Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sábado, 7 de novembro de 2009

Polícia Federal suspende delegado Protógenes por 60 dias, diz ministério

O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz na Câmara, em março passado

(Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)

Delegado foi responsável pelas investigações da Operação Satiagraha.

'Ainda que seja suspensão, eu não sou bandido', disse, em São Paulo.


Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília
Shin Oliva Suzuki e Maria Angélica de Oliveira Do G1, em São Paulo

O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz foi suspenso por 60 dias de sua função, informou nesta sexta-feira a assessoria do ministro Tarso Genro (Justiça).

A informação da suspensão foi confirmada após Protógenes ter dado entrevistas em que dizia ter sido demitido da corporação por ter participado de um comício eleitoral em Poços de Caldas, o que ele nega.


"Ainda que seja suspensão, eu não sou bandido. Ainda existem juízes dignos e honestos neste país "

O caso será agora analisado pela assessoria jurídica do ministério. Mesmo com a suspensão, Protógenes continuará a receber salário, informou a assessoria do ministro Tarso Genro.  No G1.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Marina não é analfabeta como o Lula, que não sabe falar, é cafona falando, grosseiro. Ela fala bem."

Caetano diz preferir Marina e chama Lula de 'analfabeto'


AE - Agencia Estado

O cantor Caetano Veloso anunciou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, sua decisão de votar na senadora Marina Silva para a Presidência da República, que, segundo ele, é uma mistura de Barack Obama (presidente dos Estados Unidos) e Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chamou de "analfabeto".

"Não posso deixar de votar nela. É por demais forte, simbolicamente, para eu não me abalar. Marina é Lula e é Obama ao mesmo tempo. Ela é meio preta, é cabocla, é inteligente como o Obama, não é analfabeta como o Lula, que não sabe falar, é cafona falando, grosseiro. Ela fala bem."

Apesar de já ter divulgado sua preferência na eleição do ano que vem, Caetano afirmou que todos os nomes que têm se apresentado como possíveis sucessores do presidente Lula tem "nível bom". "Vou falar em Aécio (Aécio Neves, governador de Minas Gerais pelo PSDB), de quem eu gosto muito. Talvez seja meu favorito entre os gestores.

Porque acho que o Serra (José Serra, governador paulista, também do PSDB) talvez ficasse mais isolado que o Aécio. E a (ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT) Dilma Rousseff talvez ficasse muito presa ao esquema estabelecido de ocupação dos espaços estatais pelo governo do PT."

Ao falar sobre a capacidade da pré-candidata do PV de gerir o País, caso vença as eleições do ano que vem, o cantor afirmou que a senadora "é muito responsável e muito sensata".

"Se empenhar as energias para ganhar e se tornar capaz disso, ela levará a sensatez ao ponto de poder gerir. Suponho que agora ela não parece ter essa capacidade (de gerir), com as coisas como estão"
, disse. 



Caetanar


O Caetano Veloso deu dois tiros, mas só acertou um. A D. Marina Silva já vestiu o boné dos sem terra, não se desvencilhou dos petralhas e, eleita, nada poderá fazer para mudar "tudo isto que aí está" ou se preferirem, "esta herança maldita" deixada nos 8 anos de lulismo, de impunidade, de corrupção, de "verbas não capitalizadas", de dolar na cueca, de aloprados, de obras super faturadas e que nunca saem do papel (mas são inauguradas), de processar e demitir quem denuncia, de censurar o Estadão em favor de apaniguados, fora o que não sei.


Caetano, vá beijar o Gil de novo e vê se estamos lá na esquina.

Qui, 05/11/09 19:38  , vmassoni@estadao.com.br

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Olha Lula de novo aí gente!

OS INSUPORTÁVEIS


PERNAMBUCO
Olha Lula de novo aí gente!

O presidente é um arroz de festa insuportável aqui no nosso estado, quando se vira para um lado, lá está ele, olha-se para o outro está a sua ministra candidata, com seu sorriso eleitoral, está na hora DA oposição local, providenciar uma vaia nordestina para a dupla, igual aquela do Maracanã. Vaia é a kriptonita dessa gente


Fontes: Blog do Josias de Souza, Jornal do Comércio


Hoje à tarde, o presidente chega outra vez a Recife, chega a ser um castigo. O governo do Estado todo pára e as facções do PT ficam prometendo que Presidente falará com else, mas nunca acontece. Essa é a sétima viagem do presidente Luiz Inácio Lula DA Silva (PT) a Pernambuco, contadas só as desse ano e está previsto pelo menos mais duas até dezembro.



É redundante, mas só para realçar registramos que ele estará acompanhado DA ministra DA Casa Civil e presidenciável pelo PT, Dilma Rousseff, completamente desnecessária e mesmo inútil, levando-se em conta a agenda do presidente em Recife.

Lula chega por Volta das 16h na base aérea do Recife, vindo de Brasília, para participara do Congresso DA Associação Brasileira de Pós-graduação em Saúde Coletiva (Abrasco).


O presidente participará DA sessão especial de celebração dos centenários de Josué de Castro – pesquisador pernambucano que mapeou a fome no Brasil – e DA descoberta DA Doença de Chagas. Mais uma oportunidade para o presidente falar do combate à fome e à miséria, um dos seus temas prediletos, esquecendo OS índices alarmantes e recordes de mortes por doenças endêmicas, como dengue e gripe suína, que o seu governo detém.


Não falará certamente do desastre que tem sido a política de saúde do seu governo, nas mãos do inoperante “Temporão”, que também estará presente.


Do Recife acompanhado do Ministro DA Fazenda, Guido Mantega e das Relações Exteriores, Celso Amorim Lula segue para Londres onde FICA até sexta-feira.


Vai se encontrar com a Rainha Elisabeth II e com o primeiro-ministro Gordon Brown.


No dia 14 de novembro, Lula deverá voltar ao Recife, dessa vez para assistir à avant-première do filme Lula, o filho do Brasil, no mesmo Teatro Guararapes, onde fala hoje, em sessão para convidados. E ainda deve retornar mais uma vez antes do fim do ano, para participar DA inauguração DA fábrica de laticínios DA Perdigão, em Bom Conselho, no interior do estado, com Dilma e tudo mais.


Dizem que esse gostar de Pernambuco é porque Eduardo Campos sempre lhe proporciona uma noitada regada a uísque. Os dois se enfrentam em maratonas de malte envelhecido. Os porres de Lula em Pernambuco são tão sério que Dona Marisa, nunca mais quis integrar as comitivas pernambucanas do presidente. Não deve ser verdade.


terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ele não é milionário, é bilionário...

MILIONÁRIOS NÃO DEIXAM DE SER MILIONÁRIOS!


“Os pobres dos países ricos são menos
pobres do que os pobres dos países pobres.
Mas os ricos dos países pobres não são
mais pobres do que os ricos dos países ricos!”
Jô Soares


Waldo Luís Viana*


Milionários, governando o povo, não dão certo, a não ser para eles próprios! Eis aí o cerne do drama do Rio de Janeiro.


Os milionários não podem e não querem resolver nossos problemas de segurança e violência, porque só pensam em aumentar as fortunas e, quando se voltam para a vida pública, ocupam-se em dilatar o próprio poder, colonizando a máquina estatal e visando às próprias reeleições ou de seus seguidores.

O objetivo, como classe, é fazer carreira, sempre atrás do objetivo oculto: a “convivência agradecida” com os poderes federais e a presidência da República.




Milionários cercam-se de milionários menores para administrar e só ouvem os que consideram bem-sucedidos, ou seja, quem tem no bolso ou no patrimônio mais de um milhão de dólares.

Fora desse estreito círculo, a interlocução é apressada, pouco respeitada e vista de cima para baixo, isto é, o milionário governante raciocina mais ou menos assim: “estou falando com algum emergente que pretende melhorar de vida, convencendo-me de algum tópico ou tema de seu estrito interesse”. E se aborrece com as audiências, mudando logo de assunto!


Nesse cenário, é óbvio que as “soluções” são sempre paliativas e não ousam tocar nas questões de fundo.

Ouvimos os papos antigos de reunificação das polícias, refundação do aparelho de segurança, utilização das forças armadas para patrulhar as fronteiras, ocupação dos morros com contingentes do Exército, enfim, um blá-blá-blá quase mórbido, diante da realidade de mais de mil favelas e de três ou quatro organizações de traficantes, armados até os dentes, dominando a geografia carioca de cima para baixo – tudo isso misturado à eterna e inefável corrupção policial, que já virou até objeto de troça no plano internacional.



E no chão e nos cemitérios, milhares de mortos... Pobre Olimpíada!


São oferecidos os mesmos remédios:

aumento de verbas para aplicar nas polícias, sempre desaparelhadas e mal remuneradas;

aumento da repressão, chamada pomposamente de “enfrentamento”, com a “pacificação” posterior de umas dez favelas (em mil), sob ocupação permanente;

transferência da cúpula do tráfico para prisões federais, já que as penitenciárias cariocas são hotéis de primeira classe, e algumas pálidas medidas de inclusão do Estado ausente, nas favelas.

As populações pobres, sob protesto difuso, reagem desesperadas e queimam pneus e ônibus, recebendo em troca milhões de balas perdidas de bandidos e autoridades policiais.


E as migalhas dos milionários são oferecidas às comunidades, logo depois, mediante discursos e bandas de música: sempre os mesmos paliativos, concedidos senhorialmente por quem acha que o povinho é muito burro e aceita qualquer coisa!
Todos sabem, inclusive o governo federal, que as políticas indicadas são mero enxugamento de gelo, porque são objetivos estratégicos gerenciados por milionários.


No íntimo, essas figuras que nos governam não entendem como são tão exitosos em suas atividades econômicas, financeiras, comerciais e agrárias, mas não conseguem controlar a realidade da bandidagem, a opinião pública e a pressa dos fatos.

Como cinderelas e maria antonietas vão vivendo, entre jantares pomposos, viagens contínuas ao exterior, hotéis cinco estrelas e reuniões intermináveis – sempre retorcendo os fatos e não tocando no fundamental.


Porque o fundamental para os milionários não é a nossa segurança nem tampouco as necessidades reais do povo.

Eles têm outros objetivos: precisam de recursos (vejam só!) para ser reconduzidos nas próximas eleições, pessoalmente ou por prepostos, seguidores e colaboradores, aplicando-se jeitosamente na criação dos caixas 2 e 3.

Afinal, milionário não quer deixar de ser milionário e, para tanto, precisa continuar colonizando e privatizando a máquina estatal, aproveitando as brechas da lei de concorrências e licitações, na certeza de que necessita de verbas para continuar comprando indefinidamente políticos e cabos eleitorais e de que dinheiro público não é realmente na prática propriedade de ninguém...


Milionário no Brasil não quer deixar nada para a posteridade. Não tem aquela hipocrisia calvinista norte-americana de legar alguma coisa para filhos e netos dos outros. Milionário brasileiro é sempre pelo aqui e agora (Mateus, primeiro os meus!) e pela manutenção do poder a qualquer custo, não acreditando em Deus nem em predestinação...


Vimos o pan-americano, que custou o triplo do que foi orçado e agora teremos a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Os esquemas já estão todos prontos e são invulneráveis, porque geridos pelos colonizadores públicos, que tratam desde logo de desativar as máquinas de fiscalização, esquálidas e pouco sofisticadas, para não serem inibidos nas eternas práticas de superfaturamento de orçamentos, obras e verbas.

Tudo diluído entre lobistas, empreiteiras, ONGs, empresas de fachada, paraísos fiscais e outras práticas que não vale a pena nomear aqui. Diante da capacidade mafiosa desses grupos, a traficância e a bandidagem são meras atividades de “peixes pequenos” – como disse nosso grande filósofo Fernandinho Beira-Mar.



Os petistas, ocupados nas prefeituras em “operar” no saneamento, no lixo e nas empresas de ônibus para obter reeleições e, no plano federal, com mensalões e PACs de fachada – não tocaram na essência da política dos milionários.

Como fazê-lo, se os atuais governantes são ambiciosos emergentes, espalhados pelas estatais com a aparelhagem pelega e sindicalista?

Brasília, nossa ilha de fantasia, expressão modernosa do polvo gigantesco e bandido, é um paraíso fiscal dentro do atônito Brasil, que olha toda a festa sem poder fazer nada, mas recebendo diligentemente as migalhas atenciosas dos governantes atentos.


Agora os milionários se voltam para as eleições de 2010. Será uma época de delirium tremens para as oligarquias e plutocracias. Depois de concederem o possível ao povo para receber os votos devidos, após as ridículas promessas oferecidas mesmo com Internet e vídeo tape, no alvorecer de janeiro de 2011 vão esquecer tudo o que disseram e cortar fundo na carne do populacho que aceita tudo e perde tudo, primeiro a vergonha, depois o poder, no leilão interminável de virtudes públicas.

O brasileiro nada pode diante desse quadro.

É uma raça agachada, em termos de cidadania, diante da majestade dos milionários. Uma luta desigual entre a maioria fraca e a minoria endinheirada, sempre forte e que não perde nunca!

A cúpula governista que está aí não mexeu nenhum tantinho no atual quadro dantesco e pouco evidente. Nesse sentido, o governo petista é superconservador, porque não interfere no fundamental.



Nem o presidente jamais cuidou de intervir, de fato, nesse cenário. Aliás nem pode. Ele não é milionário, é bilionário...

*Waldo Luís Viana é escritor, economista, poeta, milionário

espiritual e se diverte muito. Escreveu, em 1988, um livrinho sobre abuso de poder econômico nos pleitos eleitorais: Eleições, a Verdade do Seu Voto, hoje arquivado na Biblioteca do Congresso norte-americano, e disponível em algumas editoras pela Internet.

Teresópolis, 29 de outubro de 2009.

A pergunta que não quer calar...

Caixa paga festa de Toffoli e STF amarga desgaste



AE - Agencia Estado

Mal tomou posse no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro José Antonio Dias Toffoli já causa desgaste à imagem da instituição por conta do patrocínio de R$ 40 mil da Caixa Econômica Federal (CEF) à sua festa de posse.

"É claro que é um desgaste para ele e para a instituição também, mas só posso presumir que ele não estava a par disso"
, observa o ministro Marco Aurélio Mello.

Em sua defesa, o ministro afirma que não tinha conhecimento do patrocínio da CEF à recepção organizada por associações ligadas à magistratura, caso que foi revelado pelo jornal "Folha de S.Paulo".

"A festa não foi iniciativa minha nem do Supremo. Eu fui apenas um convidado",
argumenta o ministro.


"Não pedi festa nenhuma e não sei onde obtiveram o dinheiro. Supus que os recursos vieram dos associados, mas de onde veio o dinheiro não é problema meu", reagiu o ministro. "É problema de quem ofertou, e não meu."

"Isso desvaloriza o Supremo, que deveria ser preservado como uma instituição acima de qualquer suspeita", completa o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), um dos maiores críticos da indicação de Toffoli.

"É um absurdo desnecessário a Caixa, um banco público, financiar festa de ministro. Para que festa de posse?", argumenta o senador Pedro Simon (PMDB-RS).


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


A pergunta que não quer calar...



Quem mandou a Caixa pagar a festa?

domingo, 1 de novembro de 2009

Para onde vamos?

Fernando Henrique Cardoso

É mais do que tempo de dar um basta ao continuísmo antes que seja tarde

A enxurrada de decisões governamentais esdrúxulas, frases presidenciais aparentemente sem sentido e muita propaganda talvez levem as pessoas de bom senso a se perguntarem: afinal, para onde vamos?

Coloco o advérbio "talvez" porque alguns estão de tal modo inebriados com "o maior espetáculo da Terra", de riqueza fácil que beneficia a poucos, que tenho dúvidas. Parece mais confortável fazer de conta que tudo vai bem e esquecer as transgressões cotidianas, o discricionarismo das decisões, o atropelo, se não da lei, dos bons costumes.

Tornou-se habitual dizer que o governo Lula deu continuidade ao que de bom foi feito pelo governo anterior e ainda por cima melhorou muita coisa. Então por que e para que questionar os pequenos desvios de conduta ou pequenos arranhões na lei?

Só que cada pequena transgressão, cada desvio vai se acumulando até desfigurar o original.

Como dizia o famoso príncipe tresloucado, nesta loucura há método. Método que provavelmente não advenha do nosso príncipe, apenas vítima, quem sabe, de apoteose verbal.

Mas tudo o que o cerca possui um DNA que, mesmo sem conspiração alguma, pode levar o país, devagarzinho, quase sem que se perceba, a se moldar a um estilo de política e a uma forma de relacionamento entre Estado, economia e sociedade que pouco têm a ver com nossos ideais democráticos.

É possível escolher ao acaso os exemplos de "pequenos assassinatos". Por que fazer o Congresso engolir, sem tempo para respirar, uma mudança na legislação do petróleo mal explicada, mal ajambrada?

Mudança que nem sequer pode ser apresentada como uma bandeira "nacionalista", pois, se o sistema atual, de concessões, fosse "entreguista" deveria ter sido banido, e não foi.

Apenas se juntou a ele o sistema de partilha, sujeito a três ou quatro instâncias político-burocráticas para dificultar a vida dos empresários e cevar os facilitadores de negócios na máquina pública.

Por que anunciar quem venceu a concorrência para a compra de aviões militares se o processo de seleção não terminou?

Por que tanto ruído e tanta ingerência governamental em uma companhia (a Vale) que, se não é totalmente privada, possui capital misto regido pelo estatuto das empresas privadas? Por que antecipar a campanha eleitoral e, sem qualquer pudor, passear pelo Brasil às custas do Tesouro (tirando dinheiro do seu, do meu, do nosso bolso...) exibindo uma candidata claudicante?

Por que, na política externa, esquecer-se de que no Irã há forças democráticas, muçulmanas inclusive, que lutam contra Ahmadinejad e fazer mesuras a quem não se preocupa com a paz ou os direitos humanos?



Pouco a pouco, por trás do que podem parecer gestos isolados e nem tão graves assim, o DNA do "autoritarismo popular" vai minando o espírito da democracia constitucional.

Essa supõe regras, informação, participação, representação e deliberação consciente. Na contramão disso tudo, vamos regressando a formas políticas do tempo do autoritarismo militar, quando os "projetos de impacto" (alguns dos quais viraram "esqueletos", quer dizer obras que deixaram penduradas no Tesouro dívidas impagáveis) animavam as empreiteiras e inflavam os corações dos ilusos: "Brasil, ame-o ou deixe-o".

Em pauta temos a Transnordestina, o Trem Bala, a Norte-Sul, a Transposição do São Francisco e as centenas de pequenas obras do PAC que, boas algumas, outras nem tanto, jorram aos borbotões no orçamento e minguam pela falta de competência operacional ou por desvios barrados pelo TCU.

Não importa: no alarido da publicidade, é como se o povo já fruísse os benefícios: "minha casa, minha vida"; biodiesel de mamona, redenção da agricultura familiar; etanol para o mundo e, na voragem de novos slogans, pré-sal para todos.

Diferentemente do que ocorria com o autoritarismo militar, o atual não põe ninguém na cadeia. Mas da própria boca presidencial saem impropérios para matar moralmente empresários, políticos, jornalistas ou quem quer que seja que ouse discordar do estilo "Brasil-potência".

Até mesmo a apologia da bomba atômica como instrumento para que cheguemos ao Conselho de Segurança da ONU - contra a letra expressa da Constituição - vez por outra é defendida por altos funcionários, sem que se pergunte à cidadania qual o melhor rumo para o Brasil.

Até porque o presidente já declarou que em matéria de objetivos estratégicos (como a compra dos caças) ele resolve sozinho. Pena que tivesse se esquecido de acrescentar "L"État c"est moi".

Mas não se esqueceu de dar as razões que o levaram a tal decisão estratégica: viu que havia piratas na Somália e, portanto, precisamos de aviões de caça para defender "nosso pré-sal". Está bem, tudo muito lógico.

Pode ser grave, mas, dirão os realistas, o tempo passa e o que fica são os resultados. Entre estes, contudo, há alguns preocupantes. Se há lógica nos despautérios, ela é uma só: a do poder sem limites.

Poder presidencial com aplausos do povo, como em toda boa situação autoritária, e poder burocrático-corporativo, sem graça alguma para o povo.

Este último tem método.

Estado e sindicatos, estado e movimentos sociais estão cada vez mais fundidos nos alto-fornos do Tesouro. Os partidos estão desmoralizados.

Foi no "dedaço" que Lula escolheu a candidata do PT à sucessão, como faziam os presidentes mexicanos nos tempos do predomínio do PRI. Devastados os partidos, se Dilma ganhar as eleições sobrará um subperonismo (o lulismo) contagiando os dóceis fragmentos partidários, uma burocracia sindical aninhada no estado e, como base do bloco de poder, a força dos fundos de pensão.

Estes são "estrelas novas".

Surgiram no firmamento, mudaram de trajetória e nossos vorazes mas ingênuos capitalistas recebem deles o abraço da morte. Com uma ajudinha do BNDES, então, tudo fica perfeito: temos a aliança entre o Estado, os sindicatos, os fundos de pensão e os felizardos de grandes empresas que a eles se associam.

Ora dirão (já que falei de estrelas), os fundos de pensão constituem a mola da economia moderna.

É certo. Só que os nossos pertencem a funcionários de empresas públicas. Ora, nessas, o PT que já dominava a representação dos empregados, domina agora a dos empregadores (governo).

Com isso, os fundos se tornaram instrumentos de poder político, não propriamente de um partido, mas do segmento sindical-corporativo que o domina. No Brasil os fundos de pensão não são apenas acionistas - com a liberdade de vender e comprar em bolsas -, mas gestores: participam dos blocos de controle ou dos conselhos de empresas privadas ou "privatizadas".

Partidos fracos, sindicatos fortes, fundos de pensão convergindo com os interesses de um partido no governo e para eles atraindo sócios privados privilegiados, eis o bloco sobre o qual o subperonismo lulista se sustentará no futuro, se ganhar as eleições.

Comecei com para onde vamos?

Termino dizendo que é mais do que tempo dar um basta ao continuísmo antes que seja tarde.

LULA FOR EVER


LULA FOR EVER

POR GUILHERME FIUZA

Hugo Chávez tem razão: Lula e Jesus Cristo se parecem muito. Só não são a mesma pessoa porque o primeiro não foi para a cruz. Espera-se que nunca vá.

Entre vivas à democracia, o presidente venezuelano defendeu o terceiro mandato do governante brasileiro. “Se tem 80% de aprovação, por que sair?” O Palácio do Planalto ainda acaba nas mãos de uma junta reunindo Corinthians, Flamengo, Tony Ramos, Juliana Paes e o mais tocado grupo de pagode do momento.

Talvez Chávez tenha razão. Brasileiros de todas as correntes precisam admitir, de uma vez por todas, que Lula está acima do bem e do mal.

Chirac, Mitterrand, Helmut Kohl e outras lendas da democracia ocidental se enrolaram com problemas de contabilidade partidária. O publicitário que fez a campanha presidencial de Lula confessou, ao vivo, para todo o Brasil, que recebeu por fora, num paraíso fiscal. A vida seguiu como se nada tivesse acontecido. Um político que sai de uma dessas sem um arranhão é, no mínimo, um ser divino.

E divindades não aparecem assim a toda hora. É preciso preservá-las, cultuá-las. Por isso Hugo Chávez está correto.

O mais sensato hoje seria dar logo o terceiro mandato a Lula. Sem eleição. Uma divindade não pode se rebaixar a um escrutínio. O Brasil aclamaria Luiz Inácio Lula da Silva não por mais quatro anos, mas para sempre. Presidente vitalício.

O país passaria a ter um subpresidente, este sim sujeito a eleições. Enquanto Lula For Ever fosse venerado no rio São Francisco, e rodasse o território nacional para lançar seu filme, o subpresidente cuidaria da parte chata: governar.

Todos ficariam contentes. E as eleições aconteceriam entre candidatos de verdade, não entre a marionete de Lula e os adversários da marionete de Lula.

Está na hora de o Brasil acordar: no Planalto está um homem que caminha sobre as águas, sobre os dossiês, sobre as mesadas e as cuecas. Isso não é política, é religião.

Os mortais precisam deixá-lo nas alturas, com a devida veneração, e retornar logo à vida real. Antes que seja tarde.