Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Cachoeira chega ao TJ-DF para depor sobre fraude em licitação



Ex-mulher do bicheiro entrou com pedido de habeas corpus para se calar na CPI




Cachoeira chegou abatido ao TJ-DF, sob forte escolta policial
Givaldo Barbosa / O Globo


BRASÍLIA - Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, chegou por volta das 14h30 desta quarta-feira no sétimo andar do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), onde prestará depoimento sobre o processo que investiga irregularidades no sistema de bilhetagem do transporte público da capital federal.

Muito magro e abatido, desta vez ele não está de terno: veste uma camisa azul comprida, de manga longa. Algemado com as duas mãos para trás, Cachoeira estava sob forte escolta policial.

A juíza Ana Cláudia Costa Barreto, da 5ª vara criminal, indeferiu os pedidos de jornalistas, feitos por escrito, para acompanharem a realização da audiência pública do processo referente à Operação Saint Michel. O argumento da juíza é que a sala de audiências não comporta “a presença de mais ninguém”.

Segundo ela, a sala tem apenas 15 metros quadrados. Estão na sala oito réus, pelo menos oito advogados de defesa, quatro agentes que fazem a escoltas dos réus presos, promotores responsáveis pela acusação e o secretário da audiência, além da própria magistrada.

Desde o início desta semana, o TJ-DF já havia decidido que a imprensa seria barrada no julgamento.

O procedimento é diferente do que foi adotado pela Justiça Federal em Goiânia, que permitiou que a imprensa acompanhasse os dois dias de audiência pública.


Controle da bilhetagem eletrônica

No processo, Cachoeira foi denunciado por tentar assumir o controle da bilhetagem eletrônica do transporte coletivo do Distrito Federal. Primeiro serão ouvidas as testemunhas de acusação. Cachoeira e outros sete réus vão ser interrogados por último pela juíza Ana Cláudia Barreto.

Os crimes foram investigados pela Operação Saint-Michel, da Polícia Civil do DF, realizada em abril - um desdobramento da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. A pressão para entrar na prestação do serviço no Distrito Federal foi confirmada pelo governador Agnelo Queiroz, durante seu depoimento na CPI do Cachoeira, no mês de junho. Agnelo, no entanto, disse que a tentativa não obteve sucesso.


Ex-mulher pede para se calar na CPI

Andrea Aprígio, ex-mulher de Carlinhos Cachoeira, entrou com pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), para garantir o direito de ficar em silêncio durante depoimento à CPI do Cachoeira.

Os advogados de Andréa também pedem que ela não seja obrigada a assinar termo de compromisso de dizer a verdade e de não ser presa ou processada por desobediência ou falso testemunho. O depoimento está marcado para o dia 8 de agosto. A relatora é a ministra Rosa Weber.

Na separação, Andrea ficou com grande parte dos seus bens de Cachoeira , inclusive o laboratório Vitapan, que tem seu irmão Adriano Aprígio como testa de ferro do grupo.

A Vitapan, fabricante de genéricos, é apontada como a mais importante fachada legal de negócios do bicheiro. Andréa também é sócia do ICF – Instituto de Controle de Fármacos, que certifica a qualidade dos medicamentos da Vitapan.

No pedido, a defesa alega que Andrea foi convocada mediante intimação deixada na portaria do prédio onde reside e no momento em que ela estava em viagem.

Os advogados também sustentam que a intimação indica que ela será ouvida como testemunha, quando, na verdade, ela é investigada em operação da Polícia Federal que deu origem à CPI.

Os advogados relatam que a ex-mulher de Cachoeira teve suas contas bancárias bloqueadas, além do sequestro dos bens imóveis e a apreensão do seu carro.


01/08/2012

0 comentários: