LULA FOR EVER
POR GUILHERME FIUZA
Hugo Chávez tem razão: Lula e Jesus Cristo se parecem muito. Só não são a mesma pessoa porque o primeiro não foi para a cruz. Espera-se que nunca vá.
Entre vivas à democracia, o presidente venezuelano defendeu o terceiro mandato do governante brasileiro. “Se tem 80% de aprovação, por que sair?” O Palácio do Planalto ainda acaba nas mãos de uma junta reunindo Corinthians, Flamengo, Tony Ramos, Juliana Paes e o mais tocado grupo de pagode do momento.
Talvez Chávez tenha razão. Brasileiros de todas as correntes precisam admitir, de uma vez por todas, que Lula está acima do bem e do mal.
Chirac, Mitterrand, Helmut Kohl e outras lendas da democracia ocidental se enrolaram com problemas de contabilidade partidária. O publicitário que fez a campanha presidencial de Lula confessou, ao vivo, para todo o Brasil, que recebeu por fora, num paraíso fiscal. A vida seguiu como se nada tivesse acontecido. Um político que sai de uma dessas sem um arranhão é, no mínimo, um ser divino.
E divindades não aparecem assim a toda hora. É preciso preservá-las, cultuá-las. Por isso Hugo Chávez está correto.
O mais sensato hoje seria dar logo o terceiro mandato a Lula. Sem eleição. Uma divindade não pode se rebaixar a um escrutínio. O Brasil aclamaria Luiz Inácio Lula da Silva não por mais quatro anos, mas para sempre. Presidente vitalício.
O país passaria a ter um subpresidente, este sim sujeito a eleições. Enquanto Lula For Ever fosse venerado no rio São Francisco, e rodasse o território nacional para lançar seu filme, o subpresidente cuidaria da parte chata: governar.
Todos ficariam contentes. E as eleições aconteceriam entre candidatos de verdade, não entre a marionete de Lula e os adversários da marionete de Lula.
Está na hora de o Brasil acordar: no Planalto está um homem que caminha sobre as águas, sobre os dossiês, sobre as mesadas e as cuecas. Isso não é política, é religião.
Os mortais precisam deixá-lo nas alturas, com a devida veneração, e retornar logo à vida real. Antes que seja tarde.
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