mais de uma década e que seriam as provas definitivas contra os corruptos e corruptores que atuavam na Petrobras
 Robson Bonin
Veja.com

O BANQUEIRO - Preso, Youssef quer revelar o caminho do dinheiro em troca da redução da pena. Na lista do doleiro, João Vaccari, o secretário de Finanças do PT, é um dos mais encrencados (VEJA)

Durante muito tempo, o doleiro Alberto Youssef e o engenheiro Paulo Roberto Costa formaram uma dupla de sucesso nos subterrâneos do governo. Enquanto Paulo Roberto usava suas poderosas ligações com os altos escalões do poder e o cargo na diretoria de Abastecimento da Petrobras para desviar milhões dos cofres da estatal, Youssef encarregava-se de gerenciar a bilionária máquina de arrecadação que era usada para abastecer uma trinca de partidos e corromper políticos importantes.

Paulo Roberto era o articulador, o cérebro da organização.

Youssef, o caixa, o banco.

Um apontava os caminhos para assaltar a estatal.

O outro era o encarregado dos malabarismos contábeis para fazer o dinheiro chegar aos destinatários da maneira mais segura possível, sem deixar rastros.


Em março deste ano, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Lava-Jato, que tinha o objetivo de desarticular um esquema de lavagem de dinheiro, a dupla caiu na rede. O que ninguém imaginava — nem mesmo os policiais — é que, a partir das informações dadas pelos dois criminosos, uma monumental engrenagem de corrupção, talvez a maior de todos os tempos, começaria a ruir.

VEJA revelou que Paulo Roberto Costa, o primeiro a assinar o acordo de delação com a Justiça, entregou às autoridades o nome de mais de trinta políticos envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras, entre eles três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais, além de Antonio Palocci, o coordenador da campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010, que pediu 2 milhões de reais ao esquema.

O ex-diretor forneceu o nome dos corruptos que se locupletavam do dinheiro desviado e das empreiteiras que contribuíam com a arrecadação da propina — um golpe já considerado letal na estrutura da organização criminosa.

Se as revelações do ex-diretor — muitas ainda desconhecidas — já provocaram um cataclismo, o que está por vir promete um efeito ainda mais devastador.

Alberto Youssef, o caixa, decidiu seguir o parceiro e contar o que sabe. E, nas palavras do próprio doleiro, o que ele sabe “vai chocar o país”.

Além de confirmar que o dinheiro desviado da Petrobras era usado para sustentar três dos principais partidos da base aliada — PT, PMDB e PP —, Youssef se colocou à disposição para fechar o elo da cadeia de corrupção, fornecendo as contas no exterior, as datas de remessa e os valores repassados a políticos e autoridades que ele tinha como clientes.

Youssef disse às autoridades que, durante o tempo em que operou o banco da quadrilha, por quase uma década, tomou o cuidado de esconder em um local seguro documentos que mostram a origem e o destino das cifras bilionárias que movimentou.

É o que ele garante ser a verdadeira contabilidade do crime — um inventário que está escondido em um cofre ainda longe do alcance das autoridades brasileiras.

O acervo é tão completo que incluiria até os bilhetes das viagens que demonstrariam o que os investigadores já apelidaram de “money delivery”, o dinheiro entregue em domicílio.




03.10.2014

A urna de domingo e os ladrões


https://abobado.files.wordpress.com/2014/09/pt_gafanhotos_na_petrobras.jpg
Imagem: Blog do Abobado

Por Reinaldo Azevedo
Folha de S Paulo


Paulo Roberto Costa era apenas um tipo comum. Jamais seria incluído numa lista de mais influentes nem era chefe de nada. Não levava jeito para "capo di tutti i capi". Permaneceu por nove anos à frente da diretoria de Abastecimento da Petrobras. Chegou pelas mãos do PP e, bom rapaz, foi logo adotado pelo PT e pelo PMDB.

Lula, que sempre soube empregar o diminutivo com grande eficiência, o chamava de "Paulinho". Há "Paulinhos" à mancheia nas outras estatais, nos fundos de pensão, nas autarquias, na alta administração federal, em toda parte. Os "Paulinhos" sem rosto são mais influentes na República do Babalorixá de Banânia do que os eunucos no Império Persa.

Costa está em prisão domiciliar, ornado por uma tornozeleira eletrônica. No acordo de delação premiada, aceitou devolver aos cofres públicos espantosos R$ 70 milhões. É o que admite ter capturado, em proveito próprio, como operador do esquema criminoso, suprapartidário e governista, incrustado na estatal. Ele separava para si, note-se, apenas uma pequeníssima parcela do saque. Quanto levavam seus "chefes"?

Um termo de comparação: o mensalão, segundo Roberto Gurgel, ex-procurador-geral da República, distribuiu R$ 141 milhões em propina. No petrolão, um corrupto menor assume que a, digamos, taxa de administração da canalhice lhe rendeu o correspondente a 50% do que movimentou um dos maiores esquemas de corrupção da história do país.

Dado o tamanho do Estado no Brasil, é forçoso concluir que vivemos sob a permanente rapinagem de uma súcia.

Se uma empresa como a Petrobras não dispõe de um sistema de "compliance" que a torne imune a práticas dessa natureza, pode-se imaginar a desenvoltura com que atua a bandidagem em áreas bem menos expostas à curiosidade pública e desobrigadas de fazer ao menos a mímica da boa governança corporativa.

Não obstante, o estatismo goza de grande prestígio no Brasil, especialmente junto a acadêmicos, artistas e jornalistas, que ajudam, sim, a formar opinião e a plasmar consensos.

Os escândalos na Petrobras se tornaram tema de campanha –e nem poderia ser diferente.

Mas nós os estamos debatendo como se fossem apenas casos de polícia, e esta é a sua face menos importante.

O assalto organizado à Petrobras é um caso de política.

Há quatro eleições já, incluindo a deste ano, o petismo sufoca o país com a sua ladainha estatista, que só interessa à burguesia sindical do capital alheio e, portanto, aos aparelhos que garantem a influência e o poder do próprio... petismo.

Os verdadeiros espoliadores do Brasil, a "classe" de fato dominante, são justamente aqueles que saem por aí a falar em nome da igualdade e da justiça social. Praticam a forma mais porca e perversa do discurso ideológico, que é a do mascaramento da verdade. Quando é que voltaremos a ter uma candidatura viável, com a coragem de dizer os nomes daqueles que nos assaltam e condenam?

Ah, sim: na vigência do esquema criminoso, a Petrobras financiava boa parte da "consciência crítica" da "arte brasileira". Afinal, os desdentados, miseráveis e barrigudinhos produzidos por esse modelo merecem ao menos as metáforas pedestres –de esquerda, claro!– expelidas por "artistas" financiados. É de dar nojo.

03/10/2014 



Aécio subiu o tom e Marina tirou a máscara, enquanto Dilma foi… Dilma!




 Rodrigo Constantino

O grande vencedor do debate da TV Globo foi Aécio Neves, que finalmente resolveu adotar uma postura bem mais firme, sem aquele ar de Mr. Simpatia de antes. Com cara de poucos amigos, soube enquadrar a leviana e irresponsável Luciana Genro, com sua pose de menina mimada, reforçou a lembrança de que Marina foi PT por 24 anos e que sua “nova política” foi contratar para seu ministério vários petistas derrotados nas urnas, e colocou Dilma contra a parede em relação ao fracasso evidente de sua gestão econômica, assim como no caso das quadrilhas instaladas dentro de nossas estatais. Soube, enfim, explorar bem as fraquezas e contradições das adversárias, assim como sua clara vantagem em termos de preparo e equipe.

Já Marina foi a grande perdedora, em minha opinião. Não apenas pelo visível cansaço físico e abatimento emocional, após tanta pancada nas campanhas recentes, mas por ter deixado sua máscara de moderada mais ao centro cair quando confessou ter um programa de governo muito parecido com o de Luciana Genro, a mais radical de todas, que só sabe culpar o mitológico “capital financeiro” por todos os males do mundo. Não sei que votos ela ganha com essa declaração sincera, mas sei os que ela perde: os de todos aqueles que resolveram acreditar que ela era Giannetti da Fonseca e Lara Resende, e não MST.

Dilma foi… Dilma, a de sempre, com imensa dificuldade de concatenar o raciocínio, mostrando enorme esforço para completar uma frase com começo, meio e fim, e algum elo entre todos. Parece realmente algum problema cognitivo. Logo na primeira fala cometeu ainda um ato falho, quando tentou falar que seu governo era responsável pelo “confisco de bens” dos corruptos, e acabou dizendo “conquista de bens”. Ou seja, o seu governo realmente quer conquistar os nossos bens, apoiando os corruptos. Freud explica.

Enrolou-se feito uma moréia no anzol ao falar de independência e autonomia do Banco Central, alegando que defende a autonomia, mas não a independência legal. Em outras palavras, quer uma “autonomia” até resolver que não é mais desejável. Como demonstrou em seu governo, tornando o BC subserviente ao Planalto e permitindo a volta da alta inflação. Afirmou, em total desconexão com a realidade, que “a inflação está sob controle”. Só se for sob o controle da Unicamp, rumo aos 10% ao ano!

Dilma ainda conseguiu celebrar a quantidade abissal de 56 milhões de dependentes de esmolas estatais. Para Dilma, quanto mais miseráveis no Bolsa Família, melhor? Presumo que se fossem 100 milhões seria uma conquista ainda maior. Ou seja, o PT vibra com o aumento dos pobres que precisam de programas assistencialistas para sobreviver. Vai adorar a miséria assim lá em Cuba!

Em suma, o debate da Globo tem potencial para colocar Aécio no segundo turno com Dilma, levando em conta que já há empate técnico entre ele e Marina. Para aqueles que, como eu, consideram a candidatura do tucano a mais preparada para enfrentar os desafios que vêm por aí, como resultado das trapalhadas do governo Dilma, isso é alvissareiro.


03/10/2014



quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Aécio alcança Marina e avança para o segundo turno


 



A três dias da eleição, Aécio Neves (PSDB) conseguiu empatar com Marina Silva (PSB) na disputa pelo segundo lugar da corrida presidencial. Pesquisa Datafolha concluída nesta quinta-feira (2) mostra Marina com 24% das intenções de voto, Aécio com 21%. Como a margem de erro do estudo é de dois pontos para mais ou para menos, a situação é de empate técnico entre os dois postulantes. 

A tendência é de uma briga bastante acirrada pelo ingresso no segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff (PT), líder isolada do primeiro turno com 40% –o mesmo patamar dos dois últimos levantamentos. Marina cai ou oscila para baixo pesquisa após pesquisa desde o início de setembro. No mesmo período, o correu o oposto com Aécio. A vantagem da pessebista sobre o tucano chegou a ser de 20 pontos. Hoje é de 3 pontos. 

Juntos, os outros candidatos somam 4% das intenções de voto. Luciana Genro (PSOL), Pastor Everaldo (PSC) e Eduardo Jorge (PV) têm 1% cada, enquanto os demais totalizam 1%. Brancos são 5%, eleitores dispostos a votar nulo representam outros 5%. Em votos válidos (conta que descarta brancos e nulos), o placar do primeiro turno é Dilma com 45%, Marina com 27%, Aécio com 24%. Nos testes de segundo turno, Dilma vence tanto Marina quanto Aécio com o mesmo resultado: 48% a 41%. 

O Datafolha 12.022 entrevistas em 433 municípios por encomenda da Folha em parceria com a TV Globo. Os eleitores foram ouvidos nesta quarta (1º) e nesta quinta (2). O nível de confiança é de 95% (em 100 levantamentos com os mesmos métodos, os resultados estarão dentro da margem de erro em 95 ocasiões). O registro da pesquisa no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é BR-00933/2014

02 de outubro de 2014

USO CRIMINOSO DOS CORREIOS EM FAVOR DE DILMA: JÁ SE TEM A PROVA PROVADA. AGORA CUMPRE AO TSE CASSAR A SUA CANDIDATURA — NA HIPÓTESE DE HAVER LEI NO PAÍS


O crime eleitoral está comprovado.

Não se trata de mera acusação do PSDB.

Não se trata de mera ilação da imprensa.

Não se trata de mera suposição.


Por Reinaldo Azevedo

Cidadãos, pagadores de impostos, tão donos dos Correios como eu e você, flagraram um carteiro entregando propaganda eleitoral da Dilma. Sim, o rapaz faz isso em horário de expediente. O material que está sendo entregue não tem chancela, não tem carimbo, não tem nada.

Assistam ao vídeo.




Já sabíamos que os Correios haviam distribuído quase cinco milhões de folders da candidata Dilma Rousseff sem nenhuma forma de registro que comprovasse o pagamento. Mas isso ainda é pouco: os tucanos reúnem evidências de que uma parcela do material do PSDB entregue legalmente à estatal para ser distribuído, com o devido pagamento e a devida chancela, desapareceu, não foi entregue, sumiu.

Na quinta-feira passada, há uma semana, numa reunião num comitê do PT em Minas, o deputado do partido, Durval Ângelo, afirmou: “Se, hoje, nós temos a capilaridade da campanha do [Fernando] Pimentel [candidato do PT ao governo de Minas] e da Dilma em toda Minas Gerais, isso é graças a essa equipe dos Correios”. Mais adiante, diz ainda: “A Dilma tinha em Minas Gerais, em alguns momentos, menos de 30%. Se, hoje, nós estamos com 40% em Minas Gerais, tem dedo forte dos petistas dos Correios”.

Revejam o vídeo com a confissão.


Atenção, leitores! Atenção, brasileiros de toda parte! Isso é crime! Na verdade, há aí uma penca de crimes: abuso de poder econômico, doação irregular estimada em dinheiro feita por ente estatal e improbidade administrativa. Isso só para começar. O que a legislação prevê nesses casos? A cassação da candidatura. Tanto da candidatura de Dilma como da candidatura de Pimentel.

“Ah, querem ganhar no tapetão!” Não! Ocorre que é preciso vencer, seja quem for, segundo as regras legais.

O pobre carteiro que entrega os panfletos, a gente nota, está visivelmente contrariado. É evidente que ele não executa o serviço sujo para o PT por conta própria ou por vontade. Está proibido de falar. Os Correios têm uma rede enorme de franqueados, e os funcionários são contratados segundo as normas dea CLT: podem ser demitidos sem nenhuma das exigências burocráticas que existem para dispensar um servidor concursado. Assim, gente pobre, gente humilde, que não pode perder o emprego, é constrangida a trabalhar para uma máquina que se apoderou do estado brasileiro.

O crime está aí comprovado, aos olhos de todos. Existe a confissão do deputado Durval Ângelo. Ela se deu na presença de Wagner Pinheiro, presidente dos Correios, que se calou — e, portanto, confessou também. E agora temos a comprovação, em vídeo, do uso da estatal em favor do PT e de sua candidata. E o que diz o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, a quem a empresa é subordinada?

Lembram-se do assalto à Petrobras? É evidente que aquilo não aconteceu por acaso nem é uma exceção. Talvez esteja em vigência no Brasil hoje a maior máquina jamais criada para usar o que pertence a todos os brasileiros em benefício de alguns.

Estamos sendo assaltados em escala jamais vista. Também isso estará em questão quando os brasileiros forem votar no domingo.
 02/10/2014


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Chamem a Dilma para “dialogar”: Estado Islâmico decapita dez pessoas na Síria, incluindo três mulheres




Por Reinaldo Azevedo

VEJA.com
O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) decapitou sete homens e três mulheres em uma região curda no norte da Síria, disse um grupo de monitoramento dos direitos humanos nesta quarta-feira. O diretor da entidade civil oposicionista Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdulrahman, afirmou que os assassinatos fazem parte de uma campanha bárbara para atemorizar moradores que resistem ao avanço do grupo extremista.

Segundo o OSDH, os mortos são cinco combatentes curdos que lutavam contra o EI, incluindo três mulheres, e mais quatro rebeldes árabes sírios. A outra vítima é um civil curdo que também teve a cabeça arrancada. Eles foram capturados e decapitados na terça-feira em um local a cerca de 14 quilômetros a oeste de Kobani, uma cidade curda cercada pelos jihadistas, nas proximidades da fronteira turca . “Não sei por que essas pessoas foram presas e decapitadas. Somente o Estado Islâmico sabe”, disse Abdulrahman.

O Estado Islâmico, que proclamou um califado em uma região que abrange parte da Síria e do Iraque, tem praticado várias decapitações de combatentes inimigos e civis na Síria e Iraque. Tais atos são com frequência perpetrados em público e acompanhados de uma mensagem de que qualquer oposição, violenta ou não violenta, não vai ser tolerada.
Escalada de violência no Iraque


Os atos de violência durante o mês de setembro no Iraque tiraram a vida de 1.119 iraquianos e feriram outros 1.946, informou nesta quarta a missão das Nações Unidas no Iraque (Unami, na sigla em inglês). O número de civis mortos chegou a 854, o de feridos a 1.604, e a 265 entre os membros das forças de segurança (incluídas as tropas curdas, as forças especiais e as milícias que apoiam o exército iraquiano), além de 342 feridos, indicou a Unami em comunicado.

Na nota não foram especificadas as circunstâncias de morte dos integrantes das forças de segurança, nem números sobre o número de mortos ou feridos nas fileiras do grupo jihadista EI. Os números também não incluem as baixas nas operações registradas na província de Anbar, no oeste do país, por causa da dificuldade de verificar alguns fatos e elaborar um relatório sobre as vítimas. A ONU informou em seu texto da impossibilidade de verificar informações sobre um grande número de vítimas dos efeitos secundários da violência, como a falta de água, de alimentos, remédios e de cuidados básicos de saúde. Por isso, insistiu que “os números apresentados têm que ser considerados como o mínimo absoluto”.


01/10/2014




terça-feira, 30 de setembro de 2014

Levy Fidelix e a suposta homofobia: na democracia, dizer besteira é diferente de praticar crime. Ou: Uma OAB covarde vai à Justiça contra Fidelix; uma OAB corajosa iria à Justiça contra Dilma Rousseff. Ou: De Gays e cabeças cortadas


Eu ainda acho que progressista mesmo é enfrentar os fortes, não fazer fama contra os fracos.


Por Reinaldo Azevedo

Imaginem se, um dia, se votasse uma lei no Brasil ou em qualquer parte do mundo proibindo as pessoas de ser imbecis e de dizer imbecilidades. Quanto tempo vocês acham que demoraria para que se chegasse a uma tirania das mais odiosas?

Levy Fidelix (PRTB), o eterno candidato do aerotrem, disse uma porção de sandices sobre homossexualidade no debate da Record?

Disse.

É a única tolice que afirmou nessa campanha?

Não!

Justiça se faça, ele nem chega a ser o campeão das asnices — Luciana Genro, do PSOL, vence essa disputa com todos os pés nas costas, num confronto acirrado com Eduardo Jorge, do PV.

A maior de todas, ainda que dita em solo estrangeiro, é a de Dilma Rousseff: pregou a negociação com terroristas que cortam cabeças e praticam fuzilamentos e estupros em massa.
Muito bem. No debate da emissora, Luciana perguntou a Fidelix por que defensores da família se recusam a reconhecer como família um casal do mesmo sexo. O homem do PRTB afirmou o que segue no vídeo:




Trata-se de um apanhado de bobagens? Não resta a menor dúvida. Mas há crime? Ora, tenham a santa paciência! Tanto os demais debatedores não entenderam assim que ninguém reagiu — nem a própria Luciana. Na democracia, reitero, existe espaço para as opiniões idiotas. Leiam o que disse Fidelix.

Reproduzo aspas:
– “dois iguais não fazem filho”;.
– “aparelho excretor não reproduz”;
– “como é que pode um pai de família, um avô, ficar aqui, escorado (?), com medo de perder voto? Prefiro não ter esses votos, mas ser um pai, um avô, que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua seu neto.”
– “eu vi agora o papa, o Santo Padre, expurgar, fez muito bem, do Vaticano um pedófilo”.
– “que façam um bom proveito se quiserem fazer de continuar como estão, mas eu, presidente da República, não vou estimular. Se está na lei, que fique como está, mas estimular, jamais!, a união homoafetiva”.
– “Luciana, o Brasil tem 200 milhões de habitantes. Se começarmos a estimular isso aí, daqui a pouco vai reduzir para 100 [milhões]. Vai para Paulista, anda lá e vê. É feio o negócio, né?”
– “esses que têm esses problemas, que sejam atendidos no plano afetivo, psicológico, mas bem longe da gente, porque aqui não dá”.

Observem que ele nem mesmo diz que pretende mudar a legislação se eleito — coisa que nunca será. Apenas assegura que, se presidente fosse, não estimularia a união homoafetiva. Cadê o crime? Fidelix também entende que sexo tem como fim a procriação. Eu acho que ele está errado, mas me parece que tem direito a uma opinião, não é mesmo? Fidelix também tece considerações sobre as funções do, como ele diz, “aparelho excretor”. E daí? Revejam o vídeo. Os presentes riram de escárnio. Ninguém reagiu como se ele estivesse cometendo um crime. E, de fato, não estava.

Mas aí entra em cena a militância gay. Olhem, até acho admirável a prontidão dessa turma. Não há grupo no Brasil tão organizado e tão presente na imprensa. Teve início o processo de demonização de Fidelix. Os presidenciáveis, que se calaram quando ele disse as suas sandices, foram unânimes, depois, em condená-lo. A campanha de Marina Silva diz que estuda até mesmo recorrer à Justiça. Ou por outra: tenta usar a questão para se livrar da pecha de homofóbica que lhe pespegou o PT. Dito ainda de outro modo: os marineiros acham que Fidelix pode ser a sua Marina da hora. Dilma vai se encontrar hoje com lideranças do movimento LGBT. Eduardo Jorge, que defende a descriminalização do aborto e das drogas, já entrou com uma representação contra Fidelix. A OAB pede a cassação da candidatura do homem por homofobia.

Não dá! A fala de Fidelix é imbecil, sim, mas é criminosa? Gostaria de ler a argumentação da OAB e saber em que lei se ampara, especialmente porque Fidelix disse que, se eleito, deixaria tudo como está.

Acho esse um péssimo caminho da militância — de gays ou quaisquer outras. Vejam o quanto a causa avançou nesses anos, inclusive com o reconhecimento da união civil contra a letra da Constituição — fato inédito na nossa história e na história das democracias. E ninguém precisou ser levado aos tribunais por crime de opinião para que isso acontecesse.

Sim, ouçam de novo ou releiam a fala de Levy. Dizer uma bobagem tem de ser diferente de praticar um crime. Uma fala como essa não geraria celeuma em nenhuma democracia do mundo, mesmo naquelas severamente patrulhadas pelos politicamente corretos. A razão é simples: a liberdade de expressão é um valor intocável. A menos que seja usada para incitar a prática de crimes. Não me parece que seja o caso deste senhor.

De resto, que país este, não? A candidata-presidente, que, segundo os institutos de pesquisa, está na faixa dos 40% dos votos no primeiro turno e lidera a disputa para o segundo, pede que a ONU sente com terroristas facinorosos para negociar. A OAB se calou. Não deve ter visto nada de errado. O candidato do traço, que tem muito folclore e nenhuma história, emite uma opinião infeliz, e todos avançam contra ele tentando tirar uma casquinha.

Não contem comigo para criminalizar opiniões. Até que alguém me prove o contrário com a Constituição nas mãos, um brasileiro é livre para fazer digressões sobre o aparelho excretor ou para dizer que, se eleito, não promoverá o casamento gay. Já o presidente da República Federativa do Brasil NÃO É livre para pregar a negociação com terroristas.

Sabem por quê? O mesmo Artigo 5º que assegura a liberdade de expressão — e lá não está escrito que as pessoas são livres apenas para dizer coisas certas e com as quais concordamos — repudia o terrorismo.

Uma OAB covarde recorre à Justiça contra o nanico Levy Fidelix. Uma OAB que fosse corajosa teria recorrido à Justiça contra a gigante Dilma Rousseff. Eu ainda acho que progressista mesmo é enfrentar os fortes, não fazer fama contra os fracos.
*
PS: Eu estou debatendo aqui estado de direito, patrulha politicamente correta, liberdade de expressão, liberdade de opinião etc. Quaisquer intervenções que fujam desse paradigma não serão publicadas. Militância gay ou militância antigay devem buscar os canais adequados para se expressar. Não é o meu blog. Não arbitro sobre a sexualidade de ninguém. Cada um na sua, desde que não seja sexo forçado, com crianças ou com pessoas que não podem fazer suas próprias escolhas. Também excluiria os bichos. Apoio casamento gay e adoção de crianças por pares homossexuais. Eu não apoio é censura, patrulha, agressão ao Estado de direito, covardia e oportunismo.



30/09/2014

domingo, 28 de setembro de 2014

O ESTADO POLICIAL DE JOSÉ EDUARDO CARDOZO. OU: SE DILMA EXISTE, ENTÃO TUDO É PERMITIDO



Cardozo: ele deveria pegar o paletó e ir embora; em vez disso, opera para ser ministro do Supremo

Por Reinaldo Azevedo

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, voltou a ser notícia. Seu nome aparece em mais um caso escabroso. Num país em que o Poder Executivo respeitasse a democracia, o homem deveria ter sido sumariamente demitido — e não é a primeira vez que dá motivos para isso. Ocorre que ele é auxiliar daquela presidente que quer dialogar com terroristas que degolam pessoas. E, se Dilma é presidente, então tudo é permitido. Qual é o busílis? Paulo Abrão, secretário nacional de Justiça e braço-direito de Cardozo, foi pessoalmente à PF, fora de horário de expediente, para escarafunchar um inquérito resguardado pelo segredo de Justiça e que tinha como alvo Marina Silva. Explico.

Reportagem da mais recente edição da VEJA informa que, no dia 5 deste mês, a mando de Cardozo, Abrão se encontrou com o delegado Leandro Daiello, superintendente da Polícia Federal, para colher informações sobre o Inquérito 1209/2012 que apurou suspeitas de corrupção no Ministério do Meio Ambiente, quando Marina era ministra, em benefícios que teriam sido concedidos à empresa Natural Source International. Entre os investigados, estava o empresário Guilherme Leal, que apoia a candidata do PSB à Presidência. Atenção! O inquérito já tinha sido arquivado por falta de provas, a pedido do Ministério Público. Abrão dá uma desculpa esfarrapada. Já chego lá. Antes, algumas lembranças relevantes.

Algum tempo depois do mensalão, como esquecer?, Cardozo chegou a esboçar a intenção de abandonar a política. Estaria decepcionado e enojado com a atividade. Gente que o conhecia desde a gestão da prefeita Luíza Erundina na capital (1989-1992), quando estourou o chamado “Caso Lubeca” (pesquisem a respeito), jurou que ele não cumpriria a promessa porque não seria o tipo de homem que sente nojo com facilidade. Ele tem, me asseguraram, estômago de avestruz. Um meu amigo, que trabalhou com ele naquele período, ironizou: “O Zé Eduardo deixar a política porque estaria enojado? Besteira! É mais fácil a política deixar o Zé Eduardo…”. De fato, a gente nota que o homem não vomita com facilidade.

É claro que se trata de um absurdo. Abrão disse que estava apenas querendo saber em que pé estava a coisa porque “uma revista” — ??? — estaria fazendo uma reportagem a respeito e o havia procurado. Revista??? Abrão trabalha para a publicação? É “foca” do veículo? Está na folha de pagamentos? Se apenas quisesse informações, por que foi pessoalmente à sede da PF? Não bastava um ofício? Teve de manter um encontro que nem estava na agenda do superintendente da PF? Paulo Abrão, Paulo Abrão… Este rapaz fez carreira na Comissão da Anistia e é considerado um especialista em direitos humanos. Imaginem se não fosse…

É claro que isso é coisa típica de estado policial. Não é a primeira vez que a máquina é mobilizada pelos petistas contra adversários. Em novembro do ano passado, Cardozo protagonizou outro caso rumoroso. Era o ministro quem estava por trás do surgimento de um documento apócrifo que acusava políticos de três partidos de oposição — PSDB, DEM e PPS — de envolvimento com um cartel de trens. Na primeira versão oficial, o Cade teria fornecido o papelucho à Polícia Federal. Não colou. O ministro teve de vir a público para assumir a autoria do ato. Como de hábito, bateu no peito e disse que estava apenas cumprindo o seu dever. Uma ova! Imaginem se, agora, um ministro da Justiça deve pedir à PF que abra inquéritos para apurar toda denúncia anônima que lhe chegue às mãos. A ser assim, na prática, ele manda investigar quem lhe der na telha. Basta alegar que tem um documento… apócrifo!

Já fiz um levantamento neste blog demonstrando como Cardozo colaborou, por atos e omissões, pra que as jornadas de junho do ano passado degenerassem em violência. O post está aqui. Inicialmente, o governo federal apostava que a bomba dos protestos explodiria no colo de Geraldo Alckmin. Deu tudo errado. Não só isso: no Ministério da Justiça, Cardozo se comportou como um chefe de facção, hostilizando permanentemente a polícia de São Paulo.

Cardozo coroa, agora, no fim do governo, a sua atuação com mais esta: seu braço-direito no Ministério mobilizou a máquina federal para tentar prejudicar uma adversária de Dilma na eleição. Atenção! Há uma possibilidade concreta de este senhor ser indicado pela presidente para a cadeira vaga no Supremo, com a renúncia de Joaquim Barbosa. Fiquem atentos: nos próximos quatro anos, nada menos de cinco ministros vão se aposentar. Caso a petista se reeleja, dificilmente o país escapará do acinte de ter Cardozo ocupando uma cadeira no Supremo. Com esse currículo!


28/09/2014




Marina derrete e Aécio cresce




Por O EDITOR
Blog do Coronel

O fim de semana que antecede o primeiro turno da sucessão presidencial foi de enorme agitação nos comandos de campanha dos três principais candidatos. E a razão para a tensão não foi a agenda intensa. O que pautou toda a movimentação política das últimas 48 horas foram os números de enquetes eleitorais feitas diariamente pelos partidos. Os dados colhidos mostram a efetiva possibilidade de uma virada na reta final da campanha.


Como já antecipava a pesquisa ISTOÉ\Sensus divulgada na noite da sexta-feira 26, a candidata Marina Silva (PSB) vem registrando uma enorme perda de votos, que começou em cidades de médio porte e já chega aos grandes centros. Em direção inversa, o tucano Aécio Neves apresenta crescimento constante e sustentável.


Segundo o levantamento ISTOÉ\Sensus, os dois já estavam tecnicamente empatados na sexta-feira; Mariana com 25% das intenções de voto e Aécio com 20,7%. No final de semana esse quadro foi confirmado. Levantamento feito ontem pelo comando da campanha de Dilma Rousseff mostra a presidenta com 38%, Marina com 23% e Aécio com 19%. No QG dos tucanos os números levantados no final de semana apontam no mesmo sentido. Pelos dados colhidos pelo PSDB, Dilma tem 37%, Marina 24% e Aécio 20%.


Entre os petistas os números são vistos como um alerta. Durante a tarde, a presidenta se preparava para a participação no debate na TV Record, mas chegou a interromper a programação para tratar dos novos números. Os petistas, que já têm um projeto todo pronto para o enfrentamento do segundo turno com Marina, começaram a acionar o plano B. A maior parte dos líderes do PT e de partidos aliados acredita que se a virada de Aécio se concretizar o senador mineiro será mais difícil de ser abatido do que a candidata do PSB.


“Marina já entraria no segundo turno praticamente derrotada. Suas contradições são tão gritantes que seria difícil até mesmo para boa parte do PSDB fazer um apoio formal”, afirmou um membro da executiva nacional do PT. Para os tucanos, os novos números são traduzidos como o êxito de uma estratégia que está dando resultados: a maior exposição do candidato nas capitais onde o partido está colhendo bons resultados, principalmente em São Paulo.


No comando da campanha da Marina a temperatura está bem acima da média. Nunca os membros do PSB e os da Rede (o partido que Marina não conseguiu criar) estiveram tão divididos. E ambos além de trocarem farpas cada vez mais públicas acabam responsabilizando uns aos outros pela enorme perda de votos.


Confira a última pesquisaISTOÉ/Sensus.


28 de setembro de 2014



Dilma Rousseff e a corrupção



Editorial
O Estado de S.Paulo


Nunca antes na história deste país se viu tanta corrupção no governo. O mensalão e o mais recente escândalo do desvio de dinheiro da Petrobrás para o bolso de políticos governistas, exemplos mais luzidios do mar de lama em que o Brasil oficial chafurda, dão a medida de até que ponto os 12 anos de governos do PT degradaram a moral pública. Enquanto isso, Dilma Rousseff proclama na ONU e na propaganda eleitoral os "valores" que transformaram o Brasil num mundo encantado, enfatizando "o combate sem tréguas à corrupção", mediante "o fim da impunidade com o fortalecimento das instituições que fiscalizam, investigam e punem atos de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros".

Punir a corrupção? Recorde-se a tentativa do PT de desclassificar como "manipulação política" a condenação, pelo STF, dos dirigentes do partido que urdiram e executaram o até então maior escândalo de corrupção no governo - a compra de apoio de parlamentares para a formação da "base aliada". Os maiorais petistas condenados por uma corte integrada em sua esmagadora maioria por ministros nomeados nos governos de Lula e de Dilma foram transformados pelo lulopetismo em injustiçados "guerreiros do povo brasileiro".

Já quanto ao "fortalecimento das instituições que fiscalizam, investigam e punem", trata-se de mentira ainda mais escandalosa, até por ser uma das mais insistentemente repetidas no ininterrupto discurso eleitoral do PT no poder.

Fiscalizar e investigar? Dilma declarou recentemente o que pensa: não é função da Imprensa investigar o governo, mas apenas divulgar notícias. Em outras palavras, só deve ser divulgada a notícia que chega pronta na mão do jornalista, não importa a credibilidade da fonte, pois, se tentar verificar se a fonte tem credibilidade, o jornalista já estará fazendo o que não pode: investigando. Depois Dilma tentou se explicar, dizendo que não era bem o que todo mundo havia entendido, mas já havia deixado clara uma de suas afinidades com a ditadura cubana e o bolivarianismo chavista.

No âmbito do poder público, investigação é o trabalho, por exemplo, da Controladoria-Geral da União, da Advocacia-Geral da União e do Ministério Público (MP). As duas primeiras estão vinculadas ao Poder Executivo. Mas o MP é constitucionalmente autônomo, ou seja, uma potencial fonte de aborrecimentos para o Poder Executivo, em particular quando resolve meter o bedelho em malfeitos dos poderosos de turno. Não é por outra razão que têm sido recorrentes no Congresso as tentativas de impor limitações constitucionais à atuação investigativa do Ministério Público.

Dilma tem repetido que em seu governo a Polícia Federal (PF) tem ampla autonomia para trabalhar. Mais do que isso, que se hoje é aparentemente muito grande o número de casos de corrupção que chegam ao conhecimento público é porque os governos petistas ampliaram os quadros, forneceram equipamentos e garantiram autonomia à PF para cumprir sua missão. Mais uma vez, há confusão.

De acordo com dados oficiais do Ministério do Planejamento, conforme informou o Estado dias atrás, está havendo uma redução do número de delegados, peritos, escrivães e agentes da Polícia Federal. Segundo a Federação Nacional dos Policiais Federais, há hoje cerca de 4 mil cargos vagos, quando o ideal seria triplicar o número de servidores da PF. O mesmo Ministério do Planejamento informou, depois, que, no mês passado, foram admitidos nos quadros da Polícia Federal 541 servidores - ou seja, pouco mais de 10% dos cargos que estariam vagos.

Investigação e fiscalização são frequentemente sinônimos. No âmbito do poder público - sem falar do Poder Legislativo, hoje de joelhos diante do Executivo -, o Tribunal de Contas da União (TCU), órgão auxiliar do Congresso Nacional, tem a responsabilidade constitucional de exercer a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União. Mas durante seus governos Lula deixou bem claro o que pensa do TCU: só serve para criar obstáculos à execução dos projetos e programas oficiais.

Em resumo: o PT não gosta de ser fiscalizado e, muito menos, investigado. Qual a credibilidade de Dilma Rousseff, portanto, para falar em "combate sem tréguas à corrupção"?
28 Setembro 2014

PF apura elo de tesoureiro petista com doleiro preso






A Polícia Federal abriu mais uma frente de investigação na Operação Lava Jato para apurar se investimentos feitos por fundos de pensão de estatais em empresas ligadas ao doleiro Alberto Youssef foram negociados pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

Leonardo Souza e
Mario Cesar Carvalho
Folha de São Paulo


Dois fundos, o Petros, dos empregados da Petrobras, e o Postalis, dos Correios, aplicaram R$ 73 milhões e perderam praticamente todo o investimento. Vaccari nega ter participado desses negócios.

Segundo a polícia, parte do dinheiro foi para uma consultoria usada por Youssef para repassar propina de empreiteiras e fornecedores da Petrobras a políticos do PT e de outros partidos que apoiam o governo da presidente Dilma Rousseff no Congresso. E-mails encontrados pela PF em computadores de pessoas ligadas a Youssef sugerem que Vaccari ajudou os operadores do doleiro a fazer contato com o Petros em 2012, quando o grupo tentava captar recursos para o Trendbank, empresa que administra fundos de investimento. Um desses fundos quebrou no fim do ano passado, deixando um rombo de cerca de R$ 400 milhões e causando prejuízos aos fundos de pensão e a outros investidores.

Segundo os e-mails, o elo entre Vaccari e Youssef era Enivaldo Quadrado, um operador do mercado financeiro que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal por ter distribuído dinheiro do mensalão no início do governo Lula e que mais tarde passou a trabalhar para o doleiro. Em fevereiro de 2012, um executivo do Trendbank, Pedro Torres, disse a Quadrado que precisava falar sobre o Petros. Três dias depois, Quadrado respondeu por e-mail: “Falei hoje com João Vaccari sobre Petros, vamos ter reunião com os caras dia 28/02″.

A PF interpretou a frase como uma conquista de Quadrado: “Vale ressaltar que houve tentativas por parte de Quadrado de trazer [...] outros fundos de previdência, entre eles [...] o Petros” para os investimentos do doleiro, diz um relatório. O Trendbank investiu boa parte do dinheiro que captou em papéis podres de empresas fantasmas ligadas a Youssef, apontado pela PF como chefe de um bilionário esquema de lavagem de dinheiro.

Essas empresas ofereciam como garantia aos investidores contratos de prestação de serviços com empreiteiras, mas a PF concluiu que tudo não passou de uma fraude. Duas dessas empresas, a Rock Star Marketing e a JSM Engenharia e Terraplenagem, que receberam mais de R$ 100 milhões dos recursos aplicados pelo Trendbank, repassaram ao menos RS$ 1,5 milhão em 2010 à MO Consultoria, firma controlada por Youssef. Segundo o Ministério Público Federal, os recursos repassados à MO eram propina, já que a empresa não prestava os serviços pelos quais recebia.
(…)

28/09/2014