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sábado, 4 de outubro de 2014

É, minha gente! Como diria Chacrinha, uma eleição só acaba quando termina. Informam o Datafolha e o Ibope que Aécio deve estar à frente de Marina no 1º turno e se aproximando de Dilma no segundo…





Por Reinaldo Azevedo


Uma eleição “só acaba quando termina”, diria Chacrinha, o Velho Guerreiro. Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, realizada ontem e hoje, o tucano Aécio Neves está tecnicamente empatado com Marina Silva, do PSB, no primeiro turno, mas numericamente à frente: 24% a 22%.

Dilma Rousseff, do PT, segue com 40%. Os demais candidatos somam 4%; brancos e nulos são 4%, e 5% dizem não saber. No Ibope, com levantamento realizado entre anteontem e hoje, a petista e o tucano marcam os mesmos índices, mas a peessebista aparece com um ponto a menos, 21%. Os outros chegam a 3%.

Brancos nulos são 7%, e 5% não sabem. Números do segundo turno (já veremos) indicam que o tucano chega à reta final em ascensão, e Marina, em declínio. Já podemos antecipar algumas conclusões:


a: Aécio deve iniciar a disputa no segundo turno em trajetória ascendente;

b: a campanha suja do PT, agora, se voltará contra o tucano.


Vejam o gráfico com os números do Datafolha publicado pela Folha Online, com os votos totais e válidos no primeiro turno:



Vejam os gráficos do Ibope com totais e válidos do primeiro turno, publicados pelo G1:









Como se pode ver, há também uma ligeira diferença entre os votos válidos: no Datafolha, Dilma tem 44%; Aécio, 26%, e Marina, 24%. No Ibope, esses números são, respectivamente, 46%, 27% e 24%.

Debate?
As pesquisas já haviam identificado um movimento em favor de Aécio. Tudo indica, no entanto, que o fato de ter sido, de longe, o melhor no debate promovido pela TV Globo — com mais de 20 pontos de audiência — fez diferença. Em dois dias, ele passou de 21% para 24% no Datafolha, e Marina, de 24% para 22%. No Ibope, em três dias, o tucano saltou de 19% para 24%, e a peessebista, de 24% para 21%. No período, nos dois institutos, Dilma manteve os 40%. Como afirmei aqui neste blog, o debate havia sido bom para Aécio, ruim para Marina e neutro para Dilma.


Segundo turno

É nos números do segundo turno que a tendência de ascensão de Aécio e de declínio de Marina fica mais evidente. Vejam os gráficos do Datafolha (publicados pelo G1):



A diferença entre Dilma e Marina tende a ser crescente: era de sete pontos entre os dias 1 e 2 e passou para 10 pontos entre os dias 3 e 4. Quando a petista enfrenta o tucano, a distância está diminuindo: em uma semana, caiu de 11 pontos (50% a 39%) para 6 pontos: 48% a 42%. Agora, os gráficos no Ibope:




No Ibope, com números um pouco diferentes — 45% a 37% para a petista tanto contra Marina como contra Aécio —, também se nota a tendência de aproximação entre o tucano e Dilma e de distanciamento entre Marina e a presidente-candidata.

A onda em favor de Aécio e contra Marina nos últimos dois dias se revela com ainda mais clareza numa simulação de segundo turno entre os dois, que não vai se realizar. Vejam o gráfico que vai acima: há um mês, sob o impacto da queda do avião que levava Eduardo Campos, a peessebista venceria o tucano por 51% a 27%; agora, ele provavelmente a venceria por 39% a 36%. O Datafolha ouviu a maior amostra de sua série de pesquisas presidenciais em 2014: 18.116 eleitores em 468 municípios nos dias 3 e 4 de outubro. O Ibope realizou a pesquisa com 3.010 eleitores.


Conclusão

Tudo indica que o segundo turno será mesmo travado entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, o que, convenham, boa parte dos analistas considerava impossível há duas semanas. Aécio, note-se, jamais deixou de acreditar.

O candidato do PSDB chegará, assim, à reta final em ascensão, o que sempre é positivo. Ajuda a criar o clima de virada. Nessa hipótese, como se comportarão Marina Silva e seu eleitorado? Tratarei disso em outros posts. Aécio certamente está preparado para enfrentar o que vem por aí. O estoque de baixarias do PT no processo eleitoral não tem limites — mesmo num debate cujas regras impõem a civilização.

No embate da Globo, por exemplo, deu para perceber que Dilma já contava com a possibilidade de enfrentar o tucano no segundo turno, tanto é que o chamou para o confronto direto sempre que pôde. E perdeu todas. Não hesitou em insistir na mentira escandalosa de que os tucanos tentaram privatizar a Petrobras e os bancos públicos. É mentira, mas isso é fichinha perto do que vem por aí.

Quem certamente acompanha o embate com especial interesse é o doleiro Alberto Youssef. Caso Dilma vença a disputa, convenham, é grande a chance de o governo não chegar ao fim. Viveremos dias interessantes.
04/10/2014



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