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sábado, 28 de julho de 2012

Lula vai à guerra para defender legado



Após deixar o governo com aprovação recorde e ter eleito Dilma como sucessora. ex-presidente age para tentar provar o que chama 'farsa do mensalão'

Notícia
Vera Rosa e Débora Álvares
O Estado de S.Paulo

Um ano e meio após descer a rampa do Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tem uma obsessão: provar que o mensalão foi "uma farsa" montada para apeá-lo do poder.

Até agora, não conseguiu.

Mesmo depois de eleger a desconhecida Dilma Rousseff como sucessora, Lula trava uma guerra para defender seu legado.

Sem nunca dizer quem o traiu, ele comprou brigas e perdeu batalhas.
Nos últimos meses, seus movimentos foram criticados nos bastidores até por réus do PT no processo, que temem uma resposta dura do Supremo Tribunal Federal (STF) às pressões políticas.
Dida Sampaio/AE
Lula comprou brigas e perdeu batalhas mas não disse quem o traiu

"A CPI foi uma burrada"
, afirmou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, em recente conversa com amigos.

Antes defensor da estratégia traçada por Lula para estimular a criação da CPI do Cachoeira, e fulminar adversários, o mais conhecido réu do mensalão já admite que o plano deu errado por criar um clima de hostilidade prejudicial ao julgamento do Supremo.

Lula, porém, não compartilha da mesma opinião.

Em reunião com petistas, na semana passada, o ex-presidente avaliou que, apesar dos percalços, a CPI conseguiu reunir munição contra rivais e apontar a ligação do contraventor Carlos Cachoeira com o PSDB do governador de Goiás, Marconi Perillo.

O plano do PT, no entanto, era muito mais ambicioso. Na tentativa de desconstruir a denúncia de corrupção produzida pelo Ministério Público e desqualificar seus algozes, petistas tinham como alvos preferenciais na CPI o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o ministro Gilmar Mendes, do STF, e setores da imprensa.

Em abril, Lula foi ao encontro de Mendes no escritório do advogado Nelson Jobim, ex-ministro da Defesa, em Brasília.

Segundo o juiz, o ex-presidente queria adiar o julgamento do mensalão - definido como "inconveniente", às vésperas das eleições - e, em troca do "favor", ofereceu proteção a ele na CPI.

Na conversa, Lula teria citado uma viagem a Berlim, na qual Mendes se encontrou com Demóstenes Torres, cassado depois pelo Senado por envolvimento com Cachoeira.

"Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula", disse o ministro do Supremo.

"Foi um papelão o que Gilmar Mendes fez", retrucou o ex-presidente, negando que tenha tentado manipular a CPI para salvar os réus do PT. "Meu sentimento é de indignação."

A avaliação dominante no partido é que Lula caiu numa "armadilha" e acabou contribuindo para acirrar os ânimos perto do julgamento do mensalão.

Antes da polêmica reunião, ele mantinha bom relacionamento com Mendes, que foi advogado-geral da União no governo de Fernando Henrique Cardoso e é muito próximo de José Serra, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo.

Erros. Quando era presidente, Lula convidou Mendes, algumas vezes, para jantar no Palácio da Alvorada. Guiomar, mulher do ministro do STF, ficou amiga da primeira dama Marisa Letícia.

O voto dele a favor de Dirceu era considerado "provável" por petistas. Hoje, ninguém no PT se arrisca nessa direção.

Lula costuma socializar os erros, como fez recentemente, após aparecer ao lado do deputado Paulo Maluf (PP-SP), novo aliado do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.

"Nós já fizemos aquela c... da foto com Maluf"
, desabafou ele, de acordo com relato de dois interlocutores.

No caso do empurrão dado para a abertura da CPI, no entanto, Lula não teme o efeito bumerangue, embora a comissão tenha sido instalada contra a vontade de Dilma.

Após o tratamento de cinco meses para combater um câncer na laringe, o ex-presidente patrocinou várias outras articulações para livrar o PT e seu governo do carimbo da corrupção.

"Nunca houve campanha mais infame contra um partido como a que foi feita contra o PT em 2005", insiste ele.

"Eu não fiquei com raiva nem ódio de ninguém, mas quero ser julgado pelo que fiz, e não pelo que não fiz. O que queriam naquela época era o impeachment do Lula"
, disse Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do PT saudado por militantes aos gritos de "Delúbio, guerreiro do povo brasileiro", na última terça-feira.

Único expulso do PT após o escândalo - e reintegrado no ano passado -, Delúbio sempre foi o homem da confiança do ex-presidente.

Dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) antes de cuidar do caixa petista, ele entrou na Executiva Nacional do partido puxado por Lula, nos anos 1990. Em 2002, deixou de disputar uma vaga na Câmara dos Deputados porque o então candidato não quis liberá-lo da tarefa de arrecadar recursos para a campanha. Até hoje os dois são amigos.

O PT soube manter um discurso afinado para blindar Lula na maior crise enfrentada pelo partido e pelo governo. "A questão é que o Lula não era identificado como responsável pelo mensalão", diz o cientista político Vitor Marchetti, da Universidade Federal do ABC.

"Habilidoso, ele conseguiu se distanciar do escândalo, afastando a percepção de que tenha participado desse esquema."

Na prática, Lula saiu ainda mais forte da crise do mensalão. Além de se reeleger em 2006 com quase 61% dos votos, conseguiu fazer Dilma sua sucessora, embora ela nunca tivesse sido candidata antes.

O ex-presidente terminou o segundo mandato com 87% de aprovação pessoal, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), em parceria com o Instituto Sensus.

Todas as investigações sobre o escândalo – na Polícia Federal, em CPIs, na imprensa – produziram provas


  Tudo sobre o mensalão

Em cima delas, os juízes decidirão o destino dos réus

DIEGO ESCOSTEGUY (TEXTO)
E ORLANDO BRITO (FOTOS)
COM MARCELO ROCHA E MURILO RAMOS

ÉPOCA

A verdade é verdade
Sem apelação"
William Shakespeare,
Medida por medida

Sete anos, um mês e 22 dias depois, o passado está vivo. Ainda não é nem passado, como escreveu o romancista americano William Faulkner.

Parece que foi ontem, parece que nunca aconteceu: o dia em que o deputado Roberto Jefferson revelou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva botara o Congresso no bolso. Era 6 de junho de 2005, nascia o mais grave escândalo de corrupção da história recente do Brasil.

Dias depois, Jefferson afirmou diante das câmeras de televisão:

“É voz corrente em cada canto desta Casa, em cada fundo de plenário, em cada banheiro, que o senhor Delúbio, tendo como pombo-correio o senhor Marcos Valério, um carequinha que é publicitário lá em Minas Gerais, repassa dinheiro a partidos que compõem a base de sustentação do governo, num negócio chamado mensalão”.

Jefferson acusou o deputado José Dirceu, então primeiro-ministro informal do governo, de comandar o esquema. Contou que advertira o presidente Lula sobre a mesada – e ele, no mínimo, nada fizera.

A política brasileira, ainda se recuperando do impeachment do primeiro presidente eleito desde a ditadura militar, deparava com a possibilidade de um segundo.



O impeachment não aconteceu.

Seguiram-se investigações sobre o caso em CPIs no Congresso, na Polícia Federal, na imprensa e na Procuradoria-Geral da República.

Todas – todas – produziram provas e constataram que Jefferson contara, na essência, a verdade: o PT, sob a liderança de Dirceu, montara um esquema de pagamento maciço de dinheiro em troca de apoio político no Congresso.

Altos representantes do Poder Legislativo se venderam a altos representantes do Poder Executivo.

Não há caso que se compare em gravidade e dimensão institucional.

É por isso que, a partir das 14 horas desta quinta-feira, os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, os mais altos representantes do Poder Judiciário, darão início ao julgamento mais importante na história da corte.

Um julgamento que mostrará a maturidade da democracia brasileira – e que, sejam os réus absolvidos ou condenados, porá fim ao passado.



COMENTÁRIO


Desde o fatídico dia em que a bandidagem petista se apoderou do governo, o Brasil vive afundado numa lama fétida, que não tem prazo para esgotar-se.

A verdade é a verdade, sem apelação.




Walquiria Faria


28/07/2012

Mensalão foi o maior caso de corrupção do país, diz Gurgel


 
Procurador da República encaminhou uma última manifestação ao STF

No texto, ele afirma aos ministros do Supremo que esquema foi o 'mais atrevido e escandaloso' já flagrado no Brasil

FELIPE SELIGMAN

DE BRASÍLIA
Folha de São Paulo

Em sua última manifestação formal antes do início do julgamento do mensalão, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou aos ministros do Supremo Tribunal Federal um documento no qual afirma que o caso foi "o mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil".
A expressão faz parte de um vasto memorial que foi entregue na última semana aos 11 integrantes do Supremo e obtido pela Folha. O julgamento começa na quinta.
Ao enviar o material, Gurgel visa facilitar o trabalho dos ministros, caso advogados contestem provas citadas pela acusação, ou afirmem que não existem indícios sobre um ou outro ponto.
O que Gurgel fez foi pinçar das mais de 50 mil páginas do processo o que chamou de "principais provas" contra os acusados. Esses documentos (como perícias, depoimentos e interrogatórios) foram separados pelo nome de cada réu, em dois volumes.
Nos últimos dias, advogados de defesa também entregaram os seus memoriais.
No texto em que Gurgel chama o mensalão de o mais "escandaloso esquema", o procurador retoma uma frase que usou nas alegações finais, enviadas ao Supremo no ano passado, quando havia dito que a atuação do STF deveria servir de exemplo contra atos de corrupção.
Agora, diz que "a atuação do Supremo Tribunal Federal servirá de exemplo, verdadeiro paradigma histórico, para todo o Poder Judiciário brasileiro e, principalmente, para toda a sociedade, a fim de que os atos de corrupção, mazela desgraçada e insistentemente epidêmica no Brasil, sejam tratados com rigor necessário".
Em outro ponto, ele afirma que o mensalão representou "um sistema de enorme movimentação financeira à margem da legalidade, com o objetivo espúrio de comprar os votos de parlamentares tidos como especialmente relevantes pelos líderes criminosos."
Em sua manifestação final, Gurgel tentou relembrar alguns detalhes fundamentais, como o papel do núcleo financeiro do esquema.
"Impressiona constatar que as ações dos dirigentes do Banco Rural perpassaram todas as etapas do esquema ilícito, desde sua origem (financiamento), passando pela sua operacionalização (distribuição) e, ao final, garantindo a sua impunidade pela omissão na comunicação das operações suspeitas aos órgãos de controle", afirma.

Ao resumir o que a ação contém, o procurador concluiu: "Colheu-se um substancioso conjunto de provas que não deixa dúvidas à procedência de acusação Postado por movimento da ordem vigilia contra corrupção


O palavrório de Rui Falcão derrapa em Duda Mendonça e naufraga nas Bahamas junto com o golpe inventado por Lula para encobrir o escândalo do mensalão





Por Augusto Nunes
“Está previsto para a próxima semana o julgamento da Ação Penal 470, apelidada por um ex-deputado e pela mídia como ‘mensalão’, começa a discurseira de Rui Falcão no vídeo divulgado nesta sexta-feira.
“Não houve pagamento, nem mensal nem a qualquer título a parlamentares para votarem a favor do governo”, mente o presidente do PT alguns segundos e dezenas de piscadas adiante. “Os repasses de recursos destinados a pagar despesas de campanha de diretórios do PT e de partidos aliados não guardavam relação com apoio a projetos do governo”.

O ex-jornalista que rompeu relações com a verdade deu azar outra vez: a conversa fiada bateu de frente com a reportagem do Estadão que divulgou, também nesta sexta-feira, as mudanças introduzidas pelos novos advogados do publicitário Duda Mendonça e sua sócia Zilmar Fernandes Silveira nas alegações finais encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal.

Rui Falcão faz o que pode para rebatizar a grande bandalheira de “Ação Penal 470″ (ou “AP-470″, que soa melhor ainda por ocultar o palavrão “penal”). O documento redigido em junho prefere usar o velho nome de guerra.

“Duda Mendonça é uma figura externa, alheia ao ‘esquema do mensalão’ e à ‘organização criminosa’”, afirmam os defensores do ex-marqueteiro do rei.

“Dos 38 acusados, 36 teriam alguma relação com o ‘mensalão’ por terem determinado a realização, realizado, recebido ou intermediado o recebimento de pagamentos que teriam como objetivo arregimentar apoio político ao governo do PT no Congresso”. Não é o caso de Duda e Zilmar, argumentam.

Acusados de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta, Duda e Zimar confirmam ter recebido numa conta bancária aberta nas Bahamas R$ 10 milhões depositados por Marcos Valério, gerente-geral do mensalão. 10,5 milhões numa conta bancária aberta pelos clientes nas Bahamas.

Mas ressalvam que a quantia era parte dos R$ 25 milhões que o PT lhes devia pela prestação de serviços de publicidade e propaganda na campanha presidencial de 2002 ─ e que a forma de pagamento foi imposta por Marcos Valério.

Diferentemente dos demais acusados, afirma o documento, Duda e Zilmar “entabularam com o PT uma relação legal, formalizada em contrato investido de objetivo lícito, para a execução de atividades legais efetivamente prestadas”.

Os advogados também argumentam que os dois clientes foram pagos pelo trabalho feito em 2002 ─ antes, portanto, que a engrenagem do mensalão fosse posta em movimento.

Traduzido do juridiquês para língua de gente, o documento sustenta que Duda está dizendo que só está no banco dos réus por ter sido forçado a optar entre a fórmula criminosa e o calote.

Se não topasse a bandidagem, disse o publicitário ao depor na CPI dos Correios, não receberia um único centavo de Marcos Valério, que fez a advertência em nome do PT. Valério jura que não fez nada sem a autorização de Delúbio Soares.

Delúbio jura que não fez nada sem a autorização da direção do PT. Os Altos Companheiros não faziam coisa alguma sem a autorização do onipresente José Dirceu.

O chefe da Casa Civil garante que não fez nada sem a autorização do presidente Lula. Lula diz que nunca soube de nada.

Desde a descoberta do escândalo em 2005, o professor de tudo não deu um pio sobre as revelações do homem que inventou o Lulinha paz e amor.

Não há o que dizer sobre um episódio que não se encaixa na fantasia parida para driblar a montanha de provas e evidências.

Se o mensalão foi uma trama golpista forjada pela oposição para derrubar o governo, onde é que entram os R$ 10,5 milhões depositados nas Bahamas?

Como justificar o uso de um caminho que passa pela lavagem de dinheiro, faz escala na evasão de divisas e, em países sérios, acaba na penitenciária?

Obediente ao chefe supremo, Rui Falcão também não toca no assunto. Se cinismo desse cadeia, nenhum dos dois escaparia da prisão perpétua.
8/07/2012

Mensalão: o ministro que construiu a carreira defendendo o PT


Justiça

Ministro do STF tem carreira vinculada ao PT e advogou para José Dirceu. Mas dá sinais de que não vai se declarar impedido no julgamento do mensalão


Veja on line
Gabriel Castro
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli: longo voto adia decisão sobre o tempo no horário eleitoral para partidos criados após as eleições de 2010

(Felipe Sampaio/SCO/STF)

O Supremo Tribunal Federal (STF) é composto por 11 integrantes, mas é possível que um deles não esteja presente durante o julgamento do mensalão, que terá início na quinta-feira: José Antonio Dias Toffoli.

Com um longo histórico de ligação com o PT, ele tem sido pressionado a se declarar impedido no julgamento.

Até agora, Toffoli tem repetido a interlocutores o que afirmou durante sua sabatina no Senado, em 2009: "Aplicarei as hipóteses legais diante de casos concretos que dizem respeito a impedimento e suspeição. Eles serão por mim levados em consideração. O fato de ter atuado em ações eleitorais para o presidente da República é algo do passado, já não faz mais parte da minha vida", argumentou.

VEJA desta semana, entretanto, traz mais uma mostra de como a situação do magistrado é delicada: Toffoli advogou, em 2000, para o próprio José Dirceu, apontado pelo Ministério Público Federal como "chefe de organização criminosa" no caso do mensalão.

A trajetória do ministro foi construída à sombra do PT e de seus braços institucionais. Ele iniciou a carreira em 1991, como consultor jurídico da Central Única dos Trabalhadores (CUT), historicamente atrelada ao PT. Depois, foi assessor do partido na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Por seis anos, Toffoli advogou para a liderança do PT na Câmara Federal. Na gestão da petista Marta Suplicy à frente da prefeitura de São Paulo, foi chefe de gabinete da Secretaria de Implementação das Subprefeituras.

Ele trabalhou para o PT e para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em três eleições consecutivas.


Em 2002, o partido pagou o publicitário Duda Mendonça com recursos de caixa dois em uma conta no exterior. O episódio veio à tona justamente durante o escândalo do mensalão e transformou o marqueteiro em um dos réus do processo que Toffoli poderá julgar.

Sob a guarida de José Dirceu, o ministro também ocupou a subchefia para assuntos jurídicos da Casa Civil no primeiro governo Lula. Em julho de 2005, no mês seguinte ao estouro do mensalão, deixou o governo para dedicar-se à advocacia privada. Voltou em 2007 como advogado-geral da União, a última escala antes de chegar ao STF.

Além de toda a trajetória, a mulher dele, Roberta Maria Rangel, advogou para três réus no processo: José Dirceu, Paulo Rocha e Professor Luizinho.

Clipe do jingle #SerraJá web


Clipping da campanha de Serra para prefeito
 



Mensaleiros em ação – Gilmar Mendes: “Pensei que eles fossem me acusar de ter matado Celso Daniel…” Ou: Atenção, ministros do STF: A quadrilha os está chantageando! Ou vocês fazem o que ela quer ou ela promete difamá-los


Tudo vale a pena se a grana não é pequena




O jogo é pesado! Aquele negócio que se confunde com imprensa e que hoje atua a serviço do petismo, do governismo e dos mensaleiros perdeu a noção de qualquer limite


Por Reinaldo Azevedo

Nadando na dinheirama de governos petistas e das estatais e certa da impunidade — apostando, de resto, na lentidão da Justiça —, essa gente publica qualquer coisa, o que lhe der na telha, o que o chefe mandar.

A Carta Capital, comandada pelo notório Mino Carta, cuja independência é conhecida, certo? — resolveu anunciar a existência de uma suposta lista de beneficiários do chamado “mensalão mineiro”.

Nela estariam o ministro Gilmar Mendes (claro!), a Abril (por que não? Duas parcelas de R$ 49,5 mil!!!), ministros de FHC e o próprio ex-presidente.

É estupefaciente! Há indícios de que o papelório foi forjado pela mesma quadrilha que falsificou a lista de Furnas. Saibam os senhores: bandidos estavam tentando emplacar essa nojeira na imprensa séria faz algum tempo. Todos sentiram o cheiro da farsa e caíram fora. Menos a “Carta Capital”, que, afinal, tem uma missão. Exatamente porque conhece o cheiro da farsa.

O jogo é conhecido. A revista lança a porcaria, a rede suja na Internet, igualmente financiada por dinheiro público, encarrega-se de pôr a coisa pra circular, a difamação se espalha, gera movimento e, depois, ninguém mais fala do assunto. Trata-se de um último esforço para tentar tirar Mendes do julgamento do mensalão.

Eu não sei qual será o voto do ministro. Só ele sabe. Se Zé Dirceu tem motivos para temê-lo — daí o esforço para tirar o ministro do julgamento —, não deve ser diferente com Marcos Valério, certo? Nessa perspectiva, ele próprio poderia desejar o mesmo. Não obstante, sua defesa divulgou uma nota, que reproduzo abaixo. Volto em seguida:
              NOTA À IMPRENSA

A defesa de Marcos Valério Fernandes de Souza manifesta sua perplexidade com o teor de matéria publicada nesta data pela Revista Carta Capital. Trata-se, lamentavelmente, de reportagem baseada em documentos e informações falsas. Ao que tudo indica, documentos provavelmente produzidos por pessoa notoriamente conhecida por seu envolvimento em fraudes diversas em Minas Gerais, que recentemente esteve preso acusado de estelionato e que, inclusive, seria beneficiado, de forma no mínimo curiosa, no próprio documento falsificado.

A defesa de Marcos Valério reitera seu respeito e confiança no Poder Judiciário, especialmente no Supremo Tribunal Federal, manifestando seu repúdio a qualquer dúvida que seja levantada sobre a credibilidade, a capacidade jurídica e a imparcialidade do Ministro Gilmar Mendes. Trata-se de magistrado que exerce suas funções de forma exemplar, dignificando seu exercício no Pretório Excelso.

Repita-se: a matéria baseia-se em documentos e informações falsas, cujo teor são veementemente rechaçados por Marcos Valério Fernandes de Souza. Os dois documentos constantes da publicação não foram produzidos ou assinados pelo mesmo, parecendo ser mais uma montagem do conhecido falsário.


Marcos Valério aguarda, com serenidade, o início do julgamento da Ação Penal nº 470 pelo Supremo Tribunal Federal.

Belo Horizonte, 27 de julho de 2012
Marcelo Leonardo
Advogado Criminalista e defensor de Marcos Valério

Voltei

O curioso é que a lista reproduzida na revista não traz o nome do ministro, apresente só na peça difamatória que circula na Internet.

Até onde essa gente pode ir, alimentada com dinheiro público? Eis uma boa questão.

Falei há pouco com o ministro.

Não resta outra reação que não a ironia:

“Nossa!

Que coisa!

Cheguei a pensar que eles fossem me acusar de ter matado o prefeito Celso Daniel…

Mas acho que eles sabem que não fui eu, como sabem que essa lista é uma farsa, coisa de bandidos!”

STF refém

A quadrilha que faz essas coisas está mandando um recado aos ministros do Supremo: aqueles que não votarem “direitinho” poderão ser vítimas da rede de difamação.

E, como a gente vê, eles não distinguem verdade de mentira.
Que coisa asquerosa!

Esse mercado deve operar mais ou menos com a lógica vigente no submundo dos matadores de aluguel, cangaceiros e pistoleiros. A depender do serviço, sobe o preço.

Tudo bem!

O dinheiro público dá conta do recado.

É um saco sem fundo.

Tudo vale a pena se a grana não é pequena.

De resto, havendo uma condenação na Justiça, tem quem paga: nós!


27/07/2012

Celso Arnaldo abre a Olimpíada com a arrasadora apresentação da presidente: ‘Dilma em Londres: com 2:21, recorde olímpico de nada sincronizado’






Augusto Nunes
Nosso enviado especial a Londres abre a cobertura dos Jogos Olímpicos com mais um texto que merece medalha de ouro. (AN)
POR CELSO ARNALDO ARAÚJO

Dois dias antes da abertura oficial dos Jogos, Dilma já brilhava – favoritíssima – em sua versão particular das Olimpíadas.

Ontem, no London Film Museum, participou da primeira prova – o Lançamento de Campanha, modalidade em que os petistas são atletas imbatíveis.

Essa, no caso, tem como mote a “Promoção Turística do Brasil no Exterior”, mais conhecida como PT do BE.

Em 2:21, incluindo o alongamento na descida da escada do Aerolula e os push-ups na língua para os “how do you dos” da fila dos cumprimentos no aeroporto de Heathrow, a SuperDilma bateria a marca olímpica, desde 776 a.C, de Nada Sincronizado, o que não constitui surpresa: há mais de dois anos, com afinco e disciplina, ela se prepara para estabelecer recordes sucessivos na modalidade, ao não dizer coisa com coisa e vice-versa, de trás para frente.

A vitória iminente não lhe subiu à cabeça, a exemplo dos neurônios. Logo na largada, fez homenagem a outra superatleta, Hortência Marcari, presente na arquibancada:

“Eu queria dizê que, em uma homenagem às Olimpíadas”, iniciou, calando aqueles que temiam que ela homenageasse a Copa de 2014, “esse evento foi apresentado por uma das maiores jogadoras de basquete brasileiro de todos os tempos, a Hortência”, lembrando aos ingleses que só nós praticamos o basquete brasileiro.

“Pra nós, é um orgulho trazê aqui uma pessoa com a qualidade esportista da Hortência”.

Em cem anos, centenas de livros terão sido escritos sobre Hortência — mas nenhum conseguirá definir seu talento com a precisão desta cesta de trinta pontos:

– A qualidade esportista da Hortência.

Olímpica conhecedora do esporte brasileiro, Dilma então define, com muita felicidade, nossa vocação nos campos e quadras:

“O Brasil é um campeão dos jogos coletivos. A Hortência faz parte desse orgulho que nós temos, dessa trajetória do futebol, no basquete, no vôlei, no handebol”, diz a presidente do país que nunca foi campeão olímpico de futebol, basquete e handebol.

Uma legítima campeã olímpica tem o direito de jogar para a galera e até de avançar no tempo – e sem doping:

“Saudamos essas Olimpíadas que são, sem dúvida nenhuma, a melhor Olimpíada realizada até agora”, diz Dilma, talvez deixando escapar o que decorou para dizer lá pelo dia 5 de agosto.

Não. Ela explica, sem perder o prumo:

“Nós no mundo temos de fazer sempre, a última Olimpíada tem de ser sempre a melhor Olimpíada de todos os tempos. Eu tenho certeza que aqui em Londres nós vamos vivê esse espetáculo”.

Sim, um espetáculo. Como o convite irresistível de Dilma aos ingleses, dentro do espírito olímpico:

“Todos vocês serão muito bem recebidos. E de fato, venham se encontrar no Rio de Janeiro, também venham se encontrar conosco”.
As Olimpíadas 2016 serão, portanto, os Jogos da Amizade. Ela marcha célere para o recorde:

“E vamos todos, como disse aqui tanto o ministro Gastão…

Um momento: ministro Gastão? Seria uma espécie de heterônimo ou de apelido válido para todos os ministros envolvidos com os preparativos da Copa 2014 e da Rio 2016?

Não, espere.

Seria o Gastão que substituiu Pedrinho Novaes no Ministério do Turismo no ano passado?

Por onde andou esses meses todos?

O que fez?

O que deixou de fazer?

Quem ouviu falar dele, mesmo remotamente, desde que se tornou ministro do Turismo e antes de ser visto e citado em Londres?

Eis aí um recorde mundial de inação.

Olímpico, quem sabe.

Bem, Gastão, antes da prova, parece ter dito algo como “celebrar a vida”. Dilma agarra o bastão e vai em frente, perto da linha de chegada:

“Porque na verdade uma das grandes celebrações da vida é o esporte”, arrisca ela, sem muita convicção. Mas a vitória já estava assegurada. Dilma já “celebrava a vida”, o que quer que seja isso.

Hoje, já com a medalha de ouro ao peito, Dilma bateria outro recorde – noticiado agora há pouco pelo Blog do Planalto, mas ainda sem o vídeo correspondente.

Após as vitórias do Brasil no futebol feminino e masculino, chutou de primeira:

“Estamos aqui torcendo para que essa Olimpíada que vai começar, que já começou, que nós, aliás, começamos com o pé direito, muito bem começado, e estamos agora, inclusive, continuando esse começo de vitória.

Os Jogos de Londres já começaram muito bem começados para o Brasil com o recorde de Dilma.



27/07/2012 

NA CAPA DA VEJA, O MENSALÃO E O RÉU




 OU: O “PLANO D”
DE JOSÉ DIRCEU ERA FUGIR DO BRASIL!




Esta é a capa da VEJA desta semana, com os seguintes destaques:

1 – “Os planos A, B e C de Dirceu – O D era sair do Brasil: ‘Sair clandestino de novo não custa nada’”

2 – “O julgamento de A a Z: um guia para seguir o processo e entender as manobras dos advogados”

3 – “O petista José Dirceu e mais 37 acusados no caso do mensalão começam a ter seu destino decidido nesta semana no ‘julgamento do século’ no Supremo Tribuna Federal, em Brasília.”




27/07/2012

Imagem do dia


Olimpíadas 2012

Rainha 'salta de paraquedas' escoltada por James Bond


No papel da rainha Elizabeth, dublê salta de paraquedas na abertura dos Jogos Olímpicos de Londres Foto: Reuters


Confira as acusações aos 38 réus do mensalão




Os 38 réus listados no processo do mensalão, que deve ser julgado no início de agosto no Supremo Tribunal Federal (STF), são acusados pelo Ministério Público de diversos crimes no caso deflagrado em 2005 em que parlamentares teriam recebido dinheiro em troca de apoio político ao governo no Congresso Nacional

Notícia
Reuters
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)


A acusação pede que os réus do chamado núcleo político --formado pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoíno, e o ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares-- sejam enquadrados nos crimes de formação de quadrilha, caracterizado pela associação de pelo menos três pessoas para práticas criminosas, e corrupção ativa, ato de oferecer vantagem indevida a funcionário público para que ele pratique ato ilegal.

O grupo teria comandado o esquema, que envolveria desvio de recursos públicos, para negociar apoio político, pagamento de dívidas partidárias e custear gastos de campanhas eleitorais.

Os réus que integram o chamado núcleo operacional --liderado pelo publicitário Marcos Valério-- são acusados ainda de peculato, caracterizado pela apropriação de dinheiro ou bem público ou desviá-lo em benefício próprio ou de terceiro, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

O núcleo operacional teria fornecido a estrutura empresarial para colocar o esquema em prática.

A corte deverá avaliar ainda se dirigentes do Banco Rural, que teriam fornecido recursos financeiros aos outros dois núcleos, serão condenados por gestão fraudulenta de instituição financeira.

Além disso, 34 dos 38 réus são acusados de lavagem de dinheiro.

Confira, a seguir os crimes pelos quais os réus podem ser condenados:
FORMAÇÃO DE QUADRILHA:

-- José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, Marcos Valério, Ramon Hollerbach (sócio de Marcos Valério à época), Cristiano Paz (então sócio de empresas de Valério), Rogério Tolentino (advogado; sócio Valério à época), Simone Vasconcelos ( então diretora administrativo-financeira de uma das empresas de Valério), Geiza Dias (gerente financeira de empresa de Valério na época), Kátia Rabello (ex-presidente do Banco Rural), José Roberto Salgado (ocupou diretoria e vice-presidência do Banco Rural), Vinícius Samarane (também foi diretor do Banco Rural), Ayanna Tenório (em 2004 assumiu a Vice-Presidência do Banco Rural), Pedro Corrêa (ex-presidente do PP), Pedro Henry (liderou a bancada do PP na Câmara), João Cláudio Genu (assessor do deputado José Janene, que também liderou a bancada do PP), Enivaldo Quadrado e Breno Fischberg (administradores da Bônus Banval), Carlos Alberto Quaglia (sócio da corretora Natimar), Valdemar Costa Neto (era presidente do extinto PL; atual deputado pelo PR), Jacinto Lamas (ex-tesoureiro do PL), Antônio Lamas (assessor do PL; irmão de Jacinto)

CORRUPÇÃO ATIVA:

-- José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Rogério Tolentino, Simone Vasconcelos, Geiza Dias, Anderson Adauto (ex-ministro dos Transportes).

PECULATO:

-- Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, João Paulo Cunha (ex-deputado pelo PT, presidia a Câmara dos Deputados), Luiz Gushiken (ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República), Henrique Pizzolato (ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil).

LAVAGEM DE DINHEIRO:

-- Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Rogério Tolentino, Simone Vasconcelos, Geiza Dias, Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane, Ayanna Tenório, João Paulo Cunha, Henrique Pizzolato, Pedro Corrêa, Pedro Henry, João Cláudio Genu, Enivaldo Quadrado, Breno Fischberg, Carlos Alberto Quaglia, Valdemar Costa Neto, Jacinto Lamas, Antônio Lamas, Bispo Rodrigues (ex-deputado pelo extinto PL), Roberto Jefferson (presidente do PTB; delator do mensalão), Emerson Palmieri (era primeiro-secretário do PTB e atuava como tesoureiro informal do partido), Romeu Queiroz (ex-deputado pelo PTB), José Borba (ex-deputado pelo PMDB), Paulo Rocha (ex-deputado pelo PT), Anita Leocádia (era assessora de Paulo Rocha), Professor Luizinho (ex-líder do governo na Câmara, ex-deputado pelo PT), João Magno (ex-deputado pelo PT), Anderson Adauto, José Luiz Alves (assessor do ex-ministro dos Transportes), Duda Mendonça ( publicitário; marqueteiro da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência em 2002) e Zilmar Fernandes (sócia de Duda).

EVASÃO DE DIVISAS:

-- Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Simone Vasconcelos, Geiza Dias, Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane, Duda Mendonça, Zilmar Fernandes.

GESTÃO FRAUDULENTA DE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA:

-- Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius Samarane, Ayanna Tenório.

CORRUPÇÃO PASSIVA:

-- João Paulo Cunha, Henrique Pizzolato, Pedro Corrêa, Pedro Henry, João Cláudio Genu, Valdemar Costa Neto, Jacinto Lamas, Bispo Rodrigues, Roberto Jefferson, Emerson Palmieri, Romeu Queiroz, José Borba.
27 de julho de 2012

sexta-feira, 27 de julho de 2012

QUEM TEM MEDO DO MENSALÃO


Alvaro Dias





Pão e circo.

Depois do show, pizza!

Martha E. Ferreira

‘Saúde, Roberto Jefferson. E cadeia pelos crimes que cometeu’


Feira Livre

Reynaldo-BH:

‘Saúde, Roberto Jefferson.

E cadeia pelos crimes que cometeu’


“Quando me encontro no calor da luta

Ostento a aguda empunhadora à proa,

Mas meu peito se desabotoa.


E se a sentença se anuncia bruta


Mais que depressa a mão cega executa,


Pois que senão o coração perdoa…”


(Chico Buarque – Fado Tropical)

Meu coração tem mesmo um sereno jeito. E eu mesmo me contesto. O que me fez assim? A vida, sem dúvida. Ou o fim dela.

Nada há de mais pesado e cruel que saber-se finito. Todos dizemos saber. Mas vivemos como se imortais fôssemos. Talvez isto nas faça despertar do sono a cada manhã.
E os que infelizmente são colocados frente ao que é inevitável – pelo que dolorosamente aprendi – têm duas reações típicas: a negação ou o medo.

Lula e Chávez, dois exemplos acabados do primeiro comportamento, negam a dor do que vivem.

Como se a negação fosse a saída mágica para uma alternativa inexistente, pois que resta somente a luta para quem a vida resolveu desafiar.

Outros sentem-se impotentes. Desamparados. Assustados. Têm medo, enfim. O medo real que nunca diminui, mas acrescenta. Como eu. Como tantos.

Entre estes figura o deputado mensaleiro Roberto Jefferson.

“Tenho medo”, disse Jefferson ao ser confrontado com a certeza de saber-se menor. De saber-se em mãos de terceiros sem mais nada poder fazer para determinar o futuro. “O comando do navio está em outras mãos”.

Será que existe uma confraria dos assustados?

Dos que se enxergam menores do que imaginavam? Não sei.


Sei que existe uma compreensão que extrapola a quem não vive (ou viveu) a mesma experiência de finitude.

Jefferson é diferente de Lula. Cito só como exemplo. Capaz de produzir frases antológicas (“Tenho medo de você. Pois me provoca os mais baixos instintos!”), e de citar autores que certamente leu, mostra a distância de um bandido letrado para outro, ignorante.

São ambos bandidos.


Ambos surpreendidos pela mesma situação que os faz (ou deveria fazer) rever a postura de vida e o legado que é a transcendência.

Um ri do que o amedronta, como se ôossemos todos crianças a acreditar na força de super-homem. Sem kriptonita.

O outro mostra um resquício de humanidade.

Meu peito se desabotoa com a humildade superior de quem se mostra humano. E se fecha frente aos insensíveis que acham possível controlar até a morte.

Mas, como no verso/canção de Chico Buarque, minha mão cega executa!

Entendo que acima do drama humano sempre estará a cidadania. Além da morte que virá (mais cedo e anunciada para alguns) está a permanência de uma nação, no sentido exato do termo.

Ao homem Roberto Jefferson desejo, de modo sincero, força e pleno sucesso na luta em que as partes são desiguais.

E os homens são sempre a parte indefesa.

O político Jefferson, esse eu espero que o STF condene.

E que cumpra com saúde (sem ironias vulgares) a pena pelo malefício que ajudou a causar a este país.
Uma doença não é habeas corpus, nem mesmo presunção de inocência. É somente uma tragédia.

Que seja enfrentada como tal.

Com sucesso na luta de um ser humano contra a adversidade sempre existente na abreviação acelerada de uma vida.


E que a tragédia política, moral e ética seja paga na justa medida.

Saúde, Roberto Jefferson.

E cadeia pelo que cometeu!


Espero ainda estar vivo para ver estas duas vitórias!


Ao contrário da poesia, coração por vezes não perdoa…


26/07/2012
 

Charges






olimpíadas


fantasia, ficção...

www.sponholz.arq.br



Olhem aí, paulistas e brasileiros! A isto foi reduzida uma das polícias mais eficientes do país!





Por Reinaldo Azevedo
Baixaria, estupidez, ilegalidade, maluquice, violência retórica, acusações levianas, proselitismo político, campanha eleitoral, agressões gratuitas.

Essa é a síntese, como vocês verão, da chamada “audiência pública” realizada ontem no auditório do Ministério Público Federal, em São Paulo, com a participação de outras entidades, notadamente a Defensoria Pública de São Paulo, representada pela buliçosa defensora Daniela Skromov de Albuquerque (post acima).



A estrela do dia foi o procurador Matheus Baraldi, do Ministério Público Federal. Com ampla cobertura da imprensa. Pior do que isso: endosso mesmo, no misto habitual de militância ideológica e ignorância de causa. Ele deu um prazo — sim,vocês entenderam direito! — de três dias para o governador Geraldo Alckmin mudar o comando da PM. Ou… Ou ele promete entrar como uma ação civil pública.

“Mas o que o Ministério Púbico Federal tem a ver com essa história?”, poderia se perguntar alguém.

Rigorosamente nada!


Este senhor exorbita claramente de suas funções. Baraldi, já disse, é imodesto! Ele quer nada menos do que uma intervenção federal em São Paulo porque, segundo ele, o comando da PM perdeu o controle dos soldados.

É inacreditável!

Ainda que o segundo semestre repita o primeiro em números de homicídios, o Estado fechará o ano com 11,4 homicídios por 100 mil habitantes, o que coloca o estado nas últimas posições — se é que não será a última — no ranking nacional.

Não, senhor Baraldi! Os companheiros terão antes de ganhar as eleições. Se ganharem, levarão!

O procurador deveria estar preocupado em saber como andam as nossas fronteiras, por onde entram armas que não fabricamos e cocaína que não produzimos. Mas não! Ele queria aplauso. E o circo foi montado para isso. Uns pobres desavisados aceitaram participar da audiência para tentar demonstrar que as coisas não eram como se dizia ali. Foram linchados moralmente, chamados de “fascistas”, aos berros! Aquilo não passava de uma chacrinha eleitoral e eleitoreira.

Daniela afirmou que a PM de mata pelas costas e se comporta como se estivesse numa guerra. Foi aplaudida. Não se contentou com isso, não! A polícia que, por ano, realiza mais de 300 mil resgates de pessoas em situação de perigo, foi acusada de prestar falsos socorros. A moça perdeu para Ivan Seixas, presidente do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), que acusou o governo de São Paulo de ter uma política errada e criminosa. Num discurso que poderia ser entendido como incentivo à insubordinação, disse que os oficiais têm privilégios que não são garantidos aos praças (não me diga!) e que — agora vem a coisa muito grave — os policiais dispõem de um kit para incriminar as pessoas, composto de armas e drogas. Daniela e Seixas têm provas ou evidências do que dizem? Pra quê? Era uma sessão de linchamento da PM. Sabiam que teriam ampla cobertura da imprensa.

Um certo Rildo Marques de Oliveira, do Centro de Defesa dos Direitos Humanos, não teve o menor medo de ser feliz. Afirmou que o motivo da audiência pública era, vejam só, o aumento do número de homicídios e raciocinou, como quem relinchasse: se a economia cresceu, por que as pessoas estariam se matando? Uma boa pergunta a ser feita ao governador da Bahia, o petista Jaques Wagner, não é mesmo? Mas ele tem a resposta: é que a PM estaria aplicando pena de morte… Ah, bom! Disse que homens que não aceitam participar de grupos de extermínio são demitidos. Pediu o fim da militarização da corporação e conclamou: “Não podemos ter militares de 1964!” Foi aplaudido de pé!

Calma, que está faltando coisa!

A Sheila, que representa uma entidade de defesa de Direitos Humanos no bairro de Sapopemba, acusou a existência de uma lista de adolescentes marcados para morrer na região — pela PM, é evidente! Mas longe mesmo foi Débora da Silva Maria, da ONG Mães de Maio. Mandou ver: “A Segurança Pública tem de ser extinta”. Segundo ela, jornalistas que falam a verdade sobre a PM são ameaçados. É mesmo? Quem?

Não podia faltar ao evento Ariel de Castro, diretor-presidente da Fundação Criança de São Bernardo. Ele é ligado ao prefeito da cidade, Luiz Marinho, que é do PT, vai se candidatar à reeleição e já foi nomeado por Lula candidato ao governo de São Paulo em 2014.

Chamou os policiais de “bandidos de farda”. E a PM e o governo do estado seguiram apanhando, um verdadeiro pelotão de fuzilamento.

O coronel Paes de Lira e o deputado estadual Major Olímpio tentaram fazer a defesa da corporação.

Pra quê?

Foram vaiados, chamados de fascistas, aos berros.

Mal conseguiram abrir a boca.

Ai vigorava a democracia deles.

Ainda bem que a vereadora Juliana Paes, do PT!!!, estava lá para revelar a real natureza do evento. Acusou o governo do estado de “torturas contínuas”.

Fiz uma síntese das delinquências intelectuais e políticas lá ditas. E olhem que falta muita coisa! A PM, segundo o que se disse naquela audiência pública — excitada por uma campanha da imprensa contra a corporação e o governo do Estado como não vejo há anos —, não passa de um centro de tortura, que está completamente fora do controle, existindo apenas para massacrar cidadãos honestos. Os policiais, segundo aqueles valentes, nunca morrem, só matam; nunca salvam vidas, só as condenam; nunca prendem bandidos, só se acovardam; não protegem a população, só a ameaçam.

São Paulo precisa urgentemente importar tecnologia do Rio — se não a de segurança (acho que não é o caso de dobrar os mortos por 100 mil), que seja ao menos a de marketing.

Quando PM do Rio é assassinado, vira mártir e ganha carta de Dilma. Os PMs mortos de São Paulo valem menos do que cães sarnentos.

Quando acontece abuso policial no Rio, trata-se a coisa como exceção; quando acontece em São Paulo, tem-se a suposta expressão de uma rotina.


Lá vou eu citar Caetano Veloso, para sua eventual chateação: este estado paga um certo preço por não olhar quem sobe e desce a rampa!

Refiro-me à rampa do Planalto, é evidente.

Até pensei se não seria o caso de importar, então, Sérgio Cabral.

Mas acho que ele não se daria bem neste ambiente sisudo e sem charme de São Paulo.
E Geraldo Alckmin não sabe dançar na boquinha da garrafa…

27/07/2012

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Secretário de Segurança de SP recorre à Corregedoria contra procurador. E faz muito bem! Inédito: o tal procurador “dá prazo” para governador fazer o que ele quer. É espantoso!




O secretário estadual da Segurança Pública São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, afirmou nesta quinta-feira que vai acionar a Corregedoria do Ministério Público Federal (MPF) para que investigue a conduta do procurador que o acusou de perder o controle sobre as tropas da Polícia Militar

Por Reinaldo Azevedo

 
Na VEJA Online. Volto em seguida.

O procurador Matheus Baraldi Magnani disse, nesta tarde, que pretende abrir uma ação civil pública pedindo o afastamento o comando da PM.

Em nota divulgada pela SSP, Ferreira Pinto afirmou que as declarações do procurador coincidem com o ano eleitoral. Em outubro, serão escolhidos prefeitos e vereadores em todo o país. Em São Paulo, disputam a prefeitura o tucano José Serra, ex-governador, e o petista Fernando Haddad.

“A ideia propalada pelo procurador da República, de que a PM estaria descontrolada e teria que ter o comando substituído, é absurda e capciosa”, afirma o secretário.

“A Polícia Militar é uma instituição preparada e serve de referência a outras polícias do país. É evidente que, numa corporação com mais de 90.000 homens, erros acontecem.”

O secretário lembrou ainda de duas atribuições do governo federal no combate à criminalidade que o MPF tem obrigação de fiscalizar: “Espera-se que o MPF aja com eficiência contra duas das causas principais da criminalidade nos estados – o contrabando de armas e drogas que entram pelas mal patrulhadas fronteiras do país.”

As declarações do procurador foram feitas em audiência pública realizada pelo MPF, Defensoria Pública do Estado e órgãos de defesa dos direitos humanos, na sede da Procuradoria Regional da República, na região central da capital. “Caso o estado de São Paulo não troque imediatamente o comando, ajuizarei essa ação civil nos próximos dias”, afirmou Magnani.

“É oportuno o momento para a troca do comando, mas não apenas isso. Também é necessária a luta pela mudança da estrutura ideológica de apologia ao uso da violência excessiva pelo estado.”

Magnani relembrou o caso do publicitário morto na semana passada durante uma abordagem policial. “Esse caso é gravíssimo, mas só vem a se acrescentar a outros casos tão ou mais graves quanto esse”, disse o procurador. “Esses casos são sequenciais e exigem uma resposta. O problema é estrutural. A perseguição a uma pessoa que não tinha nenhuma chance de escapar fala por si.”

O procurador também pretende encaminhar a representação para o procurador-geral da República, para que ele acompanhe a atuação da PM no estado pelos próximos doze meses. “O mero fato de haver novos órgãos investigando eliminará essa sensação de liberdade irrestrita por parte dos policiais.”

Questionado sobre a interferência da Justiça Federal em um assunto estadual, o procurador afirmou que se baseará em tratados internacionais de direitos humanos para fundamentar o pedido. “Esses tratados podem ser invocados em casos concretos. E essas questões são de competência da Justiça Federal”, afirmou.

“As chances de êxito não dependem de mim, mas a tomada de decisão sim. A minha parte eu pretendo fazer.”

Compareceram à audiência representantes de entidades civis, deputados estaduais, famílias de vítimas e integrantes da Polícia Militar. Em alguns momentos os ânimos ficaram exaltados entre os policiais e as famílias de vítimas. Alguns PMs chegaram a se retirar do auditório em sinal de protesto.

Voltei
É o mínimo que tem de ser feito. E, dessa história, segundo andei pesquisando, não se sabe ainda nem a metade.

Releiam o que vai aí no texto. Deve ser inédita na história do Ministério Público Federal uma iniciativa como a do Matheus Baraldi Magnani: “Ou o governador faz o que eu quero, ou eu vou entrar com uma ação”. Isso não existe! Não está em legislação nenhuma, em manual nenhum, em regimento nenhum!

Pior: o procurador dá uma entrevista coletiva para anunciar esse “procedimento”, em companhia de representantes da Defensoria, que, então, endossam a iniciativa.

Dá para entender por que o Conselho do MP demitiu por 10 a 2 o sr. Magnani, pena comutada em suspensão de três meses: ele é chegado a procedimentos heterodoxos.

Temos agora um procurador da República que usurpa o poder do governador de estado, eleito pelo povo, e decide quem tem e quem não tem de ser demitido.

26/07/2012

Justiça de Jersey mantém processo contra Maluf



Argumentos da defesa do ex-prefeito de SP não foram considerados válidos pela Justiça da ilha britânica; decisão ainda não é a final




Diego Zanchetta e Rodrigo Burgarelli
O Estado de S.Paulo

A Justiça da Ilha de Jersey rechaçou as principais teses da defesa do deputado Paulo Maluf (PP) na ação de repatriação de dinheiro supostamente desviado da Prefeitura de São Paulo durante a sua gestão (1993-1996).

A decisão, do juiz Howard Page da Corte Real de Jersey, foi tornada pública nesta quinta-feira, 26. Dessa maneira, argumentos como a falta de competência da prefeitura para entrar com a ação e uma suposta prescrição dos atos não foram considerados válidos pela Justiça da ilha britânica.


AE
Justiça não aceita tese da defesa de Paulo Maluf

A decisão ainda não é final - ou seja, ainda não houve condenação ou confirmação dos supostos desvios. Mas, para a prefeitura, foi a maior vitória jurídica nesse caso até então. A defesa das empresas offshore Durant International Corporation e Kildare Finance Limited, suspeitas de serem ligadas a Maluf e a seu filho Flávio, tentava a anulação do processo pelos motivos mencionados.

Em relação à competência, a defesa das companhias afirmou que apenas a Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), órgão municipal que realizou os pagamentos supostamente fraudulentos, teria legitimidade para propor a ação. Os advogados também usaram a jurisprudência da Corte de Jersey para afirmar que os prazos processuais estariam inadequados. Ambos os argumentos não foram aceitos pelo juiz, que determinou o prosseguimento do julgamento.

A defesa do deputado ainda não comentou a decisão da Justiça de Jersey. Para os advogados da prefeitura, esse foi “o passo mais importante” no caminho da busca pela devolução de 10,5 milhões de dólares aos cofres municipais.

Segundo a prefeitura e o Ministério Público de São Paulo, o dinheiro depositado em Jersey foi desviado dos cofres públicos durante a construção da avenida Jornalista Roberto Marinho, uma das principais obras da administração Maluf (1993-1996).


26 de julho de 2012

Conheçam Dadá, o agente de Cachoeira ligado ao PT


Já falamos dele, mas vale relembrar:
Dadá colaborou com Protógenes Queiroz, atuou no tal “bunker” da pré-campanha petista por intermédio de Amaury (sim, ele)


Seu nome ressurgiu de forma desabonadora quando estourou o escândalo do Cachoeira. Agora, a coisa piora: foi apontado por dois policiais que atuaram na Operação Monte Carlo de ser o PAGADOR de um “mensalão” a policiais goianos. Leiam um trecho de reportagem desta quarta (25) do Valor Econômico, voltamos em seguida:

A Justiça Federal em Goiânia dará continuidade esta manhã aos depoimentos do processo penal da operação Monte Carlo, em que Carlinhos Cachoeira e outros sete réus são acusados de formação de quadrilha armada, corrupção, peculato e violação de sigilo funcional. O depoimento de Cachoeira e dos outros acusados estava previsto para hoje, mas poderá ser adiado, já que oito testemunhas ainda devem ser ouvidas antes.
Cachoeira e os outros réus estavam presentes ontem no primeiro dia de audiência. Mais magro e abatido, Cachoeira e os demais se sentaram na primeira fila do auditório da Justiça Federal. A previsão inicial era de que ontem fossem ouvidas 14 pessoas indicadas pela acusação e pela defesa, mas só houve tempo para duas testemunhas: os policiais federais Fábio Alvarez e Luiz Carlos Pimentel, que atuaram na Monte Carlo.
Em depoimentos que duraram mais de três horas cada um, eles relataram detalhes encontrados nas investigações, como o pagamento de uma espécie de “mensalão” pelo grupo de Cachoeira a policiais para que colaborassem com o esquema de três formas: passando informações sigilosas sobre operações para fechar casas de jogos, fechando pontos de jogos não autorizados ou garantindo a segurança das casas de integrantes do grupo.
“Havia um pagamento mensal a diversos policiais civis e militares, e quem efetuava geralmente era o Dadá [o sargento aposentado da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, um dos réus no processo]“, disse Fábio Alvarez. Outros pagamentos, disse, foram buscados no escritório de Lenine Araújo de Souza, acusado de ser o contador de Cachoeira, e na casa de Regina Sônia de Melo, ex-servidora da prefeitura de Luziânia (GO).
O policial enumerou episódios em que buscas foram frustradas por causa do vazamento de informações. Relatou uma ocasião em que o agente da PF Wilton Tapajós Macedo, assassinado na semana passada com dois tiros na cabeça em um cemitério em Brasília, foi abordado por policiais militares enquanto cumpria diligências da Monte Carlo. Segundo Alvarez, o agente acompanhava um encontro de supostos integrantes do grupo de Cachoeira, na casa de Regina, quando foi abordado por militares. “Ele teve que usar coberturas para garantir sua integridade e continuar o trabalho”, disse Alvarez, que teria vivido situação semelhante em sua atuação no caso.
Em seguida o policial Luiz Carlos Pimentel, que atuou na operação como chefe substituto de inteligência, detalhou esquemas de contabilidade do grupo. De acordo com ele, a PF encontrou uma planilha na qual o pagamento de propina era identificado como “assistência social”.

Os beneficiários eram identificados por siglas em uma coluna específica. (…) (grifos nossos)
Em texto recente, explicamos de forma didática as ligações Amaury-Dadá-Protógenes. Segundo o próprio Amaury, Dadá teria prestado serviços no bunker da pré-campanha presidencial petista. Segundo policiais federais, em depoimento colhido de forma oficial, Dadá era o “pagador” do esquema Cachoeira.

Sim, o mesmo Dadá que mantinha encontros com Protógenes, hoje deputado – e também atuou na famosa operação Satyagraha.
Seu nome também surgiu num caso de, por assim dizer, “varredura”, agora a mando do governador petista do DF, Agnelo Queiroz.

Dadá trablhava para o PT?

Trabalhava para Cachoeira?

Para ambos?


Somam-se os relatos e as respostas são todas positivas, inclusive com base em DEPOIMENTOS OFICIAIS.

E nenhuma das partes até agora negou coisa alguma. Enquanto isso, a imprensa parece não notar esse fato.

Taí, fica a dica da pauta.

Comecem perguntando o que exatamente fazia Dadá no bunker eleitoral petista, no governo do DF e, claro, também para Cachoeira.

Seguramente, há uma boa história aí.

Governo e PT estendem tapete vermelho a Chávez




Por Eduardo Mota

assessoria de imprensa

Em São Paulo, o PT e o PCdoB, com apoio de movimento sociais e sindicais como UNE, MST e CUT, anunciaram na noite da última terça a criação de um comitê para apoiar a reeleição do presidente venezuelano Hugo Chávez.

Os líderes dos partidos e dos movimentos leram manifestos em solidariedade a Chávez e em apoio à sua reeleição, e prometem estar em Brasília no próximo dia 31 de julho, para festejar o ato oficial em que a Venezuela será admitida no Mercosul.

De sua parte, o governo brasileiro enviou, nesta semana, delegação oficial a Caracas, liderada pelo ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, a fim de iniciar os preparativos para a solenidade de admissão venezuelana no bloco.

Segundo disse Chávez, “estamos acelerando os mecanismos de adesão porque queremos recuperar o tempo perdido”.


Petralha comemora homicídios em SP; demonstro com dados que estado e sua capital apresentam os melhores números do país




A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulgou números sobre a violência no Estado e na capital.

A petralhada se diverte como sabe se divertir um petralha na lama ou no lixo.

Por quê?

Por Reinaldo Azevedo

Houve um aumento do número de homicídios e latrocínios no primeiro semestre deste ano na comparação com o primeiro semestre do ano passado. A delinquência militante — que ignora também a matemática, ou finge ao menos — está comemorando: “Houve aumento, houve aumento!!!” E escrevem pra cá alucinadamente: “Os números desmentem você (petralha ainda não descobriu o pronome oblíquo…)”.

Desmentem uma ova!

Ao contrário.

Os números provam o que tenho evidenciado aqui.

Vamos primeiro ao que está servindo para que os setores da imprensa que odeiam a Polícia e São Paulo façam alarde. Os homicídios dolosos na capital passaram de 482 para 585 do primeiro semestre do ano passado para o primeiro semestre deste; os latrocínios (roubos seguidos de morte da vítima), de 53 para 55.

Em todo o estado, o número de homicídios dolosos subiu, na mesma comparação, de 2014 para 2183; no caso dos latrocínios, caiu de 176 para 174.

De saída, faço uma observação: os casos que costumam gerar grande intranquilidade são os latrocínios. Notem que o número é praticamente estável — no total, houve até queda. Mas o que importa, sei, é a sensação de insegurança. Adiante.

No caso dos homicídios dolosos, houve, sim, aumento. Será essa uma tendência? O tempo vai dizer. Quero chamar a atenção de vocês para um fato importantíssimo.

Digamos que os números do primeiro semestre, que parecem estar no pico (vamos ver), se repitam no segundo: chegaremos ao fim do ano com 4366 homicídios dolosos e 348 latrocínios. Juntarei os dois (como faz o Mapa da Violência): 4714 assassinatos dolosos no ano.

O Estado de São Paulo tem 41.250.000 habitantes — ou 412,5 grupos de 100 mil habitantes. No mundo inteiro, um dos índices de violência é aquele que se mede por 100 mil habitantes. São números do Censo de 2010; hoje, deve haver mais do que isso. Mas fiquemos por aí.

A conta é simples: dividam aqueles 4714 por 412,5: são 11,42 homicídios por grupo de 100 mil habitantes. É claro que é um número alto. Estudos da ONU apontam que a violência deixa de ser epidêmica se esse número cai abaixo de 10: nos EUA, é 5; na Grã-Bretanha, 5,4. No Japão, abaixo de um. Há muito a ser feito.

Ocorre que esse número continua a fazer com que o estado e a capital de São Paulo estejam entre os lugares em que menos se mata no Brasil. Se as demais unidades não melhorarem seus números, ficarão em último lugar nesse ranking incômodo.

Vejam, de novo, o quadro do Mapa da Violência com dados de 2010. Notem: caso se confirmem esses números, a marca de 2012 será ainda melhor do que a de 2010. Para que se tenha precisão absoluta: a base de dados do Mapa da Violência não é a mesma da Secretaria de Segurança Pública, mas os números são próximos.

Vejam de novo o quadro:

 

Encerro, mas volto depois


Não! Não estou num esforço para demonstrar que todos estão errados, e eu, certo.

Apenas estou demonstrando que opero com números, com informações objetivas.

E, é claro!, não participo da chicana para tentar desmoralizar a Polícia de São Paulo.

26/07/2012

CHARGE





Memorial de Dirceu nega mensalão e atribui caixa 2 a Delúbio e ao PT





Ao negar a existência do mensalão, José Dirceu pôs a culpa em Delúbio Soares

Valor Econômico

Num documento de onze páginas, que está sendo distribuído à imprensa, a Assessoria do ex-ministro-chefe da Casa Civil diz que o ex-tesoureiro do PT assumiu as irregularidades.

"Nunca houve o chamado mensalão. O que de fato existiu foi a prática de caixa dois para cumprimento de acordo eleitoral, conduta irregular prontamente assumida por Delúbio Soares e o PT sobre a relação com partidos aliados em 2004", diz o memorial feito para jornalistas.

O texto diz que não foi comprovada a suposta compra de votos para parlamentares apoiarem o governo no Congresso.

De acordo com a defesa de Dirceu, o mensalão foi uma "fantasia" criada por Roberto Jefferson, então líder do PTB, que teria sido desmentida no processo.

Réu número um do mensalão, Dirceu vai acompanhar o início do julgamento em São Paulo.
Aconselhado por advogados e assessores, Dirceu desistiu de ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) e também de fazer a sua defesa aos ministros da Corte.

Advogados alertaram-no que fazer a defesa pessoalmente seria uma estratégia suicida.

Essa prática é absolutamente incomum nos tribunais brasileiros. Além de ser considerada como uma ofensa ao trabalho dos advogados, defender-se pessoalmente é prática vista como arrogante, que pode transmitir a imagem de desafio direto aos julgadores.

Os criminalistas são unânimes a desaconselhar os clientes a fazê-lo.

Segundo seus assessores, Dirceu deve adotar uma postura "low profile" e evitar eventos públicos durante a primeira semana de agosto.
Ele deve cancelar a sua participação num debate, no sábado, sobre o Movimento de Libertação Popular (Molipo), uma das organizações que lutou contra o regime militar.

O evento vai ser realizado no Memorial da Resistência de São Paulo, no bairro da Luz. Dirceu também não vai montar um "bunker" para contestar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que vai fazer a acusação do mensalão assim que o julgamento tiver início, em 2 de agosto.

As alegações de Gurgel vão ser rebatidas por meio do advogado do ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Luis de Oliveira Lima, o Juca, no dia seguinte.

Como Dirceu foi colocado como réu número um do mensalão pelo Ministério Público Federal, Juca será o primeiro advogado a apresentar defesa oral aos ministros do STF.

Ele deve defender Dirceu em 3 de agosto.

No momento em que o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, começar a votar as acusações contra Dirceu, o ex-ministro deve permanecer em São Paulo e assistir à sessão do STF pela televisão.

A não ser que tenha um rompante, Dirceu não irá a Brasília.



quarta-feira, 25 de julho de 2012

O guerrilheiro de festim combate na casa da mãe e o detetive de chanchada esquece o mensalão para investigar as alianças do PT






Lula avisou mais de uma vez que, tão logo deixasse a Presidência, enfim teria tempo para provar que o mensalão fora uma farsa engendrada por oposicionistas decididos a apeá-lo do poder. Mais de uma vez, José Dirceu avisou que, para impedir que um julgamento político resultasse na condenação de um inocente, trataria de mobilizar o que chama de “forças progressistas e movimentos populares”. É compreensível que o sumiço simultâneo do chefe supremo e do comandante militar do PT, que se estendeu por 15 dias, tenha levado a companheirada aos limites da excitação. O que andaria fazendo a dupla?

As explicações oficiais só serviram para ampliar a ansiedade coletiva. Ninguém acreditou que Lula saíra de cena para recuperar-se de sequelas do tratamento do câncer na laringe, nem que Dirceu resolvera conceder-se uma folga para voltar com a corda toda às vésperas do julgamento no Supremo Tribunal Federal. Na cabeça dos devotos da seita lulopetista, o ex-presidente estava completando o desmonte da trama golpista e o o ex-chefe da Casa Civil coordenava na clandestinidade a montagem do exército de voluntários.

Tanta excitação para nada, frustraram-se todos com a reaparição dos desaparecidos. No domingo, o Estadão revelou o que fizera Dirceu nas duas semanas anteriores. Na primeira, esqueceu as reuniões com líderes das forças progressistas para reencontrar os amigos de Cruzeiro do Oeste, cidade do interior paranaense onde se escondeu durante cinco anos na década de 70. Ali, com o nome de Carlos Henrique Gouveia de Mello e disfarçado de comerciante, o revolucionário diplomado em Cuba combateu a ditadura entrincheirado na caixa registradora do Magazine do Homem.

Disso já se sabia. O que só se soube agora é que o combatente em férias passava horas a fio sentado na mesa do boteco localizado em frente da loja de Clara Becker, vendo a mulher trabalhar. Foi por isso que ganhou o apelido de “Pedro Caroço”, o personagem da música de Genival Lacerda que fica o tempo todo de olho na butique dela. O amigo que revelou essa técnica de combate também contou que Dirceu só soube que o filho havia nascido ao voltar de outra pescaria ─ e de mais uma batalha contra cardumes de lambaris.

Depois do passeio em Cruzeiro do Oeste, o líder de massas imaginárias adiou a mobilização dos movimentos populares para repousar uma semana em Passa Quatro, cidade mineira onde nasceu. Em vez de combinar com os oficiais a hora e o local do começo da luta nas ruas, preferiu entrincheirar-se na casa da mãe ─ um lugar sempre aconchegante e seguro. Como registra o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, pelo menos conseguiu o apoio dos parentes. Todos prometem rezar unidos para que o pecador da família escape do merecidíssimo castigo.

Lula voltou na segunda-feira, para a reunião com dirigentes do PT que convocara na véspera. Os convocados esperavam ouvir novidades espetaculares sobre o mensalão. Ouviram perguntas tão relevantes quanto o passeio de Dirceu. “Estamos com a Vanessa Graziotin em Manaus?”, quis saber já na abertura dos trabalhos. Nem esperou pela resposta para a segunda interrogação: “Fechamos com o PCdoB em Florianópolis?”. Como o mensalão nem deu as caras na conversa, é possível que Lula tenha resolvido ressuscitar a primeira mentira: ele nunca soube de nada.

Os companheiros passaram 15 dias sonhando com a volta do mobilizador de multidões e do investigador genial. Reencontraram um guerrilheiro de festim e um detetive de chanchada.

Todos se merecem.

25/07/2012