Vera Rosa e Eugênia Lopes
A FAB iria recomendar o Gripen NG, da empresa sueca Saab, mas foi pressionada pelo governo e não entrará no mérito de qual a melhor opção para o projeto FX-2, que prevê a compra de 36 caças.
A versão final do relatório já havia sido "reexaminada", para cortar do texto o ranking das propostas, quando o documento foi publicado pelo jornal Folha de S. Paulo.
O novo texto deverá ser apresentado a Jobim na próxima semana.
O vazamento foi interpretado pelo Palácio do Planalto como uma derradeira tentativa da Aeronáutica de constranger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a optar pelo caça sueco, o mais barato entre os três concorrentes.
ÚLTIMO LUGAR
Seria, na prática, a última cartada para desbancar a França.
Motivo: Lula já manifestou diversas vezes sua preferência pelo caça francês Rafale, da empresa Dassault.
Na versão preliminar do documento produzido pelo Comando da Aeronáutica, porém, o Rafale ficou em terceiro e último lugar, por ser considerado mais caro e com custo de operação mais alto.
O modelo F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, ocupava a segunda posição.
"Depois que foi apresentado esse primeiro balanço, foi tudo revisado", disse ao Estado um importante auxiliar de Lula.
Ele negou, porém, que o presidente ou mesmo Jobim tenham obrigado a FAB a mudar de posição.
"A situação é muito complexa e os relatórios são técnicos. Não dá para comparar equipamentos diferentes assim, até porque um dos modelos ainda é um projeto", completou o assessor do Planalto, numa referência ao Gripen.
Jobim está de férias e não quis comentar o assunto. Tanto ele como Lula, no entanto, ficaram extremamente contrariados com a divulgação das conclusões do documento da Aeronáutica.
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