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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Por pressão do Planalto, relatório da FAB não terá ranking de caças

Versão final de parecer a ser entregue para Jobim fica sem 'hierarquização' que indicava preferência pelo Gripen

Vera Rosa e Eugênia Lopes


O relatório técnico que o Comando da Aeronáutica apresentará ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, com a avaliação dos modelos de caças para a renovação da frota da Força Aérea Brasileira (FAB), não vai conter uma "hierarquização" das propostas internacionais.

A FAB iria recomendar o Gripen NG, da empresa sueca Saab, mas foi pressionada pelo governo e não entrará no mérito de qual a melhor opção para o projeto FX-2, que prevê a compra de 36 caças.

A versão final do relatório já havia sido "reexaminada", para cortar do texto o ranking das propostas, quando o documento foi publicado pelo jornal Folha de S. Paulo.

O novo texto deverá ser apresentado a Jobim na próxima semana.

O vazamento foi interpretado pelo Palácio do Planalto como uma derradeira tentativa da Aeronáutica de constranger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a optar pelo caça sueco, o mais barato entre os três concorrentes.

ÚLTIMO LUGAR

Seria, na prática, a última cartada para desbancar a França.

Motivo: Lula já manifestou diversas vezes sua preferência pelo caça francês Rafale, da empresa Dassault.

Na versão preliminar do documento produzido pelo Comando da Aeronáutica, porém, o Rafale ficou em terceiro e último lugar, por ser considerado mais caro e com custo de operação mais alto.

O modelo F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, ocupava a segunda posição.

"Depois que foi apresentado esse primeiro balanço, foi tudo revisado", disse ao Estado um importante auxiliar de Lula.

Ele negou, porém, que o presidente ou mesmo Jobim tenham obrigado a FAB a mudar de posição.

"A situação é muito complexa e os relatórios são técnicos. Não dá para comparar equipamentos diferentes assim, até porque um dos modelos ainda é um projeto", completou o assessor do Planalto, numa referência ao Gripen.

Jobim está de férias e não quis comentar o assunto. Tanto ele como Lula, no entanto, ficaram extremamente contrariados com a divulgação das conclusões do documento da Aeronáutica.

Leia mais no Estadão.

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