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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

NÃO SE MATA A DEMOCRACIA EM UM DIA: O PT SABE QUE SE TRATA DE UM PROCESSO LENTO


Nenhum país dorme democracia e acorda ditadura; em nenhum lugar do mundo, o sol se põe na plena vigência do estado democrático e de direito e se levanta para iluminar um regime autoritário.

A construção da miséria institucional e legal é sempre lenta e demanda um esforço continuado e dedicado tanto dos candidatos a ditador como dos culpados úteis que lhes prestam serviços - são “culpados úteis”, sim; não há inocentes entre protagonistas e omissos.

Aquele que viola a democracia é culpado de violá-la; e aquele que se cala, cúmplice, é culpado dessa cumplicidade silenciosa.

Por que isso?

Mesmo trabalhando num ritmo menos acelerado do que de hábito - o blog volta à sua rotina na segunda próxima -, encontrei um tempinho para ler aquela estrovenga que ficou conhecida como “o decreto dos direitos humanos”.

Fiz, com o pé na areia, o que, lamento dizer, boa parte da imprensa não fez com os calcanhares nas redações. Já disse aqui dia desses e repito: os jornais podem acusar a Internet o quanto quiserem por sua marcha rumo à irrelevância. Mas nada será tão definidor de seu destino quanto a escolha pela… irrelevância!

Esqueceram de ler o decreto. E, porque o texto foi ignorado, alguns tontos saíram a defendê-lo em suas colunas. Fixaram-se apenas na criação da “Comissão da Verdade”.

E a mistura de ignorância histórica com a herança da esquerda botocuda resulta num dos pecados bem conhecidos da estupidez: a preguiça. No caso, preguiça de pensar.

Imersos numa enorme confusão filosófica e jurídica, ignoram que mesmo os melhores princípios obedecem a códigos estabelecidos - estabelecidos, é bom lembrar, num regime plenamente democrático. 


Moral e intelectualmente, comportam-se como crianças tolas e assustadas, que fazem pipi nas calças diante do temor de que a crítica ao tal decreto venha a ser confundida com “defesa da tortura”.

O fenômeno, admito, não é só brasileiro.

Vive-se a era da patrulha das minorias organizadas, que tolhem o pensamento com a força de um tribunal inquisitorial.

Richard Lindzen, por exemplo, professor de meteorologia do Massachusetts Institute of Technology (nada menos do que o lendário MIT), faz picadinho de algumas teses do aquecimento global e explica o silêncio de colegas que comungam de suas teses: medo - e, claro!, risco de perder verbas para pesquisa.

Há um post sobre ele aqui.

Boa parte das pessoas - no jornalismo, então, nem se diga! - prefere perder a vergonha a perder o conforto da companhia, a sensação de pertencer a um grupo ou a uma corporação. Por isso há tanta mesmice no jornalismo. Adiante.


sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Leia mais aqui.

EXCLUSIVO: Decreto federal atinge o setor rural e fere a liberdade de expressão, afirma Kátia Abreu



O Decreto 7037 de 21 de dezembro de 2009, apresentado pelo governo federal como o Plano Nacional de Direitos Humanos, está preocupando o Congresso. Kátia Abreu, senadora e presidente da CNA, afirma esta foi uma surpresa desagradável para o fim do ano.

“Nós nos deparamos com um decreto assustador, totalitário e com conteúdo ideológico”.
Ela ressalta que o decreto atinge não só o setor rural, como também a liberdade de expressão.

No setor rural, os proprietários teriam condicionantes para a obtenção de liminares de reintegração.

“O próprio nome já diz: uma liminar é sinônimo de urgência. É uma prerrogativa constitucional e é um direito humano”.

Ela afirma que o decreto divide os setores e coloca o agronegócio na berlinda.

A senadora diz ainda que o plano extrapola a questão dos direitos humanos para atender interesses políticos.

“Aproveitaram essa bandeira dos direitos humanos para fazer um disfarce e colocar uma ampla plataforma ideológica que abrange de modo minucioso e totalitário todos os aspectos da política, da economia, da cultura e da organização social... Não podemos aceitar isso porque o Brasil fez uma opção pela democracia”.


Ela ressalta que, em uma democracia, existe o estado de direito, o mercado, a livre iniciativa, o direito de propriedade, e permite a liberdade de expressão e o lucro.

“Essa foi a decisão dos brasileiros... Não queremos andar para trás! Nós derrubamos o muro de Berlim há quanto tempo?... Esse decreto vem eivado de componentes de esquerda e que a sociedade brasileira não concorda”.



PORQUE NÃO SOU PETISTA ! - Marcelo Tás


PORQUE NÃO SOU PETISTA

de Marcelo Tas

Por não ser petista, sempre fui considerado "de direita" ou "tucano" pelos meus amigos do falecido Partido dos Trabalhadores.

Vejam, nunca fui "contra" o PT. Antes dessa fase arrogante mercadântica-genoínica, tinha respeito pelo partido e até cheguei a votar nos "cumpanheiro". A produtora de televisão que ajudei a fundar no início da década de 80, a Olhar Eletrônico, fez o primeiro programa de TV do PT. Do qual aliás, eu não participei.

Desde o início, sempre tive diferenças intransponíveis com o Partido dos Trabalhadores. Vou citar duas.

Primeira: nunca engoli o comportamento homossexual dos petistas. Explico: assim como os viados, os petistas olham para quem não é petista com desdém e falam: deixa pra lá, um dia você assume e vira um dos nossos.

Segunda: o nome do partido. Por que "dos Trabalhadores"? Nunca entendi. Qual a intenção? Quem é ou não é "trabalhador"? Se o PT defende os interesses "dos Trabalhadores", os demais partidos defendem o interesse de quem? Dos vagabundos?

E o pior, em sua maioria, os dirigentes e fundadores do PT nunca trabalharam. Pelo menos, quando eu os conheci, na década de 80, ninguém trabalhava. Como não eram eleitos para nada, o trabalho dos caras era ser "dirigentes do partido". Isso mesmo, basta conferir o currículum vitae deles.

Repare no choro do Zé Genoníno quando foi ejetado da presidência do partido. Depois de confessar seus pecadinhos, fez beicinho para a câmera e disse que no dia seguinte ia ter que descobrir quem era ele. Ia ter "que sobreviver" sem o partido. Isso é: procurar emprego. São palavras dele, não minhas.

Lula é outro que se perdeu por não pegar no batente por mais de 20, talvez 30 anos... Digam-me, qual foi a última vez, antes de virar presidente, que Luis Ignácio teve rotina de trabalhador? Só quando metalúrgico em São Bernardo. Num breve mandato de deputado, ele fugiu da raia. E voltou pro salarinho de dirigente de partido.

Pra rotina mole de atirar pedra em vidraça.

Meus amigos petistas espumavam quando eu apontava esse pequeno detalhe no curriculum vitae do Lula.

O herói-mor do Partido dos Trabalhadores não trabalhava!!!

Peço muita calma nessa hora. Sem nenhum revanchismo, analisem a enrascada em que nosso presidente se meteu e me respondam. Isso não é sintoma de quem estava há muito tempo sem malhar, acordar cedo e ir para o trabalho. Ou mesmo sem formar equipes e administrar os rumos de um pequeno negócio, como uma padaria ou de um mísero botequim?

Para mim, os vastos anos de férias na oposição, movidos a cachaça e conversa mole são a causa da presente crise. E não o cuecão cheio de dólares ou o Marcos Valério. A preguiça histórica é o que justifica o surto psicótico em que vive nosso presidente e seu partido. É o que justifica essa ilusão em Paris...misturando champanhe com churrasco ao lado do presidente da França...outro que tá mais enrolado que espaguete.

Eu não torço pelo pior. Apesar de tudo, respeito e até apoio o esforço do Lula para passar isso tudo a limpo. Mesmo, de verdade.

Mas pelamordedeus, não me venham com essa história de que todo mundo é bandido, todo mundo rouba, todo mundo sonega, todo mundo tem caixa 2...

Vocês, do PT, foram escolhidos justamente porque um dia conseguiram convencer a maioria da população (eu sempre estive fora desse transe) de que vocês eram diferentes. Não me venham agora querer recomeçar o filme do início jogando todos na lama. Eu trabalho desde os 15 anos. Nunca carreguei dinheiro em mala. Nunca fui amigo dessa gente.

Pra terminar uma sugestão para tirar o PT da crise. Juntem todos os "dirigentes", "conselheiros", "tesoureiros", "intelectuais" e demais cargos de palpiteiros da realidade numa grande plenária. Juntos, todos, tomem um banho gelado, olhem-se no espelho, comprem o jornal, peguem os classificados e vão procurar um emprego para sentir a realidade brasileira.

Vai lhes fazer muito bem. E quem sabe depois de alguns anos pegando no batente, vocês possam finalmente, fundar de verdade um partido de trabalhadores.

Marcelo é jornalista, autor e diretor de TV. Entre suas obras destacam-se; participação na criação das séries "Rá-Tim-Bum", da TV Cultura e o "Programa Legal", na TV Globo. Atualmente é âncora do CQC, editado pela TV Band.

Dilma emagrece em spa no Rio Grande do Sul



A última vez que a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, apareceu em público foi no dia 22 de dezembro durante a solenidade de entrega em Brasília do Prêmio Direitos Humanos 2009.

Foi também quando inaugurou seu novo visual - cabelos curtinhos ao invés da peruca usada enquanto se submetia a sessões de quimioterapia para combater um câncer linfático

Dilma 2010 - mais magra e elegante - fará sua estréia na próxima segunda-feira de volta ao trabalho.

Ela está internada desde o final de dezembro no “Kurotel – Centro de Longevidade e SPA”, em Gramados, no Rio Grande do Sul.

Há pouco, o repórter deste blog, Severino Motta, falou com ela. Seu relato:

"Liguei na recepção do Kurotel e disse que precisava passar uma mensagem da ministra Erenice Guerra para a ministra Dilma Rousseff. O atendente falou "Ok" e transferiu a ligação. Dilma atendeu de imediato.

Eu - Ministra...

Dilma - Sim. Quem fala?

Eu - É Severino Motta, do Blog do Noblat. Estou ligando pois estamos preocupados com sua saúde. Gostaria de saber como a senhora está...

Dilma - Não faça isso. Não ligue dizendo que é urgente. Eu estou descansando. Que coisa... Não faça isso.

Eu - Sim ministra, mas só queria saber...

Dilma - Não faça isso. Até logo, viu?

A preocupação do blog com a saúde da ministra fazia sentido.

Candido Vaccarezza, líder do PT na Câmara dos Deputados, havia dito ao Globo que Dilma contraíra a gripe suína. E que por isso havia sumido. À Folha de S. Paulo, Vaccarezza não confirmou a gripe.

Os porta-vozes de Dilma e da presidência da República silenciaram a respeito.

Dilma está muito bem.

O Kurotel foi aberto em 1982. É o mais elegante, confortável e bem equipado spa do país.

Justiça argentina reconduz presidente do BC ao cargo


La presidenta de la Nación, Cristina Fernández de Kirchner, y el todavía titular del Banco Central, Martín Redrado.
(Dibujo: Fernando Rocchia, especial para NOVA)

O Globo,
com agências de notícias


BUENOS AIRES  - A juíza federal María José Sarmiento aceitou o pedido feito pelo presidente destituído do Banco Central da República Argentina (BCRA), Martín Redrado, e ordenou que ele seja reconduzido ao cargo, informou o site do "La Nación".

Redrado, que na quinta-feira foi demitido pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner , já está na sede do BCRA.

Redrado se nega a liberar US$ 6,6 bilhões das reservas do BCRA para o Fundo do Bicentenário, criado pelo governo há três semanas para pagar dívida pública que vence este ano. Ele quer que o Congresso decida sobre isso.

Na quarta-feira, Cristina pediu a renúncia de Redrado. Como ele se recusou a deixar o cargo, ela o demitiu na quinta-feira por meio de um decreto.

A mesma juíza proibiu nesta sexta-feira o uso de reservas para o pagamento da dívida. Imediatamente depois dessa decisão, o ministro do Interior da Argentina, Florencio Randazzo, anunciou que o governo iria recorrer.

A oposição tinha ido à Justiça pedindo o bloqueio das reservas, argumentando que a decisão de Cristina era inconstitucional.

A medida da juíza suspende o decreto de necessidade e urgência baixado por Cristina que autorizou a transferência das reservas do BCRA, até que o Congresso se pronuncie sobre a criação do fundo.

O pedido de Redrado à Justiça para permanecer no cargo foi feito por volta de meio-dia desta sexta-feira.

- Não renuncio e não vou renunciar. Sempre respeito as normas - afirmou Redrado, mais cedo, após sair de sua casa.

Ele defendeu sua recusa a liberar as reservas para pagar a dívida e pediu a intervenção do Congresso no conflito. Há notícias de que os líderes da oposição estariam trabalhando para convocar uma sessão de emergência no Congresso.

O decreto de destituição foi publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial. Redrado deveria ser substituído, de forma interina, pelo vice-presidente do BCRA, Miguel Angel Pesce, que está alinhado com o governo.


  em 08/01/2010 às 18h28m

Falsas vítimas, agressores



Por Nivaldo Cordeiro
Artigos - Movimento Revolucionário

As esquerdas não mais escondem da opinião pública que querem o poder total. Para tanto, terão que dobrar os indobráveis militares.

O confronto será inevitável.

O notável artigo do Demétrio Magnoli, publicado no Estadão de hoje (07), Os vitoriosos de hoje, me levou a meditar sobre a mentira de vitimização que as esquerdas repetem sem cessar e que está de novo na boca de Frei Betto:

"As vítimas de ontem são os vitoriosos de hoje. Elas não se envergonham de mostrar a cara e manter viva a memória nacional, ao contrário dos torturadores, que trafegam pelas sombras e insistem em negar o que fizeram."

Dizer que aqueles que jogaram bombas, mataram friamente prisioneiros, sequestraram, roubaram e - o maior dos crimes - tentaram instaurar uma ditadura comunista com apoio de Cuba e da ex-URSS foram vítimas é falsificar a história, distorcer palavras e fatos.

As Forças Armadas deram combate aos guerrilheiros por dever constitucional, por imposição das circunstâncias. Tão logo venceram instauraram o regime democrático.

Em gesto magnâmico permitiram que seus inimigos de sempre se integrassem na vida nacional. O gesto, todavia, servia meramente de apoio para a vingança muitas vezes repetida, que se manifesta no achincalhe das instituições militares, na provocações, nas indecentes indenizações pelos crimes perpetrados.

Não foram vítimas, os militantes agressores das organizações de esquerda. Foram agressores, de armas na mão. Colocaram-se contra a ordem estabelecida. Viraram inimigos do Estado e do povo. Digam o que disserem, mintam como quiserem, estes são os fatos. Jamais tiveram uma vitória militar que fosse. Tiveram vitórias eleitorais por usarem os métodos de propaganda os mais espúrios, a manipulação retórica mais mentirosa.

Ao contrário do Demétrio Magnoli não creio que as Forças Armadas façam parte desse condomínio de poder. Os quartéis são ainda a cidadela a ser conquistada pela malta esquerdista. Eles não escondem isso. Sim, a última cidadela, mas elas têm o que as esquerdas não têm; armas de guerra e organização. Daí o ressentimento estampado na retórica beligerante de Frei Betto.


Na verdade, as esquerdas não podem conquistar as Forças Armadas porque elas representam um outro mundo, muito diferente daquele por elas almejado.

As Forças Armadas são constituídas por uma forma genuinamente aristocrática e meritocrática de recrutamento dos seus quadros. São adminsitradas de forma aristocrática também. Talvez sejam o último reduto aristocrático nesse mundo enganoso e insidioso de democratismo deletério. Água e vinho. As esquerdas intuitivamente demostram que precisam vencer no campo militar seu sempiterno inimigo militar. Não sabem, todavia, nem como fazê-lo e nem o tempo de fazê-lo. Ainda não podem vencer as Forças Armadas no seu campo.

O recente enfrentamento criado pela tentativa de rasgar a Lei da Anistia é só mais um round nesse processo, que se agrava e se afunila. As esquerda estão convidando os generais para o confronto. Penso que poderão ter o que querem. Um dia a onça cutucada dará o bote.

Veja, caro leitor, que o movimento no Brasil está em sincronia com o mesmo movimento levado a efeito nos demais países sob a bandeira do Foro de São Paulo. Nada é por acaso. As esquerdas não mais escondem da opinião pública que querem o poder total. Para tanto, terão que dobrar os indobráveis militares. O confronto será inevitável. Neste ano de sucessão eleitoral muita água poderá rolar nesse front.


Frei Betto tem razão ao dizer que as esquerdas não se envergonham de nada, pois são desavergonhadas. Deveriam ter vergonha de sua ação política, de antes como de agora. Mas elas são impermeáveis à moralidade. São amorais. Movem-se unicamente na busca do poder total. Os fins justificam os meios, na sua ótica torta e alucinada. É a lógica satânica que tem sido o combustível revolucionário em toda parte onde os alucinados percebem a chance de chegar ao poder total.
08 Janeiro 2010

Os vitoriosos de hoje




Os vitoriosos de hoje

"As vítimas de ontem são os vitoriosos de hoje.

Elas não se envergonham de mostrar a cara e manter viva a memória nacional, ao contrário dos torturadores, que trafegam pelas sombras e insistem em negar o que fizeram." Frei Betto escreveu isso na passagem dos 30 anos da Lei de Anistia. Agora, capitaneados pelo secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, os "vitoriosos de hoje" negociam com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, o conteúdo do decreto que cria a Comissão Nacional da Verdade. Toda a disputa se trava em torno da fabricação da "memória nacional".

Frei Betto não é sempre contra a violência política de Estado. Há pouco, quando se preparava para receber em Havana mais um prêmio da ditadura castrista, publicou um artigo sobre a blogueira Yoani Sánchez. Dias antes, ela sofrera um sequestro relâmpago e agressões corporais de agentes da polícia secreta cubana. No artigo, o piedoso frade sugere que o evento existiu apenas como maligna invenção de Yoani e, ainda, que a blogueira funciona como peão do "inimigo externo" da indômita Cuba socialista. Até onde pode ir Frei Betto em nome de sua causa?

Não é exato dizer que as "vítimas de ontem" são os "vitoriosos de hoje". Elas fazem parte do condomínio que está no poder, mas à custa de uma dupla renúncia. Em primeiro lugar, renunciaram ao seu programa original, que persiste apenas na esfera simbólica e se manifesta iconicamente em eventos como o da premiação de Frei Betto. Em segundo lugar, renunciaram aos seus princípios políticos e se associaram aos "vitoriosos de ontem", que formam um componente crucial da base governista. Eis o motivo pelo qual Vannuchi não terá a "verdade" que almeja no fim da negociação em curso.

Justiça e verdade não são a mesma coisa. A primeira depende das leis vigentes e se coagula na decisão, certa ou errada, de um tribunal superior. A segunda é uma leitura do passado, uma narrativa mais ou menos amparada nos fatos, que se condensa como consenso circunstancial, sempre sujeito a revisão. Sancionada pelo último general-presidente no outono da ditadura militar, a Lei da Anistia tinha os intuitos simultâneos de impedir a produção da justiça e promover um equilíbrio entre duas verdades conflitantes. Na versão formulada por Vannuchi, a Comissão da Verdade pretende unicamente consagrar a verdade dos autodeclarados "vitoriosos de hoje".

A justiça é um patrimônio coletivo. Augusto Pinochet foi processado num tribunal chileno por violações de direitos humanos e um tribunal argentino condenou Jorge Videla à prisão perpétua. Tais veredictos não são triunfos das "vítimas de ontem" e não compensam os amigos, irmãos, filhos e netos vitimados nos subterrâneos das ditaduras. Eles equivalem a contratos históricos das duas nações, que comprometem as gerações futuras no repúdio à tirania e na proteção das liberdades políticas e dos direitos humanos.



A Lei da Anistia proíbe o Brasil de firmar consigo mesmo um contrato dessa natureza. Os "vitoriosos de hoje" acatam tal interdito. Nos termos daquela lei, classificada por Frei Betto como "uma vitória parcial", eles trocam o contrato nacional por indenizações pecuniárias pessoais cujos valores oscilam em função do prestígio e da influência dos beneficiários. Vannuchi, que os representa, coerentemente assegurou que a Comissão da Verdade "não é contra a Lei da Anistia".

A verdade - isto é, a "memória nacional" - é um patrimônio privado. Nas ditaduras comuns, a censura e a repressão sustentam a hegemonia da verdade oficial. Nas ditaduras totalitárias, como a cubana, o partido único veicula a sua verdade dogmática por meio dos sistemas de comunicação e educação e de todas as instituições culturais. Nas democracias, por definição, não existe uma verdade de Estado, mas verdades concorrentes que dialogam no mercado de ideias. A pretensão de, por meio da Comissão da Verdade, marcar uma verdade particular com o sinete de verdade oficial evidencia o que pensam da democracia os "vitoriosos de hoje".

"A anistia foi a pedra de toque da transição da ditadura para a democracia e acredito que isto é um pacto político e como tal não vale a pena reabrir essas velhas feridas." As palavras do deputado Raul Jungmann, que refletem a covardia de nossa elite política, foram escolhidas para exprimir a repulsa de Jobim e dos comandantes militares à Comissão da Verdade. Eles todos sabem que Vannuchi não persegue a justiça e respeita o "pacto político" que protege o vértice da cadeia de comando da ditadura militar. Mas a falsa acusação de violar a sacrossanta Lei da Anistia funciona como expediente eficaz para atingir o fim realmente visado.

Os comandantes militares insurgem-se contra as propostas de identificação das estruturas empregadas nos subterrâneos da tortura e de proibição legal de batizar logradouros com o nome dos responsáveis pela tortura. Eles não se erguem contra uma inexistente ameaça judicial, mas cerram fileiras em torno de um valor simbólico: a imagem dos chefes das Forças Armadas do passado recente, que identificam com a instituição militar atual. No fim das contas, negam aos "vitoriosos de hoje" até mesmo um troféu puramente virtual.

Há uma narrativa histórica implícita na Lei da Anistia, que emerge na declaração do brigadeiro da reserva José Carlos Pereira: "Se a coisa é séria e se quer investigar, teria que investigar os dois lados, é claro." A descrição do Estado ditatorial e dos militantes de esquerda, armados ou não, como "dois lados" simétricos de uma guerra ideológica internacional cumpre o papel de tese de legitimação da violência política oficial. O artigo de Frei Betto sobre Yoani Sánchez constitui uma versão adaptada dessa mesma obscenidade.

Os "vitoriosos de hoje" não são muito diferentes dos de ontem. Uns e outros negociarão suas verdades particulares - e continuarão a negar a justiça à Nação brasileira.

Demétrio Magnoli  é sociólogo e doutor em Geografia Humana pela USP.

Com sete anos de atraso, o sapo barbudo temido por Mário Amato mostrou a garras e a liberdade tão comemorada com o fim do regime militar mais uma vez se vê ameaçada de mordaça e grilhões.

by Marcos Pontes



Ficou famosa a ameaça de Mário Amato, então presidente da FIESP e de grande influência nas decisões políticas brasileiras na campanha presidencial de 89. Amato dizia que se Lula se elegesse, centenas de empresários deixariam o país e levariam suas empresas. Os efeitos devastadores de uma bomba se espalharam na campanha do “sapo barbudo”, como Amato chamou Lula.

Passaram-se os anos, Lula se elegeu e a previsão de Amato passou a ser motivo de chacota, o mundo mudou, o socialismo já havia provado ser um erro, a União Soviética, nave-mãe dos comunistas do paneta, havia implodido levando à derrocada do sistema em todo o leste europeu. Os poucos países que mantiveram o socialismo repressivo marcavam passo, passavam fome, mendigavam migalhas ao resto do mundo. Até a China mudou, tornando-se um “socialismo de mercado”, cedeu ao capitalismo sem dar o braço a torcer. A Coréia do Norte só existe porque a Rússia e a China a sustentam para fazerem contrapartida ao poderia ianque.

O socialista Luiz Inácio também quietou o facho. Tornou-se “paz e amor” a pedido do marqueteiro chegado a rinha de galos, saboreava o sabor da fortuna, mesmo tendo amealhado a dita cuja depois de suspender o macacão aos 27 anos de idade, provando a máxima popular de que quem trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro. Os capitães de empresa e grandes empresários, se acalmaram, relegaram a um lugarzinho esquecido no passado as ameaças de Mário Amato.

Durante sete anos de mandato o governo mostrou ser um capitalista feroz, embora estatista, um trapalhão estratégico que alimentava os vizinhs miseráveis dando hidrelétrica pro Paraguai, refinadoras de petróleo para Equador e Bolívia, dinheiro para o louco venezuelano e por aí adiante. Banqueiros lucraram como nunca na históriadessepaís, o crédito ficou mais fácil, levando a pobretalha ter a sensação de que era rica, criando uma bolha que ainda não estourou porque a classe média tem bancado o consumismo desenfreado. Não havia o que temer.

Mas eis que uns alopradinhos, achando o presidente muito à direita, resolveram lembrá-lo de que ele era um comunista juramentado, não podia trair a clase. pior, tinha que compensá-los por ter presidido sete anos para seus amigos milionários, dividindo a grana da classe média para os mais pobres a título de justiça social e distribuição de renda, sendo, de fato, uma expropriação da poupança dos remediados, em forma de impostos, para bancar os regalos dos ricos e as esmolas-compra-votos dos pobres.

A candidata e um aspone, o tal Vanuchi, botaram na mesa da anta bípede o tal decreto, ferramenta que nossa democracia já dava por falecida, criando a tal Comissão da Verdade, desencavando questões sepultadas pela Lei da Anistia, um ranço de revanchismo que essa malta azeda há 24 anos, desde a entrega da faixa presidencial por Figueiredo para o highlander Sarney.

Os mentores da lei criada bem ao estilo absolutista stalinista, na calada da noite e escondidos pelos barulhos de fogos do Natal, ainda não foi devidamente assimilada pela população, talves nem mesmo pela esquerda, também pega de surpresa. Mas os produtores rurais e os militares já perceberam o perigo pesado e escuro que nos ameaça. Ameaça a todos.

Frustrada mais uma vez a tentativa de calar a imprensa, um esforço milionário do Franklin Martins e sua Confecon, o viés autoritário disfarçado com um sorriso nos lábios e brincadeirinhas futebolísticas do presidente volta a mostrar os caninos sedentos. Os jovens desavisados, os sectários analfabetos políticos seguidores da UNE em sua empáfia de juventude são a grande massa de manobra usada para apoiar a medida. A mesma juventudo que a 30 anos estava lutando pela liberdade de expressão. São o que Alexandrovich Bezmenov, espião soviético dissidente da KGB, chama de idiotas úteis. Vejam este vídeo, muito interessante e esclarecedor.

Demorou sete anos, conquistou a simpatia do povaréu e a confiança dos capitalistas e aí deu o bote. Com sete anos de atraso, o sapo barbudo temido por Mário Amato mostrou a garras e a liberdade tão comemorada com o fim do regime militar mais uma vez se vê ameaçada de mordaça e grilhões. Aqui.

©Marcos Pontes
Sexta-feira, Janeiro 08, 2010

Pernas da mentira


Eduardo Graeff
05/01/10
A tabela e números falsificados atribuídos a The Economist se espalham na rede petista.


Anteontem a mentira estava neste blog. Ontem foi copiada neste, neste outro, mais este e este e vai por aí.


Simples assim: cortar e colar. O que falta a eles em honestidade e criatividade sobra em cara-de-pau.


No site do DIAP um Marcos Verlaine, “jornalista, analista político e assessor parlamentar”, se deu ao trabalho de botar por extenso os números falsificados da tabela falsificada. Conclui assim:
Estes dados não foram inventados por mim, muito menos por algum petista ou pelo governo. São da conceituada revista britânica The Economist.

Pergunto-me se essa bobajada engana alguém além dos próprios petistas.

Ou é só para mostrar serviço?

Stephanes diz que decreto do Programa Nacional de Direitos Humanos cria 'insegurança jurídica'


Por Eliane Oliveira

BRASÍLIA - O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse nesta sexta-feira que o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que cria o Programa Nacional de Direitos Humanos - que prevê ações em diversas outras áreas do governo - gera uma "insegurança jurídica" ao flexibilizar as regras para reintegração de posse de propriedades invadidas.

Segundo ele, não se pode mais dividir a agricultura em familiar e comercial, já que há uma classe média rural em crescimento.

O ministro deixou claro que não participou da elaboração do decreto:

" Se houve debate, o Ministério da Agricultura não participou "

- Se houve debate, o Ministério da Agricultura não participou. Temos que participar dessa discussão - afirmou.

O plano foi coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com aval da Casa Civil, e recebeu contribuições de 17 ministérios.

A presidente da Confederação Nacional da Agricultura, senadora Kátia Abreu (DEM-TO), já havia afirmado que o programa discrimina o setor ruralista. Ela critica, principalmente, o trecho do texto que prevê a realização de audiências públicas, antes que um juiz decida se concede liminar para reintegração de posse de uma fazenda invadida.

O decreto estabelece ainda para os próximos 11 meses a elaboração de pelo menos 27 novas leis: da regulação de hortas comunitárias à revisão na Lei de Anistia ; da taxação de grandes fortunas às mudanças nas regras dos planos de saúde; da legalização do casamento homossexual à fiscalização de pesquisas de biotecnologia e nanotecnologia. E cria mais de dez mil novas instâncias burocráticas no setor público.
08/01/2010

Produtores rurais e Congresso reagem ao novo Programa de Direitos Humanos do governo


Se aprovado, o projeto pode atrasar a desocupação de terras invadidas e abrir brechas para a tentativa de censura dos meios de comunicação.

Saiba mais sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos.


São Luiz do Paraitinga


“Ditadura Sem-Vergonha”.


DECRETO GOLPISTA DE LULA USA DIREITOS HUMANOS PARA TENTAR CENSURAR A IMPRENSA E QUER MOVIMENTOS SOCIAIS SUBSTITUINDO O CONGRESSO

Por Reinaldo Azevedo

Vocês pensam que já expus aqui todo o show de horrores do tal decreto que supostamente trata do Programa Nacional de Direitos Humanos? Pois falta ainda explicitar muita coisa. O texto também avança sobre os meios de comunicação. O PT abre, assim, mais uma frente de perseguição à imprensa. Todas aquelas propostas da tal Confecom (Conferência de Comunicação), que resultariam em censura se fossem aplicadas, estão consolidadas também no tal decreto.
Sob a desculpa de defender os direitos humanos — e o totalitarismo sempre tem justificativas humanitárias para se exercer —, institui-se uma verdadeira polícia política para vigiar e punir a “mídia”.  Leiam a Diretriz 22 no anexo do tal decreto. Volto em seguida.
Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação para consolidação de uma cultura em Direitos Humanos.
Objetivo Estratégico I:
Promover o respeito aos Direitos Humanos nos meios de comunicação e o cumprimento de seu papel na promoção da cultura em Direitos Humanos.
Ações Programáticas:
a)Propor a criação de marco legal regulamentando o art. 221 da Constituição, estabelecendo o respeito aos Direitos Humanos nos serviços de radiodifusão (rádio e televisão) concedidos, permitidos ou autorizados, como condição para sua outorga e renovação, prevendo penalidades administrativas como advertência, multa, suspensão da programação e cassação, de acordo com a gravidade das violações praticadas.
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Justiça; Ministério da Cultura

b)Promover diálogo com o Ministério Público para proposição de ações objetivando a suspensão de programação e publicidade atentatórias aos Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
c)Suspender patrocínio e publicidade oficial em meios que veiculam programações atentatórias aos Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Justiça

d)Elaborar critérios de acompanhamento editorial a fim de criar ranking nacional de veículos de comunicação comprometidos com os princípios de Direitos Humanos, assim como os que cometem violações.
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Ministério da Cultura; Ministério da Justiça

(…)
f)Avançar na regularização das rádios comunitárias e promover incentivos para que se afirmem como instrumentos permanentes de diálogo com as comunidades locais.
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Cultura; Ministério da Justiça

(…)
Objetivo Estratégico II:
Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação.
Ações Programáticas:
a)Promover parcerias com entidades associativas de mídia, profissionais de comunicação, entidades sindicais e populares para a produção e divulgação de materiais sobre Direitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Cultura; Ministério das Comunicações

(…)
c)Incentivar a produção de filmes, vídeos, áudios e similares, voltada para a educação em Direitos Humanos e que reconstrua a história recente do autoritarismo no Brasil, bem como as iniciativas populares de organização e de resistência.
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Cultura; Ministério da Justiça


Voltei

É o PT se revelando. A partir de agora, ninguém mais poderá alegar inocência. As ditaduras jamais se instauram alegando maus propósitos, é evidente. Até as mais odientas, que servem de modelo de horror, como o nazismo e o stalinismo, vislumbravam um homem ideal, livre. Todas elas sempre falam em nome da PRESERVAÇÃO DE UM BEM e da RESTAURAÇÃO DA VERDADE. E, por óbvio, elegem seus inimigos.
Ora, a quem caberá definir o que e quem “viola” ou não os direitos humanos? Está claro no decreto: são as ditas entidades da sociedade civil, que estão, como todos sabemos, a serviço dos petistas. Como o partido acredita que não se distingue do estado e da sociedade, ele se oferece para ocupar as funções que cabem a ambos. Se a tese prosperasse, viveríamos sob uma censura partidária disfarçada de senso comum e de bom senso.
Eis por que costumo dizer que os nossos “bolivarianos” são bem mais espertos do que os bolivarianos dos outros. Enquanto Hugo Chávez, o delinqüente de Caracas, atua em nome pessoal, chamando para si a responsabilidade dos atos discricionários que ele pretende revolucionários, os petistas preferem apelar ao chamam a “sociedade organizada”, de modo que a vontade do partido se confundam com a vontade coletiva.
Alguns bobinhos poderiam perguntar: “Mas que mal há em punir emissoras de TV, por exemplo, que não respeitem os direitos humanos”? A questão rigorosamente não é esta. O Brasil tem uma Constituição com os princípios gerais que regem o respeito ao “outro” e às diferenças. O que precisa ficar claro é que estão tentando criar uma legislação paralela, pautada pela militância partidária, para monitorar, censurar e punir aqueles atores que essa militância acusa de agredir os direitos humanos.
Desavergonhado

O decreto é de tal sorte desavergonhado que não se vexa em atacar governos anteriores em linguagem claramente ideológica. Leiam o que diz o texto sobre os “movimentos sociais”:


Nos anos que se seguiram, os movimentos passaram a se consolidar por meio de redes com abrangência regional ou nacional, firmando-se como sujeitos na formulação e monitoramento das políticas públicas. Nos anos 1990, desempenharam papel fundamental na resistência a todas as orientações do neoliberalismo de flexibilização dos direitos sociais, privatizações, dogmatismo do mercado e enfraquecimento do Estado. Nesse mesmo período, multiplicaram-se pelo País experiências de gestão estadual e municipal em que lideranças desses movimentos, em larga escala, passaram a desempenhar funções de gestores públicos.
Trata-se de uma abordagem inaceitável num texto legal, além de estupidamente mentirosa. Que “neoliberalismo”, cara pálida? Quais direitos sociais foram flexibilizados? Seria impossível apontar um só. Ao contrário: os direitos sociais foram ampliados desde a Constituição de 1988, inclusive e especialmente no governo FHC. A um governo cabe, nos limites da lei, privatizar ou estatizar empresas, por exemplo (ele que faça as suas escolhas), mas não cabe fazer proselitismo a favor ou contra a “privatização”. Não num decreto!!! Acontece que este é o trecho do texto que tenta transformar os movimentos sociais numa espécie de Congresso paralelo.
E é isso o que não está ainda devidamente claro sobre o tal decreto 7.037. Como Lula e os petistas sabem que não conseguirão fazer a sua tão sonhada “constituinte”, tentam impô-la na marra por meio de outros expedientes. Os petistas querem usar os ditos “movimentos sociais” como o seu Congresso alternativo. Será que forço a mão? Ora, leiam os dois primeiros parágrafos do Anexo. Faltou pouco para que se exaltasse ali a própria fundação do PT:
A partir da metade dos anos 1970, começam a ressurgir no Brasil iniciativas de articulação dos movimentos sociais, a despeito da repressão política e da ausência de canais democráticos de participação. Fortes protestos e a luta pela democracia marcaram esse período. Paralelamente, surgiram iniciativas populares nos bairros reivindicando direitos básicos como saúde, transporte, moradia e controle do custo de vida. Em um primeiro momento, eram iniciativas atomizadas, buscando conquistas parciais, mas que ao longo dos anos foram se caracterizando como movimentos sociais organizados.
Com o avanço da democratização do País, os movimentos sociais multiplicaram-se. Alguns deles institucionalizaram-se e passaram a ter expressão política. Os movimentos populares e sindicatos foram, no caso brasileiro, os principais promotores da mudança e da ruptura política em diversas épocas e contextos históricos. Com efeito, durante a etapa de elaboração da Constituição Cidadã de 1988, esses segmentos atuaram de forma especialmente articulada, afirmando-se como um dos pilares da democracia e influenciando diretamente os rumos do País.

Revelando o jogo

O governo Lula e o PT explicitaram o jogo. Juste-se o decreto às propostas da tal Confecom, e não há dúvida sobre as pretensões dessa gente: ditadura do partido único, ainda que obedecendo às chamadas “regras de mercado” — eles podem ser autoritários, muitos são totalitários, mas ninguém ali é burro.
O caminho para a realização de seus propósitos pode ser, por que não?, o Congresso Nacional. Caso Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil (pasta que responde pela forma final dos decretos) e candidata do PT à Presidência, vença a disputa, terá início a fase de implantação da “ditadura mitigada”. Seria a chamada “Ditadura Sem-Vergonha”.

Depois dos militares, setor agrícola se rebela contra Plano de Direitos Humanos do governo



POR GABRIELA GUERREIRO

da Folha Online, em Brasília


Depois de os militares se rebelaram contra o Plano Nacional de Direitos Humanos, do governo federal, o setor agrícola reagiu nesta quinta-feira ao decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que instituiu o programa.

Segundo a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), o plano discrimina o setor agrícola ao afirmar que o agronegócio viola os direitos humanos no país.

A presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (DEM-TO), acusou o governo de
elaborar um plano ideológico contra o agronegócio em um texto com "plataforma socialista" do governo federal.

"Eu vejo uma parte deste governo que tem tendência bastante radical, ideológica, de esquerda extrema.

Isso é uma plataforma socialista de governo, uma tentativa explícita de segregação do nosso setor, de preconceito abusivo",
disse Abreu.

A senadora disse que um dos anexos do plano afirma que o agronegócio "não tem preocupação nem compromisso com os direitos humanos dos pequenos e médios agricultores, e das populações rurais". O setor também não teria preocupação com os direitos trabalhistas dos trabalhadores rurais, de acordo com a senadora.

Kátia Abreu disse que o plano também estimula a realização de audiências públicas para discutir a reintegração de posse de terras invadidas mesmo em casos onde houver decisão judicial para a retirada dos invasores.

"Este plano pretende que, antes da liminar, antes que um juiz possa decidir se vai devolver a propriedade invadida para o produtor, sugere uma audiência pública com vários participantes para que possa ser feita uma mediação.

Vou sentar e mediar com o crime. Estou dizendo para o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra] que estou legitimando as suas ações", afirmou.

A senadora disse que há "setores" do governo federal que estão "incontroláveis" no que diz respeito ao preconceito com o agronegócio --entre eles, os ministérios do Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Ibama e Incra.

"O Ministério da Justiça também, diante do que estamos vendo aqui neste plano. É um preconceito já escrito", afirmou.

Abreu isentou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) de preconceito contra o setor agrícola no Plano de Direitos Humanos, mas disse que o petista deve assumir o teor do texto, uma vez que é o chefe do governo federal.

"O presidente é o chefe e o líder de todos os ministros. Não posso deixar de falar da minha indignação com a sua assinatura desse documento. Se ele disse que não leu, acredito. Mas tenho que acreditar que ele possa voltar atrás. Quem não tem condição de ler, tem que assumir a condição de voltar atrás."

Recurso

A presidente da CNA admitiu que não pode ingressar na Justiça contra o Plano Nacional de Direitos Humanos, uma vez que o texto é apenas um protocolo de intenções do governo, sem força de lei.

Abreu disse que, se o Executivo encaminhar ao Congresso projetos de lei para legalizar ações do plano, a confederação vai se mobilizar para reagir judicialmente.

"O plano sugere projetos de lei que devem ser implementados para atender ao Plano Nacional dos Direitos Humanos. O que for para atender e fortalecer a questão dos direitos humanos, vai ter votação unânime no Congresso. A preocupação é com os pontos que querem fazer uma Constituição paralela, já que o governo tem maioria no Legislativo", afirmou Abreu.

A senadora prometeu realizar audiências públicas no Congresso para discutir o plano em sua integralidade.

Polêmica

No final de dezembro, os comandantes do Exército, general Enzo Martins Peri, e da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, ameaçaram pedir demissão caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não revogue alguns trechos do Plano Nacional de Direitos Humanos --que cria a "Comissão da Verdade" para apurar torturas e desaparecimentos durante o regime militar (1964-1985).

O foco da crise é o sexto capítulo do Plano de Direitos Humanos, anunciado por Lula no dia 21 e publicado no "Diário Oficial da União", no dia seguinte, com 180 páginas.

O capítulo se chama "Eixo orientador 6: direito à memória e à verdade". Duas propostas deixaram a área militar particularmente irritada: identificar e tornar públicas as "estruturas" utilizadas para violações de direitos humanos durante a ditadura e criar uma legislação nacional proibindo que ruas, praças, monumentos e estádios tenham nomes de pessoas que praticaram crimes na ditadura.

Na leitura dos militares, isso significa que o governo do PT, formado por muitos personagens que atuaram "do outro lado" no regime militar, está querendo jogar a opinião pública contra as Forças Armadas.

A secretária estadual de Ação Social, Benedita da Silva, estava em Campos, no spa Beleza em Foco, tentando emagrecer.

Seis dias depois do deslizamento em Angra, aparece finalmente a Benedita


Cássio Bruno,
Gustavo Goulart
e Rafael Galdo


 
RIO - A secretária estadual de Ação Social, Benedita da Silva, apareceu pela primeira vez em Angra nesta quarta-feira, seis dias depois da tragédia que matou 52 pessoas.

Nos primeiros dias do ano, enquanto as chuvas castigavam o município do Rio e a região de Angra, a secretária de Assistência Social estava em Campos, no spa Beleza em Foco, tentando emagrecer.

Ela fez também tratamento a laser no rosto. Ela deveria ficar no spa até domingo, mas acabou saindo no sábado. Ela deve voltar ao spa no carnaval, pois ainda precisa perder 12 quilos.

Durante a visita a Angra, ela disse que o governo iniciou uma campanha para arrecadação de donativos. Ela também anunciou que a Fundação Leão XIII ajudará a cadastrar as famílias de desabrigados.

- As pessoas precisam de doações de roupas de cama, panelas e eletrodomésticos - disse Benedita, acrescentando que já acionou a Receita Federal para que produtos de apreensões possam ser doados. - Por enquanto, a Receita doou cobertores, roupas e guarda-chuvas.

O secretário estadual de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, e o comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Pedro Machado, voltaram ao local onde uma avalanche matou pelo menos 31 pessoas nas primeiras horas do dia 1º, na Enseada do Bananal, na Ilha Grande. Segundo Côrtes, por fotografias feitas antes da tragédia, a Defesa Civil já sabe onde ficava a casa de Roseli Marcelino Pedroso, de 34 anos, a única vítima do local que permanece desaparecida.

- Há fortes indícios de que seu corpo está sob uma pedra de cerca de três toneladas, que rolou do alto da montanha - informou o secretário, que esteve pela manhã no Instituto Médico-Legal, onde conversou com parentes de vítimas.

Já o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, anunciou que visitará nesta quinta-feira de manhã a Enseada do Bananal. A visita teria sido desaconselhada pelo governo estadual, devido à falta de estrutura.

- Não há crise alguma com o governador do Rio. Todas as medidas emergenciais que podiam ser tomadas já foram tomadas. Enviamos pelo menos 20 mil cestas básicas, remédios e colchões. Estava indo para o local, mas o vice-governador Luiz Fernando Pezão me disse que não era o momento. Não havia como pousar jatos em Angra. As estradas estavam interrompidas. Ele fez ponderações lógicas e eu aceitei - disse Geddel, que será acompanhado pelo ministro das Cidades, Márcio Fortes.

Geddel suspendeu suas férias para acompanhar de perto as medidas que estão sendo tomadas pelo governo federal para apoiar as vitimas do deslizamento na Ilha Grande.

Publicada em 06/01/2010

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Por pressão do Planalto, relatório da FAB não terá ranking de caças

Versão final de parecer a ser entregue para Jobim fica sem 'hierarquização' que indicava preferência pelo Gripen

Vera Rosa e Eugênia Lopes


O relatório técnico que o Comando da Aeronáutica apresentará ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, com a avaliação dos modelos de caças para a renovação da frota da Força Aérea Brasileira (FAB), não vai conter uma "hierarquização" das propostas internacionais.

A FAB iria recomendar o Gripen NG, da empresa sueca Saab, mas foi pressionada pelo governo e não entrará no mérito de qual a melhor opção para o projeto FX-2, que prevê a compra de 36 caças.

A versão final do relatório já havia sido "reexaminada", para cortar do texto o ranking das propostas, quando o documento foi publicado pelo jornal Folha de S. Paulo.

O novo texto deverá ser apresentado a Jobim na próxima semana.

O vazamento foi interpretado pelo Palácio do Planalto como uma derradeira tentativa da Aeronáutica de constranger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a optar pelo caça sueco, o mais barato entre os três concorrentes.

ÚLTIMO LUGAR

Seria, na prática, a última cartada para desbancar a França.

Motivo: Lula já manifestou diversas vezes sua preferência pelo caça francês Rafale, da empresa Dassault.

Na versão preliminar do documento produzido pelo Comando da Aeronáutica, porém, o Rafale ficou em terceiro e último lugar, por ser considerado mais caro e com custo de operação mais alto.

O modelo F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, ocupava a segunda posição.

"Depois que foi apresentado esse primeiro balanço, foi tudo revisado", disse ao Estado um importante auxiliar de Lula.

Ele negou, porém, que o presidente ou mesmo Jobim tenham obrigado a FAB a mudar de posição.

"A situação é muito complexa e os relatórios são técnicos. Não dá para comparar equipamentos diferentes assim, até porque um dos modelos ainda é um projeto", completou o assessor do Planalto, numa referência ao Gripen.

Jobim está de férias e não quis comentar o assunto. Tanto ele como Lula, no entanto, ficaram extremamente contrariados com a divulgação das conclusões do documento da Aeronáutica.

Leia mais no Estadão.

Um experimento Socialista


Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que ele nunca repetiu um só aluno antes mas tinha, uma vez, repetido uma classe inteira.

Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e 'justo.' O professor então disse, "Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas em testes."

Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam 'justas.' Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém repetiria. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um A...

Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam Bs. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

Quando o segundo teste foi aplicado, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média dos testes foi D.

Ninguém gostou.

Depois do terceiro teste, a média geral foi um F.

As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala.

Portanto, todos os alunos repetiram... Para sua total surpresa.

O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes. Preguiça e mágoas foram seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado.

"Quando a recompensa é grande", ele disse, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável.

Zelaya critica


Manuel Zelaya está na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa desde setembro

Zelaya está desde 21 de setembro abrigado na Embaixada brasileira em Tegucigalpa, depois de retornar ao país clandestinamente.

O ex-presidente criticou o pedido do Ministério Público à Suprema Corte e disse que ele servirá para “colocar um manto sobre a verdade dos fatos que ocorreram no dia 28 de junho”.

Zelaya acusou o procurador-geral de “usar um novo estratagema para conseguir a impunidade dos militares ao acusá-los por delitos menores e não pelos delitos graves que cometeram, como traição à pátria, assassinatos, violações dos direitos humanos e torturas do povo hondurenho”.

“É claro que o que eles fazem são os atos preparatórios para conseguir a impunidade dos militares e evitar o castigo aos demais autores materiais e intelectuais do golpe de Estado militar”, advertiu o presidente deposto.

‘Homens da lei’
O comandante das Forças Armadas, general Romeo Vázquez, disse desconhecer o pedido do Ministério Público, mas se afirmou disposto a se submeter à Justiça hondurenha.

“Nós somos homens da lei”, afirmou Vázquez, que disse em várias ocasiões que não foi ideia do Exército prender Zelaya à força.

Segundo o governo interino do presidente Roberto Micheletti, os militares seguiam uma ordem de captura emitida pela Suprema Corte, depois que esta declarou ilegal a consulta popular planejada por Zelaya sobre a mudança da Constituição.

Segundo Micheletti, os militares a cargo da operação estimaram que a melhor opção era tirar Zelaya do país para evitar um “derramamento de sangue”.

O pedido de detenção e indiciamento emitido pelo procurador-geral do país, Luis Alberto Rubí, se refere aos seis membros da Junta de Comandantes das Forças Armadas, encabeçada pelo general Romeo Vázquez e composta pelos oficiais Venancio Cervantes, Miguel Ángel Garcia Padgett, Luis Javier Prince, Juan Pablo Rodríguez e Carlos Cuéllar.

Segundo afirmou à BBC Melvin Duarte, porta-voz do Ministério Público, o órgão pede a prisão desses militares “por desobedecer a ordem emitida por um juiz de deixar Zelaya à disposição da autoridade competente e por emitir uma ordem de expulsão (para a Costa Rica), um crime de acordo com a Constituição e o Código Penal do país”.

Duarte afirmou que o pedido somente se refere aos fatos ocorridos no dia 28 de junho e não a qualquer outro durante a crise política vivida em Honduras nos últimos meses.

Pedido americano
Ainda na quarta-feira, o presidente interino Micheletti criticou os pedidos dos Estados Unidos para que ele entregue o cargo antes da data prevista para a posse de Lobo, no dia 27 de janeiro.

“Os Estados Unidos querem que eu saia no dia 15 de janeiro. Washington deveria respeitar as decisões soberanas do nosso povo”, disse Micheletti, chamando a posição do governo americano de “errática”.

Em um comunicado público, a Embaixada dos Estados Unidos em Tegucigalpa disse que a visita do enviado especial Craig Kelly tinha como objetivo “restabelecer a ordem democrática e constitucional em Honduras e promover a reconciliação nacional... e a rápida formação de um governo de união nacional e de uma comissão da verdade para investigar as responsabilidades pelos acontecimentos do dia 28 de junho”.

“Kelly enfatizou a preocupação americana sobre a deterioração da situação econômica de Honduras (por conta de sanções internacionais impostas após o golpe) e a importância da normalização das relações com a comunidade internacional”, disse a embaixada.

Ministério Público de Honduras pede prisão de militares que expulsaram Zelaya


Romeo Vázquez encabeça a Junta de Comandantes das Forças Armadas

O Ministério Público de Honduras pediu nesta quarta-feira à Suprema Corte do país que emita uma ordem de captura contra a cúpula militar do Estado por “abuso de autoridade” na expulsão do ex-presidente Manuel Zelaya durante o golpe de Estado de 28 de junho do ano passado.

A Suprema Corte deverá decidir nos próximos três dias se aceita o pedido de abertura do processo e, neste caso, nomeará um juiz para decidir sobre a ordem de captura.

O processo seria o primeiro contra os militares do país desde a derrubada de Zelaya e sua expulsão do país para a Costa Rica, durante uma crise política gerada por sua intenção de alterar a Constituição do país para permitir a reeleição presidencial.

Apesar disso, mesmo se aceita pela Suprema Corte, a medida não deve ter grandes efeitos práticos, já que o presidente eleito, Profírio Lobo, que venceu a eleição do dia 29 de novembro, já manifestou a intenção de anistiar tanto Zelaya quanto os envolvidos no golpe do ano passado.

Em outra ocasião, a Suprema Corte já havia indiciado Zelaya por “traição à pátria e abuso de poder”, por desobedecer as ordens da própria corte de interromper a consulta popular para reformar a Constituição.

O pedido feito pelo Ministério Público nesta quarta-feira coincide com a presença em Honduras do subsecretário de Estado adjunto dos Estados Unidos para o Hemisfério Ocidental, Craig Kelly.

Apesar disso, o Ministério Público negou que o pedido de detenção da cúpula militar tenha relação com a visita do enviado americano.

A “bomba relógio”

Explosão no espaço pode ameaçar
vida na Terra


Astrônomos acreditavam que estrela estava
a 6.000 anos luz da Terra


Cientistas identificaram uma estrela a 3.260 anos luz da Terra que pode se transformar em uma supernova e, nesse caso, ameaçar a camada de ozônio do planeta tornando-o inabitável.

Os astrônomos americanos que identificaram a “bomba relógio” a partir de imagens do telescópio Hubble anunciaram a descoberta na reunião da Sociedade Americana Astronômica (AAS, na sigla em inglês), nesta semana, em Washington DC.

De acordo com o astrônomo Edward Sion, da Villanova University, na Filadélfia, a estrela T Pyxidis parece destinada a explodir com força para se transformar em uma supernova – corpos celestes que surgem depois de explosões de estrelas com mais de 10 massas solares.

A esta distância, dizem os astrônomos, a explosão com força estimada de 20 bilhões de bilhões de bilhões de megatons de TNT poderia destruir a camada de ozônio da Terra, deixando o planeta vulnerável a radiações.

A estrela já apresentou explosões menores no passado, em intervalos constantes de aproximadamente 20 anos, em 1890, 1902, 1920, 1944 e 1967.


Mas a estrela não apresenta explosões há 44 anos, e os astrônomos não sabem a explicação.

Um novo estudo usando informações do satélite International Ultraviolet Explorer mostrou que a T Pyxidis está muito mais próxima da Terra do que se imaginava e que se trata, na verdade, de um sistema com duas estrelas em que uma delas atua como sol, e a outra, menor e mais densa, como anã branca.

A anã branca está ganhando massa com o gás vindo da estrela vizinha. Se sua massa ultrapassar 1,4 vezes a massa do sol – o chamado Limite de Chandresekhar – ela está destinada à sofrer uma poderosa explosão termonuclear que a destruiria e que poderia afetar também a Terra. 


Mas apesar do risco, os astrônomos afirmam que não motivo para pânico, já que a estrela só deve chegar ao limite de Chandresekhar
– provocando a massiva explosão
em 10 milhões de anos.


 Ah, bem....então tá! 

Vamos ficar de olho...

Veja isso!


Temperaturas mais baixas complicam debate sobre aquecimento global, diz pesquisador brasileiro

Cientistas detectam resfriamento no norte da Antártida

Carlos Orsi,
do estado.com.br

Levantamento de cientistas brasileiros aponta tendência de resfriamento de 0,6º C por década na região

SÃO PAULO - O norte da Península Antártica vem se resfriando em tempos recentes. Dados meteorológicos da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), a base brasileira no continente gelado, indicam uma tendência de resfriamento de 0,6º C por década, nas temperaturas registradas nos últimos 14 anos.

A Península Antártica, como um todo, é uma das regiões do planeta que mais se aqueceu no século 20, acumulando uma elevação de temperatura de 3º C.

"Infelizmente, não tenho um termômetro para medir as variações causadas por fenômenos naturais e outro, para a influência do homem", diz o pesquisador Alberto Setzer, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que é o coordenador do projeto de meteorologia em Ferraz, ao comentar o que o resfriamento recente poderia representar no debate sobre o aquecimento global.

"Temos variações naturais que criam um ruído muito grande".


Dados acumulados de 65 anos ainda indicam tendência de aquecimento, a despeito do resfriamento recente.

O cientista americano Marco Tedesco, do City College de Nova York, que estudou a relação entre fenômenos climáticos como o El Niño e o degelo na Antártida, lembra que ainda existem muito poucas informações sobre o continente, que começou a ser pesquisado há relativamente pouco tempo.

Ele diz que, no Ártico, os sinais da mudança climática "são muito mais claros, e altamente significativos". "Na Antártida, as causas dos fenômenos climáticos são muito menos conhecidas".

Para 2010, Setzer espera um ano um pouco mais quente em Ferraz. "É difícil prever, mas se tivesse de chutar, diria que 2010 vai ficar na média das temperaturas, ou um pouco acima. É o que geralmente acontece, depois de um ano muito frio", diz ele.

E 2009 foi excepcionalmente frio na EACF, com uma temperatura média de 2,6º C negativos.

Neste século, apenas 2007 foi mais frio, com temperatura média de 3,1º C negativos.

Novembro teve a temperatura mais baixa para o mês em 11 anos, e dezembro, além de ter a terceira temperatura média mais baixa desde 2001, trouxe aos brasileiros que passaram lá o Natal e o ano-novo uma surpresa: neve, algo incomum para essa época do ano, de verão no hemisfério sul.