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sábado, 23 de março de 2013

Empreiteiras pagaram quase metade das viagens de Lula ao exterior



Quase metade das viagens internacionais feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após deixar o governo foi bancada por grandes empreiteiras com interesses nos países que ele visitou.

Todos eles ficam na América Latina e na África, de acordo com documentos oficiais obtidos pela Folha.

FERNANDO MELLO
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

As duas regiões foram prioridades da política externa do petista em seus dois mandatos.A assessoria do ex-presidente diz que ele trabalha para promover "interesses da nação" e não das empresas que bancam suas atividades.

Mas políticos e empresários familiarizados com as andanças de Lula disseram à Folha que ele ajudou a alavancar interesses de gigantes como Camargo Corrêa, OAS e Odebrecht nesses lugares. Um telegrama diplomático de novembro do ano passado, enviado ao Itamaraty pela embaixada do Brasil em Moçambique após uma visita de Lula, diz que ele ajudou empresas brasileiras a vencer resistências locais ao "associar seu prestígio" a elas.

Desde 2011, Lula visitou 30 países, dos quais 20 ficam na África e América Latina. As empreiteiras pagaram 13 dessas viagens. Na última terça-feira, Lula iniciou novo giro africano, começando pela Nigéria, e patrocinado por Odebrecht, OAS e Camargo.

O Instituto Lula não informa os valores que recebe das empresas. Estimativas do mercado sugerem que uma palestra no exterior pode render a Lula R$ 300 mil, sem contar gastos com hospedagem, comida e transporte. Os nomes dos financiadores das viagens de Lula aparecem nos telegramas diplomáticos obtidos pela Folha.

As empresas negam ter pago as viagens de Lula para que ele defendesse seus interesses. Dois procuradores da República, um delegado federal, um juiz e dois advogados disseram à Folha que não há, a princípio, irregularidades nas viagens por não haver lei sobre a atuação de ex-presidentes.

Em novembro de 2012, Lula viajou para quatro países (África do Sul, Moçambique, Etiópia e Índia). Segundo nota divulgada pelo Instituto Lula na ocasião, o objetivo era a "cooperação em políticas públicas e ampliação das relações internacionais", mas o telegrama da embaixada brasileira deixa claro que o assunto da viagem era outro.

As duas primeiras paradas foram pagas pela Camargo Corrêa. Em Moçambique, a empresa participou das obras de uma mina de carvão explorada pela Vale, que meses antes fora alvo de protestos de centenas de famílias removidas pelo empreendimento.

Segundo o telegrama da embaixada brasileira que relatou ao Itamaraty a visita de Lula, o ex-presidente contribuiu para reduzir resistências que as empresas brasileiras enfrentam em Moçambique.


"Ao associar seu prestígio às empresas que aqui operam, o ex-presidente Lula desenvolveu, aos olhos moçambicanos, compromisso com os resultados da atividade empresarial brasileira", escreveu a embaixadora Lígia Scherer.
Em agosto de 2011, Lula começou um tour latino-americano pela Bolívia, onde chegou "com sua comitiva em avião privado da OAS", como anotou o embaixador Marcel Biato em telegrama.

O primeiro compromisso foi um encontro com o presidente Evo Morales. Na época, protestos impediam a OAS de tocar uma rodovia de US$ 415 milhões. Foi um dos temas da conversa, dizem empresários da Bolívia que pedem sigilo. La Paz cancelou o contrato, mas deu US$ 9,8 milhões como compensação à OAS.

Da Bolívia, ainda bancado pela OAS, Lula viajou para a Costa Rica, onde a empresa disputava uma obra de US$ 57 milhões. A OAS foi preterida após a imprensa local questionar o papel de Lula.

Após nove meses, a OAS ganhou a concessão da rodovia mais importante do país (negócio de US$ 500 milhões). (Folha de São Paulo)
22/03/2013

quinta-feira, 21 de março de 2013

Desculpas sobre gastos de comitiva em Roma não convencem e Dilma Rousseff deve optar pelo silêncio


Baderna oficial


Os brasileiros indignados que se preparem, porque a tendência é que Dilma Rousseff mergulhe em um ostracismo forçado por causa gastança em Roma durante viagem oficial para acompanhar a missa que marcou o pontificado do papa Francisco.

De volta ao Brasil, Dilma deixará a capital federal nos próximos dias para mais algumas incursões no Nordeste, uma vez que sua campanha pela reeleição já está em marcha. Mas que ninguém espere qualquer explicação por parta da presidente sobre o escárnio romano.

Confirmando a teoria de que nada no universo é mais direitista do que um representante da esquerda no poder, Dilma torrou € 125.990,00 (R$ 324 mil) na viagem à capital italiana, segundo informou a assessoria de imprensa do Itamaraty ao jornal “O Estado de S. Paulo”. Trata-se de um enorme deboche, pois os brasileiros enfrentam uma preocupante crise financeira, muito mais grave do anunciam os palacianos.

“As equipes técnica e de apoio tiveram a composição padrão das viagens presidenciais, formadas por profissionais de segurança, cerimonial, saúde, tradução, comunicação, diplomatas, entre outros. A comitiva e a equipe técnica foram hospedadas no hotel Westin Excelsior e a equipe de apoio hospedou-se no hotel Parco dei Principi”, informou o Itamaraty.

A comitiva liderada pro Dilma Rousseff contou com a participação dos ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Aloizio Mercadante (Educação), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República), Helena Chagas (Comunicação Social), além do embaixador do Brasil no Vaticano, Almir Franco de Sá Barbuda, que se juntou ao grupo em Roma.

O ministro Antonio Patriota tentou minimizar o estrago e alegou que a presidente ficou hospedada em um dos mais caros e badalados hotéis da capital italiana porque a residência do embaixador do Brasil em Roma está temporariamente desocupada. “O embaixador Ricardo Neiva Tavares foi designado pela Presidenta da República e aprovado pelo Congresso e o decreto de remoção dele da União Europeia aqui para Roma foi publicado no Diário Oficial na sexta-feira passada.

Nessas condições, então, a residência do embaixador do Brasil aqui em Roma está desocupada no momento, ela está entre dois Embaixadores – e é por isso que a presidenta ficou aqui no hotel”, disse Patriota à Agência Brasil.

Partidos de oposição criticaram com veemência os gastos da comitiva presidencial e anunciaram que pedirão ao Palácio do Planalto informações sobre o custo total da viagem. Líder do PPS na Câmara dos Deputados, o paranaense Rubens Bueno foi enfático: “Isso é mordomia pura, é algo que choca. Presidente da República sair do Brasil, ir para uma missa, ficar três dias com uma comitiva desse tamanho, e pagar uma diária que custa R$ 7.700 é algo que choca. É um negócio inaceitável”.

O valor informado pelo Itamaraty por si só é um descomunal absurdo, mas a conta que cabe aos brasileiros é ainda maior porque há o custo do deslocamento do avião presidencial. Considerando apenas os R$ 324 mil, o entourage palaciano conseguiu a proeza de torrar em uma saída para a missa o equivalente a 478 salários mínimos, montante que um reles trabalhador demoraria quarenta meses para conseguir.

Levando-se em conta que Dilma Rousseff descobriu a fórmula mágica de derrotar a miséria com R$ 80 mensais, o valor gasto em Roma seria suficiente para manter 38 pessoas, durante dez anos, longe da chamada linha da miséria extrema.

Em qualquer país minimamente sério e com um povo com doses rasas de responsabilidade, Dilma desembarcaria em um aeroporto cercado por extensa e raivosa multidão. Lamentavelmente, nenhuma manifestação há de acontecer, nem mesmo por parte dos baderneiros que, financiados com o dinheiro público, têm feito arruaças na Comissão De Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

Dilma deslocou para Roma a Corte de Dario; se Borat estivesse por lá, teria conseguido audiência


 



Por Reinaldo Azevedo

Se Borat estivesse em Roma, teria conseguido uma audiência com a Corte Persa de Brasília…

Democracia custa caro — ditaduras ainda mais… É claro que o deslocamento da presidente a Roma e alguns dias de estadia consomem uma boa grana dos cofres públicos. É do jogo. A questão é saber se estão gastando o razoável (ou “rasoavel”, segundo a nova ortografia da Escolinha do Professor Mercadante).

A embaixada do Brasil em Roma está num período de troca de titular: o embaixador antigo saiu, e o novo ainda não chegou. Assim, informa Fabiano Maisonnave, na Folha, Dilma e parte de sua comitiva se hospedaram no luxuoso hotel Westin Excelsior, na Via Veneto.



Só ali ocuparam 30 quartos. Outros 22 foram alugados em hotel próximo — 52 ao todo. A diária da suíte presidencial é de R$ 7.700; o quarto mais barato sai por R$ 910. Informa ainda a reportagem: “Já a frota alugada inclui sete veículos sedã com motorista, um carro blindado de luxo, quatro vans executivas com capacidade para 15 pessoas cada, um micro-ônibus e um veículo destinado aos seguranças.”

Caramba! E isso tudo porque Dilma, de fato, não tinha agenda nenhuma na capital italiana que não assistir à missa de entronização do papa Francisco no Vaticano. A comitiva fez um esforço para arrumar ocupação para a presidente: ela visitou uma exposição de Ticiano, encontrou-se com José Graziano, o pai do natimorto Fome Zero e hoje diretor-geral da FAO, esteve com Giorgio Napolitano, presidente da Itália, que está deixando o cargo. Tudo cortesia. Nesta terça, houve ainda um papo relâmpago com Cristina Kirchner, que chegou sem avisar. E houve alguns minutinhos com o papa neste quarta.

Reitero: Dilma não tinha agenda de trabalho nenhuma em Roma, zero! Mesmo assim, leva tal comitiva junto que se faz necessário alugar 52 quartos e 14 veículos (segundo o Estadão, 17), o que inclui micro-ônibus, vans etc. Talvez só a Corte de Dario, no Império Persa, fosse menos modesta do que a Corte de Brasília.

Parafraseando Drummond, escrevo: “Pra que tanta gente?, pergunta o meu coração?”. É bem verdade, e quase me escapa, que Dilma se reuniu também com Borut Pahor, presidente da Eslovênia, país de 2 milhões de habitantes. Só a Zona Leste da cidade de São Paulo abriga 3,6 milhões…

Os petistas classificam esse tipo de abordagem de “moralismo udenista”… Claro, claro! No dia em que Dilma se deslocar para assinar um tratado comercial verdadeiramente importante, quantos quartos serão necessários? Se, para não trazer um tostão ao país, 52 foram alugados, um acordo que nos rendesse R$ 1 já elevaria a necessidade de quartos ao infinito. Trata-se de um raciocínio puramente matemático, um saber que vai se tornando um exotismo reacionário no Brasil.

É…

A gente sabe como se dá o fenômeno da multiplicação de assessores. Vejam o caso: o ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) acompanhou a presidente. Faz sentido. Também estava lá Helena Chagas (Comunicação Social). Vá lá. Sempre há notícia… Mas o que fazia junto Gilberto Carvalho (secretário-geral da Presidência)? “Ah, é que é ele o católico da turma; consta que o ex-seminarista ficava explicando a Dilma os passos da missa papal”. Tá. E Aloizio Mercadante? Foi renovar os seus votos de notório militante católico? Sabem como é… Cada um desses grandes tem seus respectivos assessores, estafetas e coisa e tal. E assim vai se formando a Corte de Dario e seu séquito de eunucos…

O PPS anunciou que quer saber quanto se gastou nessa viagem. Deve solicitar informações, na verdade, sobre o custo dos deslocamentos de Dilma ao exterior. Uma das pechas que o PT colou em FHC é que ele passava tempo demais fora do Brasil…

Numa de suas primeiras manifestações públicas, o papa Francisco instou seus conterrâneos argentinos a não gastar dinheiro se deslocando para Roma. Pediu que doassem o valor correspondente aos pobres. Dilma deslocou a Corte de Dario até Roma e lá reiterou seu compromisso com os despossuídos.

Dilma esteve com o tal Borut, presidente da Eslovênia. Se o que quase xará, Borat, estivesse em Roma, teria conseguido uma audiência com a presidente. Afinal, era preciso preencher o tempo…

 20/03/2013

quarta-feira, 20 de março de 2013

O elenco da Ópera dos Vigaristas debocha da plateia que engole qualquer promessa



    


Por Augusto Nunes

Caprichando na pose de parente de todos os mais de mil mortos, Sérgio Cabral só não caiu no choro ao ouvir o que dizia Dilma Rousseff naquele 27 de janeiro de 2011 porque acabara de chegar de Paris ─ e ainda convalescia das alegres noitadas divididas com a Turma do Guardanapo. Se não fosse a lembrança da farra, o governador começaria a debulhar-se em lágrimas ao saber que, para abrigar os 15 mil flagelados da Região Serrana, a presidente ordenara a imediata construção de 6 mil casas ─ nem mais, nem menos. E sucumbiria ao pranto convulsivo com a segunda grande notícia que Dilma tirou do bolso do terninho.

Já no verão seguinte, prometeu a supergerente de país, a pior das tempestades ficaria com cara de garoa graças às medidas de prevenção de enchentes que encomendara na véspera ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra.

Em novembro, Bezerra reapareceu na zona conflagrada não para comemorar a conclusão de algum conjunto habitacional, muito menos para mostrar alguma encosta redesenhada para resistir a aguaceiros.

Estava lá para inaugurar outra promessa de Dilma Rousseff: quando as chuvas viessem, encontrariam prontos para o combate “6 mil agentes da Defesa Civil treinados para agir nas áreas de risco”.

Em 19 de janeiro de 2012, Dilma revelou que esse exército fantasma sustentaria a estratégia definida pela força-tarefa comandada por Fernando Bezerra, Gleisi Hoffmann (chefe da Casa Civil), Aloizio Mercadante (então colecionando trapalhadas no Ministério da Ciência e Tecnologia), Alexandre Padilha (Saúde), Paulo Passos (ainda ministro Transportes) e Enzo Peri (comandante do Exército e ministro interino da Defesa).

“Isso não é força-tarefa”, resumiu o jornalista Celso Arnaldo Araújo. “É farsa-tarefa”.

Não merece outro nome o grupo escalado de enquadrar enchentes, inundações, deslizamentos e afins valendo-se do inesgotável estoque de malandragens, tapeações e fantasias eleitoreiras.

O post reproduzido na seção Vale Reprise resume a Ópera dos Vigaristas. Nenhuma casa foi construída. Nenhuma medida preventiva deu as caras na Região Serrana além da patética rede de sirenes.

A presidente e os ministros não cumpriram o combinado. Os governadores preferiram concentrar-se em atividades mais lucrativas. Nenhum projeto relevante saiu do papel.

As verbas não desceram do palanque. Só alguns prefeitos gatunos viram a cor de dinheiro ─ que imediatamente embolsaram.

Nada foi feito
para reduzir o medo dos moradores das áreas em perigo.

No penúltimo verão do governo Dilma, os canastrões no palco resolveram debochar da plateia que tudo engole sem engasgos.

A presidente agora acusa os mortos de terem optado pelo suicídio.

Se as vítimas não descobrirem que há limites para a desfaçatez até no Brasil Maravilha, a presidente mais inepta da história vai querer prender os sobreviventes.

Todos cometeram o mesmo crime: morar no lugar errado.

 19/03/2013

Dilma resolve dar uma colher de chá ao papa, mas não abre mão de dizer tolices sobre a Igreja. Não comungou ao menos. Foi o lado bom!



 
Por Reinaldo Azevedo

Certo!

Depois de ter dado uma aulinha ao papa, quase uma bronca, a presidente Dilma Rousseff, devota da “deusa” Nossa Senhora de Forma Geral, resolveu recuar um tantinho.

Ficou apenas nos elogios.

E teve o bom senso de não comungar.

Vai ver o avião não balançou muito na ida a Roma. Não que ela tenha resistido inteiramente à tentação de dizer uma bobagem…

Isso não!

Leiam o que informa Jami Chade, no Estadão.

Volto depois.

Um dia depois de contestar o papa Francisco, a presidente Dilma Rousseff mudou de discurso, recuou, fez amplos elogios ao pontífice e à sua estratégia de lidar com a pobreza no mundo. Ontem, Dilma não comungou na missa de inauguração do pontificado do argentino, mantendo-se sentada enquanto a hóstia era distribuída aos chefes de Estado. Mas o papa aceitou um pedido de Dilma para que fosse recebida, hoje, em uma audiência privada

Na segunda-feira, a presidente havia declarado que a atenção que o argentino daria ao combate à pobreza não seria suficiente e a Igreja também deveria “compreender as opções diferenciadas” de cada pessoa, numa alusão à homossexualidade, ao aborto e a outros temas polêmicos. O presidente da Conferência Nacional dos Bispos no Brasil (CNBB), d. Raymundo Damasceno, deixou claro que “respeitar não significaria aprovar”.

Ontem, às vésperas de seu encontro privado com o papa, Dilma mudou o tom. “Acho que ele fez um sermão bastante interessante, porque afirmou um grande compromisso com os pobres”, disse. “Se espera de um representante de uma grande religião, como a religião católica, esse compromisso com os mais frágeis.”

Dilma chegou a apontar que a insistência do papa com os pobres estaria influenciada pela nova realidade da América Latina e pelos avanços sociais na região. “Acho que o fato de ele ter essa opção preferencial pelos pobres tem a ver com o nosso continente, que está passando por um processo de superação da pobreza.”
(…)

Comento
Santo Deus! Quer dizer então que a Igreja dos papas europeus não dava a menor bola para os pobres, é isso? Ah, tenham paciência! Uma das razões da expansão do cristianismo no mundo helênico foi justamente a solidariedade. A Igreja, com efeito, não é ONG, mas foi a primeira instituição a atuar como uma organização não governamental, na base do puro voluntariado.

A Igreja Católica é a instituição que reúne o maior número de entidades benemerentes do mundo. Dilma conhece alguma coisa sobre o trabalho missionário na África, por exemplo?

Confesso que prefiro aquela Dilma que fala o tecnocratês meio destrambelhado e incompreensível, e nunca por culpa dos ouvintes, simulando saber mais do que diz, a esta outra que se expressa com relativa clareza, deixando evidente que fala mais do que sabe.
20/03/2013

terça-feira, 19 de março de 2013

A volta da Farsa-Tarefa


 
Augusto Nunes


Busca desesperada. Voluntário trabalha no resgate de sobreviventes no bairro Independência, em Petrópolis
Foto: Gabriel de Paiva / O Globo

CELSO ARNALDO ARAÚJO

“Dilma liga para governador e oferece ajuda para cidades alagadas no RJ”
Manchete no portal Globo.com de hoje e dos jornais de amanhã – provavelmente na editoria de cinismo. Sergio Cabral ainda não disse se aceita ajuda.

Mas, por via das dúvidas, a Farsa-Tarefa antichuvas, constituída por Dilma depois da enchente do ano passado na região serrana do Rio (veja o post publicado na seção Vale Reprise), já separa ternos escuros e ensaia rostos circunspectos e dolorosos para foto a ser publicada no Portal do Planalto e reproduzida também por todos os jornais.

Enquanto isso, Dilma vai pedir bênção ao papa e absolvição para os 16 soterrados de Petrópolis – pecadores mortais que ela condenou hoje, em Roma, por não terem saído antes do local de onde foram levados pela enxurrada.


PS: a declaração de Dilma, culpando os mortos de Petrópolis por terem morrido e prometendo ações mais drásticas contra eles, talvez chova no molhado. Mas acho que vai repercutir muito mal, de Roma para o mundo. O papa, pelo menos, não gostaria muito de saber disso…

18/03/2013


Cármen Lúcia socorre os bebês chorões e concede liminar que suspende nova distribuição dos royalties. É o tribunal forçado a ocupar o lugar dos políticos



 

 
Por Reinaldo Azevedo
O Supremo Tribunal Federal, mais uma vez, quebrou galho dos políticos e fez o que eles não fizeram. A ministra Carmen Lúcia concedeu uma liminar contra as novas regras, aprovadas pelo Congresso, para a distribuição dos royalties do petróleo.

Vale dizer: Congresso, governadores e Presidência da República não conseguiram chegar a uma situação de consenso. Bem, então que se chame a Quinta Cavalaria. Lamentável!


A decisão de Carmen Lúcia tem caráter liminar e pode ser endossada ou recusada pelo plenário. Mas não há data pra isso. Até lá, ficam valendo os vetos da presidente Dilma, e Rio e Espírito Santo continuam a receber o que já recebiam para os poços já licitados.

É claro que a maioria do Congresso e os estados não-produtores não vão se conformar.


Entre essa liminar e o julgamento de mérito, abre-se tempo para uma negociação. Mas quem se apresenta em defesa de um “tertius”?

No caso do Fundo de Participação dos Estados, que o Supremo considerou inconstitucional, foi dado um prazo de dois anos e meio para que se apresentasse uma nova lei. Ele expirou, e nada aconteceu.


Leia texto de Laryssa Borges, na VEJA.com:
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu na noite desta segunda-feira, em caráter liminar, a nova partilha dos royalties do petróleo aprovada pelo Congresso Nacional. Há duas duas semanas, senadores e deputados derrubaram o veto da presidente Dilma Rousseff que impedia que a divisão dos royalties incluísse também contratos de campos já em fase de exploração.

Com a decisão dos parlamentares, a regra de distribuição vale tanto para campos novos quanto para as áreas já licitadas. A decisão dos congressistas autoriza também que os royalties sejam distribuídos entre estados e municípios que não têm o insumo em seu território.

A liminar da ministra Cármen Lúcia foi concedida atendendo a um recurso do governo do Rio de Janeiro, um dos estados mais atingidos com a nova fórmula de compensação financeira. Os estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo recorreram à mais alta corte do país com o argumento de que dividir os royalties também entre estados que não produzem o insumo poderia representar, além de uma violação à Constituição, uma quebra do pacto federativo.

Nas ações que os estados produtores de petróleo encaminharam ao STF, o argumento era o de que a distribuição dos royalties não representa apenas um benefício para os produtores de petróleo, mas também a compensação por possíveis danos ambientais decorrentes da exploração do óleo. Por isso, argumentam nas ações, a derrubada do veto presidencial pelo Congresso Nacional e a consequente distribuição igualitária de royalties a todos os estados, – independentemente de produzirem ou não o insumo – acabaria por penalizar estados produtores de petróleo e privilegiar injustamente entes da federação que não têm uma gota do insumo em seus territórios.

Parlamentares do Rio de Janeiro, derrotados na votação no Congresso, comemoraram a decisão liminar. “O Rio de Janeiro respira aliviado hoje. O clima era de muita tensão, de pânico nas prefeituras e no governo do estado. É como se a gente tivesse uma faca no pescoço”, disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

O presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que a advocacia do Senado vai elaborar uma resposta exigida pela ministra do STF. “Vamos aguardar.

O Congresso fez o seu papel e o Supremo está fazendo o dele”, disse. 
                                 18/03/2013
 

segunda-feira, 18 de março de 2013

As interrogações de J. R. Guzzo enquadram os donatários do ‘Brasil para todos’

 
Por Augusto Nunes
A leitura do artigo de J. R. Guzzo na última página da edição de VEJA inquieta e, simultaneamente, lava a alma dos brasileiros decentes.
Volto no fim. (AN)

O BRASIL DA CHIBATA

Poderia a presidente Dilma Rousseff ter a bondade de explicar, com um mínimo de clareza, o que é “fazer o diabo”? Dilma disse há pouco que nas campanhas eleitorais é permitido fazer exatamente isso, “o diabo”, mas não deu nenhuma informação sobre os atos concretos que os candidatos, a começar por ela própria, estão autorizados a cometer. O que vale? O que não vale? Coisa do bem não deve ser. Nunca se ouviu dizer, por exemplo, que Madre Teresa de Calcutá fizesse “o diabo” em favor de suas obras de caridade. Pelo entendimento comum, fazer o diabo significa estar disposto a qualquer coisa, por pior que seja, para conseguir algo. É isso?

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, acha que tem, sim ou não, o direito de chamar um cidadão de “palhaço” e mandá-lo “chafurdar na lama”? Coragem, ministro: sim ou não? Dizer essas coisas, em público, não é crime de injúria? Ou presidentes do STF estão desobrigados de obedecer ao artigo 140 do Código Penal Brasileiro?

Colocar um fotógrafo do Instituto Lula, entidade privada, a bordo do avião presidencial que levou Dilma Rousseff (e o próprio Lula) aos funerais do coronel Hugo Chávez na Venezuela, e apresentar o rapaz como “intérprete” da comitiva, não é um delito de falsificação? Intérprete ele não é; como acaba de informar em VEJA o redator-chefe Lauro Jardim, sua ocupação é tirar fotos para a coleção pessoal do ex-presidente. Há outras dúvidas. Será que Dilma não entende nada de espanhol? Não há nenhum intérprete de verdade entre mais de 1 milhão de funcionários do governo federal? Privatizar assentos a bordo do Aerodilma, para o Instituto Lula economizar um dinheirinho, já é um ato permitido pela doutrina de “fazer o diabo”?

O que o dr. Gilberto Carvalho, que tem no seu cartão de visita o título de “ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República”, quer dizer quando afirma, como fez há pouco, que “o bicho vai pegar”? Que bicho é esse? Pertence ao Patrimônio da União? Ele vai pegar quem? Já foi solto, por exemplo, contra a blogueira cubana Yoani Sánchez, que bandos de delinquentes a serviço do governo atacaram em sua recente passagem pelo Brasil? Tem cabimento o ministro-chefe (a propósito: haveria algum ministro que não é chefe?) usar em público linguagem de bandido? Por que será que tanta história esquisita (a de Yoani é apenas a última de uma longa série) começa, passa ou termina na sala do dr. Gilberto?

Quais os nomes da “meia dúzia de famílias poderosas” que, segundo o presidente do PT, deputado Rui Falcão, decidem “o que o nosso povo pode ler, ouvir e assistir”? Daria para o deputado, por cortesia, informar de onde ele tirou este número, “meia dúzia”, num país que tem no momento quase 10 000 estações de rádio, mais de 500 emissoras de televisão, cerca de 5 500 revistas e 2 700 jornais? Estaria ele reprovando o fato de que há veículos com audiência e circulação muito maiores que os demais, porque o público, por sua livre e espontânea vontade, prefere ver, ouvir e ler mais uns do que outros? Que culpa têm os veículos que fazem mais sucesso, ou que ilegalidade cometem por serem os preferidos ela maioria do público?

Por que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, não guardou um tostão dos bilhões de reais que seu estado recebeu em royalties de petróleo nos últimos anos? Desde 2007, quando assumiu o governo, até 2012, mais de 130 bilhões de reais foram arrecadados das empresas exploradoras de petróleo, e a parte do leão dessa montanha de dinheiro ficou com o Rio e seus municípios. Agora, com as perdas trazidas pela mudança na lei dos royalties, o governador se vinga atirando nos cidadãos do seu próprio estado: suspendeu pagamentos a fornecedores, ameaça criar mais impostos, fala em corte de serviços. Se não guardou nada do que recebeu, o que fez de útil com o dinheiro gasto?

O que há de comum entre essa gente toda é a convicção de que mandam — e quem manda não precisa explicar nada a quem está embaixo. Falam em banda larga e pré-sal, mas continuam agindo como se vivessem no Brasil dos engenhos, dos capitães do mato e da chibata. São os senhores do “Brasil para todos”.

Perfeito. Mas não custa acrescentar a pergunta de que Lula foge há quase quatro meses: quando é que o ex-presidente vai tentar explicar-se sobre o escândalo em que se meteu ao lado da gatuna Rosemary Noronha?

17/03/2013

O novo Ministério zomba do Brasileiro





GUILHERME FIUZA
REVISTA ÉPOCA


Está confirmado: o julgamento do mensalão não teve a menor importância para o Brasil.

Não se sabe ainda quando os condenados serão presos, se forem.

Mas isso também não importa.

Importa é que o esquema deu certo.

O grupo político que organizou o maior assalto da história aos cofres públicos - ninguém jamais ousara criar um duto permanente entre o dinheiro do Estado e um partido político - vai muito bem, obrigado.

Aprovado em duas eleições presidenciais, parte para a terceira como favorito.

E os últimos atos da presidente da República mostram sua desinibição para reger o esquema parasitário.


Dilma Rousseff anunciou uma reforma ministerial. Assunto delicado. Como se sabe, a presidente passou todo o seu primeiro ano de governo tentando segurar nos cargos o exército de ministros podres que nomeou. Em muitos casos, não foi possível.

A avalanche de denúncias publicada pela imprensa burguesa, que não deixa o governo popular sugar o país em paz, foi irresistível.

Mas a opinião pública brasileira é tão lunática que esse vexame - ter de cortar cabeças em série, todas recém-nomeadas - passou ao senso comum como a "faxina ética" da presidente.

O Brasil gosta é de novela - e resolveu acreditar nesse enredo tosco da mãe coragem que toma conta da casa.


Dilma, Lula e sua turma exultaram com o cheque em branco que receberam da nação. Ao longo de dez anos no poder, o tráfico de influência para edificar a República do fisiologismo foi flagrado em todo o Estado-maior petista: de Valdomiro a Dirceu, de Erenice a Rosemary, de Palocci a Pimentel, dos aloprados aos mensaleiros, dos transportes ao turismo, da agricultura ao trabalho.

A tecnologia da sucção do Estado pelos revolucionários progressistas foi esfregada diversas vezes na cara do eleitorado, que continuou aprovando sorridente o truque.

E por isso que agora, nos conchavos para a tal reforma ministerial, Dilma não faz a menor cerimônia para chamar os fantasmas para dançar.


Entre os principais interlocutores da presidente para decidir quem abocanhará o quê, estão figuras inesquecíveis como o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi.

O sujeito que tentou ficar no cargo na marra, que disse que só saía debaixo de tiro, após uma floresta de irregularidades apontadas na sua gestão — incluindo passeio em avião de dono de ONG beneficiada por seu ministério está aí de novo, dando as cartas no primeiro escalão à luz do dia.

O brasileiro é mesmo um generoso.


Quem mais apareceu decidindo com Dilma o futuro de seu ministério? Alfredo Nascimento, o ex-ministro dos Transportes demitido na "faxina", falando grosso de novo para resolver quem ficará com uma das pastas mais endinheiradas do governo.

E atenção: esses encontros não são secretos. Faxineira e faxinados mostram para quem quiser ver que continuam jogando no mesmo time, sem arranhar o mito da gerentona ética. Magia pura.


Nessa conversa houve um desentendimento inicial. Dilma queria que assumisse o Ministério dos Transportes o senador Blairo Maggi, citado por réus do escândalo Cachoeira-Delta.

Se o Brasil não lembra de nada, por ela tudo bem. Quem vetou foi o próprio Nascimento. A escolha de Dilma não passou no filtro do ministro demitido por ela. Isso é que é faxina bem feita.


Já que o Brasil não liga para essas coisas, nem para a gastança pública que fermenta a inflação, Dilma achou que era hora de criar mais um ministério.

Contando ninguém acredita. Vem aí a pasta da Micro e Pequena Empresa, para acomodar mais um companheiro e premiar o partido criado por Gilberto Kassab para aderir à indústria política do oprimido.


Evidentemente, os brasileiros não se importarão que o novo ministério, com dezenas de novos cargos custando mais alguns milhões de reais ao Tesouro, tenha funções já cobertas pelo Ministério do Desenvolvimento.

Faz sentido.

O ministro do Desenvolvimento é Fernando Pimentel, amigo de Dilma que faturou R$ 2 milhões com consultorias invisíveis e permaneceu no cargo agarrado à saia da madrinha.

Para ter um ministro café com leite, que precisa ficar escondido, melhor mesmo criar um ministério novinho em folha para fazer o que ele não faz.


Eis o triunfo da doutrina do mensalão: para cada Dirceu preso, sempre haverá uma Dilma livre, leve e solta.

18. março. 2013


Política externa brasileira


 Editorial de O Globo




Na última década, a política externa brasileira se inclinou para o engajamento político, perdendo em pragmatismo e visão de longo prazo.

O governo brasileiro fez a discutível opção pela afinidade ideológica. Daí surgiu a diplomacia companheira, eivada de saudosismo em relação ao mundo da Guerra Fria e do terceiro-mundismo, na companhia da Venezuela chavista, do Equador de Rafael Correa e da Bolívia de Evo Morales, seguidores do caudilho.

Nos governos Lula, houve mesmo um arriscado flerte com o Irã nuclear e com a Líbia de Kadafi, numa pueril tentativa de afrontar os EUA.

Um dos grandes problemas da estratégia é brincar de gato e rato com a ainda maior potência e, principalmente, maior mercado consumidor do mundo. Pode-se argumentar que a China vem substituindo os EUA como grande parceiro comercial do Brasil e de grande parte dos países.

Mas, em diplomacia e comércio exterior, em que um não vive sem o outro, é muito mais interessante a inclusão — ampliar áreas de interesse e mercados — que a exclusão. Em várias ocasiões — nacionalização de instalações da Petrobras na Bolívia, a difícil posição do governo brasileiro na crise de Honduras, por exemplo —, o apelo ideológico ficou à frente dos interesses nacionais.

O Brasil se opôs à ampliação do Nafta, tratado comercial entre EUA, Canadá e México, para abarcar toda a América Latina na Aliança de Livre Comércio das Américas (Alca), por considerações enviesadas. Preferiu apostar na Rodada de Doha, de abertura do comércio mundial, que se revelou infrutífera.

O fracasso de Doha acelerou uma tendência que já se registrava para a assinatura de acordos comerciais bilaterais entre os países. O país não aderiu à tendência, embarcando numa linha de isolamento.Ao mesmo tempo, o Mercosul começou a fazer água, muito pelos problemas econômicos do principal do Brasil, a Argentina, cujo governo kirchnerista está intoxicado pelo chavismo. E os dois países expulsaram o Paraguai do bloco para permitir a inclusão da Venezuela de Chávez.

Que sentido tem abrigar num bloco comercial uma nação inimiga do maior mercado consumidor do mundo, os EUA?

A sensação de que o Brasil patina aumenta quando se vê que países em rápido desenvolvimento, como Chile, Peru, Colômbia e México, juntam forças na Aliança do Pacífico para estimular exportações. E quando os EUA, com aval do presidente Obama, e a União Europeia lançam as bases de um formidável acordo comercial. Enquanto isso, um tratado idêntico UE/Mercosul não sai do papel.

No início, o governo Dilma deu mostras de que corrigiria rumos, até se submeter ao bolivarianismo chavista. Houve agora um alento em reunião para discutir a reforma da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA.

O Brasil apoiava os bolivarianos, interessados em silenciar as denúncias da CIDH sobre atentados contra a liberdade de expressão nesses países. Mas, afinal, o governo brasileiro agiu com acerto e se colocou ao lado dos que defendem o trabalho da comissão. Ainda é cedo, porém, para apostar na volta da diplomacia aos trilhos.




domingo, 17 de março de 2013

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discursinho sem vergonha

 

sponholz