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sexta-feira, 26 de maio de 2017

Presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos pede demissão ao presidente Michel Temer

Maria Silvia se reuniu na tarde desta sexta com Temer no Palácio do Planalto.

Ela disse que saiu por razões pessoais, mas seria alvo da pressão de empresários por liberação de créditos.


Por G1, Brasília

Maria Silvia Bastos, agora ex-presidente do BNDES
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)



Presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos, decide sair do comando do banco

A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos, pediu demissão nesta sexta-feira (26) ao presidente Michel Temer.

Leia mais abaixo o que Maria Silvia disse em carta aos funcionários; o que a Presidência da República declarou em nota; e o que o BNDES afirmou sobre o assunto



Ela formalizou o pedido em reunião no início da tarde com o presidente, no Palácio do Planalto. Interinamente, responderá pela presidência o diretor Ricardo Ramos.


Ela afirmou que a demissão foi motivada por razões pessoais. Segundo informou a GloboNews, Maria Silvia sofria pressão de empresários pela liberação de créditos.


No fim da tarde desta sexta, o presidente Michel Temer recebeu no Planalto os ministros Dyogo Oliveira (Planejamento) e Henrique Meirelles (Fazenda). Segundo apurou o G1, o tema da reunião era a sucessão no comando do BNDES.
Ricardo Ramos assume interinamente o comando do BNDES após demissão de Maria Silvia Bastos

Maria Silvia Bastos permaneceu no cargo por pouco mais de um ano. Ela foi anunciada para a presidência do banco pelo Palácio do Planalto em 16 de maio de 2016, na semana seguinte à posse de Michel Temer como presidente em exercício.

Ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), ex-secretária de Finanças da Prefeitura do Rio de Janeiro e ex-diretora do próprio BNDES, Maria Silvia foi a primeira mulher a comandar o banco público.

À época da nomeação dela, o governo Temer era alvo de críticas por não ter nenhuma mulher ou negro entre os ministros.

Elogios de Temer

Em um pronunciamento à imprensa no último dia 20, sobre as delações dos executivos da JBS, o presidente Michel Temer aproveitou o discurso para elogiar Maria Silvia.

"O BNDES mudou no meu governo. A presidente Maria Sílvia moralizou o BNDES. Botou ordem na casa. E tem meu respeito e meu respaldo para fazê-lo! Assim como Pedro Parente o fez na Petrobras. Estamos acabando com os velhos tempos das facilidades aos oportunistas. E isso, meus amigos, incomoda muito", declarou o presidente na ocasião.


Em nota divulgada nesta sexta, após a confirmação da saída de Maria Silvia, a Presidência destacou que ela comandou o banco de forma "honesta, competente e séria" (leia a íntegra da nota mais abaixo).


"Seu trabalho honrou o governo e moralizou um setor estratégico para o país, despolitizando a relação com o setor empresarial e elegendo critérios profissionais e técnicos para a escolha de projetos a serem contemplados com financiamentos oriundos de recursos públicos. Deixará como legado um modelo a ser seguido em toda máquina pública", diz a nota.

CPI

A saída de Maria Silvia Bastos do comando do BNDES acontece na mesma semana em que o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), leu o requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar empréstimos promovidos pelo banco público no programa de internacionalização de empresas.


O pedido de criação da CPI foi apresentado após a divulgação das delações premiadas dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, e de executivos da J&F, que controla a JBS.


Segundo relatos dos delatores, o grupo corrompeu políticos para ter incentivos fiscais e conseguir dinheiro no BNDES e nos fundos de pensão.


Notas


Leia abaixo nota do BNDES sobre a demissão da presidente:


COMUNICADO


Maria Silvia Bastos Marques informou pessoalmente hoje, (26 de maio), ao presidente Michel Temer, a decisão de deixar a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por razões pessoais.


O diretor Ricardo Ramos, pertencente ao quadro de carreira do BNDES, responderá interinamente pela presidência do Banco.



  Leia abaixo a íntegra da nota da Presidência sobre a saída de Maria Silvia Bastos:


Nota à imprensa


O presidente da República, Michel Temer, manifesta seu profundo agradecimento a Maria Silvia Bastos Marques, que presidiu o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social de forma honesta, competente e séria por pouco mais de um ano.


Seu trabalho honrou o governo e moralizou um setor estratégico para o país, despolitizando a relação com o setor empresarial e elegendo critérios profissionais e técnicos para a escolha de projetos a serem contemplados com financiamentos oriundos de recursos públicos. Deixará como legado um modelo a ser seguido em toda máquina pública.


Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República



Leia abaixo a íntegra da carta de Maria Silvia Bastos aos funcionários do BNDES:


Prezados benedenses,


Nesta sexta-feira, 26 de maio, informei pessoalmente ao presidente Michel Temer a minha decisão de deixar a presidência do BNDES.


Todos os diretores permanecem no cargo e o diretor Ricardo Ramos, pertencente ao quadro de carreira do BNDES, responderá interinamente pela presidência do Banco.


Deixo a presidência do BNDES por razões pessoais, com orgulho de ter feito parte da história dessa instituição tão importante para o desenvolvimento do país. Nas duas passagens que tive pelo Banco, como diretora, nos anos 90, e agora, como presidente, vivi experiências desafiadoras e de grande importância para minha vida profissional e pessoal.


Neste ano à frente da diretoria do BNDES busquei olhar para o futuro, estabelecendo novos modelos de negócios e estratégias para o Banco, sem descuidar do passado e do presente, sempre tendo em mente preservar e fortalecer a instituição e seu corpo funcional.


Desejo boa sorte a todos, esperando que sigam trabalhando para que o BNDES continue sendo o Banco que há 65 anos faz diferença na vida dos brasileiros.


Um grande abraço,


Maria Silvia


26 de maio de 2017

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Tratativas para acordo de delação de Antonio Palocci estão adiantadas


A repercussão sobre os termos do acordo de delação aos donos da JBS ajudaram


 
A repercussão sobre os termos do acordo de delação aos donos da JBS ajudaram Palocci
(foto: dida sampaio/ estadão)



A repercussão sobre os termos do acordo de delação aos donos da JBS, Joesley e Wesley Barbosa, pode ajudar o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci a discutir os anexos de sua delação premiada. As tratativas para o acordo já estão avançadas.

Para os investigadores, a delação dos irmãos JBS acabaram trazendo um desgaste para a imagem da Operação Lava Jato. Os termos desse acordo, no entanto, ainda podem ser modificados por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-ministro foi preso na 35ª fase da Operação Lava Jato, em setembro do ano passado. Ele é suspeito de receber propina da Odebrecht para atuar em favor da empresa, entre 2006 e 2013, interferindo em decisões do governo federal.

25 de maio de 2017

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Militares assumem segurança da Esplanada dos Ministérios


Tropas atuarão na capital durante uma semana

Por Eduardo Barretto /
Leticia Fernandes /
Mariana Sanches
O Globo


BRASÍLIA e SÃO PAULO — O governo pediu militares para conter o protesto que ocorre nesta quarta-feira em frente à Esplanada dos Ministérios. Foi acionada pelo presidente a Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O ministro da Defesa, Raul Jungmann, condenou a manifestação, que segundo a Polícia Militar tem 35 mil pessoas. De acordo com Jungmann, o presidente Michel Temer disse que é "inaceitável o descontrole" do ato. As tropas federais já estão em Brasília.

O decreto de Temer já está publicado em edição extra do Diário Oficial da União, e estabelece que as tropas federais atuarão na capital por uma semana, até o dia 31. A área específica de atuação, no Distrito Federal, será delimitada pela Defesa.

— O senhor presidente faz questão de ressaltar que é inaceitável a baderna, que é inaceitável o descontrole e que ele não permitirá que atos como este venham a turbar um processo que se desenvolve de forma democrática e com respeito às instituições — declarou o ministro da Defesa, que não respondeu a perguntas de jornalistas nem revelou o contingente de agentes.

Segundo Jungmann, o protesto estava previsto para ser "pacífico", mas "degringolou à violência, vandalismo, desrespeito, na agressão ao patrimônio público, na ameaça às pessoas, muitas delas servidoras que se encontram aterrorizadas e que estamos, neste momento, garantindo sua evacuação". Todos os ministérios foram evacuados e o expediente foi encerrado às 15h. No Planalto, a ordem de Temer é para que todos os servidores permaneçam no prédio, que é escoltado por militares em todas as ocasiões.

Jungmann disse que o pedido veio também do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que confirmou ao GLOBO confirmou que pediu ao Palácio do Planalto o apoio das Forças Nacionais de Segurança.

— Pedi porque o ambiente lá fora estava virando um inferno! — disse Maia, depois, na sessão, ao ser questionado pelo PT.

'PRESERVAR O PROCESSO DEMOCRÁTICO'

Generais do Exército participaram na tarde desta quarta-feira de um seminário realizado pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso. Ao comentar a atuação do Exército na capital, o comandante, Eduardo Dias da Costa Villas-Boas, afirmou que as Forças Armadas têm o interesse de preservar a democracia:

— Jamais para causar alguma ruptura no processo democrático, sempre para preservar o processo democrático, garantir o cumprimento da Constituição e para proteger e preservar as instituições, a quem cabe encontrar os caminhos para a gente sair desse imbróglio que nós estamos metidos.

Segundo Villas Bôas, ele é frequentemente interpelado a dar um golpe por cidadãos brasileiros:

— Recebemos muitos apelos por intervenção militar e percebo que que sociedade identifica (no Exército) os valores que sente falta.
24 de maio de 2017

'Conteúdo da delação será avaliado no plenário', diz ministro do STF


Marco Aurélio Mello afirma que relator da Lava Jato só homologou 'acordo nos aspectos formais' de empresários da JBS


Isadora Peron
O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que o plenário da Corte ainda vai avaliar o conteúdo da delação premiada dos empresários da JBS assinada pelo Ministério Público Federal. Pelo acordo de colaboração, os irmãos Joesley e Wesley Batista ganharam anistia total aos crimes cometidos e foram autorizados a residir fora do Brasil.

Marco aurélio Mello, em sessão do Supremo Tribunal
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello
Foto: DIDA SAMPAIO/AGE NCIA ESTADO/AE

“Realmente a negociação pode partir do Ministério Público, mas quem fixa os benefícios é o Judiciário. Nesta delação de agora, o ministro Edson Fachin somente homologou o acordo nos aspectos formais, não o conteúdo em si, o conteúdo em si será avaliado pelo órgão julgador, que é o plenário do Supremo”, afirmou Marco Aurélio.

As declarações do ministro foram dadas durante um seminário que discutiu o uso do instituo no País, realizado na noite desta terça-feira, 23, pelo Centro Universitário de Brasília (Uniceub), em Brasília.

Os benefícios concedidos aos empresário da JBS foram criticados no mesmo evento pelo advogado do presidente Michel Temer. "Não pode, por exemplo, haver benesses para aqueles que delatam. Eles ficam folgados, tomando banho de piscina, explorando o mercado de capitais. Isso é injustificável", disse o criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira.

23 Maio 2017

terça-feira, 23 de maio de 2017

EXCLUSIVO: O encontro secreto de Lula e Renato Duque


Foto apresentada a
Sergio Moro desmente ex-presidente, que negou conhecer o operador do PT no petrolão


Por Robson Bonin
Veja.com

O ex-presidente Lula e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque em foto de 2012 (Divulgacao/Divulgação)

A imagem publicada acima implode uma das principais teses de defesa apresentadas pelo ex-presidente Lula ao juiz Sergio Moro sobre uma das tantas acusações que o atormentam na Operação Lava Jato. Em depoimento no dia 5 deste mês, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque afirmou que Lula tinha total conhecimento do petrolão, recebia propinas do esquema e era o comandante da estrutura criminosa. Duque disse que se reuniu três vezes com o petista para tratar de assuntos de interesse da quadrilha e, em pelo menos uma ocasião, discutiu a eliminação de provas que pudessem levar a Lava Jato até o ex-presidente. Sentado diante de Sergio Moro, Lula negou as acusações e disse que nem sequer conhecia o ex-diretor da Petrobras quando esteve com ele no único encontro pessoal que tiveram num hangar do Aeroporto de Congonhas, em julho de 2014. Em sua versão para a conversa, Duque disse a Moro que ouviu de Lula um pedido para eliminar contas de propina no exterior. Lula, por sua vez, disse que apenas apurava denúncias de corrupção envolvendo diretores da estatal. Em meio a essa guerra de versões, a foto apresentada por Duque é uma bomba. Segundo o diretor, ela prova que Lula conhecia muito bem Duque quando esteve com ele no hangar do aeroporto. Prova também que Duque já frequentava o Instituto Lula em meados de 2012, quando a fotografia foi tirada. Apresentada nesta terça-feira, a imagem é o registro histórico de uma conversa, ocorrida durante o pleno funcionamento do petrolão, em que Duque e Lula discutiram assuntos de interesse das empreiteiras que comandavam o cartel bilionário na Petrobras.

No encontro, o “grande chefe”, como Duque descreve Lula, chega a rasgar elogios ao ex-diretor por seus competentes e relevantes serviços prestados. Como a Lava Jato já demonstrou, Duque foi um eficiente arrecadador do PT na diretoria de Serviços da Petrobras. Ele atravessou oito anos de governo Lula e metade do primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff recolhendo 1% de propina sobre cada contrato milionário da sua área. Preso em 2014, já foi condenado a 57 anos de prisão por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Incluída na proposta de delação premiada que o ex-diretor negocia com a força-tarefa da Lava Jato, a foto é um dos elementos apresentados por Duque para provar que desfrutava, de fato, de prestígio dentro da hierarquia petista que saqueou a Petrobras. Duque encontrou Lula ainda no período em que o ex-presidente se recuperava de um câncer na garganta. Na imagem, o ex-presidente usa bigode. Mais tarde, voltaria a ostentar a barba.

Em depoimento a Moro, Duque revelou ter mantido três encontros com Lula para discutir assuntos relacionados ao petrolão. A foto registra o primeiro deles. “Nessas três vezes, ficou muito claro para mim que ele tinha pleno conhecimento de tudo e detinha o comando”, disse Duque. Um dos encontros secretos com o ex-presidente se deu já durante as investigações da Lava Jato, no qual recebeu do petista ordens para fechar as contas que mantinha no exterior para receber propina de contratos da Petrobras. Cinco dias depois, também falando a Moro, o ex-presidente admitiu a conversa, mas disse que nem sequer conhecia Renato Duque, tanto que precisou pedir ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto que intermediasse a reunião no aeroporto. “O Vaccari conhecia o Duque e eu não conhecia. Que tipo de relação eles tinham, eu não sei. Tinha conhecimento de que o Vaccari conhecia o Duque, só isso”, disse Lula.

O ex-diretor contou a Sergio Moro que Lula monitorava pessoalmente o fluxo de pagamentos de contratos que renderiam propinas posteriormente. O petista era tão envolvido que chegava a ter informações antes mesmo do próprio ex-diretor. Ao dar sua versão sobre a conversa no aeroporto, Duque disse que o ex-presidente relatou que a então presidente Dilma Rousseff havia lhe repassado a informação de que diretores da Petrobras estavam recebendo propina de fornecedores da estatal, como a multinacional SBM, em contas no exterior. Lula queria saber se Duque estava entre os beneficiários da propina. Como o ex-diretor negou, Lula insistiu querendo saber se a propina de contratos de sondas da Sete Brasil estava sendo paga no exterior. Duque voltou a negar. Lula então fez questão de advertir para a necessidade de eliminar rastros no exterior que pudessem levar as autoridades até a propina.

“Ele me perguntou se eu tinha uma conta na Suíça com recebimentos da empresa SBM, dizendo que a então presidente Dilma tinha recebido a informação que um ex-diretor da Petrobras tinha recebido dinheiro numa conta da Suíça da SBM. Eu falei: ‘Não, não tenho dinheiro da SBM nenhum. Nunca recebi dinheiro da SBM’. Aí, ele vira para mim e fala assim: ‘Olha, e das sondas? Tem alguma coisa?’. Falei… e tinha, né? Eu falei: ‘Não, também não tem’”, relatou Renato Duque. Lula, nas palavras do ex-diretor, replicou: “Olha, presta atenção no que vou te dizer: se tiver alguma coisa, não pode ter. Não pode ter nada no teu nome, entendeu?”, contou.

O petista também deu a sua versão para a conversa. Lula disse que procurou Renato Duque porque viu na imprensa denúncias de corrupção na Petrobras envolvendo o nome do ex-diretor. “Tive uma vez no Aeroporto de Congonhas, se não me falha a memória, porque tinha vários boatos no jornal de corrupção e de contas no exterior. Eu pedi para o Vaccari, que eu não tinha amizade com o Duque, trazer o Duque para conversar”, disse Lula. “Eu sei que foi num hangar em Congonhas e a pergunta que eu fiz para o Duque foi simples: ‘Tem matéria nos jornais, tem denúncias de que você tem dinheiro no exterior, que está pegando da Petrobras. Você tem contas no exterior? Ele falou: ‘Não tenho’. Falei: ‘Acabou’. Se não tem… Sabe, mentiu pra mim. Mentiu para ele mesmo”, disse Lula.

Em meados de 2014, Duque nem mesmo mantinha vínculo com a Petrobras. Mas, para Lula, isso pouco importou. Questionado por Moro se tinha procurado outros diretores da estatal, igualmente enrolados na Lava Jato, Lula disse que só procurou Duque. Moro quis saber o motivo. Lula justificou que Duque havia sido indicado pela bancada do PT.

No dia em que Duque prestou depoimento a Moro, Lula rebateu as acusações por meio de uma nota em que classificou as declarações do ex-diretor de Serviços da Petrobras como uma “tentativa de fabricar acusações mentirosas” contra ele. Segundo Lula, trata-se de “mais uma etapa dessa desesperada gincana, nos tribunais e na mídia, em busca de uma prova contra Lula, que não existe na realidade e muito menos nos autos”.
23 maio 2017


PGR anexa grampos de Reinaldo Azevedo com Andrea Neves em inquérito e colunista anuncia demissão da Veja


Em grampo, Reinaldo Azevedo chama reportagem da Veja de 'nojenta' e critica Janot para irmã de Aécio.

Jornalista diz que divulgação de conversa com fonte fere garantia constitucional de sigilo da fonte.

"Andrea estava grampeada, eu não. A divulgação dessa conversa me tem como foco, não a ela"

Filipe Coutinho
Repórter do BuzzFeed News, Brasil

Passava da meia-noite de quarta para a quinta-feira, 13 de abril. De um lado da linha, está Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e presa pela Lava Jato. Naquele momento, os irmãos eram investigados e estavam sendo grampeados pela Polícia Federal, com autorização da Justiça.

Era o auge da delação da Odebrecht: horas antes, o Supremo Tribunal Federal havia divulgado a íntegra das acusações da empreiteira.

Um dos políticos mais atingidos era Aécio. Do outro lado da linha, estava o jornalista Reinaldo Azevedo, titular de um dos blogs mais influentes do site da revista Veja.




Stringer / Reuters

Ao ser procurado pela reportagem do BuzzFeed, ele anunciou sua demissão da Veja e disse que não era investigado, mas que a divulgação da conversa tinha o jornalista, e não Andréa Neves, como foco.

"Há uma agressão a uma das garantias que tem a profissão. A menos que um crime esteja sendo cometido, o sigilo da conversa de um jornalista com sua fonte é um dos pilares do jornalismo", escreveu.

Leia a íntegra da nota abaixo, ao final do texto.


Reprodução / Via Rede TV!

A PF não considerou indícios de crimes na conversa realizada entre o jornalista e sua fonte, Andrea Neves. Mesmo assim, as gravações foram anexadas pela Procuradoria-Geral da República ao conjunto de áudios anexados ao inquérito que provocou o afastamento de Aécio e a prisão da irmã. O tom entre o colunista e a operadora do tucano é de cordialidade – o que não é incomum na relação entre jornalistas e as suas fontes.

O assunto é justamente as graves acusações contra Aécio, na delação da Odebrecht. É uma conversa mútua de críticas à Odebrecht, Lava Jato e até à revista Veja, sempre em defesa de Aécio.

Andrea Neves - Tudo bem e você?

Reinaldo Azevedo - Se eu não aguento mais, imagino vocês...

Andrea Neves - Virou uma salada de frutas, um negócio maluco.

Um dos assuntos discutidos é um dos pontos da delação da empreiteira. A acusação de que o empresário Alexandre Accioly, dono da academia Bodytech, emprestou uma conta em Cingapura para Aécio receber propina. O caso foi revelado pelo BuzzFeed. Ele nega as acusações.

Andrea Neves - Aí aparece uma história maluca, que já tinha aparecido um mês atrás mais ou menos naquele site BuzzFeed, dessa conta do Accioly em Cingapura. Que era, em tese, o mesmo dinheiro da minha em Nova York, que é o tal dinheiro da [usina] Santo Antônio. É essa coisa mágica, que ninguém consegue explicar, porque que o Aécio poderia ganhar uma bolada desse tamanho numa obra que é do governo federal. [...]



BuzzFeed

O assunto então muda para a Veja. A revista havia publicado, na capa, que a delação da Odebrecht trataria o pagamento de propina a Aécio em Nova York, numa conta em nome da irmã Andrea. Esta suposta conta que Veja atribuiu a Andrea Neves nos EUA nunca apareceu.



Reprodução

Com a divulgação pelo Supremo da delação de Henrique Valladares, citada na reportagem de capa, os dois passam então a criticar a revista.

Andrea Neves - Agora, que está acontecendo na Veja, o que o pessoal fez…

Reinaldo Azevedo - Ah, eu vi. É nojento, nojento. Eu vi.

Andrea Neves - Assinaram todos os jornalistas e vão pegar a loucura desse cara para esquentar a maluquice contra mim.

Reinaldo Azevedo - Tanto é que logo no primeiro parágrafo, a Veja publicou no começo de abril que não sei o que, na conta de Andrea Neves. Como se o depoimento do cara endossasse isso. E ele não fala isso.

Andrea Neves - Como se agora tivesse uma coleção de contas lá fora e a minha é uma delas.

Reinaldo Azevedo - Eu vou ter de entrar nessa história porque já haviam me enchido o saco. Vou entrar evidentemente com o meu texto e não com o deles. Pergunto: essas questões que você levantou para mim, posso colocar como se fosse resposta do Aécio?

Andrea Neves - Nós mandamos agora para a Veja uma nota para botar nessa matéria.

Reinaldo Azevedo - Não quer mandar para mim também?

Andrea Neves - Mando.
A irmã do senador e Reinaldo Azevedo começam então a criticar a Lava Jato. Ela afirma que a Procuradoria-Geral da República separou investigações contra Aécio para que ele fosse considerado o campeão de inquéritos.

Andrea Neves - Você tem vários casos, todos juntados. Como eles queriam que o Aécio aparecessem como campeão de inquéritos…

Reinaldo Azevedo - Sim, esse era o objetivo.

Andrea Neves - [...] É inacreditável, é uma covardia.

Reinaldo Azevedo - [...] É incrível, a Odeberecht agora virou a grande selecionadora de quem sobrevive e morre na política. A Odebrecht nunca teve tanto poder. É asqueroso. Me manda esse levantamento, me interessa, sim.

O levantamento citado no diálogo é uma compilação dos inquéritos que, segundo Andrea Neves, mostraria que Janot adotou um critério de caixa dois para os citados e outros para Aécio.

Entre os dias 13 e 14 de abril, foram dois textos publicados pelo jornalista sobre o tucano. O primeiro relata as acusações da Odebrecht e a posição da defesa. Já o segundo texto é em tom similar à conversa com Andrea Neves: "Janot aplica a Aécio critério de exceção, e inquéritos procriam!"

No final do diálogo gravado, há ainda uma crítica a Janot.

Reinaldo Azevedo - A gente precisa ter elementos objetivos de um certo senhor mineiro aí, cuidando da candidatura dele ou à presidência ou ao governo do Estado.

Andrea Neves - Como assim?

Reinaldo Azevedo - O nosso procurador-geral.

Andrea Neves - Você está achando?

Reinaldo Azevedo - Ôxi.. fiquei sabendo que está tendo conversas. Eu só preciso ter gente que endosse isso de algum jeito. Ter um pouco mais de elementos concretos. Que ele está, está. Presidência talvez não, mas o governo de Minas, sim.
Andrea Neves cita, em tom de chacota, a presidente do Supremo Tribunal Federal, Carmen Lúcia. Ela é mineira.

Andrea Neves - Vai disputar com a Carminha (risos).

Reinaldo Azevedo - Ah, deve ser né. Sua prima (risos).

A conversa se encerra.
No dia seguinte, a Polícia Federal registra novo diálogo. A gravação, contudo, registra uma conversação truncada, com as vozes dos dois se sobrepondo, logo no início da chamada. Reinaldo Azevedo e Andrea Neves declamam poemas um para o outro.

Primeiro, o jornalista cita o poeta Cláudio Manoel da Costa. “É um poema lindíssimo que ele fala justamente de uma coisa que eu constatei quando fui a Belo Horizonte. A cidade cercada de montanhas. E aí ele diz assim: essas montanhas poderiam ter endurecido o coração. Mas não, tiveram efeito contrário".

Andrea Neves declama então um trecho que havia decorado na infância: "Bárbara bela, do Norte estrela, que o meu destino sabes guiar, de ti ausente, triste, somente as horas passo a suspirar".

De repente, Andrea Neves corta o papo: "Reinaldo, posso te ligar num segundo? É que nós estamos com um problemão agora com o Jornal Nacional..."

Procurado, Reinaldo Azevedo anunciou que pediu demissão de Veja:

"Pela ordem:

Comecemos pelas consequências.

Pedi demissão da VEJA. Na verdade, temos um contrato, que está sendo rompido a meu pedido. E a direção da revista concordou.

1: não sou investigado;
2: a transcrição da conversa privada, entre jornalista e sua fonte, não guarda relação com o objeto da investigação;

3: tornar público esse tipo de conversa é só uma maneira de intimidar jornalistas;

4: como Andrea e Aécio são minhas fontes, achei, num primeiro momento, que pudessem fazer isso; depois, pensei que seria de tal sorte absurdo que não aconteceria;

5: mas me ocorreu em seguida: "se estimulam que se grave ilegalmente o presidente, por que não fariam isso com um jornalista que é crítico ao trabalho da patota;

6: em qualquer democracia do mundo, a divulgação da conversa de um jornalista com sua fonte seria considerada um escândalo. Por aqui, não;

7: tratem, senhores jornalistas, de só falar bem da Lava Jato, de incensar seus comandantes.


8: Andrea estava grampeada, eu não. A divulgação dessa conversa me tem como foco, não a ela;

9: Bem, o blog está fora da VEJA. Se conseguir hospedá-lo em algum outro lugar, vocês ficarão sabendo;

10: O que se tem aí caracteriza um estado policial. Uma garantia constitucional de um indivíduo está sendo agredida por algo que nada tem a ver com a investigação;

11: e também há uma agressão a uma das garantias que tem a profissão. A menos que um crime esteja sendo cometido, o sigilo da conversa de um jornalista com sua fonte é um dos pilares do jornalismo".
 

"Crimes graves": sem acordo de delação dos irmãos Batista, país seria ainda mais lesado

 
Rodrigo Janot, procurador-geral da República
Pedro Ladeira
Folhapress



Três anos após a deflagração da Operação Lava Jato, com todos os desdobramentos que se sucederam, difícil conceber que algum fato novo ainda fosse capaz de testar tão intensamente os limites das instituições. Mas o roteiro da vida real é surpreendente.

Em abril deste ano, fui procurado pelos irmãos Batista. Trouxeram eles indícios consistentes de crimes em andamento – vou repetir: crimes graves em execução –, praticados em tese por um senador da República e por um deputado federal.

Os colaboradores, no entanto, tinham outros fatos graves a revelar. Corromperam um procurador no Ministério Público Federal. Apresentaram gravações de conversas com o presidente da República, em uma das quais se narravam diversos crimes supostamente destinados a turbar as investigações da Lava Jato.

Além desses fatos aterradores, foram apresentadas dezenas de documentos e informações concretas sobre contas bancárias no exterior e pagamento de propinas envolvendo quase duas mil figuras políticas.

Mesmo diante de tais revelações, o foco do debate foi surpreendentemente deturpado. Da questão central – o estado de putrefação de nosso sistema de representação política – foi a sociedade conduzida para ponto secundário do problema – os benefícios concedidos aos colaboradores.

Quanto valeria para a sociedade saber que a principal alternativa presidencial de 2014, enquanto criticava a corrupção dos adversários, recebia propina do esquema que aparentava combater e ainda tramava na sorrelfa para inviabilizar as investigações?

Até onde o país estaria disposto a ceder para investigar a razão pela qual o presidente da República recebe, às onze da noite, fora da agenda oficial, em sua residência, pessoa investigada por vários crimes, para com ela travar diálogo nada republicano?

Que juízo faria a sociedade do MPF se os demais fatos delituosos apresentados, como a conta-corrente no exterior que atendia a dois ex-presidentes, fossem simplesmente ignorados?

Foram as perguntas que precisei responder na solidão do meu cargo. A gravidade do momento, porém, fez-me compreender claramente que já tinha em mim as respostas há pelo menos trinta e dois anos, quando disse sim ao Ministério Público e jurei defender as leis e a Constituição do país.

Embora os benefícios possam agora parecer excessivos, a alternativa teria sido muito mais lesiva aos interesses do país, pois jamais saberíamos dos crimes que continuariam a prejudicar os honrados cidadãos brasileiros, não conheceríamos as andanças do deputado com sua mala de dinheiro, nem as confabulações do destacado senador ou a infiltração criminosa no MPF.

Como procurador-geral da República, não tive outra alternativa senão conceder o benefício da imunidade penal aos colaboradores, alicerçado em três fortes premissas:
a gravidade de fatos, corroborados por provas consistentes que me foram apresentadas;
a certeza de que o sistema de justiça criminal jamais chegaria a todos esses fatos pelos caminhos convencionais de investigação
a situação concreta de que, sem esse benefício, a colaboração não seria ultimada e, portanto, todas as provas seriam descartadas.

Para os que acham que saiu barato, anoto as seguintes considerações pouco conhecidas: no acordo de leniência, o MPF que atua no primeiro grau propôs:
o pagamento de multa de 11 bilhões de reais;
as punições da Lei de Improbidade e da Lei Anticorrupção ainda estão em aberto;
no que se refere às operações suspeitas no mercado de câmbio, não estão elas abrangidas pelo acordo e os colaboradores permanecem sujeitos à integral responsabilização penal a colaboração é muito maior que os áudios questionados.

Sem jactância e apesar de opiniões contrárias, estou serenamente convicto de que tomei, nesse delicado caso, a decisão correta, motivado apenas pelo desejo de bem cumprir o dever e de servir fielmente ao país.

Finalmente, tivesse o acordo sido recusado, os colaboradores, no mundo real, continuariam circulando pelas ruas de Nova York, até que os crimes prescrevessem, sem pagar um tostão a ninguém e sem nada revelar, o que, aliás, era o usual no Brasil até pouco tempo.

23/05/2017 

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Supremo vai decidir sobre prisão de Aécio e Rocha Loures



PGR pediu que, em caso de nova negativa de Fachin, caso seja levado ao plenário


Por Jailton de Carvalho
O Globo


O deputado Rocha Loures (PMDB-PR) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG)
Montagem sobre fotos da Agência O Globo


BRASÍLIA — O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu nesta segunda-feira que plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) determine a prisão do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Os dois são acusados de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução de justiça e organização criminosa. Janot pede que o plenário do STF reconsidere a decisão do ministro Edson Fachin, que rejeitou o pedido, e decrete a prisão do preventiva do senador e do deputado.

Primeiro, Janot pede que Fachin revise a a própria decisão. Como considera que o ministro pode não acolher o pedido, o procurador solicita que o caso seja levado em caráter de urgência a apreciação dos 11 ministros do tribunal. Para o procurador-geral, a prisão de Aécio e de Loures é "imprescindível para a garantia da ordem pública e da instrução criminal".

Janot argumenta que os crimes atribuídos aos dois parlamentares são "gravíssimos" e que, até o início da fase pública das investigações na quinta-feira passada, os dois estavam em situação de flagrante por crime inafiançável. O procurador-geral acrescentou ainda como agravante o fato de que os investigados “vem adotando, constante e reiteradamente, estratégias de obstrução de investigações da Operação Lava Jato”.

O procurador-geral também sustenta que os dois, Aécio e Loures, só não foram presos em flagrantes ao longo das investigações porque estava em curso ação controlada da Polícia Federal. Durante a ação, autorizada por Fachin, a polícia filmou um emissário do empresário Joesley Batista repassando malas com R$ 500 mil cada a Frederico Pacheco Medeiros, primo de Aécio, também a Loures, homem de confiança do presidente Michel Temer.

“Nesse sentido é importante destacar que a ação controlada requerida no bojo da Ação Cautelar 4315 não objetivou apenas monitorar o pagamento da propina destinada ao senador Aécio Neves, mas também os repasses de valores espúrios ajustados entre Joesley Batista, o presidente da República, Michel Temer, e o deputado Rodrigo Loures”, afirma Janot.

No pedido de prisão, Janot lembra que o senador e o deputado são poderosos. Se permanecerem soltos poderão usar a influência política com objetivos espúrios e atrapalhar as investigações. Na semana passada, Fachin rejeitou o pedido de prisão dos parlamentares, mas determinou o afastamento dos dois dos cargos. Os dois também foram proibidos de manter contatos com outros investigados e de deixar o país. No mesmo despacho, o ministro deixou em aberto a possibilidade da prisão ser analisada pelo plenário do tribunal.

“No tocante às situações expostas neste recurso, a solução não há de ser diversa: a excepcionalidade dos fatos impõe medidas também excepcionais”, afirma Janot. Numa conversa com Batista, Aécio pede ao empresário R$ 2 milhões. Ao longo do diálogo, registrado pelo empresário, os dois indicam emissários para levar adiante a transação. Batista manda o executivo Ricardo Saud fazer o pagamento em quatro parcelas. Frederico Pacheco é destacado por Aécio para buscar o dinheiro.

O caso de Rocha Loures também foi documentado. Primeiro Bastista registrou uma conversa em que Temer indica o deputado como pessoa de sua confiança para tratar de "todos" os assuntos com o dono da JBS. Numa outra conversa, Rocha Loures é flagrado tratando de indicação de cargos e decisões estratégicas do governo federal de interesse da JBS. Depois ele é filmado recebendo parte de uma propina acertada anteriormente.

AÉCIO DIZ QUE NÃO COMETEU NENHUM CRIME

A defesa de Aécio também vai recorrer. Os advogados do senador querem a revogacão da decisão de Fachin que afastou Aécio do Senado. "Com relação ao pedido da PGR, a defesa aguarda ser intimada para apresentar suas contra-razões, oportunidade em que demonstrará a impropriedade e descabimento do pedido ministerial", diz nota divulgada pelo advogado Alberto Toron.

Na semana passada, o advogado José Eduardo Alckmin confirmou que Aécio pediu dinheiro a Batista. Mas alegou que se tratava de um empréstimo. Isto porque os juros bancários seriam muito altos.

O advogado do deputado Rocha Loures disse que não há motivo para seu cliente ser preso. "A defesa aguarda pelo STF a manutenção da decisão que negou o pedido do Ministério Público. O deputado no momento oportuno irá prestar todos os esclarecimentos devidos", declarou José Luis Oliveira Lima.

Nesta segunda-feira, Aécio afirmou, em artigo publicado no jornal “Folha de S. Paulo” que não cometeu nenhum crime e atacou o dono da JBS e delator, Joesley Batista. O tucano inicia o texto declarando que, nos últimos dias, teve a vida virada pelo avesso.

“Tornei-me alvo de um turbilhão de acusações, fui afastado do cargo para o qual fui eleito por mais de 7 milhões de mineiros e vi minha irmã ser detida pela polícia sem absolutamente nada que justificasse tamanha arbitrariedade. Tenho sentimentos, sou de carne e osso, e esses acontecimentos - o que é pior, originados de delações de criminosos confessos, a partir de falsos flagrantes meticulosamente forjados- me trouxeram enorme tristeza”, afirmou o tucano no texto.


O que pesa contra Aécio Neves

Joesley Batista, dono da JBS, entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma gravação que compromete o senador e presidente do PSDB Aécio Neves (PSDB-MG)

A JBS é a maior produtora de proteína animal do planeta


Aécio e Joesley se encontraram no dia 24 de março no Hotel Unique, em São Paulo.

Joesley gravou suas conversas com o senador.


Joesley Batista(Dono da JBS)


Na conversa, Aécio pediu a Joesley R$ 2 milhões,sob a justificativa de que precisava da quantia para pagar despesas com sua defesa na Lava-Jato.


Quem levou o dinheiro (em uma mala) foi Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais da JBS.


RICARDOSAUD
GRAVAçÃO
O pedido de ajuda foi aceito e o empresário quis saber, então, quem seria o responsável por pegar as malas. Sobre isso, Aécio falou:

DINHEIRO

Aécio indicou um primo, Frederico Pacheco de Medeiros, que recebeu o dinheiro em um encontro com Saud.

Aécio Neves(Senador epresidentedo PSDB)
Frederico Pacheco(primo de Aécio)




22/05/2017