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sábado, 12 de abril de 2014

Mercado antecipa seu julgamento sobre Dilma. E a sentença é dura


O valor da Petrobras caiu quase à metade do que era quando Dilma colocou a faixa presidencial, e ela se tornou símbolo da má gestão da presidente

Por Robson Bonin e Malu Gaspar
Veja.com

 Pescoço a prêmio - Dilma quer entregar a cabeça de diretores da Petrobras para estancar a crise
(Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

Acrise da Petrobras só não se encaixa na definição de tempestade perfeita sobre o Planalto porque a campanha presidencial de 2014 ainda não começou e há uma Copa do Mundo a separar o Brasil de hoje daquele que vai às urnas em outubro. Seis meses em política é uma eternidade, e o que parece hoje uma cápsula de cianureto para os planos de reeleição de Dilma Rousseff pode ir se diluindo até sobrar apenas um sal amargo, desagradável, mas digerível pela opinião pública.

Pelo menos essa é a esperança do governo. A da oposição é a de que os poços de escândalos da Petrobras sejam muito mais profundos e ricos em notícias cada vez mais intoxicantes para Dilma e sua candidatura.

A situação na semana passada era desastrosa para as duas Dilmas, a presidente e a candidata, que se confundem na percepção do eleitor. Essa confusão é boa quando as coisas fluem com serenidade e péssima quando a maré contrária é muito forte.

É o caso de Dilma Rousseff neste momento.

Tudo parece conspirar coordenadamente contra a presidente, até, espantosamente, ela própria ao chamar atenção para o episódio da compra da refinaria de Pasadena, que se tornou, perante a opinição pública, sinônimo de um prejuízo de 1 bilhão de dólares para o Brasil.

O caso Pasadena parecia perdido entre camadas de outros desgovernos que, embora mais destrutivos, eram mais fáceis de explicar e, portanto, mais difíceis de ser explorados eleitoralmente pela oposição. Fala-se aqui do rombo de centenas de bilhões de reais cavados no setor energético pela tentação populista de Dilma de obrigar as empresas a fornecer eletricidade a um preço abaixo do custo de produção e a Petrobras a importar gasolina cara e vendê-la mais barato aos distribuidores.

Perto do prejuízo produzido pela política desastrosa de segurar artificialmente o preço da luz e da gasolina, empalidece a perda com a compra da refinaria do Texas.

Na Petrobras viraram pó mais de oitenta Pasadenas em valor de mercado e trinta Pasadenas em prejuízo financeiro pelo subsídio à gasolina e ao diesel.

Na Eletrobras queimaram-se quase sete Pasadenas em valor de mercado.


Circula a versão de que a estratégia de Dilma era reabrir o caso Pasadena agora e, assim, minimizar sua exploração pela oposição na fase de debates da campanha eleitoral. Se foi isso mesmo, ela deu um tiro no pé, outros no peito e, quem sabe, um de misericórdia na própria cabeça.

Os escândalos da Petrobras anteciparam o julgamento pelos investidores da capacidade de governar de Dilma.

A sentença foi dura.

Ela se traduz pela seguinte equação: basta Dilma cair nas pesquisas para que aumente a disposição do mercado de investir no Brasil.

Na semana passada, uma pesquisa CNI/Ibope mostrou uma queda de 7 pontos porcentuais na aprovação do governo. O resultado imediato foi um dia de forte alta na Bovespa (3,5%) com ganhos extraordinários para as ações da Petrobras (8%), da Eletrobras (10%) e do Banco do Brasil (6%).

O recado do mercado foi inequívoco e cristalino: o governo não é parte da solução, o governo é o problema.
Diz Ricardo Corrêa, diretor da Ativa Corretora: “Sem a intervenção política do governo, a Petrobras e a Eletrobras são investimentos de enorme potencial. A Petrobras, em alguns anos, vai se tornar uma das maiores empresas de petróleo no mundo”.
Com reportagem de Alana Rizzo e Marcelo Sakate

Procuradoria do TCU pede que Dilma e conselheiros respondam por Pasadena Relatório aponta indícios de ‘gestão temerária’ e falhas ‘acima do razoável’ na compra de refinaria







Andreza Matais e
Murilo Rodrigues Alves

Estadão

BRASÍLIA - Relatório do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) recomenda que os responsáveis pela negociação de compra da refinaria de Pasadena sejam responsabilizados por eventuais perdas da estatal.

O negócio, que contou com o aval da hoje presidente da República, Dilma Rousseff, foi iniciado em 2006 e concluído em 2012, após um longo litígio e gasto superior a US$ 1 bilhão.


Fabio Motta/Estadão
Dilma discursa no dia da posse de Graça Foster

O documento da procuradoria de contas, ao qual o Estado teve acesso, e que subsidiará a decisão dos ministros do tribunal, afirma que a alta cúpula da Petrobrás, "incluindo os membros do Conselho de Administração", respondam "por dano aos cofres públicos, por ato antieconômico e por gestão temerária", caso sejam comprovadas irregularidades. Para o MP, as falhas dos gestores da Petrobrás na condução do negócio foram "acima do razoável".

Em 2006, Dilma, que era chefe da Casa Civil do governo Luiz Inácio Lula da Silva, presidia o Conselho de Administração da Petrobrás. No mês passado, ao saber que o Estado publicaria uma reportagem que revelaria seu voto favorável à compra de 50% da refinaria naquele ano, a presidente divulgou nota na qual afirmou só ter apoiado o negócio porque foi mal informada sobre as cláusulas do contrato.

Em 2008, ainda como presidente do Conselho de Administração, Dilma passou a ser contra o negócio e atuou para tentar barrar a compra de 100% da refinaria, algo que, em razão de custos judiciais, encareceu ainda mais a transação, que precisou ser concretizada.

Palavra final. O relatório final do TCU, que usará o trabalho da procuradoria de contas como base, deve sair em julho, mês em que a campanha eleitoral será iniciada. Em entrevista no mês passado, o relator da caso de Pasadena no tribunal, ministro José Jorge, afirmou: "Como a compra passou pelo Conselho Administração e pela Diretoria, como regra geral do TCU, eles podem ser chamados a se explicar".

A procuradoria afirma que a Petrobrás foi "vítima" da "inabilidade de seus gestores em firmar acordos contratuais". Para o MP junto ao tribunal, da forma como o negócio foi fechado, o grupo belga Astra Oil adquiriu o direito "líquido e certo" de vender sua participação à Petrobrás, recebendo o valor fixado nos contratos. "Para ela (Astra Oil), tudo era possível, e, para a Petrobrás, ao que parece, restava acatar a decisão da sócia", afirma o relatório do Ministério Público de Contas.

Os auditores designados pelo ministro relator trabalham, ainda, com outra linha de responsabilização. A intenção dos técnicos é se basear no artigo 158 da Lei das S.A., que prevê punição aos gestores quando houver violação "ao dever de cuidado e diligência" ou "imprudência, negligência e imperícia".

A legislação impõe que "o administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios".




Belgas. A Astra impôs várias condições à estatal para firmar a parceria, exatamente o contrário do que deveria ter ocorrido, afirmam os procuradores. "Ela estava fora do negócio e tinha o direito, se não a obrigação, de exigir garantias mínimas da futura sócia, sobretudo ante o preço que se dispôs a pagar", diz o documento. "O poder de decisão não minimizou os riscos do negócio para a estatal brasileira. Ao contrário, só os aumentou", completa o relatório.

Um dos pontos criticados no texto é o fato de a Petrobrás pagar duas vezes pelo combustível estocado na refinaria, já que arcou pela unidade com estoques inclusos e, posteriormente, pagou mais uma vez pelos estoques.

Há "evidências consistentes", diz o texto, de que o valor dos produtos estocados não estava incluso nos US$ 360 milhões pela aquisição porque a Petrobrás nem sequer tinha conhecimento do volume e do valor dos estoques.

A análise da operação ainda critica a oposição da estatal de levar adiante uma batalha judicial para não cumprir as cláusulas contidas no contrato de compra da refinaria. Laudo da Justiça dos EUA confirmou o valor de US$ 466 milhões pelo restante da unidades e ainda obrigou a Petrobrás a desembolsar US$ 173 milhões por garantia bancária dos sócios, juros, honorários e despesas processuais, o que fez com que a conta aumentasse para US$ 639 milhões.

O documento afirma que há de se apurar por que a Petrobrás não cumpriu a decisão proferida em abril de 2009. "Ao que parece, essa postura levou a empresa a arcar com milhares de dólares referentes a juros e correção monetária. E mais uma vez pede a responsabilização do Conselho de Administração caso se constate que não havia razões suficientes para o descumprimento da decisão arbitral, deve-se apurar a responsabilidade dos gestores e membros do Conselho de Administração."

Crise.
A manifestação da presidente ao questionamento do Estado causou uma crise política, que acarretou na aprovação de uma CPI para investigar a estatal. Em meio ao caso de Pasadena, outras suspeitas recaíram sobre a Petrobrás.

A principal delas envolve o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, alvo da Polícia Federal por suas ligações com o doleiro Alberto Youssef.



12 de abril de 2014




O doleiro dos oprimidos






Por Guilherme Fiuza
O Globo

O deputado André Vargas não fez nada de mais. Apenas cumpriu o primeiro mandamento para ascender no PT: siga o dinheiro.

Ou, mais precisamente, siga e consiga o dinheiro.

Sua intimidade com o doleiro Alberto Youssef, preso no centro de um esquema que teria movimentado 10 bilhões de reais, não deixa dúvidas: Vargas chegou lá. Quem não entendeu como o obscuro deputado curitibano saltou de secretário de comunicação do partido para vice-presidente da Câmara dos Deputados não entende nada de PT.

O despachante de André Vargas era o homem que operava o duto entre os cofres públicos e os políticos amigos do rei (rainha). Se alguém achar que isso se parece com a quadrilha do mensalão, esqueça. O ministro Luís Roberto Barroso já explicou que a quadrilha não existiu, e o STF assinou embaixo.

A parceria fértil entre o doleiro de Vargas e o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, também preso, tem impressionante semelhança com a tabelinha entre Marcos Valério e o então diretor de abastecimento do PT no Banco do Brasil, Henrique Pizzolato — hoje embaixador da república mensaleira na Itália. Mas isso não é quadrilha, é estilo.

E pensar que antigamente o PT mandava Waldomiro Diniz pegar dinheiro com Carlinhos Cachoeira. Que coisa cafona. Mas isso foi uma década atrás, quando o partido ainda não tinha estudado direito a planta do Estado brasileiro.

Hoje está claro que a mensagem de André Vargas a Joaquim Barbosa, levantando o punho cerrado (símbolo da resistência mensaleira), era um aviso — como o de Raul Seixas sobre as moscas: se você mata uma, vem outra em seu lugar.

Os brasileiros, esses invejosos, já estão implicando com o Land Rover dado pelo doleiro ao diretor da Petrobras. Bobagem. Como ensinou Silvinho Pereira, o mais injustiçado e esquecido dos petistas, quem trabalha bem no setor petrolífero ganha Land Rover de graça. O Brasil está pensando pequeno.

Diante da dimensão dos negócios no seio do governo popular, as propinas na Petrobras são o troco do cafezinho — aquelas moedas que você joga na mão do pedinte pela janela do seu Land Rover. Se o garoto ainda fizer uma graça com bolinhas de tênis, você pode até dar a ele uma refinaria superfaturada. Esse bilhão não fará a menor diferença no balanço.

Algumas das maiores empresas brasileiras estão sendo destroçadas, ao vivo, para fabricar bondade tarifária e esconder inflação. Esse é o jogo multibilionário que o Brasil aceita chupando o dedo, louco para virar Argentina. São esses dividendos populistas que garantem um ambiente de negócios seguro para os doleiros oficiais, mensaleiros reencarnados e demais sócios do país de todos (eles).

Até o FMI já espalhou por aí que o governo brasileiro passou a maquiar suas contas, para gastar escondido com a indústria do populismo. E vem aí mais uma transfusão bilionária do Tesouro para o BNDES, que vai injetando nas estatais vampirizadas e envernizando a orgia fiscal.

É um complexo e fabuloso trabalho de pilhagem, com alcance de gerações — que naturalmente passou despercebido aos revolucionários da Primavera Burra. Nem a CPI da Petrobras mobilizou os engarrafadores de trânsito. Eles devem estar achando que pode ser um golpe neoliberal para tomar o que é nosso.

Com todo o seu profissionalismo, André Vargas sabe que não dá para contar a vida toda com a pasmaceira da opinião pública. Por isso, além de ter os amigos certos, ele também trabalhou com afinco no projeto petista que vale por mil doleiros espertos: o controle da informação.

O PT sonha com a desinibição da companheira Kirchner na coação da mídia e no adestramento das estatísticas. André Vargas também serve para isso: assim como se presta a fazer molecagem com Joaquim Barbosa, prega sem constrangimento o “controle social da mídia”. E o ensaio vai indo muito bem, do controle social do Tesouro ao controle social do Ipea.

O tradicional e respeitado Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ganhou de presente do governo popular uma estrelinha vermelha. Passou a ser dirigido por acadêmicos-militantes, uma espécie de transgênero com vocabulário técnico e alma ideológica.

Estrelas da coreografia estatística como Marcio Pochmann — que saiu de lá para ser candidato do PT a prefeito de Campinas —, capazes de fazer os números dançarem conforme a música, trouxeram o charme chavista que faltava ao Ipea. Quem acompanhou essa metamorfose revolucionária não acreditou um segundo na famosa pesquisa que transformou o Brasil num país de estupradores.

O mais alarmante, porém, não foi a pesquisa em si, pois já se sabe que, com o PT, a inépcia e a desonestidade intelectual são quase indistinguíveis.
O impressionante foi o Brasil comprar de olhos fechados mais uma bandeira fabricada pelo império do oprimido. Dá até para ouvir o comentário de André Vargas: kkkkkk.

Guilherme Fiuza é jornalista.

Um esquema montado para esquentar dinheiro


Obtido com exclusividade por ISTOÉ, inquérito no STF pode levar André Vargas à cadeia por falsidade ideológica.

Para o MP e a PF, deputado petista montou uma "lavanderia" para justificar recursos de origem duvidosa que irrigaram suas campanhas eleitorais

Izabelle Torres  e Claudio Dantas Sequeira 
ISTOÉ


O deputado André Vargas (PT-PR) é um político em estado terminal. Num último esforço para tentar preservar o mandato, o petista renunciou ao posto de vice-presidente da Câmara e tirou uma licença de 60 dias. Não foi o suficiente para impedir que seus pares instaurassem um processo contra ele no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar, nem que o seu partido, o PT, o ameaçasse de expulsão.

Sua situação se deteriorou depois que ele foi acusado de manter uma relação promíscua com o doleiro preso na Operação Lava Jato, Alberto Youssef.

Vargas é o deputado que ergueu os punhos cerrados, repetindo o gesto dos mensaleiros presos, para debochar do presidente do STF, Joaquim Barbosa, em sessão de abertura do ano legislativo no Congresso. Agora, por ironia da política, quem pode selar o destino político de Vargas é justamente o Supremo, instituição à qual o petista ousou desafiar e fazer troça.

Na última semana, ISTOÉ teve acesso com exclusividade às mais de 500 páginas do inquérito 3596, instaurado pelo STF a pedido do Ministério Público Federal, que pode levar Vargas para a cadeia pelo crime de falsidade ideológica para fins eleitorais. A pena prevista, caso o petista seja condenado, varia entre um e cinco anos de reclusão.

No robusto processo, o Ministério Público Federal afirma que há fortes indícios de que o parlamentar montou uma lavanderia de dinheiro para justificar doações eleitorais. Nem a Justiça Eleitoral consegue dizer se os recursos apresentados nas prestações de campanha algum dia chegaram mesmo a circular na conta bancária.




ORIGEM SUSPEITA
A Justiça Eleitoral não identificou na conta bancária os recursos apresentados
nas prestações de contas de André Vargas

Constam do processo depoimentos de mais de 80 testemunhas que afirmam nunca terem doado dinheiro para a campanha de Vargas. Mas esses são apenas parte dos 200 “laranjas” utilizados pelo petista para justificar a origem dos recursos suspeitos em suas campanhas eleitorais.

A prática ilícita teria começado nas eleições de Vargas para deputado federal em 2006 e se reproduzido na campanha de 2010. Na documentação que embasa o inquérito em curso no STF há relatos dos auditores do Tribunal Eleitoral do Paraná sobre a dificuldade de fazer uma apuração detalhada das contas apresentadas devido à complexidade do esquema.

Os procuradores, porém, acreditam que as notas de gastos apresentadas pelo deputado licenciado são frias. Uma lista completa com os dados bancários do parlamentar e dos doadores fictícios, com observações sobre o desencontro dos dados e valores, fundamenta a suspeita dos procuradores.





No STF, o inquérito contra André Vargas é relatado pelo ministro Teori Zavascki.


O ministro delegou ao juiz Marcio Fontes a missão de coordenar as investigações. Diligências já foram pedidas à Polícia Federal


O esquema de lavagem de dinheiro de Vargas não se limitaria às operações de fraude nas prestações de contas de campanha. Teria ramificações. Em outra ponta da investigação, a Polícia Federal segue o rastro de empresas em nome dos familiares de Vargas. Nos grampos telefônicos divulgados até agora, o deputado aparece em conversas com o doleiro Alberto Yousseff cobrando pagamento de comissões a determinados consultores, um deles chamado “Milton”.

Trata-se de seu irmão Milton Vargas Ilário e a PF suspeita que outros familiares do petista também tenham sido usados como laranjas. Nessa vertente do amplo esquema montado por Youssef, a lavagem de dinheiro se daria a partir do uso de empresas de fachada abertas por seus familiares. Entre as empresas investigadas pela Polícia Federal, que teriam sido usadas na lavanderia Vargas, encontra-se a LSI Solução em Serviços Empresariais. Foi constituída em agosto de 2011 pelo irmão Leon Denis Vargas Ilário e a mulher, Simone Imamura Vargas Ilário, com capital social de apenas R$ 15 mil.

Em 18 de setembro de 2013, os sócios trocam de lugar. Simone sai e entra Milton. É justamente a véspera da intensa troca de mensagens em que parlamentar e doleiro comemoram as gestões da parceria entre os laboratórios Labogen, LFM e EMS para abocanhar contrato de até R$ 150 milhões com o Ministério da Saúde.

Em apenas um ano, a LSI mudou três vezes de ramo, ampliando seu leque de atuação de pesquisa e consultoria a atividades de cobrança, publicidade, organização de eventos, gestão empresarial e até tecnologia da informação.

Curiosamente, a empresa foi aberta no número 58 da alameda Sarutaia, no bairro do Jardim Paulista (SP), onde já funcionava há anos outra empresa, a agropecuária Adram S/A, que acaba de ser selecionada para uma linha especial de crédito do BNDES.

Existe a desconfiança na PF de que Vargas e seus parentes também estejam por trás da Adram S/A. Com a entrada de Milton, irmão do petista, a sede da LSI foi transferida para um apartamento residencial da Vila Mariana, bairro da capital paulista.

A PF não identificou qualquer indício de atividade comercial no endereço. Da mesma forma não foi encontrada atividade empresarial no endereço da L Vargas & CIA Ltda., localizada em São José dos Pinhais. A empresa está em nome de outro irmão do deputado chamado Loester Vargas Ilário e sua mulher, Luzia Salete Ribeiro Ilário, e tem como objeto social a prestação de “serviços auxiliares do mercado de capitais”.




No STF, o inquérito que pode levar Vargas à cadeia pelo crime de falsidade ideológica para fins eleitorais é relatado pelo ministro Teori Zavascki. O ministro delegou ao juiz instrutor Marcio Fontes a missão de coordenar as investigações.

O juiz pediu dezenas de diligências à Polícia Federal, que trabalha há meses na tomada de depoimentos de testemunhas. Nos próximos dias, o juiz vai analisar as notas fiscais apresentadas nas últimas campanhas por Vargas.

Com base nos depoimentos já registrados de pessoas que constam da lista de doadores, e que garantem não saber como seus nomes foram parar lá, a Polícia Federal vai intensificar a apuração sobre a origem dos recursos que abasteceram a campanha do petista. O uso de laranjas para justificar parte das doações seria uma manobra contábil para esquentar recursos de origem duvidosa.

No último dia 18 de março, um ofício assinado pelo ministro Zavascki foi enviado à PF. No ofício, o ministro pede o encerramento da fase de oitivas de testemunhas. Para a PF, os depoimentos não deixam dúvidas de que as doações eram mesmo fictícias.


Os documentos reunidos até agora no inquérito em tramitação no STF complicam de vez a situação política de Vargas. No processo, o Ministério Público identifica uma série de operações estranhas a prestações de contas de um candidato a deputado federal.

Por exemplo, extratos bancários da conta aberta em 2006 pelo então candidato do PT mostram movimentações muito abaixo dos custos de uma campanha, com saldos que não passam de R$ 2 mil. Além disso, o ritmo de arrecadação oficial era lento, com a realização de jantares de adesão que arrecadavam pouco mais de R$ 3 mil a cada evento.

Mas foi a lista provavelmente fictícia de doações recebidas em 2006 pelo parlamentar que encorpou o processo que pode levar Vargas à cadeia. Dos pouco mais de R$ 300 mil declarados à Justiça Eleitoral naquele ano, quase R$ 100 mil aparecem como sendo de pequenas doações – entre R$ 20 e R$ 600 – de pessoas físicas.

O problema é que cerca de 200 pessoas listadas como “doadoras” por Vargas afirmam nunca terem contribuído com qualquer campanha, especialmente a do petista.




RELAÇÕES PROMÍSCUAS

A Polícia Federal suspeita de que o deputado André Vargas e seus irmãos frequentavam o escritório do doleiro Alberto Youssef, preso
na Operação Lava Jato, no número 155, da rua Dr. Elias César em Londrina
Nesse grupo estão 81 vigilantes da Universidade Estadual de Maringá. Eles chegaram a entrar com processos por danos morais na Justiça Estadual contra Vargas e quase a metade já recebeu indenizações. ISTOÉ localizou alguns desses doadores fictícios, que nos últimos dias vêm sendo chamados a depor na Polícia Federal.

“Levamos um susto quando avisaram que nosso CPF estava na lista de campanha. Muita gente da universidade correu para ver o que tinha acontecido. Nunca nos explicaram direito como fomos parar lá. Agora, esperamos a resposta do processo”, diz Wilson Novo, que, segundo a prestação de contas do deputado Vargas, teria doado R$ 90 para a campanha petista. “Não doamos nada a ninguém. Por isso, buscamos reparações”, completa João Lozada, outra vítima de Vargas.


Na campanha de 2010, o deputado licenciado André Vargas repetiu a fórmula de elencar muitos doadores de pequenas quantias. Não bastasse essa prática suspeita, o petista ainda transformou a sua conta oficial em um duto para que doações ocultas fossem distribuídas a outros candidatos. Empresas doaram dinheiro para o diretório do PT, que, por sua vez, repassou as quantias para a conta de Vargas, a quem cabia fazer uma nova distribuição. Pelo menos R$ 800 mil de origem desconhecida foram repassados por ele a outros candidatos.

Na leitura técnica de quem investiga o caso no STF, descobrir a origem dos recursos que passaram pelas contas eleitorais de Vargas pode ser o caminho para desvendar as dúvidas que ainda precisam ser dirimidas no inquérito no Supremo.



VARGAS-07-IE.jpg

Relator do processo contra André Vargas na Câmara, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) promete dar celeridade ao caso

A PF pretende ainda pedir a quebra de sigilo bancário e telefônico de Vargas e de seus familiares para identificar a movimentação financeira das empresas e eventuais contatos dos familiares com o doleiro Alberto Youssef. Suspeita-se que o parlamentar e seus irmãos frequentavam o escritório do doleiro no número 155, da rua Dr. Elias César em Londrina. Há mais de R$ 60 mil em notas de abastecimento de veículos usados por Vargas num posto de gasolina (Posto Centro Cívico) a apenas 550 metros do apartamento de Youssef.

Ao constituírem a LSI, o casal Leon Vargas e Simone deram como endereço o número 480 da avenida Inglaterra, a apenas 1,7 km dali. Além da família, a Polícia Federal também está de olho nos assessores políticos de Vargas. Seu chefe de gabinete, Wagner Pinheiro, também serviu ao falecido deputado José Janene e outros caciques do PP desde a época da eclosão do escândalo do mensalão.

Acuado pelas denúncias que o cercam, Vargas recebeu na semana passada apelos do PT para que renunciasse ao mandato. Seria, na visão desses petistas, uma tentativa de não contaminar a candidatura à reeleição de Dilma Rousseff. O petista se negou a atender aos pedidos.

Reclamou de abandono e desabafou com colegas mais próximos que sua resistência em abrir mão do mandato se deve ao temor de que seu inquérito no STF, aquele que pode colocá-lo atrás das grades, seja enviado à Justiça de primeira instância do Paraná. A essa altura, porém, são poucas as alternativas políticas para André Vargas, o petista que ousou desafiar a Suprema Corte do País e que pode ter seu destino selado por ela.




“Não imaginava que estava sendo gravado”


“Deveria ter dito:
“Vai à PQP!... mas fiquei quieto”



ISTOÉ – Num despacho de 7 de abril, o juiz Sergio Moro, responsável pela operação Lava Jato, diz que a polícia segue examinando o material apreendido e complementando as investigações, mas que ainda seria prematuro afirmar que a relação do senhor com o doleiro Alberto Youssef tem “natureza criminosa”. Por quê?

ANDRÉ VARGAS – O despacho do juiz Sergio Moro é esclarecedor. Para mim, Alberto Youssef sempre foi um grande empresário, dono do maior hotel de Londrina. Ele me disse que tinha sido doleiro no passado e até que fizera delação premiada no Ministério Público. Mas dizia que não atuava mais como doleiro.

ISTOÉ – Num diálogo gravado, o doleiro fala que vocês dois poderiam conquistar a independência financeira em negócios com o governo.


VARGAS – Meu erro foi ficar em silêncio quando ouvi isso. Não imaginava que estava sendo gravado. Deveria ter dito: “Vai à PQP!...” Mas fiquei quieto e o silêncio foi gravado.

ISTOÉ – Estava deslumbrado?

VARGAS – Não. Deveria ter reagido e não reagi. Mesmo assim, logo depois a transcrição mostra um “kkkkk”. Ele estava fazendo graça.

ISTOÉ – O sr. também pergunta pelo dinheiro para o “Milton.” Era seu irmão?

VARGAS – Era. Quando estava montando o laboratório Labogen, o Youssef me pediu uma indicação para a área de informática. Indiquei o Milton, que é consultor sênior de grandes empresas. Ele trabalhou para o Youssef e não recebeu. Por isso perguntei.

ISTOÉ – O sr. ajudou o Labogen esperando dinheiro para campanha?

VARGAS – Isso não aconteceu. Dei orientações. Não marquei uma reunião em Brasília. Se era o Labogen uma empresa para lavar dinheiro, como dizem hoje, é preciso uma auditoria para demonstrar.

ISTOÉ – O sr. responde a processo no STF em que é acusado de falsidade ideológica, por ter apresentado falsos doadores nas contas de campanha.


VARGAS – Na campanha de 2006 reuni um grupo de vigilantes para pedir apoio para minha eleição. Eles me trouxeram 199 votos. A acusação de lavagem de dinheiro não faz sentido. Deram contribuições de R$ 20. Alguém vai fazer alguma coisa para lavar R$ 20?


Fotos: Sérgio Lima/Folhapress, Adriano Machado/Istoé; ANIELE NASCIMENTO/GAZETA DO POVO/AE


12.Abr.14

sexta-feira, 11 de abril de 2014

A estranha escuta na cela de Youssef e o filme “Doleiro Morto Não Fala”





Por Reinaldo Azevedo
Havia uma escuta na cela do doleiro Alberto Youssef (leia post).

Isso é, ao menos, o que diz seu advogado, Antonio Augusto Figueiredo Bastos.

Se for mesmo verdade, e não vejo por que mentir a respeito, a ocorrência pode ser muito séria.

A escuta não foi instalada com autorização judicial. Trata-se de um monitoramento clandestino.

Segundo consta, Youssef já recebeu um recado: é para tomar cuidado com o que fala para não envolver gente poderosa.

Considerando que uma das figuras enroscadas com ele é o deputado André Vargas, do PT do Paraná, um chefão do partido e até anteontem vice-presidente da Câmara e do Congresso, é de se supor que o “poderoso”, no caso, seja ainda mais… poderoso.

Youssef pertence a um ramo em que as pessoas costumam falar pouco. Ele está preso desde o dia 17 de março. No dia 21, prestou um depoimento em que… Bem, ele não prestou depoimento nenhum! Preferiu ficar calado. Se as investigações da PF estiverem certas, ele lidera um esquema de lavagem de dinheiro que pode ter movimentado R$ 10 bilhões.

O próprio Youssef achou a escuta ambiental, capaz de registrar, em tempo real, conversas suas com outros presos. Seu advogado fez uma foto em que o próprio doleiro aparece, magro e barbudo, exibindo os equipamentos do outro lado do vidro do parlatório.

Se não foi a Justiça, e não foi, quem está interessado em saber o que o doleiro fala ou deixa de falar?

Parece lícito supor que pode estar correndo risco de vida, não?


Nesta quinta, apareceram novas evidências que ligam Youssef a Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras, que também está preso. A Polícia Federal apreendeu na casa de Costa uma planilha de uma contabilidade manual da empresa Costa Global, uma de suas consultorias, para a qual o doleiro fez oito repasses entre 17 de dezembro de 2012 e 15 de março de 2013.

Só nesse período, Youssef transferiu para Costa mais de R$ 1 milhão, US$ 500 mil dólares e 314 mil euros. Até então, o engenheiro admitia ter recebido do doleiro apenas uma Land Rover a título de serviços prestados.

Como se nota, Youssef parece ter mil e uma utilidades. Operava com Paulo Roberto Costa — que mantinha influência na Petrobras — e também com André Vargas, o enrolado deputado petista. E sabe-se lá em que outros segmentos.

O leitor precisa entender uma coisa: para que serve um doleiro?
Não é só para os remediados comprarem alguns dólares para dar um pulinho em Miami na classe econômica, não! Os propinodutos envolvendo dinheiro público costumam passar por esses caras porque eles lidam com dinheiro vivo, cash. Podem ainda abastecer contas secretas no exterior.

Depositam em dólares na conta de corruptos lá fora e recebem em reais aqui dentro. São peças-chave em qualquer esquema ilegal. Imaginem quantas são as pessoas que gostariam que Youssef perdesse a língua.

Nesta quinta, a Polícia Federal pediu ainda que ele e Carlos Habib Chater, outro doleiro, sejam transferidos para o presídio de segurança máxima de Catanduvas, onde estão narcotraficantes, por exemplo. Seu advogado reagiu:

“Eles não são criminosos de alta periculosidade para ir para um presídio de segurança máxima. Parece retaliação contra o meu cliente. É uma medida desnecessária e abusiva”.

Querem saber? Também achei a solicitação estranha. Preso na carceragem de Curitiba, não me parece que esteja pondo em risco a paz pública, obstruindo investigações ou fazendo ameaças. Não que eu saiba.

Tem muita gente assustada porque Youssef foi um dos investigados no chamado escândalo do Banestado, que envolvia justamente remessa ilegal de divisas para o exterior.
À época, colaborou com as investigações, pagou uma multa de R$ 1 milhão e não foi processado.

O temor é que repita agora o procedimento.

Ele precisa é ter garantias de vida, isto sim.

Afinal, parodiando aquele filme, “doleiro morto não fala”.

11/04/2014

Registro de um retrocesso


Defesa do controle da mídia fere imagem de Lula

POR CLAUDIA SAFATLE
VALOR ECONÔMICO

O que mais impactou empresários que nutrem simpatia pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e compartilham do coro "Volta Lula", na entrevista que ele deu para um grupo de blogueiros que apoiam o governo, na terça feira, foi a forma dura e insistente com que o ex-presidente defendeu o controle da imprensa. "Perdemos um tempo precioso e não fizemos o marco regulatório da comunicação nesse país", disse Lula. "Temos que retomar com muita força essa questão da regulação dos meios de comunicação do país. O tratamento à Dilma é de falta de respeito e de compromisso com a verdade", completou, deixando claro que advoga a censura de conteúdo.

A perplexidade pode ser conferida em uma reunião habitual na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no dia seguinte à entrevista. Segundo relato de um dos presentes, "a entrevista causou mal-estar". Até então se imaginava que a discussão sobre instrumentos de controle da mídia fosse somente uma proposta de um ou dois assessores do ex-presidente. "Mas não, é do Lula!", disse.

No Congresso, o divulgador da ideia que agora passou a ser vista como uma medida de força que conta com o apoio do ex-presidente, era o deputado André Vargas (PT-PR) que, por força de denúncia de corrupção, renunciou ao cargo de vice-presidente da Câmara.

Não foi só pelo ataque frontal que o ex-presidente fez à mídia que a entrevista "assustou" mas, também, pelo fato de que Lula "mostrou que fechou os olhos: não há Petrobras e não houve o mensalão", comentou a fonte.

Na tentativa de compreender os reais motivos que o estimularam a subir o tom da defesa do controle do que é divulgado pela meios de comunicação, concluiu-se que pode ter sido um "erro grosseiro" do ex-presidente que, no entanto, é capaz de criar uma resistência não desprezível "junto a pessoas que estão com ele".

Não é segredo que parte do setor privado é contra a reeleição de Dilma Rousseff e torce para que Lula se coloque como candidato ao Palácio do Planalto este ano.

Logo no início da entrevista de mais de três horas aos blogueiros, ele disse: "Acho que os meios de comunicação no Brasil pioraram do ponto de vista da liberdade, do ponto de vista da neutralidade e agora que vocês [os blogs] tão fortemente conquistaram a neutralidade da internet, têm que começar a campanha para conquistar a neutralidade dos meios de comunicação para eles pelo menos serem verdadeiros. Podem ser contra ou a favor, mas que a verdade prevaleça".

Como exemplo de supostas inverdades, o ex-presidente citou: "Vejo alguns números colocados por pessoas da Petrobras e os números colocados pela imprensa e eles não batem entre si", referindo-se aos dados divulgados sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, em uma operação muito controversa e obscura da estatal brasileira. "Estamos sendo conduzidos por uma massa feroz de informações deformadas", acusou o ex-presidente.

No decorrer da entrevista ele voltou ao tema e aumentou os decibéis. "No fundo, no fundo, e vocês todos são pessoas informadas, a imprensa construiu quase que o resultado desse julgamento [do mensalão]. Eu me pergunto como é possível uma CPI que começou investigando o desvio de R$ 3 mil em uma empresa pública [os Correios ], que era dirigida pelo PMDB e que investigava um cara do PTB, terminou no PT? É indescritível!".

Alguns minutos depois, retomou o assunto: "Espero que a história do mensalão seja recontada nesse país e, se eu puder, vou ajudar a reconta-la. Como uma CPI que começou por causa de R$ 3 mil nos Correios terminou no mensalão? Temos que mostrar qual foi o papel da imprensa!". Antes de encerrar, disse: "O mensalão foi o mais forte processo político desse país em que a imprensa teve papel de condenação explícita antes de cada sessão, de cada ato" E concluiu: "Nunca vi nada igual! O massacre era apoteótico!"

Dilma Rousseff, tão logo assumiu a Presidência, em janeiro de 2011, deixou claro que não apoiaria a ideia de um março regulatório da mídia que assessores do ex-presidente deixaram como herança para o novo governo. Dilma foi firme ao negar seu apoio à proposta: "Devemos preferir o som das vozes críticas da imprensa livre ao silêncio das ditaduras".

As críticas à condução da economia que os meios de comunicação veiculam também seriam, em boa parte, fruto de "notícias deformadas", na visão de Lula. Ele contou que em 2007, em um encontro com Mário Soares, ouviu deste que não estava entendendo o que estava acontecendo no Brasil. Com uma pilha de jornais e revistas do exterior debaixo do braço, o ex-presidente de Portugal disse: "Os jornais do mundo dizem que o Brasil é coqueluche, um país extraordinário, e nos jornais brasileiros vejo que o país está acabado!".

Lula convocou Dilma e todos os ministros a partirem para a ofensiva, irem para cima. "Hoje a gente não está só, a gente tem a internet. Cadê o blog da Petrobras que foi tão importante na CPI de 2009?". Ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que deu um conselho: "Guido, você tem que ter uma equipe de alerta. Saiu uma mentira, você tem que falar, usar o direito de resposta". Ele ressaltou alguns bons indicadores econômicos do país - reservas cambiais, a dívida líquida e bruta que diz não serem altas, o aumento da classe média, o crescimento que não é tão ruim. Mas, nesse caso, admitiu: "Poderíamos estar melhor e a Dilma vai ter que dizer isso na campanha, como é que a gente vai melhorar a economia".

Se o ex-presidente pretendeu colocar um freio de arrumação no governo e na campanha de Dilma, os excessos do seu discurso vistos até por alguns de seus colaboradores pode ter fragilizado sua intervenção.

O fato de ele dizer que "a Dilma é minha candidata" pesou pouco para os que estão convencidos de que ela pode perder a reeleição e não vislumbram saída para Lula senão lançar-se em sua própria campanha. Para uma fatia de representantes do setor privado que o apoia, a entrevista de Lula aos blogueiros teria mostrado o retrocesso de um personagem que despertou para a política e para a história impulsionado pela cobertura da imprensa e por mais de uma vez se considerou "um produto da imprensa".


abril 11, 2014

PF faz busca na sede da Petrobras na segunda fase da Operação Lava Jato




No total, estão sendo cumpridos 23 mandados da Justiça Federal em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Macaé e Niterói

Agentes procuram novas provas de sociedade entre o doleiro Youssef e ex-diretor da Petrobras

Duas pessoas tiveram prisão temporária decretada e outras seis foram levadas a depor em condução coercitiva
Adriana Mendes, Cleide Carvalho,
Tatiana Farah
e Ramona Ordoñez
O Globo


O site da empresa Ecoglobal Ambiental, com sede em Macaé (RJ) Reprodução/Internet


BRASÍLIA e SÃO PAULO - A Polícia Federal está na sede da Petrobras, no Centro do Rio, cumprindo mandado de busca e apreensão de documentos na segunda etapa da Operação Lava-Jato. A operação tem como objetivo reunir novas provas contra Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, que seria sócio do doleiro Alberto Youssef na empresa Ecoglobal Ambiental, com sede em Macaé, no Norte Fluminense.

No total, estão sendo cumpridos nesta sexta-feira 23 mandados expedidos pela Justiça Federal: dois de prisão temporária, seis de condução coercitiva e 15 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo (SP), Campinas (SP), Rio de Janeiro (RJ), Macaé (RJ) e Niterói (RJ).

Entre os quatro conduzidos a depor está, de acordo com as investigações, um pessoa que atuaria como laranja do doleiro e do ex-diretor da Petrobras no comando da Ecoglobal.

A Ecoglobal fechou dois contratos com a Petrobrás, no total de R$ 14,3 milhões, nos anos de 2010 e 2011. Os dois foram firmados sem licitação, na modalidade de carta convite ou convite. O primeiro, no valor de R$ 9,524 milhões, com vigência entre abril de 2009 e agosto de 2011, foi para serviços de recuperação de efluentes. O segundo, assinado em janeiro de 2010 com validade até fevereiro de 2011, foi de R$ 4,795 milhões.

Os documentos apreendidos pela PF devem ajudar ainda na investigação de outros negócios de Youssef, ligados à Labogen, empresa que chegou a fechar contrato com o Ministério da Saúde. Segundo a PF, o objetivo é buscar documentos que auxiliem os trabalhos da investigação.

"O material contribuirá para os relatórios finais dos inquéritos em andamento", diz nota da PF.

A investigação do esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas envolve quatro doleiros, que teriam movimentado de forma atípica aproximadamente R$ 10 bilhões nos últimos anos, conforme cálculos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), uma das bases da chamada da investigação.pela PF, a operação prendeu 24 pessoas acusadas de participar do esquema oriundos de desvio de dinheiro público, tráfico de drogas e contrabando de pedras preciosas. Um dos presos é Enivaldo Quadrado, ex-sócio da corretora Bônus-Banval, já condenado por envolvimento no escândalo do mensalão a cumprir penas alternativas. Quadrado foi preso em Assis, no interior de São Paulo.

A Operação Lava-Jato é consequência da prisão do empresário André Santos, em dezembro de 2013, com US$ 289 mil e R$ 13.950 escondido nas meias. Santos é réu em ação na qual é acusado de fazer parte do braço financeiro de uma quadrilha de libaneses especializada em contrabandear produtos do Paraguai, operando um esquema de lavagem. Entre os presos está o doleiro Alberto Youssef, de Londrina, que foi detido em um hotel no Maranhão. Youssef foi sócio do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Segundo a PF, o hotel Blue Tree, em Londrina, que pertence ao doleiro, foi sequestrado pela Justiça. O estabelecimento continua funcionando normalmente.

Na primeira etapa, 400 policiais foram destacados para cumprir as prisões e também 81 mandados de busca e apreensão em 17 cidades, em seis estados: Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Rio, além do Distrito Federal. Entre os bens apreendidos, estava um cofre repleto de cédulas de reais e dólares.

Ecoglobal diz que venceu licitações

Em nota, a Ecoglobal afirma "que possui contratos firmados com a Petróleo Brasileiro S/A - PETROBRÁS desde 2006, sendo que todos os instrumentos contratuais foram vencidos em processos licitatórios".

A empresa também diz que as informações sobre os procedimentos estão disponíveis para quem se "interessar".

"Finalmente informa que jamais seus proprietários e ou seus executivos tiveram qualquer tipo de ligação ou mesmo contato com os Srs Youssef e ou Paulo Roberto da Costa sendo portanto infundadas qualquer noticia que ligue a Ecoglobal a estes senhores".

11/04/14

Gleisi não enxerga nem a Petrobras, Gilberto Carvalho vislumbra uma conspiração encabeçada por FHC, Renan não vê coisa nenhuma e Rui Falcão entra na briga com o apoio do companheiro André Vargas




Por Augusto Nunes

“A chefa não viu problema nenhum em Pasadena, não viu nada de errado na Abreu e Lima e avisou que, em respeito aos superiores interesses do governo e da nação, nessa ordem, não está conseguindo enxergar direito nem a Petrobras”, avisou um dos 77 funcionários de confiança de Gleisi Hoffmann, durante a solenidade que anunciou a candidatura da senadora ao título de Homem sem Visão de Abril.

“Ela está disposta a tudo para se juntar ao timaço abrilhantado por gente como Ideli Salvatti, Marilena Chauí e Dilma Rousseff, entre outras maravilhas femininas da fauna nacional contempladas com o troféu. Além do mais, ela ganha de goleada no quesito estampa & fachada”.
Como André Vargas não pôde inscrever-se por ter arrebatado o HSV de Fevereiro, o melhor amigo do doleiro Alberto Yousseff vai pedir um jatinho emprestado para ajudar a eleger o companheiro Rui Falcão. O presidente do PT credenciou-se para entrar na briga de foice ao não enxergar nenhuma ligação entre o PT e o deputado do PT do Paraná que o PT indicou para a vice-presidência da Câmara.

Ao saber da entrada em campo dos dois craques, Renan Calheiros escalou um dos 12 mil servidores comissionados do Senado para protocolar sua candidatura. Antes de embarcar rumo a São Paulo num jatinho da FABTur requisitado pelo presidente da Casa do Espanto, o servidor público teve de decorar a mensagem manuscrita que o chefe enfiou em seu bolso: “Quem nunca viu nada de errado em nenhum governo de nenhum partido merece mais que o troféu mensal: merece ser o HSV do Ano”.

Conforme informou a reportagem sobre a entrega do título de março a Luís Roberto Barroso, o caixa-preta Gilberto Carvalho conseguiu autorização para ingressar na disputa antes que abril começasse. A exceção foi aberta porque o secretário-geral da Presidência enxergou no rebaixamento da nota de crédito do Brasil uma conspiração que juntou Aécio Neves e a agência S&P, sob a supervisão de Fernando Henrique Cardoso.

É só campeão em campanha, leitores-eleitores! Outras feras se preparam para entrar na jaula! Quem será o vencedor? Ou vencedora? Que vença o pior!
10/04/2014


quarta-feira, 9 de abril de 2014

Em 2010, André Vargas doou quase R$ 1 milhão para candidatos


Até campanha de Dilma a presidente recebeu R$ 45,8 mil

Thiago Herdy e Germano Oliveira
O Globo


O deputado André Vargas, presidente em exercício da Câmara André Coelho / O Globo - 18/06/2013


SÃO PAULO — Embora previsse receber até R$ 6 milhões em doações para sua campanha para deputado federal em 2010, o vice-presidente licenciado da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), desempenhou um papel oposto nas eleições: doou R$ 893,9 mil para 32 candidaturas, por meio de seu comitê de campanha.

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que os maiores beneficiários da distribuição de recursos por parte do comitê eleitoral de Vargas foram candidatos do PT: 12 deles receberam R$ 876 mil, entre eles a presidente Dilma Rousseff (R$ 45,8 mil).

O petista arrecadou R$ 1,3 milhão em sua campanha, dos quais R$ 806 mil vieram do diretório nacional da legenda, segundo o TSE.

Como doou a maior parte do que recebeu, na prática a campanha de Vargas teria custado, oficialmente, apenas R$ 468 mil, o que corresponde a apenas 7,8% do que havia previsto para sua campanha. Esse valor inclui doações que ele fez como pessoa física para a própria campanha.

Por terem sido registradas no TSE, as contribuições são consideradas legais pela Justiça. Porém, evidenciam o papel desempenhado por Vargas nas eleições de 2010, como intermediário da distribuição de recursos no estado.

Perguntado sobre o motivo da diferença entre o que estava previsto para ser gasto e o efetivamente realizado pela sua equipe de campanha, a assessoria do deputado argumentou que “a estimativa de gastos normalmente é superestimada, para evitar alterações posteriores”.

De acordo com o petista, a maior parte dos valores de sua campanha teria sido doada para outros políticos porque ele teria optado por uma gestão descentralizada dos recursos.

“A elevada quantidade de doações deve-se ao fato de que a campanha foi organizada em parcerias com candidatos a deputado estadual, que se responsabilizavam pela campanha em cada base eleitoral”, afirmou a assessoria de Vargas, em nota.

Oficialmente, quem recebeu mais recursos do petista foi Nedson Luiz Micheleti, ex-prefeito de Londrina e candidato a deputado estadual pelo PT em 2010, com R$ 279,7 mil.

O segundo que mais recebeu foi o também candidato a deputado estadual Elton Carlos Welter, com R$ 94,4 mil.

Por meio de sua assessoria, Welter informou ter pedido votos para ele e também para Vargas na região de Toledo, no interior do Paraná. Por isso, teria recebido a doação do colega. Ontem, Micheleti não foi localizado pelo GLOBO.

Embora petistas tenham recebido a maior parte dos recursos, candidatos a deputado estadual do PMDB e do PDT, partidos que faziam parte da aliança com o PT no Paraná, também receberam recursos do deputado.

Segundo o TSE, Vargas doou para sua própria campanha, como pessoa física, R$ 89 mil. O valor corresponde a 16% do patrimônio declarado pelo político em 2010 (R$ 572 mil). Conforme mostrou O GLOBO na última semana, em dez anos o patrimônio do deputado cresceu 50 vezes.

Quando entrou na política, em 2000, tudo o que o Vargas tinha era um Monza 1993, avaliado em R$ 9 mil, e sociedade em três pequenas empresas, cujas cotas somavam R$ 2,1 mil.

Na última campanha eleitoral, dez anos depois, Vargas declarou ter dois terrenos, uma casa e três carros de luxo, além de ter adquirido sociedade em duas empresas, alcançando um patrimônio de R$ 572 mil.

Por meio de sua assessoria, o deputado informou que sua evolução patrimonial teria sido “compatível com sua renda ao longo dos dez anos”.

09/04/14

terça-feira, 8 de abril de 2014

FMI reduz perspectiva de crescimento do Brasil a 1,8% em 2014


Em relatório divulgado em janeiro, projeção para este ano era de 2,3% de expansão.

Menor demanda interna, gargalos de infraestrutura e inflação estão entre os problemas do país


Veja.com
FMI também revisou para baixo sua perspectiva para o PIB em 2015 para 2,7% (Ueslei Marcelino/Reuters)


O Fundo Monetário Internacional (FMI)
reduziu nesta terça-feira sua projeção de crescimento econômico para o Brasil em 2014 a 1,8%, ante 2,3% previstos no início do ano. Em seu relatório "Perspectiva Econômica Global", o FMI ainda revisou para baixo sua perspectiva sobre a atividade econômica brasileira para 2015, de 2,9% para 2,7%. Em 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 2,3%, considerado um baixo ritmo. O próprio relatório Focus, do Banco Central, preparado a partir da análise de dezenas de analistas de mercado, já diminuiu de 2% para 1,63% sua estimativa para o crescimento econômico do ano desde janeiro.

Segundo o FMI, a economia brasileira está sendo afetada pelas restrições de oferta no mercado interno, especialmente em infraestrutura, e pelo contínuo fraco crescimento do investimento privado. Também pesa a "perda de competitividade e a baixa confiança empresarial". O órgão internacional também chamou a atenção para a inflação no país, que tem se mantido elevada e próxima do teto da meta oficial (6,5%) e cada vez mais distante de seu centro (4,5%). A estimativa do FMI é que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche 2014 a 5,9% e 2015 a 5,5%.

O FMI também projetou que o déficit em conta corrente do Brasil ficará em 3,6% do PIB em 2014 e em 3,7% em 2015. O aumento do endividamento do país e a política fiscal duvidosa, aliados ao baixo crescimento econômico, fizeram com que a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixasse o rating soberano do Brasil no mês passado.

Ainda segundo o relatório, a recuperação global vai se fortalecer este ano conforme a produção em economias avançadas se recupera. Contudo, o FMI alertou para os riscos crescentes em economias emergentes, assim como fez a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta terça-feira.

O órgão estimou também um crescimento menor para a economia mundial, de 3,9% para 2014 e 3,6% para ano que vem. Em sua opinião, é preciso elevar a capacidade produtiva mundial e evitar um período prolongado de crescimento lento.

08.04.2014


Beijinho no ombro, massa cinzenta na bunda e o desmonte da nação




valesca

Com a devida licença daquele famoso e gazeteiro comunista de botequim, “nunca antes na história deste país” a população foi tão achincalhada em seus direitos mais básicos, como é o caso do acesso à educação de qualidade.

Levando-se em conta que a única especialidade da esquerda é socializar o caos, os esquerdopatas tupiniquins estão a cumprir fielmente a cartilha burra e retrógrada de Havana.

Apostam em uma luta de classes para instalar no País um regime totalitarista, mas enquanto isso não acontece preferem emprenhar o cotidiano com polêmicas descabidas, que servem para esconder as infindáveis roubalheiras oficiais.

A polêmica do momento, à qual os palacianos em breve cunharão a própria marca, envolve a funkeira Valesca Popozuda, que em prova de Filosofia aplicada a alunos do ensino médio de Taquatinga, no Distrito Federal, foi incensada à condição de pensadora contemporânea.

O responsável – na verdade é um irresponsável – que criou a questão alegou depois da repercussão do caso que tudo foi pensado para provocar polêmica. Não contente com a dimensão do seu desvario, o tal professor confirmou que Valesca Popozuda é, sim, uma pensadora contemporânea.

E justificou a sandice do próprio raciocínio com a tese de que a funkeira conseguiu criar uma polêmica nacional com a música “Beijinho no Ombro”.

A considerar como válida (sic) a tese esdrúxula do professor, nessa barafunda chamada Brasil um pensador é aquele que consegue provocar polêmica, não importando a capacidade de raciocínio e muito menos a lógica do pensamento. Isso significa que um jumento qualquer – refiro-me aos quadrúpedes, pois a zootecnia mostra que há jumentos bípedes também – que decidir tirar uma soneca na rampa do Palácio do Planalto certamente será elevado à categoria de pensador contemporâneo. Até porque, a imprensa há de entender que o jumento provocou uma enorme polêmica ao impedir o acesso de seus iguais ao centro do poder.

Alguém que consegue enxergar Valesca Popozuda como pensadora contemporânea por certo levou um coice no cérebro e perdeu a capacidade cognitiva do raciocínio.

Como o próprio nome artístico da pensadora do momento sugere, toda popozuda tem a massa cinzenta instalada na bunda, parte do corpo feminino que há séculos é preferência nacional.

No momento em que mulheres aceitam que a inteligência seja auferida no quadril – sendo que quanto maior o derrière, mais impressionante e cobiçada é a qualidade do tutano – não devem reclamar as representantes do sexo feminino que têm a bunda na alça de mira da cobiça do universo masculino. Até porque, o machismo tropical já demonstrou ao longo do tempo sua obsessão pela inteligência do sexo oposto.

O mais impressionante nesse imbróglio educacional não é postura burra do professor ao defender a sua criação, possivelmente a única a ser comentada nacionalmente em toda a carreira, mas a reação da funkeira popozuda, que alega ter o direito de ser uma pensadora.

Valesca foi mais longe e nas redes sociais escreveu que trabalhará muito para fazer jus ao título de pensadora. Ou seja, a bunda da popozuda tende a crescer ainda mais, até porque nessa louca Terra de Macunaíma o QI de uma mulher está diretamente relacionado ao tamanho do quadril. Não era assim, mas de uns tempos para cá a coisa mudou de figura. E de lugar também.

Sou do tempo em que a inteligência não frequentava lugares tão baixos como a bunda, mas reconheço que a situação atual aponta para o futuro nada sombrio de um país que é refém da ignorância do povo, algo que só interessa aos políticos profissionais e totalitaristas.

Como toda pessoa desprovida de inteligência e conhecimento, Valesca Popozuda tenta minimizar a polêmica abusando do populismo. A “pensadora” afirma que é preciso se preocupar com temas mais importantes, como a defesa de um salário digno para os professores.

Fico pensando se prospera essa ideia absurda da pensadora contemporânea e a funkeira, acreditando no inacreditável, decide concorrer a uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Lá, na sisuda ABL, Popozuda será obrigada a fazer do fardão acadêmico uma espécie de burka da própria bunda, quer dizer, dos neurônios, não podendo dessa forma exibir aos colegas da “intelligentsia” nacional os seus dotes intelectuais.

Por isso, caríssimas e diletas leitoras, com derrière pequeno ou grande, mole ou duro, caído ou em pé, não levem a ferro e fogo se alguém passar a mão na sua bunda, porque num país em que a degradação corre à solta, o que seria abuso sexual agora não passa de afago na massa cinzenta.

Só não aceite um pé na bunda do namorado, marido ou companheiro, pois essa atitude violenta e nada inteligente pode provocar traumatismo cerebral.

E viva a bunda, porque os neurônios caíram em desgraça!

(*) Ucho Haddad é jornalista político e investigativo, analista e comentarista político, cronista esportivo, escritor e poeta.

08/04/2014

Mais lama sob o Planalto e o PT. Agora a denúncia envolve o Banco Schahin, a Petrobrás, Celso Daniel e chantagem sobre Lula


  
 

Banqueiro teria atendido pedido de Lula e do PT para pagar chantagem de R$ 1 bilhão feita pelo empresário Ronan Maria Pinto, do ABC, que saberia demais sobre o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel.

O banco Schahin foi beneficiado pela Petrobrás em vários contratos de uma subsidiária e mais tarde foi assumido pelo BMG, um dos envolvidos no Mensalão. A lama corre solta sob o Palácio do Planalto e sob os pés do PT.

Empenhadas em impedir investigações do Congresso sobre a Petrobrás, a presidente Graça Foster e até a presidente Dilma Roussef, o PT e seus aliados, já envolvidos até a medula nos casos de Pasadena, da holandesa SBM e também o "legado" deixado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava-Jato, tem mais um pepino para administrar:

-Trata-se da relação entre a estatal e o grupo Schahin, do empresário Salim Schahin, que obteve contratos de cerca de R$ 10 bilhões com arrendamentos de plataformas.

. Reportagem deste fim de semana da revista Veja, aponta que a Schahin cresceu na Petrobras depois uma negociação intermediada pelo publicitário Marcos Valério, segundo o mesmo afirmou em depoimento secreto ao Ministério Público. Este caso tende a crescer nos próximos dias e deve ser o próximo cavalo de batalha da oposição, em sua cruzada para instalar a CPI da Petrobras. Schahin teria sido o responsável por fazer cessar uma suposta chantagem do empresário Ronan Maria Pinto, do ABC paulista, contra integrantes do Partido dos Trabalhadores.

Sob os holofotes, ele já vinha despertando a atenção de parlamentares. Há poucos dias, um requerimento apresentado pelo deputado Carlos Magno, de Rondônia, foi aprovado pela comissão de fiscalização e controle. O motivo: a empresa, do empresário Salim Schahin, foi condenada em cerca de R$ 1 bilhão num processo arbitral em razão do rompimento de uma barragem, a de Apertadinho, que estava sob sua responsabilidade, em Rondônia.

“Como já confirmado por esta Comissão, o grupo Schahin e seus acionistas são prestadores de serviços e arrendatários de plataformas e navios para a Petrobras, em contratos que perfazem um valor global superior a 10 bilhões de reais”, diz o texto do requerimento.

“Com essa condenação o impacto financeiro sobre o grupo Schahin pode afetar sua situação financeira, fazendo com que o mesmo pare de performar seus contratos com a Petrobras”.

. Antes dessa condenação, a Schahin já havia sofrido outro revés, com a intervenção no Banco Schahin, instituição financeira que acabou sendo incorporada pelo BMG. 

 08.04.2014