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sábado, 31 de julho de 2010

PESQUISAS: A INFLUÊNCIA NO PROCESSO ELEITORAL, A BLITZ DOS FASCISTÓIDES E AS LEITURAS TORTAS



PESQUISAS:


A INFLUÊNCIA NO PROCESSO ELEITORAL,
A BLITZ DOS FASCISTÓIDES
E AS LEITURAS TORTAS


Os institutos costumam perguntar aos entrevistados quem eles acham que vai ganhar a eleição.

Nesse caso, todos chegam ao mesmo resultado:

Dilma Rousseff.

Não há surpresa nenhuma nisso.

Algumas pesquisas malandras, que mal disfarçam seu alinhamento com o governo, colaboram para criar esse clima em favor da candidata oficial.


Não só isso: há o efeito avassalador da propaganda oficial e o uso descarado da máquina pública em favor da petista.

Esse “clima” pró-Dilma pode não ser decisivo no voto do eleitor, mas influencia o processo eleitoral, em particular as doações de campanha.

Por mais que as grandes empresas façam questão de pôr seus ovos nos dois cestos, é evidente que o de Dilma fica mais carregado — e dinheiro sempre torna a campanha eleitoral mais fácil.

Navego rapidamente e noto que a Al Qaeda eletrônica da petralhada está excitadíssima, pedindo a cabeça do Datafolha.

Não é segredo para ninguém que me lê que prefiro os números deste instituto aos do Ibope, certo?

Mas não desqualifico a pesquisa que me desagrada — o que fiz em outras ocasiões (e farei sempre) foi distinguir o que é pesquisa do que é bandidagem a soldo — e, até onde sei, não é esse o caso do
Ibope. E, obviamente, não é do Datafolha, referência de seriedade.





U
ma cartilha que serve aos propósitos do PT, disfarçada de revista semanal, onde trabalha o chefão de uma empresa que faz pesquisas para o partido, resolveu lançar uma guerra santa contra o Datafolha.


Os petistas desmoralizam as instituições dia após dia.

Por que não fariam o mesmo com os institutos de pesquisa?

Os que eles não conseguem comprar não prestam, entenderam
?



Leituras tortas

Pesquisas também colaboram para chutes que revelam mais a inclinação do analista do que a verdade dos números. No post que escrevi na semana passada sobre os números do Datafolha, notei que há uma grande pressão para que os tucanos deixem de lado os porões do PT.

No Estadão de hoje, José Roberto de Toledo analisa os números do Ibope.

Escreve: “
O resultado desfavorável a Serra no Ibope ocorre depois de o tucano ter intensificado as críticas ao governo Lula.

Por influência de seu principal marqueteiro, o tucano passou a atacar pontos específicos da gestão petista, como a política exterior e a relação do PT com movimentos sociais que têm uma imagem negativa na classe média, como o MST”.

É evidente que o autor está sugerindo que há aí uma relação de causa e efeito.

É fácil, muito fácil, desconstruir a ilação:

1 - Segundo o Ibope, no dia 3 de junho, Serra e Dilma estavam empatados em 37%,.

Dezoito dias depois, a diferença em favor da petista era de 6 pontos (38% a 32%), e o tucano, segundo Toledo ao menos, ainda não atacava “pontos específicos” da gestão petista;

2 - “Política exterior” deve ser a “política externa”.

Serra a vem criticando desde sempre.

Referiu-se ao alinhamento do Brasil com o Irã, por exemplo, em dois discursos: naquele em que admitiu ser o candidato tucano e na fala oficial da convenção. Isso não é novo em sua fala;

3 - Também não é nova a crítica à relação deletéria entre o governo e o MST — como revelam seus discursos e suas entrevistas Brasil afora.

Tudo isso têm data e está em arquivo.

Nota à margem: o MST não tem uma imagem ruim só na classe média, não. O grupo é repudiado pela esmagadora maioria dos brasileiros de todas as classes;

4 - O que é relativamente novo é a crítica aos flertes do governo e do PT com as Farc, isto sim.

As Farc não são um “movimento social”.

Lula voltou a escolher o pior lado ao tentar desqualificar o governo colombiano, que exibe uma fartura de provas da aliança de Hugo Chávez com os narcoterroristas — que já foram parceiros no PT no Foro de São Paulo.

Ao tentar criar uma relação de causa e efeito entre a crítica mais dura de Serra ao governo e um resultado momentaneamente desfavorável no Ibope, Toledo se comporta como pesquiseiro de obra feita — vale dizer:

não tendo uma boa razão para explicar a vai-e-vem do eleitorado, então cai numa falácia lógica que já era apontada pelos escolásticos:
“Depois disso, logo, por causa disso” — a forma latina consagrada é esta:

“Post hoc, ergo propter hoc”.

C
aso o discurso de Serra fosse manso como um cordeiro, o autor certamente veria na ausência de confronto a causa da diferença.

O que vem antes não é causa necessária do que bem depois.

Eu não sei se o autor da ilação sabe disto ou não, só sei que é fato:
a versão de que atacar as relações entre o PT e as Farc é ruim para Serra surgiu no PT.



Como não acredito que os petistas queiram o bem do candidato tucano, então me parece que a patacoada interessa aos… petistas
.

O “principal marqueteiro de Serra” deu a ele aqueles conselhos, é?

Então fez bem.

Eu estou entre aqueles que acreditam no poder saneador da verdade.

E acho que falta dizer algumas verdades sobre o PT e o governo.

Mas deixo isso para a minha volta.

Afinal, ainda estou de férias, como sabem.

Na madrugada de segunda, volto de mangas arregaçadas.


Vai, Tio Rei, em busca do que resta de sol!


31.julho.2010

Vai Reinaldo, vai para a Luz!!

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