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sábado, 31 de julho de 2010

Cara ou coroa? Fernando Henrique Cardoso


Cara ou coroa?



A hora da escolha


   Por *Fernando Henrique Cardoso


Em pouco mais de dois meses escolheremos o próximo presidente.


Tempo mais do que suficiente para um balanço da situação e, sobretudo, para assumirmos a responsabilidade pela escolha que faremos.


É inegável que a popularidade de Lula e a sensação de dinheiro no bolso, materializada no aumento do consumo, podem dar aos eleitores a sensação de que é melhor ficar com o conhecido do que mudar para o incerto.


Mas o que realmente se conhece?


Que nos últimos 20 anos melhorou a vida das pessoas no Brasil, com a abertura da economia, com a estabilidade da moeda trazida pelo Plano Real, com o fim dos monopólios estatais e com as políticas de distribuição de renda simbolizadas pelas bolsas.

Foi nessa moldura que Lula pregou sua imagem.



Arengador de méritos, independentemente do que diga (quase nada diz, mas toca em almas ansiosas por atenção), vem conseguindo confundir a opinião, como se antes dele nada houvesse e depois dele, se não houver a continuidade presumida com a eleição de sua candidata, haverá retrocesso.

Terá êxito a estratégia?

Por enquanto o que chama a atenção é a disposição de bem menos da metade do eleitorado em votar no governo, enquanto a votação oposicionista se mantém consistente próxima da metade.



Essa obstinação, a despeito da pressão governamental, impressiona mais do que o fato de Lula ter transferido para sua candidata 35% a 40% dos votos.

Assim como impressiona que o apoio aos candidatos não esteja dividido por classes de renda, mas por regiões:


pobres do Sul e do Sudeste tendem a votar mais em Serra, assim como ricos do Norte e do Nordeste, em Dilma.


O empate, depois de praticamente dois anos de campanha oficial em favor da candidata governista, tem sabor de vitória para a oposição.


É como se a lábia presidencial tivesse alcançado um teto.


De agora para frente, a voz deverá ser a de quem o país nunca ouviu, a da candidata.


Pode surpreender?




Sempre é possível.

Mas pelos balbucios escutados falta muito para convencer: falta história nacional, falta clareza nas posições; dá a impressão de que a palavra saiu de um manequim que não tem opiniões fortes sobre os temas e diz, meio desajeitadamente, o que os auditórios querem ouvir.


Não terá sido esta também
a técnica de Lula?

Até certo ponto, pois este quando esbraveja ou quando se aferra pouco à verdade, o faz “autenticamente”: sente-se que pode assumir qualquer posição porque em princípio nunca teve posição alguma.



Dito em suas próprias palavras:




“Sou uma metamorfose ambulante”.

Ora, o caso da candidata do PT é o oposto (esta é, aliás, sua virtude).


Tem opiniões firmes, com as quais podemos ou não concordar, mas ela luta pelo que crê.



Este é também seu dilema: ou diz o que crê e possivelmente perde eleitores por seu compromisso com uma visão centralizadora e burocrática da economia e da sociedade,
ou se metamorfoseia e vira personagem de marqueteiro, pouco convincente.



Não obstante, muitos comentaristas, como recentemente um punhado de brazilianists, quando perguntados sobre as diferenças entre as duas candidaturas, pensam que há mais convergências do que discrepâncias entre os candidatos.

Será?





* Fernando Henrique Cardoso - Ex-presidente da República


31 de julho de 2010.


continua no post abaixo

Cara ou coroa? Fernando Henrique Cardoso - 2

continuação do post acima


Cara ou coroa?




Por *Fernando Henrique Cardoso

Será?

As comparações feitas, fundadas ou não, apontam mais para o lado psicológico.


O que está em jogo, entretanto, é muito mais do que a diferença ou semelhança de personalidades.



O quadro fica confundido com a discussão deslocada do plano político para o pessoal e, pior, quando se aceita a confusão a que me referi inicialmente entre a situação de desafogo e bem-estar que o país vive e Lula, que dela se apossou como se fosse obra exclusiva sua.


Se tudo converge nos objetivos e se estamos vivendo um bom momento na economia, podem pensar alguns, melhor não trocar o certo pelo duvidoso.



Só que o certo foi uma situação herdada, que embora aperfeiçoada, tem a marca original do fabricante e o duvidoso é a disposição da herdeira eleitoral de continuar a se inspirar na matriz originária.

O candidato da oposição, este sim, traz consigo a marca de origem: ajudou a construir a estabilidade, a melhorar as políticas sociais e a promover o progresso econômico.




Não nos iludamos.

O voto decidirá entre dois modelos de sociedade. Um mais centralizador e burocrático, outro mais competitivo e meritocrático.


No geral, ambos oponentes levarão adiante o capitalismo.

Estamos longe dos dias em que o PT e sua candidata sonhavam com o que Lula nunca sonhou: o controle social dos meios de produção e uma sociedade socialista.




Mas estamos mais perto do que parece de concretizar o que vem sendo esboçado neste segundo mandato petista: mais controle do estado pelo partido, mais burocratização e corporativismo na economia, mais apostas em controles não democráticos, além de maior aproximação com governos autoritários, revestidos de retórica popular.



A escolha a ser feita é, portanto, decisiva.

Como tudo indica, o teatro eleitoral se está organizando para esconder o que verdadeiramente está em discussão.



Há muita gente nas elites (vilipendiadas pelo lulismo nos comícios, mas amada pelos governantes e beneficiada por suas decisões econômico-financeiras) aceitando confortavelmente a tese de que tanto dá como tanto deu.


Dê cara ou dê coroa, sempre haverá “um cara” para desapertar os sapatos.


Ledo engano.


Há diferenças essenciais entre as duas candidaturas polares.

Feitas as apostas e jogado o jogo, será tarde para choramingar, “ah, eu nunca imaginei isso”.


Melhor que cada um trate de aprofundar as razões e consequências de seu voto e escolha um ou outro lado. Há argumentos para defender qualquer dos dois.


Mas que não são a mesma coisa,
não são.




E não porque num governo haverá fartura e noutro escassez, para pobres ou ricos.


E sim porque num haverá mais transparência e liberdade que noutro.

Menos controle policialesco, menos ingerência de forças partidário-sindicais.




E menos corrupção, que mais do que um propósito é uma consequência.




* Fernando Henrique Cardoso
Ex-presidente da República


31 de julho de 2010

e a hiena ri...

PESQUISAS: A INFLUÊNCIA NO PROCESSO ELEITORAL, A BLITZ DOS FASCISTÓIDES E AS LEITURAS TORTAS



PESQUISAS:


A INFLUÊNCIA NO PROCESSO ELEITORAL,
A BLITZ DOS FASCISTÓIDES
E AS LEITURAS TORTAS


Os institutos costumam perguntar aos entrevistados quem eles acham que vai ganhar a eleição.

Nesse caso, todos chegam ao mesmo resultado:

Dilma Rousseff.

Não há surpresa nenhuma nisso.

Algumas pesquisas malandras, que mal disfarçam seu alinhamento com o governo, colaboram para criar esse clima em favor da candidata oficial.


Não só isso: há o efeito avassalador da propaganda oficial e o uso descarado da máquina pública em favor da petista.

Esse “clima” pró-Dilma pode não ser decisivo no voto do eleitor, mas influencia o processo eleitoral, em particular as doações de campanha.

Por mais que as grandes empresas façam questão de pôr seus ovos nos dois cestos, é evidente que o de Dilma fica mais carregado — e dinheiro sempre torna a campanha eleitoral mais fácil.

Navego rapidamente e noto que a Al Qaeda eletrônica da petralhada está excitadíssima, pedindo a cabeça do Datafolha.

Não é segredo para ninguém que me lê que prefiro os números deste instituto aos do Ibope, certo?

Mas não desqualifico a pesquisa que me desagrada — o que fiz em outras ocasiões (e farei sempre) foi distinguir o que é pesquisa do que é bandidagem a soldo — e, até onde sei, não é esse o caso do
Ibope. E, obviamente, não é do Datafolha, referência de seriedade.





U
ma cartilha que serve aos propósitos do PT, disfarçada de revista semanal, onde trabalha o chefão de uma empresa que faz pesquisas para o partido, resolveu lançar uma guerra santa contra o Datafolha.


Os petistas desmoralizam as instituições dia após dia.

Por que não fariam o mesmo com os institutos de pesquisa?

Os que eles não conseguem comprar não prestam, entenderam
?



Leituras tortas

Pesquisas também colaboram para chutes que revelam mais a inclinação do analista do que a verdade dos números. No post que escrevi na semana passada sobre os números do Datafolha, notei que há uma grande pressão para que os tucanos deixem de lado os porões do PT.

No Estadão de hoje, José Roberto de Toledo analisa os números do Ibope.

Escreve: “
O resultado desfavorável a Serra no Ibope ocorre depois de o tucano ter intensificado as críticas ao governo Lula.

Por influência de seu principal marqueteiro, o tucano passou a atacar pontos específicos da gestão petista, como a política exterior e a relação do PT com movimentos sociais que têm uma imagem negativa na classe média, como o MST”.

É evidente que o autor está sugerindo que há aí uma relação de causa e efeito.

É fácil, muito fácil, desconstruir a ilação:

1 - Segundo o Ibope, no dia 3 de junho, Serra e Dilma estavam empatados em 37%,.

Dezoito dias depois, a diferença em favor da petista era de 6 pontos (38% a 32%), e o tucano, segundo Toledo ao menos, ainda não atacava “pontos específicos” da gestão petista;

2 - “Política exterior” deve ser a “política externa”.

Serra a vem criticando desde sempre.

Referiu-se ao alinhamento do Brasil com o Irã, por exemplo, em dois discursos: naquele em que admitiu ser o candidato tucano e na fala oficial da convenção. Isso não é novo em sua fala;

3 - Também não é nova a crítica à relação deletéria entre o governo e o MST — como revelam seus discursos e suas entrevistas Brasil afora.

Tudo isso têm data e está em arquivo.

Nota à margem: o MST não tem uma imagem ruim só na classe média, não. O grupo é repudiado pela esmagadora maioria dos brasileiros de todas as classes;

4 - O que é relativamente novo é a crítica aos flertes do governo e do PT com as Farc, isto sim.

As Farc não são um “movimento social”.

Lula voltou a escolher o pior lado ao tentar desqualificar o governo colombiano, que exibe uma fartura de provas da aliança de Hugo Chávez com os narcoterroristas — que já foram parceiros no PT no Foro de São Paulo.

Ao tentar criar uma relação de causa e efeito entre a crítica mais dura de Serra ao governo e um resultado momentaneamente desfavorável no Ibope, Toledo se comporta como pesquiseiro de obra feita — vale dizer:

não tendo uma boa razão para explicar a vai-e-vem do eleitorado, então cai numa falácia lógica que já era apontada pelos escolásticos:
“Depois disso, logo, por causa disso” — a forma latina consagrada é esta:

“Post hoc, ergo propter hoc”.

C
aso o discurso de Serra fosse manso como um cordeiro, o autor certamente veria na ausência de confronto a causa da diferença.

O que vem antes não é causa necessária do que bem depois.

Eu não sei se o autor da ilação sabe disto ou não, só sei que é fato:
a versão de que atacar as relações entre o PT e as Farc é ruim para Serra surgiu no PT.



Como não acredito que os petistas queiram o bem do candidato tucano, então me parece que a patacoada interessa aos… petistas
.

O “principal marqueteiro de Serra” deu a ele aqueles conselhos, é?

Então fez bem.

Eu estou entre aqueles que acreditam no poder saneador da verdade.

E acho que falta dizer algumas verdades sobre o PT e o governo.

Mas deixo isso para a minha volta.

Afinal, ainda estou de férias, como sabem.

Na madrugada de segunda, volto de mangas arregaçadas.


Vai, Tio Rei, em busca do que resta de sol!


31.julho.2010

Vai Reinaldo, vai para a Luz!!

Dilma, se cala diante de fato tão grave e humilha e deprecia a imagem da mulher



"Chama a atenção a injustificável omissão da candidata Dilma, que se cala diante de fato tão grave (caso da iraniana Sakineh Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento), que humilha e deprecia a imagem da mulher."

Por: Dra. Mônica Serra
(esposa de
@joseserra)



Em nota, mulheres que apóiam
Serra criticam Lula e Dilma

Elas divulgaram nota de repúdio por eles não defenderem iraniana ameaçada


Sakineh Ashtiani

Nós, mulheres reunidas em São Paulo, vimos por meio desta, expressar nosso repúdio à atitude do Senhor Presidente Lula, que de forma desrespeitosa e discriminatória, se recusou a interceder pela libertação da iraniana Sakineh Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento.
 


Ao ser inquirido Lula declarou que não poderia fazer pedidos dessa natureza, porque seria uma "avacalhação".

Chama a atenção a injustificável omissão da candidata Dilma, que se cala diante de fato tão grave, que humilha e deprecia a imagem da mulher.

MOVIMENTO DE MULHERES UNIDAS PELO BRASIL E POR SÃO PAULO – PSDB – DEM – PPS – PMDB - PNM – PHS - PSC


Fonte: Movimento de Mulheres Unidas pelo Brasil e por São Paulo


30 Jul 2010

Comunismo e narcotráfico


Comunismo e narcotráfico



Quando as FARC começaram a ser chamadas de narco-guerrilheiras, essa mesma esquerda reagia indignada, como se fosse uma armação midiática dos conservadores ou, por que não, do "imperialismo".

Os fatos, porém, foram avassaladores, tornando-se indubitáveis.



O que mais surpreende na discussão atual sobre as relações entre as FARC e o narcotráfico, em suas repercussões no "socialismo bolivariano" e em tendências do PT e nos ditos movimentos sociais, é a dissociação que se procura estabelecer entre a idéia de socialismo/comunismo e o tráfico de drogas.

No fundo, o que se procura defender é a idéia pura do socialismo/comunismo como se fosse uma idéia de tipo religioso, imune aos acidentes de sua história ou de seu percurso de realização.



As FARC foram historicamente consideradas como um grupo guerrilheiro, que retomava as posições que foram do maoísmo e do castrismo, com a ocupação de áreas ditas liberadas no campo.

Eram, nesse sentido, consideradas herdeiras do marxismo-leninismo em suas versões chinesa e cubana, estando, assim, legitimadas junto à opinião pública de esquerda.

Eram recebidas em fóruns internacionais, companheiras do PT na fundação do Foro de São Paulo nos anos 90 e elogiadas no Brasil até muito recentemente.


O governo Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul, durante o I Fórum Social Mundial, em 2001, recebeu-as no Palácio Piratini.



As relações do Padre Medina -- espécie de representante internacional dessa organização revolucionária -- com o PT são também sobejamente conhecidas.


Contudo, à medida que as atividades de tráfico de drogas foram sendo cada vez mais de domínio público, surgiu uma espécie de reação que se aproximaria da "indignação" moral, como se isso fosse uma questão de princípio da esquerda.

No início desse processo, quando as FARC começaram a ser chamadas de narco-guerrilheiras, essa mesma esquerda reagia indignada, como se fosse uma armação midiática dos conservadores ou, por que não, do "imperialismo".

Os fatos, porém, foram avassaladores, tornando-se indubitáveis.


Aí começou um outro processo, o de dissociar a idéia de socialismo/comunismo do narcotráfico, como se uma fronteira tivesse sido transposta, algo historicamente novo, inconcebível.

Ora, a pergunta que cabe é a seguinte: será que estamos diante de algo historicamente novo para esse tipo de esquerda?


Na tradição socialista/comunista, áreas liberadas, como as das FARC na Colômbia, são áreas onde impera a lei da força, a lei do partido, em um completo desrespeito a algo como igualdade de todos ou estado de igualdade jurídica.

Rege a violência dos chefes, que não medem meios para a realização de seus objetivos.


Do ponto de vista discursivo, trata-se do melhor dos mundos, o do caminho da igualdade futura entre todos os homens.

Do ponto de vista real, trata-se do império da violência, a ausência completa de liberdades, as aulas de doutrinação, a fome e os mais diferentes tipos de violência cometidos pelos chefetes e pelos líderes principais.




A revolução chinesa é um bom precedente histórico. Nas áreas "liberadas", sob controle de Mao, vigorava a expropriação dos camponeses, reduzidos à mais completa miséria, à fome, às epidemias e à violência do partido que de tudo se apropriava.

Os privilégios da hierarquia comunista iam das mulheres à disposição dos chefes aos alimentos extraídos de agricultores famintos.


Tudo era legitimado em função do objetivo "socialista" maior. Os que discordavam eram "pequenos burgueses", "direitistas", "agentes do imperialismo" e assim por diante.

Os revolucionários de ontem tornavam-se os inimigos de hoje.


Jon Haliday e Jung Chang, em seu livro Mao: a História Desconhecida, fornecem preciosas informações sobre o que foi a dominação totalitária maoísta.

Em particular, nos anos de 1941-1942, Mao - precisando de recursos para armamentos, em uma de suas zonas "liberadas"- recorreu ao comércio e cultivo de ópio.


Foi um amplo e florescente negócio, patrocinado por ele mesmo, em nome, evidentemente, da causa comunista.

A área cultivada de ópio foi estimada em 12 mil hectares das melhores terras da região.


Para o seu círculo mais próximo, Mao apelidou a operação de "Guerra do Ópio Revolucionária".



Assim, transplantando a situação para os dias atuais, podemos também ter a "cocaína revolucionária", tão em voga nas áreas controladas pelas FARC e abertamente cultivada na Bolívia "bolivariana" de Evo Morales.

Tais fatos foram ocultados para não denegrir a causa, a ideia de socialismo/comunismo.

Assim, em nome dessa mesma ideia, milhões de pessoas foram exterminadas, sendo que qualquer contestação era imediatamente identificada a uma ação contrarrevolucionária.


Sob o domínio de Evo Morales, as razões apresentadas são "culturais", como se se tratasse somente do consumo de um chá inofensivo, quando a produção é muito maior do que as necessidades do consumo interno desse país.


Já há várias suspeitas de que a ditadura castrista esteve ou mesmo está comprometida com o tráfico de drogas.

Generais revolucionários já foram acusados por essas atividades e executados supostamente por essas razões.



Assim funcionam os regimes totalitários.

Patrocinam uma atividade e, para livrar-se de seus oponentes internos, dentro do próprio partido e do exército, os acusam de desviantes.

É a forma mesma comunista de operação dos expurgos, modo de exercício do terror, para deixar todos os súditos subjugados, evitando qualquer contestação, qualquer abertura.

Quando o regime castrista cair, saberemos a verdadeira história.


Enquanto isso, os seus defensores continuam defendendo a ideia da pureza socialista/comunista, modo de sustentar suas próprias posições, com cobertura midiática inclusive.





O problema é que, nos casos da China e de Cuba, a verdade apareceu ou aparecerá décadas depois, quando o estrago do ponto de vista de formação da opinião pública e dos jovens em particular já tiver sido feito.

O que, porém, incomoda atualmente a esses mesmos setores é que estamos presenciando ao vivo, contemporaneamente aos fatos, a realização dessa ideia do socialismo/comunismo.


A indignação é pela contemporaneidade, pois essa afeta a opinião pública atual.

Eis porque todos correm atrás da dissociação entre o socialismo/comunismo e o narcotráfico.



Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia na UFRS

31 de julho de 2010

O preço da verborragia

"Por qué no te callas?"





Os iranianos que se manifestavam contra a fraude que permitiu a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, em junho do ano passado, nada podiam fazer quando o presidente Lula comparou os seus protestos ao "choro de perdedor" dos torcedores de um time de futebol e reduziu os choques de rua em Teerã entre os opositores e as forças de repressão do regime a "apenas uma coisa entre flamenguistas e vascaínos".

Também os presos políticos cubanos não tinham como responder ao dirigente brasileiro quando, em março último, ele condenou a greve de fome que levou à morte o dissidente Orlando Zapata Tamoyo, por sinal na véspera de uma visita de Lula a Havana, onde considerou o seu sacrifício "um pretexto para liberar as pessoas" - e foi além. "Imagine", comparou, "se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade."

Muito menos poderia retrucar ao presidente a iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento por alegado adultério.

Perguntado dias atrás sobre a campanha "Liga Lula" para que interceda pela sentenciada junto ao seu bom amigo Ahmadinejad, ele reagiu:


"As pessoas têm leis.
(LULA NÃO OBEDECE AS LEIS DE SEU PAÍS)
Se começarem a desobedecer as leis deles para atender o pedido de presidentes, daqui a pouco vira uma avacalhação."

Mas há quem possa dar-lhe o troco. Foi o que fez o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, depois que um leviano e boquirroto Lula desdenhou do agravamento das tensões entre Bogotá e Caracas.

O protoditador Hugo Chávez rompeu as relações da Venezuela com o país vizinho em represália à decisão colombiana de apresentar na OEA as provas da presença de 1.500 membros da organização narcoterrorista Farc em território venezuelano, obviamente sob a proteção do caudilho.

Lula, cuja primeira manifestação a respeito já tinha deixado claro o seu alinhamento automático com Chávez - "as Farc são um problema da Colômbia, e os problemas da Venezuela são da Venezuela", sofismou -, reincidiu na quarta-feira, véspera da reunião dos chanceleres da ineficaz União das Nações Sul-Americanas (Unasul), em Quito.

O tema do encontro, que deu em nada, era o conflito político entre os dois países. "Falam em conflito, mas ainda não vi conflito", minimizou Lula.

"
Eu vi conflito verbal, que é o que mais ouvimos aqui nessa América Latina."


Equiparar a um bate-boca um problema dramático para a Colômbia, que passou 40 anos sob o terror das Farc antes de serem reduzidas à mínima expressão possível pela firmeza com que as enfrentou o presidente Uribe, foi nada menos do que um inconcebível insulto a uma nação e ao seu governante.

Uribe, que difere de Lula por falar pouco e fazer muito, não poderia fingir que não ouviu a afronta.

Ele replicou com a mais dura mensagem já dirigida a um chefe de Estado brasileiro, até onde chega a memória.


"O presidente da Colômbia", dispara a nota, "deplora que o presidente brasileiro, com quem temos cultivado as melhores relações, refira-se a nossa situação com a Venezuela como se fosse um caso pessoal."

Uribe ainda o acusou de ignorar a ameaça que a presença das Farc na Venezuela representa "para a Colômbia e o continente".

Trata-se da primeira demonstração da perda de respeito por Lula no exterior - e ele só tem a culpar por isso a sua irreprimível logorreia.



Não terminasse o seu mandato daqui a 5 meses, a erosão de sua imagem internacional só se intensificaria.

Não seria de espantar se um dia alguém o admoestasse, como o rei da Espanha, Juan Carlos, fez com o bravateiro Chávez, perguntando-lhe: "Por qué no te callas?"

Não bastasse a grosseria, Lula nada fez para assegurar aos colombianos de que poderia ser um intermediário isento entre Bogotá e Caracas.

Ele parece ecoar a batatada do chanceler venezuelano Nicolas Maduro, que falou de "um plano de paz sul-americano" para resolver "a questão de fundo" da Colômbia com as Farc.

Ao que o seu colega colombiano Jaime Bermudez contrapôs ironicamente a ideia de um hipotético "plano de democracia para a Venezuela".


Pensando bem, talvez fosse mesmo melhor Lula se ocupar do Irã em vez de fazer papelão perante os vizinhos do Brasil.


31 de julho de 2010

Taí o retrato de um povo fraco, bovino: Viva Dilma, Lula, pois um povo assim merece o ditador que colocou a funcinheira.

Taí o retrato de um povo fraco, bovino:


Viva Dilma, Lula, pois um povo assim merece o ditador que colocou a funcinheira.

Por mais que me doa dizer isso, mas o brasileiro precisa de um regime bem nazista, ruim, pior do que está.


Esse povo é medíocre, adora a favelização, é incapaz de exercer o raciocínio, não sabe o que é bom, bonito e belo, detesta estudar, adora baderna, entra na casa dos outros come, dança e ainda sai falando mal.


Incapaz de exercer qualquer tipo de fé cristã, niilista por natureza, adora o fuxico, gosta de macumba, de exercer o coitatadismo, uma maria vai com a outras.


Derrotista, gosta de um pai, só pensa do umbigo para baixo
(barriga cheia e sexo satisfeito), excessivamente invejoso, gosta de ser governado por gentinha, veste-se à Moulin Rouge, não tem nonchalant, não sabe o que é civlização, adora apenas a aparência, é narciso, acha-se o povo mais coroado do mundo, vive em berço esplêndido, gosta de se empanturrar com remédios, futebol, novelas, cachaça e religião e é incapaz de qualquer lógica filósofica saudável.


Taí o retrato de um povo fraco, bovino:

Viva Dilma, Lula, pois um povo assim merece o ditador que colocou a funcinheira.

Fui.
#6 ricardo muniz raul

midiasemmascara


julho - 2010

Mais uma morte misteriosa...

Yves,
homem coragem,



Adeus!



É muito triste saber da morte de um amigo tão especial como o escritor Yves Hublet, 72 anos.



Pior ainda, é saber que morreu em circunstâncias estranhas em um presídio de Brasilia, na última segunda feira (26), segundo relato de seu editor, Airo Zamoner.



"Estava com câncer" - foi a informação simplória da administração do presídio.



O Brasil todo tomou conhecimento, em 2005, quando Yves atacou com "bengaladas" o então deputado José Dirceu (PT) que estava sendo processado por liderar o escândalo do "mensalão", chamando-o, publicamente, de corrupto e mau caráter.



Depois do episódio das "bengaladas", Yves não teve mais sossego e se viu obrigado a mudar-se para a Bélgica, por possuir dupla cidadania.



Para tratar de asuntos particulares, em maio deste ano, Yves voltou a Curitiba e, depois, seguiu para Brasilia antes de retornar ao exterior.



Ainda segundo seu editor, ao descer do avião, Yves foi preso, algemado, levado incomunicável para um presidio.



Lá teria sido "adoecido".



Uma ex-namorada residente em Curitiba foi avisada por uma assistente social da morte do escritor.



Mais uma morte misteriosa.
Com certeza, insolúvel como tantas.
Amigos curitibanos pretendem desvendar tudo por vias judiciais.

Por enquanto, fica a imagem da coragem do amigo Yves fazendo o que muitos brasileiros gostariam de fazer: dar violentas bengaladas nos politicos corruptos que infestam essa nação.


(de Curitiba, Naym Libos)


30 de julho de 2010