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sábado, 28 de julho de 2012

O palavrório de Rui Falcão derrapa em Duda Mendonça e naufraga nas Bahamas junto com o golpe inventado por Lula para encobrir o escândalo do mensalão





Por Augusto Nunes
“Está previsto para a próxima semana o julgamento da Ação Penal 470, apelidada por um ex-deputado e pela mídia como ‘mensalão’, começa a discurseira de Rui Falcão no vídeo divulgado nesta sexta-feira.
“Não houve pagamento, nem mensal nem a qualquer título a parlamentares para votarem a favor do governo”, mente o presidente do PT alguns segundos e dezenas de piscadas adiante. “Os repasses de recursos destinados a pagar despesas de campanha de diretórios do PT e de partidos aliados não guardavam relação com apoio a projetos do governo”.

O ex-jornalista que rompeu relações com a verdade deu azar outra vez: a conversa fiada bateu de frente com a reportagem do Estadão que divulgou, também nesta sexta-feira, as mudanças introduzidas pelos novos advogados do publicitário Duda Mendonça e sua sócia Zilmar Fernandes Silveira nas alegações finais encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal.

Rui Falcão faz o que pode para rebatizar a grande bandalheira de “Ação Penal 470″ (ou “AP-470″, que soa melhor ainda por ocultar o palavrão “penal”). O documento redigido em junho prefere usar o velho nome de guerra.

“Duda Mendonça é uma figura externa, alheia ao ‘esquema do mensalão’ e à ‘organização criminosa’”, afirmam os defensores do ex-marqueteiro do rei.

“Dos 38 acusados, 36 teriam alguma relação com o ‘mensalão’ por terem determinado a realização, realizado, recebido ou intermediado o recebimento de pagamentos que teriam como objetivo arregimentar apoio político ao governo do PT no Congresso”. Não é o caso de Duda e Zilmar, argumentam.

Acusados de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta, Duda e Zimar confirmam ter recebido numa conta bancária aberta nas Bahamas R$ 10 milhões depositados por Marcos Valério, gerente-geral do mensalão. 10,5 milhões numa conta bancária aberta pelos clientes nas Bahamas.

Mas ressalvam que a quantia era parte dos R$ 25 milhões que o PT lhes devia pela prestação de serviços de publicidade e propaganda na campanha presidencial de 2002 ─ e que a forma de pagamento foi imposta por Marcos Valério.

Diferentemente dos demais acusados, afirma o documento, Duda e Zilmar “entabularam com o PT uma relação legal, formalizada em contrato investido de objetivo lícito, para a execução de atividades legais efetivamente prestadas”.

Os advogados também argumentam que os dois clientes foram pagos pelo trabalho feito em 2002 ─ antes, portanto, que a engrenagem do mensalão fosse posta em movimento.

Traduzido do juridiquês para língua de gente, o documento sustenta que Duda está dizendo que só está no banco dos réus por ter sido forçado a optar entre a fórmula criminosa e o calote.

Se não topasse a bandidagem, disse o publicitário ao depor na CPI dos Correios, não receberia um único centavo de Marcos Valério, que fez a advertência em nome do PT. Valério jura que não fez nada sem a autorização de Delúbio Soares.

Delúbio jura que não fez nada sem a autorização da direção do PT. Os Altos Companheiros não faziam coisa alguma sem a autorização do onipresente José Dirceu.

O chefe da Casa Civil garante que não fez nada sem a autorização do presidente Lula. Lula diz que nunca soube de nada.

Desde a descoberta do escândalo em 2005, o professor de tudo não deu um pio sobre as revelações do homem que inventou o Lulinha paz e amor.

Não há o que dizer sobre um episódio que não se encaixa na fantasia parida para driblar a montanha de provas e evidências.

Se o mensalão foi uma trama golpista forjada pela oposição para derrubar o governo, onde é que entram os R$ 10,5 milhões depositados nas Bahamas?

Como justificar o uso de um caminho que passa pela lavagem de dinheiro, faz escala na evasão de divisas e, em países sérios, acaba na penitenciária?

Obediente ao chefe supremo, Rui Falcão também não toca no assunto. Se cinismo desse cadeia, nenhum dos dois escaparia da prisão perpétua.
8/07/2012

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