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sábado, 4 de agosto de 2012

IIrrigação de laranjas: CPI descobre novas transferências milionárias da Delta para Cachoeira



Cachoeira: laranjal

Por Lauro Jardim
  Brasil



Nos últimos dias a CPI do Cachoeira conseguiu comprovar a transferência de mais 72 milhões de reais da Delta, de Fernando Cavendish, para empresas-fantasma de Carlinhos Cachoeira entre 2009 e 2012.


Charge




Seiscentos mil fatos tiveram de ser transportados pelo esquema criminoso num carro forte



Por Reinaldo Azevedo

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, leu ontem a sua peça acusatória.

Ao longo de mais de cinco horas, relembrou a penca de crimes cometidos por aqueles que ficaram conhecidos como “mensaleiros”, um neologismo derivado de outro, “mensalão”.

São nomes-fantasia para designar uma teia de atos criminosos que atendem por “peculato, formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva” e por aí afora.

O relato foi muito impressionante! Dado o número de réus — 38 (ele pediu a condenação de 36) —, ao individualizar os crimes, não pôde dispensar mais do que cinco ou seis minutos por acusado.

Poucos eventos ali eram novidades para quem, a exemplo deste escriba, é obrigado a acompanhar o caso até por dever profissional.

Mesmo assim, o quadro é espantoso!


Pensem numa secretária que, a pedido de seu chefe — um publicitário que detém contas de estatais —, vai sacar, de uma só vez, R$ 600 mil no banco para fazer pagamentos em espécie.

Foi preciso mobilizar um carro forte e seguranças!


Isso acontecia, como disse o sambista Chico Buarque (ver post), enquanto a “pátria mãe dormia tão distraída, sem saber que era subtraída em tenebrosas transações”.

Ao contrário até, não é?

Para todos os efeitos, estava em curso a redenção do povo — e há quem acredite sinceramente nisso.

Empréstimos fraudulentos foram feitos por instituições bancárias que tinham interesses em decisões do governo.

Na prática, bancos apenas lavaram dinheiro cuja origem eram os cofres públicos.

Assim, o que se sabe de inequívoco?

OS CRIMES ACONTECERAM!

A origem do dinheiro que alimentou o que se chamou “mensalão” — e poderia se chamar “torta de framboesa”, sem que isso mudasse a natureza das coisas — era criminosa.

Sua destinação atendia a interesses do Partido dos Trabalhadores. Gurgel relatou casos de incrível coincidência entre votações no Congresso, saques na boca do caixa e pagamentos.

É claro que a defesa vai alegar que são todos inocentes, e eis um direito sagrado, inviolável e intocável da democracia: o de defesa. É de tal sorte sagrado que, quando o pior dos bandidos não puder arcar com o custo de um advogado, o estado faz isso por ele, indicando o seu defensor.

Não se cuida aqui de demonizar os doutores, não!

Ao contrário.

Ainda ontem, debati em companhia de Roberto Podval, um dos maiores criminalistas do país (ver post com vídeos).

E me senti muito honrado por isso.

A questão não está em relativizar o direito de defesa, mas em seguir o curso lógico das coisas.

Ora, os crimes aconteceram.

Se aconteceram, então há os criminosos.

Eles precisam ser apontados e, para o bem do Brasil e dos brasileiros, têm de ser punidos.


A tese do caixa dois de campanha, com a qual o PT e Márcio Thomaz Bastos tentaram mesmerizar o país, não dura cinco minutos. Não se tem o caso de a empresa privada A ou B a doar dinheiro por fora ao PT, que, então, teria deixado de declará-lo à Justiça Eleitoral…

Foi caixa dois, Delúbio?

Qual a origem do dinheiro, valente?


Para não ter de responder a essa pergunta, inventou-se a história dos supostos “empréstimos” — uma peça de ficção.

Parte da campanha eleitoral de Lula foi paga ao longo de 2003 numa conta que Duda Mendonça mantinha no exterior — aberta, ele confessou, por sugestão de Marcos Valério.

“Tá vendo? Caixa dois, Reinaldo!” Na destinação, pode ser. O ponto é outro: qual é a origem?
Acho que Roberto Gurgel determinou com precisão o papel de cada um no esquema criminoso.

“Mas é o bastante?”


Já tratei do assunto num post ontem, abordei no debate que fizemos na VEJA e relembro aqui: os crimes de que estão sendo acusadas algumas ex-autoridades, como José Dirceu, dispensam o “ato de ofício”. O direito, entendo, não pode desprezar o que se chama “ordem dos fatos”.

E foi isto o que o procurador-geral da República apontou ontem:

OS FATOS.

Seiscentos mil fatos tiveram de ser transportados num carro forte!



04/08/2012


PT quer censurar termo 'mensalão' e trocar por 'ação penal'





Coordenador jurídico disse que a palavra 'mensalão' exprime juízo de valor pejorativo


Notícia
Débora Bergamasco
O Estado de S.Paulo
Advogados do PT querem proibir a imprensa de usar a palavra "mensalão".

Em reunião nesta sexta-feira, 3, em São Paulo, cerca de 30 advogados decidiram que tomarão "providências jurídicas", para que seja utilizada a designação "Ação Penal 470", quando se referir ao suposto pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio político ao governo Lula.


Dida Sampaio/AE

Principal queixa é contra o uso feito pela 'TV Globo' e pela 'Globo News'

O coordenador jurídico do PT, Marco Aurélio de Carvalho, disse que a palavra "mensalão" exprime juízo de valor pejorativo.

Sua principal queixa é contra o uso feito pela TV Globo e pela Globo News, "que muitas vezes escrevem a palavra até em negrito".

E completa: "Uma concessão pública não deveria divulgar teses, apenas informações para o público".
A preocupação é com a repercussão do julgamento nas eleições.

Primeiro tentarão resolver a situação com a mídia.

Se não funcionar, entrarão na Justiça.


A QUADRILHA USAVA CARROS FORTES DIANTE DO VOLUME DO DINHEIRO


Dirceu era mentor
do esquema



"QUADRILHA EXTREMAMENTE ARROGANTE"

Roberto Gurgel

Procurador-geral pede a prisão de 36 réus do mensalão


Roberto Gurgel também voltou a reafirmar que Dirceu era mentor do esquema


Dório Ewbank Victor
Jailton de Carvalho
e André de Souza
o globo


Gurgel pediu a prisão de 36 réus do caso do mensalão STF

                                                                Carlos Humberto


BRASÍLIA E RIO - Nas alegações finais do segundo dia de julgamento do mensalão, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu a prisão imediata de 36 dos 38 réus do caso, logo após a conclusão do julgamento.

Nas alegações finais, ele solicitou a absolvição de Antônio Lamas e Luiz Gushiken, por “insuficiência de provas”.

Durante a sessão realizada nesta sexta-feira, Gurgel também reafirmou que José Dirceu era o líder do esquema de corrupção.


- A Procuradoria Geral da República, no exercício de sua função, comprovou a acusação que fez contra 36 dos acusados Em relação a dois, nas alegações finais, pedimos absolvição por insuficiência de provas. Mostramos graves crimes que foram cometidos, suficiente para condenação. Jamais um delírio foi tão materialmente documentado. (...)

A Procuradoria Geral da República requer desde já a expedição dos mandados de prisão cabíveis imediatamente após a conclusão deste julgamento - disse.

Gurgel terminou suas alegações finais com um trecho da música “Vai passar”, de Chico Buarque ( “Dormia a nossa Pátria Mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações”).



“José Dirceu foi o mentor da ação”
Foram mais de cinco horas de sessão. Logo no início, o procurador voltou a falar que José Dirceu era o “mentor” do esquema.
- José Dirceu foi o mentor da ação do grupo e seu principal protagonista - disse, ressaltando que “nada acontecia sem o consentimento” do petista. Segundo o procurador, “Dirceu está rigorosamente em todas”.
Sílvio Pereira, Delúbio Soares e José Genoino também foram citados pelo procurador como membros do núcleo político do esquema.
- Genoino representava Dirceu e formulava as propostas de acordo com os partidos. Mesmo negando ter feitos acordos financeiros, ele assumiu que se reuniu com o PP para tratar de alianças políticas - disse, ressaltando que Genoino “avalizou supostos empréstimos em valores milionários tomados por Marcos Valério nos bancos”.
Quanto a Delúbio Soares, Gurgel falou que ele era o elo entre o núcleo político, comandado por “José Dirceu, e operacional e financeiro, operados por Marcos Valério”.


Valério era o ‘cabeça’ do núcleo operacional

Valério é apontado por Gurgel como o “cabeça” do núcleo operacional do esquema do mensalão. Ele era presença garantida nas negociações de doações de campanha para o PT.
Segundo o procurador, o publicitário se tornou um articulador do grupo político e intermediou encontros entre empresas e o governo federal.
- As empresas de Marcos Valério abrigavam recursos com absoluta segurança - relatou o procurador. Simone Vasconcelos, diretora administrativa e financeira da SMP&B, também foi citada pelo procurador:
- Há relevantes documentos nos autos sobre o papel que (Simone) exercia no esquema financeiro. Cabia a Simone a função de entrar em contato com os destinatários dos valores informando que os valores estavam disponíveis. Em certas ocasiões, ela teve que contratar carros fortes para o transporte dos recursos. Em certa ocasião, um carro forte levou R$ 650 mil reais para o prédio onde funcionava a sede da SMP&B em Brasília.
Entre as articulações de Valério estaria a feita com o PTB, segundo explicou Gurgel:
- O PTB tinha a perspectiva do pagamento de R$ 20 milhões, ajustado com José Dirceu, que ocorreu o acerto da viagem de encontro entre Marcos Valério e o presidente da Portugal Telecom. Roberto Jefferson, apesar de seus esforços, não conseguiu receber os R$ 16 milhões restantes.


Núcleo financeiro era operado pelo Banco Rural

O procurador disse que a diretoria do Banco Real era responsável pelo núcleo financeiro do esquema do mensalão.
- O banco não tinha preocupação em receber os empréstimos, e os tomadores não tinham preocupação em pagar. (...) O banco viabilizou a distribuição dos recursos sem comunicar aos órgãos de controle o destinatário final. Empréstimos foram concedidos sem a exigência de pagamento por quem quer que fosse. Nem a empresa de Marcos Valério, nem PT, nem avalistas dos contratos deram garantidas que poderiam ser qualificadas como razoáveis ou aceitáveis - explicou o procurador em seu parecer.
O procurador complementou: - Perícias comprovam que os parlamentares receberam pessoalmente vultuosos valores em dinheiro obtidos em esquema de lavagem feita por Marcos Valério e seu grupo, assim como o Banco Rural.
Gurgel explicou que, para fugir das denúncias, os parlamentares articularam tese conjunta de que não houve pagamento de vantagem para que votassem a favor do governo federal:
- Para eles, tudo não se passou de inocentes acordos. No entanto, eles não conseguiram apresentar nenhum argumento sustentável justificando por que os acordos envolviam sempre entrega de dinheiro em espécie por meio de esquema ilícito de lavagem.


“Condições fisiológicas”

O ministro Ayres Britto pergunta se Gurgel poderia fazer uma pausa. Como o procurador-geral pretendia continuar, o ministro Marco Aurélio alegou que os julgadores não teriam “condições fisiológicas” de esperar muito. Entre risos, a sessão foi suspensa por meia hora, e voltou por volta das 17h20. Gurgel voltou a ler a acusação dos réus.
Logo após terminar as acusações sobre o crime de formação de quadrilha, Gurgel disse:
- Se o dinheiro (recebido por João Paulo Cunha de Delúbio Soares) era lícito e pertencia ao PT, nada mais lógico que fosse transferido pelo sistema bancário. Como justificar que absolutamente tudo era sempre feito desse modo escuso? Se o dinheiro era do PT, não havia justificativa para um cheque emitido pela SMP&B. Há inúmeras referências na literatura especializada sobre o emprego de parentes para o recebimento de dinheiro (de corrupção).
Sobre o desvio de recursos do Banco do Brasil (episódio Visa Net), Gurgel afirmou que o diretor de Marketing do banco, Henrique Pizolatto, desviou dinheiro público.
- Os recursos que viabilizaram o esquema foram obtidos pelo Banco Rural. Outra parte, entretanto, foi o desvio de recursos públicos. Comprovou-se que Henrique Pizolatto, na condição de diretor de marketing do Banco do Brasil, desviou entre 2003 e 2004 o valor de R$ 73 milhões oriundos do Fundo de Investimentos da Visa Net. (...) A gestão de Henrique Pizzolatto foi marcante por dois aspectos. Primeiro lugar, alterou os formatos do repasse via Visa Net, e, em segundo lugar, porque concentrou os repasses às empresas de marketing de Marcos Valério.


Duda Mendonça assumiu titularidade dos recursos

De acordo com o procurador, Delúbio Soares determinou a Marcos Valério que procedesse o pagamento de dívidas de R$ 11 milhões contraídas com Duda Mendonça e Gilmar Fernandes durante a campanha eleitoral de 2002. A partir dessa determinação, Marcos Valério teria assumido o pagamento da dívida, passando a tratar o assunto com Gilmar Fernandes. A primeira parcela da dívida foi paga em fevereiro de 2003.
- Duda Mendonça e Gilmar Fernandes exigiram que o valor fosse depositado em conta no exterior. Para isso abriram empresa offshore nas Bahamas. Utilização de empresas para este fim constitui lavagem de dinheiro. Após divulgação pública, Duda Mendonça assumiu titularidade dos recursos. Ao contrário do que afirmada em suas defesas, a exigência de depósito no exterior foi feita por eles, e não por Marcos Valério.


Pedida a absolvição de Gushiken e Lamas

Ele ainda sustentou que o crime de corrupção não exige um ato de ofício. Gurgel começou a explanação com análises dos pensadores Raimundo Faoro, Max Weber, Norberto Bobbio e Maquiavel, entre outros, para mostrar que o grupo, supostamente chefiado por Dirceu, adotou a “ética de resultados” para financiar projetos políticos e pessoais com recursos públicos. O procurador descreveu a participação de cada um dos 38 acusados de envolvimento do mensalão, conforme a denúncia original. Pediu a absolvição de Luiz Gushiken e Antônio Lamas, por falta de provas.
O procurador sustenta ainda que, logo depois da ajuda financeira, Dirceu abriu as portas da Casa Civil para a ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello. O banco estava de olho na liquidação extrajudicial do Banco Mercantil de Pernambuco. Em nota, o banco disse que as acusações do procurador são infundadas.
Pelas acusações do procurador-geral, José Genoino e Delúbio Soares fizeram acordos políticos com o PTB, de Roberto Jefferson, e o PL, de Valdemar Costa Neto, entre outros partidos, com a supervisão de Dirceu. Em depoimentos durante a investigação, Jefferson, Emerson Palmiere, ex-dirigente do PTB, Genoino e Delúbio sempre ligavam para Dirceu para avisar ao chefe sobre os resultados das reuniões do grupo com aliados políticos. Genoino e outros acusados disseram que os acordos eram políticos e não comerciais. Isso eliminaria o caráter ilegal das transações. Gurgel rejeitou as explicações.
Ex-presidente da Câmara e atual candidato à prefeitura de Osasco (SP), o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) foi um dos réus que mais receberam atenção de Gurgel. Por mais de 20 minutos, o procurador geral falou das três acusações contra o petista.
Segundo Gurgel, Cunha recebeu vantagem indevida para que uma das agências de Valério ganhasse a conta de publicidade da Câmara. Além disso, usou a empresa de Valério para que ela subcontratasse outra empresa. Oficialmente, ela prestaria serviços para a Câmara, mas na prática trabalhava para o próprio Cunha.

3/08/12



É lógico que Lula sabia do Mensalão!


#MÁFIAdaESTRELA




O livro A MÁFIA DA ESTRELA previu quase todo o desenrolar dos acontecimentos, a sequência da CPI dos Correios que está culminando agora com o julgamento do Mensalão.

Em 2005 eu, e outros parlamentares que acompanharam a CPI dos Correios, tínhamos a certeza de que muita gente iria a julgamento e que as provas que conseguíssemos amealhar durante a CPI seriam fundamentais para que a justiça fosse adiante e os mentores do esquema fossem responsabilizados.

Agora o Mensalão está sendo julgado.

É bom lembrar que este julgamento só está sendo possível graças ao banco de dados construído durante a CPI dos Correios.

Poderíamos ter avançado mais não fosse a enorme pressão dos parlamentares ligados ao PT e que ocupavam a presidência da CPI.

Abaixo transcrevo um trecho do livro A MÁFIA DA ESTRELA, que revisitei hoje.

O livro foi publicado em 2006 e o trecho é do primeiro capítulo.

“Lógico que sabia.

Como é que montam um esquema desses e só o Lula não sabia?

O fato de não termos conseguido investigar o presidente a fundo mostra o tamanho do esquema montado para protegê-lo.

Nem a descoberta de informações importantes, como o repasse de R$ 5,2 milhões pela Telemar para a GameCorp, empresa de Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, foi suficiente para que conseguíssemos vencer o certo.

Isso ainda vai acabar estourando no futuro, por que a Telemar é uma empresa controlado pela Previ, Petros, Funcef e Banco do Brasil.

Ou seja, é muito mais pública do que privada.

E não é possível que o presidente da República não tivesse conhecimento que a empresa de seu filho recebeu dinheiro de uma concessionária do serviço público controlada por fundos de pensão que eram comandados pelo ex-ministro Luiz Gushiken.

Isso tudo é uma vergonha, uma agressão à inteligência do povo brasileiro.


EU acho, sim, que a CPI pegou leve com o presidente.

Se a coisa fosse invertida, se o presidente [da CPI] fosse de qualquer outro partido que não do PT e que a oposição fosse o Partido dos Trabalhadores, a ação, seria completamente diferente.

O Lula se beneficiou do fato de a CPI não ter um presidente da oposição.

Que é o PFL. ” p. 22 CAP.1; A MÁFIA DA ESTRELA, Onyx Lorenzoni (2006)

Provas e Rastros




Por Cristiano Arruda

Campo Grande, MS

Eu entendi muito bem o que ele falou.

Quem sabe como máfia funciona, sabe que não deixa “prova gravada ou fotografada,” mas que deixa rastros, ah se deixa... e os contratos dos carros fortes?

Os empréstimos sem retorno que iam para a SPMB que não prestava os serviços, emitia notas falsas, pagava os carros fortes para tirar dinheiro do Rural e do BMG e o Lula enviou cartas aos aposentados antes disso incitando o povo emprestar dinheiro do BMG que certamente veio do Banco Central ou BNDES e os juros altíssimos pagaram o desfalque do mensalão.

Lembrem-se de que só o BMG teve autorização da “presidência” de fazer empréstimos consignados para os aposentados pagar o mensalão com juros.

Cada loja do BMG tinha de ser apedrejada e fechada.

Juntando as coincidências das datas das operações e dos pagamentos do mensalão por testemunhas (visíveis e anônimas), agendas com números de contas, e algumas provas que o próprio Marcos Valério apresentou, isso tudo são vários pedaços de um quebra-cabeças que poderá ficar com umas peças faltando, mas ao olhar o tamanho da figura, dá para perceber as faces dos envolvidos.

De fato, máfia não deixa prova direta, mas deixa rastros por onde passa.

Senão PF, FBI, CIA, Interpol não teriam razões de existir.

A PRIMEIRA DERROTA




Paulo Panossian
São Carlos *

Contrariando o objetivo do advogado Márcio Thomaz Bastos de melar o bom andamento do julgamento do mensalão, o Supremo Tribunal Federal (STF), de goleada, indeferiu o pedido do ex-ministro da Justiça de desmembrar esse processo.

Esse mesmo Thomaz Bastos que, como ministro de Lula não conseguiu construir nem os prometidos e míseros quatro presídios federais, tampouco criar condições de fiscalizar as nossas fronteiras, escancaradas que estão para traficantes de drogas internacionais, com esse seu pedido de desmembramento teve o firme propósito de não somente proteger seu cliente, mas, principalmente, a perigosa "quadrilha" do mensalão, protagonizada por membros da cúpula do PT (ao qual é muito ligado), e, a bem da verdade, com anuência de Lula.
É lamentável que um ex-ministro da Justiça e notável advogado, principalmente defendendo criminosos, não tenha respeitado o STF, como se a Corte não tivesse competência constitucional para julgar parte desses denunciados.

O que é uma afronta!

E em resposta à sua soberba a maioria esmagadora dos ministros, como não poderia deixar de ser, recusou essa esdrúxula pretensão.

Como prêmio de consolação, pelo menos, esse jurista petista conseguiu atrasar por algumas horas o tão esperado julgamento do mensalão.

Quem sabe, um dia, o advogado em questão possa contar essa vantagem desprezível num dos bares da Vila Euclides, em São Bernardo do Campo, ao lado de seu companheiro/camarada Lula...


Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

E ele brilhou sozinho



Mensalão:

Procurador da Republica foi fulminante


A estratégia protelatória adotada ontem pelos defensores dos mensaleiros foi um tiro no pé.

Para ganhar tempo empurraram para hoje a fala do Procurador Geral da República.

E ele brilhou sozinho.

No final de semana a mídia só se ocupará da sua performance.

Seu competente trabalho produziu impacto demolidor.

Didático, discreto, simples e com lógica,
destacou provas materiais e testemunhais, laudos técnicos, perícias e não se esqueceu de detalhes cuidadosos e convincentes.

Talvez por tudo isso a ridicula tentativa de convocá-lo a depor na CPMI Cachoeira, na esperança de enfraquece-lo nesta hora de enfrentamento.

Doutor Roberto Gurgel mais forte que nunca, foi fulminante.

Dificuldades à vista para a defesa e seus patrocinadores.

Esperança de condenação e de vitoria da justiça contra a impunidade



MENSALÃO




A grande chance

ODAIR PICCIOLLI
O Estado de S.Paulo

O STF e todos os seus juízes têm a grande oportunidade de mostrar que o Brasil não aceita mais a corrupção, condenando todos os 38 personagens que ousaram contra nossas leis, contra a ética e os bons costumes.

Caso contrário, eles nos jogarão na vala comum dos piores países onde ditadores e tiranos mantêm controle sobre o Poder Judiciário.

Chegou a hora da verdade e só os corajosos vão enfrentá-la.

Os covardes e vendilhões se farão presentes, sem dúvida, e oxalá sejam minoria.

Que a Justiça nesta hora retire sua venda para enxergar que o povo está acima de tudo e de todos e os "ajustes" políticos não cabem mais num país que há muito tempo se internacionalizou e hoje tem os olhos do mundo sobre esse julgamento.
Boa sorte, Brasil!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Em protesto, estudantes acampam na frente da casa de Cabral: "Queremos prisão"


Estudantes das redes públicas estaduais e federais realizam manifestação há uma semana na frente da casa do atual governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, no Leblon
Jornal do Brasil
Carolina Mazzi

 Os manifestantes dormem no local.

Nesta quinta-feira (2), eles realizaram um buzinaço, fechando uma das ruas do bairro. Segundo o estudante Felipe Fabrício de Souza Silva, aluno de uma escola estadual, o protesto foi organizado pela rede social Facebook. Eles pedem a prisão do político.

"Queremos que ele seja preso por diversos crimes, como seu envolvimento no escândalo da Delta, a forma violenta com retirou os pacientes do hospital IASERJ e ainda por beneficiar a sua mulher em casos jurídicos, já que ela tem um escritório", afirmou.

Declarando-se "apartidários", os manifestantes pprometem realizar novo ato contra o governador nesta sexta-feira (3), em que completam 8 dias de protestos.



Até carro forte foi usado para transportar dinheiro do mensalão, diz procurador



Quantia de R$ 650 mil foi transportada em veículo por questão de segurança

Maria Carolina Lopes

do R7, em Brasília

A denúncia do processo do mensalão chama atenção pelo volume de recursos supostamente movimentados pelo núcleo operacional do esquema. De acordo com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, alguns saques das empresas de Marcos Valério, feitos para sustentar o esquema, eram feitos em carro forte.

Os saques, que variaram entre R$ 50 mil e R$ 650 mil, seriam feitos pela ex-diretora financeira da SMP&B Simone Vasconcelos. Segundo a denúncia, Simone chegou a dizer em depoimento que temia sair da agência do Banco Rural, em Brasília, até o prédio em que funcionava a filial da empresa.

— [Ela disse] Que tinha verdadeiro pavor em sair da agência portando grandes quantias de dinheiro. Certa vez, solicitou que um carro forte fosse levar R$ 650 mil para o prédio da CNC (Confederação Nacional do Comércio), onde funcionava a filial da SMP&B.

Esse montante teria sido sacado em março de 2004. A denúncia também cita a gerente financeira da SMP&B, Geiza Dias, que teria ajudado a distribuir dinheiro a parlamentares. A equipe teria contratado um policial militar para ajudar no transporte do montante.

O segundo dia do julgamento do mensalão, nesta sexta-feira (3), está sendo dedicado à leitura das acusações pelo procurador-geral da República no plenário do STF (Supremo Tribunal Federal).

Em desabafo, procurador-geral defende prisão dos envolvidos no mensalão



Mensalão

Roberto Gurgel diz ter sofrido pressões desde o ano passado e afirmou que há provas para colocar todos os réus na prisão

Laryssa Borges
Roberto Gurgel, procurador-geral da República, durante o julgamento do mensalão, em 03/08/2012

(Cristiano Mariz)


Após cinco horas de acusação
contra o que classificou como “o mais atrevido escândalo” da história brasileira, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, responsável pela denúncia do esquema do mensalão, defendeu nesta sexta-feira a prisão de todos os réus em caso de condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) imediatamente após a sentença. De acordo com ele, é possível que 36 envolvidos no escândalo sejam presos.

"Houve uma tentativa de intimidação e constrangimento absolutamente inéditos.
Temos uma quadrilha que é extremamente arrogante"


Roberto Gurgel
Procurador-geral

Na avaliação de Gurgel, como os eventuais recursos dos condenados não poderão mudar o conteúdo da sentença no Supremo, não haveria razão para que eles recorressem das prováveis condenações em liberdade.

“Confiante no juízo condenatório dessa Corte Suprema e tendo em vista a inadmissibilidade de qualquer recurso com efeito modificativo da decisão plenária, que deve ter pronta e máxima efetividade, a Procuradoria-Geral da República requer, desde já, a expedição dos mandados de prisão cabíveis imediatamente após a conclusão do julgamento”, disse o chefe do Ministério Público.

“Espera-se a condenação de 36 dos réus e a expedição dos mandados de prisão cabíveis. Em princípio, é algo que se aplica a todos”, resumiu.

Dos 38 réus que figuram na ação penal do mensalão, Roberto Gurgel entendeu que não há provas para a condenação somente do ex-ministro da Secretaria de Comunicação do governo Lula, Luiz Gushiken, e do ex-assessor parlamentar Antonio Lamas.

“A Procuradoria-Geral da República tem plena confiança que essa Corte Suprema, com a absoluta isenção de sempre, aplicará as penas de forma justa, sancionando adequadamente os responsáveis ante a imensa gravidade de seus crimes”, disse.

Em tom de desabafo, Roberto Gurgel revelou que, desde o ano passado, quando apresentou as alegações finais do caso, tem sofrido pressões das mais diversas áreas. “Houve uma tentativa de intimidação e constrangimento absolutamente inéditos. Temos uma quadrilha que é extremamente arrogante”, afirmou.

Falta de tradição – O apelo do chefe do Ministério Público pela prisão dos mensaleiros eventualmente condenados evidencia a “falta de tradição” do Supremo Tribunal Federal em condenar políticos. Um mandato como deputado federal ou senador é garantia quase certa de os políticos não terem dor de cabeça em ações penais na Justiça. Desde a Constituição de 1988, o STF só condenou seis deputados, mas nenhum deles efetivamente foi para a cadeia.

Os motivos para a impunidade são os mais variados: desde a prescrição dos crimes até a conversão das penas para o simples pagamento de serviços à comunidade.

Com o fim dos votos dos ministros na ação penal do mensalão, etapa prevista para ser concluída no final do mês, a Suprema Corte terá de enfrentar novamente a pecha de ser incapaz de colocar um político atrás das grades. Dos 38 réus da mais famosa ação penal em tramitação no STF, 19 já fizeram carreira política ou têm fortes ligações partidárias.

Charges





ainda acontece






receita

www.sponholz.arq.br


Novo debate na VEJA Online hoje; assista aos vídeos de ontem




Por Reinaldo Azevedo


Caros, hoje, haverá um novo bate-papo sobre o mensalão na VEJA Online, agora sobre a denúncia do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Mais uma vez, Augusto Nunes, Marco Antonio Villa, Roberto Podval e eu vamos nos reunir para tratar do assunto.

Deve começar aí pelas 20h, quando Gurgel encerrar a leitura da denúncia.


A primeira conversa aconteceu ontem. Abaixo, seguem os respectivos endereços dos dois vídeos:

Vídeo um

Vídeo dois



03/08/2012


Frase do dia



MENSALÃO:
'Foi sem dúvida o mais atrevido e escandaloso caso de corrupção e desvio de dinheiro publico realizado no Brasil'


'Dirceu foi a figura principal e o esquema tinha objetivo de obter votos no Congresso'


Roberto Gurgel,  procurador-geral da República

Quem foi o Judas do Cristo Lula?



Quem traiu Lula?

Notícia
Nelson Motta
O Estado de S.Paulo

É um dos grandes mistérios da República, a pergunta que não quer calar, o enigma que os futuros historiadores enfrentarão: de quem falava Lula, em rede nacional, quando se disse traído e pediu desculpas aos brasileiros pelo mensalão?

Quem diz que daria um cheque em branco a Roberto Jefferson não pode reclamar de ser traído. Mas o seu traidor não foi Jefferson, porque estava ocupado em vingar a traição de que se sentiu vítima quando a PF detonou o esquema de propinas do PTB nos Correios.

Quem tem Zé Dirceu como seu principal aliado, numa relação de amor e ódio de 30 anos, não deve se surpreender com uma traição.

Basta imaginar o que faria o Zé para chegar à Presidência, caso Lula fosse um obstáculo.

Mas Dirceu pediu pra sair, para não trair Lula. Se ele sabia do mensalão e não contou para Lula, não foi traição, mas proteção.

Dirceu é muito protetor.


Quem tem Valdemar Costa Neto na sua base de apoio deve estar acostumado a achaques, chantagens e traições.

Mas o pragmático Valdemar não seria burro de trair quem o beneficiava e acabou traído pela ex-mulher, que o denunciou por receber malas de dinheiro do mensalão.

Quem foi o Judas do Cristo Lula?

Deve ser alguém próximo, em quem ele confiava, com quem compartilhava sonhos e segredos e tinha relações afetuosas.

São esses que têm poder para grandes traições, e são essas que mais doem e causam maior dano; as outras, de aliados e correligionários, são corriqueiras, na política a traição faz parte do jogo ao sabor dos acontecimentos e ninguém reclama.

Mas, fora do círculo íntimo, Genoino, Gushiken, Gilberto Carvalho, quem poderia trair Lula?

O companheiro Delúbio assumiu suas responsabilidades e as alheias, e continua merecendo a gratidão de Lula e o carinho de ser chamado de "nosso Delúbio".

Tiradentes não chamaria de "nosso Silvério" o traidor da Inconfidência.

A conclusão só pode ser que quem traiu Lula foi ela, "a mídia".

Ele contava com seu apoio, compreensão e tolerância para o primeiro operário a chegar à Presidência da República, mas foi traído por notícias ruins, denúncias graves e críticas devastadoras.
03 de agosto de 2012

Se o mensalão foi uma farsa, Silvinho Land Rover ficará na história dos tribunais como o primeiro inocente que fez questão de ser punido por crimes que ninguém cometeu






Por Augusto Nunes
Se o mensalão foi uma farsa, como recita Rui Falcão a 30 piscadas por minuto, o Brasil conseguiu produzir um espanto jurídico ainda mais impressionante que a colossal roubalheira descoberta em 2005: o erro judiciário endossado pela vítima.
O injustiçado voluntário seria Sílvio Pereira, o Silvinho Land Rover, secretário-geral do PT quando Roberto Jefferson resolveu abrir o bico sobre o maior escândalo da história da República.

Em janeiro de 2008, decidido a escapar do processo em curso no Supremo Tribunal Federal, o mensaleiro assustado topou fechar um acordo com a Procuradoria Geral da República.

Em troca da suspensão do julgamento por formação de quadrilha, dispôs-se a cumprir uma pena alternativa ─ três anos de serviço comunitário numa subprefeitura de São Paulo.

Como atesta o noticiário da época, as duas partes julgaram ter feito um bom negócio.

A Procuradoria conseguiu do réu uma silenciosa confissão de culpa: se fosse inocente, o réu aguardaria sem medos a decisão da Justiça.

O delinquente ficou feliz com o tamanho do castigo, extraordinariamente suave para quem se enfiou até o pescoço no pântano da ladroagem, e com a chance de voltar a dormir sem sobressaltos.

Silvinho Land Rover não sabia o que era isso desde julho de 2005, quando teve de afastar-se da direção do PT e ganhou a alcunha inspirada na marca do veículo presenteado por um fornecedor da Petrobras ao figurão que lhe abrira furtivamente as portas do Planalto.

Submerso há mais de quatro anos, pode ser ruidosamente devolvido à ribalta pela aproximação do julgamento de que escapou. Depende do resultado.

Se o STF sucumbir ao show de cinismo ensaiado por Lula, Rui Falcão e seus devotos, ignorar a montanha de provas e absolver os 38 pecadores que continuam no banco dos réus, ficará estabelecido que não houve mensalão nem mensaleiros.

Caso seja erguido esse monumento ao absurdo, espera-se que algum ministro togado, em parceria com o presidente do PT, tenha a bondade de desvendar o enigma indecifrável desenhado pelo caso de Silvinho Land Rover.

Pela primeira vez na história do Judiciário, um acusado fez questão de ser punido por um crime que ninguém cometeu.

E cumpriu a pena sem queixas.


13/04/2012

As provas contra Dirceu, o “chefe da quadrilha”




O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sustentou que José Dirceu foi o “mentor, protagonista e idealizador” do sistema ilícito a que se chamou mensalão.

Negou de forma peremptória que inexistam provas contra o acusado, que voltou a ser chamado de “chefe da quadrilha”.


Por Reinaldo Azevedo



Gurgel fez uma observação óbvia, um aspecto que tenho apontado amiúde aqui: encontrar as provas periciais da atuação de Dirceu no esquema é mesmo impossível.

Os chefes não costumam deixar rastros, não fazem ligações, não mandam e-mails. E, acrescento eu, não deixam, obviamente, atos de ofício. Não adianta buscar memorandos assinados.

O que se tem de concreto contra José Dirceu? O testemunho de políticos, de líderes partidários e de empresários que negociavam diretamente com ele. Abaixo, segue uma síntese de trecho da peça acusatória da Procuradoria Geral no que diz respeito a Dirceu, que está na página Honestidade no Dia a Dia, ligada ao Ministério Público Federal.

Leiam.

Volto em seguida.
*
Durante as eleições de 2002, José Dirceu era presidente do Partido dos Trabalhadores e coordenador da campanha de seu partido à Presidência da República. Com a posse do presidente Lula, em janeiro de 2003, tornou-se ministro-chefe da Casa Civil e, em março do mesmo ano, renunciou ao cargo de presidente do PT. Segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, Dirceu associou-se aos dirigentes do seu partido e a empresários do setor publicitário e financeiro para corromper parlamentares em troca de apoio às ações do governo do PT. “As provas coligidas no curso do inquérito e da instrução criminal comprovaram, sem sombra de dúvida, que José Dirceu agiu sempre no comando das ações dos demais integrantes dos núcleos político e operacional do grupo criminoso. Era, enfim, o chefe da quadrilha”.

De acordo com o procurador-geral, Dirceu participou de reuniões suspeitas com membros dos núcleos publicitário e financeiro na época em que os crimes estavam sendo praticados. Uma delas teria ocorrido na Casa Civil entre Dirceu, Ricardo Espírito Santo, presidente do Banco Espírito Santo no Brasil, Marcos Valério e Delúbio Soares. Segundo Gurgel, este encontro na Casa Civil tinha por objetivo dar continuidade ao assunto tratado em outra reunião ocorrida em Portugal entre Marcos Valério, Rogério Tolentino, Emerson Palmieri (primeiro secretário do PTB) e o presidente da Portugal Telecom. José Dirceu, na condição de ministro-chefe da Casa Civil, estava acompanhando as negociações do grupo Portugal Telecom, com a intervenção do Banco Espírito Santo, para a aquisição da Telemig.

Diz o procurador-geral que, “no bojo dessas tratativas, surgiu a possibilidade de a Portugal Telecom doar 8 milhões de euros, equivalente, à época, a 24 milhões de reais, para o pagamento de dívidas de campanha do Partido dos Trabalhadores. Para viabilizar o recebimento desse valor, José Dirceu incumbiu Marcos Valério e Rogério Tolentino de irem a Portugal reunirem-se com Miguel Horta, Presidente da Portugal Telecom e acionista do Banco do Espírito Santo”.

O então deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB na época, conta em seu depoimento à Justiça que já não acreditava mais que Dirceu fosse cumprir a promessa de dar ao seu partido os 20 milhões de reais prometidos em troca de apoio político. Para convencê-lo de que pagaria o dinheiro, Dirceu teria pedido a ele que indicasse alguém para participar dessa reunião em Portugal e, assim, comprovar que o PT teria, em breve, como pagar a dívida assumida com o PTB. Foi isso, segundo Jefferson, que o levou a indicar Palmieri para ir a Portugal.
(…)
O deputado Pedro Corrêa, que foi presidente do Partido Progressista (PP), afirmou em seu depoimento que as negociações políticas envolvendo o PP e o PT eram feitas com José Genoíno, Sílvio Pereira e com o próprio ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, e que as reuniões ocorriam no Palácio do Planalto. Segundo o procurador-geral, “o depoimento de Pedro Corrêa desqualificou inteiramente as afirmações de José Dirceu, feitas ao longo do processo, de que ao assumir a Casa Civil, afastou-se do Partido dos Trabalhadores. Embora tenha se afastado formalmente do Partido, manteve-se de fato no seu comando, utilizando-o para viabilizar o esquema ilícito de cooptação de apoio político no Congresso Nacional”.

Marcos Valério também confirmou, em seu depoimento, que José Dirceu comandava as operações que estavam sendo feitas para financiar os acordos políticos com os líderes partidários. Contou que, no início de 2003, foi procurado por Delúbio Soares, que lhe pediu para que tomasse empréstimos para o PT em nome da sua empresa para ajudar a pagar as dívidas de campanha, prometendo restituir o dinheiro com juros.

Marcos Valério teria, então, alertado Delúbio sobre o risco da operação e perguntado quem garantiria o pagamento no caso de saída de Delúbio do partido ou qualquer outra dificuldade, pois se tratava de uma operação baseada na confiança, já que não seria e não foi documentada. Delúbio então teria lhe respondido que o ministro José Dirceu e o secretário Sílvio Pereira sabiam do pedido do empréstimo e garantiriam o pagamento em caso de alguma eventualidade.
(…)


Voltei
Gurgel demonstrou que José Dirceu participou pessoalmente de reuniões que resultaram em empréstimos fraudulentos feitos ao PT pelos bancos Rural e BMG.

Assinou algum documento?

Não!

Há os testemunhos e há os empréstimos fictícios, que buscavam justificar a movimentação de dinheiro das empresas de Marcos Valério, que iam parar nas mãos dos políticos indicados pelo PT.
03/08/2012

A contundência dos argumentos de Gurgel escancara a culpa dos mensaleiros e complica a vida dos cínicos profissionais


Manifestantes colocam gaiola com imagens dos réus do mensalão em frente ao Supremo Trubunal Federal, em Brasília, onde o processo é julgado Foto: Givaldo Barbosa


Por Augusto Nunes

O acasalamento promíscuo entre o ministro Ricardo Lewandowski e o advogado Márcio Thomaz Bastos confirmou que os doutores em impunidade não hesitam em debochar do Supremo Tribunal Federal e zombar dos brasileiros honestos para impedir que se faça justiça.

Mas mesmo os cínicos profissionais terão de esforçar-se para esconder o rubor depois das cinco horas de acusações formuladas pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

E caprichar mais ainda nas chicanas que fantasiam de inocente até serial killer de filme americano.

Contrastando com o tom sereno da voz e a placidez da fisionomia, a contundência dos argumentos expostos por Gurgel já implodiu as falácias amontoadas por José Dirceu e seus defensores.


Quando o procurador-geral concluir o desfile das provas dos muitíssimos crimes, os demais quadrilheiros estarão sobmersos no oceano de mentiras entoadas durante sete anos pelo coro dos farsantes.

O desempenho de Gurgel deverá dominar o segundo da série de debates sobre o julgamento do mensalão promovidos pelo site de VEJA.

A partir das sete da noite, estarei ao lado de Reinaldo Azevedo, Marco Antonio Villa e Roberto Podval.

Acompanhe e comente a conversa transmitida ao vivo.
03/08/2012 

Relatório de Gurgel: no julgamento em que Bastos se destaca, a memória de Raymundo Faoro.




Por Reinaldo Azevedo


Gurgel abriu seu relatório citando “Os Donos do Poder”, de Raymundo Faoro. Querendo ou não, há aí uma ironia interessante.

A exemplo de Márcio Thomaz Bastos (aquele que tentou mandar ontem o julgamento pelos ares), Faoro, que morreu em 2003, também foi presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

A obra, ainda em catálogo, editada em dois volumes no Brasil, faz um alentado estudo da formação do patronato brasileiro a partir das origens do estado do português.

Faoro demonstra como o patrimonialismo — o uso do estado e do bem público em benefício de uma minoria — está arraigado na cultura política brasileira.

Gurgel lembra que o trabalho de Faoro abrange de D. João I (1357-1433), rei de Portugal, a Getúlio Vargas. Observa que, de Getúlio a esta data, os traços patrimonialistas de nossa formação permaneceram.

O que se chama “mensalão” é nada menos do que uma forma de apropriação do bem coletivo, público, por uma minoria, em seu próprio benefício.
Sendo assim, Faoro foi o ex-presidente da OAB (1977-1979) que estudou detalhadamente a formação do estado patrimonialista brasileiro, e Bastos, que também comandou a Ordem dos Advogados do Brasil (1983-1985), comanda hoje o esquadrão de advogados que defendem, de fato, as expressões contemporâneas desse estado patrimonialista.
Uma notável regressão, não é mesmo?

03/08/2012

A vida dos mensaleiros




Mensalão
A VIDA DOS MENSALEIROS



Sete anos depois, os protagonistas seguiram caminhos distintos, mas sempre confortáveis: uns mantiveram a influência política, outros conquistaram sucesso empresarial


                                          Por Ricardo Setti
Delúbio Soares
Delubio Soares
Delubio Soares
Bode expiatório e resignado no processo do mensalão, o ex-tesoureiro do PT é apontado pelo Ministério Público como membro do estado-maior do esquema. Sobre seus ombros, José Dirceu, a quem ele era (e de certa forma continua) subordinado, jogou a responsabilidade pelos pagamentos aos políticos.
Delúbio não disse não. Ele é daqueles militantes que consideram que tudo o que o PT fez, incluindo as práticas nada republicanas, é parte de um projeto, o “nosso projeto”, como costuma repetir. O sucesso do “nosso projeto” moldou os hábitos simplórios do tesoureiro, que, poderoso e respeitado no governo Lula, passou a usar roupas de grife, degustar vinhos premiados e fumar charutos cubanos – numa rotina incompatível com o salário de professor que recebia do governo de Goiás.
Antes do escândalo, Delúbio foi pilhado comprando terras em Goiás com notas de reais acomodadas em sacos de pano. Expulso do PT após o mensalão, continuou viajando pelo país, dessa vez com passagens custea­das por uma obscura ONG ligada a petistas. Para aplacar as suspeitas sobre a origem do dinheiro usado para bancar suas despesas, Delúbio fundou uma empresa de propaganda na internet.
Num site mal-ajambrado, oferece imóveis para venda e aluguel. Readmitido nos quadros do PT no ano passado, ele mora em São Paulo com a mulher, num confortável apartamento de três quartos comprado em 2005 por 190 000 reais – pagos em dinheiro com notas de reais, dólares e euros levadas ao cartório por sua sogra. Se absolvido, ele já anunciou seu projeto imediato: disputar uma cadeira no Congresso Nacional em 2014.

Marcos Valério
Marcos Valério
Marcos Valério
Há sete anos o publicitário administra o que restou de seu patrimônio: segredos valiosos que ele diz deter sobre o mensalão. Marcos Valério era dono de duas agências de publicidade que tinham contratos milionários com o governo petista – e que quase nunca resultavam na correspondente prestação de serviços, já que o grosso do pagamento ia para o caixa do mensalão.
Foi operando essa engrenagem que ele ganhou prestígio e muito dinheiro. Descoberta a fraude, caiu em desgraça. Hoje, porém, é um “consultor” de sucesso. Costuma dizer que, dada a relação com o PT, é atendido em seus pleitos junto a órgãos do governo, bancos públicos e estatais – e cobra caro, e em dinheiro vivo, pela intermediação.
A vida pessoal segue atribulada. Sua mulher, Renilda Santiago, tem crises emocionais frequentes por medo de que o marido volte para a cadeia. O próprio Valério, vez ou outra, se diz acometido por algum mal. Tempos atrás, disse a um interlocutor de Brasília que estava com câncer no cérebro.
A desconfiança de que era mais um recado aos petistas veio com o que ele disse em seguida: que, como estava com os dias contados, não tinha o que perder e estava pensando em contar o que ainda não havia contado à polícia. O veredicto do STF pode definir os rumos dessa chantagem sem fim.

Duda Mendonça
Duda Mendonça
Duda Mendonça
No seu tempo de marqueteiro mais famoso do Brasil, ele ajudou a eleger de Paulo Maluf a Luiz Inácio Lula da Silva. Com o escândalo, afastou-se dos holofotes, mas nunca ficou longe do poder. Embora não tenha feito campanhas em 2006, Duda Mendonça manteve polpudos contratos com o governo federal, que lhe renderam 102 milhões de reais até 2011.
Na última eleição, mergulhou de novo no ramo que o tornou famoso e ajudou a eleger de petistas, como a agora senadora Marta Suplicy, a tucanos, como Cássio Cunha Lima. Neste ano, voltará a oferecer seus préstimos a candidatos Brasil afora. A bonança financeira ajudou a alimentar o estilo espalhafatoso.
No início deste ano, decidiu adotar um brasão para a família – um cê-cedilha com um círculo em volta, que tatuou no ombro e que adorna a pele de quatro de seus sete filhos e também seu helicóptero e seu avião. Tentará, agora, livrar-se de outra marca: a acusação por ter recebido 10,5 milhões de reais no exterior, crime por ele admitido em cadeia nacional.

Luiz Gushiken
Luiz Gushiken
Luiz Gushiken
Sem cargo no governo ou no PT desde 2006, o “China”, como era conhecido, abriu uma consultoria em 2007, cinco meses depois de deixar o Palácio do Planalto, onde era assessor especial. Na sua lista de clientes já estiveram, entre outros, a Vale e o Banco PanAme­ricano – que, logo depois dos serviços do petista, foi salvo pela Caixa Econômica Federal com uma injeção de 740 milhões de reais.
Em tratamento contra um câncer, ele passa a maior parte do tempo em sua chácara de 5 000 metros quadrados em Indaiatuba, no interior paulista, de onde só sai para ir a São Paulo a cada quinze dias, para a quimioterapia.
Gushiken é um dos poucos que nada têm a temer com o julgamento. Seu nome foi incluído porque um ex-diretor do Banco do Brasil o acusou de participar de desvio de recursos para o mensalão. Mas a Procuradoria-Geral da República não viu indícios suficientes e pediu sua absolvição.

João Paulo Cunha
João Paulo Cunha
João Paulo Cunha
O mensalão encolheu as ambições do deputado federal. Estrela em ascensão, era o nome do PT para o governo de São Paulo em 2006. Hoje, seu grande desafio é eleger-se prefeito de Osasco (SP), cidade onde trabalhou como metalúrgico, estreou no movimento sindical e construiu sua base eleitoral.
O caso de João Paulo Cunha acabou se transformando num dos mais emblemáticos do mensalão pela estrondosa materialidade dos rastros que deixou. Na lista de “clientes” de Marcos Valério, achou-se o nome da mulher do deputado.
Ela esteve três vezes na agência que fazia os pagamentos do mensalão. Questionado, o deputado mentiu: disse que a mulher fora pagar uma conta de TV a cabo. A quebra do sigilo revelou que ela havia sacado 50 000 reais da conta abastecida pelo “valerioduto”.

José Genoino
José Genoino
José Genoino
Figura ruidosa no Congresso e onipresente nos jornais antes do mensalão, José Genoino – que, como presidente do PT, avalizou empréstimos milionários, depois apontados como fictícios – foi um dos que mais sentiram os efeitos da hecatombe. Nos meses seguintes ao estouro do escândalo, trancafiou-se em casa e entrou em depressão. Mesmo amigos só se comunicavam com ele por e-mail.
Ainda conseguiu eleger-se deputado em 2006, mas o protagonismo se esvaiu. Quatro anos depois, não obteve os votos para reeleger-se e amargou uma suplência. Espera voltar à Câmara se for absolvido. Enquanto isso, o ex-guerrilheiro, um dos poucos sobreviventes do Araguaia, trabalha como assessor do Ministério da Defesa – que chegou a lhe dar a Medalha da Vitória, concedida a quem prestou serviços relevantes ao país.

Roberto Jefferson
Roberto Jefferson
Roberto Jefferson
O mais teatral dos protagonistas do escândalo, o ex-deputado federal que escancarou e batizou o mensalão foi cassado por quebra de decoro, mas continua a fazer política no posto de presidente do PTB. “Mantenho minha influência. Sou ouvido”, disse a VEJA.
Ensaiou uma volta à advocacia e eventualmente presta consultoria jurídica a amigos, mas a dedicação maior é à articulação nos bastidores. Inelegível até 2015, planeja, se absolvido, voltar à ribalta na Câmara na primeira eleição possível, em 2018.
Se for condenado da acusação de receber propina para manter o PTB na base de governo, já avisou sua turma: deixa a presidência do partido e, talvez, a política. No sábado 28, estava marcada uma operação para remover um tumor no pâncreas e ele terá de reverter a cirurgia bariátrica a que se submeteu em 1999. Diz que a chance de cura chega a 70%. Está confiante em que, mais para a frente, haverá duas vitórias para comemorar.

Valdemar costa neto
Valdemar Costa Neto
Valdemar Costa Neto
O mensalão existiu e o Valdemar recebeu”, vociferou numa sessão da CPI, em 2005, a socialite Maria Christina Mendes Caldeira, ex-mulher do deputado e hoje promovida a sua inimiga figadal. Acusado de receber propina em troca de apoio político e de montar uma quadrilha para lavar o dinheiro, Valdemar Costa Neto continua onde sempre esteve e fazendo o que sempre fez – no Congresso, dirigindo o PR e tendo ideias vantajosas para ele e seu partido e ruinosas para o resto do Brasil. Foi do deputado a estratégia de lançar Tiririca como atração eleitoral do PR – o palhaço recebeu mais de 1,3 milhão de votos para a Câmara em 2010 e ainda arrastou junto políticos da categoria do ex-delegado Protógenes Queiroz.

A SITUAÇÃO DOS ENVOLVIDOS
Confira o que faziam na época e do que se ocupam hoje todos os personagens que tiveram a denúncia aceita pelo Supremo Tribunal Federal, e qual o seu papel no esquema, de acordo com a Procuradoria-Geral da República

Carlos Alberto Quaglia
Carlos Alberto Quaglia
Carlos Alberto Quaglia

O QUE FAZIA – Dono da Natimar
O QUE FAZ HOJE – Escritor
ACUSAÇÃO – A Natimar integrou a quadrilha que lavava a propina do valerioduto em favor da cúpula do PP


Anderson Adauto

Anderson Adauto
Anderson Adauto

O QUE FAZIA – Ministro dos Transportes de Lula até 2004
O QUE FAZ HOJE – Prefeito reeleito de Uberaba (MG)
ACUSAÇÃO – Recebeu 950 000 reais de Valério e intermediou a compra de apoio político


Bispo Rodrigues
Bispo Rodrigues
Bispo Rodrigues

O QUE FAZIA – Deputado (PL-RJ) e vice-presidente do partido
O QUE FAZ HOJE – Sócio de emissoras de rádio e televisão
ACUSAÇÃO – Recebeu propina para votar a favor do governo



Anita Leocádia
O QUE FAZIA – Assessora do deputado Paulo Rocha (PT-PA)
O QUE FAZ HOJE – Assessora do diretório nacional do PT
ACUSAÇÃO – Recebeu 620 000 reais do esquema em nome do deputado federal petista

Cristiano Paz
Cristiano Paz
Cristiano Paz

O QUE FAZIA – Empresário
O QUE FAZ HOJE – Empresário
ACUSAÇÃO – Sócio de Marcos Valério, ajudou a montar a estrutura que servia para mascarar o pagamento a deputados



Antonio Lamas
O QUE FAZIA – Assessor da liderança do PL na Câmara
O QUE FAZ HOJE – Trabalha como gerente em uma casa lotérica
ACUSAÇÃO – Intermediou repasses ao PL e integrou o grupo de Valdemar Costa Neto

Emerson Palmieri
Emerso Palmieri
Emerso Palmieri

O QUE FAZIA – Tesoureiro informal do PTB e diretor da Embratur
O QUE FAZ HOJE – Fazendeiro
ACUSAÇÃO – Ajudou a intermediar o pagamento da propina em favor do PTB



Ayanna Tenório
Ayanna Tenório
Ayanna Tenório

O QUE FAZIA – Executiva do Banco Rural
O QUE FAZ HOJE – Consultora
ACUSAÇÃO – Liberou empréstimos fraudulentos para as empresas de Marcos Valério, abastecendo o esquema


Enivaldo Quadrado
Enivaldo Quadrado
Enivaldo Quadrado

O QUE FAZIA – Diretor da corretora Bonus-Banval
O QUE FAZ HOJE – Empresário
ACUSAÇÃO – A Bonus-Banval fez a intermediação dos repasses ao PP, lavando o dinheiro e ocultando a sua origem


Breno Fischberg
Breno Fischberg
Breno Fischberg

O QUE FAZIA – Sócio da corretora Bonus-Banval
O QUE FAZ HOJE – Empresário
ACUSAÇÃO – A Bonus-Banval fez a intermediação dos repasses ao PP, lavando o dinheiro e ocultando a sua origem


Geiza Dias
Geiza Dias
Geiza Dias

O QUE FAZIA – Gerente financeira da SMP&B
O QUE FAZ HOJE – Analista do setor financeiro em uma agência de publicidade
ACUSAÇÃO – Era uma das operadoras do grupo de Valério


Henrique Pizzolato
Henrique Pizzolato
Henrique Pizzolato

O QUE FAZIA – Diretor de marketing do Banco do Brasil
O QUE FAZ HOJE – Aposentado
ACUSAÇÃO – Recebeu propina para favorecer uma agência de Marcos Valério na execução de contratos com o BB


Pedro Corrêa
Pedro Correa
Pedro Corrêa

O QUE FAZIA – Deputado (PP-PE) e presidente do partido
O QUE FAZ HOJE – Integra a direção nacional do PP
ACUSAÇÃO – Recebeu propina em troca de apoio ao governo e lavou o dinheiro


Jacinto Lamas
Jacintos Lamas
Jacintos Lamas

O QUE FAZIA – Tesoureiro do PL até fevereiro de 2005
O QUE FAZ HOJE – Funcionário da Câmara
ACUSAÇÃO – Ligado a Valdemar Costa Neto, intermediou parte dos repasses ao PL



Pedro Henry
Pedro Henry
Pedro Henry

O QUE FAZIA – Deputado federal (PP-MT) e líder do partido na Câmara em 2003 e 2004
O QUE FAZ HOJE – Deputado federal (PP-MT)
ACUSAÇÃO – Recebeu propina em troca de apoio ao governo


João Cláudio Genu
João Claudio Genu
João Claudio Genu

O QUE FAZIA – Assessor do então deputado José Janene
O QUE FAZ HOJE – Abriu empresa de gestão empresarial e consultoria imobiliária
ACUSAÇÃO – Foi intermediário do valerioduto para o PP



Professor Luizinho
Professor Luizinho
Professor Luizinho

O QUE FAZIA – Deputado (PT-SP) e líder do governo de abril de 2004 a março de 2005
O QUE FAZ HOJE – Consultor
ACUSAÇÃO – Recebeu 20 000 reais do valerioduto e ocultou a origem do dinheiro



João Magno
João Magno
João Magno

O QUE FAZIA – Deputado (PT-MG)
O QUE FAZ HOJE – Sócio de uma consultoria política
ACUSAÇÃO – Recebeu 360 000 reais do valerioduto e ocultou a transação valendo-se de um assessor e de seu tesoureiro



Ramon Hollerbach
Ramon Hollerbach
Ramon Hollerbach

O QUE FAZIA – Empresário
O QUE FAZ HOJE – Consultor
ACUSAÇÃO – Sócio de Valério, ajudou a mascarar o destino dos recursos. Também ordenou a doleiros os pagamentos a Duda Mendonça no exterior


José Borba
José Borba
José Borba

O QUE FAZIA – Líder do PMDB na Câmara dos Deputados
O QUE FAZ HOJE – Prefeito de Jandaia do Sul (PR)
ACUSAÇÃO – Recebeu propina para votar a favor de matérias de interesse do governo



Rogério Tolentino
Rogerio Tolentino
Rogério Tolentino

O QUE FAZIA – Advogado
O QUE FAZ HOJE – Advogado
ACUSAÇÃO – Era um dos principais elos entre o núcleo operacional da quadrilha e o Banco Rural. Era o braço direito de Marcos Valério


José Janene
José Janene
José Janene

O QUE FAZIA – Deputado (PP-PR)
O QUE FAZ HOJE – Faleceu em setembro de 2010
ACUSAÇÃO – Como líder da bancada, “fechou acordo com o PT, assumindo postura ativa no recebimento de propina”


Romeu Queiroz
Romeu Queiroz
Romeu Queiroz

O QUE FAZIA – Deputado (PTB-MG)
O QUE FAZ HOJE – Deputado estadual do PSB-MG
ACUSAÇÃO – Pegou propina para o PTB e para si próprio e ocultou a origem do dinheiro


José Luiz Alves
José Luiz Alves
José Luiz Alves

O QUE FAZIA – Chefe de gabinete de Anderson Adauto
O QUE FAZ HOJE – Diretor de empresa de saneamento ligada à prefeitura de Uberaba (MG)
ACUSAÇÃO – Recebeu 600 000 reais em nome de Adauto


Silvio Pereira
Silvio Pereira
Silvio Pereira

O QUE FAZIA – Dirigente do PT
O QUE FAZ HOJE – Empresário
ACUSAÇÃO – Coordenava a distribuição de cargos no governo. Ganhou um Land Rover de fornecedora da Petrobras. Fez acordo e não é mais réu


José Roberto Salgado
José Roberto Salgado
José Roberto Salgado

O QUE FAZIA – Executivo do Banco Rural
O QUE FAZ HOJE – É do conselho de administração do Rural
ACUSAÇÃO – Autorizou e renovou empréstimos fraudulentos para Valério




Simone Vasconcelos
Simone Vasconcelos
Simone Vasconcelos

O QUE FAZIA – Diretora administrativa e financeira da SMP&B
O QUE FAZ HOJE – Trabalha em locadora de veículos da família
ACUSAÇÃO – Era operadora de Valério



Kátia Rabello
Kátia Rabello
Kátia Rabello

O QUE FAZIA – Presidente do Banco Rural
O QUE FAZ HOJE – É uma das administradoras da holding do Rural
ACUSAÇÃO – O banco foi o braço financeiro do mensalão



Vinicius Samarane
Vinicius Samarane
Vinicius Samarane

O QUE FAZIA – Diretor do Rural
O QUE FAZ HOJE – Vice-presidente do Banco Rural
ACUSAÇÃO – Ajudou a omitir do sistema de informações do BC o nome dos beneficiários dos recursos do mensalão



Paulo Rocha
Paulo Rocha
Paulo Rocha

O QUE FAZIA – Líder do PT na Câmara dos Deputados entre fevereiro e agosto de 2005
O QUE FAZ HOJE – Presidente de honra do PT no Pará
ACUSAÇÃO – Recebeu 820 000 reais do valerioduto



Zilmar Fernandes
Zilmar Fernandes
Zilmar Fernandes

O QUE FAZIA – Sócia do publicitário Duda Mendonça
O QUE FAZ HOJE – Trabalha com Duda
ACUSAÇÃO – Recebeu pagamentos pelo esquema de lavagem de dinheiro de Valério
(Publicado em VEJA de 1 de agosto de 2012)


03/08/2012