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sábado, 22 de março de 2014

As três perguntas que Dilma precisa responder


                             Por Josias de Souza

A nota que Dilma Rousseff divulgou sobre a decisão que levou a Petrobras a enterrar US$ 1,2 bilhão na obsoleta refinaria de Pasadena, no Texas, converteu a presidente numa personagem sem nexo. Ela comandava o Conselho de Administração da estatal petroleira na época do fechamento do negócio, em 2006. Participou da reunião em que o martelo foi batido. Avalizou a transação.

Agora, Dilma sustenta que só concordou com o negócio porque se baseou num “resumo executivo” preparado pelo então diretor Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Segundo ela, o documento se revelaria posteriormente “técnica e juridicamente falho”. Omitia cláusulas que, “se conhecidas, seguramente não seriam aprovadas pelo Conselho” da Petrobras. Beleza.

Mas Dilma obrigou-se a responder a pelo menos três interrogações.

1. Por que não ‘espancou’ a proposta?

Em janeiro de 2012, ao ser empossado no Ministério da Educação, Aloizio Mercadante ensinou a Marco Antonio Raupp, o cientista que o substituiu na pasta da Ciência e Tecnologia, como deveria proceder ao apresentar uma nova ideia para Dilma. “Toda vez que você levar um projeto, ele vai ser desconstituído'', disse Mercadante, arrancando risos da plateia.

A presidente submeterá o projeto a “um espancamento, para verificar se fica de pé”. Quando isso ocorrer, lecionou Mercadante a Raupp, “volte pra casa, junte a equipe, trabalhe intensamente e volte a apresentar o projeto. É exatamente assim. Os ministros sabem que estou dizendo a mais absoluta verdade. E isso é atitude de quem tem compromisso com o gasto público.''

Recém-promovido à chefia Casa Civil da Presidência, Mercadante ajudou a redigir a nota na qual essa Dilma implacável se autoconverteu numa gestora precária e descuidada. Mercadante deveria ter perguntado:

“Presidenta, por que diabos a senhora não submeteu a um espancamento a proposta de aplicar R$ 360 milhões, em 3 de fevereiro de 2006, na compra de 50% de uma refinaria que, um ano antes, velha e desativada, havia sido 100% adquirida pela belga Astra Oil por US$ 42,5 milhões?”

Se Dilma tivesse dado uma surra no “resumo executivo” do doutor Nestor Cerveró, o autor da peça decerto voltaria pra casa, juntaria sua equipe, trabalharia intensamente e concluiria que a valorização de 1.500% propiciada à Astra Oil não era apenas um mau negócio. Era um escândalo. Construído com o aval de Dilma —ou de uma sósia dela. Mercadante tem de exigir um exame de DNA.

2. Por que manteve José Sérgio Gabrielli?

Dilma sustenta em sua nota que só se deu conta de que o negócio cheirava mal em 3 de março de 2008. Tomou um susto ao ser informada de que a Petrobras teria de se tornar proprietária única da Pasadena Refining, comprando os 50% que tinham restado nas mãos da sócia Astra Oil.

Foi só nesse dia, alega Dilma em sua nota, que o Conselho da Petrobras, sob sua presidência, tomou conhecimento daquelas cláusulas contratuais que o doutor Nestor Cerveró omitira em seu “resumo executivo”. Os conselheiros, Dilma entre eles, se recusaram a pagar o valor exigido pela Astra Oil. Coisa de US$ 700 milhões. Após uma batalha judicial, a Petrobras teve de desembolsar muito mais: US$ 839 milhões.

O segundo desembolso aconteceu em 13 de junho de 2012. A essa altura, Dilma já não presidia o Conselho da Petrobras, mas a República. Ela sabia desde 2008 que o leite de Pasadena tinha derramado. Como chefe da Casa Civil, não lhe cabia ficar lamentando a situação e sim ajudar o Lula a enxergar que a presidência de José Sérgio Gabrielli não fazia bem à Petrobras.

Algum áulico pode dizer que Dilma avisou. Mas Lula não quis escutar. Bobagem. Depois que sentou na cadeira de presidente, em janeiro de 2011, Dilma poderia ter mandado Gabrielli ao olho da rua quando bem entendesse. Mas ela o manteve no comando da estatal por mais de um ano. Livrou-se dele apenas em 13 de fevereiro de 2012.

Repetindo: Graça Foster, a atual presidente da Petrobras, sentou-se na cadeira que era de Gabrielli um ano, um mês e 13 dias depois da chegada de Dilma à cadeira de presidente da República. Gabrielli saiu da estatal sob elogios públicos. E virou secretário de Planejamento do governo petista de Jaques Wagner, na Bahia.

3. Por que o diretor do parecer “falho” continua na Petrobras?


Ao escrever em sua nota que não sabia das cláusulas contratuais tóxicas que converteram a maior estatal brasileira em feliz proprietária de um mico americano, Dilma declara, com outras palavras: “Sim, eu presidia o Conselho da Petrobras, mas não posso ser responsabilizada pelo derramamento de leite. Em verdade, sou vítima.”

Um petista da linha Rui Falcão esticaria o dedo e ecoaria a nota de Dilma: foi o Nestor Cerveró, esse escritor de pareceres ‘falhos’, quem derramou o leite que a oposição e a imprensa golpista tentam fazer respingar na biografia da presidente. Surge, então, a terceira interrogação.

Sob Lula, Nestor Cerveró, um executivo que ninguém apadrinhou —nem o PT de Delcídio Amaral nem o PMDB de Renan Calheiros— deixou a diretoria Internacional da Petrobras em 2008, dois anos depois de ter aconselhado a compra de Pasadena. Mas não ficou sem contracheque. Virou diretor financeiro da poderosa BR Distribuidora, subsdidiária da mesma estatal. Sentada na cadeira de presidente da República desde janeiro de 2011 —já lá se vão três anos, dois meses e 21 dias— Dilma não se animou despachar Cerveró para bem longe do cofre. Por quê?

Enquanto a ex-Dilma não voltar a fazer sentido, convém à plateia perguntar aos seus botões: vocês confiariam uma bandeja com um copo de leite, mesmo que metafórico, a uma pessoa que trata todo mundo a pontapés e passa pomada em quem produz um escândalo de US$ 1,2 bilhão? Seus botões talvez não respondam. Mas qualquer garçom de boteco dirá: nã, nã, não. De jeito nenhum!
21/03/2014


sexta-feira, 21 de março de 2014

O COMPLEXADO



Luís Inácio Lula da Silva

O Complexado



Por Waldo Viana *

Num tremendo jogo pirotécnico de marketing, como se ainda fosse presidente, vai Lula caminhando pelo mundo “ser droite na vida”…

Agora recebeu tremenda homenagem francesa, um título de doutor honoris causa, ele que sempre se envaideceu de só ter o curso primário, tendo vencido completamente na vida através da esperteza e demonstrando aos incautos brasileiros que vale mesmo a pena a esperteza e a impunidade (não necessariamente nessa ordem).

Lula produziu, em oito anos, o governo mais corrupto de que se tem notícia. Diante de seus feitos, um outro presidente impedido poderia ser suposto mero punguista de trem da central. Ambos foram, seriam e serão sempre inocentados pelas cortes superiores de nosso país, que não mais distinguem a fronteira entre o que é legal e o que é moral. Elidem alguns desses magistrados a vergonha na cara em nome de tecnicalidades e favores que ocultamente custam caro e muito caro e agora são chamados, com rara felicidade e maestria, de “bandidos de toga”…

Lula interpretou bem a alma da nacionalidade e percebeu muito cedo que seus eleitores são inclusive muito piores do que os políticos que eles elegem. Juntou toda a direita oligárquica em torno dele, desde os ladrões de carrocinha de pipoca, passando pelos fazendeiros sem fazenda, até os donos de capitanias do nordeste e norte. Concedeu aos pobres um bolsa-família que conseguiu o extraordinário recorde de permitir que 86% dos seus usuários queiram continuar usufruindo da benesse para sempre, ou seja, jamais sairão do lugar e darão voto garantido aos governos petistas…

O presidente tornou-se muito rico, assim com como sua família, e faz agora um trottoir burguês pelo mundo, recebendo prêmios e comendas, refestelado em hotéis de luxo e proferindo palestras para quem puder desembolsar milhares de dólares. Serve também de macaquinho de empreiteiras brasileiras ou ponta de lança de grandes empresas, mero lobista que desvestiu a faixa presidencial para aceitar papéis menos nobres de estimulador de gordas comissões.

É o rei dos consultores, mas tem um problema no seu mar de rosas. Jamais teve e terá a cultura de seu maior rival de alcova, o ex-presidente Fernando Henrique. O “príncipe dos sociólogos”, que também não é flor que se cheire, pelo menos sempre foi culto, poliglota, embora seu governo também tenha sido eivado de irregularidades, a ponto de um de seus ministros haver cunhado célebre frase que ficou para a História: “senhores, chegamos ao limite da responsabilidade…”

Pois bem. Lula tem tudo, mas inveja a cultura do outro. Não conseguiu ler, porque dá azia; serve-se de truques aprendidos em reuniões de sindicato para convencer os outros e chegou até a iludir os franceses no caso da compra dos 36 caças Rafalle, que afinal cozinhou em banho-maria e gerou até a defecção de um ministro da Defesa por sua sucessora.

Lula é amigo íntimo do álcool, mas tem vergonha de sua condição. Bebe sempre a portas fechadas, embora em seu governo tenhamos visto muitos “dias seguintes”, em que o presidente, com as faces vermelhas e olhos esbugalhados de ressaca, lembrando a noite anterior, vociferava contra adversários. Quem não se lembra das platitudes e batatadas do presidente, levanta a mão?

Como é possível ver Lula alçado a líder mundial, espalhando conselhos aos europeus e norte-americanos, como se fosse um arauto da sabedoria? Ao invés de envaidecer a nós brasileiros, nessa terra inculta e sem premio Nobel, observamos na verdade o quanto desceu, em nome de contratos futuros não assinados, a França e o quanto desceu o mundo em termos de mediocridade intelectual. Hoje, com raras exceções, os líderes mundiais de nosso tempo são uns merdas…

Na verdade, não teremos julgamento algum de mensalão, a não ser o que afeta as oposições, porque as chicanas jurídicas, acompanhadas pela capacidade de advogados caros, impedirão que o relator possa prosseguir no intento.

Vivemos, num país, de mediocridade, em que o cidadão comum tem vergonha de ser honesto. Como disse a deputada Cidinha Campos: “a corrupção está no DNA do brasileiro, quanto mais ladrão mais querido.”

A frase resume nossos leitmotivs, bem como nossa enteléquia. Aliás, a palavra “brasileiro” significa “traficante de pau-brasil junto à coroa portuguesa”. Nosso atavismo de corrupção está no sangue…

E Lula corporifica tudo isso que somos no subconsciente e que através de esforços civilizatórios tentamos, em vão, aperfeiçoar…

Nosso ex-presidente, contudo, exibe uma pontinha de ciúme do antecessor, porque não conseguiu estudar. Compete com ele, nos lapsus linguae, que profere, como na tosca epígrafe desse artigo. Embora seja ídolo de nossa gente, et pour cause, não consegue inibir o complexo de inferioridade que mantém intacto no subconsciente. Quando este aflora, ataca os intelectuais e as elites que ele agora frequenta, na figura do antecessor, sem compreender que agora a elite é ele, o burguês é ele, com contas no exterior e fazendas no interior do país…

Todo mundo sabe disso e a polícia federal não pode sair em seu encalço, porque o buraco é mais embaixo. Não viram o que aconteceu no STJ, no julgamento da operação Boi Barrica, envolvendo os Sarney? Não acontece, não dá, não sobe…

Sabemos que temos, no país, uma espécie de santíssima trindade administrativa: a Receita Federal, a Polícia Federal e o Ministério Público, mas, além de suas limitações constitucionais, são jungidos por limitações políticas que nossos podres costumes impõem…

"E como todos estão comprometidos, salvam-se todos no camburão, ops., desculpe, no caldeirão das elites…"

Lula, o complexado semi-analfabeto que chegou à presidência, tornou-se o gênio da raça e tudo no Brasil teve que descer à sua imagem e semelhança. Tudo o que nos acontece tem a cara dele, incluindo eventos futuros, como a Copa e as Olimpíadas. Nós vemos o país patinando em infraestrutura, desindustrializando-se a passos largos e as cidades degenerando-se em violência e estagnação. A juventude preocupada com drogas e homossexualismo, ao invés de se centrar nos estudos e no desenvolvimento do país. E a mídia, preocupada em estupidificar o povo, em nome de uma pretensa audiência comercial.

Na verdade, a esperança é a Internet, antes que os Dirceu da vida a possam censurar, tendo instaurar um regime cubano ou coreano do norte, com todas as consequências funestas que já conhecemos.

O complexado continuará viajando o mundo com sua entourage, forçando-nos a recordar toda a sua trajetória dentro do país. Está clara a sua estratégia de ser coroado um Nobel da Paz, cobrindo o país mais uma vez de vergonha e nossas elites de frouxos de risos.

Porque além de sermos reconhecidos lá fora como o país do samba, do carnaval, das florestas tropicais, bem como da violência e da corrupção irrefreáveis, vamos ter que engolir o complexado, como se fosse nossa marca registrada do século XXI.

É dose, mas Freud explica!

Waldo Luís Viana é escritor, economista, poeta e já fez terapia…

Teresópolis, 30 de setembro de 2011.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Preso, ex-diretor da Petrobras é ‘caixa-preta’ da estatal



Por Laryssa Borges e Silvio Navarro
VEJA.com


Preso na manhã desta quinta-feira pela Polícia Federal, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa é considerado uma espécie de “caixa-preta” da estatal.

Detido no Rio de Janeiro quando tentava destruir provas da chamada Operação Lava Jato, Costa construiu a carreira na Petrobras desde os anos 1970. Chegou à diretoria de Abastecimento da companhia em maio de 2004 pelas mãos do ex-presidente Lula.

Na época, foi indicado pelo PP ao posto, ampliando sua influência política – já tinha respaldo de setores do PMDB e do grupo ligado ao deputado petista Cândido Vaccarezza (SP).

“Ele era indicado do PP, mas depois virou [apadrinhado de] uma constelação de partidos”, diz um político ligado à estatal. Na campanha de 2010, doou 10.000 reais para o PT do Rio de Janeiro.

Costa tem informações sigilosas, por exemplo, sobre a operação que levou a empresa brasileira de petróleo a comprar 50% da refinaria de Pasadena, no Texas, e depois, por meio de uma cláusula contratual denominada Put Option, pagar pelas ações da belga Astra Oil. O negócio, consolidado sob a gestão do petista José Sergio Gabrielli à frente da estatal, custou mais de 1 bilhão de reais aos cofres da empresa.

Após anos ocupando cargos na estatal – superintendência de produção da Bacia de Campos, a gerência de exploração da Bacia de Santos e a gerência-geral da logística da Unidade de Negócios Gás Natural da Petrobras –, Costa decidiu montar há dois anos uma consultoria para as áreas de combustível, engenharia e infraestrutura e se tornou uma espécie de lobista do setor.

A Costa Global Consultoria e Participações, com sede no Rio, aliou-se a outra empresa do ex-diretor da Petrobras, a REF Brasil, para atuar em um dos mais recentes projetos da companhia: a instalação de uma refinaria em Carmópolis, principal bacia petrolífera de Sergipe. O investimento previsto é de 120 milhões de reais, com receita operacional de 480 milhões de reais.

Nesta quinta-feira, foi preso na Operação Lava Jato da PF. Os policiais cumpriram seis mandados de busca e apreensão em casas e endereços de Costa no Rio de Janeiro. Segundo as investigações, ele ganhou um carro de presente do doleiro Alberto Youssef, pivô do esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de 10 bilhões de reais. Na casa do ex-diretor da Petrobras foram apreendidos 700.000 reais e 200.000 dólares em espécie.

20/03/2014

Dilma e Gerdau insistem em que não sabiam de nada no caso da compra da refinaria Pasadena


A seguir vai a relação dos conselheiros da Petrobrás que aprovaram a compra da refinaria Pasadena, Texas, EUA.

Somente Dilma e Jorge Gerdau falaram sobre o escândalo, mas ambos tiraram o corpo fora, dizendo que as duas cláusulas lesivas aos interesses brasileiros não constaram das discussões que resultaram na aprovação da compra, o que é mais do que inverídico, já que se sabe que operações milionárias de estatais poderosas como a Petrobras não vão para a mesa sem exames e aprovações detalhadas por parte de empresas de auditoria e consultorias jurídicas:



Dilma Roussef
Claudio Haddad
Glauber Vieira
Antonio Palocci
Jacques Wagner
Fábio Barbosa
Jorge Gerdau

Artur Sendas

     

20.03.2014


quarta-feira, 19 de março de 2014

Marco Civil da Internet: o que é e por que é alvo de debate



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                                       O Estado de S. Paulo


O projeto de lei que cria o Marco Civil de Internet está na Câmara desde 2011. Já apresentado como a “Constituição da Internet” estabelece, em linhas gerais, princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil. A proposta voltou a ter destaque em 2013 depois das denúncias de espionagem protagonizadas pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA).

O texto, no entanto, tranca a pauta de votações da Câmara desde outubro do ano passado em parte por causa de propostas consideradas polêmicas e que desagradam empresas de telecomunicação – contrárias, por exemplo, às exigências de neutralidade da rede e da obrigatoriedade de instalar data centers para armazenamento de dados no Brasil.

O Marco Civil voltou ao centro dos debates neste ano em razão dos desentendimentos entre o PT e parte do PMDB, insatisfeita com a aliança com o governo federal. O pivô dessa crise, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que já se manifestava contrariamente ao Marco Civil, ameaça impor uma derrota ao governo ao tentar derrubar o projeto e votar um texto alternativo, que desagrada o Planalto. Cunha é líder do PMDB na Câmara e diz contar com apoio de outras siglas, o chamado “blocão”.

Abaixo, os principais pontos do Marco Civil da Internet:

• Neutralidade da rede

O que é:
Princípio que determina que todos os pacotes de dados que circulam pela rede devem ser tratados igualmente, sob a mesma velocidade


O que diz o Marco Civil:
Diz que as operadoras de conexão são obrigadas a cumpri-lo e não podem criar categorias preferenciais entre os usuários da rede. Especifica exceções (sob regulamentação futura), mas as teles dizem que vai isso encarecer o serviço. Criadores da proposta defendem que isso garante acesso democrático à rede.


O que isso significa para o usuário:
A neutralidade garante que todos terão acesso a todos os serviços; sem ela, pode-se cobrar mais por aplicações que usam mais banda.



• 
Privacidade (guarda de dados)

O que é:
A guarda de registros (logs) se refere à conservação de dados sobre data, horário e duração de acesso à internet e serviços.


O que diz o Marco Civil:
Proposta estabelece que operadoras devem guardar logs por um ano; provedores de apps guardam se quiserem.


O que isso significa para o usuário:
Há quem defenda que não se deveria registrar nenhum tipo de dado sob o argumento de que seria prejudicial à privacidade.



• 
Responsabilidade por conteúdo

O que é:
Quando um conteúdo ilegal é colocado em uma aplicação (como o Facebook ou Google, por exemplo), o serviço pode removê-lo ou receber ordem judicial para tal.


O que diz o Marco Civil:
Propõe que a notificação para retirada de conteúdo seja feita exclusivamente “pelo ofendido ou seu representante legal”.


O que isso significa para o usuário:
Blogs, vídeos e fotos são tirados do ar arbitrariamente; saber a quem recorrer nesses casos (e principalmente nos casos procedentes, no qual há ofensa) é fundamental


Fontes: Link e Agência Câmara

                            18.março.2014


Lula tira espaço de Campos


O ex-presidente Lula tem um hábito comum aos políticos: fala o que bem lhe apetece, sem dar muita bola para a realidade


Por Merval Pereira
O Globo

Cria sua própria realidade, que vai mudando de acordo com seus interesses do momento. E faz isso com raro brilho. Já foi capaz de dizer poucas e boas sobre o ex-presidente Collor, com toda razão, mas não se furtou a aceitá-lo como aliado.

Agora, inverteu-se a equação, e para falar mal de um antigo aliado, Lula não se preocupou em salvar a pele do novo aliado e criticou Collor para criticar Eduardo Campos. Fernando Rodrigues revela na Folha que, em reunião recente com empresários do Paraná, Lula mostrou-se preocupado com Eduardo Campos, sem, no entanto, pronunciar seu nome:
“A minha grande preocupação é repetir o que aconteceu em 1989: que venha um desconhecido, que se apresente muito bem, jovem, e nós vimos o que deu”.

Com relação a Collor, está precificado, como se diz nos mercados financeiros, cada vez mais parecidos com os mercados políticos. Ao procurar o apoio de Lula depois de ter feito o que fez e ter dito o que disse dele, Collor estava colocando seus interesses políticos imediatos nas mãos de um antigo inimigo que, por sua vez, considerou conveniente aquela aliança para o momento atual, passando por cima de questões como honra pessoal.

Tudo pelo bem do país, evidentemente.

Está implícito nesse acordo que Lula tem direito a fazer críticas a Collor quando precisar, sendo que a recíproca não é verdadeira.

Manda quem pode, obedece quem tem juízo.


No momento Lula é quem tem a força política, e Collor tem que se contentar com migalhas de apoio.

Mas, voltando ao raciocínio de Lula, assim como Campos vem aumentando o tom das críticas à presidente Dilma, o ex-presidente mandou seu recado: não tem acordo, Campos será tratado a pão e água, como um adversário.

Isso por que o governador de Pernambuco tem feito questão de ressaltar que as suas críticas são à gestão de Dilma, elogiando sempre os governos de Lula. Com isso, Campos quer se mostrar ao eleitorado como uma alternativa mais competente para a continuidade do lulismo.

Essa tática já foi tentada na disputa presidencial de 2010, quando Serra abriu seus programas de propaganda oficial insinuando que era muito ligado a Lula, tentando passar a ideia de que Lula não se incomodaria se ele fosse eleito.

Lula não deixou que a tentativa prosperasse e no primeiro momento foi à televisão dizer que sua candidata era Dilma e ninguém mais.

Desta vez Eduardo Campos tenta manobra semelhante, muito mais verossímil, pois até recentemente ele fazia parte da base governista. Com isso, combateria também a crítica de que traíra a confiança de Lula, vendendo a idéia de que está na verdade inconformado com a incompetência da sucessora de Lula, que colocava em risco seu legado.

Aumentando o tom de suas críticas, indo inclusive para a crítica direta à própria presidente Dilma, e não apenas a seu governo, Eduardo Campos se coloca na oposição, disputando votos na seara do tucano Aécio Neves, mas vai tentar também entrar na votação governista, se apresentado como uma alternativa mais confiável.

Será a primeira vez que um candidato do PT receberá críticas diretas de um adversário que não seja do PSDB nem de partidos nanicos de esquerda. Até mesmo Marina Silva teve pudores para criticar Dilma em 2010, e no segundo turno ficou neutra. Nas eleições anteriores, Lula era o candidato, e mesmo dissidentes como Cristovam Buarque moderavam suas críticas.

Num eventual segundo turno com Dilma, Campos poderia ter os votos oposicionistas em peso e mais os de petistas descontentes com o governo atual.

Só que Lula não está na campanha a passeio e já começou a dar recados, para empresários e o eleitorado em geral, de que não está disposto a ouvir os elogios a ele como compensação às críticas a Dilma.

Se Campos pensou que poderia ter um Lula neutro nessa disputa, pelo menos em relação a ele, em homenagem à amizade que já os uniu, enganou-se.

Quando chega a eleição, só há lugar para os que estão ao lado de Lula.

Aí, não importam nem o passado nem as posições políticas de cada um, como prova o caso de Collor.



19.03.2014

terça-feira, 18 de março de 2014

GOVERNO CAI NA REAL




Com a faca no pescoço e a agência de classificação de risco Standard & Poor’s no seu cangote - ou seja, com ameaça de reduzir a nota soberana do País por causa do desequilíbrio das contas públicas -, finalmente o governo petista tenta respeitar o mercado e confessa (o que insistia em embromar) que o setor elétrico neste ano de 2014, com o objetivo de cobrir a defasagem de custo, vai receber recursos do governo na ordem de R$ 21 bilhões.

E somados aos mais de R$ 10 bilhões de 2013 ressarcidos às produtoras e distribuidoras de energia, por causa daquela inconsequente e populista decisão de Dilma de reduzir para o consumidor final o preço da energia elétrica na marra, o contribuinte brasileiro carregará nas costas somente neste quesito mais de R$ 30 bilhões de prejuízo.

Mas a estratégia de última hora do governo petista é marota.

Não vai ficar barato para nós, brasileiros.

Porque neste ano o Planalto deve aumentar impostos como do PIS/Confins sobre produtos importados e ainda estimular mais um Refis, perdoando multas e juros de dívidas tributárias dos inadimplentes com o Fisco.

E, como pouca desgraça não dá Ibope, Dilma também já confirmou que em 2015, ou seja, depois das eleições, lógico, o governo vai azedar o bolso dos trabalhadores.

Aquela farsa de desconto nas contas de luz era só de brincadeirinha, e um grande aumento no preço da energia elétrica deverá ocorrer.

E, se Dilma não se reeleger, certamente o reajuste pode vir antes de terminar o ano, incluindo todos os custos que o governo reprimiu desde 2013, como o do transporte urbano e o reajuste dos combustíveis.

Portanto, "vingança" não se resume somente ao nome da bela canção de Lupicínio Rodrigues, mas a uma tendência da era Lula.

Falso cartel – Perícia do MP conclui agora o que este blog sustentou em agosto, com base nos fatos e na lógica: não houve formação de cartel na compra de trens no governo Serra. Era denúncia oca, vazada por alguém do Cade petista



Por Reinaldo Azevedo


Leio no Estadão a seguinte informação:


Perícia não vê cartel em contrato de Serra

Por Fausto Macedo e Fernando Gallo:
Perícia do Setor Técnico do Ministério Público de São Paulo descarta ter havido formação de cartel no único dos cinco projetos paulistas denunciados pela empresa Siemens firmado na gestão do ex-governador José Serra (PSDB).

A multinacional alemã denunciou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) cinco projetos em que sustenta ter havido a prática anticompetitiva no setor metroferroviário de São Paulo.

Um foi assinado em 2000, no segundo mandato de Mário Covas (PSDB), três nos dois primeiros governos de Geraldo Alckmin (PSDB), entre 2001 e 2006, e o último projeto na gestão Serra (2007-2010).

Os técnicos da Promotoria sustentam que o negócio, aquisição de 384 carros da empresa espanhola CAF, é o único em que não houve acerto.

Para os peritos, “o cartel formado pelas empresas Siemens, Alstom, Mitsui e Hyundai-Rotem não obteve êxito em fraudar a licitação tendo em vista, especialmente, a participação da CAF, empresa estranha ao cartel”.

A análise pericial fortalece a versão de Serra, de que atuou contra o cartel nesta licitação. O tucano chegou a dizer que merecia a “medalha anticartel”.
(…)

Retomo
Pois é… Eu já sabia desde o dia 8 de agosto do ano passado o que a perícia técnica concluiu. Escrevi, nessa data, um post sobre uma acusação de formação de cartel que ridícula por sua própria natureza.

Mas sabem como é…

O Cade, convertido em sucursal do PT, saía por aí pautando a imprensa. Como é que se chegou à acusação de formação de cartel na compra de trens durante a gestão Serra?

Reproduzo em vermelho trecho de uma reportagem da Folha de então, que informava o conteúdo de um e-mail de Nelson Branco Marchetti, que era diretor da Siemens, a seus superiores.

Leiam conte atenção:

A mensagem relata uma conversa que um diretor da Siemens, Nelson Branco Marchetti, diz ter mantido com Serra e seu secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, durante congresso do setor ferroviário em Amsterdã, na Holanda.

Na época, a Siemens disputava com a espanhola CAF uma licitação milionária aberta pela CPTM para aquisição de 40 novos trens, e ameaçava questionar na Justiça o resultado da concorrência se não saísse vitoriosa.

A Siemens apresentou a segunda melhor proposta da licitação, mas esperava ficar com o contrato se conseguisse desqualificar a rival espanhola, que apresentara a proposta com preço mais baixo.

De acordo com a mensagem do executivo da Siemens, Serra avisou que a licitação seria cancelada se a CAF fosse desqualificada, mas disse que ele e Portella “considerariam” outras soluções para evitar que a disputa empresarial provocasse atraso na entrega dos trens.

Segundo o e-mail, uma das saídas discutidas seria a CAF dividir a encomenda com a Siemens, subcontratando a empresa alemã para a execução de 30% do contrato, o equivalente a 12 dos 40 trens previstos. Outra possibilidade seria encomendar à Siemens componentes dos trens.

Voltei
Serra nega que tenha tido essa conversa. Mas, eu já apontava em agosto, isso era irrelevante. O que se lê acima, por óbvio, é um governador que está defendendo o interesse público, ora bolas! Por quê? Siemens e CAF se apresentaram para a disputa.

A Siemens perdeu porque tinha o pior preço. Mesmo assim, queria desqualificar a concorrente. Serra disse então que, se isso acontecesse, ele cancelaria a licitação, mas não compraria os trens pelo valor maior.

Ainda que tivesse dito à Siemens que se entendesse com a CAF — o que ele nega —, o que importa é que a sua ação foi em defesa dos cofres públicos.

Mesmo assim, caiu na rede petralha, na Al Qaeda eletrônica, sendo tratado como aquele que teria favorecido a formação de cartel. Ora, o trecho que vai em vermelho já provava justamente o contrário.

E não era preciso ser especialista em licitação para percebê-lo. Bastava conhecer a língua portuguesa e atentar para os fatos.

A perícia técnica do Ministério Público prova o que a lógica já demonstrava de maneira evidente. E todo o desgaste gerado pelos quilômetros de textos escritos a partir das fofocas vazadas pelo CADE?

Pois é.

Fica tudo por isso mesmo.

O parecer do MP certamente não merecerá o mesmo destaque da acusação infundada, certo?

Um dia talvez os jornalistas investigativos se interesse pelo comportamento da Siemens em todo esse imbróglio.

É impressionante o papel dessa companhia na história.

Trata-se de uma das maiores fornecedoras do governo federal — trens e setor elétrico —, mas suas acusações de cartel se concentraram em São Paulo.

Até o Cade achou um pouco demais e agora examina a atuação da empresa na compra de trens dos metrôs de Porto Alegre e Belo Horizonte, a cargo de estatais federais.

Um dia, talvez, os papeis do Cade venham a público. E talvez saibamos que, de fato, se passou. Aposto que não será uma história muito edificante.



18/03/2014



segunda-feira, 17 de março de 2014

Mensaleiro é preso em operação da PF contra lavagem de dinheiro. Tem até “Camaro” amarelo apreendido; O país “breganejo”!!!





TIRANDO ONDA NUM CAMARO AMARELO:
carro apreendido pela operação Lava Jato

Por Reinaldo Azevedo

Não é que falte no Brasil um espírito, digamos assim, compreensivo com a lavagem de dinheiro, né? Como a gente sabe, hoje, no Supremo, existe uma maioria formada que só aceita esse crime com registro em cartório… O mesmo vale para o crime de quadrilha. Quadrilheiro só convence ministros como Roberto Barroso e Teori Zavascki se deixarem consignada sua intenção em ata: “Nós, abaixo-assinados, constituímos na data de hoje, nesta comarca, uma quadrilha para…”. Ironia? Acho que sim.

Bem, os criminosos, por sua vez, são renitentes. Não dão bola para os que deitam sobre eles um olhar caridoso. Uma operação da PF batizada de “Lava Jato” prendeu um bom número de pessoas acusadas de envolvimento com a lavagem de dinheiro. E quem está na turma? Enivaldo Quadrado, um dos réus do mensalão e ex-sócio da corretora Bônus-Banval. Em seis estados, a PF apreendeu dinheiro vivo, armas, carros de luxo — até um “Camaro amarelo”, bem breganejo… — e cocaína.

Leiam o que vai na VEJA.com:
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O empresário Enivaldo Quadrado foi preso na operação da Polícia Federal que desmontou, nesta segunda-feira, uma rede de lavagem de dinheiro em seis Estados e no Distrito Federal. Sócio da extinta corretora Bônus-Banval, Quadrado já foi condenado pelo mesmo crime – lavagem de dinheiro – no julgamento do mensalão, mas teve a pena convertida em serviços à comunidade e ao pagamento de multa.

Ao site de VEJA, o advogado Antonio Sergio Pitombo confirmou que Quadrado foi preso na cidade de Assis (SP), no interior paulista, onde morava.

Essa não é a primeira vez que Quadrado é preso pela PF. Após ter se envolvido no escândalo do mensalão, o empresário foi detido em flagrante em dezembro de 2008 ao desembarcar no Aeroporto de Guarulhos com 361.000 euros não declarados à Receita Federal. Na ocasião, a PF informou que os maços de dinheiro estavam em meias, na cueca e numa pasta de mão.

Até agora, 24 pessoas foram presas da operação Lava Jato da PF. A ação ocorre em dezessete cidades do Paraná (Curitiba, São José dos Pinhais, Londrina e Foz do Iguaçu), de São Paulo (São Paulo, Mairiporã, Votuporanga, Vinhedo, Assis e Indaiatuba), do Distrito Federal (Brasília, Águas Claras e Taguatinga Norte), Rio Grande do Sul (Porto Alegre), de Santa Catarina (Balneário Camboriú), do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) e de Mato Grosso (Cuiabá).

De acordo com as investigações, o grupo criminoso usou postos de gasolina e lavanderias em um sofisticado esquema que movimentou mais de 10 bilhões de reais.


17/03/2014



Reynaldo-BH: Para o PT, vale tudo para ganhar eleição. Até fazer o diabo


“A gente faz o diabo para ganhar as eleições!”
Dilma Roussef

Augusto Nunes
POR REYNALDO ROCHA

A frase revela a falta de limites. O uso de um palavreado que cabe na boca de um estivador, mas jamais na de um presidente.

É um slogan de ditador. A confissão de um agir que não tem ética. Talvez seja a ÚNICA frase dita por Dilma que pudemos entender – não pelo que disse, mas pelo que tem feito.


Vale prometer em cadeia nacional uma diminuição no valor das contas de energia para depois criar um débito que TODOS pagaremos em 2015? Vale!

Ou criar um programa de desassistência médica baseada em uma sociedade mercantil cubana? Óbvio que sim.

Repartir ministérios sem observar quem te competência para lá estar? Sempre.

Mentir sobre números da economia, sendo matéria de piada internacional? Mantega continua ministro… Acabar com o Plano Real, tentando terminar com a maior conquista social das últimas décadas no Brasil?

Não é o “diabo” financiar o superfaturamento das obras da Copa? E não entregar aeroportos ou qualquer legado que não seja estádios de futebol?

O “diabo” não seria o PMDB, trocando ministérios por misteriosos acertos?

Vale usar a propaganda oficial de empresas estatais como campanha antecipada? Apoiar Cuba e Venezuela em nome de um antiamericanismo vulgar que sequer respeita a inteligência e as oportunidades de comércio mundial? Vale o diabo, segundo Dilma.

O que leva alguém a ser como Fausto e vender a alma? Poder somente? Ou receio de ter a faxina não executada exposta aos olhos de todos?

Dilma tem medo. O PT tem medo.

O PT É um imenso mensalão. Destampar a panela é o receio.

Fazer com que mais de 20.000 apaniguados sejam demitidos por absoluta ignorância é de assustar analfabetos. Não haverá tantas boquinhas em São Paulo (capital) para tamanha incompetência.

Negociatas e roubos desaparecerão. O percentual de sucesso não existirá mais. O trem bala deixará de consumir bilhões sem que tenha meio metro de trilho instalado. A transposição do São Francisco ficará para o futuro. Quem sabe até o STF passe a ser um Tribunal?

O PT tem medo não de perder o poder. O PT tem medo pelo que já fez.
17/03/2014 

A equipe de Aécio Neves é um alento para os liberais



Em uma reportagem do Valor de hoje, ficamos sabendo os nomes mais próximos que têm prestado consultoria nas diferentes áreas para o candidato tucano Aécio Neves.

Trata-se de uma equipe de peso, com capacidade técnica inquestionável:

Anastasia

Por Rodrigo Constantino
Fonte: Valor

A sete meses das eleições, o senador e pré-candidato à presidência Aécio Neves (PSDB-MG) formou um grupo de colaboradores mais próximos para ajudá-lo na elaboração das propostas de sua campanha.

Vários deles estiveram no primeiro escalão do governo do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002); outros são acadêmicos e consultores conhecidos no meio empresarial.

Quem deve sistematizar as sugestões e coordenar o programa de governo é Antonio Anastasia (PSDB), governador de Minas Gerais. Seu nome é o mais citado no partido para a tarefa.

[...]

Entre as personalidades, o ex-presidente do Banco Central na gestão de FHC e sócio-fundador da Gávea Investimentos, é, segundo tucanos próximos ao senador, seu principal interlocutor para temas econômicos.

“O Armínio é um dos nomes com quem Aécio mais tem conversado”, disse o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

[...]

Além de acionar grande número de tucanos, Aécio tem entre seus interlocutores nessa pré-campanha alguns nomes de fora da política partidária.

É o caso de Mansueto Almeida e Samuel Pessôa. O primeiro é da Diretoria de Estudos Setoriais e Inovação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o segundo, professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) no Rio.

Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, é outro técnico que tem colaborado com Aécio com ideias sobre energia e infraestrutura.

Posso falar melhor da área econômica, naturalmente. E reconheço que são nomes muito bons que Aécio tem escolhido até agora. Samuel Pessôa e Mansueto Almeida são dois economistas com grande bagagem teórica, e vêm apontando para os equívocos do atual modelo econômico nacional-desenvolvimentista desde o começo. O blog do Mansueto tem derrubado várias falácias das contas públicas, por exemplo.

Adriano Pires tem muito conhecimento sobre o setor energético e tem sido um duro crítico do que o PT vem fazendo com a Petrobras, i.e., destruindo a estatal com sua interferência política e partidária. O próprio Pires admitiu que sua proposta para o setor é de cunho mais liberal, e merece todo apoio por isso.

E como principal interlocutor de economia, Aécio tem confiado bastante em Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central. Trata-se de alguém que dispensa comentários, pois goza de profunda credibilidade entre os investidores do Brasil e do mundo.

Mas não é só a área econômica que parece alvissareira. O próprio Anastasia, que fez uma gestão eficiente em seu governo de Minas Gerais, é alguém visto como extremamente capaz e técnico, e ficará responsável pela governança, pelo aprimoramento da gestão pública. É, sem dúvida, um nome que permite alguma esperança com a melhoria do país.

Na política externa, o nome de Rubens Barbosa significa incrível avanço frente aos atuais petistas que têm transformado o Mercosul em uma camisa de força ideológica com viés bolivariano. Como comparar Barbosa a Marco Aurélio Garcia, por exemplo? É covardia.

Em suma, o que vimos até aqui é um alento para aqueles cansados do modelo econômico fracassado do PT. Como muitos sabem, costumo ser crítico aos tucanos, pois considero a social-democracia bastante inferior ao modelo liberal que julgo ideal. Mas em política o ideal pode ser inimigo do possível, assim como o ótimo do bom.

É inegável que Aécio Neves tem flertado com conselheiros de inclinação mais liberal, especialmente quando comparado às alternativas do PT nacional-desenvolvimentista e também de Eduardo Campos e Marina Silva.

Quem pode permanecer indiferente diante deste quadro?

Quem pode achar que tanto faz manter por 4 anos os petistas ou trocar por essa equipe de ponta montada até aqui por Aécio?
17.03.2014