O AMARGO DEVER DOS ADVOGADOS
Agora, faltando três dias para o início do julgamento, prepara-se o país para assistir a maior concentração de grandes advogados por metro quadrado, no plenário do Supremo Tribunal Federal, a partir de quinta-feira.
Defenderão os 38 réus do mensalão utilizando o brilho de suas longas e profícuas trajetórias dedicadas ao Direito.
Parece impossível supô-los todos derrotados na inglória tarefa de patrocinar bandidos, estabelecendo-se entre eles amarga tertúlia, já que a absolvição de uns redundará na condenação de outros.
Se um dia esses causídicos de excepcional renome pensaram atuar juntos, faz tempo que abandonaram o sonho.
Do dia 2 em diante, será cada um por si, sob os holofotes da mais alta corte nacional de justiça.
Equivale a dizer, sem possibilidade de recorrerem ao artifício de recursos, protelações e filigranas jurídicos, já que as sentenças do Supremo são irrecorríveis e definitivas.
Depois das cinco horas de acusação a cargo do Procurador Geral da República, nos dias subseqüentes cada advogado dos 38 réus disporá de uma hora para a defesa.
Nenhum deles parece inclinado ao improviso, todos estarão passando o fim de semana debruçados em seus arrazoados e até diante do espelho.
Ainda que venham a falar sem recorrer a textos lidos, saberão exatamente o momento de promover cada um dos gestos de efeito.
Conhecem o lugar das vírgulas e o momento da meteórica e emocional interrupção em suas intervenções.
Para os advogados estarão voltadas as atenções do país inteiro, uma excelente oportunidade para se ilustrarem os estudantes de Direito.
O último canto daqueles que não conseguirem a absolvição de seus clientes será acompanhá-los do plenário até a cadeia da Polícia Federal.
Pelo rito tradicional, mesmo não devendo comparecer ao julgamento, os mensaleiros que forem condenados precisarão estar presentes no plenário para ouvir de viva voz a extensão de suas penas.A menos que alguns já se encontrem fora do Brasil ou em vias de escafeder-se.
domingo, 29 de julho de 2012
O último canto daqueles que não conseguirem a absolvição de seus clientes será acompanhá-los do plenário até a cadeia da Polícia Federal
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