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sábado, 26 de novembro de 2011

Analista do Ministério das Cidades relata a pressão para mudar parecer de obra da Copa

Higor Guerra, técnico da pasta das Cidades que assinou primeiro parecer contrário à implantação do VLT em Cuiabá para a Copa de 2014, contou ao ‘Estado’ e ao Ministério Público detalhes de ‘procedimentos irregulares’ dos colegas
 
Leandro Colon
O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - Em entrevista exclusiva ao Estado, o analista técnico do Ministério das Cidades Higor Guerra confirmou, pela primeira vez, a pressão que sofreu para adulterar o processo que trata da implantação de sistema de transporte público em Cuiabá para a Copa do Mundo de 2014. Ele disse que a operação fraudulenta começou após o Ministério Público de Mato Grosso pedir os documentos e a Controladoria-Geral da União (CGU) emitir parecer contrário à obra. "Sim, houve uma fraude", disse ele na conversa gravada.



Valter Pontes/AE - 25.11.2011
Ministro Mário Negromonte nega fraude em documentos

O funcionário também entregou à reportagem o depoimento que prestou na sexta-feira ao Ministério Público Federal. Ele deu detalhes da operação - revelada pelo Estado na quinta-feira - que escondeu sua nota técnica de 8 de agosto, de número 123/2011, contrária ao projeto de R$ 1,2 bilhão para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que substituiu o BRT (linha rápida de ônibus).

O projeto do BRT custava R$ 489 milhões. A fraude foi feita para cumprir o acordo político do governo federal com o governo de Mato Grosso, Sinval Barbosa (PMDB), a favor do VLT.

Segundo Higor Guerra, no dia 29 de junho, numa reunião com integrantes do governo de Mato Grosso, os técnicos estaduais "reconheceram que não tinham conhecimento técnico sobre o projeto de VLT, e que a decisão de sua implantação havia sido política". A gerente de projetos do ministério, Cristina Soja, no entanto, disse a ele que "a posição do órgão (ministério) tinha que estar em sintonia com a decisão do governo".
Higor afirmou que o cronograma do VLT era "falho", "pois previa várias fases sendo realizadas ao mesmo tempo de forma incorreta".
O analista entregou ao Ministério Público Federal 200 páginas e nove anexos sobre o caso.

Ele disse acreditar que a fraude ocorreu no dia 26 de outubro, quando descobriu uma "alteração" na "pasta de rede" em que são guardados esses documentos, incluindo sua nota técnica.

No dia seguinte, o Ministério das Cidades providenciou o envio dos papéis para o Ministério Público de Mato Grosso, com a nota técnica fraudada, agora a favor do VLT, data retroativa a 8 de setembro e o mesmo número 123/2011.

Gravação revelada na quinta-feira pelo Estado mostra a diretora de Mobilidade Urbana, Luiza Vianna, admitindo que a estratégia era enganar o Ministério Público de Mato Grosso.

Higor Guerra responsabilizou Luiza pela manobra. "Ela retirou um documento aprovado por ela e que já estava autuado no processo e tramitava havia bastante tempo.

Ela retirou e inseriu nova nota técnica e creio que isso não é um procedimento regular." Em reunião na segunda-feira com assessores, Luiza disse que agiu a mando do chefe de gabinete do ministro Mário Negromonte, Cássio Peixoto.

Copa. Funcionário de carreira do Ministério das Cidades desde 2008, e com mestrado em transportes pela Universidade de Brasília (UnB), Higor Guerra contou que foi designado no começo deste ano para cuidar tecnicamente das obras de Cuiabá e Manaus, cidades-sede da Copa. Em 8 de agosto, ele disse que concluiu a nota técnica que apresentava problemas para a mudança do BRT pelo VLT.

De acordo com ele, o agente administrativo Marcelo Barbosa "foi quem juntou o documento aos autos e numerou e rubricou as folhas".
26 de novembro de 2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

BABÁ DO EURO!

DISCURSO DA IMORALIDADE

Não é à-toa que a classe dirigente petista odeia a liberdade de pensamento que inclui a imprensa livre, aquela que dá azia em Lula da Silva

Por Maria Lucia Victor Barbosa

 Incomoda aos outrora defensores da ética o escancaramento da corrupção dos companheiros e de seus sócios em falcatruas, ou seja, da base aliada.
Exemplos de imprensa “inconveniente” não têm faltado, a ponto de se pensar que o Brasil está sendo governado por um sindicato do crime onde larápios do povo se esparramam pelos Três Poderes, refestelados na impunidade que lhe é facultada por não serem “pessoas comuns”.
Recorde-se, para citar um exemplo, a reportagem da Veja (31/08/2011) que trata de um dos mentores do PT, o ex-ministro, deputado cassado, chefe da quadrilha do mensalão (como a ele se referiu um Procurador-Geral da República), homem de duas caras, José Dirceu.
Segundo a Veja, Dirceu é um homem de negócios que gosta de ser chamado de ministro e mantém uma espécie de gabinete em hotel de Brasília por onde transitam figurões como ministros, senadores, deputados, presidentes de estatais e magnatas da chamada elite capitalista.

Todos devidamente fotografados pela revista para que não reste dúvida sobre os bons relacionamentos de José Dirceu junto à classe A da economia e da política.
A romaria vai em busca da influência que Dirceu ainda mantém no Congresso, no Judiciário, nas estatais, nos bancos públicos, nos fundos de pensão, na telefonia, nas empreiteiras, nos bancos particulares.

Dirceu é, pois, um “cardeal” da seita PT e seus “amigos” nacionais e internacionais contam com o sigilo da confissão e o charme do mistério que envolve os “interesses”.

Portanto, Dirceu continua íntimo dos que ele chama no pior sentido de “elites”. Afinal, é “consultor de empresas”, entre outras, as do setor do petróleo e gás.
No seu partido José Dirceu exerce enorme fascínio. Se não ultrapassa Lula da Silva, pelo menos é a segunda estrela fulgurante a ser seguida e adorada. E como tal que fez sucesso no 2º Congresso da Juventude do PT realizado recentemente.
No evento Dirceu proferiu o discurso da imoralidade criticando a “luta moralista contra a corrupção”. Ele se referia aos movimentos espontâneos, que das redes sociais acorrem às ruas e às denúncias da imprensa não cooptada pelo governo petista.
O poderoso homem do PT fez bonito para a juventude dourada petista, devidamente doutrinada para crer que moral é coisa de burguês. Algo que não deixa de soar delicioso porque abre as comportas da roubalheira oficial aos companheiros. Não importa se o povo é lesado pela conduta criminosa dos ministros que têm caído sob o peso de documentos, fotos, depoimentos.
Antigamente o PT dizia ser o defensor dos pobres e oprimidos, que são os mais prejudicados pelos ministros corruptos de Lula/ Rousseff, incluindo Carlos Lupi, do Trabalho, que se agarra vergonhosamente ao cargo. Um péssimo exemplo para a juventude, mas, como ensinou a presidente no discurso do cinismo: “passado é passado”.
Não podia faltar também da parte do misto de lobista e guru do PT o discurso contra as elites. Aquelas que sustentam as campanhas petistas e que devem lhe dar, assim como a muitos companheiros, lucros nada desprezíveis. E os jovens petistas, deslumbrados, agraciaram o ídolo com uma camiseta onde se lia: “Contra o golpe das elites – Inocente”.
O golpe das elites, teoria da conspiração forjada por Dirceu produz aquela excitação aos que se julgam superiores por conhecer certos segredos inacessíveis ao vulgo, aquele prazer de denegrir quem se deseja atingir. Desse modo são forjados mitos que prevalecem como verdades inquestionáveis por mais idiotas que sejam. Ou, então, vingam-se recalques contra os melhores, pois a inveja é sentimento intrínseco ao ser humano. Exemplo: os Estados Unidos são o grande Satã Branco. Os judeus matam criancinhas em seus rituais e querem dominar o mundo. O holocausto não existiu.
No seu discurso da imoralidade Dirceu não podia deixar de mencionar o PSDB. Estranha obsessão contra um partido que, com exceção de alguns de seus políticos nunca foi oposição ao PT. Mas, contra o PSDB Dirceu foi moralista ao sentenciar: “Quando dizem que tem de responsabilizar o ministro e o partido por problemas no ministério, então, tem que se responsabilizar o PSDB, o Geraldo Alckmin e o José Serra pelo escândalo das emendas (?) em São Paulo”. Nessa toada tem que se responsabilizar Lula e seu partido pelos inúmeros escândalos de corrupção de seus ministros. O mesmo serve para Rousseff se não fizer uma faxina de verdade.
Lembre-se, porém, Dirceu, que dentro de todo ser humano existe a capacidade de diferenciar o bem e o mal, independente da época e da sociedade. Por isso, até o mais cínico e hipócrita dos ministros de Lula repassados a Rousseff oculta seus atos corruptos ou trata de mentir sobre eles porque sabe que pode ser jugado, não pela burguesia moralista, mas pela opinião pública.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.
20/11/2011

O texto ensolarado de Reinaldo Azevedo reduziu a cinzas os vampiros de chanchada



Por Augusto Nunes

Já registrei neste espaço que meu amigo e vizinho Reinaldo Azevedo é o Pelé da internet.

Brilha em qualquer campo, coleciona lances de gênio com a naturalidade de quem bate um lateral, faz um gol de placa por jogo. Ou mais.

Seja qual for o adversário, está sempre inspirado. E entra em estado de graça quando enfrenta seleções que representam as muitas nações do continente dos canalhas.

Escaladas pelo critério da sordidez, aparecem de tempos em tempos ─ sempre agressivas, ressentidas, brutais ─ para outra derrota desmoralizante. Foi assim nesta quarta-feira.

Desta vez, o cracaço liquidou o jogo com a obra-prima batizada de “Meus heróis não morreram de overdose. Alguns dos meus amigos de infância é que morreram no narcotráfico! E foi uma escolha“.

O texto ensolarado de Reinaldo devassou as catacumbas da USP que abrigam o barracão da Acadêmicos da Vigarice.

Surpreendidas nos sarcófagos pela luminosidade intensa, as criaturas das trevas foram reduzidas a cinzas como vampiros de chanchada. Órfãos de todas as ditaduras, gigolôs de presos políticos assassinados, torturadores desempregados, professores com QI de ministro, estudantes com doutorado em cretinice, aduladores de plateias infantilizadas, cafetões de bolsas de estudos, nostálgicos do século 18, velhotes com tênis nos pés e fraque no cérebro, jovens envelhecidos já no berçário por rugas mentais, colunistas que recitam a Teoria do Bom Ladrão num deserto de leitores ─ nenhuma dessas abjeções multiplicadas pela Era da Mediocridade escapou da devastação.

Pela cacofonia que produzem, eles poderiam parecer ameaçadores. Ficou evidente que só conseguem matar de rir.

Amparado na decência, no brilho intelectual e na verdade, Reinaldo Azevedo mostrou que os integrantes da Acadêmicos da Vigarice são muitos, mas não valem nada.


23/11/2011

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

GOVERNO FEDERAL: UMA ESTRUTURA DE GESTÃO DE 100 ANOS ATRÁS!




1. O strike de ministros no governo Dilma deu nitidez a uma estrutura de gestão de 100 anos atrás. O que se vê é uma estrutura vertical -com a presidente no vértice- e piramidal -com os ministros no tronco da pirâmide superior. A presidente, com sua equipe atual, verticalmente sobre cada ministério e estes verticalmente sobre sua própria estrutura.

2. Não há nenhuma matricialidade -e me refiro a um sistema de 50 anos atrás- onde os gestores lideravam suas funções, independente de onde elas estivessem. Com isso, se tinha cruzamentos e interações diagonais. Por exemplo, o diretor de recursos humanos atuava em todas as diretorias; a diretoria técnica atuava na diretoria de produção; a diretoria financeira sobre todas; etc. A operação cruzada era acompanhada de informação simultânea ao diretor da área afetada e esse interagia se desejasse. O presidente coordenava as funções e com sua diretoria, decidia sobre elas. E deixava que os naturais conflitos horizontais produzissem a necessidade de novas decisões. Mas, permanecia, em boa medida, o desenho piramidal.


3. Hoje, num mundo aberto, com informações que fluem com enorme agilidade, onde a concorrência entre as empresas de vanguarda se dá pela inovação, o que prioriza a tecnologia e a velocidade em sair do laboratório e entrar em mercado, a estrutura organizacional não pode ser mais piramidal. Deve ser uma estrutura como um disco voador, superfície de muitos furos, para a interação externa e com redes se cruzando internamente, em todas as direções -horizontais, verticais, diagonais, impulsionando os controles e a tomada de decisões em todos os níveis, em todos os momentos.


4. Quando a oposição e a imprensa destacam que apenas uma pequena porcentagem de um programa -o PAC, por exemplo- foi executado, que a presidente se surpreende com informações, fatos e denúncias, que certos programas autorizados em solenidades palacianas, etc., meses depois mal saíram do papel, o problema não está na burocracia, nem na legislação: está na própria estrutura de gestão do governo.


5. É fato que no setor público existe uma rigidez normativa muito maior. Sendo assim, se pode pensar numa organização na forma de pipeta de laboratório, garantindo a normatividade em sua garganta, o mais fina possível.


6. Governar -ou gerir- é tomar decisões. Os demais são técnicas. Num mundo com tênues fronteiras informacionais, com ciclos tecnológicos imprevisíveis, com a informação em tempo real, continuar com uma estrutura centenária é a certeza do fracasso. Pelo menos do fracasso relativo como crescer pouco, vis a vis outros países em mesma situação. Tomar decisões após ler jornais e revistas e ver na TV, é simplesmente reagir a uma decisão, de fato, pré-tomada.


7. Numa onda mundial de crescimento, o avião pode até ser empurrado pelo vento de popa. Mas numa conjuntura de crise, permanecer gerindo numa armadura piramidal, é a certeza do fracasso, e de consequências sociais e econômicas, muito mais graves do que necessário. É o que está ocorrendo no Brasil, neste momento.

* * *

ALGUNS POLÍTICOS BRASILEIROS ESTÃO VIRANDO, OSTENSIVAMENTE, "GIGOLÔS" DE DEMANDAS SOCIAIS


Os políticos brasileiros estão cada vez mais especializados em tomar posse de demandas sociais, transformando-as em mera “bandeiras eleitoreiras”


Os exemplos são muitos, passando pela luta contra o racismo, a violência contra mulheres, a homofobia, ao consumo de drogas, a pedofilia etc, todas ostensivamente utilizadas como instrumento de cooptação de votos por alguns políticos que cinicamente optam por se tornar verdadeiros gigolôs de causas populares.


O mais recente episódio para comprovar a veracidade dessa tese, ocorreu recentemente, quando alguns políticos espalhados por esse Brasil Tiririca, resolveram tirar proveito da passagem do dia 20 de Novembro, data representativa da “consciência negra”, para fazer média com a tal “população afrodescendente”.


Para começo de conversa, o brasileiro, de uma forma geral, não tem conceito de raça, prendendo-se única e exclusivamente a cor da pele, para determinar se alguém é negro, com suas muitas variações, ou branco.

Na ânsia de “ficar bem com a comunidade negra”, muitos são os políticos que, de forma irresponsável, posto que sem qualquer embasamento de impacto econômico, optam por defender que o 20 de novembro, tradado como “Dia da Consciência Negra”, seja decretado como feriado.


Tá tudo muito bem, tá tudo muito bom, mas eu só queria ver o que aconteceria se alguém propusesse a criação de um “Dia da Consciência Branca”?
Seguramente o aloprado seria, no mínimo, acusado de racista.

Daqui a pouco vai ter um “maluquinho” propondo o “Dia da Consciência Amarela”, para fechar o ciclo (afinal, já temos o dia do índio).

Daí em diante, como nesse Brasil tudo é possível, poderemos ter políticos propondo a concepção de datas comemorativas para os gordinhos, os baixinhos, os vesgos, os “papudinhos”, os feios e “otras cositas más”...

Júlio Ferreira
Recife - PE


23.11.2011


Charges

A CLASSE POLÍTICA PERDEU A VERGONHA E O DIREITO DE CONTINUAR EXERCENDO SEUS MANDATOS.






NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES NENHUM POLÍTICO TEM O DIREITO DE SER REELEITO E QUALQUER FICHA SUJA NÃO PODE MAIS SER ACEITO PELA SOCIEDADE DOS PATRIOTAS MORTOS, MESMO QUE OS TRIBUNAIS SUPERIORES CONTINUEM LHE DANDO SALVO CONDUTO NA POLÍTICA PROSTITUÍDA.

Por Geraldo Almendra
Temos que reconhecer que a classe política do Brasil ou é muito corajosa, louca de pedra, ou perdeu a noção do perigo de uma vez por todas.
Até quando esses pulhas acham que podem colocar a sociedade dos eleitores em um saco de lixo e tratar a maioria como covardes, omissos, ou subornáveis idiotas e imbecis recicláveis?
Que me desculpe a presidente Dilma, mas a senhora demonstra ser nada: nem estadista, nem gerente, nem executiva, nada mesmo. Sua existência está calcada na falência educacional e cultural do país e no poder ilimitado da corrupção e do suborno dos milhares de canalhas esclarecidos que frequentam os meios acadêmico, universitário, jornalístico e dos artistas.
A senhora foi colocada no poder pelo seu padrinho para não deixar que fosse levantando o tapete da imensa herança da corrupção e da verdade de sua administração deixada depois de seus dois mandatos estelionatários, com a contra partida de guardar a vaga para 2014, tudo por conta de um projeto de poder fascista-petista desonesto e criminoso, que transformou o poder público em um contratante ilimitado de militantes do PT e de seus cúmplices ou aliados.
Sua vitória foi em um pleito estelionatário porque eivado de discursos mentirosos, oportunistas, hipócritas e levianos, todos instrumentalizados pelo seu padrinho político, mas com a verdade se mostrando nua e crua já no seu primeiro ano de desgoverno.
Seu atual discurso de faxina virou uma piada de botequim, pois ministro corrupto no seu desgoverno somente sai se pedir demissão – especialmente os que foram impostos pelo seu padrinho –, depois de demoradas negociações com as facções da política prostituída que dominam o poder público no país, em que a Justiça proibiu que se prenda a maioria dos corruptos e prevaricadores que ocupam as posições políticas de confiança do petismo.
Apenas o regime protocolar do seu cargo é que nos faz lembrar de que o Brasil tem uma presidente, pois o que os canalhas da corrupção estão aprontando no seu desgoverno é inacreditável, até porque sua habilidade e espaço para o trato com o sistema de abafa-corrupção e de blindagem de canalhas é muito menor do que a do seu antecessor, que deveria - se tivéssemos alguma Justiça, decência e dignidade nas relações públicas e privadas - ser tratado em um hospital penitenciário, e não em um dos melhores hospitais do país e com os médicos mais caros.
O loteamento de cargos e espaços dentro da estrutura do Estado agride o mais básico princípio de que o poder público deve servir ao cidadão pagador de impostos e não às gangs que se instalaram dentro da máquina dos governos federal, estadual e municipal.
A utilização de instituições governamentais para manter relações financeiras espúrias com o setor privado desqualifica qualquer discurso de que o país esteja mudando para melhor em sua estrutura social e econômica.
As pesquisas de opinião sobre a presidência são uma ficção porque são feitas em um universo de pesquisados totalmente viciado pelo assistencialismo e pelo suborno dos esclarecidos canalhas, o que, efetivamente, compromete a honestidade de seus resultados.
São tantos os bandidos da corrupção dentro dos Podres Poderes da República que suas “lideranças” perderam o controle, e a cada dia mais escândalos aparecem, com seus responsáveis demonstrando uma total incompatibilidade com o mínimo de respeito que deveriam sentir com aqueles que trabalham mais de cinco meses por ano para pagar o custo Brasil da corrupção, do assistencialismo comprador de votos, do suborno comprador de consciência dos canalhas esclarecidos, e da incompetência de governar.
O projeto de desgoverno petista para o país se consolida nos seguintes pilares:
- Perseguição sistemática das Forças Armadas – agora com a Comissão da Mentira;
- Transformação do poder público em loteamento de espaços e cargos para dar suporte político ao regime fascista que descaradamente se insinua no país;
- Manipulação assistencialista de mais da metade da população, vítima da falência educacional e cultural assim como do suborno ilimitado dos esclarecidos canalhas que se apresentam como fiadores e aproveitadores da falência moral e econômica do país.
Até quando os canalhas da política prostituída acham que poderão continuar com esse projeto de poder corrupto e genocida?
Até quando acham que a bosta da UNE vai conseguir controlar e manipular milhares de estudantes universitários que já começam a ter consciência de que viraram massa de manobra de lacaios do petismo, de viciados em drogas, de vagabundos, de corruptos e de subornadores profissionais?
Um mínimo de bom senso determina que o PT não tenha mais tempo para demonstrar alguma competência para fazer uma gestão que transforme o Brasil em algo diferente do que ser um Paraíso de Patifes. Seu tempo já acabou.
O petismo tem demonstrado que não passa de uma hedionda mentira estelionatária que permitiu a consolidação do poder público como um covil de bandidos.
É com alegria que estamos presenciando alguns artistas – não vinculados diretamente às redes de televisão – expressarem durante suas apresentações uma profunda decepção pelo que está acontecendo no país, especialmente pela postura fascista de apoio ao PT que existe por “líderes” estudantis.
Ficará na biografia imoral do país o posicionamento da atriz Hebe Camargo que, conforme noticiado, pediu aplausos para José Dirceu assim como a cumplicidade registrada em foto histórica com ela e diversas atrizes de mãos dadas com a presidente Dilma. Infelizmente essa é a tônica apodrecida da maioria do meio artístico do país.
Resumindo: estamos vivendo plenamente os resultados da Fraude da Abertura Democrática.


23/11/2011


Perguntinha básica...

Meus heróis não morreram de overdose. Alguns dos meus amigos de infância é que morreram no narcotráfico! E foi uma escolha!

Reinaldo Azevedo num texto brilhante, emocionante!

Leia!


ferrorama
Este será um texto difícil, leitores! Avançarei por um trilho que sempre evitei porque tenho tal horror à demagogia que o risco remoto de que nela pudesse resvalar sempre me impediu de continuar. Mas chega a hora, como disse o poeta, em que os bares se fecham. E então restamos com nossas verdades. E elas precisam ser não exatamente anunciadas, mas enunciadas. Chegou a hora de vocês saberem um pouco mais deste escriba. Mas vamos devagar nesta longa viagem noite adentro.
Enganam-se aqueles que supõem que tenho debatido, nestes dias, a formação de chapas para disputar o DCE da USP, da Unirio ou da UFPR. A questão, entendo, é bem mais ampla: trato aqui de regras de civilidade, da democracia e do estado de direito. Espanta-me que seja justamente nas universidades — em particular nas públicas — que direitos essenciais garantidos pela Constituição sejam aviltados; direitos que custaram os esforços de gerações de brasileiros. Modestamente, fiz parte dessa trajetória e corri riscos, desde bem menino, por isso. Constato, não surpreso, mas nem por isso menos indignado, que a defesa da lei no Brasil pode ser, sim, uma atitude perigosa, daí que eu tenha sido obrigado a tomar medidas para a minha proteção. Nem por isso vou desistir. Releiam o título deste post. Eu vou chegar lá.
Ontem, enquanto alguns leitores de Vladimir Safatle, o professor pró-invasão, liam a sua corajosa fuga do debate (ver post abaixo), um panfleto era distribuído na USP, com tiragem anunciada de 3 mil exemplares. Ataca-me com impressionante violência. Mais do que isso: incita o ódio, a agressão. Acusa-me, em última instância, de interferir numa questão que seus autores parecem considerar privada. Isto mesmo: eles privatizaram a Universidade de São Paulo e rejeitam por princípio a crítica. O curioso é que, em sua não-resposta, Safatle me acusava — este rapaz precisa tomar cuidado com seu eventual lado mitômano — de promover a violência retórica. Escreveu em sua “não-resposta” que ele pertence àquela categoria de pessoas que “nunca responderão a situações nas quais a palavra escrita resvala para o pugilato, nas quais ela flerta com as cenas da mais tosca briga de rua com seus palavrões e suas acusações ‘ad hominen‘. Seria, simplesmente, ignorar a força seletiva do estilo.” Bem, noto à margem que o latim de Safatle não é melhor do que seu português, sua filosofia, seus argumentos e seu talento de polemista. O certo é “ad hominem”, com “m”. A alternativa é não recorrer ao latim.
Não, eu não desferi um só palavrão contra este rapaz. Em compensação, aqueles aos quais ele dá suporte — costuma ministrar “aulas” em áreas públicas ocupadas, como já fez em Salvador! — percorrem todo o vocabulário da desqualificação para me atacar, com impressionante vulgaridade e boçalidade. Em suma: acusam-me de promover aquilo que eles próprios promovem. Quando um delinqüente intelectual divulga um panfleto asqueroso, que faz a apologia da pancadaria e da tortura, em vez de pedirem cadeia para o autor, preferem jogá-lo nas costas de seus adversários. É uma gente, parece, para a qual o crime sempre é útil, os próprios  ou os alheios.
Ataques e povo consumidor
Nos ataques que prosperam na rede, as Mafaldinhas e os remelentos mimados me acusam, ora vejam!, de ser um representante da “classe dominante” — ou de estar a serviço dela — e fechar os olhos e tapar os ouvidos ao sofrimento do povo, de que eles seriam os procuradores. Se o povo os ignora e, na verdade, repudia a sua pauta, então é porque está ainda esmagado pela opressão do capital e pelas artimanhas da ideologia dominante, que lhe incute uma falsa consciência que o impede de ter clareza de seu papel revolucionário. É aí que entra, então, o partido — o deles — com o seu papel de vanguarda e de organizador da luta. Escrevo isso e dou um meio-suspiro. Imaginem vocês se Marx estabeleceria esse encadeamento se os “revolucionários” em questão fossem estudantes universitários…
O que essa gente sabe “do povo”, Deus Meu? No máximo, tem notícia dele por intermédio de suas respectivas empregadas, certamente mais “reacionárias” do que eles próprios. Esses radicais, que hoje se querem à esquerda do PT — os petistas assistem aos absurdos da USP pensando apenas em como tirar proveito eleitoral do episódio —, explicam por que foi um operário meio ignorantão, Luiz Inácio Lula da Silva, a empurrá-los para a absoluta indigência intelectual e para o flerte com o banditismo.
Se Lula e seu PT têm promovido o que considero um contínuo rebaixamento institucional do Brasil por conta do aparelhamento do estado e de sua vocação para se estabelecer como partido único, o que certa esquerda considera “progressista”, é fato que o sucesso do Apedeuta, desde quando era sindicalista, se deve justamente a aspectos de sua pregação que esses radicalóides consideram “conservadores”, até mesmo reacionários. Desde quando era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, Lula prega a uma platéia de consumidores, não de revolucionários. As três campanhas eleitorais vencidas pelo PT exercitaram, todos sabemos, à farta a lógica do “nós” contra “eles” — aquela bobajada tipicamente esquerdista —, mas sempre ancoradas na democratização das conquistas do capitalismo. Há, sim, uma vasta literatura de esquerda que provaria que Lula é um grande “reacionário”.
O ponto, meus caros, é que o povo vive o, como chamarei?, “malaise” da carência, enquanto esses esquerdistas enfatuados conhecem o “malaise” da abastança. PCO, LER-QI, PSOL e assemelhados oferecem “consciência revolucionária” aos pobres, e estes querem é geladeira nova. Os extremistas do sucrilho e do toddynho lhes propõem utopias, e eles estão de olho no computador. Os delirantes, em suma, lhes acenam com o socialismo, e eles só esperam que o capitalismo também lhes sorria. Foi Lula quem conduziu esses delinqüentes intelectuais para o hospício da política. Em certa medida, ninguém foi, segundo a ótica deles, mais contra-revolucionário do que o ex-presidente — o que não quer dizer que ele seja um democrata convicto. Eu não considero.
Desconhecem o povo
Esses extremistas de terceiro grau, sejam alunos, professores ou funcionários, não sabem o que é o povo, quem é o povo, o que quer o povo — e o resultado que logram nas urnas deixa isso muito claro. E então virá a pergunta fatal: “E você, Reinaldo, conhece?” Pois é, conheço, sim! SEM ME CONSIDERAR SEU REPRESENTANTE PORQUE NÃO FUI ELEITO POR NINGUÉM, DEIXO CLARO! E agora começa o caminho um tanto pedregoso, que sempre evitei, porque tenho verdadeiro asco de certas parvoíces sociologizantes. Mais do que isso: a cada vez que vi Lula tentando justificar algumas de suas escolhas equivocadas por causa de sua infância pobrezinha, meu estômago deu alguns corcovos. O Lula que mobilizou os consumidores, se querem saber, merece o meu respeito. O Lula que tenta fazer da pobreza uma cultura merece o meu solene desprezo.
Vamos lá, Reinaldão, coragem! Sabem os meus familiares, sabem os meus amigos próximos, alguns deles jornalistas (sim, os tenho, e queridos!), que fui muito pobre, muito mesmo! E nunca dei uma de coitadinho porque não pode haver poder mais discricionário e asqueroso do que o das vítimas — de quaisquer vítimas — se transformado em categoria de pensamento. A pobreza não existe nem para culpar nem para enobrecer ninguém. Vamos lá ao título. Não! Os meus heróis não morreram de overdose porque isso é luxo que não se consente a determinadas faixas de renda. Essa “overdose” sempre supõe que o tal “herói” foi uma espécie de paladino da luta contra a opressão. Qual opressão? Qualquer uma que possa servir de pretexto para enfiar o pé na jaca.
Se meus heróis não morreram de overdose, tive, isto sim, amigos de infância e pais de amigos que se meteram com a bandidagem e o narcotráfico e que hoje estão mortos. Morreram de “overbalas”. Meu pai trocava molas de caminhão; minha mãe chegou a trabalhar como doméstica. Não me orgulho da profissão que tiveram. Orgulho-me das pessoas que eram — minha mãe, felizmente, viva, forte e ainda mais cheia de opiniões do que eu, hehe. Orgulho-me de seu caráter. Orgulho-me de seu senso de honra. Morei em dois cômodos de madeira até os 5 anos; depois, em dois cômodos de alvenaria até os 15. No fundo do terreno, corria um rio fétido. Nas chuvas, a água invadia a casa. O que isso me ensinou? Digo daqui a pouco. E talvez surpreenda muita gente!
Eu era livre para escolher
Tive todas as oportunidades de delinqüir, às quais alguns sucumbiram, numa periferia aonde o asfalto chegou tardiamente, para ter um “Kichute” novo (ainda existe?), uma calça “Lee Americana”, como chamávamos à época, uma “vitrola” para os bailinhos — faziam-se “bailinhos” então. E sempre disse “não!” E fiquei sem o Kichute, a Lee Americana e a vitrola. Eu tenho uma novidade para esses delinqüentes encapuzados e seus professores picaretas: OS POBRES TAMBÉM FAZEM ESCOLHAS MORAIS. Não são umas bestas à espera da iluminação que vocês possam proporcionar. Aliás, eles as fazem mais freqüentemente do que os abastados porque, de fato, suas carências são maiores e maiores as chances de tentação de encontrar um caminho mais curto para obter o desejado.
Disse “não” muitas vezes — e não vai nisso heroísmo nenhum! Não fui o único. Sempre que leio textos de supostos especialistas a demonstrar como os pobres da periferia são vítimas passivas das circunstâncias, sou tentado a pegar um chicote. Porque essa gente não sabe O que nem DO que está falando.
Não, eu não acho que essa minha origem me qualifique para isso ou para aquilo. Não me liguei a grupos socialistas porque quisesse subir na vida (claro!) ou porque achasse que o estado tinha a obrigação de me dar moradia ou o que fosse. A minha questão, desde sempre, tinha a ver com a democracia. Achava, e ainda acho, inaceitável que um governo possa decidir o que devemos pensar, o que devemos dizer, o que devemos calar. Nem governos nem milícias comuno-fascistas da USP ou de qualquer outro lugar.
A propósito da ignorância dos extremistas. Lembro-me, eu tinha 15 anos, de uma “aula” com um “intelequitual” da Convergência Socialista (que está na pré-história do PSTU) a esculhambar o então apenas “sindicalista” Lula, em começo de carreira, porque este seria um “reformista”, empenhado “apenas” em conquistar salários melhores, o que, entendi, era ruim para a libertação dos trabalhadores. O que aquela gente sabia do povo, Deus Meu? Nada! O que sabe ainda hoje? Nada!
Todos os dias, recebo centenas de comentários mais ou menos assim: “Você, que nunca andou de ônibus…”; “Você, que nunca andou de trem…”; “Você, que nasceu em berço de ouro…” Costumo ignorar porque tenho outra novidade para os delinqüentes encapuzados: a abastança pode ser tão opressora quanto a carência! Os que não sabem o que fazer dos benefícios que herdaram podem ter um destino tão ou mais duro do que os que não sabem o que fazer das carências que herdaram. O ponto, desde sempre, não é o que fizeram de você, mas o que você vai fazer do que fizeram de você, compreenderam?
Ignorância com efeitos trágicos
Essa ignorância do que são e do que querem os pobres tem efeito terrível na vida dos próprios pobres. A cada vez que vejo ONGs nas favelas do Rio ou na periferia de São Paulo ensinando criança pobre a batucar, a fazer rap, a fazer funk (lá vem chiadeira…), vem-me de novo a vontade de pegar o chicote. Por que pobre tem de batucar? Aos 14 anos, eu já tinha lido toda a poesia de Cecília Meireles e boa parte do que sei de Drummond, por exemplo. Ali, na cozinha de casa. Não porque eu fosse um gênio, o que não sou, mas porque há pobres que se interessam por literatura e não estão dispostos a representar o papel de pobres para satisfazer os anseios dos remelentos e das Mafaldinhas revolucionárias. E não estão dispostos pela simples e óbvia razão de que… JÁ SÃO POBRES. NÃO PRECISAM REPRESENTAR!
Eu conheço o povo, aqueles alunos e professores remelentos não conhecem. Para a chateação e a fúria deles todos, conheço também os textos que lhes servem de referência, com a ligeira diferença de que os li. Safatle, aquele rapaz do cinturão do agronegócio, a esta altura, deve estar radiante: “Eu sabia! Esse Reinaldo é um pobre que se tornou reacionário para subir na vida; um arrivista!” E se sentirá, então, pacificado. Ele, das classes abastadas, se regozijará com a generosidade de sua entrega à causa popular, mesmo vindo das camadas superiores. Já eu, vejam que desastre!, em vez de estar na rua, carregando bandeira; em vez de estar empenhado na libertação da minha classe; em vez de estar exercendo o papel que me foi reservado pelo marxismo sem imaginação dessa canalha, eu, olhem que coisa!, estou aqui a dizer para Safatle que sua citação de um texto de referência é descabida. Corrijo também o seu português. Corrijo, para arremate dos males, o seu latim. Pobre reacionário é mesmo uma merda, né, Safatle? É só ler alguma coisinha, já sai corrigindo os ricos progressistas…
Por que isso tudo?
Por que isso tudo? Para tentar ganhar algumas credenciais junto à escumalha moral que anda me satanizando por aí? Eu quero mais é que essa gente se dane. Mas não venha, como se dizia na minha vila, “botar panca” (sim, o certo é “banca”) pra cima de mim, tentando me dar aula do que é povo, do que é pobreza, do que é carência. Eu lhes ensino, seus delinqüentes, como transformar dois ovos e um tomate numa refeição para quatro pessoas, com o acréscimo de farinha de rosca numa omelete sem queijo e sem presunto. A boa notícia para nós é que era gostoso. Fiz Dona Reinalda preparar o prato dia desses. Ficou bom, mas não era a mesma coisa, porque, para citar um trecho que decorei de “No Caminho de Swann, de Proust (só trechinhos, viu? Não quero passar falsas impressões, hehe), “tentamos achar nas coisas, que, por isso, nos são preciosas, o reflexo que nossa alma projetou sobre elas, e desiludimo-nos ao verificar que as coisas parecem desprovidas, na natureza, do encanto que deviam, em nosso pensamento, à vizinhança de certas idéias”. No caso, a omelete de farinha de rosca estava ali, mas as circunstâncias eram outras, como a água do rio que não passa duas vezes pelo mesmo lugar.
A minha história não me faz nem mais nem menos qualificado para coisa nenhuma! Também a pobreza pregressa não é categoria de pensamento. Eu espero que aqueles vagabundos que ficam demonizando meu nome por aí me desprezem ainda mais por isso. Têm a chance de descobrir que as nossas diferenças não estão apenas nas escolhas, mas também nas origens. A pobreza não me ensinou nada de especial. Cabe a cada um de nós o esforço ao menos de tomar a rédea do nosso destino, feito muito mais de opções do que freqüentemente supomos. Mas isso não é uma particularidade da pobreza. Também os ricos, reitero, podem ser oprimidos pela riqueza. “Mas qual opressão é melhor?”, pode perguntar um cínico.
Olhem aqui, minhas caras, meus caros, é claro que governos e políticas públicas têm de se ocupar da melhoria das condições de vida do povo. Com uma escola melhor, uma saúde melhor, uma segurança melhor, aumentam as chances de felicidade. Negá-lo seria uma estupidez. Chances de felicidade, no entanto, não são felicidade garantida. Na pobreza ou na abastança, o que quer que nos faça infelizes sempre está dentro de nós. E não há revolução que dê jeito.
Ah, sim: algum anseio insatisfeito da pobreza ainda me assalta hoje, já que “o menino é o pai do homem”, como escreveu Wordsworth, frase depois retomada por Machado de Assis em “Memórias Póstumas de Brás Cubas”?
Um ferrorama lindão, gigantesco, cheio de traquitanas. No mais, nada faltou, nada excedeu. Cada vida existe na sua exata medida.
Beijo do Tio Rei.

23/11/2011

terça-feira, 22 de novembro de 2011

ABERTA A TEMPORADA DE CAÇA


Por
Gen Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Ora direis “ouvir estrelas”. Sim, a Comissão ouvirá estrelas e, também, cobras e lagartos, subversivos e terroristas.
Eventualmente, defrontamos - nos com pretensos ingênuos que afirmam que o desgoverno providenciará um substancial aumento para os militares, deve ser no tempo de permanência nos morros em missão tipo puliça, e para tanto, está fazendo cálculos mirabolantes e, sendo possível (parece que dependerá da exploração do pré – sal), o impossível aumento virá.
Os coniventes acreditam (?) que a Comissão tem os mais belos e puros propósitos, e chegam ao cumulo da idiotice ao afirmar que a medida foi tomada pelo desgoverno por imposição de suas bases, por clamor da sociedade, blá blá....
E que depois, liquidada a fatura, haverá uma grande festa de confraternização. Será a bacanal entre vencedores e vencidos, entre crápulas e inocentes, e eles farão o que quiserem, e os acusados, disciplinados, alegremente, deixarão.
A todo o momento, falsos otimistas são useiros em afirmar que as declarações positivas da Presidente sobre as Forças Armadas são a prova cabal de sua admiração, respeito e confiança.
O que fazer diante de tantas tolices? Já respondemos à exaustão.
Esqueceram - se que a Comissão estava no PNDH3? Dos Memoriais? Dos Livros? Que a Comissão foi inventada, construída, pressionada para aprovação por um Congresso submisso ao desgoverno?
Meu amigo, se você consta em alguma relação ou livro divulgado ou a ser divulgado pelos escribas do social - petismo, coloque suas barbas de molho e escafeda - se para o ignoto, pois será acusado pelo que dirão que você fez e, acredite, nada que abrilhante o seu currículo.
Você acaba de ingressar na lista dos mais procurados ou de caça a ser abatida.
Na mira dos caçadores, estão os animais de duas patas, hominídeos, não importa a cor, pois eles não são racistas, mas preferem os de pele verde - oliva.
Acoitados, na espreita por décadas, perseguiram, emboscaram, infligiram danos, feriram, desmoralizaram, mas agora, aberta oficialmente a temporada de caça, poderão abater sem piedade.
Hoje é facil transformar – se a vilania, o revanchismo e as perseguições em atividades legais, basta criar leis que acobertem a imoral e ilicita atividade. Assim, durante dois anos, podendo e, certamente, será prorrogada, uma caçada sem quartel, sem obstáculos.
Lamentamos a desdita dos difamados e perseguidos, deploramos a inquisição que se inicia e a difamação que irá enlamear os seus nomes, a sua honra , a sua dignidade.
Perdoem, se apenas escrevemos, denunciamos, pois numa democracia viciada, de sociedade alienada, somos, absurdamente, impotentes.

Em decorrência, acumula – se entre os que esperam a supremacia da verdade, os que almejam um minimo de decencia, uma descrença, uma tristeza, um desânimo com relação à justiça, à sociedade, aos politicos, às forças vivas da nação, que nada fizeram para salvaguardar aqueles, que exclusivamente cumpriram o seu dever, não se locupletaram, não transitam nos caminhos do poder, apenas se arriscaram para a manutenção da lei e da ordem.

Sim, acreditem, eles não são culpados, foram, simplesmente tolos por julgarem que lutavam por um Brasil melhor, democrata, justo e nobre.
Brasilia, DF, 21 de novembro de 2011
Gen Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira

Moças e moços livres de todo o Brasil, uni-vos! Ou: Por que a liberdade é superior ao pão. Ou: Professores da área de humanas, tirem essa barbicha ou esse saião que eu quero vocês sérios!






Por Reinaldo Azevedo


Sinto que chegou a hora de fazer um texto de mais fôlego sobre o processo de libertação que teve início das universidades brasileiras. Acho que sairemos todos ganhando. Vocês é que vão dizer. Peço que leiam até o fim. Se gostarem, espalhem o texto por aí.

Tenho me batido aqui já há alguns dias na crítica à violência que as correntes de extrema esquerda submetem a maioria dos estudantes das universidades brasileiras, especialmente nas instituições públicas. Um ou outro leitores chegaram a reclamar que estou dedicando tempo excessivo à questão. Discordo! Creio que tenho feito algo mais amplo do que debater se a chapa A ou a chapa B sairá vitoriosa num embate eleitoral. Eu estou escrevendo sobre a liberdade. Hoje, quero me aprofundar no tema um tanto mais do que nos dias anteriores. Aproveito também para responder a uma indagação freqüentemente feita por leitores que gostam e que não gostam de mim: “Como foi que você migrou da esquerda na juventude para as opiniões de agora? Como chegou aí?”
Vamos ver.

Na USP, a maior universidade do país, as ações da extrema esquerda ganharam, como vimos, a mímica do terrorismo, com burgusotas e burguesotes encapuzados a estocar gasolina na reitoria e a fabricar coquetéis molotov. A invasão do prédio foi promovida por uma miríade de “revolucionários” que talvez pudessem aspirar à condição de vanguarda em meados do século retrasado. Eles se dividem em correntes, partidos e seitas, e as razões das dissensões internas, não raro, estão ainda na Rússia revolucionária de 1917. O centro de suas especulações teóricas e de sua formação intelectual nada tem a ver com o Brasil de 2011, tampouco com os estudantes de verdade. Usam o aparelho universitário e a representação estudantil para o mero exercício da retórica revolucionária.

Não agem de modo diferente alguns de seus professores, aboletados naquilo que é, afinal, uma função pública, sustentada pelo dinheiro do contribuinte, para fazer pregação contra a organização do estado que lhes garante o sustento e o discurso. Não que a crítica reformista ao estado seja inaceitável. Mais do que aceitável, ela é desejável. Mais ainda: trata-se de um imperativo da universidade. Mas essa minoria de extremistas entre alunos, professores e funcionários da USP e de boa parte das universidades não quer reformar o sistema. Ao contrário: no fundo, acha que reformas criam obstáculos adicionais à revolução — aquela que nunca haverá. Seu propósito é exacerbar tensões para… construir o socialismo!!!

Tenho dado notícias da formação de chapas que não estão comprometidas com o suposto horizonte revolucionário e que repudiam a tomada dos órgãos de representação das universidades por seitas e partidos políticos. E tenho sido, como sabia que aconteceria, satanizado a valer nas redes sociais. Mas também há milhares de pessoas que se sentem algo amparadas pelas minhas afirmações, análises, opiniões. Julgavam-se quase sozinhas. Jamais endossaram os métodos da extrema esquerda, mas não encontravam um canal para que pudessem expressar sua indignação.

O movimento “caça-Reinaldo” (”cassa-Reinaldo” também serve) é violento, ameaçador, truculento mesmo. Falam em “bater”, “esfolar”, “quebrar a cara”, “te dar uma lição”. De tal sorte que tive de tomar medidas para a minha proteção e segurança. É que eu rejeito aquela que eles consideram a pauta “progressista”. Porque julgam ter a verdade e porque se consideram heróis do humanismo, os que a eles se opõem só podem ser representantes do atraso e ter motivos escusos para pensar de outro modo. Quando perceberam que seriam derrotados no processo eleitoral da USP, por exemplo — que reconheciam como legítimo enquanto achavam que podiam vencer —, deram um golpe, prorrogando seus próprios mandatos, à moda de qualquer ditador vagabundo da América Latina da década de 70.

Intimidam, fazem piquetes, promovem arruaças, invadem, depredam, silenciam opositores, ameaçam… Não obstante, gritam: “Reinaldo Azevedo fascista!” É uma piada! Ontem, recebi, como viram uma mensagem do autor daquele ignominioso panfleto que sugere atos violentos contra os maconheiros da USP e que traz a imagem do corpo de Vladimir Herzog, morto no DOI-CODI depois de torturado.

Ele está bravo comigo porque acho que ele merece cadeia. E acho porque seu panfleto nojento faz uma ironia sórdida com o cadáver de um homem que foi torturado. A tortura é um crime tipificado, inafiançável e imprescritível. Não creio que a liberdade de expressão abrigue esse tipo de coisa. Felizmente, o cara não gosta de mim. Também não gosta da Nietzsche, que supõe entender. Afirma ele a meu respeito:

“És apenas a antítese do super-homem de Nietzsche: um careca frango, fraco, uma tripa seca esquálida, incapaz fisicamente de defender a si mesmo em qualquer situação, e cuja existência é uma ofensa pras leias da natureza. Se ponha no seu lugar, pateta!”.

Também os guevaristas de extrema esquerda da Unirio, de um certo “Coletivo Vamos à Luta”, acham que sou uma pessoa detestável:

“Azevedo quer resgatar o perfil dos estudantes dos tempos da ditadura militar. Onde supostamente o interesse ‘cívico’ deveria comandar o espírito das entidades estudantis, regada na moral e bons costumes da marcha da família, com Deus pela liberdade.”

Como vocês podem notar, não sirvo para a causa dos trogloditas do fascismo. Como vocês podem notar, não sirvo para a causa dos trogloditas do comunismo. Eles têm razão! SIRVO APENAS À CAUSA DA LIBERDADE. Como deixei claro aqui no sábado, o comando do DCE não quis enfrentar o autor daquela baixaria. Quem chamou a coisa pelo nome fui eu. E, então, ele se voltou contra mim. Essa união de extremistas contra a liberdade de opinião, contra a liberdade de expressão, contra as liberdades públicas, contra o liberalismo e contra o individualismo tem história, não é?

Como você chegou aí, Reinaldo?


Cheguei aqui quando percebi, felizmente muito jovem, que não era exatamente “socialismo” que eu queria. Eu gostava mesmo era da liberdade. E fui descobrindo que a liberdade, que eu tanto prezava, não tinha, para os esquerdistas e para as esquerdas, a menor importância. Ao contrário: constatei, escandalizado, que a literatura política esquerdista é farta em textos que se encarregam de justificar a opressão. Se o velho conservadorismo o fazia em nome de alguns interesses objetivos transformados em abstrações imobilistas — “lei”, “ordem”, “decoro”, “bons costumes”, “pátria”, “nacionalismo” —, as esquerdas esmagavam o homem, muito especialmente os pequenos, em nome da libertação da… vítima!!! E não tenho a menor dúvida de que a esquerda, nesse particular, consegue ser ainda mais imoral do que a direita mais escancaradamente reacionária. Esta, ao menos, não espera contar com a colaboração da vítima na consecução de sua própria desgraça.

Inexiste marxismo militante sem a consideração de que a “consciência” do oprimido será necessariamente “falsa consciência” se sua ação não estiver afinada com os interesses de sua classe. Expresso-me em termos que me parecem ainda mais exatos e consoantes com a teoria: para os ditos marxistas, a consciência do oprimido será sempre falsa consciência se sua ação não estiver afinada com o horizonte histórico de sua classe. E o que é esse horizonte histórico? Cai do céu? Nasce na árvore da vida? Nasce, para usar uma expressão do próprio Marx, da “árvore dos acontecimentos”? Não! Quem define o seu conteúdo são os próprios revolucionários, organizados num partido. Não duvidem: cada um daqueles bobalhões que integram partidecos de esquerda nas universidades está certo de que conhece o “horizonte histórico” da classe operária e dos oprimidos, em nome dos quais julgam falar.

O modelo é muito parecido com o das religiões, que tendem a distinguir aqueles que conhecem a palavra revelada daqueles que não conhecem. Para as esquerdas, ou os homens aderem à sua causa e seguem a sua pauta ou são seres que estão à margem da marcha da história. Quando aquelas almas truculentas organizam um piquete para impedir a entrada de estudantes ou de professores num prédio, acreditam ter o direito de impor a sua vontade à maioria, ainda que ela queira o contrário, porque ou se vêem enfrentando os reacionários, que criam obstáculos à marcha revolucionária, ou se consideram os iluminadores, cuja tarefa é revelar aos próprios oprimidos qual deve ser a sua “verdadeira consciência”.

Debate ideológico
Não por acaso, meus queridos, com as exceções que sempre existem, os cursos da nossa querida “Fefeleche”, da USP (e é assim nas faculdades de humanas do Brasil inteiro), são quase sempre variações em torno do mesmo tema: na Filosofia, na História, nas Ciências Sociais, na Geografia e até nas Letras, a esmagadora maioria dos professores — e os alunos sabem que estou dizendo a verdade — está quase sempre empenhada na, como vou chamar?, “desconstrução do discurso ideológico”. É como se o mundo fosse uma maquinaria infernal, uma tramóia de potentados, a criar falsas narrativas que fizessem a realidade girar em falso para enganar incautos, cabendo-lhes, então, a tarefa do deslindamento, do desvelamento, da revelação. Isso também é muito freqüente nas escolas de jornalismo. Os alunos são treinados para tentar “desconstruir” a ideologia de seus chefes ou dos veículos nos quais vão trabalhar. Antes que a garotada consiga fazer um lead direito e possa organizar uma apuração, não incitados a “caçar” intenções sub-reptícias.

Muito bem! Foi contra esse fundamentalismo estúpido que me rebelei há muitos anos e do qual, felizmente, me libertei, passando a enxergar, então, um mundo novo: nem melhor nem pior, mas outro, em que os indivíduos respondem por suas escolhas; em que não me julgo portador da verdade revelada com que medir a consciência alheia; em que a vontade do outro é, afinal, a vontade do outro, e não me cabe ser juiz de sua escolha ou da pureza de suas opções. Ele que arque com as conseqüências da alternativa que abraçou! É absolutamente legítimo que eu tente convencê-lo, mas será sempre uma violência, numa democracia, tentar impedi-lo de fazer alguma coisa ou forçá-lo a fazê-la se não há uma lei que a tanto o obrigue.

Bem fundamental


Sim, meus caros, a liberdade é um bem fundamental e inegociável. E é uma lástima que ela seja tão desprezada, maltratada, ignorada, violentada justamente nas universidades. É uma lástima, mas não uma surpresa. É no ensino universitário que se encontra o maior número de esquerdistas por metro quadrado. Alguns bobalhões hão de dizer que a esquerdização é diretamente proporcional à informação. Bobagem! O problema é que o marxismo surge e se consolida num período em que as teorias de engenharia social eram muito influentes. E certa casta de intelectuais chamou para si a tarefa de desenhar um novo homem — daí que, acreditem!, há quem chame o marxismo de “ciência”. No mundo inteiro, sem exceção, essa onda passou. Por alguma razão, a universidade brasileira é a última a cultivar esse atraso e a infernizar a vida dos jovens com seus delírios.

Há dias, na Folha, um grupo de seis professores, liderados pelo “psolista” Chico de Oliveira, vituperava contra uma universidade aberta para as empresas e para o mercado!!! Vejam que absurdo, não é mesmo? Onde já se viu a USP fazer o que fazem Harvard, Oxford ou o MIT, lá onde o comuna Noam Chomsky dá aula: dialogar com o mercado?!?!?! Não pode! Chico de Oliveira, teórico do PSOL, quer uma universidade empenhada em fazer revolução. Como não dá e como ele sabe que a revolução não vai acontecer, ele se contenta com uma universidade cheia de psolistas… Já está bom!

Pão e liberdade


Há dias, num debate, o escritor Fernando Morais, que já se declarou um bolivariano, partidário de Hugo Chávez, brindou os que o ouviam com uma de suas rotineiras indignidades. Ao defender ainda outra vez o regime cubano — os Irmãos Castro são os maiores assassinos por 100 mil habitantes da moderna história latino-americana —, contestou a fala do outro debatedor, que citou Nelson Rodrigues: “Prefiro liberdade ao pão”. Com a vigarice intelectual característica da esquerda, apimentada por outra de que só ele é capaz — é bem verdade que Morais foi um esquerdista que ganhou o direito a uma vida estável nos braços do quercismo!!! —, deu a resposta que, historicamente, serviu para o assassinato de 25 milhões na União Soviética, de 70 milhões na China, de 3 milhões no Camboja, de 100 mil em Cuba (só para não esquecer). Afirmou então: “Vá perguntar para uma mãe que está enterrando um filho de quatro anos o que ela prefere.”

Que bom que eu não estava presente. Ou teria vomitado nele! O pão sem liberdade, seu clown dos tiranos, é o pão da humilhação, é o pão da sujeição, é o pão da indignidade, é o pão das ditaduras, é o pão da vilania, é o pão da chantagem. “Mas o que é a liberdade sem pão?”, podem gritar a moça e o moço que são reféns desses “revolucionários” pendurados na universidade pública, que acenam aos jovens com suas utopias do século 19 e depois vão brigar por seus qüinqüênios (ainda cheio de tremas…) com a agudeza burocrática dos guarda-livros…

Sou tentado a afirmar, para escândalo de muitos, que uma liberdade realmente digna do nome traz consigo, necessariamente, o pão. Mas aí seriam necessários outros tantos quilômetros de texto. Então prefiro uma saída oferecida pela lógica elementar, que um comunista folgazão e pançudo, que adora as conquistas do capitalismo, como Fernando Morais, é incapaz de reconhecer: quem é livre pode lutar por pão, mas quem come o pão que a tirania amassou pode ser condenado a ainda mais sujeição.
Encerro


A minha repulsa, como se nota, aos trogloditas das universidades públicas, sejam professores, alunos ou funcionários, ou àquele fascistóide que produziu aquele cartaz ignominioso não decorre só do meu ânimo para a polêmica. Eu realmente acho inconcebível que alguém outorgue a si mesmo ou a seu grupo o direito de impor ao outro uma vontade, uma agenda ou uma pauta ao arrepio dos direitos fundamentais garantidos pela Constituição e pelas leis que regem a democracia brasileira.


Moças e moços das universidades brasileiras, apeiem do poder, pelo voto, esses que os oprimem. Vocês não têm nada a perder a não ser os grilhões. Vocês não estão condenados a suportá-los. Todos estamos condenados, isto sim, à liberdade. E o seu exercício, acreditem, não é assim tão fácil.
NÓS SOMOS AQUELES QUE LUTAM PELA LIBERDADE QUE SE FAZ PÃO!



O MASCATE: O grande mentiroso...



Depois do doutor que não lê, o Brasil inventa a faxineira que gosta de lixo


Por Augusto Nunes

Além do brasileiro, o Brasil já inventou o analista de juiz de futebol, o jurado de escola de samba, o despachante, o senador biônico, o flanelinha, o comunista capitalista, o cabo eleitoral de ofício, o guerrilheiro que não sabe atirar e a família Sarney, fora o resto. Deve achar pouco, sugerem as duas singularidades incorporadas em 2011 ao vastíssimo acervo de assombros. No começo do ano, o País do Carnaval pariu o único doutor do mundo que nunca leu um livro e não sabe escrever. Em seguida, decidiu que Dilma Rousseff seria a primeira faxineira da história que odeia vassoura e gosta de lixo.

Promovida a ministra de Minas e Energia em 2003, Dilma fez mais que conviver anos a fio, sem qualquer vestígio de desconforto, com o lixo amontoado por Lula no primeiro escalão federal. Como atestam três ítens no prontuário, a chefe da Casa Civil fez o que pôde para piorar o que já estava péssimo. Com o dossiê forjado contra Fernando Henrique e Ruth Cardoso, Dilma aumentou o lixo. Com a conversa em que tentou induzir Lina Vieira a indultar a Famiglia Sarney, escondeu o lixo. E intensificou extraordinariamente a produção de lixo ao transformar em sucessora a melhor amiga Erenice Guerra.

“A corrupção será combatida permanentemente”, mentiu no discurso de posse. Se pensasse assim, seriam outros os ministros na plateia. Ao chamar de volta Antonio Palocci e Alfredo Nascimento, por exemplo, trouxe para dentro de casa o entulho já depositado na caçamba. Ao nomear Pedro Novais e manter no emprego Wagner Rossi e Orlando Silva, afastou do aterro sanitário algumas pilhas de detritos. Ao prorrogar o prazo de validade de Carlos Lupi, revelou que já existe até o lixo de estimação.

Como atestam as fotos feitas no dia da posse, Dilma ficou muito feliz com a escolha dos seis ministros localizados pela imprensa no pântano das maracutaias. Lamentou a partida de cinco e faz o que pode para não se desfazer do sexto. A permanência de Carlos Lupi no Ministério do Trabalho transforma a antiga suspeita em certeza: a faxineira do Brasil Maravilha não consegue viver sem um lixo por perto.





21/11/2011